Trecho de Apostila - Toxicologia Ocupacional

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TOXICOLOGIA OCUPACIONAL

1. INTRODUÇÃO

A TOXICOLOGIA OCUPACIONAL é a área da Toxicologia que trata da identificação, análise e mecanismo de ação das substâncias químicas presentes nos processos produtivos, bem como da prevenção e do tratamento dos efeitos tóxicos no trabalhador.

O médico do trabalho precisa ter conhecimento da toxicologia ocupacional para monitorar seus trabalhadores expostos a agentes químicos nos ambientes de trabalho e a conduzir a avaliação de saúde deles por meio do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) robusto, eficaz e preventivo. Assim, neste capítulo, iremos abordar os conceitos básicos relacionados aos parâmetros utilizados em toxicologia, aos indicadores biológicos de exposição e à interpretação dos seus valores de referência, entre outras definições e análise no tema.

2. DEFINIÇÕES

Toxicidade é a característica de uma molécula química ou composto em produzir uma doença, uma vez que alcança um ponto suscetível dentro ou na superfície do corpo. É o destino de uma substância no organismo desde a sua penetração até o sítio de seu efeito tóxico. É a capacidade inerente a uma substância de produzir um efeito deletério sobre o organismo. Toxicidade não necessariamente equivale ao risco. Uma substância química extremamente tóxica, mantida em um recipiente selado em uma prateleira, possui toxicidade inerente, porém apresenta pouco ou nenhum risco. Entretanto, quando ela é removida da prateleira e usada por um trabalhador sem proteção adequada, o risco poderá se tornar significativo. Portanto, a forma de uso influencia o quão perigosa será a substância no local de trabalho.

QUESTÃO EXEMPLO

1. ANAMT 2008 - Suponha 2 produtos químicos incorporados no ar do ambiente. O produto “A” tem limite de tolerância igual a 10 mg/m3 , e o produto “B” possui o limite de tolerância de 8 mg/m3. Conclui-se que: a) O produto “A” é mais tóxico do que o produto “B” b) O produto “B” é mais tóxico do que o produto “A” c) Os dois são praticamente idênticos quanto à toxicidade d) O produto “A” não se classifica como tóxico e) Nada se pode afirmar quanto à toxicidade com base nos limites de tolerância

Resposta, alternativa “E”.

O limite de tolerância define-se como “a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente”. Já a toxicidade é a medida do potencial tóxico de uma substância, ou seja, é a capacidade de um agente químico produzir um efeito tóxico em organismos vivos. Assim, remete ao fato de produzir um estado patológico em consequência da sua introdução e interação com o organismo. Conclui-se que o limite de tolerância não tem relação com a toxicidade de uma substância.

Fases da toxicidade

I. Exposição: Na exposição de um sistema biológico a uma substância ocorrerá um efeito biológico ou tóxico. A dose ou concentração determina o tipo e a magnitude da resposta biológica. É a quantidade de um agente administrado para um indivíduo.

A dose efetiva 50 (DE50) trata-se da quantidade de substância (em mg, g ou mL por Kg de peso corporal) que, em condições bem determinadas, produz um determinado efeito na metade de um grupo de animais de certa espécie.

Higiene e toxicologia 2 Júnior Rezende Passos 1. Introdução ....................................................... 5 2. Definições ........................................................ 5 3. Genotoxicidade ............................................... 7 4. Biodisponibilidade .......................................... 7 5. Conceitos de monitoramento ...................... 8 6. Parâmetros toxicológicos aos agentes químicos (ocupacionais) ................................ 10 7. Indicadores de exposição .............................. 12 8. Valor de referência da normalidade ou de background (VRN) .......................................... 14 9. Etapas do monitoramento ............................ 14 10. Controle médico ............................................. 15 01

II. Toxicocinética: É o estudo da movimentação de substâncias tóxicas no interior do corpo (sua absorção, distribuição, metabolismo e excreção) e a relação entre a dose que entra no corpo e o nível de substância tóxica encontrado no sangue ou em outra amostra biológica.

Nesta fase, incluem-se: Absorção, Distribuição, Biotransformação e Eliminação (excreção do agente tóxico e seus metabólitos). SIGLA: ADBE

PROVA ANAMT 2020 - Toxicinética ou Toxicocinética

Obs.: Biotransformação ocorre em duas fases: I- Modificações pontuais nas moléculas (Ex.: oxidação); II- Adição de grupamentos hidrofílicos, visando a excreção pelo organismo.

QUESTÃO EXEMPLO

2. ANAMT 2011 e 2012 - O que é toxicocinética?

a) É o processo de introdução do tóxico b) É a absorção do tóxico pelo organismo c) É o processo de transformação, absorção e distribuição do tóxico no organismo d) É a natureza da ação do tóxico e) É o efeito nocivo do tóxico

Resposta, alternativa “C”.

A toxicocinética é o estudo da movimentação de substâncias tóxicas no interior do corpo (i.e, sua absorção, distribuição, metabolismo e excreção) e a relação entre a dose que entra no corpo e o nível de substância tóxica encontrado no sangue ou em outra amostra biológica.

Toxicologia ocupacional Higiene e toxicologia 3
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Trato gastrointestinal Fígado Sangue circulação linfática Bile Acumulação Rins Pele e pulmões Urina Ar exalado Pulmões Fluido extracelular Metabolismo ↓ Metabólitos Fezes Orgãos Tecido ósseo Tecido adiposo DISTRIBUIÇÃO BIOTRANSFORMAÇÃO ABSORÇÃO EXCREÇÃO

III. Toxicodinâmica: É o estudo da relação entre a dose que entra no corpo e a resposta observada.

Refere-se à interação entre as moléculas dos agentes tóxicos e os pontos específicos do seu ataque aos receptores através do qual induz os seus efeitos. O agente tóxico alcança o seu alvo em concentração adequada, ele desencadeará alterações bioquímicas e fisiológicas que serão responsáveis pelo seu efeito deletério. Algumas substâncias precisam, antes, passar pela bioativação para então desencadearem os efeitos tóxicos. A bioativação envolve a biotransformação da molécula original, levando à formação de um metabólito tóxico.

