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OBSERVAÇÃO
NOBEL 2021 RESPOSTAS A QUESTÕES DIFÍCEIS NA ÁREA DO TRABALHO
Os laureados com o Prémio Nobel de Economia 2021, os economistas David Card, canadiano de 65 anos, Joshua Angrist, norte-americano de 61 anos, e o holandês Guido Imbens, 58 anos, estudaram os efeitos de salário mínimo, imigração e educação no mercado de trabalho. Perguntas como “de que forma a imigração afecta os salários e os níveis de emprego?” ou “Como uma maior educação pode afectar o salário futuro de uma pessoa?”, que a economia enquanto ciência tinha grandes dificuldades de responder, foram analisadas através de pesquisas de situações da vida real que permitiram calcular os seus impactos no mundo. “Os economistas revolucionaram a pesquisa empírica nas ciências sociais e melhoraram significativamente a capacidade da comunidade de pesquisa de responder a perguntas de grande importância”, reconheceu a Real Academia de Ciências da Suécia. Os três vão partilhar um prémio de 10 milhões de coroas suecas (1,1 milhões de euros).
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RADAR

GOVERNO PREVÊ CRESCIMENTO ECONÓMICO DE 2,9% NA PROPOSTA DO ORÇAMENTO DO ESTADO DE 2022
O Governo prevê um crescimento da economia na ordem de 2,9% em 2022, de acordo com a proposta de Orçamento do Estado (OE) para o próximo ano. Segundo o Executivo, a previsão é mais optimista que a do Fundo Monetário Internacional (FMI) que apontou, recentemente, para um crescimento de 2,5%. A generalidade das previsões vai no sentido de um regresso ao crescimento depois de, em 2020, o País ter registado uma contração de 1,28% por causa da pandemia do covid-19. Este ano, o Instituto Nacional de Estatística (INE) já apresentou dados até Junho, em que revela que o PIB terá registado um crescimento de 1,05% no primeiro semestre. As propostas do Programa Económico e Social (PES) e Orçamento de Estado para 2022 foram aprovadas numa reunião extraordinária do Conselho de Ministros para serem enviadas ao Parlamento. Os documentos prevêem também uma taxa de inflação média anual de 5,3%, receitas de 293 mil milhões de meticais e despesas de 450 mil milhões de meticais, ou seja, um défice de 157 mil milhões de meticais, cerca de 14% do PIB.
ECONOMIA

Energia. A Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) deverá produzir mais 29,6% de energia eléctrica até ao final de Dezembro do presente ano. Neste momento, a empresa conta com uma cifra de 70,4%, cerca de 10 899,79 gigawatts produzidos entre Janeiro e Setembro. Segundo um comunicado da HCB, a produção de electricidade está a um ritmo de 5,5%, sendo que a esperança é que, até finais de Dezembro do ano em curso, sejam produzidos 14 125,53 gigawatts.
Dívida pública. O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou, há dias, que a dívida pública moçambicana vai continuar, este ano e em 2022, acima dos 100% do PIB. Também o ‘Fiscal Monitor’, apresentado recentemente em Washington pelo director do departamento de assuntos fiscais e antigo ministro das Finanças português, Vitor Gaspar, revela que o rácio da dívida pública aumentou em Moçambique. Assim, segundo o FMI, Moçambique verá a sua dívida pública aumentar este ano, de 128,5% do PIB em 2020 para 133,6%, caindo depois para 127,6% no próximo ano. O Fundo não dá explicações para esta evolução da trajectória da dívida, apresentando apenas os números numa tabela.
Negócios. O Indicador do Clima Económico (ICE), que mede a confiança dos empresários, registou nova queda no terceiro trimestre, com um saldo médio de 81,3 pontos – menos 3,1 pontos que no trimestre anterior. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados recentemente, o ICE “prolongou a tendência decrescente que vem registando desde o primeiro trimestre de 2021, facto que se deveu, fundamentalmente, à avaliação desfavorável da perspectiva de emprego”. Houve ainda uma queda relativamente à procura futura no mesmo trimestre. Mesmo com este cenário, o perfil do ICE “apresenta-se ligeiramente acima do verificado no trimestre homólogo de 2020”, nota o INE.
Logística. O porto da Beira introduziu, recentemente, o carregamento a granel de cobre exportado da África Austral como alternativa à actual crise no transporte de contentores. “Os transportes fraccionados são uma alternativa eficaz ao transporte de contentores de cobre para fora da Beira”, refere a Cornelder, empresa gestora. A operação “foi bem-sucedida” com “15 000 toneladas de cátodos de cobre carregados entre os dias 30 de Setembro e 05 de Outubro de 2021, tendo o navio que recebeu a carga desatracado nas primeiras horas do dia 06 de Outubro”. “Os prestadores de serviços de logística de carga do porto e do corredor da Beira estão empenhados em maximizar o potencial do transporte de carga fraccionada para aliviar a actual crise de contentores e continuarão a oferecer esta solução”, descreve a empresa.

