Jornal de Abrantes - março 2021

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/ Diretora Patrícia Seixas MARÇO 2021 / Edição nº 5601 Mensal / ANO 120

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“Há cada vez mais pedidos de ajuda”, pág. 3 e 4

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/ Abrantes / Constância / Mação / Sardoal / Vila Nova da Barquinha / Vila de Rei

Soutien Triumph

— AUTARCAS EM UNÍSSONO EM DEFESA DA PESCA LÚDICA —

“É RIDÍCULO! NÃO FAZ SENTIDO!”

pág. 16 e 17

SARDOAL Lar abre portas em Alcaravela, Pág. 8 MAÇÃO Estão a nascer os passadiços de Ortiga Pág. 11

Grupo

uma nova forma de comunicar. ligados por natureza. 241 360 170 . geral@mediaon.com.pt www.mediaon.com.pt

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/ JORNAL DE ABRANTES

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Tamanhos grandes, até à copa H


A ABRIR / FOTO OBSERVADOR /

EDITORIAL /

Se não fosse a pandemia e se o local não fosse “escondido” e sem nada para “mirar”, podia dizer-se que alguém estava a pensar “montar um spot” para observações da paisagem ou, quem sabe, do céu de Mouriscas. Como não “será” nada disso, só pode ser uma descarga para que “alguém” possa levar para casa ou então para o lixo.

/ Patrícia Seixas / DIRETORA

Há um ano... (Um ano???) Em março de 2020 o novo coronavírus era detetado em Portugal e fazia as suas primeiras vítimas. Foi há um ano... mas parecem 10! Primeiro devagar, fomos alterando o nosso modo de vida até que, quase de repente, tivemos que repensar tudo. A família, o trabalho, os amigos, as saídas de casa nem que fosse para ir dar um passeio de carro. As vidas ficaram, e permanecem, em suspenso. Depois de um verão mais “aliviado”, o outono trouxe o que quase todos prognosticavam: mais uma vaga. E desta vez vinha imparável, não tendo ainda terminado. É março outra vez. Continuamos “fechados”. Mas agora a alma está um pouco mais leve com o início da vacinação dos nossos idosos. Nada que nos leve a pensar que podemos aliviar nas nossas medidas de proteção, mas um sentimento de maior esperança no futuro, no nosso e no deles. O processo não é perfeito, mas é o possível. Dependemos do número de vacinas que as farmacêuticas nos façam chegar e é-nos dito que, em Portugal, as coisas estão e vão correr bem. Vamos acreditar! Também pouco nos resta… Estamos em março e iremos conhecer dentro de poucos dias os planos do Governo para o desconfinamento. Sabemos que irá começar pelas escolas e esperamos pelas restantes medidas. No entanto, receio que a ansiedade de todos estes meses “encerrados” em nossas casas, sem o contacto dos nossos, faça com os portugueses “percam a cabeça” e todos os sacrifícios vão por água abaixo. Como disse o nosso Presidente da República, “temos de ganhar até à Páscoa o verão e o outono deste ano". Então não estraguemos tudo, por favor. Vamos com calma, muita calma. O ano de 2021 não vai ser diferente do ano anterior. Vamos continuar sem poder abraçar, beijar, acarinhar os que nos estão no coração. Dizem que é por um bem maior. Concordo. Os nossos são o nosso bem maior. Não vale a pena querer ter uma vida “livre” se não a pudermos compartilhar com quem amamos. Trata-se apenas de “mais um bocadinho” de paciência e de tentar manter a saúde mental da melhor forma que pudermos. Vamos vamos fazê-lo porque os nossos precisam de nós e nós precisamos deles. Vamos, todos juntos, ultrapassar esta “partida” que a vida nos pregou. Mas vamos! Foi há um ano mas parecem 10!

Ao lado das antigas instalações dos CTT, na estrada nacional 118 em Tramagal, existe um espaço simpático onde a população residente (ou não) estaciona as suas viaturas. Tarefa difícil quando chove, já que devido ao estado muito degradado do pavimento as poças de água são muitas impedindo as pessoas de estacionar e sair dos carros.

PERFIL /

/ Naturalidade/Residência? Abrantes / Belas / Prato preferido? Migas com carne de alguidar / Um recanto para descobrir? Berlengas / Um disco U2 “Joshua Tree”. Um dos que “me viu” crescer e me fez amar a música para sempre.

/ Um filme “The Greatest Showman” de Michael / André Rodrigues, 27 anos Gracey. Um filme que reflete como a / Especialista Talent perseverança de um homem humilAquisition e Employer de mas sonhador e visionário pode Branding desafiar todas as barreiras sociais e catapulta-lo para a realização dos seus maiores desejos. / Uma viagem já feita ou por fazer Por fazer: Marraquexe, pela diversidade, cultura e misticismo associados.

ja / JORNAL DE ABRANTES

/ Uma figura da História Barack Obama – Personalidade marcante, disruptiva e unitária. A sua perseverança conquistou e inspirou o Mundo.

/ Uma proposta para um dia diferente na região? Aproveitar a manhã para visitar o centro da cidade de Abrantes e o seu Castelo. Almoçar a famosa “Carne de vaca / Um momento marcante com molho de bruxa” no RestauranA compra da minha própria casa te “Quatro Talhas” em Sardoal. Relacomo símbolo de um projeto de xar nas águas doces da Praia Fluvial vida conjunto. do Penedo Furado e conhecer os passadiços sobre a montanha que / Um sonho por realizar? nos guiam às lindas cascatas. Seguir Dar um netinho aos meus queridos até Mação e desvendar os trilhos da paizinhos….ser pai portanto. Rota do Brejo e a vista do Baloiço Panorâmico da Serra do Bando. / Se fosse presidente de Câmara o Deliciar-se com os paladares sábios que faria? do “Restaurante Casa Chef Vitor” Convidaria todos os naturais a apre- com direito a Estrela Michelin. ciarem o que a própria cidade tem Terminar com um copo e vista rio na para oferecer. esplanada da “Cervejaria Aquapolis” e ouvindo um concerto ao vivo de / O que mais e menos gosta na sua uma banda local. cidade? Mais: a sua diversidade natural. Menos: O desprezo e descredibilização dos abrantinos que a tornam num “deserto”.

FICHA TÉCNICA Direção Geral/Departamento Financeiro Luís Nuno Ablú Dias, 241 360 170, luisabludias@mediaon.com.pt. Diretora Patrícia Seixas (CP.4089 A), patriciaseixas@mediaon.com.pt Telem: 962 109 924 Redação Jerónimo Belo Jorge (CP.7524 A), jeronimobelojorge@mediaon.com.pt, Telem: 962 108 759. Colaboradores Berta Silva Lopes, Leonel Mourato, Paula Gil, Paulo Delgado, Taras Dudnyk, Teresa Aparício. Cronistas Alves Jana e Nuno Alves. Departamento Comercial. comercial@mediaon.com.pt. Design gráfico e paginação João Pereira. Sede do Impressor Unipress Centro Gráfico, Lda. Travessa Anselmo Braancamp 220, 4410-359 Arcozelo Vila Nova de Gaia. Contactos 241 360 170 | 962 108 759 | 962 109 924. geral@mediaon.com.pt. Sede do editor e sede da redação Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Editora e proprietária Media On - Comunicação Social, Lda., Capital Social: 50.000 euros, Nº Contribuinte: 505 500 094. Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Detentores do capital social Luís Nuno Ablú Dias 70% e Susana Leonor Rodrigues André Ablú Dias 30%. Gerência Luís Nuno Ablú Dias. Tiragem 15.000 exemplares. Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo ERC 100783. Estatuto do Jornal de Abrantes disponível em www.jornaldeabrantes.pt. RECEBA COMODAMENTE O JORNAL DE ABRANTES EM SUA CASA POR APENAS 10 EUROS (CUSTOS DE ENVIO) IBAN: PT50003600599910009326567. Membro de:

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JORNAL DE ABRANTES / Março 2021


ENTREVISTA /

Hoje, 14 anos depois do início, como recorda os primeiros passos? Como e porque é que começou a Vidas Cruzadas?

A associação Vidas Cruzadas nasceu da vontade de um grupo de pessoas de Tramagal que queriam fazer mais pela sua freguesia e pelo seu concelho. Juntámo-nos e começámos a desenhar aquilo que é hoje a associação. Estávamos atentos às lacunas que existiam na intervenção social no nosso território e tentámos criar respostas a essas necessidades. Hoje temos no terreno vários serviços que acabam por responder às necessidades da comunidade. São serviços que não existiam e que a associação criou.

14 anos a cruzar apoios para ajudar VIDAS // Nasceu há 14 anos em Tramagal e começou o seu trabalho com uma Loja Social. Começou a alargar o âmbito, sempre na área social, ganhou o estatuto de utilidade pública e de IPSS, sendo uma parceira da Segurança Social em diversos domínios, sempre no apoio social. // Aos 14 anos mudou a imagem sem mudar a génese com que foi criada: trabalhar em parcerias para ajudar os mais vulneráveis do concelho de Abrantes. Em tempos de pandemia as respostas continuam a ser necessárias. Vânia Grácio é a presidente e diretora-técnica da Vidas Cruzadas e explica a vida desta IPSS do concelho de Abrantes.

Entrevista por Jerónimo Belo Jorge

O SAAS - Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social?

Presta apoio social a pessoas que estão em situação de vulnerabilidade. Somos a porta de entrada do apoio social no nosso território. Fazemos uma primeira triagem em que tentamos perceber quais são as primeiras necessidades daquelas pessoas, em que medida podemos ajudar as suas próprias dificuldades e depois perceber que serviços é que existem no território que os possam ajudar.

Uma associação ou uma IPSS? Como se pode caracterizar a Vidas Cruzadas?

Uma IPSS é uma Instituição Particular de Solidariedade Social que é um estatuto que se adquire por reconhecimento por parte da Segurança Social de que uma associação cumpre determinados critérios e que os seus estatutos estão de acordo com aquilo que a Lei prevê para as IPSS's e para entidades de Utilidade Pública. A associação é uma associação que mais tarde pediu junto da Segurança Social o reconhecimento como IPSS e o estatuto de Utilidade Pública.

Há o CRAT - Centro de Recursos de Ajudas Técnicas?

Emprestamos equipamento como camas articuladas, cadeiras de rodas, andarilhos a pessoas que tenham menos recursos económicos. Mas podemos emprestar a qualquer pessoa de forma temporária, por períodos curtos ou mais longos, para que não tenham de os comprar. Depois quando deixam de ser necessários, são devolvidos para voltarem a ser emprestados.

Apelando à memória, ainda há recordação do primeiro projeto no terreno?

O primeiro projeto da associação foi, ainda na primeira sede no TTL (Teatro Tramagalense) a Loja Social. Começámos a receber roupas das pessoas de Tramagal, e de fora, que já não precisavam, mas que ainda estavam em perfeitas condições para poderem ser reutilizados por outras pessoas. Começámos a receber esses artigos, a fazer a triagem e a colocar ao dispor das pessoas com menos rendimentos. Foi o nosso primeiro projeto que ainda se mantém em funcionamento. Este foi o primeiro a avançar. Ao mesmo tempo integrámos, com outras entidades, a Comissão Social de Freguesia (Tramagal), integrámos a Rede Social do concelho. Outra parceria que integrámos foi a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ), uma área em que queríamos trabalhar. E nessa área celebrámos um protocolo atípico com a Segurança Social para o desenvolvimento de um Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento

possam estar a ser negligenciadas ou a passar por algum tipo de mau trato, violência doméstica, conflitos parentais... temos uma equipa especializada para acompanhamento destes casos. Trabalhamos em parceria com a CPCJ e com o Tribunal, mas também com as escolas que nos encaminham muitas situações. É um serviço que presta apoio à família, no seu todo.

E a Loja Social continua a funcionar?

/ O que mais precisamos, neste momento, são alimentos e produtos de higiene

Parental para responder a situações acompanhadas pela CPCJ quer noutras acompanhadas pelo Tribunal.

A Vidas Cruzadas, hoje, trabalha em que áreas?

A Associação tem muito bem definida a sua área de atuação. De acordo com os estatutos, podemos trabalhar em todas as áreas de intervenção social, mas entendemos que num território cada entidade deve ter o seu papel. Nós acreditamos que quem não é especialista numa determinada área não é especialista em nada e depois andamos todos a fazer um bocadinho de qualquer coisa. Depois não fazemos um trabalho de qualidade. Trabalhamos, essencialmente, na área da infância e juventude, na área da proteção dos direitos da criança e

apoio à família, mas também na área do atendimento e acompanhamento social das pessoas com menos recursos económicos. Aí podemos encaixar diversos dos nossos serviços, a Loja Social, o Centro de Recursos de Ajudas Técnicas ou Centro Local de Apoio a Migrantes...

… vamos olhar para as áreas de trabalho e gostava que apresentasse, de forma resumida, cada uma delas. O que é o CAFAP - Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental?

É um protocolo com a Segurança Social. Temos uma equipa especializada na intervenção e proteção dos direitos da criança. Apoiamos as famílias que tenham crianças em situação de risco ou de perigo, que

Sim. Prestamos apoio a cerca de mil pessoas do território de Abrantes. Funciona em Tramagal, na nossa sede, e temos um serviço itinerante em que vamos a diferentes freguesias, uma vez por mês, levar produtos que temos disponíveis às pessoas que estão inscritas. Temos o apoio das juntas de freguesia e essas pessoas estão identificadas.

Há uma busca constante de parcerias e projetos? Recordo o último, em termos públicos, foi no atendimento aos Migrantes?

Sim, a Associação desde o primeiro momento trabalha em parceria. Não podemos ser satélites, não podemos andar aqui a achar que fazemos tudo sozinhos. Nada disso faz sentido. Um território é tanto mais solidário, coeso e justo se trabalhar em conjunto. Eu, e os outros elementos dos corpos ▶

Março 2021 / JORNAL DE ABRANTES

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ENTREVISTA / ▶ sociais, temos esta visão: se cada um fizer a sua parte, conseguimos ter no território uma resposta mais integrada e integradora. E conseguimos ter uma resposta porque vamos identificando as lacunas que existem no território. E se fizermos em conjunto com as entidades que já cá estão e que fazem parte da rede social, tanto melhor. Dessa forma conseguimos ter uma resposta muito mais eficaz, porque as pessoas querem é os problemas resolvidos, não lhes interessa por quem.

E o CLAIM - Centro Local de Apoio a Migrantes. O que faz?

É um Centro Local de Apoio à integração de Migrantes. Fomos sentindo através do SAAS que tínhamos muitas pessoas de nacionalidade estrangeira a procurar os nossos serviços em busca de apoio. Era uma área que não dominávamos. A legislação é complexa, os procedimentos de legalização são complexos, mas não o fazemos aqui, facilitamos os agendamentos a estas pessoas. Mas precisávamos de perceber como é que podíamos ajudar estas pessoas que não estão legais no nosso país, mas que são pessoas. E procurámos ajuda para ter mais informação e surgiu o convite para abrir um CLAIM.

Temos pessoas de muitas nacionalidades na região? Quais o país pais representado?

Do continente africano e pessoas brasileiras.

Somos 11 dirigentes que orientam e nove técnicos que põem as ações no terreno

Há, neste ano, um crescimento de pessoas de outras nacionalidades à procura de ajuda?

Os números têm vindo a aumentar. Em Abrantes temos acréscimo de pessoas que nos procuram principalmente de Angola e do Brasil. Temos outras nacionalidades, como é óbvio.

Quantas pessoas trabalham na instituição?

Neste momento trabalham nove pessoas.

… e depois há os dirigentes.

Sim, somos 11 elementos nos corpos sociais que colocamos a máquina a funcionar. Dão as diretrizes e depois o pessoal técnico coloca em ação essas orientações.

Mesmo assim, nove técnicos já é uma PME?

Quase. Gostávamos que fossem mais, mas nem sempre os recursos estão disponíveis. Não são só as pessoas que precisam de apoios, este tipo de associações sobrevivem dos protocolos e dos projetos que vão sendo aprovados. Quanto terminam ficamos numa situação complexa porque não temos qualquer outro apoio. Não temos qualquer resposta social que seja comparticipada pelos utentes, são todas gratuitas. E que haja alguma contrapartida financeira dos beneficiários, esse dinheiro é novamente investido na

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JORNAL DE ABRANTES / Março 2021

Loja Social apoia mil pessoas do concelho atividade. Por exemplo a Loja Social, que está vocacionada para quem está em maior vulnerabilidade, está aberta a todas as pessoas que podem adquirir os produtos a preços simbólicos. Esse dinheiro é para as despesas fixas, água e luz. Se tivéssemos de manter a loja só com as suas receitas, já tínhamos fechado há muito tempo.

Na pandemia, a Vidas Cruzadas adaptou-se. O que é que mudou nos contactos com cidadãos?

Foi a forma como fazemos a intervenção social. Temos muita intervenção em contexto familiar. Temos muito trabalho em que temos de ir ver as situações, não ficarmos apenas pelos relatos. E em contexto de pandemia o trabalho no terreno ficou mais de lado. Não vamos deixar ninguém sem resposta. E se houver necessidade de algum trabalho de urgência, não enjeitamos. Já o temos feito em articulação até com a saúde pública.

Aumentou o número de pessoas a virem à vossa procura, à procura de ajuda?

Aumentou no último ano e nesta segunda fase de confinamento voltámos a ter algumas pessoas que tinham vindo pedir ajuda no primeiro. Naquela

fase (primeiro confinamento) viram-se numa situação mais complicada do ponto de vista de fazer face às suas despesas e de comprar alimentação. Com a “normalidade do verão” conseguiram equilibrar-se, mas agora voltaram a pedir ajuda.

Podemos de falar de aumento da pobreza no concelho?

Não tenho dados que suportem essa situação. Temos mais pedidos, mas pode ser uma fase do momento, com a pandemia, com o confinamento. Possivelmente com a retoma da atividade muitas das pessoas que estamos a acompanhar voltarão a equilibrar-se. Precisamos que a economia reabra para reequilibrar estas pessoas.

Embora haja serviços próprios para o acompanhamento da violência doméstica, do vosso trabalho no terreno têm a noção se a violência doméstica aumentou?

Somos membros fundadores da REIVA (Rede Especializada de Intervenção da Violência), fomos dos mentores dessa rede e temos trabalhado em conjunto com o Município no atendimento a vítimas de violência doméstica. Não creio que tenha crescido, penso que se mantém semelhante a outros meses. Pode acontecer aquilo que se tem falado a nível nacional, com o confinamento a criar mais dificuldades para as vítimas fazerem as denúncias. Não diminuíram, as queixas é que são menores.

E as pessoas, no geral, são mais solidárias nestes tempos?

Acho que a pandemia trouxe o melhor e o pior de todos nós. De um

modo geral, as pessoas estão mais solidárias. Temos muitos movimentos que estão a querer ajudar, até mesmo as entidades públicas. Acho que as pessoas querem mais ajudar-se umas às outras, nem que seja um sorriso a alguém que tenha menos, nem que seja um sorriso... A solidariedade não tem de ser só dinheiro. Muitas vezes um sorriso, uma palavra ou um gesto podem ajudar alguém que está mais necessitado neste momento.

Olhando o futuro, Vânia, quais os novos desafios/projetos que a Vidas Cruzadas vai lançar?

Temos algumas candidaturas, das quais aguardamos os resultados. Em março aguardamos os resultados das candidaturas do programa Bairros Saudáveis. Fizemos esta candidatura em parceria com a Cruz Vermelha (Núcleo de Abrantes e Tomar). Queremos reforçar a atividade das duas entidades no território, queremos melhorar, aumentar a capacidade de resposta e criar coisas novas. Por exemplo, queremos criar um balneário público para passantes ou para casos eventuais de sem abrigo que possamos ter. Quanto ao SAAS, temos de aguardar porque vai haver transferência de competências da área social para o Município, por isso vamos ter de aguardar.