EFEITOS DESCRIÇÃO

Adição Soma dos efeitos

Sinergismo

Potenciação

Inibição (antagonismo competitivo)

Efeito final maior que a soma dos efeitos individuais dos agentes

Exacerbação de um efeito de um agente que habitualmente não ocasionaria ação tóxica

Ocorre quando um agente diminui o efeito tóxico do outro; eles competem pelo mesmo sítio de ligação, sem reagir com este último e nem com seus receptores.

3. GENOTOXICIDADE

Capacidade que alguns agentes possuem de causar dano no DNA do organismo a eles expostos. Quando são induzidas mutações, os agentes são chamados de mutagênicos.

QUESTÃO EXEMPLO

4. ANAMT 2010 - O que é genotoxicidade?

a) Solução que contém anticorpos contra um ou mais agentes biológicos b) Capacidade que alguns agentes possuem de causar dano ao DNA de organismos a eles expostos. Quando são induzidas mutações, os agentes são chamados de mutagênicos c) Processo de eliminação ou destruição de micro-organismos na forma vegetativa, independente de serem patogênicos d) Operação desenvolvida com o objetivo de reduzir ou eliminar um contaminante biológico e) Evento súbito que interfere na penetração do agente biológico afastando a possibilidade de causar doença

Colocando de forma simples, a toxicocinética é o estudo do efeito do corpo sobre a substância e a toxicodinâmica, ou seja, é o estudo dos efeitos da substância no corpo. A magnitude de uma resposta tóxica está geralmente relacionada com a concentração da substância tóxica no seu local de ação.

QUESTÃO EXEMPLO

3. ANAMT 2010 - Em relação à toxicologia, assinale a resposta correta para o significado de fase toxicodinâmica: a) Corresponde à ação do agente tóxico no organismo b) Corresponde ao contato do agente tóxico com o organismo c) Consiste no movimento do agente tóxico no organismo d) Corresponde à manifestação clínica dos efeitos da ação tóxica

Resposta, alternativa “A”. A toxicodinâmica é a fase da ação tóxica de uma substância que compreende a interação entre suas moléculas e sítios de ação específicos, ou seja, os receptores de um organismo.

Interação entre agentes tóxicos

Dois agentes tóxicos no organismo podem interagir, entre si, resultando os seguintes efeitos:

Resposta, alternativa “B”. Questão clássica de conceito. Genotoxicidade é a capacidade que algumas substâncias têm de induzir alterações no material genético de organismos a elas expostos, e essas alterações são responsáveis pelo surgimento de cânceres e doenças hereditárias.

4. BIODISPONIBILIDADE

A biodisponibilidade de uma substância tóxica indica a extensão em que o agente alcança seu local de ação. Ou seja, no caminho pode ser inativado ou seus metabólitos direcionarem ao próprio local de lesão.

Permeabilidade da membrana celular, barreiras celulares e sinalização celular

A absorção, distribuição, metabolismo e excreção, todos esses processos envolvem a passagem de agentes tóxicos pelas membranas celulares. A permeabilidade é dependente do tamanho e da forma molecular de uma substância tóxica, do seu grau de ionização e da sua lipossolubilidade relativa. A distribuição de alguns agentes tóxicos é alterada por barreiras celulares específicas, por exemplo, a barreira hematencefálica, a barreira hematotesticular e a placenta, que podem impedir a entrada de substâncias tóxicas.

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Absorção

A taxa de absorção é dependente da concentração e da solubilidade do agente tóxico. A absorção é aumentada nos locais de maior circulação sanguínea ou que possuem maior superfície de absorção, como o pulmão adulto e o trato gastrintestinal.

A. Absorção gastrintestinal

A taxa de absorção pelo trato gastrintestinal é geralmente proporcional à área da superfície gastrintestinal, e seu fluxo sanguíneo dependerá do estado físico do agente.

B. Absorção pulmonar

A via mais comum de exposição ocupacional é a absorção pulmonar. Substâncias tóxicas voláteis e gasosas podem ser inaladas e absorvidas através do epitélio pulmonar e das membranas mucosas do trato respiratório. O acesso à circulação é rápido, porque a área da superfície dos pulmões é ampla e o fluxo sanguíneo, abundante. O pelo nasal, o reflexo da tosse e a barreira mucociliar ajudam a impedir as partículas de poeira e os fumos de alcançarem o pulmão.

C. Absorção percutânea

Muitas substâncias tóxicas podem passar pela pele íntegra ou lesionada. A taxa de absorção por meio da pele é geralmente proporcional à área da superfície de contato e à lipossolubilidade do agente tóxico.

D. Absorção ocular

O olho também é um sítio de absorção imediata. Quando as substâncias químicas penetram no corpo através da conjuntiva, elas não passam pelo metabolismo de primeira passagem hepática e podem causar toxicidade sistêmica. A descontaminação precoce do olho poderá, portanto, prevenir o dano sistêmico e também local.

QUESTÃO EXEMPLO

5. ANAMT 2014 - Com relação à absorção dos agentes tóxicos, assinale a alternativa CORRETA:

a) A via digestiva é a principal via de absorção

b) A via cutânea é a de maior importância em virtude de estar em contato direto com o meio externo

c) A absorção cutânea adquire maior importância no caso de exposição a agentes químicos lipossolúveis

d) O trabalho físico pesado tem pouca importância para uma maior absorção de agentes tóxicos

Resposta, alternativa “C”. a) Errada. A principal via de absorção é a pulmonar. b) Errada. A via de maior importância, visto a capacidade de absorção, é a pulmonar. A permeabilidade através da pele é muito baixa, devido às características histopatológicas próprias. c) Certa. O transporte através da pele se faz por difusão simples, pois esse órgão não conta com transporte ativo. Como a camada da pele contém camada lipídica, os agentes que são lipossolúveis conseguem transpor a barreira cutânea com mais facilidade. Assim a taxa de absorção por meio da pele é geralmente proporcional à área da superfície de contato e à lipossolubilidade do agente tóxico. d) Errada. O trabalho físico pesado aumenta a velocidade do fluxo sanguíneo aumentando a absorção através da pele e pulmão. Neste órgão ainda ocorre o aumento da velocidade de difusão dos gases por entre os alvéolos, facilitando assim a absorção.

