SÉRGIO CANABRAVA
O MÍNIMO QUE VOCÊ PRECISA SABER AO FINAL DO CAPÍTULO
1. Quais são os principais músculos palpebrais: orbicular, levantador da pálpebra e de Müller. 2. Ao se rebater a pele da pálpebra, encontraremos músculo orbicular. 3. Ao se rebater o músculo orbicular, observaremos o septo orbitário. 4. O músculo levantador da pálpebra encontra-se sobre o músculo reto superior.

1. INTRODUÇÃO

As pálpebras são pregas móveis modificadas que cobrem a parte anterior do olho. De anterior para posterior, apresentam uma pele com pelos, uma margem livre e a conjuntiva na superfície interna. Na posição primária do olhar, as pálpebras mostram uma abertura entre 9 e 11 mm no sentido vertical e 28 a 30 mm horizontalmente. A borda palpebral superior fica 1,5 a 3,0 mm abaixo do limbo, e a borda inferior está ao nível do limbo. A principal função palpebral é manter a superfície anterior do olho umedecida, evitando queratinização conjuntival e corneana, sendo importante barreira contra os traumas acidentais e naturais. O edema palpebral extenso, característico das doenças renais e alérgicas, pode ser explicado pela frouxidão do tecido subcutâneo, sem tecido adiposo e pouco aderido à camada muscular.
2. MÚSCULOS
PALPEBRAIS
As camadas musculares palpebrais são várias, formadas pelo músculo orbicular e suas porções, pelo levantador da pálpebra superior, pelo músculo simpático de Müller e pelos músculos lisos palpebrais superior e inferior. Os mais importantes são os 3 primeiros e somente eles serão estudados.
Músculo orbicular
Retirando-se a pele das pálpebras, encontraremos o músculo orbicular. Ele é constituído por uma porção orbitária e por uma porção pálpebra A porção palpebral, situada à frente do septo orbitário e do tarso, subdivide-se em porções pré-septal e pré-tarsal, sendo inervado pelo nervo facial. Essa porção palpebral é a responsável pelo fechamento simples das pálpebras. A sustentação dessa estrutura é dada pela camada fibrosa, que reúne as lâminas tarsais e os ligamentos. Por fim, a porção pré-tarsal da porção palpebral do músculo orbicular desempenha um importante papel na drenagem da lágrima. Durante o sono, o fechamento palpebral ocorre principalmente pelo tônus de todo o orbicular.
Nesta imagem da pálpebra sem a pele, podemos observar as porções do músculo orbicular. A porção orbitária (número 1 na figura) encontra-se sobre a órbita. Já a porção pálpebral (números 2 e 3 na figura) encontra-se sobre a pálpebra A porção palpebral, situada à frente do septo orbitário e do tarso, subdivide-se em porções pré-septal (número 2) e pré-tarsal (número 3).
Atenção, pois a porção pré-tarsal da porção palpebral do músculo orbicular desempenha um importante papel na drenagem da lágrima.
Durante o sono, o fechamento palpebral ocorre principalmente pelo tônus de todo o orbicular.
Septo orbitário e o tarso
localizada atrás dele. Assim, o septo encontra-se entre as duas
Neste quadro temos a imagem frontal com músculo orbicular rebatido, mostrando o septo orbitário. Já a visão lateral, mostra como o septo separa a gordura orbitária, que se localiza atrás dele.
A constituição do tarso, ou placas tarsais, ao contrário do que se imagina, não é de cartilagem, apenas tecido conjuntivo denso e fibras elásticas. Eles estão aderidos à órbita pelos ligamentos late¬rais. Em sua constituição, estão as glândulas sebáceas de Meibomius (holócrinas multilobadas). É importante relembrar que existem 25 a 35 glândulas superiormente e 25 a 28 inferiormente. Esse dado justifica a predominância dos carcinomas de glândulas sebáceas superiormente.

Os dois tarsos medem, aproximadamente, 28 a 30 mm de comprimento e 1 mm de espessura, ou seja, apresentam espessura semelhante! Um dos marcos anatômicos da margem palpebral é a linha cinzenta, que separa os orifícios das glândulas sebáceas da base dos cílios.



Na imagem ilustrativa, podemos observar o tarso superior e o inferior (1 e 2) e os ligamentos laterais (3 e 4) aderidos à órbita. Além disso, neste quadro, vamos nos ater ao ectrópio involucional (imagem real deste quadro), que ocorre geralmente pela flacidez do tendão cantal lateral (3). Uma das cirurgias realizadas para correção desse ectrópio é a chamada “Tarsal Strip”, que promove o encurtamento da pálpebra inferior, utilizando uma tira do tarso, que é fixada no tendão cantal lateral, junto ao rebordo orbitário


Músculo levantador da pálpebra superior
Este músculo tem um comprimento total de aproximadamente 56 mm, sendo dividido em duas partes. Uma vertical órbito-palpebral e outra horizontal orbital. A primeira porção divide-se, no nível do ligamento de Whitnall (ligamento transverso superior), em uma porção muscular atrás e outra aponeurótica à frente.