No imediato, o que é que mais necessitam para o vosso apoio à população?

Neste momento precisamos de alimentos e produtos de higiene. Trabalhamos com a Cruz Vermelha e temos tantos pedidos que é o que mais nos faz falta. Se a sociedade civil quiser apoiar, pode fazê-lo com a oferta de alimentos e produtos de Higiene.


REGIÃO / Sardoal

“Caminho de Memórias” vence primeiro Orçamento Participativo // Alexandre Passarinho Batista, com o projeto “EN2 – Caminho de Memórias” foi o vencedor do primeiro Orçamento Participativo do concelho de Sardoal. A votação foi conhecida no dia 10 de fevereiro pois para além dos votos obtidos na aplicação Muni, havia que contar os votos em urna. Foi o vereador Pedro Rosa quem deu conta de como correu este primeiro Orçamento Participativo (OP) de Sardoal que contou com 558 votações, havendo 222 participações em formato presencial nas Juntas de Freguesias ou no Balcão Único e 336 na app Muni. Um mural evocativo da EN2, com o título “Caminho de Memórias” é o vencedor do primeiro Orçamento Participativo do concelho de Sardoal, proposto por Alexandre Passarinho Batista, da freguesia de Santiago de Montalegre. A proposta n.º 2 obteve 179 votos e tem como objetivo a “elaboração de um mural alusivo ao Património Cultural, memória social e identidade, numa ótica de valorização, salvaguarda e divulgação patrimonial”. Ainda segundo a proposta vencedora, “serão retratados elementos culturais a partir de uma memória coletiva

e histórica, como sejam usos e costumes tradicionais, bem como elementos patrimoniais, materiais e imateriais”. “Passamos agora para uma fase de articulação do Município com o proponente para limar alguns pormenores”, informou o vereador Pedro Rosa, para que se possa passar depois à fase de execução e implementação. “Estamos todos de parabéns”, afirmou o vereador que parabenizou “todos os outros proponentes que mostraram as ideias que tinham para o nosso concelho e aceitaram o desafio em prol dos sardoalenses. A todos os sardoalenses pois está aqui uma demonstração de cidadania participativa bastante expressiva e o número 558 agrada-nos muito porque é sinal de que as pessoas se mostraram interessadas” e que querem que o Orçamento Participativa tenha continuidade no concelho

de Sardoal, bem como ver implementado o projeto vencedor. Por parte dos vereadores do PS, Pedro Duque também congratulou todos pelos resultados obti-

/ Projeto da EN2 vence Orçamento Participativo

dos e considerou muito positivo que “a sociedade se manifestasse de uma forma mais ativa quanto às decisões a tomar. É um bom princípio, que acho que resultou na plenitude”. O vereador ainda gracejou, dizendo que “os valores da participação são, de facto, muito interessantes, quase ao nível de algumas eleições”. “Foi uma aposta conseguida da nossa parte”, disse, “ao chamar as pessoas e verificar que as pessoas aderiram”. As restantes propostas tiveram a seguinte votação: Intervenção assistida por animais (153 votos); Criação de um festival na vila de Sardoal (112 votos); Construção de um WC público na aldeia de Venda Nova (72 votos); Melhorias no Jardim da Tapada da Torre (30 votos) e Proteção do Parque de Merendas Ribeiro Barato (12 votos). Patrícia Seixas PUBLICIDADE

Março 2021 / JORNAL DE ABRANTES

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REGIÃO / Abrantes

BE avalia medidas para combater esgotos de suinicultura

CARTÓRIO NOTARIAL DE GOLEGÃ Mestre Rui Pedro Rodrigues Salomé Largo Dom Manuel I, 2150-128 Golegã

// O BE veio ao terreno ouvir as queixas de empresários e moradores que se sentem afetados pelos episódios da descarga de efluentes de uma suinicultura no lugar do Marco, no concelho de Abrantes. O BE defende que o governo tem de resolver o problema das suiniculturas de uma vez por todas. A deputada do Bloco de Esquerda, Fabíola Cardoso, e o vereador deste partido na Câmara de Abrantes, Armindo Silveira, visitaram na segunda-feira, dia 1 de março, a quinta da Amieira, no lugar do Marco, onde no início de fevereiro foram denunciadas descargas de efluentes provenientes de uma suinicultura localizada naquela zona. Esta exploração de porcos já tinha dado problemas ao nível das descargas. É um processo que, em vários momentos, se tem arrastado desde 2009 até 2018, mas desde essa altura que não se verificavam problemas ambientais. No local, Ana Alves, proprietária da Quinta da Amieira, revelou aos bloquistas os problemas que teve por causa da poluição, explicou que das entidades a quem se queixou a PSP foi a única força que recolheu amostras da água. E depois revelou ainda que os processos nunca tiveram desenlace. Houve um que acabou por ser arquivado pelo Ministério Público porque não se provou, [por ausência de autópsia de uma das cabras que morreu] que os animais morreram “derivado ao consumo da erva por onde entrou a água dos efluentes”, diz Ana Alves, a proprietária da Quinta. Neste momento, o projeto que tinha, no âmbito do Proder, acabou por “morrer na praia porque os animais morreram e a proprietária da Quinta não conseguiu cumprir o contrato que tinha com a Baral para venda do leite”. Apesar dos prejuízos, Ana Alves continua com o sonho de construir ali uma quinta pedagógica, mantendo os rebanhos. E há ainda o problema dos maus cheiros que são mais acentuados à noite ou no verão, quando os caudais dos ribeiros não fazem escoar os efluentes. A grande questão pode passar “pela existência de mais animais na exploração suinícola do que o que deveria ter”, explica um dos vizinhos que prefere o anonimato, realçando que não sabe se ali existem 2 mil ou três mil porcos. É por aqui que vai o vereador Armindo Silveira que aponta ao executivo municipal dizendo que não vai deixar passar em branco estes problemas ambientais. Porque há o prejuízo para a Quinta da Amieira e há o prejuízo para o meio ambiente, pelo que defende que as autoridades do Estado têm de agir

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/ Ana Alves explica aos membros do BE os problemas que a poluição lhe tem causado e limitar, desde logo, o número de animais na exploração, de acordo com condições que terão para o tratamento e armazenamento de efluentes. Fabíola Cardoso ouviu as queixas que quem ali vive e trabalha e explicou que este é um problema idêntico ao de Leiria, com outra dimensão, de Santarém ou de Rio Maior. Trata-se de um problema transversal a três ministérios: Economia, Agricultura e Ambiente. A exportação de carne de porco não pode levar a que não se cumpra a legislação ou que haja população de animais superior às capacidades das instalações. E como a legislação tem lacunas, aquilo que o BE está a fazer é identificar os problemas para que possa haver uma solução. Independentemente dos problemas e prejuízos locais ao investimento de Ana Alves, a situação é mais grave porque acontece em muitos locais de Portugal. Fabíola Cardoso diz que há o licenciamento pela Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) assim como o licenciamento da emissão de efluentes. Mas depois é à Agência Portuguesa do Ambiente que competirá fiscalizar o funcionamento das estações de tratamento e, neste caso, das descargas que são feitas. Neste sentido, a deputada do BE

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revelou que apresentou no dia 26 de fevereiro uma série de questões ao Ministro do Ambiente e Ação Climática de quem espera resposta. Nas perguntas, a deputada quer saber se a suinicultura está licenciada, se o Ministério tem conhecimento de descargas, se tomou alguma medida ou se vai tomar. E conclui com a pergunta como é possível haver este tipo de episódios dez anos depois da instalação desta unidade .

Vereador do BE já tinha levado assunto à Câmara Municipal

Recorde-se que o vereador do BE, Armindo Silveira, revelou que no domingo, dia 7 de fevereiro, contactou o presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, dando conhecimento destas descargas. Na reunião do Executivo Municipal de 9 de fevereiro, disse que tudo leva a crer que “a suinicultura existente na Quinta da Craveira, no Lugar do Marco, concelho de Abrantes efetuou mais uma descarga para a linha de água próxima e que atravessa a Quinta da Amieira propriedade da senhora Ana Alves. Não sei se foi descarga, se foi uma incapacidade de reter os efluentes nas lagoas, talvez potenciado pelas águas da chuva”. Na mesma intervenção, o vereador apontou ainda outros possíveis

impactos derivados desta descarga, nomeadamente nos solos e nos lençóis freáticos. No seguimento da intervenção, Armindo Silveira, fez três perguntas ao presidente da Câmara de Abrantes: “quais foram as diligências tomadas pelo executivo de maioria PS para minimizar os impactos ambientais provocados por esta suinicultura?; quais os resultados práticos dessas diligências?; e quais as diligências que irá tomar para que as entidades competentes terminem com estes frequentes atentados ambientais que estão a ocorrer pelo menos desde 2009 no concelho de Abrantes?” Na resposta, o presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, disse que no dia anterior, segunda-feira, tinha enviado uma informação à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) com a nota do vereador Armindo Silveira. O presidente da autarquia revelou ainda que no último ano não houve qualquer informação de que estas descargas pudessem estar a acontecer. O autarca revelou que foram desencadeadas várias ações pela APA e pelo Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente (SEPNA) da GNR e afirmou ter pensado que os problemas estariam regularizados. Jerónimo Belo Jorge

EXTRACTO Rui Pedro Rodrigues Salomé, Notário, certifico, narrativamente, para efeitos de publicação, que no Cartório Notarial de Golegã, no Largo Dom Manuel I, no livro de notas para escrituras diversas número Três - S, a folhas cento e dezoito e seguintes, foi lavrada uma escritura de justificação notarial, pela qual: MARIA DA CONCEIÇÃO SILVA COENTRE DE JESUS, NIF 107.839.830 e marido JOAQUIM MANUEL ESTEVES DE JESUS, NIF 109.482.964, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ela da freguesia de Alvega, concelho de Abrantes, ele da freguesia de São João, concelho de Abrantes, residentes na Rua D. Duarte, nº 8, união das freguesias de Ponte de Sor, Tramaga e Vale de Açor, concelho de Ponte de Sor, declararam ser a outorgante mulher ser dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, dos prédios a seguir identificados, sitos na união das freguesias de Alvega e Concavada, concelho de Abrantes: VERBA UM: URBANO, com a área global de trezentos e dezoito metros quadrados, destinado a habitação, composto por casa de rés-do-chão e sótão, com a superfície coberta de cento e catorze, virgula, noventa e três metros quadrados, e logradouro com duzentos e três, virgula, zero sete metros quadrados, sito na Rua Principal, número 8, lugar de Lampreia; a confrontar de norte com ribeiro, de sul e poente com caminho e de nascente com Manuel de Matos França inscrito na matriz urbana sob o artigo 2035 não descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes e que o mesmo não sofreu qualquer alteração, desde a sua construção VERBA DOIS: PRÉDIO RÚSTICO, com a área total de treze mil duzentos e cinquenta metros quadrados, composto por cultura arvense, olival e mato, sito no lugar de Vale da Fonte ou Vale Pedreiro; a confrontar de norte com servidão, de sul com Helena Maria Ferreira Mourato e outros, de nascente com Ana Maria Sousa Cardina e Sousa e de poente com Herdeiros de Manuel da Costa Lento; inscrito na matriz rústica sob o artigo 73, da secção J; não descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes. VERBA TRÊS: PRÉDIO RÚSTICO, com a área total de quinze mil metros quadrados, composto por pinhal, olival, montado de sobro ou sobreiral, sobreiral e eucaliptal, sito no lugar de Terreiro do Carvão; a confrontar de norte com João Pedro da Tia Pires da Rosa, de sul com António Maria Duarte, de nascente com Maria de Jesus Matos Borrega Duarte e de poente com Estrada; inscrito na matriz rústica sob o artigo 1, da secção L; não descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes. Que a primeira outorgante mulher, ora justificante, não é detentora de qualquer título formal que legitime o domínio destes prédios, os quais vieram à sua posse por partilha verbal efectuada com os demais herdeiros, por óbito de seu pai: Vicente Rodrigues Coentre casado com Idalina Maria da Silva, sob o regime da comunhão geral de bens e residente que foi na Rua Principal, número 5, Lampreia, em Alvega, Abrantes, por volta do ano de mil novecentos e setenta e sete, sendo ela ao tempo, solteira, maior, sem nunca haverem outorgado a competente escritura nem nunca se terem disponibilizado para o fazer. Que, dado o modo de aquisição, não tem a justificante mulher possibilidades de comprovar pelos meios normais o seu direito de propriedade perfeita, mas a verdade é que é ela a titular de tais imóveis, pois deles tem usufruído, fazendo trabalhos de limpeza e manutenção, no urbano habitando, plantando árvores, deles extraindo cortiça e todos os frutos que os mesmos são susceptíveis de dar, há mais de vinte anos, ininterruptamente, com o conhecimento de toda a gente e sem a menor oposição de quem quer que seja, como se de coisa sua se tratasse, sendo por isso uma posse contínua, pública, pacífica e de boa-fé, pelo que os adquiriu por usucapião. Que, dadas as enunciadas características de tal posse, a justificante mulher adquiriu os mencionados prédios por usucapião – título este, que, por natureza, não é susceptível de ser comprovado pelos meios normais, invocando, por isso, esta forma originária de aquisição, para todos os efeitos legais. ESTÁ CONFORME O ORIGINAL. Golegã, um de Março de dois mil e vinte e um. O Notário, Rui Pedro Rodrigues Salomé


REGIÃO / Abrantes

Autarquia avança com rotunda junto ao Hospital // O executivo municipal de Abrantes aprovou, por unanimidade, o projeto de execução e o lançamento da empreitada de construção de uma rotunda no acesso ao Hospital.

Trata-se de uma redefinição de toda a zona que envolve os parques de estacionamento exteriores ao Hospital de Abrantes, a interseção da Avenida Dr. Francisco Sá Carneiro (avenida com separador central que vai entroncar na Nacional 2, na zona do Espinhaço de Cão, junto à escola D. Miguel de Almeida) com a Avenida Dr. Santana Maia (via que faz a ligação entre o cruzamento do antigo Mercado Diário e a Avenida do Paiol, em barreiras do Tejo) e ainda o Largo Eng.º Bioucas que dá acesso ao edifício do Hospital. De acordo com informação avançada pela autarquia, o preço base desta empreitada é fixado em 758.767,19 euros e o prazo de execução previsto é de 150 dias, muito embora a sua execução esteja condicionada, de acordo com a informação do presidente da Câmara Municipal de Abrantes, ao estado da pandemia. Manuel Jorge Valamatos, presi-

dente da Câmara de Abrantes, revelou que com esta obra abre-se uma nova frente de acesso ao centro histórico, com menos constrangimentos e que enquadra já a previsão de uma futura ligação entre a Tapada do Fontinha e a Escola Dr. Manuel Fernandes. Uma via que alteraria por completo os constrangimentos de trânsito que existem no acesso às duas escolas secundárias de Abrantes. No entanto, esta via, está ainda fora do radar e é apontada como uma solução de futuro. Esta intervenção pretende anular os constrangimentos de trânsito e facilitar as condições de circulação, de acessibilidade e de estacionamento junto ao Hospital e no acesso ao Centro Histórico de Abrantes, nomeadamente: Esplanada 1.º de Maio; Mercado Municipal; Unidade de Saúde Familiar; Loja de Cidadão e a toda a área de comércio tradicional. O vereador João Gomes, res-

ponsável pelo pelouro das obras e urbanismo, explicou que, a par da construção desta rotunda, já prevista no Plano de Urbanização de Abrantes (PUA), serão requalificadas as bolsas de estacionamento de apoio ao Hospital, que ficarão “unidas”, passando a dispor de 151 lugares (mais 21 do que atualmente). Serão também disponibilizados mais quatro lugares reservados a pessoas com mobilidade reduzida, para além de se manterem os seis lugares para serviço de táxis. As duas paragens de autocarros serão transformadas e está também prevista a melhoria da iluminação pública. Será ainda melhorada a organização do trânsito, nomeadamente no cruzamento da Avenida Dr. Santana Maia com ligação ao Bairro Municipal e ao Vale da Fontinha. Para o presidente da Câmara, a requalificação da entrada/saída sul da cidade é uma obra “estruturante

e decisiva” para a cidade e para o concelho, por se tratar de um nó rodoviário estratégico que permite a ligação ao Vale da Fontinha, mas também na ligação às Barreiras do Tejo e Rossio ao Sul do Tejo, tendo ainda anunciado que em breve será realizada uma empreitada de requalificação da estrada de ligação Abrantes/Barreiras do Tejo (a Avenida do Paiol). Rui Santos, vereador eleito pelo PSD, ficou satisfeito com este lançamento porque, afirmou, esta é uma obra que o PSD defende como prioritária há muitos anos. Armindo Silveira, vereador eleito pelo Bloco de Esquerda, revelou que leu as fichas do Plano de Urbanização de Abrantes e, concordando com esta obra, espera ser chamado para quando o executivo socialista decidir os financiamentos para o lançamento da obra. Ainda nas explicações em reu-

nião do executivo, o vereador João Gomes revelou que a Avenida Dr. Francisco Sá Carneiro vai ter uma intervenção nos passeios até à zona do viaduto para construção de taludes que criem mais segurança para peões e automobilistas no que diz respeito a eventuais quedas de terras ou pedras, usuais naquelas encostas. Mas se esta intervenção vai ficar, para já, à espera do momento certo para poder avançar, há outra que Manuel Jorge Valamatos disse estar quase no terreno. Trata-se da requalificação do parque de estacionamento junto à entrada do Hospital de Abrantes que é atualmente um espaço em terra batida. Neste caso, a intervenção vai ser feita pela União de Freguesias de Abrantes e Alferrarede através de um contrato inter-administrativo e que nada tem a ver com o projeto da nova rotunda. Jerónimo Belo Jorge PUBLICIDADE

Março 2021 / JORNAL DE ABRANTES

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REGIÃO / Sardoal

Alcaravela arranca com valência de Lar num “ato de amor”

// Com recurso ao crédito e com o apoio de uma candidatura ao Programa “Centro 2020”, a Associação de Assistência e Domiciliária de Alcaravela passa a ter a resposta social ERPI. “É um sonho, é o paraíso”. É com estas palavras que o Presidente da Direção da Associação de Assistência e Domiciliária de Alcaravela (AADA), Manuel Bento, descreve estes dias. A AADA tem, desde o início deste mês, a nova valência de Lar, ou seja, é uma Estrutura Residencial para Pessoas Idosas. É de lágrimas nos olhos e de voz embargada que Manuel Bento e Jorge Gaspar, presidente da Mesa da Assembleia Geral da Instituição, nos recebem e falam deste projeto. Nas suas palavras, percebe-se o amor e o carinho que dedicam a esta casa. “É um ato de amor”, ouvimos dizer. Dado o envelhecimento da população do concelho de Sardoal e a pouca oferta da resposta social de Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI), “era absolutamente fundamental e urgente a Instituição passar a ter também esta resposta social”, afirma Jorge Gaspar, presidente da Mesa da Assembleia Geral da Instituição. “Por outro lado”, acrescenta, “sem esta resposta de ERPI, a AADA teria, indiscutivelmente, a sua sustentabilidade e existência comprometidas a muito curto prazo, porque os utentes do Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário, ao verificarem a impossibilidade da Instituição lhes garantir a continuidade do acompanhamento quando estivessem com maior dependência, acabariam por procurar outras soluções, fora da sua terra e longe das suas famílias, onde a resposta ERPI lhes pudesse ser assegurada”. Ora, isso era algo que todos queriam evitar. Os idoso e os seus familiares por não quererem sair da sua terra, e a AADA por não querer ver sair aqueles de quem