Metabolismo

Antes que uma substância tóxica seja excretada, poderá requerer conversão metabólica (biotransformação), por exemplo, a uma substância mais hidrossolúvel, que possa ser eliminada pela urina. O sítio de biotransformação mais comum é o fígado, porém também poderá ocorrer no plasma, pulmão ou outros tecidos. A biotransformação poderá levar à redução (detoxificação ou inativação) ou ao aumento (ativação) da toxicidade de um composto. Diferenças no metabolismo das substâncias tóxicas representam boa parte das diferenças observadas entre os indivíduos e entre as espécies animais. A biotransformação ocorre no fígado por hidrólise, oxidação, redução e conjugação.

QUESTÃO EXEMPLO

6. OPUS CURSO 2020 - Com relação ao processo de biotransformação, é correto afirmar que:

a) Ocorre exclusivamente nos microssomos hepáticos, no retículo endoplasmático liso dos hepatócitos b) Ocorre em duas fases, sendo a primeira conjugativa e a segunda de oxirredução e hidrólise c) Tem como finalidade principal facilitar a excreção d) Sempre diminui o efeito tóxico dos xenobióticos e) Aumenta a lipossolubilidade dos xenobióticos

Resposta, alternativa “C”.

Os fármacos podem ser biotransformados por oxidação, redução, hidrólise, hidratação, conjugação, condensação ou isomerização; mas, qualquer que seja o processo, o objetivo é de facilitar sua excreção. As enzimas envolvidas na biotransformação encontram-se em muitos tecidos, mas, em geral, concentram-se no fígado.

Excreção

A. Vias e mecanismos de excreção

As substâncias são excretadas de forma inalterada ou como metabólitos. Os órgãos excretores, que não os pulmões, eliminam os compostos polares (hidrossolúveis) de maneira mais eficiente do que os apolares (lipossolúveis). O rim é o órgão primário de eliminação da maioria dos compostos polares e metabólitos.

B. Meio-tempo e meia-vida

O tempo decorrido para que a concentração plasmática de uma substância seja reduzida em 50% é o meio-tempo. No caso das substâncias que são eliminadas de acordo com a cinética de primeira ordem, o tempo decorrido para eliminar 50% da substância é chamado de meia-vida. Neste último caso, aproximadamente 90% da quantidade contida no corpo será eliminada em 3,5 meias-vidas após o final do período de exposição.

5. CONCEITOS DE MONITORAMENTO

No primeiro momento precisamos entender alguns aspectos conceituais básicos, por exemplo:

- Monitoramento: atividade sistemática, contínua ou repetitiva, planejada para implementar, se necessário, medidas corretivas relacionadas à saúde;

- Monitoramento do ambiente: consiste na avaliação de agentes no ambiente de trabalho para quantificar a exposição dos trabalhadores e avaliar o risco à saúde, comparando os resultados com as referências apropriadas;

- Monitoramento Biológico (MB): consiste na avaliação de agentes químicos ou seus metabólitos em tecidos, secreções, excre-

Toxicologia ocupacional Higiene e toxicologia 5

ções, ar exalado ou qualquer combinação destes para avaliar o risco à saúde quando comparado com referências apropriadas; - Vigilância à saúde: consiste no exame médico periódico de trabalhadores expostos com o objetivo de proteger a saúde e prevenir o aparecimento de doenças relacionadas com o trabalho. A detecção de doenças já instaladas está fora do escopo desta definição.

QUESTÃO EXEMPLO

7. ANAMT 2013 / 2022 - O Monitoramento Biológico de Exposição permite:

a) Avaliar o grau de contaminação do ambiente do trabalho.

b) Planejar e/ou indicar métodos de controle.

c) Avaliar o grau de exposição e/ou do efeito biológico de exposição a substâncias químicas.

d) Estudar a relação concentração ambiental x efeito e estimar a ocorrência de intoxicações ocupacionais.

Resposta, alternativa “C”.

O monitoramento biológico (MB) consiste na avaliação de agentes químicos ou seus metabólitos em tecidos, secreções, excreções, ar exalado ou qualquer combinação destes para avaliar o risco à saúde quando comparado com referências apropriadas.

O monitoramento biológico de exposição é uma avaliação sistemática, contínua ou repetitiva, da exposição à agentes tóxicos, relacionada à saúde de trabalhadores e desenvolvida para implantar medidas corretivas sempre que se façam necessárias.

O médico do trabalho precisa participar do processo da avaliação da efetividade das medidas de controle do ambiente de trabalho. Além disso, precisa estar atento com o monitoramento desses trabalhadores por meio da detecção de anormalidades clínicas ou pré-clínicas para que possa, precocemente, prevenir danos futuros à saúde dos trabalhadores. Para isso, a vigilância à saúde e o monitoramento biológico da exposição são fatores fundamentais. O primeiro fator visa a detecção precoce de um possível efeito das substâncias presentes no ambiente de trabalho, seja por uma hipersuscetibilidade individual, seja pela exposição sem proteção por parte da empresa. O exame médico pode consistir somente em exame clínico (anamnese e exame físico) ou ser complementado por exames complementares como laboratoriais e de imagem.

A vigilância à saúde é uma análise ao longo do tempo, enquanto o monitoramento biológico é um corte transversal de um grupo de trabalhadores expostos ao mesmo agente químico. Por isso, o monitoramento acaba por ser um complemento da vigilância ambiental.

A vigilância à saúde nem sempre deve incluir exames complementares, podendo ser constituída somente por um exame clínico, naturalmente que com atenção especial aos possíveis efeitos adversos do agente, mas é preciso recordar que o médico sempre deve conhecer bem os possíveis efeitos do agente químico a que o trabalhador será exposto.

O exame médico de vigilância à saúde é utilizado para detecção precoce de possíveis efeitos. Esse serve para todos os riscos no ambiente do trabalho.

Exemplo:

1) Movimentos repetitivos -> anamnese e exame físico, principalmente nos membros superiores (LER/DORT);

2) Ruído elevado (agente físico) -> a audiometria (Distúrbio auditivo);

3) Aerodispersóis fibrogênicos -> Imagem do tórax (Pneumoconiose);

4) Agentes químicos -> Prova de função pulmonar (Asma ocupacional por Toluenodisocianato – TDI);

O monitoramento verifica a absorção da substância que o trabalhador está exposto e não visa identificar as alterações clínicas, já que esse objetivo é contemplado na vigilância à saúde. E, para isso, lança mão dos indicadores biológicos específicos que têm relação com as exposições nos ambientes de trabalho.

