E&M_Edição 11_Fevereiro 2019 • Negócios da China

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província

Ponta do Ouro

A nova ponte e a estrada abriram caminho ao progresso e, com ele, chegaram também as partes indesejadas do desenvolvimento como a poluição e o ruído em excesso

Nesse sentido, ele explica existir já um plano de acção. “Estamos a identificar as novas áreas que devemos explorar para aumentar o número de alojamento, bem como beneficiar os vários espaços públicos”, garante o administrador. Artur Muandule revela a existência de 95 estabelecimentos para alojamento e 57 restaurantes, até ao momento, um número que já é considerado irrisório, tendo em conta o fluxo de turistas que o lugar passou a receber. Esta situação foi sentida pelos agentes turísticos e pelos clientes em Dezembro,. As queixas sobre os preços, a falta de produtos e as demoras no atendimento correram depressa. “Desta vez registámos o maior número de turistas de sempre, e infelizmente não estávamos preparados para atender a toda essa demanda”, afirma Pedro Dias, gerente do Hotel Phaphalati, na Ponta Malongane, ali bem perto. Por ali, até o parqueamento de viaturas começou já a ser desafiante para condutores, caminhantes e autoridades. “A Ponta não tem um verdadeiro parque de estacionamento de viaturas, porque o que havia chegava. Mas, tendo em conta o número de carros que têm dado entrada desde Novembro passado, é preciso fazer algo”, alerta Euclério Rafael, proprietário de um pequeno comércio à bei-

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“Se existem infraestruturas na Ponta do Ouro? Claro que existem, mas já não são, de todo, as suficientes para responder à procura que se está a registar”. Estas palavras são assumidas pelo administrador de Matutuíne, Artur Muandule

ra da estrada. “Durante a quadra festiva foi um verdadeiro caos circular na Ponta do Ouro e isso acabou por prejudicar o negócio, e a imagem da nossa terra”, relata. Mas, e porque é de trânsito que se fala, os problemas não param (ou arrancam) por aqui, e existe também a falta de segurança em terra e no mar, sem deixar de lado a falta de caixotes de lixo junto à costa. A todas estas questões, Muandule responde com a criação do corpo de salvação pública, sem deixar de assumir que “é ainda insuficiente para o número de banhistas”, e com um trabalho partilhado entre município e agentes económicos “no sentido de criar uma rede de sanitários públicos na qual já estamos a trabalhar. Temos um plano para colmatar esse vazio”, garante o administrador. Ao longo do ano, será possível avaliar o que, afinal, terá ganho a Ponta do Ouro em ter, agora, uma estrada que a liga à capital do país. Mas será também o tempo a dizer o que teremos perdido todos se nada for feito no sentido de manter limpa, segura e bonita, uma das zonas mais diferenciadas que o turismo de Moçambique tem para oferecer a quem a visita. texto hermenegildo langa fotografia jay garrido

www.economiaemercado.co.mz | Fevereiro 2019


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