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tem cuidado ao longo dos anos. Perante esta situação, “e não havendo recursos financeiros para um aumento de capacidade das instalações como seria desejável”, a Instituição elaborou um projeto para a adaptação e aproveitamento da capacidade sobrante das suas instalações, para a resposta social ERPI, exclusivamente no edifício existente, sem alteração da sua área de implantação. Com este propósito, o projeto inicial incidia apenas no piso inferior do edifício, com a construção de 5 quartos (1 individual, 3 duplos e 1 triplo, num total de 10 camas) e dependências de apoio direto aos mesmos. No entanto, para que o mesmo obtivesse o parecer favorável do Instituto da Segurança Social (ISS), foi necessário incluir no projeto a melhoria de todo o edifício existente (dois pisos), ao nível das acessibilidades, condições de trabalho e segurança contra incêndios. Com o projeto “Adaptação do Centro de Dia e Remodelação para ERPI” aprovado pelo ISS, mas sem capacidade financeira para concretizar a obra, a AADA submeteu uma Candidatura ao Programa Operacional Regional “Centro 2020” para a parte da “Adaptação do Centro de Dia”, que viu aprovada com um financiamento de cerca de 57.137 euros. Foi com este “precioso apoio” do “Centro 2020” e com recurso a um empréstimo bancário de 170.000 euros, que a Instituição levou a cabo a empreitada entre janeiro e setembro de 2020, e até final do ano foi possível proceder ao apetrechamento das instalações da nova ERPI. Após a fase final do licenciamento por parte do ISS, está previsto

JORNAL DE ABRANTES / Março 2021

/ Jorge Gaspar, Telma Vitorino e Manuel Bento

/ Um dos quartos duplos da Instituição para o dia 8 de março o arranque desta nova resposta social. A Direção da AADA sublinha que, para além da candidatura e do recurso ao crédito, só foi possível ter condições para iniciar a nova resposta social ERPI, porque ao longo de todo o processo, “a Instituição contou com a generosidade de diversas pessoas e instituições, através de donativos, quer em dinheiro, quer em espécie”. Refere que todas as ajudas foram muito importantes, mas salienta o apoio do Rotary Club de Abrantes, que ofereceu quatro camas completas e o empréstimo sem juros de 20.000 euros de alguns sócios, para apoio de tesouraria durante a obra. No sentido de obter Acordos de Cooperação da Segurança Social para a resposta social ERPI, a AADA efetuou uma candidatura ao programa PARES 3.0 e aguarda “ansiosamente” a sua aprovação, para dessa forma ser possível baixar o valor das mensalidades tornando-as acessíveis às pessoas com

menores rendimentos. A Associação possui neste momento 12 utentes em Centro de Dia, 27 utentes em Serviço de Apoio Domiciliário, e a partir deste mês, passará a ter capacidade para 10 residentes em ERPI. Para garantir este serviço, a AADA tem no seu quadro 10 trabalhadoras e com esta nova resposta social, passará a ter 14. “Infelizmente”, por via da pandemia da Covid-19 e do encerramento dos Centros de Dia, a AADA tem todos os seus utentes domiciliados, tendo por isso sido possível fazer uma visita às suas instalações, onde é notório o ambiente familiar e acolhedor da Instituição. Na opinião de Jorge Gaspar, “a seguir à sua inauguração, este é sem dúvida, o marco mais importante na história da Instituição”. Referindo que faz questão de colaborar e acompanhar de muito perto a Direção, salientou que tudo isto estava a ser possível, por dois motivos: primeiro, porque a AADA tinha a “sorte” de ter uma Dire-

ção constituída por pessoas, que, “com grande dedicação e invulgar disponibilidade, estão presentes diariamente e gerem a Instituição com grande rigor, responsabilidade e sempre com o foco no equilíbrio entre a excelência do serviço e a sustentabilidade financeira”; e segundo, porque “o profissionalismo das colaboradoras ao longo destes 16 anos, fez com que a qualidade do serviço prestado pela Instituição seja amplamente reconhecida, levando as pessoas a ajudar a Associação”. O mesmo é confirmado pela diretora técnica, Telma Vitorino, que também fala dos últimos tempos com alguma tristeza por não poder contactar com “os seus idosos” e vê nesta nova valência mais uma forma de poder chegar junto dos idosos que já frequentavam a Instituição mas que agora poderão “ser acarinhados” 24 horas por dia. Já Manuel Bento reconhece a dedicação e o amor de Jorge Gaspar a esta causa e afirma, vezes sem conta que “isto não seria possível sem este senhor”. A Associação de Assistência e Domiciliária de Alcaravela (AADA) é uma IPSS com sede em Santa Clara, freguesia de Alcaravela, concelho de Sardoal. Foi constituída em 28 de abril de 1990, registada na Direção-Geral de Ação Social em 27 de maio de 1991 e desenvolve desde 15 de maio de 2005, as respostas sociais de Centro de Dia (CD) e Serviço de Apoio Domiciliário (SAD). Juntamente com outras IPSS da nossa região, participa no Programa Operacional de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas e é a Entidade Coordenadora Local de Parceria do CLDS 4G “SER Sardoal”. Patrícia Seixas


REGIÃO / Vila de Rei

Cadastro Simplificado para colocar Vila de Rei no mapa // “Agora já pode deixar o seu nome no mapa de Vila de Rei”. É este o slogan que tenta convencer os vilarregenses a fazerem o registo dos seus terrenos. O BUPI Balcão Único do Prédio, entrou em funcionamento no dia 22 de fevereiro. Encontra-se já disponível em Vila de Rei, desde o dia 22 de fevereiro, o BUPi – Balcão Único do Prédio, com um balcão de atendimento presencial onde os proprietários poderão realizar a georreferenciação e o registo dos seus terrenos. A georreferenciação é a identificação de um terreno através de coordenadas geográficas, para que não existam dúvidas sobre os limites da propriedade, sendo mais fácil protege-la. Se os seus terrenos já estão registados na conservatória, esta georreferenciação será automaticamente associada ao seu prédio, sem custos ou aumento de impostos associados. Caso contrário, a georreferenciação pode ser feita, igualmente de forma gratuita, através de um técnico do município, no balcão BUPi do Município ou no site www.bupi.gov.pt. Para efetuar este serviço, será necessário apresentar o seu cartão de cidadão e a Caderneta Predial com o número das matrizes a georreferenciar. No caso de não haver registo na conservatória, poderá registar o seu prédio ao apresentar

/ “Só assim será possível um melhor planeamento do nosso território, bem como o reforço da defesa da floresta contra incêndios” – Ricardo Aires documentos que provem que o terreno lhe pertence, como a escritura de compra e venda, habilitação de herdeiros ou decisão judicial. Os serviços do Município de Vila de Rei desenvolveram ainda um Manual de Utilizador do BUPi e um Manual de Utilizador do Google Maps para todos os usuários

que desejem realizar este procedimento sem terem de se deslocar ao balcão BUPi. Ricardo Aires, presidente da Autarquia de Vila de Rei, apela para que os vilarregenses “utilizem o nosso balcão BUPi e identifiquem todos os seus terrenos rústicos e mistos. Só assim será possível uma

melhor gestão e planeamento do nosso território, bem como o reforço da defesa da floresta contra incêndios”. Para o autarca o BUPI “era um ensejo antigo que já vínhamos a pedir a este Governo há algum tempo”. Os munícipes já começaram a fazer as marcações para os registos e a reunir a documentação necessária a apresentar. “Tendo já as coordenadas GPS é muito mais fácil, mas se não tiverem, terão que dizer mais ou menos onde é o seu terreno e as suas extremas”, explicou Ricardo Aires que disse esperar depois que “a Administração Central esteja a fazer os registos ao mesmo ritmo que nós vamos estar a fazer este serviço”. Considerando uma mais-valia para o concelho, o autarca reforça ainda a ideia de o registo ser gratuito. O registo das propriedades vai garantir a devida proteção dos direitos dos proprietários, é obrigatório para a compra e venda de terrenos, ajuda na gestão do território rústico e contribui para a prevenção de incêndios.

Em caso de manifesta necessidade, um técnico do BUPi poderá ainda apoiar no levantamento no local. Para integrar o Programa de Transformação da Paisagem o cadastro florestal é essencial e Vila de Rei é “o único concelho aqui à volta que não tem, estamos um pouco mais atrasados mas vamos ver se nos conseguimos pôr na carruagem para iniciar o projeto que o Governo nos propôs realizar. Aqui no concelho vai ser um pouco mais difícil mas, de certeza absoluta, que vamos estar no Programa de Transformação da Paisagem”. Sendo o concelho maioritariamente composto por minifúndio, “a ferramenta já está cá” mas Ricardo Aires assume que “vai ser bastante difícil ter o concelho todo cadastrado” o que, na sua opinião, “vai levar décadas”. Sendo que, normalmente, o mais difícil é começar, em Vila de Rei o processo já arrancou e espera o presidente da Câmara que “as pessoas entendam que é uma mais-valia e que haja uma boa adesão”.

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SOCIEDADE /

Semana Santa e Páscoa só em 2022 ( e a ver vamos...) // A pandemia está a levar muito da vida de todos. Depois de um 2020 em que o país quase que parou, 2021 não se afigura muito diferente. A um mês de um dos momentos altos na região, Semana Santa e Páscoa, o Jornal de Abrantes foi saber o que está previsto em Constância e Sardoal. dos, segundo o que dão a entender o senhor Presidente da República e o senhor Primeiro-ministro”. Sardoal terá então “imaginação suficiente para lembrar estes momentos tão importantes da nossa vida vida comunitária”. Em Constância, a Páscoa é o momento alto do concelho com a realização das Festas do Concelho / Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem. Diz o presidente da Câmara Municipal, Sérgio Oliveira, que “não nos parece que hajam condições para fazermos as Festas nos moldes habituais” e avança que “o que estamos a preparar é uma cerimónia simbólica para não deixar de assinalar quer o Feriado Municipal, quer o Dia de Nossa Senhora da Boa Viagem. Será algo muito reduzido em termos de participações e apenas para não deixar cair no esquecimento este dia importante para o nosso concelho”.

Plano B

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O Governo irá anunciar, em 11 de março, as medidas para iniciar o desconfinamento no país e o Jornal de Abrantes quis saber se os municípios têm “plano B”, em caso de alívio das medidas. “Mesmo que o desconfinamento se inicie, eu acho que não há con-

dições para fazer as Festas, atendendo a que são em espaço público, aberto, sem a possibilidade de fazer controlo de entradas”, refere Sérgio Oliveira. Para o autarca, “estar a fazer umas Festas, com a dimensão que as Festas do Concelho de Constância têm, mas só para meia dúzia de pessoa, acho que não faz sentido fazê-las”, pois, Para Sérgio Oliveira, “o principal objetivos das Festas – para além da projeção do concelho a nível cultural e turístico – é ajudar a economia local, nomeadamente as associações, as coletividades e o comércio local”. Não dando para “fazer as tasquinhas nos moldes habituais e as ruas embelezadas como habitualmente, com ou sem desconfinamento, não vivemos tempos para grandes aventuras”. Já em Sardoal, “o plano B, podendo as coisas correr normalmente, será o abrir as portas das nossas capelas e haver tapetes de flores”. No entanto, Miguel Borges diz não acreditar nessa possibilidade, adiantando que “nem é desejável”. Relembra que “há um ano estávamos com números muito mais favoráveis do que aqueles que estamos hoje”. Num exercício de imaginação, e “daqui a um mês os números vão ser menos favoráveis do que tínhamos há um ano? É é tempo de termos ainda alguma contenção. Enquanto não houver imunidade de grupo, as coisas têm que ser feitas com todas as cautelas porque ninguém quer uma 4.ª vaga”.

O impacto nas vilas

“Além de todo o impacto sentimental, é claro que também há impacto em toda a dinâmica da nossa economia local”, refere Miguel Borges que lamenta o facto de “os nossos comerciantes não poderem

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JORNAL DE ABRANTES / Março 2021

/ Paulo Sousa

Com a Semana Santa a ter início a 28 deste mês, Miguel Borges, presidente da Câmara Municipal de Sardoal afirma que “vai ser um ano que, em princípio, não será muito diferente do ano anterior e muito diferente daquilo que foi há dois anos”. Em termos de situação pandémica, “não sabemos bem como é que vamos estar daqui a um mês mas não vai ser aquela Semana Santa a que estamos habituados”, garante o presidente. No entanto, a data não vai ser “esquecida” e, afirma Miguel Borges, “já estamos a preparar algumas situações para não deixar passar despercebida a nossa Semana Santa”. Um concurso de desenho digital de pintura de tapetes, em articulação com a Escola, continuar com o Projeto Capela e “também algumas situações articuladas com a Filarmónica” são algumas das atividades que irão ter lugar. Ou seja, “nós vamos assinalar a Semana Santa e a Páscoa, não da forma que todos estão habituados mas será de uma forma diferente”. Miguel Borges lembra que “o ano passado fomos praticamente apanhados desprevenidos, porque foi quase em cima do início do confinamento e este ano já sabemos mais ou menos com o que contamos. Na pior das hipóteses, vamos estar confina-

aproveitar esta altura para fazerem o seu negócio com os milhares de pessoas que nos visitam”. “É mais um revés”, declara. Em Constância, a nível económico repete-se “o impacto que já teve no ano passado e vai ter novamente agora a nível do comércio local e das associações”, agravando-se este ano pois, segundo Sérgio Oliveira, “as associações estão praticamente há um ano sem fazer atividades e apesar de a Câmara Municipal continuar a assegurar o pagamento das despesas fixas, algumas associações continuam a ter algumas dificuldades”. No comércio local, “se o ano passado foi difícil, este ano muito mais difícil é porque têm os estabelecimentos encerrados há várias semanas e o período das Festas era um balão de oxigénio”.

A comunidade

Sérgio Oliveira reconhece que também no concelho de Constância “as pessoas já acusam algum grau de saturação do facto de estar fechado, estar confinado, não haver convívio

social” mas, para o presidente da Câmara “temos que pensar positivo, pensar que vamos ultrapassar esta situação difícil e que este esforço coletivo que estamos a fazer é necessário para a ultrapassar”. A cerimónia simbólica ainda está a ser articulada entre a Câmara Municipal, Assembleia Municipal e a Paróquia de Constância. Em Sardoal, Miguel Borges também refere que “principalmente, o que queremos é que as pessoas tenham saúde e que, para o ano, possam vir ao Sardoal com toda a segurança. Esta Páscoa ainda não nos vai trazer essa segurança, por isso, é importante que continuemos com saúde”. Em Sardoal também não há qualquer indicação a respeito das cerimónias religiosas “mas este mês vai ser decisivo para sabermos o que vem em termos de desconfinamento. “Sendo certo”, refere Miguel Borges, “que o desconfinamento não será tudo. Uma coisa é desconfinar, outra é continuar a cumprir as regras”. Patrícia Seixas


REGIÃO / Mação

Estão a nascer os passadiços de Ortiga

// A busca de trilhos e zonas de passeio pelo interior do país, é cada vez mais uma oferta que vai ganhando adeptos. E a proliferação de passadiços abre novas portas para um turismo de ar livre igualmente a crescer. Em Ortiga, concelho de Mação, estão a nascer uns passadiços que permitirão calcorrear cerca de 1 300 metros, por dentre trilhos de terra e estruturas de madeira, na margem esquerda do rio Tejo. Trata-se de uma obra da Câmara Municipal de Mação na Rota das Pesqueiras e das Lagoas do Tejo e que ficará ligada à Rota do Rio Tejo assim como à PR4, na rede das Rotas de Mação. Esta zona dos passadiços, em obra que deverá estar concluída ainda nesta primavera, tem a entrada na zona conhecida como Bairro dos Pescadores, perto da barragem de Belver. Seguramente, para as gentes de Ortiga habituadas a percorrer os trilhos junto ao rio para chegar às pesqueiras, é, mais ou menos, fácil andar pelas pedras, entre vegetação. Para uma visita mais turística, estes passadiços constituem uma porta de acesso a zonas de acessibilidades mais difíceis, já que estão construídos sobre pequenas linhas de água e sobre as pedras que ladeiam a margem do rio, as pesqueiras e as lagoas.

Será a porta de entrada para uma “visita ao Tejo” diferente das “normais” que temos. Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal de Mação, explicou ao Jornal de Abrantes que a obra deverá estar concluída no prazo de um mês e meio a dois meses, ou seja, em final de abril ou início de maio os passadiços estarão prontos. Como os passadiços em Portugal, estão muito na moda, quem passa por aquelas bandas tira fotografias e publica-as nas redes sociais, o que aguça ainda mais a curiosidade para quando for permitido percorre-los. Nestas partilhas, o autarca de Mação diz que também tem recebido críticas de quem diz que vai correr mal e indica que são opiniões que respeita. Vasco Estrela diz que pensa que vai ser uma mais-valia para aquela zona. Há a praia fluvial, o parque de campismo, restauração e pode haver muitos benefícios com mais esta zona de percursos que vai permitir aceder a zonas em que, sem as estruturas de

madeira, eram de muito difícil acesso. “Pode vir a ser um fator diferenciador ir às lagoas apreciar toda aquela paisagem”, exemplificou o autarca. É certo que por ali já existia um trilho na margem, mas o que se procurou fazer nestes passadiços foi, explicou o autarca, “colocar as pessoas o mais próximo do rio, mas em segurança. E conseguir colocá-las por cima das lagoas para as poderem apreciar”. Esta é uma rota ou uns passadiços do concelho de Mação, mas não esquece que integram uma candidatura a um programa intermunicipal assente na criação de rotas junto ao rio Tejo (e na zona do Agroal, em Ourém) e que tem a ver com o património natural e com a água. Vasco Estrela vincou que, naturalmente, a intervenção que está a ser feita tem a aprovação da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional e da Agência Portuguesa do Ambiente. É que nas zonas onde está a ser feita esta intervenção, há a necessidade destas entidades autorizarem

qualquer projeto que qualquer entidade ali queira implementar. Aliás, nesta intervenção, a Câmara Municipal está a construir uma plataforma em madeira que irá albergar as casas dos pescadores, mantendo, desta forma, esta ligação ente a faina da pesca e o turismo. Vasco Estrela diz que estes passadiços, em ligação direta às Rotas e ao Núcleo Museológico de Ortiga, podem fazer “um caminho” muito interessante. O autarca destaca que há um conjunto de atividades que poderão vir a ser desenvolvidas em torno destes equipamentos. Por exemplo, a ligação à pesca, a criação de campos de pesca para perpetuar esta atividade, profissional e lúdica, com raízes muito fortes na zona de Ortiga. Esta empreitada tem um custo total de 281 mil euros e a execução prevista de 180 dias. Os trabalhos estão no terreno e uma parte significativa está implementada na zona mais próxima do Bairro dos Pescadores. De referir que a Associação das Rotas de Mação tem, naquela

/ Os passadiços começam no Bairro dos Pescadores e o percurso é de cerca de 1300 metros

zona, a passagem da PR4 Rota da Ortiga Sul que é caracterizada por ter um percurso circular de 15 quilómetros que pode ser percorrido em cerca de 4 horas. De acordo com a Associação, esta rota em um grau de alguma dificuldade, com um desnível acumulado de 204 metros, a altitude máxima de 142 metros e a mínima de 27 metros. Esta é uma das rotas com percurso homologado pela Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal. Essas são atividades que poderão vir a ser desenvolvidas no futuro e em articulação entre várias entidades. O certo é que, ainda nesta primavera, os passadiços vão estar prontos a ser calcorreados e poderão constituir uma boa opção de visita em período de desconfinamento da pandemia. Jerónimo Belo Jorge

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REGIÃO / Vila Nova da Barquinha