O monitoramento possibilita a identificação da exposição relativa em um período de tempo prolongado, exposição resultante da movimentação do trabalhador no ambiente de trabalho e, por fim, da global fruto de várias fontes de exposição (ambiental e ocupacional). Além disso, verificar a absorção do agente através de várias vias de absorção e não apenas do sistema respiratório; da quantidade absorvida por outros fatores (ex.: clima) e em função de fatores individuais (idade, sexo, características genéticas, condições funcionais dos órgãos relacionados com a biotransformação e eliminação do agente tóxico).

O monitoramento serve para embasar ações de higiene ocupacional por meio de desenvolver controles no ambiente de trabalho, por isso deve ser realizado de forma correta, com critérios e fundamentos bioquímicos para que não sejam realizados de forma desnecessária e com intuito apenas legal.

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Exposição Externa Determinação da Exposição (Toxicante) Metabolismo (Toxicante) Sítio-alvo de internação (Produtos) Efeitos moleculares iniciais Alterações funcionais Dose interna Efeitos bioquímicos Monitoramento Biológico no sangue, na urina, etc. Diagnóstico do paciente, etc. Monitoramento Ambiental no ar, no solo, na água, na dieta, etc. Xenobióticos - Ocupacional - Ambiental Adutos de Proteína Adutos de DNA Parâmetros citogenéticos e imunológicos: Expressão Gênica Proteômica Metabolômica Toxinas Metabólitos - Biomarcadores Urinários Efeitos biológicos Comprometimento da Saúde/Doença Marcadores de Efeitos Marcadores de Exposição Marcadores de Susceptibilidade Importância crescente para avaliação de risco

Excreção

Ligação a sítios críticos

Substânia no ambiente de trabalho

Monitorização ambiental (exposição externa)

Distribuição (sangue e tecido)

Absorção Biotransformação

Metab. ativos Reparação

Efeitos adversos (precoces e reversíveis)

Metab. inativos

Ligação a sítios não críticos

Monitorização biológica de exposição (dose interna)

Produtos de degradação

Lesões pré clínicas Clínicas

O médico coordenador do PCMSO deve sempre atentar para os conceitos colocados sobre os exames de monitoramento biológico e o de vigilância à saúde, sendo o último o de analisar se o agente químico está causando um efeito adverso ao trabalhador. O PCMSO também deve trazer claramente os critérios para interpretação dos exames, assim como as condutas que devem ser tomadas frente aos resultados alterados de cada exame.

QUESTÃO EXEMPLO

8. ANAMT 2012 - Durante a realização de exames médicos periódicos, os exames toxicológicos específicos podem identificar exposição excessiva a um agente químico presente no ambiente de trabalho. Entretanto, como a maioria das substâncias não possuem indicadores específicos, o médico deveria:

a) Considerar os efeitos sistêmicos das substâncias e solicitar exames relacionados com alterações de órgãos alvos b) Realizar um bom exame físico e encaminhar a um especialista c) Ficar atento aos sintomas do paciente para diagnosticar uma intoxicação d) Solicitar a maior quantidade possível de exames laboratoriais e) Consultar última versão da Enciclopédia da OIT

Resposta, alternativa “A”.

Para responder essa questão, deve-se estar atento ao enunciado, que dá dicas do que ele quer na resposta. Note que o enunciado fala em exames periódicos e que não há indicadores específicos para a maioria das substâncias. Assim, devemos pensar em vigilância da saúde, e não em monitoramento biológico.

6. PARÂMETROS TOXICOLÓGICOS AOS AGENTES QUÍMICOS (OCUPACIONAIS)

A dose e as condições de exposição são os fatores que geram o efeito nocivo de uma substância química. Assim, toda a substância química é tóxica, pois, dependendo da dose e da via de introdução, qualquer substância pode ser nociva. Nesse contexto, a avaliação quantitativa é fundamental na toxicologia, já que a quantidade do agente (dose) produzirá o efeito da mesma substância. Na questão ocupacional, esse fator é

Monitorização biológica de efeitos (precoces e reversíveis)

Vigilância da saúde (dano à saúde)

definido pela concentração e o tempo de exposição na atividade laboral do trabalhador. Assim, a toxicologia estabelece parâmetros indicativos da relação dose × resposta por meio de vários indicadores. Na prova de título, essa questão conceitual é importante compreender, já que várias questões abordam essas definições de forma descritiva e analítica.

Efeitos agudos

a) Dose Letal 50 (DL50): dose de uma substância que leva à morte metade (50%) de uma determinada espécie devido à variação biológica entre indivíduos da mesma espécie (efeito médio). Mostra o efeito imediato da substância e varia de acordo com a espécie, a idade, o sexo do animal e a via de introdução. Administração pode ser por diferentes vias: oral, intravenosa ou outras (intraperitoneal, subcutânea, dérmica). b) Concentração Letal (CL50): A diferença da DL50 é que nesse caso as substâncias estão dispersas no ar e administração é por inalação (semelhante à via de exposição ocupacional).

c) IPVS: Imediatamente Perigoso para Vida ou Saúde (IDLH - sigla em inglês): (parâmetro mais importante em saúde ocupacional). É a concentração da substância no ar ambiente a partir da qual há risco evidente de morte, ou de causar efeito(s) permanente(s) à saúde, ou de impedir um trabalhador de abandonar uma área contaminada. Se a concentração do agente químico for maior ou igual ao IPVS, o trabalhador deve estar protegido com respiradores autônomos ou ar mandado (conforme colocado na Norma Regulamentadora 33). É a condição de exposição em que a concentração IPVS é o nível máximo de exposição, durante 30 minutos, da qual o trabalhador pode escapar na eventualidade de seu respirador falhar, sem perda de vida ou da ocorrência de efeito irreversível para saúde, imediato ou retardado.

Na seleção de respiradores para trabalhos em atmosferas IPVS, deve-se considerar o método de fuga que o usuário irá empregar na eventualidade de ocorrer uma falha no modo de operação do respirador, inclusive se a proteção será mantida em um nível adequado durante a fuga. Se a concentração de oxigênio for menor que 12,5% ao nível do mar (ppO2 menor que 95 mmHg), a atmosfera é IPVS e devem ser usados os respiradores adequados. Se o local, de espaço confinado, for desconhecido, também é considerado IPVS.

