Notícias do Mar n.º 338

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Notícias do Mar

Turismo dos Açores mercados internacionais que concorrem com o seu? Quais são os principais desafios da sua actividade em Portugal e Internacional?

San Remo Ana Paula Cardoso, Gerente do Estaleiro Riatllante construtor dos San Remo, a única embarcação portuguesa em exposição na Boot, respondeu-nos: Nós sobrevivemos por causa dos mercados internacionais, como Espanha, França, Itália, Croácia, Rússia, Angola e Suécia e andamos a procurar novos mercados, na Europa de Leste e outros. A nossa novidade é o SanRemo 860 Blue Sky com Flybridge e com painéis solares. Os visitantes

têm a noção de que Portugal tem grande construção náutica, pela tradição ancestral, mas se conhecessem a realidade de hoje… Expositores portugueses, mas quais? Açores? Que dizem que não são portugueses …Portugueses, esses, realmente eramos só nós , eu não vi mais nenhum expositor “ made “ in Portugal. Mas sim, acho que deveríamos dar a conhecer ao mundo que somos tão bons ou melhores que eles, deveríamos ter ajudas, incentivos para a internacionalização, que têm custos elevadíssimos e com retorno a longo prazo . Quanto a retorno, ainda é cedo para poder avaliar. Os mercados mais concorrentes são França, Espanha, Itália, Alemanha, enfim os dos grandes

construtores. O principal desafio é demonstrar que somos tão bons, iguais ou melhores que tantas marcas de prestigio.

Associação Portuguesa de Portos de Recreio - APPR Isolete Correia, Presidente da APPR, deu-nos as respostas: Viemos à Boot para divulgar o Portugal Náutico, as suas infra-estruturas e serviços e promover as condições excepcionais que temos para velejar durante todo o ano, o que faz de nós um destino náutico de excelência. Com este conceito queremos atrair os nautas do mercado externo/ Europa do

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Norte, países com forte tradição náutica, um elevado poder de compra, mas com um clima adverso, que não permite a prática da vela durante grande parte do ano, o que torna este público especialmente interessante para nós.Estamos presentes no BOOT desde 2012, nos últimos dois anos temos verificado um maior interesse na descoberta de Portugal como destino náutico, apesar de ainda desconhecerem o país e as suas condições náuticas (marinas, infra-estruturas, clima. etc.). O público presente no certame tem estado focado nos mercados concorrentes, com presença continuada e notória nestes eventos e que oferecem boas condições naturais e preços muito competitivos, tornando a nossa conquista do mercado nauta um processo lento e que necessita de ser continuado. É imperioso e necessário divulgar Portugal como destino náutico, apostar na promoção externa, na procura de mercados com ligação à náutica e poder económico favorável. Necessitamos de uma estratégia concertada entre todos os players do turismo nacional que permita aumentar a visibilidade internacional e angariar novos potenciais clientes para dinamizar a náutica nacional. Esta promoção deve ser acompanhada por um aumento da oferta de actividades turísticas e complementares: actividades culturais, gastronómicas, desportivas, lazer, etc., que seduzam o turista, criando expectativas e a vontade de visitar Portugal, sobretudo na época baixa, contrariando a sazonalidade. A presença da APPR no BOOT assume-se essencialmente como promoção do destino náutico português e das suas condições náuticas, estamos conscientes que não obteremos resultados económicos imediatos, mas num futuro próximo acreditamos que esta situação irá inverter-se. Os mercados que concorrem são Espanha, Croácia, Turquia e Grécia destinos com grandes condições naturais e climatéricas. O Turismo Náutico continua a não receber a atenção merecida, tendo em conta a importância e a potencialidade do sector como factor de atracção de um público-alvo com elevado poder de compra. É necessário criar sinergias e desen-


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