Pelourinho e Pedra de Armas “devolvidos” a Atalaia // A pedra do Pelourinho de Atalaia está no Convento de Cristo, em Tomar. Após investigação apurada e recorrendo aos testemunhos da época, foi possível identificar a coluna 610. Já foi desencadeado o processo para que o pelourinho possa regressar ao município de Vila Nova da Barquinha, mais concretamente ao Centro Comunitário de Atalaia. Num artigo de opinião, Fernando Freire, que para além de presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha é um entusiasta da história, escreve que “importa relevar que a maioria dos concelhos em Portugal padeceu da razia da administração autárquica que, de camartelo municipal em punho, e num desprendimento injustificado, destruíram por esse País fora esses padrões, “símbolos da liberdade municipal”, parafraseando Alexandre Herculano. Ao Jornal de Abrantes, Fernando Freire começou por explicar que “por relatos que tinha lido, das investigações (…) eu já há algum tempo que andava atrás do pelourinho porque sabia que ele, de facto, estava no Convento de Cristo. Mas tinha que saber onde estava e, para isso, tinha que ter elementos de prova, como uma fotografia ou pintura. Porque não é só dizer onde está, há que provar… e isto é uma agulha no palheiro. Mas nesta temática dos Templários e entre uma exposição e outra, “temos contactos com os técnicos e, às vezes, temos boas vontades e quando a vontade nos une, tudo se consegue”. E foi assim, através de Rui Ferreira, da Direção-Geral do Património Cultural, “que foi possível chegarmos à peça”. Há um relato de 1923 de Júlio de Sousa e Costa, “que foi um excelente historiador e foi administrador neste concelho e, em 1940, também há um relato que eu encontrei no jornal «O Moitense», cuja coleção completa foi oferecida por uma família e está no Arquivo Municipal, e lá vinha a citação de que a pedra tinha sido depositada no Convento de Cristo. Também já tinha estado com o antigo bispo de Coimbra, que tinha igualmente estudado naquela escola – antigos Paços do Concelho de Atalaia, depois Escola Primária e agora Junta de Freguesia – que me disse que existia, de facto, uma coluna junto da escola e que era o antigo pelourinho”. Fernando Freire adiantou que “entretanto foi possível descobri-lo, temos identificada a coluna 610 do pelourinho no alto inventário”. O autarca informou que “já comuniquei com a dr.ª Andreia Galvão no sentido de trazer essa coluna. Porque há uma Lei 33 que diz que sendo pedido, pode regressar ao respetivo Município: “…o pelourinho que exista fora do seu primitivo

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/ Pedra do Pelourinho de Atalaia, coluna 610 do inventário do Convento de Cristo

local será, quando possível, nele reintegrado, por conta da respetiva municipalidade.”. Foi o que fiz e agora vai-se desencadear o processo junto da Direção-Geral do Património Cultural e dentro em breve teremos o pelourinho em Atalaia”. Mas na Atalaia onde se situaria o pelourinho? Segundo o artigo escrito por Fernando Freire, “numa primeira análise puramente especulativa diria que junto dos antigos paços de concelho, onde hoje se situa a Junta de Freguesia. Todavia, atendemos ao seguinte relato: “Havia um cruzeiro na Atalaia que o camartelo destruiu há muitos anos, talvez há mais de sessenta. Parece

JORNAL DE ABRANTES / Março 2021

O pelourinho irá ficar no Centro Comunitário de Atalaia

que constava duma cruz assente num pedestal com três degraus e ereto a pouca distância da Capela de S. Sebastião, destruída ou demolida há poucos anos, e situada na parte sul da vila” (in Boletim da Junta de Província do Ribatejo / dir. ed. Abel da Silva. Santarém, J. R R., 1940). Agora, diz o presidente da Câmara que o pelourinho irá depois ficar no Centro Comunitário de Atalaia, “que é o local onde temos exposições e onde está o antigo Rádio Independente da Atalaia e também onde temos uma coleção de bonecas de porcelana e algumas pedras do séc. XVI da Confraria Nossa Senhora do Sacramento. Vai ficar muito bem

entregue e muito bem instalado, como fazem os povos de Atalaia nestas questões do Património. Estamos a tentar que ele volte”.

A Pedra de Armas

Por outro lado, também vai regressar às origens a Pedra de Armas que esteve na denominada “Casa do Patriarca” na Vila de Atalaia e que representa o brasão da Família Manoel, “envolto pelas referências à qualidade de Bispo e Patriarca que usou o Senhor D. João Manoel (1686-1758), cujos restos mortais se encontram sepultados na Igreja Matriz da Atalaia”. Este protocolo foi assinado pelo Município e pelos familiares de D. José Manoel, 2º Cardeal Patriarca de Lisboa. No protocolo, pode ler-se que a Pedra de Armas “deverá ser colocada na Igreja Matriz da Atalaia, devidamente enquadrada nos termos da proposta arquitetónica a apresentar (uma vez retirada a referida “pedra de armas” da sua atual localização) pelo arqtº D. Bernardo d’Orey Manoel, e que conterá os seguintes dizeres: Pedra de Armas de D. José Manoel da Câmara (Lisboa, 25 de Dezembro de 1686 – Atalaia, 9 de Julho de 1758), segundo Patriarca de Lisboa (1754), filho dos quartos condes de Atalaia, cujos restos mortais se encontram sepultados no altar-mor desta Igreja”. Originalmente, esta Pedra de Armas foi concebida para a “Casa do Patriarca”, em Atalaia. Na primeira metade do século XX, foi removida e instalada no portão principal da Quinta, localizada no distrito de Santarém. Em 2020, descendentes do segundo Cardeal Patriarca de Lisboa ofereceram à Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha este testemunho histórico, para que pudesse regressar à povoação da Atalaia. “Muito contente fico com o protocolo com os herdeiros e descendentes do Conde da Atalaia”, afirmou Fernando Freire que acrescentou que “a pedra de armas também se foi embora e agora regressa e vai ficar depositada junto do túmulo do Cardeal Patriarca D. José, sumo cardeal patriarca de Lisboa, que foi 4.º filho dos Condes da Atalaia”. “Assim vamos reconstituindo a história, avocando aquilo que é património de todos nós”, disse Fernando Freire. Patrícia Seixas


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REGIÃO / Sardoal

Vereadores do PS questionam quadro de pessoal do Município... // Na reunião de dia 10 de fevereiro do Executivo da Câmara de Sardoal, o ponto que visava a orçamentação e gestão das despesas com o pessoal para o ano 2021, deu alguma discussão. O presidente Miguel Borges introduziu o ponto 5 da reunião do Executivo, “2021 – Orçamentação e Gestão das despesas com o pessoal” e apresentou a questão como “meramente administrativa” e “como está no Orçamento e Plano de Atividades”. Apesar de ser um documento “meramente técnico”, sem ele “não podemos pagar o ordenado dos trabalhadores nem as senhas de presença dos senhores vereadores”, gracejou o autarca. O vereador socialista Pedro Duque tomou depois a palavra para afirmar que “não obstante termos aprovado a considerável incrementação do aumento de pessoal que se verificou no final do ano, com a regularização dos precários, entendemos que o Município de Sardoal tem um efetivo de recursos humanos que consubstancia um esforço considerável de 60 % daquilo que é o Orçamento do Município”. A oposição considera que o quadro de pessoal, “e este esforço que o Município e os seus munícipes fazem”, não se repercute “nos serviços, benefícios e apoios” prestados à população. “Nós entendemos que os recursos humanos de que o Sardoal dispõe, deveriam ser otimizados por forma a proporcionar um melhor aproveitamento e disponibilizarem um conjunto de serviços mais abrangentes e mais alargados à população”, declarou o vereador Pedro Duque, anunciando a abstenção do PS neste ponto e também a existência de uma Declaração de Voto. Antes da leitura da Declaração de Voto por parte dos vereadores do PS, o presidente da Câmara afirmou que “aquilo que o senhor disse não me ajuda absolutamente nada a gerir os destinos do concelho por-

/ Vereadores do PS afirmam que há setores com excesso de trabalhadores no Município que tanto pode estar a referir-se ao Sardoal como a qualquer outro concelho deste país”. Miguel Borges lembrou “que há opções claras que nós tomámos” e que o efetivo aumentou muito pela delegação de competências na área da educação, do facto de o Município ter assumido a valência da creche, mas também com a regularização dos precários e com a mudança das regras no que diz respeito às aposentações que estavam previstas. “A regularização dos precários foi feita numa perspetiva de que a aposentação avançaria num quadro que não avançou, está neste momento a avançar”, disse o presidente, acrescentando

… e acusam Executivo de negar documentação Depois de na reunião de Câmara de Sardoal de 17 de fevereiro, em que o vereador socialista Pedro Duque leu uma declaração política onde acusa o presidente da Autarquia de autoritarismo e de confrontação ao Governo, no que chamam de “postura leviana e populista”, agora foi a vez de o assunto chegar à Assembleia Municipal pelo depu-

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tado Adérito Garcia. O deputado socialista falou de um “tom crispado, (…) não adequado” e voltou a referir que foi negado aos vereadores da oposição o acesso a documentos. “Naquilo que me foi relatado, são conversas que parece que desconsideram os vereadores da oposição. Negando o acesso aos docu-

JORNAL DE ABRANTES / Março 2021

que “o número de trabalhadores que supostamente iriam para a aposentação, em virtude do quadro favorável que lhes tinha sido proporcionado na altura, não se veio a verificar e, como tal, muitos trabalhadores não saíram”. Esse foi um dos fatores que contribuiu para que “aumentássemos a massa salarial”. Contudo, Miguel Borges falou ainda do facto de o Município ter “bombeiros municipais que outros municípios não têm, temos um Centro Cultural com uma equipa permanente para dar resposta e que eu entendo como uma mais valia”. “O facto de nós assumirmos a delegação de competências no âmbito da educa-

“O peso dos encargos com pessoal no orçamento do Município (3,5M€ / 6,4M€), ronda os 60%. Um rácio consideravelmente alto, comparado com Municípios da nossa dimensão” - Pedro Duque

mentos, parece que está a pôr em causa o profissionalismo e a ética dos vereadores”, afirmou Adérito Garcia. O presidente da Câmara de Sardoal, Miguel Borges, respondeu, dizendo que “nada do que foi dito é verdade”. E explicou o que se passa com os documentos pedidos… “Em momento algum o presidente da Câmara negou o acesso às atas. O que aconteceu, perante aquela pergunta e sabendo eu que estamos a falar de uma área reservada”, explicou que na Comissão Municipal de Defesa da Floresta

há muitas outras entidades envolvidas. O Jornal de Abrantes voltou a ouvir as declarações proferidas na reunião de dia 10 de fevereiro e que têm gerado estas discussões. Na reunião, o vereador socialista Carlos Duarte questionou o presidente sobre quem eram as entidades que compunham a Comissão Municipal de Defesa da Floresta e se poderia ter acesso às atas da referida Comissão. Miguel Borges explicou que as atas são reservadas, mas que o vereador poderia consultá-las se se

ção, tudo o que são trabalhadores da escola estão refletidos na massa salarial do nosso Município”, declarou Miguel Borges, lembrando ainda que “temos agora um conjunto de trabalhadores, dos quais precisamos, e que está afeto à creche municipal”. Para esta valência, Miguel Borges avançou que são necessárias 15 pessoas pois existem dois turnos. Pedro Duque acrescentou depois que a posição do PS é conhecida e que a declaração de voto não ia “trazer nada de novo”. No entanto, afirmou que “existem setores na nossa estrutura que são seguramente superavitários”, com excesso de trabalhadores, e há outros, mais operacionais, que são deficitários”, referindo-se a pessoal das limpezas e jardins. Miguel Borges interveio e disse que o vereador estava “a partir de um pressuposto errado” e desafiou Pedro Duque a enumerar os setores onde considerava que havia excesso e défice de colaboradores. Outros assuntos vieram, entretanto, à discussão e, no final, Pedro Duque lá leu a Declaração de Voto dos vereadores do PS que justificava a abstenção na votação do ponto. Na Declaração, os vereadores defendem “uma reorganização dos serviços, por forma a direcionar um maior volume de recursos para sectores, que consideramos deficitários, essencialmente ao nível do apoio social, nas suas várias vertentes, bem como dos serviços operacionais”. No final, Pedro Duque e Carlos Duarte apresentaram ainda um requerimento onde pedem que lhes seja disponibilizado o “organograma dos serviços, onde constem descriminadas as várias Divisões, Secções, Setores, Serviços e Gabinetes, com a indicação dos respetivos conteúdos funcionais e número de efetivos do quadro de pessoal da autarquia que lhe estão afetos”. O ponto sobre a orçamentação e gestão das despesas com o pessoal para o ano 2021 no Município de Sardoal foi aprovado pela maioria social-democrata. Patrícia Seixas

deslocasse ao seu gabinete. “São atas reservadas até porque temos lá um conjunto de entidades. Se houver alguma questão que o senhor queira saber, dirija-se ao presidente”, afirmou Miguel Borges. Perante a insistência de Carlos Duarte sobre o acesso às referidas atas, afirmando que “não ia fazer mau uso”, o autarca disse que “os senhores vereadores terão todo o direito e disponibilizá-las-ei se os senhores aqui vierem ao meu gabinete”, reiterando que as atas não são públicas. Patrícia Seixas


REGIÃO / IC9 e ponte: “Os interesses da região vão continuar a ser defendidos” // O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) do Governo, que está em discussão pública, foi discutido na reunião de Câmara de Abrantes, em 23 de fevereiro. Isto porque a inclusão do IC9 não consta do documento. / A conclusão do IC9, no troço Abrantes – Ponte de Sôr, um troço de cerca de 35 km’s, contempla a construção de uma travessia sobre o rio Tejo. No Plano Rodoviário Nacional de há 20 anos, essa ponte está projetada para o nó da Abrançalha, na A23.

por muitos anos a concretização desta infraestrutura e, quiçá, poderemos condenar ao fracasso algumas empresas já instaladas e o comércio que ainda resiste”.

Armindo Silveira pediu que “o Executivo solicite uma reunião urgente com o Ministério do Planeamento para que seja vincada a importância vital desta infraestru-

concelho”, bem como a construção do Terminal 3 do aeroporto de Tancos. Manuel Jorge Valamatos concordou com os vereadores da oposição e afirmou que vai continuar a defender tanto o aeroporto em Tancos como a ponte sobre o Tejo e a ligação do IC9 a Ponte de Sôr. Quanto ao aeroporto, o autarca relembrou que essa é uma posição “validada por todos os municípios que compõem o Médio Tejo e muitos dos municípios da Lezíria olham com muito interesse para esta reorganização do aeroporto de Tancos”. Relativamente ao IC9 “é que não há discussão possível”, afirma Manuel Jorge Valamatos que assegurou que “se alguém tem lutado pelo IC9 e se alguém conseguiu mantê-lo e afirmá-lo no Plano Nacional Rodoviário, temos sido nós” pois esta “é uma questão de afirmação desta região”. Para toda a região e sendo uma ligação ao sul, “é determinante para o nosso desenvolvimento e, quando se fala de assimetrias entre o litoral e o interior, eu reforço sempre esta necessidade do IC9”. Os interesses da região vão continuar a ser defendidos, garante o presidente da Câmara de Abrantes, que se comprometeu a lutar pelos projetos em discussão. Patrícia Seixas PUBLICIDADE

A questão surgiu pelo vereador do Bloco de Esquerda, Armindo Silveira, que considera que a exclusão do ICP no PRR será “um entrave ao desenvolvimento da região”. “No que está plasmado no documento que está em consulta pública, acaba por ser um entrave ao desenvolvimento de uma vasta região onde inclui um corredor internacional”, começou por dizer o vereador. Armindo Silveira disse ser “com muita preocupação” que percebeu que “a conclusão do IC9 e, consequentemente, a construção da ponte rodoviária sobre o rio Tejo entre Abrantes e Tramagal não consta da programação do Plano de Recuperação e Resiliência”. Para o BE, “tal realidade deve merecer uma resposta inequívoca de todos os elementos do Executivo Municipal”, pois entende que “não podemos deixar passar mais uma oportunidade de financiamento, sob pena de adiarmos

tura para o desenvolvimento de toda uma região e que a sua não concretização trará consequências muito nefastas”. Para Rui Santos, vereador do PSD, a conclusão do IC9, a ponte sobre o Tejo e também o Terminal 3 do aeroporto em Tancos devem integrar o Plano de Recuperação e Resiliência e desafiou o presidente da Câmara a dar essas contribuições ao PRR. O social-democrata acrescentou que o projeto de conclusão do IC9 “faz parte do Plano Nacional de Investimento, mas não é demais podermos inclui-la noutros planos” pois “todos nós estamos preocupados”. Para Rui Santos, a ligação do IC9 à A23 é uma obra que “irá permitir uma verdadeira ligação rodoviária do sul em direção ao centro e norte do país”, sendo “uma solução que já está estudada e que tem vindo a ser adiada por diversos governos, de diferentes cores partidárias”. “Para nós, abrantinos, seria a retirada do trânsito pesado da zona urbana da cidade, seria a abertura de novas perspetivas de desenvolvimento e subsequente investimento na zona industrial de Tramagal, onde temos de investir”, afirmou o vereador, lembrando ainda a importância da maior acessibilidade a Santa Margarida, “pese embora seja fora do nosso

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SOCIEDADE /

Autarcas em defesa da

A

pesca sempre foi, nas zonas ribeirinhas, sinal de vitalidade económica, de criação de emprego e riqueza ou, de uma forma mais simplista, de lazer. A pesca lúdica foi, ao longo de muitos anos, a ocupação de fins de semana de muitos cidadãos de todas as localidades que ficam próximas dos rios. Hoje as coisas são diferentes. Há muitos outros tipos de ocupação lúdica dos tempos fora do trabalho e as canas de pesca foram gradualmente substituídas por outras ferramentas. Mesmo assim ainda há que goste de comprar isco e de passar umas horas sentado à beira rio à espera que um qualquer peixe possa “picar” e dar alguma luta ao pescador. Só que, no rio Tejo, entre a Barragem de Belver e a ponte da Chamusca é proibida a pesca lúdica, desde 2019. Ou seja, pode haver pesca profissional ou até concursos de pesca desportiva. Mas ao cidadão que queira ir passar umas horas à beira do rio é vedada, legalmente, essa possibilidade. E esta proibição nada tem a ver com os tempos de pandemia em que a pesca lúdica, erradamente ou não (é outra discussão), está igualmente proibida, mesmo que não crie qualquer tipo de contactos entre pessoas. Nas últimas semanas, os autarcas da região começaram a levantar voz, de protesto, pela proibição da pesca lúdica em muitos quilómetros do rio Tejo entre a Barragem de Belver, concelhos de Mação e Gavião, e a ponte da Chamusca, concelhos da Chamusca e da Golegã, tendo pelo meio Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinha. Esta proibição decorre de terem sido criadas zonas de pesca profissional no rio Tejo. De acordo com o articulado que regulamenta essas zonas de pesca profissional, é proibida a pesca lúdica, não havendo nestes decretos, ou nos edi-

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tais da Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, qualquer explicação para esta medida. Em 2004, a 30 de abril, o governo de Durão Barroso, que tinha como ministro da Agricultura Sevinate Pinto, publica em Diário da República a criação da zona de pesca profissional de Ortiga. Trata-se de uma área definida entre a barragem de Belver (200 metros a jusante da barragem) e a zona do Taínho em Alferrarede (e o Pego na margem direita). Um regulamento que iria entrar em vigor a 1 de janeiro de 2005. Não é referido nestes decretos a proibição de pesca lúdica. Já em 2007, a 18 de abril, é criada uma outra zona de pesca profissional no rio Tejo, desta vez entre o limite da anterior (de Ortiga), ou seja, do Taínho (e na margem direita a freguesia do Pego) até à ponte da Chamusca (Estrada Nacional 243). Este Decreto Lei é do tempo do ministro da Agricultura Jaime Silva, no governo de José Socrates. Em 2015, com a ministra Assunção Cristas na pasta da Agricultura no governo de Pedro Passos Coelho, há legislação (Decreto-Lei n.º 221/2015, de 8 de outubro, e do artigo 81.º do Decreto-lei 112/2017, de 6 de setembro) que vem regulamentar a legislação de 2004 e 2007. E no Decreto-Lei 221, nas zonas de pesca profissional, não há abertura para pesca lúdica: “Nas zonas de pesca profissional é praticada a pesca como atividade comercial sujeita, para além das normas gerais, a normas específicas consignadas nos respetivos planos de gestão e exploração, os quais poderão prever ainda a prática da pesca desportiva”. Sendo que no ponto anterior, nas zonas de pesca lúdica, é permitida a pesca desportiva. Ora se em 2017 e 2018, mesmo depois desta legislação, não houve qualquer alteração nos editais do ICNF, o facto é que em 2019, 2020 e 2021 o ICNF aplica a proibição do exercício de pesca lúdica nestas

JORNAL DE ABRANTES / Março 2021

duas zonas de pesca profissional. Já em 2019, na anterior legislatura, a 5 de maio, o Bloco de Esquerda questionou o Ministério do Ambiente sobre a redução destas zonas de pesca profissional devolvendo alguns troços à pesca lúdica “contribuindo para o bem-estar das populações ribeirinhas”. O facto é que em 26 de novembro de 2019, os editais do ICNF ZPP06 Rio Tejo Constância – Barquinha e ZPP-07 Rio Tejo Ortiga mantêm a proibição de pesca lúdica. A 23 de novembro de 2020, o ICNF volta a publicar os editais das zonas de pesca profissional (ICNF ZPP-06 Rio Tejo Constância – Barquinha e ZPP-07 Rio Tejo Ortiga) e continuam com a proibição, mesmo tendo havido garantias dadas a autarcas de que esse ponto (alínea “a” do artigo “20”) iria ser retirado dos editais que regulamentam a pesca em 2021, o que não aconteceu.