Toxicologia ocupacional Higiene e toxicologia 7

QUESTÃO EXEMPLO

a) Um dos parâmetros indicativos da relação dose × resposta para efeitos crônicos são: DL 50, CL 50 e IDLH

b) Dose letal (DL 50) é a dose de uma substância que leva à morte metade (50%) de uma determinada espécie

c) Concentração letal (CL 50) é semelhante a DL 50, mas é definido para substâncias dispersas no ar e administradas por inalação d) O IDLH (imediatamente perigoso à vida ou saúde) é a concentração da substância no ar ambiente a partir da qual há risco evidente de morte, ou causar efeito permanente a saúde Resposta, alternativa “A”. Os parâmetros DL 50, CL 50 e IDLH são de efeitos agudos, e não crônicos.

Efeitos crônicos

São analisados os efeitos a exposições a pequenas concentrações ou doses em caráter longitudinal (períodos longos). Dessa forma, verifica-se os efeitos sistêmicos nos órgãos alvo da substância e ainda a carcinogênese, a mutagênese e os efeitos sobre reprodução. A exposição segura é definida através das doses que não se observam efeitos. Nesse contexto surgem os parâmetros das menores doses em que se observam ou não os efeitos adversos de uma determinada substância química:

a) LOAEL (Lowest Observed Adverse Effect Level) – Menor nível em que se observa efeito adverso: é a menor concentração da substância que causa uma alteração considerada adversa.

b) NOAEL (No Observed Adverse Effect Level) – Nível sem efeito adverso observado: é a maior concentração da substância que não causa efeitos adversos observados (PONTO DE PARTIDA PARA A REFERÊNCIA DAS SUBSTÂNCIAS).

c) NOEL (No Observed Effect Level) – Nível sem efeito observado: é a maior concentração da substância encontrada por observação e/ou experimentação que não causa alterações fisiopatológicas nos organismos tratados, diferentemente daqueles observados nos controles da mesma espécie e cepa, sob as mesmas condições do ensaio.

Aspectos preventivos

Todos esses parâmetros, crônicos e agudos, são utilizados para definir os Limites de Exposição Ocupacional (LEO). Esses no Brasil são chamados de Limites de Tolerância (LTs), sendo definidos como “a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará danos à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral”. E nos EUA são denominados Threshold Limit Values (TLV) – American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH) sem valor legal ou PEL (Permissible Exposure Limit) definidos pela Occupational Safety Health Administration (OSHA) com valor legal. As empresas são obrigadas a seguir os LEOs definidos pela OSHA, mas podem adotar voluntariamente, ou por meio de negociações com os sindicatos de trabalhadores, os LEOs da ACGIH, ou ainda de qualquer outra fonte.

a) TLV-TWA: É o limite médio ponderado pelo tempo. Trata-se da concentração média do agente químico que deve ser respeitada nas jornadas de trabalho (8 horas diárias e 40 horas semanais) e geralmente se modifica em função de inúmeras variáveis dos ciclos produtivos e ambientais.

b) TLV-STEL: É o limite de exposição média ponderada de 15 minutos que não deve ser ultrapassado em momento algum da jornada e é suplementar ao TLV-TWA.

QUESTÃO EXEMPLO

a) Representa a concentração mínima de exposição durante a jornada de trabalho b) Refere-se a exposições de 8 horas por dia, 40 horas por semana c) É a concentração que nunca deve ser atingida por ser perigoso à saúde e à vida

d) Pode ser excedida durante a jornada de trabalho e) Pode ser atingida até 4 vezes, durante a jornada de trabalho, obedecida a duração máxima de 15 minutos de cada vez e com intervalos de uma hora

Resposta, alternativa “E”.

O TLV-STEL (Short Time Exposure Limit) – É a concentração na qual os trabalhadores podem se expor, por um curto período, sem apresentar efeitos adversos. O tempo máximo de exposição aos valores do TLV-STEL é de 15 minutos, podendo ocorrer, no máximo, 4 vezes durante a jornada, sendo o intervalo de tempo entre cada ocorrência de pelo menos 60 minutos.

c) TLV-Ceilling: É a concentração máxima que não deve ser excedida em qualquer momento da exposição no trabalho. Geralmente é definida para substâncias irritantes e/ou asfixiantes. Sua definição é a mesma do valor teto da legislação brasileira

QUESTÃO EXEMPLO

11. ANAMT 2009 - Os TLV-Ceilling (valor teto) são concentrações ambientais que:

a) Podem ser ultrapassadas apenas por 10 minutos em uma jornada de trabalho b) Podem ser ultrapassadas em 15 minutos a cada hora c) Podem ser ultrapassadas em metade da jornada de trabalho d) Podem ser ultrapassadas por 15 minutos 3 vezes ao dia e) Não podem ser ultrapassadas em momento algum da jornada de trabalho, devendo ser introduzidas medidas de controle imediatas que evitem essa exposição

Resposta, alternativa “E”. TLV-C (Ceilling) – da tradução significa valor teto. Neste caso, representa a concentração do agente químico que não poderá ser ultrapassada, em momento algum da jornada. Normalmente é indicado para substâncias de alta toxicidade e baixo limite de exposição.

Valor máximo = L.T. x×F. D. Onde:

L.T. = Limite de Tolerância para o agente químico. F.D. = Fator de Desvio.

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9. ANAMT 2016 - Em relação aos parâmetros utilizados em toxicologia, assinale a alternativa incorreta: 10. ANAMT 2010 - O TVL-STEL (Threshold Value, Short Term Exposure Level da ACGIH):

7. INDICADORES DE EXPOSIÇÃO

O indicador biológico, ou biomarcador, é definido como o elemento que pode ser quantificado no organismo ou nos seus meios biológicos, que influencia ou prediz a incidência de um acontecimento ou de uma doença. Assim, avalia o risco gerado pela exposição, não pela simples presença do agente no ambiente de trabalho, em maior ou menor concentração, como os LEO’s, mas em função da quantidade que efetivamente foi absorvida pelo organismo, e que podem gerar efeitos nocivos.