Agricultura. Moçambique espera alcançar a auto-suficiência na produção do arroz dentro de cinco anos. Segundo o ministro da Agricultura, Celso Correia. “Tudo indica que nos próximos
cinco anos iremos atingir a auto-suficiência em termos de produção. O nosso desafio da balança de pagamentos começa aqui”, referiu. O governante falava na cerimónia de relançamento da unidade de processamento de arroz do Complexo Agro-industrial de Chókwè (CAIC), na província de Gaza, sul do país, zona historicamente conhecida pela produção do cereal.

Aviação. A LAM – Linhas Aéreas de Moçambique – pretende retomar a ligação regular com a cidade de Harare, capital do vizinho Zimbabué, já no próximo mês de Dezembro. Segundo a programação disponível nos sistemas de vendas (GDS), a companhia de bandeira moçambicana irá iniciar o voo Maputo-Harare no próximo dia 19 de Dezembro, com três ligações semanais, utilizando aviões Embraer ERJ145. Desde Março de 2018 que a LAM não voa para o Zimbabué. Até essa data a companhia moçambicana tinha ligações regulares entre os aeroportos da Beira e de Harare.
Construção. Construtoras moçambicanas vão deixar de pagar garantias em concursos públicos. O Governo anunciou a substituição de garantias bancárias por declarações reconhecidas notarialmente, para aliviar o acesso de empresas de construção moçambicanas a concursos públicos, por entender que dificultam a sua competitividade.
EXTRACTIVAS
Carvão. A mineradora Vale anunciou, recentemente, que poderá encontrar um comprador para a sua mina de carvão de Moatize até ao final deste ano. O CEO da empresa, Eduardo Bartolomeo, garantiu, numa entrevista, que “já fizemos duas visitas ao local e há mais pessoas vindo para nos visitar”. A Vale finalizou, no início deste ano, uma reforma em Moatize, que actualmente está a produzir 15 milhões de toneladas/ano e deve receber equipamentos para aumentar a produção para 18 milhões de toneladas/ano até o final do ano. A mina produz carvão metalúrgico e térmico.
Gás natural. A petrolífera norte-americana ExxonMobil continua a ter esperança no seu projecto Rovuma LNG, em Moçambique, apesar da instabilidade militar em Cabo Delgado, norte do País. O vice-presidente sénior da Exxon, Neal Chapman, destacou os desafios em torno da segurança em Moçambique. Falando recentemente, no Fórum de Inteligência Energética, Chapman disse que o Rovuma LNG representa “ um recurso muito grande e muito competitivo”. No entanto, o vice-presidente também observou que a empresa tinha suspendido o progresso.
Exploração do gás. A petrolífera TotalEnergies adiou por mais dois anos, para 2026, a previsão de produção de gás natural liquefeito em Cabo Delgado, de acordo com a mais recente informação a investidores. “Moçambique LNG (gás natural liquefeito, sigla inglesa) adiado para 2026”, lê-se no documento divulgado pela petrolífera.