Autarcas a uma só voz defendem o regresso da pesca lúdica

A uma só voz, os autarcas das zonas ribeirinhas defendem o regresso da pesca lúdica porque não interfere, nem com a pesca profissional nem com a proteção de espécies piscícolas. Tanto mais que, como todos dizem, a pesca sempre fez parte da vida das populações ribeirinhas. O Executivo da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha não percebe o sentido de tal decisão visto não estar em causa a proteção das espécies piscícolas. Confrontado com este facto, Fernando Freire assumiu que “já vários munícipes me interpelaram sobre essa temática e, no meu modesto entendimento, acho que estamos a ir muito para além daquilo que é razoável”. O autarca pretende querer “saber porque é que a pesca é proibida para este tipo de atividades. Se não é proibida para profissionais nem para desportistas,


SOCIEDADE /

pesca lúdica no Tejo O que pode ser pescado no Tejo

Temos então que, nos dois troços entre a Barragem de Belver e a ponte da Chamusca, só pode haver pesca profissional e eventos de pesca desportiva. E as espécies aquícolas que podem ser capturadas, respetivos períodos de pesca e dimensões mínimas são os seguintes: • Lampreia-marinha (Petromyzon marinus) - 1 de janeiro a 30 de abril, inclusive – 35 cm; • Sável (Alosa alosa) - 10 de março a 15 de maio, inclusive – 35 cm; • Savelha (Alosa fallax) - 10 de março a 15 de maio, inclusive – 25 cm; • Enguia (Anguilla anguilla) – 1 de janeiro a 30 de setembro, inclusivé - 22 cm; • Restantes espécies, constantes do Anexo II da Portaria n.º 360/2017, de 22 de novembro, alterada e republicada pela Portaria n.º 108/2018, de 20 de abril – podem ser capturadas de acordo com a legislação em vigor.

Há zonas em que é proibido qualquer tipo de pesca

porque é que é proibida para quem entende isto como uma atividade de bem-estar e de convívio social? Não está em causa a proteção das espécies piscícolas nem zonas do ponto de vista ecológico, nomeadamente dos períodos da desova, do crescimento dos juvenis, do refúgio, da proteção de predadores… nada disto está em causa”. Depois de ter aprovação unânime do Executivo, o presidente avançou que “o que vou pedir é que me fundamentem, de facto e de direito, o porquê de estar proibida a pesca lúdica quando estamos a falar de 10 ou 15 pessoas que, como qualquer cidadão, de livre vontade, vai ao rio, pesca dois ou três peixinhos e leva para casa”.

Em Abrantes, o presidente da Câmara Municipal, Manuel Jorge Valamatos, diz não compreender esta proibição, tanto mais que a pesca faz parte da vida das populações ribeirinhas. O autarca de Abrantes diz que “isto não faz qualquer sentido” e que o espírito da Lei não teria este objetivo, neste caso, “porque não há qualquer conflitualidade entre a pesca profissional e a pesca lúdica”. Manuel Jorge Valamatos revela que já teve conversas com o ICNF e com o secretário de Estado para que a Lei possa ser alterada, para que não seja excluída a pesca lúdica. O presidente da Câmara de Abrantes afirma ao Jornal de

Abrantes que tem sensibilizado as forças de segurança, nomeadamente a GNR, para que não haja multas até que seja alterada esta Lei em Assembleia da República. Manuel Jorge Valamatos indica que não basta uma alteração ao edital, é necessária uma alteração que terá de ser aprovada em Assembleia da República. Sérgio Oliveira, presidente da Câmara de Constância, diz que “olha com espanto para esta legislação” e adianta que nos contactos com o ICNF em 2018 ou 2019 teve como resposta daquele organismo a indicação que seria necessária uma alteração legislativa e lamenta que nada tenha sido feito para alterar estas medidas.

Ainda de acordo com o edital do ICNF para 2021, no troço de pesca profissional de ConstânciaBarquinha, e tendo em vista a proteção das populações piscícolas, é proibida a pesca profissional nos troços do rio Tejo com os seguintes limites: • Desde a foz da Ribeira da Pucariça, freguesia de Rio de Moinhos, na margem direita, e freguesia de Tramagal, na margem esquerda, concelho de Abrantes, a montante, e a foz da Ribeira de Alcolobre, freguesia de Montalvo, concelho de Constância, na margem direita, e freguesia de Tramagal, concelho de Abrantes, na margem esquerda, a jusante. • Desde a foz da Ribeira da Ponte da Pedra, junto à Quinta da Cardiga, freguesia e concelho da Golegã, na margem direita, e freguesia da Carregueira, concelho da Chamusca, na margem esquerda, a montante, até à ponte da EN 243 que liga Golegã à Chamusca, freguesia e concelho da Golegã, na margem direita, e freguesia de Pinheiro Grande, concelho da Chamusca, na margem esquerda, a jusante.

O autarca revela que não percebe a medida, que os pescadores também não percebem porque se há uma falha, identificada há anos, deveria ser logo corrigida. De acordo com Sérgio Oliveira, a pesca lúdica é uma atividade muito praticada no concelho. Mais a montante, em Mação, Vasco Estrela, presidente daquela autarquia, não deixa de lamentar, tal como os outros autarcas. “Não consigo perceber este racional e ninguém ainda explicou este racional”, diz Vasco Estrela, acrescentado que nestes tempos de pandemia até poderia ser uma atividade importante, até “do ponto de vista mental”. O autarca de Mação revela que poderia até haver justificações científicas ou ambientais, mas não. Não há qualquer explicação. E mesmo no que toca à pandemia, Vasco Estrela defende a possibilidade de poder ser permitida a pesca lúdica. Vasco Estrela diz ainda que não “podemos tratar por igual aquilo que é diferente” e que se compreende que nalgumas zonas pode existir conflitualidade entre atividades não é, seguramente, no rio Tejo. No Entroncamento, na reunião de Câmara de dia 1 de fevereiro, o presidente Jorge Faria, manifestou a sua solidariedade para com o descontentamento dos munícipes inibidos da prática da pesca lúdica no Rio Tejo no troço entre Abrantes e a Ponte da Chamusca. Jorge Faria indicou que, parecendo esta decisão exagerada e profundamente injusta, irá solicitar justificação para mesma junto do ICNF e a defesa junto dos deputados à Assembleia da República eleitos pelo distrito, da reafetação de troços do rio para pesca lúdica. Resta agora perceber quanto tempo demorará a iniciativa legislativa para retirar uma alínea do regulamento de pesca nestes dois troços do rio Tejo. Jerónimo Belo Jorge e Patrícia Seixas

Março 2021 / JORNAL DE ABRANTES

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// Manuel Jorge Valamatos – 2 ANOS DE MANDATO

“Uma marca terrível de uma pressão imensa sobre todos nós” // Manuel Jorge Valamatos assinalou, no dia 19 de fevereiro, dois anos de presidência da Câmara de Abrantes. O autarca foi o número dois da lista candidata do Partido Socialista à Câmara Municipal de Abrantes em 2017, então liderada por Maria do Céu Albuquerque. No início de 2019, Maria do Céu Albuquerque foi chamada por António Costa para o Governo português para a pasta da Secretaria de Estado do

Desenvolvimento Rural. Na altura, quando rumou ao governo, Maria do Céu Albuquerque renunciou ao mandato de autarca, abrindo caminho à subida do número dois socialista à liderança dos destinos do Município abrantino. Numa entrevista ao Jornal de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos faz um balanço destes dois anos e aponta o último como muito difícil por causa da pandemia.

Qual o balanço que faz destes dois anos de Presidência da Câmara de Abrantes?

Numa fase inicial tivemos que repensar, de uma forma rápida – não destruindo, obviamente aquilo que eram as nossas linhas de orientação programáticas e que estiveram sujeitas a votação – mas quisemos imprimir uma linguagem específica de uma equipa nova. Para além de eu passar a ser o presidente da Câmara, a vereadora Paula Grijó também passou a integrar o Executivo. As alterações levaram-nos a repensar parte da estratégia, parte da nossa ação política e, sobretudo nos meus primeiros meses como presidente, exigiu da nossa parte uma grande reflexão, uma capacidade de reagir rapidamente, de fechar aquilo que eram projetos em andamento, resolver situações que tinham que ser resolvidas no imediato e programar e planear para estes dois anos de mandato. Foi o que fizemos

Em dois anos, qual a marca (obra ou projeto) que pensa ter deixado ou que vai deixar no concelho?

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JORNAL DE ABRANTES / Março 2021

Há uma marca que julgo importante e que é reveladora daquilo que disse desde o primeiro dia e que tem a ver com a democratização do território. No âmbito dos contratos interadministrativos, fizemos uma transferência de mais de 2ME nestes dois anos para as Juntas de Freguesias. É uma forma de equilibrar o território e de criar maior equidade em todas as freguesias. Nós conseguimos fazer isso e não foi só na transferência de dinheiro, mas também na transferência de competências. São as Juntas

de Freguesia e as suas equipas que desempenham um papel importantíssimo naquilo que é a gestão e organização do nosso território. Por isso, reforçámos a atividade do nosso Gabinete de Apoio às Juntas de Freguesia e temos tido uma relação de maior proximidade. Julgo que é essa a marca... a democratização e o olhar de forma mais cuidada e equilibrada para o nosso território. Julgo que a conseguimos passar.

Quando assumiu funções, uma das

bandeiras foi as pessoas e as freguesias rurais. Conseguiu mudar o rumo anterior? Esta continua a ser A bandeira?

Sim, esse é o elemento decisivo. O nosso território é muito grande, com 714 km2 e é muito disperso. Precisamos de ter maior equilíbrio e maior racionalidade entre as nossas freguesias, quer sejam rurais ou urbanas. As equipas das Juntas de Freguesia também têm protagonizado essa ideia e apesar de não


“Todos me conhecem por Néo e mantenho isso porque não faz qualquer sentido descaracterizar-me e nem faz parte da minha forma de ser”

“Andamos aqui numa luta com um inimigo feroz e em que nem lhe pomos a vista em cima”

conseguirmos fazer tudo ao mesmo tempo, há sempre coisas para fazer. Na verdade, precisamos do tempo suficiente para conseguir reforçar esta ideia da democratização do território. É isso que estamos a construir e eu acho que vamos continuar a fazer.

Do ponto de vista pessoal, o que que é mudou no “Néo” (como é conhecido), no desempenho desta função?

Maior responsabilidade, seguramente. De resto, não mudei basicamente nada. Continuo a ser o mesmo Néo de sempre. Agora chamam-me é com mais frequência Manuel Jorge Valamatos (risos) mas isso também depende da circunstância. De qualquer forma, todos me conhecem por Néo e mantenho isso porque não faz qualquer sentido descaracterizar-me e nem faz parte da minha forma de ser. O que mudou foi, de facto, a responsabilidade e a preocupação. Fui vereador de algumas áreas como o Desporto, a Juventude, o Ambiente, com a parte dos jardins e manutenção, os Serviços Municipalizados... mas como presidente de Câmara tenho que ter uma visão mais global. Aumenta a responsabilidade e as preocupações, basicamente é isso. Porque quero fazer sempre mais mas não consigo fazer tudo. Tenho leis e regras para cumprir, tenho que cumprir decisões de tribunais e do Governo, quer concorde ou não... Tenho procurado ser correto, responder em conformidade com a lei e tentar ajudar toda a gente. De resto, não mudou nada.

No último ano, na pandemia, o que é que foi mais difícil de gerir?

A pandemia atravessou-se nestes dois anos de mandato e rasgou uma linha que tínhamos muito bem organizada e planeada. No entanto, continuamos com um trabalho muito consistente, num conjunto de ações que são importantes nesta visão legítima deste novo Executivo. Mas entretanto, temos uma situação de pandemia... rasgou a nossa intervenção, colocando uma pressão diabólica porque, fundamentalmente, trata-se da saúde das pessoas. Em determinada altura parecia que só ia afetar os mais idosos... percebeu-se que não, que era transversal a todas as idades e a preocupação com a vida das nossas pessoas e da nossa comunidade, tem sido uma pressão enorme. Obviamente que esta situação tem estrangulado um conjunto de ações que pretendíamos ter feito e

que não conseguimos fazer. Basta dizer que já gastámos neste processo do Covid mais de um milhão de euros que, se nada disto tivesse acontecido, bem teria sido aproveitado para outras situações. Na verdade, este é um assunto muito delicado que não tem a ver com Abrantes, nem com a região nem sequer com o nosso país, tem a ver com o mundo. É uma situação em que ninguém estava preparado para lidar com ela. Procurámos fazer sempre o melhor e responder da melhor maneira mas, de facto, este ano tem sido muito angustiante e com uma preocupação diária. É a pressão sobre os hospitais mas também sobre as entidades gestoras dos territórios, como é o caso da Câmara Municipal de Abrantes.

A situação nos lares foi difícil de gerir?

Foi muito difícil. No início até havia discussões, e disse-o por várias vezes aos órgãos de comunicação social, porque eu não queria saber se o lar era legal ou não. Eu estava preocupado era com as pessoas. Acho que há questões que deverão ser tratadas pós-pandemia e obrigam seguramente a algumas reflexões mas o que me preocupa no momento são as nossas pessoas, estejam em instituições legalizadas ou não. Os primeiros focos que aconteceram foram em casas de acolhimento mas posteriormente e infelizmente, também em IPSS's e quer numa situação, quer noutra, o que quisemos fazer de imediato, e sob a égide da Direção-Geral da Saúde e com as diferentes organizações, foi procurar criar a melhor estratégia de isolamento de pessoas, de conseguir testar e, agora já nesta fase, procurar o mais rápido possível os processos de vacinação. Tentámos proteger a nossa comunidade o mais possível. Os lares em

concreto, foi uma preocupação enorme. Recordo, por exemplo, o Lar do Pego em que quase toda a gente, quer utentes quer profissionais, ficaram positivos e onde, infelizmente, tivemos situações de óbitos. Depois, felizmente, conseguimos que toda a gente recuperasse. Mas quando o vírus entra numa instituição deste tipo, como também aconteceu na Santa Casa da Misericórdia e noutras, é evidente que ninguém conseguia dormir em condições, a pensar no que poderia acontecer às nossas pessoas.

Sendo que este ano marcou as nossas vidas, como é que foi gerir a situação de ter pessoas próximas infetadas?

Sim, quer familiarmente quer profissionalmente... mas acho que todos nós tivemos pessoas próximas infetadas. Felizmente, algumas não tiveram períodos críticos de doença mas, infelizmente, algumas tiveram situações dramáticas e ainda estão em convalescência a esse propósito. Nunca ninguém esteve preparado para esta situação. Todos os agentes da comunidade, começando pelos profissionais de saúde, fizeram um esforço imenso para conseguirmos resolver e sair desta situação o mais rápido e da melhor forma possível mas isto foi uma situação extremamente difícil para todos e eu não fiquei alheio a isso.

Nestes meses o que é que mais o assustou? Qual o maior medo?

O meu maior medo foi perder o controlo da situação. Juntamente com a Direção-Geral da Saúde, com o Centro Hospitalar do Médio Tejo, particularmente com o Hospital de Abrantes, com as nossas Unidades de Saúde, com a ARS, com a dr.ª Maria dos Anjos Esperança que é a médica responsável

pela Saúde Pública, com a dr.ª Diana Leiria do ACES, fomos sempre controlando o que se passava. Quer nos processos de testagem quer agora no processo de vacinação, temos tido sempre esta articulação. Mas reconheço que houve uma altura em que começámos a ver as nossas valências do Hospital a saírem para as outras unidades do Centro Hospitalar e o Hospital a reforçar as áreas de apoio ao Covid e os números eram extremamente altos em Abrantes, no Médio Tejo e no país, e receámos ter perdido completamente o controlo de tudo. A propagação do vírus pela nossa comunidade podia ser devastador. Felizmente que os números começaram a descer, a situação ficou controlada e hoje já estamos a ver regressar os serviços ao Hospital de Abrantes, sem ter uma pressão tão grande. Agora o que desejamos é que, rapidamente, a nossa atividade económica volte a funcionar e as nossas escolas voltem a funcionar. Há mais de um ano que andamos aqui numa luta com um inimigo feroz e em que nem lhe pomos a vista em cima.

Seja qual for o seu futuro, estes dois anos de presidente de Câmara deixam marca na sua vida?

Sim. Uma marca terrível de uma pressão imensa sobre todos nós. Uma pressão de responder a tudo, a todos e a todas as necessidades. Ainda há dias tivemos que comprar, em último reduto, mais 160 computadores para que nenhum dos nossos jovens estudantes ficasse sem acesso às aulas online. Procurámos estar presentes em todos os momentos, desde o adquirir máscaras sociais, nos processos de testagem, agora nos processos de vacinação... procurámos não deixar ninguém para trás. Assim que os nossos serviços sinalizavam, procurámos dar resposta a tudo e a todos. Isto deixa marcas de uma pressão enorme sobre o presidente da Câmara bem como em todas as instituições e organizações que se relacionaram diretamente com este processo. Outra marca que fica é a de percebermos que acabámos por perder algumas dezenas de pessoas que faleceram neste contexto Covid e em que as famílias nem se conseguiram despedir com maior dignidade. Foi uma situação muito dura para a qual, repito, ninguém estava preparado e em que todos tentaram dar o seu melhor e cada um fez o melhor que podia e sabia. Jerónimo Belo Jorge c/ Patrícia Seixas

Março 2021 / JORNAL DE ABRANTES

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SOCIEDADE /

Médio Tejo prepara apostas para valorização da bacia do Tejo… // O Médio Tejo vai olhar para o rio Tejo em três patamares diferentes, de acordo com decisão dos autarcas desta Comunidade Intermunicipal. O presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos já tinha anunciado a proposta no seio da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) para uma candidatura do rio Tejo a Património da Humanidade. Mas a Comunidade Intermunicipal vai mais longe e aponta três áreas concretas de intervenção para o rio Tejo. Uma delas é o contacto com a UNESCO no sentido de saber qual a melhor forma de poder avançar com a candidatura. Segundo Miguel Pombeiro, secretário executivo da CIMT, este contacto com a UNESCO pretende a obtenção de esclarecimentos e aconselhamentos sobre que tipo de classificação se poderá obter para com o rio, bem como para a elaboração de um programa de ação. Há mais duas áreas concretas de trabalho no Médio Tejo. Uma delas passará pela constituição de uma rede que envolva entidades

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públicas, privadas, o tecido associativo e todos os interessados nesta temática de modo que seja possível valorizar o Tejo em vários domínios. Trata-se de fazer desta rede uma Voz Ativa para os problemas mais prementes que este rio enfrenta. E há ainda uma terceira, que aponta a um plano para a promoção de atividades de animação ribeirinha. Miguel Pombeiro, secretário executivo da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, explicou ao Jornal de Abrantes as três ações que estão pensadas para a valorização do Rio Tejo e lembrou um programa que, há uns anos, foi pensado para a região, o Valtejo. Recorde-se que o rio Tejo é o mais extenso da Península Ibérica. Nasce em Espanha, na Serra de Albarracim, e após um percurso de cerca de 1007 km desagua no Oceano Atlântico, formando

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um estuário em Lisboa. A sua bacia hidrográfica é das mais importantes da Península Ibérica. O rio Tejo é, seguramente, um dos maiores ativos territoriais do Médio Tejo e, provavelmente, o elemento patrimonial mais agregador e consensual deste território.