Insere-se diretamente sobre a asa menor do esfenoide (um dos ossos da órbita) e sobre o ânulo tendinoso comum (anel de Zinn), ou através deste. Em seguida, dirige-se para a frente, recobrindo o corpo do músculo reto superior com aderências por uma fáscia comum na origem do ligamento suspensor do fórnice superior. Com relação à largura, passa de 4 mm em sua origem para 18 mm no ligamento de Whitnall. Este músculo é inervado por fibras parassimpáticas vindas do nervo oculomotor. ´
Observe como o músculo levantador da pálpebra (superior na imagem) recobre o músculo reto superior (inferior na imagem) Ele também tem origem no cone muscular e apresenta aderências com o músculo reto superior por uma fáscia comum. Perceba como se trata de um músculo longo, com 56 mm de comprimento.
Nesta imagem, pode-se observar o ligamento de Whitnall dividindo o músculo levantador da pálpebra em porção muscular posterior e aponeurótica anterior. Portanto, esse ligamento corresponde à transição entre o corpo do músculo levantador da pálpebra superior e suas fibras aponeuróticas.

Músculo társico superior ou de Müller e sua relação com o levantador da pálpebra
O músculo társico superior ou de Müller mede de 10 a 12 mm de comprimento e 15 mm de largura. Ele é constituído de fibras não estriadas lisas, inervadas pelo sistema simpático, que se origina na porção inferior do levantador da pálpebra Ele termina na borda periférica do tarso superior por um fino tendão, e sua lesão não leva à ptose. Existe um correspondente na pálpebra inferior que recebe a mesma denominação. Ambos se inserem na borda periférica do tarso e no fórnice conjuntival A lesão do constituinte superior não leva à ptose grave, pois temos o músculo levantador da pálpebra superior. O músculo de Müller encontra-se frequentemente contraído na orbitopatia de Graves; além disso, relaciona-se com a síndrome de Claude Bernard-Horner, ou seja, pode estar na origem da ptose por lesão simpática.

ASSISTA À AULA DE ANATOMIA DAS PÁLPEBRAS E CÍLIOS E RESPONDA ÀS SEGUINTES PERGUNTAS:
Qual a estrutura representada pela seta verde?
Ele é constituído por fibras lisas ou estriadas?
Apresenta inervação simpática ou parassimpática?
Nesta imagem da AAO, observa-se a retração palpebral pelo mús¬culo de Müller, que encontra-se contraído. Ela pode ocorrer na Doença de Graves.
ORGANIZAÇÃO DO PENSAMENTO (ODP) – MUSCULATURA PALPEBRAL
Abertura Palpebral
- Origem: asa menor do esfenoide, logo acima do anel de Zinn.
Levantador da pálpebra superior
Társico superior (músculo de Müller)
Frontal
Orbicular: principal responsável pelo fechamento palpebral. Os demais músculos citados a seguir são associados que reforçam a ação do orbicular.
- Inervação: fibras parassimpáticas do nervo oculomotor
- Ação: voluntária para abertura palpebral.
- Inervação: simpática e trigeminal.
- Ação: contribuiu com 2 mm da abertura palpebral de forma involuntária.
- Ação: pode elevar a pálpebra voluntariamente em 2 mm.
Fechamento Palpebral
- Porção palpebral pré-tarsal e pré-septal: responsável pelo fechamento simples da pálpebra. Localiza-se à frente do tarso e do septo.

- Porção orbitária: participa do fechamento máximo da pálpebra. Localiza-se atrás do septo e do tarso.
- Inervação: nervo facial.
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Corrugador do supercílio - Ação: participa do fechamento palpebral.
Depressor do supercílio - Ação: participa do fechamento palpebral.

Prócero - Ação: participa do fechamento palpebral.
Társico inferior - Ação: abertura da pálpebra inferior.

3. CÍLIOS
Os cílios estão dispostos em 3 a 4 fileiras na pálpebra superior, sendo aproximadamente duas vezes mais numerosos nessa região, com 160 unidades, contra cerca de 80 na pálpebra inferior. Eles são naturalmente substituídos a cada 3 a 5 meses e apresentam duas glândulas sebáceas por cílio.
Glândulas palpebrais
O aluno deve conhecer as características histológicas e fisiológicas das glândulas lacrimais e palpebrais!
Glândulas de Zeis: são produtoras de gordura, localizam-se na margem palpebral e desembocam na base dos cílios. Caracterizam-se por toda a célula ser expulsa e depois destruída para liberar o produto da excreção (sebácea holócrina).
Glândulas de Moll: sudoríparas. Conhecidas também como glândulas ciliares, são modificações das glândulas apócrinas, encontradas na margem palpebral. Essas glândulas são relativamente grandes e tubulares. Quando produzem um cisto de conteúdo claro −, esse é conhecido como cisto de Moll, sempre presente nos concursos!

Glândulas sebáceas tarsais de Meibomius: são glândulas sebáceas, mais numerosas na pálpebra superior, em número de 20 a 35 superiormente e 25 a 28 inferiormente, paralelas entre si e perpendiculares em relação à margem livre da pálpebra. Cada uma delas possui um longo ducto central e vários ácinos terminais. Esses ácinos são compostos de células cúbicas basais, que se dividem formando células poligonais produtoras de secreção sebácea Como são holócrinas, toda a célula se transforma em secreção, que é liberada nos óstios presentes na margem palpebral. A sua função é lubrificar e impedir a aderência das bordas palpebrais, evitando, também, que a lágrima extravase para o rosto.
- Hordéolo: pequeno abscesso causado por infecção estafilocócica em uma dessas glândulas
- Calázio: infecção crônica causada por bloqueio dos orifícios dessas glândulas
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