Indicadores Biológicos de Exposição (IBEx) ou de dose interna

Vários são os parâmetros biológicos que podem estar alterados como consequência da interação entre o agente químico e o organismo; entretanto, a determinação quantitativa desses parâmetros será usada como indicador biológico ou biomarcador somente se existir uma correlação com a intensidade da exposição e/ou com o efeito biológico da substância. Dessa forma, o biomarcador compreende toda substância ou seu produto de biotransformação, assim como qualquer alteração bioquímica precoce, cuja determinação nos fluidos biológicos, tecidos ou ar exalado avalie a intensidade da exposição e o risco à saúde. Esses indicam a quantidade do agente químico que penetrou no organismo e foi efetivamente absorvida. Ou seja, a dose interna da substância. Assim, a partir da concentração do indicador, pode-se estimar qual a concentração ambiental do agente a que foi exposto o trabalhador. Nesse contexto, para um indicador ser considerado de EXPOSIÇÃO, esse deve ter relação com a concentração ambiental a que o trabalhador está exposto por via respiratória, sendo uma condição básica a concentração deste (a própria substância ou um dos seus metabólitos) em meio biológico (sangue, urina, por exemplo) representar a concentração ambiental do agente.

Há substâncias – como o manganês, cobre, alumínio, titânio, vanádio e zinco – que podem ser quantificadas em meio biológico, mas não têm relação linear eficaz com o ambiente externo, por isso não podem ser utilizadas como indicadores biológicos de exposição ocupacional. O uso de indicadores que não representam a exposição ocupacional, gera falsa correlação e pode gerar prejuízos enormes para os trabalhadores, dando falsa ideia de segurança.

O IBEx precisa ter um índice de referência para qual sua dosagem tenha valor o qual a exposição seja aceitável ou não, sendo denominado Limite Biológico de Exposição (LBE), definido no Brasil na antiga NR-7 pelo Índice Biológico Máximo Permitido (IBMP), sendo definido como o valor máximo do indicador biológico para o qual se supõe que a maioria das pessoas ocupacionalmente expostas não corra risco de danos à saúde, dado que a ultrapassagem desse índice significa exposição excessiva, que foi retirado pela NOVA NR7, sendo substituído pelos Indicadores Biológicos de Exposição Excessiva (IBE/ EE) e Indicadores Biológicos de Exposição com Significado Clínico (IBE/SC).

- IBE/EE: São aqueles que não têm caráter diagnóstico ou significado clínico. Avaliam a absorção dos agentes por todas as vias de exposição e indicam, quando alterados, após descartadas outras causas não ocupacionais que justifiquem o achado, a possibilidade de exposição acima dos limites de exposição ocupacional.

- IBE/SC: Evidenciam disfunções orgânicas e efeitos adversos à saúde.

Outro índice que foi retirado da NR-7 foi o valor de referência da normalidade (VR) que indicava o valor possível de ser encontrado em populações não expostas ocupacionalmente.

Nota-se que o LEO e o LBE ou IBE são valores correspondentes, assim, se o primeiro for alterado, o segundo também será. Por conta disso, os parâmetros de cada indicador devem ser da mesma instituição de referência (ACGIH ou OELV etc.)

QUESTÃO EXEMPLO

12. ANAMT 2016 - Em relação ao indicador biológico de exposição (Ibex) ou dose interna, pode-se afirmar: a) Os limites biológicos de exposição ou dose interna não avaliam a absorção da substância b) Representa a dose interna, ou seja, relaciona-se com a quantidade de agente químico que penetrou no organismo e foi efetivamente absorvida c) O indicador de exposição não tem relação com a concentração ambiental a que o trabalhador está exposto por via respiratória d) Não é condição básica para um indicador biológico que a sua concentração em meio biológico tenha relação com a concentração ambiental da substância Resposta, alternativa “B”.

Os indicadores biológicos indicam a quantidade do agente químico que penetrou no organismo e foi efetivamente absorvida, ou seja, a dose interna da substância. Assim, a partir da concentração do indicador, pode-se estimar qual a concentração ambiental do agente a que foi exposto o trabalhador. Nesse contexto, para um indicador ser considerado de EXPOSIÇÃO, esse deve ter relação com a concentração ambiental a que o trabalhador está exposto.

Cenário na NOVA NR-7

- Os exames previstos nos Quadros 1 e 2 do Anexo I desta NR devem ser realizados a cada seis meses, podendo ser antecipados ou postergados por até 45 (quarenta e cinco) dias, a critério do médico responsável, mediante justificativa técnica, a fim de que os exames sejam realizados em situações mais representativas da exposição do empregado ao agente.

- Para as atividades realizadas de forma sazonal, a periodicidade dos exames constantes nos Quadros 1 e 2 do Anexo I desta NR pode ser anual, desde que realizada em concomitância com o período da execução da atividade.

- Os exames previstos no Quadro 1 do Anexo I desta NR não serão obrigatórios nos exames admissional, de retorno ao trabalho, de mudança de risco ocupacional e demissional.

- Sendo verificada a possibilidade de exposição excessiva a agentes listados no Quadro 1 do Anexo I desta NR, o médico

Toxicologia ocupacional Higiene e toxicologia 9
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do trabalho responsável pelo PCMSO deve informar o fato aos responsáveis pelo PGR para reavaliação dos riscos ocupacionais e das medidas de prevenção.

- Constatada ocorrência ou agravamento de doença relacionada ao trabalho ou alteração que revele disfunção orgânica por meio dos exames complementares do Quadro 2 do Anexo I, dos demais Anexos desta NR ou dos exames complementares incluídos com base no subitem 7.5.18 da presente NR, caberá à organização, após informada pelo médico responsável pelo PCMSO:

a) emitir a Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT;

b) afastar o empregado da situação, ou do trabalho, quando necessário;

c) encaminhar o empregado à Previdência Social, quando houver afastamento do trabalho superior a 15 (quinze) dias, para avaliação de incapacidade e definição da conduta previdenciária;

d) reavaliar os riscos ocupacionais e as medidas de prevenção pertinentes no PGR.

- O empregado, em uma das situações previstas, deve ser submetido a exame clínico e informado sobre o significado dos exames alterados e condutas necessárias.

Os limites biológicos de exposição de indicadores de exposição ou de dose interna estão relacionados com os limites de exposição ambiental e somente avaliam a absorção da substância, não tendo relação alguma com seus efeitos, que devem ser avaliados por exames de vigilância à saúde.

A toxicocinética e toxicodinâmica na utilização dos IBExs

A meia-vida de uma substância ou de seu metabólito determina o momento em que deve ser realizada a coleta da amostra de material biológico para análise. A correlação entre a exposição ambiental e a concentração no meio biológico geralmente é estabelecida para um determinado momento de coleta da amostra. Se este não for obedecido, a interpretação do resultado é equivocada.