… e abre candidaturas para apoio a empresas

A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo tem aberto o aviso do concurso ao Programa de Apoio à Produção Nacional (Base Local) que visa apoiar micro e pequenas empresas da região. Este é um programa que vai dar apoio direto ao investimento empresarial, com enfoque no setor industrial e no sector do turismo e que terá como objetivo “estimular a produção nacional e a redução da dependência face ao exterior, reforçando a agilidade de procedimentos, a eficiência na gestão e a eficácia nos resultados”.

De acordo com os responsáveis da CIMT, este programa vem dar um importante alento à retoma da economia, apoiando as empresas na aquisição de máquinas, equipamentos, serviços tecnológicos/ digitais, sistemas de certificação, na transição digital e energética e na introdução de processos de produção ambientalmente mais amigáveis e que sejam um estímulo à produção nacional. Na informação da CIMT podem concorrer indústrias extrativas, indústrias transformadoras, estabelecimentos hoteleiros, turismo no espaço rural, parques de campismo e de caravanismo, restauração, e organização de atividades de animação turística. As empresas devem assumir o compromisso de manter os postos de trabalho, não havendo a exigência da criação de novos postos. No mínimo, a empresa terá de ter um funcionário afeto aos quadros da empresa.

São consideradas operações com uma despesa elegível entre os 20 mil e os 235 mil euros. Ainda de acordo com informação da CIMT, a taxa de financiamento é de 40% para os investimentos localizados em territórios de baixa densidade e de 30% para os investimentos localizados nos restantes territórios, podendo as mesmas serem majoradas até um máximo de 20 pontos percentuais, nos seguintes critérios: Transição digital; Economia Circular, Estratégias de eficiência coletiva, Enquadramento nos Planos Estratégicos de Desenvolvimento Urbano (PEDU) ou Planos de Ação de Regeneração Urbana (PARU, Produtos turísticos integrados de base intermunicipal - para projetos que demonstrem enquadramento nos produtos turísticos selecionados pelas Comunidades Intermunicipais para o seu território, e Diáspora. Jerónimo Belo Jorge


SOCIEDADE /

Diário resumido da Pandemia numa casa de seis (sendo que dois trabalham e quatro têm escola em casa) Por Vera Dias António

Quando fui desafiada pela caríssima diretora deste jornal, a minha amiga Patrícia, para escrever sobre a gestão e rotinas deste novo tempo, particularmente com as crianças a estudar em casa aceitei com muito gosto. Mais porque precisava desabafar, extravasar. Depois assaltou-me a dúvida de como contar a nossa experiência de pais de quatro filhos, todos no sistema de ensino público. Temos a sorte e a honra de ter quatro filhos, 3 rapazes e 1 rapariga. Vivemos e trabalhamos em Mação, onde o nosso gang estuda. Os rapazes frequentam o 9.º, o 8.º e o 5.º ano. A menina, com 3 anos, entrou este ano no jardim-de-infância de Mação. Estou a trabalhar no período da tarde. Trabalhamos em espelho, uns de manhã, outros de tarde. Há ainda o teletrabalho, mas isso fiz no primeiro confinamento e fiquei esgotada. Muito esgotada. Não é fácil. Na altura a Rita era ainda mais bebé, mais dependente, e o Lourenço estava no 4.º ano e precisava de muita atenção e acho que quando estamos a trabalhar em casa, além do que temos realmente a fazer sentimos necessidade de fazer e mostrar mesmo, mais do que quando estamos no local de trabalho. Pessoalmente, não gostei. Neste segundo confinamento trabalho de tarde e o Rui acompanha os dois turnos pelo que entra a meio da manhã e sai a meio, fim da tarde. A Rita, deixo-a com os meus pais depois do almoço e, nos dias em que a minha mãe trabalha de tarde deixa-nos a Rita no trabalho e pouco depois o Rui vem com ela para casa. Há dias em que fica com a minha irmã. Vai-se gerindo com apoio familiar. Tempos houve em que não tivemos este apoio, de isolamento completo. Como os meus pais tiveram Covid pelo Natal, estão naqueles 3 meses supostamente seguros e voltámos a contar com eles. Agora em março, teremos que repensar isto… De manhã estou em casa a tentar dar o meu melhor. A tentar, dizia eu. A Rita, depois de uma noite com uma ou outra interrupção para leite ou ir para a sala, como acontece desde há 3 anos, acorda cedo e cheia de vontades. Quando digo cedo falamos de um período entre as 6h30 e as 8h30. Tempo para tudo, dar banho à Barbie, pintar com aguarelas, desenhar, recortar, maquilhar-nos... Quando vou acordar os rapazes perto das 9h já o nosso dia vai longo. Os rapazes levantam-se cheios de vigor e animação, ávidos de trabalho escolar. Querias, não era?! Pois não. Ainda assim, depois de duas os três voltas extra na cama lá se levantam, vestem um fato de treino, por vezes só

a parte de cima, preparam-se e entram nos seus mundos virtuais, desta escola em que se entra pelo e-mail, viram por um atalho do Meet e entram na sala do monitor onde estão os colegas e os professores, aos quadradinhos. Duas aulas de manhã e duas de tarde, por vezes três num dos períodos, mais as aulas do Conservatório, um tem guitarra duas vezes por semana e outro tem uma de piano. A par das aulas práticas com o professor no monitor, têm trabalhos de formação musical e coro. Outro dia o Lourenço tinha que cantar e gravar uma música para enviar à professora. Estávamos na sala e ele treinou várias vezes. Pois precisamente no momento em que cliquei no REC do gravador do telemóvel, a Rita desatou a berrar “já chega, cala-te. Já disseste isso, não quero ouvir mais…”. Ficou bonito. Tivemos que ir para a casa de banho gravar. Entre a primeira e a segunda aula da manhã, verificamos os trabalhos que têm, especialmente quando os noto muito “tá-se bem”, “tipo, gosto bué de ter escola em casa”, está sempre tudo feito, tudo controlado e vai-se a ver e outro dia vi vários trabalhos em atraso ou em falta. Esses são momentos maus, irritam-me muito e às vezes digo asneiras.

Vistas as tarefas dos rapazes, antes do almoço fazemos as atividades que a Educadora da Rita envia, uma por cada dia da semana. Há histórias, desenhos, ginástica, recorte, pintura e experiências. Na foto, uma muito gira, sobre a ação da água nas pintarolas. A manhã é ainda tempo de lavar, estender, dar um jeito aqui e ali à casa que, convenhamos, nunca está arrumada. Nunca. Por vezes quando estou na cozinha de volta do almoço deixo de ouvir a Rita. Um dia estava a limpar os vidros, noutro respondeu-me que estava a “respirar amor”. Já outra vez, comigo ocupada e eles nas suas tarefas, ouvi-a dizer: “Ninguém não gosta de mim”. Pelo que perco, ou ganho, algum tempo a brincar com ela. Agora insiste que tenho que fazer vozes para os bonecos falarem com ela. Já tenho várias, uma mais irritante que a outra e, se não fosse um nicho tão controlado, ia fazer dobragens de desenhos animados. No tempo que passo mais com eles, ela arruma-se no sofá, que entretanto está cansada, e vê vídeos. Tem um sotaque brasileiro maravilhoso e diz-me coisas como “mamã, você é muito mágica”, além de saber todas as cores em português, várias em inglês, só o desgraçado do castanho é que não passa do marron, como em português do Brasil. Quando descem para almoçar há uma descarga de energia de quem passou a manhã no computador. Saltam no trampolim, que foi a melhor aquisição que fizemos no primeiro confinamento, sendo que tivemos que arrumar a mesa de jantar, assim como assim também não há almoços de família nestes tempos. Neste tempo do almoço em que se encontram, discutem, ou não, brigam, ou não, depende sempre tudo de muita coisa. Leva-se a cadela à rua e os rapazes entram nas aulas da tarde. Deixo a Rita na minha mãe. Vou para o trabalho. Chego muitas vezes estafada. E só preciso de me sentar um bocadinho na cadeira a perceber o tra-

balho que tenho para fazer. Parecendo que não, a pessoa espairece. Outro dia, já no trabalho, a minha mãe mandou uma SMS com o relato da Rita sobre a nossa manhã: “os manos bateram um no outro, a mamã disse que merda e depois fomos almoçar”. Respondi-lhe que estava o resumo feito, sem alterar uma vírgula. Sim, há dias assim. Sobre as rotinas que mudaram, foram várias. Os domingos em casa dos meus sogros já não o são há quase um ano. O nosso rapaz do futebol sente-lhe a falta, e tem sempre tanta energia... As atividades do Conservatório também suspensas. Tanta coisa em suspenso. Mas vamos inventando novas rotinas, que sempre fomos gente de estar por casa. A catequese, igualmente suspensa no geral, continua para eles. A minha sogra é a catequista dos rapazes e ao sábado continua, por videochamada via WhatsApp. Ao sábado de tarde, a 20 km de distância, ouço a minha sogra a rezar o pai nosso com eles. Sendo que mal se veem, é terapêutico, é o momento deles com a avó. Os aniversários têm sido só entre nós, o Natal foi o primeiro sozinhos, assim como a passagem de ano. E na Páscoa já faz um ano sem almoços de família, exceto nos anos da Rita, em outubro passado, que as coisas estavam calmas, estava sol e fizemos um churrasco na rua, a família chegou, almoçámos ao ar livre e foram embora. Foi a única vez neste último ano. Ainda sobre as aulas e a adaptação. Pensámos que a internet ia ser um problema, mas se estiver tudo desligado, a coisa vai funcionando. Por sorte, ou porque o Rui os aconselha bem, com o dinheiro que vão ganhando no Natal e nos anos, os rapazes tinham comprado, há uns dois anos, um portátil cada um. Parece que adivinhavam. Em relação às aulas, depende muito do tipo de matéria e do trabalho que os próprios professores dedicam à coisa, como na escola, claro! Há os que dão aula, fazem fichas, mandam registos para passar para o caderno o que, se a matéria o

permite, é muito bom, é tempo em que estando a escrever, estão a estudar, entra qualquer coisa. Depois há outras aulas que considero menos exigentes com eles. Eles preferem, claro, mas eu acho que se podia pedir mais. Entre as aulas eles têm um espaço que poderiam mesmo ocupar com tarefas. Por outro lado, especialmente quando vejo trabalhos em atraso, acho o tempo pouco. Mas não é, é o arrastar. É coisa deles. Há prazos dilatados, eles adiam e depois deixam passar. Insisto que façam logo, na hora, independentemente da data de entrega. Às vezes resulta, outra não. Com uns mais do que com outros. São feitios, modos de ser, ralho, falo, explico, ralho, falo, explico, é um processo. Se há professores que podiam dar mais, eles sem dúvida que o podem fazer. Até porque depende do dia. Há dias produtivos, como se quer. A meio da tarde o Rui vai para casa e fica com eles. Alguns dias fazem ginástica, nunca tiram as fotos que os professores pedem e irritam-me. Quando chego preparamos o jantar. Pomos a conversa em dia e eles vão aparecendo. Jantamos sempre juntos. É o único momento do dia em que estamos os seis juntos. Depois de jantar há, por vezes, trabalhos em atraso da tarde. Num dia bom está tudo bem. Num dia assim-assim, são tarefas do dia, num dia mau está tudo descontrolado, mal disposto e ninguém se entende. Depende de muita coisa. De nós, do rumo do dia. Da falta de atenção de algum. Ultimamente até do estado de tempo. Senti este ano, pela primeira vez, a humidade e o mofo a entrarem-me na alma. O truque, ainda assim, é afinar o sentido de humor. Vale de muito, é a nossa melhor arma de combate à fadiga pandémica. Sim, existe! Uma coisa é certa, não acredito que alguém passe por isto sem crescer. E sem sofrer. E sem ser feliz pois há momentos muito bons, também. E que sorte que é estarmos vivos. E termos paz, a maior parte dos dias.

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CIÊNCIA /

Hora de ponta em Marte Em fevereiro chegaram a Marte 3 naves espaciais em missão de estudo do planeta vermelho. São agora um total de 8, os aparelhos em que se aproximaram de Marte. Já não é apenas a Agência Espacial Estado-Unidense (NASA) que tem o exclusivo nesta aventura. Também a Índia lá tem um satélite assim como a Agência Espacial Europeia em conjunto

MARS ODYSSEY

NASA Lançamento: 7 abril 2001 Órbita: 24 outubro 2001 Descobrir a composição do planeta, detetar água e gelo, estudar o ambiente

MARS ORBITER MISSION

Índia Lançamento: 5 novembro 2013 Órbita: 24 setembro 2014 Estudar a superfície, a morfologia, mineralogia e atmosfera do planeta

HOPE PROBE

Emiratos Árabes Unidos Lançamento: 20 julho 2020 Órbita: 9 fevereiro 2021 Estudar as dinâmicas do clima

PERSEVERANCE

NASA Lançamento: 30 julho 2020 Amartou: 18 fevereiro 2021 Procura de sinais de vida microbianos

INSIGHT

NASA Lançamento: 5 maio 2018 Amartou: 26 novembro 2018 Estudar o a crosta, o manto e o núcleo do planeta

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com a Agência Russa. No mês passado também os Emiratos Árabes Unidos e a China conseguiram fazer chegar as suas missões à órbita de Marte. Destas apenas a Nasa tocou no solo, 3 ao todo, a contar com as missões de 2018 e 2012. Espera-se que a China seja o segundo país a colocar um rover na superfície lá para maio ou junho.

MARS RECONNAISSANCE ORBITER

NASA Lançamento: 12 agosto 2005 Órbita: 10 março 2006 Descobrir potenciais locais para as futuras missões pousarem e estabelecer comunicações para essas missões

MAVEN ORBIT INSERTION

NASA Lançamento: 18 novembro 2013 Órbita: 21 setembro 2014 Explorar a atmosfera superior de Marte e estudar o clima

EXOMARS TRACE GAS ORBITER

ESA - ROSCOSMOS Lançamento: 14 março 2016 Órbita: 19 outubro 2016 Procurar por vestígios de metano e outros gases originários de processos biológicos ou geológicos

TIANWEN1

CHINA Lançamento: 23 julho 2020 Órbita: 10 fevereiro 2021 previsto amartar: maio/junho Procura água no sub-solo

CURISOSITY

NASA Lançamento: 26 novembro 2011 Amartou: 5 agosto 2012 Saber da possibilidade de condições para a existência de vida microbiana


GALERIA /

Joaquim Diogo Retornado, natural de Angola, Benguela. Fotógrafo desde tenra idade, hoje residente em Mação onde constituiu família. Paixão pela fotografia, retratos, olhares, paisagens urbanas e natureza. Técnicas de estúdio e iluminação, como obi microfotografia. Nesta Galeria, Joaquim Diogo mostra-nos as imagens do confinamento…

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ECONOMIA / Opticalia abre loja em Abrantes em tempo de pandemia muito bem escolhida. “Tivemos a sorte de ter este espaço disponível, estava no mercado. E as pessoas em Abrantes sabem e conhecem a história deste edifício onde a loja está incluída (Assembleia de Abrantes), uma obra do arquiteto Raul Lino, e tínhamos o desafio de fazer algo diferente do design dos concorrentes”, explicou o responsável que acrescentou a preocupação de não desvirtuar a linha do próprio edifício. E a solução passou pelo equilíbrio semelhante ao produto (óculos), ou seja, “uma oferta de design a preços não proibitivos. É essa a ideia que pretendemos transmitir. Somos os únicos que comercializamos marcas do grupo Inditex, e outros espanhóis, em exclusivo, e a ideia é passar o seu modelo de negócio da parte da roupa, também para os óculos”, explicou o investidor. Pedro Crua destacou que apesar dos receios que possam existir por causa da pandemia, “nunca olhámos a isso. Num ano abrimos duas lojas em pandemia porque acreditamos nos projetos e aquilo que temos que dar é uma necessidade de todos os dias”. E depois voltou a dizer que

a vinda para a cidade de Abrantes, centro histórico, foi saber “que havia espaço para aquilo que vendemos”. Vincou depois a aliança a pessoas “da terra e que quiseram fazer a parceria connosco. A Opticalia investiu”, disse Pedro Crua. A empresa que investe em Abrantes já tem diversos espaços em Lisboa, na zona de Sintra. Pedro Crua explicou que a Célia Almeida, que trabalha em Abrantes no setor ótico, desafiou o Centro Ótico da Linha a investir, juntamente com ela, em Abrantes. “Como nos conhecíamos e sabíamos as competências profissionais, foi fácil dizer que sim”. Já naquilo que é o serviço, aponta o normal de um espaço deste género com a venda de óculos e acessórios, assim como a realização de consultas de optometria em permanência. Destacou ainda a abertura aos sábados até depois de almoço (15:30) por forma a criar outras rotinas para os clientes ou quem quer que circule pela cidade. Um horário já a pensar no pós-confinamento que, embora ainda não se saiba quando, haverá de chegar. Jerónimo Belo Jorge

/ Célia Almeida e Marta Marinho são os rostos da Opticalia Abrantes

Abracongelados é uma das 1000 maiores PME do país A empresa abrantina Abrancongelados é uma das mil maiores PME (Pequenas e Médias Empresas) de Portugal. De acordo com um estudo da revista exame, conhecido no início de fevereiro, e que é realizado anualmente pela revista Exame, num trabalhado técnico das consultoras D&B e a Deloitte, a empresa sediada em Abrantes está entre as 1000 maiores PME de Portugal. Os administradores da Abrancongelados, Jorge Batista e Carlos Pombo, mostraram a satisfação nas redes sociais da empresa: “Sendo este um grande motivo de felicidade para nós, como empresa, pro-

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porcionando-nos um motivo para sorrir nesta altura tão incerta e sensível para todos. Continuamos assim motivados, para continuar a realizar o excelente trabalho que temos feito até agora. Resta-nos apenas agradecer a todos os colaboradores, clientes, fornecedores e amigos, pois sem eles esta vitória não teria sido possível.” À revista Exame, os empresários explicaram que o negócio assenta no pescado congelado (pescada, corvina, maruca, salmão, sardinha entre outros) e que a empresa tem cerca de 70 trabalhadores. Nesta entrevista, destacam as prioridades da internacionalização da marca e

JORNAL DE ABRANTES / Março 2021

no reforço da colocação dos produtos da marca Abrancongelados no mercado. A pandemia veio provocar algumas alterações no funcionamento da empresa, que teve de se adaptar às novas realidades. Por exemplo, a venda de produtos para o setor hoteleiro caiu dos 25% para os 10%. Mesmo assim, os empresários destacam que o ano não foi negativo, uma vez que atingiram 13,5 milhões de euros em volume de vendas, um crescimento de 9% em relação a 2029. Ainda assim, abaixo das expetativas que os empresários tinham para 2020. Jerónimo Belo Jorge

Sintonia certa

/ João Pereira / PROFESSOR

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m fevereiro comemorou-se o Dia Mundial da Rádio, um meio de comunicação que viu a sua morte ser anunciada por demasiadas ocasiões. Tem sobrevivido e sabido reinventar-se face aos desafios tecnológicos e até culturais, mantendo o seu lugar mediático. Longe vão os tempos em que a rádio era figura central na informação e entretenimento para muitos de nós. Mesmo o transistor portátil que podia sair de casa connosco é hoje um telemóvel. E se forem como eu, o maior contacto que terão com a rádio será no carro. Tenho por hábito questionar as muitas dezenas de jovens com quem trabalho, sobre os seus hábitos de consumo dos media. Para eles, também a rádio tem a existência remetida ao interior automóvel, numa atividade quase exclusiva de companhia à condução. Segundo o Bareme Rádio da Marktest, outros 6 milhões de ouvintes também a escutam principalmente através do auto-rádio. Mesmo com cada vez maior concorrência tecnológica, com sede na interconectividade entre o telemóvel e o sistema de som automóvel, a rádio vai resistindo. No entanto, e segundo outra sondagem da Marktest, no segundo semestre de 2020, metade dos jovens entre os 15 e os 34 anos, dizem consumir rádio através da internet. Tendência que aumentou durante o ano de 2020, com razões que nos parecem advir destes novos tempos em que vivemos, ou até de salvaguardas técnicas: na “net” não existem

frequências mal sintonizadas. Mas não é apenas rádio que se escuta online. O maior serviço de streaming de música também ocupa um lugar preponderante nas preferências auditivas. O Spotify, com cerca de 345 milhões de utilizadores mundiais, tem vindo a alterar o seu modelo de negócio, comprando um conjunto de serviços e de plataformas vocacionadas para alojamento de podcasts, para adicionar, assim, este género ao seu serviço. Conta já com mais de 2 milhões de podcasts disponíveis, que 25% dos utilizadores já ouviram até ao final do ano passado. Esta mudança na estratégia do gigante do streaming, adicionando conteúdo original ao seu cardápio, tem-se revelado certeira. E a mensagem é clara. Os ouvintes de rádio e de serviços de streaming não querem apenas música. Querem pessoas que falem com eles. Que os entretenham é certo, mas que, para além da companhia, lhes ensinem algo novo ou, apenas falem sobre algo com que se identifiquem. Os podcasts trazem conteúdos originais produzidos por pessoas, por pessoas que conversam. Conversam entre elas e, ainda mais importante, conversam connosco. Muitos dos podcast ainda são algo amadores, experimentais. Tal como uma vez foi a rádio. Este momento é uma oportunidade de a rádio poder voltar às origens, de reatar os laços com os seus públicos, de criar ligações com, e entre, as pessoas.

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Mesmo em tempos de pandemia e com o segundo confinamento geral do país, o Centro Ótico da Linha não se assustou e manteve a estratégia de crescimento da empresa da zona de Sintra para as bandas de Abrantes. Desta forma, abriu no dia 27 de fevereiro a loja Opticalia Abrantes by Centro Ótico da Linha, na rua do Montepio. Sem festas ou inauguração em larga escala, impedidas pelo período de fecho geral do país para travar a progressão do coronavírus, as portas abriram às 09:30 da manhã e mostraram o novo espaço comercial do centro histórico de Abrantes. Trata-se de uma ótica que vem trazer, de acordo com o empresário, aquilo que faltava nesta cidade e região, onde existem outras marcas e lojas instaladas. Pedro Crua, o empresário parceiro da rede de mais de 270 espaços comerciais em Portugal, diz que esta loja acrescenta o que faltava à cidade. Principalmente nas marcas que comercializa, algumas em exclusivo para o nosso país. O empresário explicou que a abertura estava prevista no plano de expansão da empresa e o conhecimento que a Célia Almeida tem do mercado no distrito e na cidade foi fulcral para o projeto avançar. Depois avançou que, para já, a loja fica em permanência com a Célia Almeida e com a optometrista Marta Marinho em permanência, podendo a equipa ter reforços sempre que necessário. Não avançando com valores deste investimento, mas salientando que foi investimento totalmente pessoal, Pedro Crua destacou o trabalho feito com a equipa que idealizou a remodelação do espaço que ocuparam, misturando o tijolo antigo com as madeiras, conferindo ao espaço aberto um ar “meio londrino” que o empresário diz ter sido uma opção

OPINIÃO /

advogados

Bruno Paradela de Oliveira

ADVOGADO Escritório em Mação Av. Vicente Mendes Mirrado 557 6120-725 Mação Telefone: 916670979 bruno@paradeladeoliveira.com www.paradeladeoliveira.com


REGIÃO /

O PSD de Abrantes reagiu, de forma dura, à mensagem do presidente da Câmara de Abrantes a propósito da passagem dos dois anos da sua tomada de posse. Na sequência da análise ao vídeo emitido nos canais digitais da autarquia, a Comissão Política Concelhia dos social-democratas deixa uma pergunta: “após dois anos de mandato de presidência, dos 21 anos na governação de Abrantes e é esta visão estratégica que tem para o concelho de Abrantes? Investimentos pontuais e forçados para eleitor ver, apoios necessários, mas nada inovadores! Será que apesar da experiência e do facto de ser um bom homem, é suficiente para liderar e desenvolver o nosso concelho? Temos muitas dúvidas, mas também sabemos do deslumbramento que se vive por Abrantes, da teia que está instalada e do receio que muita gente tem em assumir posições contrárias!” Na mesma nota, o PSD diz não haver “distinção entre o presidente Manuel Valamatos e o candidato Manuel Valamatos, evidenciando-se «o quer, posso e mando», que até lhe permite utilizar a página institucional da câmara no “Facebook” como meio de propaganda política, como meio para apresentar a sua recandidatura, sustentada numa utilização de recursos financeiros e humanos pagos por todos nós!” E depois critica de forma direta este vídeo: “é desonesto e promove desigualdades entre eventuais candidaturas, que possam concorrer à CMA!” E mantêm o tom quando manifestam ser “desolador ver o aproveitamento e a promoção do slogan de campanha (ou não) do PS de Abrantes, “A união faz Abrantes”, nas páginas institucionais do Facebook, tanto da Câmara como de algumas juntas do PS, esperando assim, que não seja mais que uma coincidência.”

No mesmo comunicado que os social-democratas enviaram à redação, dizem “ser pertinente elucidar o PS de Abrantes, o candidato e presidente Manuel Valamatos, que apesar de reconhecermos o papel fundamental da Autarquia na cedência dos 600 computadores e dos “hot-spots”, é importante referir que esta foi uma falha grave do governo socialista, que até sobe nas sondagens, mas que não cumpre, e a quem o presidente e o candidato não pede satisfações e não exige uma resposta clara e eficaz!” E apontam a falta de rede em muitas localidades/freguesias, que condicionam “o teletrabalho, as aulas “online”, que demonstra duas realidades bem distintas no mesmo concelho. Nesse sentido, o que tem sido feito junto dos operadores e da tutela ministerial?” Na mesma análise, a Comissão Política de secção do PSD de Abrantes aponta à área financeira referida por Manuel Jorge Valamatos e notam que “não se pode esquecer que as contas do município devem ser vistas de forma consolidada, por isso, não reconhecemos a si e ao

seu executivo, rigor e boas contas, quando tem empresas participadas, nomeadamente, a “Tagusvalley” com resultados líquidos negativos há talvez uma década”. Acrescentam ainda que “o comum abrantino, não sabe, nem se apercebe dos milhões injetados nesta empresa, apenas para garantir alguns empregos, e para efetuar apresentações públicas mais pomposas, sendo sim necessário o PS de Abrantes, o presidente e candidato Manuel Valamatos, demonstrar a eficiência dos dinheiros públicos aplicados nesta entidade”. O partido aponta ainda ao turismo, que tem sido um dos mais fustigados pela pandemia. Deixam a pergunta “como tem sido planeado pelo presidente e candidato o regresso deste setor no nosso concelho, no pós-pandemia, já para a reabertura da economia em abril e para o verão? De que forma irá auxiliar os nossos restaurantes, cafés, empresas de atividades turísticas? Existe algum plano de recuperação para o setor do turismo no nosso concelho? Existem ações consertadas entre os empresários e o município?”

Movimento ALTERNATIVAcom avalia a comunicação autárquica O movimento de independente que apresentou Vasco Damas como candidato a presidente da Câmara de Abrantes nas eleições deste ano, faz uma análise à comunicação autárquica em Abrantes. Começa por assinalar aquilo que consideram dever ser ”encarada com integridade e proficiência, respeitando três aspetos essenciais: 1) a sua importância estratégica, 2) o seu caráter ético e 3) a sua abordagem profissional. A importância estratégica recomenda que a comunicação seja aberta, permanente e interativa, valorizando as opiniões, sentimentos e aspirações dos cidadãos, em momentos anteriores e posteriores às decisões relevantes dos órgãos autárquicos”. Nesta linha, o comunicado do ALTERNATIVAcom aponta que “em nosso entender, a comunicação autárquica deve dar mais atenção e espaço à realidade dos concelhos e das freguesias – seus territórios e suas gentes – do que à atividade própria (política e administrativa) dos órgãos autárquicos, incluindo a excessiva exposição da imagem dos autarcas que, nalguns casos, parecem apreciar um certo “culto da personalidade”. Deve essa comunicação, por outras palavras, ser um exemplo virtuoso de serviço público e não um exercício vicioso de relações públicas e autogratificação”.

No mesmo texto, o movimento faz ainda referência à relação entre Município e comunicação social local e regional: “Além dos meios próprios, parte relevante da comunicação autárquica é mediada pelos órgãos de comunicação social regionais e locais, tanto em conteúdos noticiosos como publicitários. O movimento ALTERNATIVAcom defende uma imprensa livre e independente, comprometida com a democracia e o desenvolvimento, devendo os municípios contribuir responsavelmente para que os meios locais sejam financeiramente viáveis, adotando-se modelos de apoio isentos e acima de qualquer suspeita de favorecimento ou condicionamento político”. O movimento liderado por Vasco Damas refere ainda a plataforma digital do Município. Escreve o movimento que “também a plataforma Abrantes 360 – criada para facilitar a interação do município com os cidadãos – requer vários aperfeiçoamentos, por exemplo a nível da simplificação do registo de utilizador e dos prazos de resposta aos munícipes. E quanto ao boletim municipal Passos do Concelho, que em 2020 teve apenas uma edição (era suposto ter quatro), ainda não foi dado qualquer esclarecimento sobre as razões do seu sumiço”.

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PSD critica forma e mensagem do presidente da Câmara no seu 2.º aniversário

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Março 2021 / JORNAL DE ABRANTES

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ECONOMIA / IAPMEI divulga lista das PME Líder O IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, divulgou na última semana de fevereiro a lista das empresas que conseguiram no ano 2020 o estatuto de PME Líder. No Médio Tejo (área administrativa da CIMT constituída por 13 concelhos) o número de empresas PME Líder é de 249. No país, em 2020, foram 9.955 empresas reconhecidas com este selo, mais 1.398 empresas do que na anterior edição. De acordo com o IAPMEI, o estatuto PME Líder é um selo de reputação criado pela Agência para distinguir o mérito das PME nacionais com desempenhos superiores. “É atribuído em parceria com o

ABRANTES ▶ 4 MB - Construções, Lda. ▶ C.P.P. - Comércio de Produtos Petrolíferos, Lda. ▶ Cascata - Indústrias Hoteleiras, Lda. ▶ Centro de Diagnóstico Ecográfico de Abrantes, Lda. ▶ Cremilcar - Comércio de Viaturas Auto, Lda. ▶ Farmácia Ondalux, Unipessoal Lda. ▶ Firmino Fernandes Bispo, Lda ▶ Friofontes - Comércio de Produtos Alimentares, Lda. ▶ Gásunidos - Comércio de Gás e Equipamentos, Lda. ▶ Ipalere, Lda. ▶ Jianhua Yang ▶ Manuel Morgado, Lda. ▶ Papetarget, S.A. ▶ S.A.O.V. - Sociedade Agrícola Ouro Vegetal, S.A. ▶ Superabrantes Supermercados, Lda. ▶ T. R. M. - Tratamento e Revestimento de Metais, Lda. ▶ Valente & Marques, Lda. ▶ Vieira Alves Metalomecânica, S.A.

CONSTÂNCIA ▶ Almouroltec - Serviços de Informática e Internet, Lda. ▶ BH Portuguesa - Sistemas de Caixilharias para Arquitetura, Lda. ▶ Insuflar - Manufactura, Comércio e Locação de Coberturas, Lda. ▶ Tagus PVC - Caixilharia em PVC - Unipessoal, Lda. ▶ Vedap - Espaços Verdes, Silvicultura e Vedações, S.A.

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Turismo de Portugal (no das caso das empresas do setor do Turismo), um conjunto de bancos parceiros e as Sociedades de Garantia Mútua, tendo por base as melhores notações de rating e indicadores económico-financeiros. De acordo com o IAPMEI, as empresas com este selo têm acesso a um conjunto de benefícios, como condições especiais a produtos financeiros e a uma rede de serviços, a facilitação da relação com a banca e o prestígio associado à marca PME Líder na relação com os seus stakeholders. De acordo com os resultados de 2020 foram reconhecidas 9955 empresas, onde continuam a pre-

SARDOAL ▶ Gsp, Unipessoal Lda. ▶ J. N. - Materiais de Construção, Lda. ▶ Alcino Caseiro, Lda.

MAÇÃO ▶ Indústrias VIP, Unipessoal, Lda. ▶ Construmação - Construções e Terraplanagens, Unipessoal Lda. ▶ Distrimação Supermercados, Lda. ▶ Foresmad - Gestão Florestal, Lda. Monteiro, Lda.

VILA NOVA DA BARQUINHA ▶ Espaço Mecânico Comércio e Manutenção de Equipamentos de Terraplanagem, S.A. ▶ Sociedade de Refrigerantes Baia, Lda.

VILA DE REI ▶ Vidrorei - Sociedade Transformadora de Vidros, Espelhos, Lda.

GAVIÃO ▶ Arménios - Exploração Florestal, Lda. ▶ Chambel - Móveis e Electrodomésticos, Lda. ▶ O Poupadinho - Comércio de Produtos Alimentares, Lda.

JORNAL DE ABRANTES / Março 2021

OPINIÃO /

dominar as pequenas empresas, com uma relevância de 71,9% do total das PME Líder 2020, seguidas das médias empresas, com 22,2%, e das micro empresas, com 6,0%. Estas empresas foram responsáveis por 325.646 postos de trabalho (em 2019), verificando-se um aumento de 34.836, comparativamente ao ano anterior. Ainda de acordo com os relatórios do IAPMEI, a distribuição setorial seguiu a mesma tendência de 2019, liderada pelo Comércio (34,4%), seguindo-se a Indústria Transformadora (24,4%), o Alojamento, Restauração e Similares (10,8%) e a Construção (10,8%). Jerónimo Belo Jorge

▶ Urbigav - Construções e Engenharia, S.A.

PONTE DE SOR ▶ Alves Martins - Farmácia, Lda. ▶ Capsor - Cooperativa Agrícola do Concelho de Ponte de Sor, Crl ▶ Incopil - Indústria e Comércio de Pimentão, S.A. ▶ JOANA VARELA DIAS FARMACIA UNIPESSOAL, LDA ▶ Meta Capital II - Gestão Hoteleira, Lda. ▶ Raul Martins Lobato, S.A. ▶ Socicarril - Sociedade de Construções Ferroviárias, Lda. ▶ Sociedade Agrícola do Condado da Torre, Lda. ▶ Sodisôr - Supermercados, Lda. ▶ Sodrel - Sociedade Distribuidora de Rações e Refrigerentes, S.A. ▶ Soeiro & Filhos - Comércio de Produtos Alimentares, Lda. Ourém Torres Novas Sertã Alcanena Abrantes Tomar Entroncamento Ferreira do Zêzere Constância Mação Sardoal VN Barquinha Vila de Rei Total

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ODS / José Alves Jana / FILÓSOFO

A

lguém falou aqui em 2030? O que é que 2030 vem fazer aqui? Falámos aqui desse ano como meta intermédia para mantermos o mundo habitável em termos estritamente físicos. Se eu tiver 36,5 de temperatura, estou bem; se tiver 37, já preciso de cuidar-me; se tiver 37,5 já estou doente e preciso de tratar-me… Só um grau?! Sim, um grau faz toda a diferença e se a temperatura aumentar mais, pode ser-me fatal. É isso que está em jogo no aumento da temperatura ambiente. Mas essa é apenas uma parte do problema. Em 2015, a ONU definiu os ODS, os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, a alcançar até 2030. Já lá vão 5 anos, dos 15 que então tínhamos. Que fizemos entretanto? Uma coisa que não fizemos, ou quase não fizemos, e decerto não fizemos o suficiente, foi falar, discutir os ODS e programar o nosso contributo local para a sua concretização. Já ouvimos falar deles? Sabemos quais são? Sabemos o que NÓS podemos e devemos fazer AQUI para os alcançar? Seja-me permitido enunciá-los, mesmo numa forma simplificada, porque são decisivos para a nossa sobrevivência comum e para a nossa dignidade. São 17 (16+1), também denominados Agenda 2030, e enunciados assim: 1. Erradicar a pobreza; 2. Erradicar a fome; 3. Saúde de qualidade; 4. Educação de qualidade; 5. Igualdade de género; 6. Água potável e saneamento; 7. Energias renováveis acessíveis; 8. Trabalho digno e crescimento económico; 9. Indústria, inovação e infraestruturas; 10. Reduzir as desigualdades; 11. Cidades e comunidades sustentáveis; 12. Produção e consumo sustentáveis; 13. Ação climática; 14. Proteger a vida marinha; 15. Proteger a vida terrestre; 16. Paz, justiça e instituições eficazes; 17. Parcerias para a implementação destes objetivos. Algumas das formulações precisariam de mais espaço para melhor formulação, mas a leitura não tem de se ficar por esta crónica. Convém mesmo aprofundar a informação e refletir

sobre o estado das coisas no lugar onde cada um de nós está inserido no mundo. Algum dos ODS não merece o nosso empenho e compromisso? Estamos disponíveis para parcerias a fim de concretizá-los? Esta é outra grelha de avaliação dos programas que nos vão apresentar os candidatos às próximas eleições autárquicas. E que vamos nós exigir deles neste campo? Mas não é só nas autarquias – e na CIMT – que o nosso futuro está em jogo. Por isso, esta é também uma grelha de avaliação do desempenho das nossas escolas, empresas, associações… Quem está aí para fazermos juntos o caminho? “Caminhante, não há caminho, o caminho faz-se ao andar”. (António Machado) E uma das formas de caminhar neste campo é conhecer e discutir os ODS e o estado das coisas onde temos as mãos e os pés na vida. E formularmos parcerias para a implementação destes objetivos. https://unric.org/pt/objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel/

Estamos disponíveis para parcerias a fim de concretizar os ODS?


CULTURA /

Programação Cultural em Rede suspensa... talvez no verão

OPINIÃO /

// “Queremos «caminhar» em 2021. Pretendemos promover o encontro da cultura com o território e o encontro das comunidades com visitantes e artistas emergentes”.

/ Fotos: CIMT

artistas, entre outros momentos, garantindo a realização de eventos diversificados e para todas as idades, envolvendo a itinerância de espetáculos pelo território do Médio Tejo. É sob este desígnio que a CIM do Médio Tejo pretende retomar o projeto em julho, com o ciclo da água e, em seguida, em outubro, com o ciclo da pedra. Numa aposta continuada pela programação cultural em rede, também em setembro de 2020, foram submetidas ao Centro2020, novas candidaturas de programação, tendo a CIM do Médio Tejo apresentado a candidatura “Os Caminhos das Pessoas”. A candidatura foi aprovada e iria arrancar no primeiro trimestre deste ano. Contudo, devido às atuais restrições, foi deliberado no último Conselho Intermunicipal o adiamento do projeto, possivelmente, para junho ou julho de 2021.