Para substâncias de meia-vida de menos de um dia, a coleta da amostra deve ser no final da jornada.

Para substâncias de meia-vida de alguns dias, a coleta deve ser feita no último dia de jornada de trabalho da semana e representa a absorção dos últimos dias.

Para substâncias de elevada meia-vida, o momento da coleta não é crítico, podendo ser realizada em qualquer momento, desde que o trabalhador tenha sido exposto por tempo suficiente para a amostra biológica representar bem a exposição.

Alguns indicadores necessitam de um período longo entre o início da exposição ao agente químico e a possibilidade de se utilizar a dosagem biológica como indicador.

Indicadores biológicos de efeito

Outra forma de realizar o monitoramento biológico de exposição é baseada no conhecimento dos efeitos biológicos precoces que aparecem em consequência da absorção de um agente químico. Um indicador de efeito representa o resultado de uma interação bioquímica entre a quantidade da substância química absorvida e os receptores biológicos, ou sítios ativos, do organismo.

O principal pré-requisito para o indicador biológico de efeito é que este seja precoce e reversível. Uma das definições desse tipo de indicador é “a medida de uma alteração bioquímica reversível causada pela absorção de uma substância, sendo o grau de alteração abaixo de um efeito tóxico e não associado com um efeito patológico irreversível”.

Uma substância química pode provocar vários efeitos no organismo simultaneamente. Para a eleição de um deles para indicador, deve-se escolher o de efeito crítico, que seria o primeiro efeito que se verifica a seguir a uma exposição. Na NOVA NR-7 é descrito como Indicadores Biológicos de Exposição com Significado Clínico (IBE SC).

Relação entre indicadores de efeito e de dose interna

Um indicador de efeito adverso, quando ultrapassado, tem consequências do ponto de vista de condutas médicas (afastamento da exposição, tratamento). Os indicadores de exposição ou dose interna, por sua vez, normalmente não têm nenhuma relação com efeitos; portanto, não há providências médicas diretas a serem tomadas. É imperioso notificar essas ocorrências à área de Higiene do Trabalho para que as medidas de controle da exposição possam ser revistas. Somente os exames de Vigilância à Saúde realizados para aquele agente químico, quando alterados, podem levar a providências médicas diretas, como afastamento e tratamento.

Por outro lado, alguns indicadores de exposição ou dose interna têm boa correlação com seus indicadores de efeito, e, por esse motivo, podem ser utilizados, na prática, para tomada de decisões de conduta médica, como se fossem de efeito.

Para qualquer tipo de indicador deve ser realizada uma revisão das medidas de controle ambiental adotadas, a fim de obter a prevenção da exposição ao agente químico.

QUESTÃO EXEMPLO

13. ANAMT 2016 - Assinale a alternativa com a resposta correta: quanto ao indicador biológico de exposição, podemos afirmar que:

I. Geralmente, indica uma concentração abaixo da qual nenhum trabalhador deverá experimentar efeitos adversos à saúde.

II. Valores acima do índice biológico de exposição confirmam a existência de concentrações ambientais acima dos limites de exposição para o agente avaliado.

III. O determinante do indicador biológico de exposição é sempre uma alteração bioquímica reversível, característica e induzida pela substância química avaliada.

IV. Na maioria dos casos, a amostra usada para detecção do indicador biológico de exposição é a urina, o sangue ou o ar expirado.

a) I, II e III b) III e IV c) I e IV d) I, II, III e IV

Resposta, alternativa “C”.

I: CORRETA: O valor abaixo do indicador biológico para o qual se supõe que a maioria das pessoas ocupacionalmente expostas não corra risco de danos à saúde, dado que a ultrapassagem desse índice significa exposição excessiva.

II. ERRADA: Os valores indicam a quantidade do agente químico que penetrou no organismo e foi efetivamente absorvida, ou seja, a dose interna da substância. Assim, a partir da concentração do indicador, pode-se estimar qual a concentração ambiental do agente a que foi exposto o trabalhador. Ou seja, não é uma confirmação de uma concentração acima do limite ambiental.

III: ERRADA: Essa definição é de um indicador biológico de EFEITO, e não de EXPOSIÇÃO: “a medida de uma alteração bioquímica reversível causada pela absorção de uma substância, sendo o grau de alteração abaixo de um efeito tóxico e não associado com um efeito patológico irreversível”.

IV: CORRETO: As principais amostras biológicas são URINA, SANGUE e AR EXALADO.

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8. VALOR DE REFERÊNCIA DA NORMALIDADE

OU DE BACKGROUND (VRN)

São níveis encontrados em populações não ocupacionalmente expostas ao agente. Podem ser provenientes de alimentos, bebidas, ar, medicamentos, hábitos como tabagismo ou provenientes de contaminantes do ambiente e/ou estarem presentes como aditivos de alimentos.

Várias substâncias existem naturalmente no meio ambiente. Outras são provenientes de fontes antropogênicas que, muitas vezes, adicionam-se à contaminação natural.

O valor de referência de uma mesma substância tem grande variação dependendo da região geográfica onde se vive, de maiores ou menores fontes naturais e/ou antropogênicas, tipo de dieta, hábitos etc.

Algumas vezes, a elevada variação interindividual do VRN inviabiliza a utilização de indicadores biológicos de exposição. Por exemplo, a dosagem de carboxihemoglobina (HbCO) para monitoramento da exposição ao monóxido de carbono é possível somente a não fumantes, pois os tabagistas possuem valores mais elevados de HbCO por inalação do CO da fumaça do tabaco, e esses valores podem variar muito entre os fumantes, uma vez que depende do número de cigarros fumados por dia, da intensidade das tragadas, do tempo decorrido entre cada cigarro etc., o que não permite estimar um valor de background.

QUESTÃO EXEMPLO

14. ANAMT - 2020 - O índice biológico de exposição a algumas substâncias é muito influenciado pelo tabagismo como, por exemplo:

a) Tolueno

b) Xileno

c) Nitrobenzeno

d) Monóxido de carbono e cianetos

Resposta, alternativa “D”. A dosagem de carboxihemoglobina (HbCO) para monitoramento da exposição a monóxido de carbono é possível somente a não fumantes, pois os tabagistas possuem valores mais elevados de HbCO por inalação do CO da fumaça do tabaco. O consumo de tabaco é uma das maiores fontes de exposição ao HCN para indivíduos que não atuam em industrias nas quais esta exposição é esperada. Assim, indivíduos fumantes, e expostos ocupacionalmente, tendem a receber uma concentração de cianeto muito mais elevada.