Esta candidatura, “Os Caminhos da Pessoas”, será concretizada através de um programa de ação de 12 meses e tem como objetivo “valorizar e animar o património do território, potenciando o usufruto da arte em locais públicos de acesso livre, procurando manter uma relação direta entre o espetáculo e o contexto espacial e social em que se insere”. No âmbito do projeto, está prevista a concretização de várias iniciativas, como ações de dinamização de práticas artísticas e culturais por e ou para grupos em risco de exclusão ou socialmente desfavorecidos, ações de intermediação que favorecem o desenvolvimento de atitudes e capacidades de aprendizagem, com vista à aquisição de competências básicas, pessoais e sociais e desenvolvimento de projetos que concorram para a melhoria do acesso à cultura e à arte, entre outras.

/ Nuno Alves / MESTRE EM RELAÇÕES NTERNACIONAIS / nmalves@sapo.pt

N

a era Covid, a hora mais escura vem sempre antes da alvorada. A Humanidade sobreviverá a mais uma pandemia. Contudo, importa começar a perguntar como irá sobreviver e, depois, que mundo teremos. E, no fim de contas, o mundo que teremos deveria ser, à partida, o mundo que queremos todos ter. Nos últimos anos, têm-se verificado desafios de dimensão global com impactos particularmente negativos, que foram ampliados de forma rápida e inesperada pela pandemia. Esta capacidade de extrapolação deve-se, em boa parte, à interdependência entre estes desafios: a necessidade de uma regulação mais efetiva da globalização, o aumento da desigualdade social e as alterações climáticas. A oposição à globalização não é nova. Desde cedo, os países menos desenvolvidos manifestaram-se contra a visão que moldou a globalização nas últimas décadas: a construção de uma arquitetura económica internacional que, em teoria deveria trazer benefícios alargados para todos. Contudo, na prática, fruto de acordos e tratados internacionais profundamente desiguais, muitos países foram forçados a travar a sua marcha para o desenvolvimento e voltaram a cair na teia da dependência e pobreza. No entanto, em anos recentes, esse descontentamento estendeu-se à opinião pública dos países desenvolvidos responsáveis pela criação das regras da globalização. Os rendimentos caíram, o poder de compra baixou, as oportunidades escasseiam e o futuro parece incerto. O mundo não pode

O grande desafio continuar a dar-se ao luxo de perpetuar uma globalização desenhada para eliminar o poder reivindicativo da sociedade e maximizar os ganhos de um grupo seleto de grupos económicos que, nos bastidores, manobram os governos de acordo com a sua vontade. Isso, conduz-nos à galopante desigualdade social que se tem verificado nas últimas três décadas. Em 2030 estima-se que o 1% das pessoas mais ricas no mundo possuam dois terços da riqueza mundial. Já hoje, a pandemia voltou a mostrar a falência do modelo em que assenta o estado social em muitos países, inclusive o português. Em resultado das medidas económicas restritivas, a pobreza disparou em muitos dos países mais ricos. No mundo pós-pandemia, precisamos de um novo modelo de estado social que permita a abertura da economia e a proteção dos mais desfavorecidos, de um novo modelo fiscal que devolva poder de compra e limite o enriquecimento abusivo e, acima de tudo, é preciso dizer a todos os jovens, que hoje estudam para um futuro melhor, que oportunidades conseguirão criar para eles nesta nova sociedade se se verifica uma diminuição da procura de mão-de-obra como consequência da melhoria da produtividade. E no fim de contas, se as alterações climáticas são o maior desafio a longo prazo para a nossa sobrevivência, como poderemos fazer a transição para uma sociedade mais sustentável se escasseiam as oportunidades e os recursos para que todos possam ter acesso a soluções mais amigas do ambiente? PUBLICIDADE

É este o objetivo da CIM do Médio Tejo e dos seus treze municípios para o próximo verão com a promoção do projeto Caminhos - programação cultural em rede e também com a concretização do novo projeto desta CIM: “Os Caminhos das Pessoas”. Nesta fase, e devido à situação da pandemia COVID-19, “não será possível concretizar o primeiro ciclo do projeto – Caminhos do Ferro, que habitualmente se realiza em abril, havendo a expectativa de se retomar a programação cultural em rede em julho de 2021 com os Caminhos da Água”. A deliberação foi tomada no último Conselho Intermunicipal, realizado a 18 de fevereiro. Durante os últimos anos da sua concretização, o projeto Caminhos, cofinanciado pelo Centro2020, tem promovido momentos de música, teatro de rua, circo contemporâneo, projetos comunitários, percursos artísticos, conversas com

Fisabrantes

Centro de Fisioterapia Unipessoal, Lda. Terapia da Fala Dr.ª Sara Pereira

Médico Fisiatra Dr. Jorge Manuel B. Monteiro

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DESPORTO /

Associação ROTAS DE MAÇÃO reforça aposta no Geocaching // Em julho de 2018 um evento de geocaching reuniu em Ortiga várias dezenas de geocahers. Foi na sequência desse encontro, organizado por Leonel Mourato, que nasceu a Associação Rotas de Mação, projeto de valorização deste território do interior. Menos de três anos depois, a equipa da ARM mantém a aposta nesta atividade reforçando o número de caches no concelho, que neste momento já ronda as três centenas. A par da criação de mais de uma dezena de trilhos pedestres, com 5 deles já homologados e outros tantos em fase de mapeamento, a ARM investe na divulgação do concelho através do geocaching, um jogo ao ar livre que funciona como uma espécie de “caça ao tesouro” através de coordenadas GPS. O objetivo é criar um Power Trail (caminho com várias caches do mesmo grupo que leva o geocacher a uma caminhada guiada), além da colocação

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de caches em locais estratégicos de norte a sul do concelho. Aproveitando a experiência de vários elementos da equipa que são praticantes desta atividade, a ARM tem contribuído ativamente para aumentar o número de caches no concelho e assim potenciar o número de visitantes. Muitas destas caches foram colocadas em lugares emblemáticos dos percursos pedestres já homologados, mas muitas outras estão escondidas em locais selvagens,

JORNAL DE ABRANTES / Março 2021

algumas debaixo de água ou mesmo de terra, em sítios de beleza incontestável ou com importância histórica. Tendo por objetivo dar a conhecer novos locais ou, caso já os conheça, descobrir pequenos tesouros escondidos em objetos do dia-a-dia, esta caça ao tesouro dos tempos modernos tem contribuído para promover o concelho e posicionar Mação como destino turístico. Recorde-se que uma cache

é um recipiente escondido em qualquer local do mundo e que pode, ou não, possibilitar a troca de objetos entre os praticantes da atividade. Como jogo que incentiva à descoberta de novos locais, o geocaching tem-se afirmado nos últimos anos na indústria do turismo de aventura, uma das mais dinâmicas e atrativas do setor. Ao proporcionar experiências únicas e originais, o geocaching mantém-se assim como uma das áreas de eleição da ARM, que vê

nesta atividade mais uma oportunidade para promover o destino Mação. Neste momento, são 18 os geocachers a trabalhar no terreno com a equipa das Rotas de Mação. Para ‘jogar’ basta ter um aparelho GPS de mão ou utilizar um smartphone e ter atenção às poucas, mas importantes, regras do jogo. Em Mação, por exemplo, já há largas dezenas de caches para abrir… e lugares magníficos para descobrir.


PATRIMÓNIO / NOMES COM HISTÓRIA /

Grupo

Rua da Barca Regularize o pagamento dos portes de envio do seu jornal através da nossa redação ou por transferência bancária: NIB 0036 0059 99100093265 67 / Teresa Aparício

uma nova forma de comunicar. ligados por natureza. 241 360 170 . geral@mediaon.com.pt www.mediaon.com.pt

ser um dos mais importantes a seguir a Lisboa, dispondo, no século XVI, de mais de uma centena de barcos para tráfego no Tejo. Ora além dos mareantes que andavam nos barcos, havia muitas outras profissões relacionadas: calafates, que construíam os barcos, carregadores que os carregavam e descarregavam, almocreves e outros comerciantes de maior vulto, enfim imensa gente com profissões diferentes mas necessárias, para que na actividade fluvial tudo funcionasse bem. O caminho para o rio era por isso mesmo cheio de vida e movimento e a Rua da Barca era uma das mais populosas da então vila de Abrantes. Em 1707, há referência que residiam nela 12 mareantes, 4 almocreves, 3 carreteiros, um pescador e um barqueiro, além de outras e variadas profissões. Por meados do século XX, com o desenvolvimento do caminho-de-ferro e dos transportes rodoviários, os barcos do Tejo desapareceram e todo este movimento cessou. Até mesmo a pesca foi desaparecendo. A população ribeirinha passou a viver de costas voltadas para o rio e a nossa Rua da Barca e o caminho para o Tejo foram ficando menos concorridos e mais sós. Durante muitos anos, a rua e o caminho para a barca foram também o percurso habitual das procissões em honra de Nossa Senhora da Boa Viagem. A vida dos pescadores e mareantes era cheia de perigos e incertezas, sobretudo no Inverno quando as tempestades tornavam e rio perigoso, pelo que em momentos de aflição eles e suas famílias era a Nossa Senhora da Boa Viagem que, com muita fé,

recorriam. Quando o tempo já estava melhor, pela Primavera ou início do Verão, em jeito de agradecimento pela protecção dispensada, faziam então uma grande festa em sua honra. Havia uma imagem pequena que andava nos barcos e outra maior que, antes da construção da capela das Barreiras do Tejo em 1953, ficava em casa de famílias ou que para sua maior segurança, recolhia à Igreja de S. João e daqui, na altura da festa partia, toda engalanada e acompanhada por muita população, até ao Tejo onde barcos enfeitados com bandeiras coloridas, à semelhança do que se faz ainda hoje em Constância, esperavam que a Virgem os viesse abençoar. Esta devoção a Nossa Senhora da Boa Viagem era por aqui grande e antiga, pois além destas memórias também se sabe que na Igreja de S. Vicente, o primeiro altar do lado esquerdo, quando se entra, era dedicado a Nossa Senhora da Boa Viagem. Na parte superior, tinha uma inscrição hoje ilegível, datada de 1618 e onde se podia ler que fora mandado construir a expensas dos mareantes desta vila. As vivências desapareceram e como tudo está interligado, a devoção e os rituais dedicados à Senhora da Boa Viagem desapareceram também.

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A Rua da Barca é uma rua muito antiga, certamente tão antiga como o povoado pequeno no início, mas que foi crescendo e deu depois origem ao que é hoje a nossa cidade. O Tejo e todos os cursos de água importantes foram durante séculos um pólo de atracção para os humanos, que a eles recorriam para tirar alimento e para servirem de vias de comunicação, numa altura em que as terrestres eram difíceis, perigosas ou até inexistentes. Por estas e outras razões o topónimo é bastante comum nas povoações ribeirinhas que precisavam de barcas e barqueiros que transportassem pessoas, animais e mercadorias de uma margem para a outra. A primeira referência escrita acerca desta rua aparece pela primeira vez em 1370 …um olival que nós temos na dita vila no caminho para a barca…, mas a sua existência é certamente muito mais antiga. Na verdade, não era apenas uma rua mas duas que tinham esta designação: a Rua da Barca de Cima, que oficialmente hoje se chama Rua D. Nuno Alvares Pereira e a Rua da Barca de Baixo que é a que felizmente conserva o seu nome original, sobrevivendo por milagre à dança dos topónimos, que, quase sempre por razões políticas, são alterados com frequência. Nos jornais e em outros documentos as duas aparecem geralmente referidas sob o nome de Rua da Barca, pelo que é difícil destrinçar a qual delas se estão a referir. Primitivamente deviam ser de terra batida, mas dada a sua importância foram calcetadas com calhau rolado, que ainda hoje em parte conservam, como também calcetado era o caminho que as prolongava até às areias do Tejo. Este já não se encontra intacto, pois foi cortado em vários pontos do seu percurso para a construção de outras vias mais modernas e que o atravessam em vários pontos. Em tempos todo este percurso era muito concorrido pois das actividades relacionadas com o Tejo vivia muita da população ribeirinha. Para Lisboa, eram transportados sobretudo produtos agrícolas, muitos deles vindos do Alentejo e Beiras, como cereais, frutas, azeite, vinho, palha, etc, de regresso traziam mercadorias aqui inexistentes: tecidos, armas, metais, especiarias, café…O porto de Abrantes, chegou a

Consultas: Campos, Eduardo, Toponímia Abrantina, C.M.A. 1982 (Agradeço também a colaboração das senhoras Maria Júlia Sousa e Maria Laura Louro hoje já com mais de 90 anos e naturais das Barreiras do Tejo, que me relataram as suas memórias de infância e juventude relacionadas com o tema.)

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SAÚDE /

/ Patrícia Santa Cruz / Unidade de Saúde Pública do Médio Tejo

Está na hora!

Em pleno inverno, com chuva, frio, dias de sol, confinamento, trabalho on line, sem trabalho, escola on line, sem net, é verdade que nem tudo é favorável, fácil ou agradável, mas também, não é tudo mau. Aproveite o seu tempo, esqueça que tem de estar em casa e aproveite, porque está em casa, para fazer aquela mudança, aquela melhoria, aquele canteiro. Estude, inscreva-se on line numa formação. Faça planos para o futuro, repense o seu negócio ou o seu trabalho, torne mais apelativo aquilo que faz, se não for possível, mude de estratégia, não se instale só em casa, prepare-se para quando puder sair. No meio de toda esta avalanche de situações que nos tem empurrado e até soterrado, há e vai continuar a haver a vida. Temos de procurar a melhor forma de aproveitar todos os dias. Aproveite as nossas paisagens espetaculares e únicas, dê passeios a pé, faça um lanche em família na natureza, partilhe um pouco do seu tempo e do seu saber com alguém mais próximo e mostre o por do sol visto daquele local especial. Quem nos visita deslumbra-se com as nossas ruas, os nossos trilhos, com a simpatia das pessoas. Agora não podemos conviver de forma tão próxima nem como gostaríamos, mas podemos aproveitar para mudar um pouco a nossa maneira de estar e passar a ser mais criativos e dinâmicos. Vamos ser eficazes a aproveitar o nosso tempo. Com meia hora disponível podemos andar 3km, correr 5km ou fazer uma aula de ioga on line. Com meia hora podemos arrumar a estante que está cheia de coisas que já não têm qualquer utilidade, se ainda forem reutilizáveis, na próxima ida às compras podemos colocar o que já não queremos, num contentor para esse fim. Com meia hora faço o canteiro das aromáticas, cujas sementes já tenho há meses. Com meia hora pesquiso uma refeição especial que vou fazer para o jantar. Com meia hora faço uma videochamada para os amigos com quem já não estou há meses. Com meia hora posso compilar fotografias para fazer um foto book. Com meia hora por dia altero a minha vida. Está na hora!

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JORNAL DE ABRANTES / Março 2021

Patologia tem nova tecnologia para identificar variantes do SARS-Cov2 O Serviço de Patologia Clínica do CHMT, iniciou uma nova etapa, ao iniciar os estudos de identificação das variantes mais relevantes do vírus SARS-Cov-2. Carlos Cortes, diretor do Serviço de Patologia, explica o procedimento em causa, e as vantagens deste estudo de identificação das variantes do vírus. “Estamos a iniciar os primeiros estudos e os primeiros ensaios que nos vão permitir identificar as variantes mais relevantes do SARS-Cov2. Sabemos que em Portugal já temos algumas dessas variantes presentes e o que o CHMT vai começar a fazer é, por um lado, estudar as variantes de todos os seus doentes positivos e, por outro lado, propor esta tecnologia, nomeadamente em toda a ARSLVT e também do Alentejo, que nos tem enviado muitas amostras”, explica Carlos Cortes. Uma das variantes que vai ser identificadas é a do Reino Unido, que se tem espalhado um pouco por todo o mundo e está muito presente nos Estados Unidos e também em Portugal e que é uma variante “mais agressiva, provoca mais lesões nos doentes, tem mais letalidade e é mais contagiosa”. Para o patologista, “é importante identificar que doentes são portadores dessa lesão para serem imediatamente isolados, como qualquer doente, mas sabemos que aqui ainda tem que haver mais cuidados e para, nos casos mais críticos, serem equacionados tratamentos mais agressivos”. A nova tecnologia que o CHMT tem agora ao dispor, desde o dia 16 de fevereiro, “também permite detetar as variantes da África do Sul e a do Brasil, que também têm tido uma relevância epidemiológica e uma relevância clínica”. Explica Carlos Cortes que há

alguns estudos internacionais “que nos dizem que essas variantes podem atuar negativamente em relação à imunidade. De tal forma que o Governo da África do Sul já não quer alguns tipos de vacinas, nomeadamente a da AstraZeneca”. Identificar a prevalência e a distribuição geográfica dos casos das variantes África do Sul / Brasil é importante e é um dos objetivos. Num futuro próximo, afirma Carlos Cortes, “vamos estar em condições de identificar autonomamente a variante inglesa, a da África do Sul, a do Brasil e outra que tem sido das mais importantes que é a variante da Califórnia”. Essa avaliação vai permitir ter “uma fotografia epidemiológica, com interesse para os doentes que têm essas variantes, porque vamos estar melhor preparados para sabermos como devemos atuar no tratamento dessa doença”, bem como para poder perceber qual a resposta imunitária que esses doentes têm sobre essas variantes. “Será que as pessoas que estão a ser vacinadas agora vão ter a mesma proteção contra o SARS-Cov-2 que tem essas variantes?”, questiona o especialista. É isso que se pretende saber ao criar um mapa, na área do CHMT, para “perceber os predomínios em termos dessas variantes. Se aparecer um surto de uma dessas variantes como é que a população de SARS-Cov-2 se está a construir dentro da área de influência do CHMT”. Até à data o Serviço de Patologia já realizou mais de 100 mil testes ao SARS-Cov-2, distribuídos por várias áreas geográficas para além da área de influência do CHMT, nomeadamente, Setúbal, Almada/Seixal, Cascais, Loures, toda a zona do Oeste, alguma área do Alentejo e todo o distrito de Santarém.

Um trabalho que se começou do zero pois, como explica Carlos Cortes, “O CHMT não tinha uma resposta muito diferenciada em termos de biologia molecular, porque também não era necessário. Quando havia necessidades, as amostras eram encaminhadas para o laboratório de referência que é o Instituto Ricardo Jorge”. Com os novos equipamentos, consegue-se analisar e processar “à volta de 100 amostras de cada vez, é uma dimensão completamente diferente” relativamente aos testes rápidos de PCR que eram utilizados antes. “Não são tão rápidos mas como temos vários equipamentos e trabalhamos de forma ininterrupta, conseguimos atingir essa capacidade e este número de 105 mil testes desde o início da pandemia”. O facto de serem realizados testes fora da área ade influência do CHMT é caracterizada pelo diretor do Serviço de Patologia como “uma boa característica deste hospital” pois “este hospital é do Serviço Nacional de Saúde e tem que saber dar resposta, quando é necessário, aos seus doentes mas também a todos os doentes que necessitam de cuidados de saúde”. “Sabemos que nestas últimas semanas o SNS teve imensas dificuldades de resposta. O CHMT deu essa colaboração, recebeu doentes de muitas outras áreas e isso foi importante, mas o Serviço de Patologia Clínica, desde há alguns meses, também já dá esse apoio. Temos dado uma resposta que é considerada muito satisfatória (…) porque mesmo com esta quantidade de amostras, demos sempre uma resposta célere e numa articulação muito próxima com todos os delegados de Saúde Pública e todos os profissionais dos ACES”, concluiu Carlos Cortes. Patrícia Seixas


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