9. ETAPAS DO MONITORAMENTO

Para o monitoramento da exposição a agentes químicos, deve-se obedecer a seguintes etapas:

a) Caracterização básica do processo produtivo, do ambiente e das tarefas/atividades: O uso de um mesmo produto químico em uma empresa pode variar em relação ao potencial de exposição dos trabalhadores a ele em função da forma como é utilizado em cada diferente setor e/ou processo.

b) Definição dos grupos de exposição similar: Grupo Homogêneo de Exposição (GHE), um grupo de trabalhadores que compartilham o mesmo padrão de exposição devido à similaridade dos determinantes envolvidos, como o ambiente, o trabalho no mesmo setor, os processos e materiais que utilizam e as tarefas realizadas.

c) Caracterização qualitativa do agente químico: Deve-se ter conhecimento com detalhe da substância que deve ser monitorada. Importante o detalhe na caracterização do agente químico. A simples presença de uma substância química no

processo não significa exposição, já que depende da forma que o mesmo está no ambiente e a forma que ocorre a absorção, além do contato do mesmo com o trabalhador.

d) Definição da existência ou não de IBEx: Se o agente químico não estiver em nenhuma referência nacional ou internacional, recomenda-se não realizar o monitoramento biológico de exposição.

e) Caracterização quantitativa da exposição: Para se fazer a monitorização biológica há de se fazer uma monitorização ambiental, pois a primeira é complementar à última. Utilizar indicadores sem que haja um programa de monitoramento ambiental do agente químico no ambiente de trabalho é errado, já que, de certa forma, usa-se o trabalhador como “amostrador” do ambiente. Pontos de atenção:

• Deve-se verificar na fase de reconhecimento de risco se há ou não exposição significativa em termos de concentração e tempo de exposição ao agente químico. Se a concentração na média ponderada por 8 horas do agente químico for caracterizada como muito baixa, não existe sentido em realizar monitoramento biológico da exposição.

• Situações em que existem exposições curtas e esporádicas ao agente químico não devem ser monitoradas porque o resultado, em geral, será nulo. Estas situações nem mesmo devem ser consideradas como risco ocupacional, exceto em casos de substâncias mutagênicas e/ou carcinogênicas pelo mecanismo da mutagênese, embora, mesmo nestes casos, o MB da exposição não traria qualquer informação útil.

• Se a exposição a um agente químico bem definido e que possua um IBEx for significativa em relação à quantidade e à duração da jornada de trabalho, a princípio deve-se sempre realizar o MB.

• O monitoramento ambiental e o biológico são complementares e, quando bem utilizados, são ferramentas eficazes na prevenção de intoxicações ocupacionais.

• Situações com exposições sabidamente fora de controle, em que, de forma sistemática, quase todos os valores obtidos nas avaliações ambientais estão acima do LEO da substância, não devem ser objeto de MB de exposição, mas de providências de controle da exposição. A eficácia do MB da exposição é melhor quando a maioria dos valores das avaliações ambientais de um GES permanece abaixo do LEO da substância.

• Muitas vezes se questiona se ainda é necessário realizar o MB em situações de GESs com exposições ambientais em concentrações muito baixas. Para que seja dispensado o MB de exposição, deve-se ter certeza de que a exposição é aceitável e que vai continuar assim. Essa certeza deve ser com base na adoção de medidas de controle coletivo na fonte ou na análise estatística de dados prévios de monitoramentos ambientais

para tomada de decisão sobre necessidade de MB de exposição no caso de alguns valores amostrados do GES estarem acima do LEO.

Toxicologia ocupacional Higiene e toxicologia 11
Critérios
Situação Resultado Conclusão 1 Percentil 95 ≤ 10% LEO Não é necessário monitoramento 2 10% LEO < percentil 95 ≤ 50% LEO Monitoramento 3 50% LEO < percentil 95 < 100% LEO Monitoramento e atenção às medidas de controle

• Abordagem com uma só amostra: No caso de existir somente uma amostra, existem algumas alternativas de abordagem propostas.

▪ A metade do LEO: se o resultado de uma amostra ambiental for na pior situação de exposição e for menor que metade do LEO, pode-se considerar que a exposição é aceitável. A pior situação de exposição é a operação, ou fase do processo, que leve à mais elevada concentração do agente, sendo esta identificada por meio de observação da dinâmica das tarefas realizadas

Para o médico do trabalho na prática do PCMSO, para considerar-se a exposição aceitável, recomenda-se usar o resultado menor que 10% do LEO (< 0,1 LEO), que é o critério mais rigoroso, pois, para dispensar a ferramenta do MB da exposição a riscos químicos, deve-se ter um grau de segurança elevado de que a exposição no ambiente de trabalho está aceitável. f) Interpretação dos resultados: Os resultados do MB da exposição ocupacional estão sujeitos a variações ligadas a diversas causas. V ar = Variações das concentrações do agente químico no ar.

Vintra = Variações intraindividuais (IBEx no mesmo indivíduo exposto em uma mesma concentração ao longo do tempo). O que pode estar ligado é questão metabólica, à alimentação, a medicamentos, à variação da forma de trabalho, ao uso ou não de EPI e à vestimenta (agente de absorção cutânea).

Vinter = Variações interindividuais (características fisiológicas, anatômicas e metabólicas específicas de cada indivíduo). A capacidade metabólica natural ou adquirida dos indivíduos, obesidade ou não, sexo, idade, doenças eventualmente presentes e hábitos alimentares estão entre os principais fatores responsáveis pela variabilidade biológica interindividual.

Vtotal = Variação total =Var+Vintra+Vinter. Deve ser levada em conta na interpretação dos resultados do MB, especialmente no caso de indicadores de exposição ou dose interna.

Na prática do PCMSO, um valor acima do LBE para um IBEx de dose interna, mesmo de um trabalhador isolado, a despeito das considerações estatísticas, sempre será um sinal de alerta de que as condições de trabalho devem ser revistas, no sentido de se procurar possíveis desvios dos controles de exposição implantados: EPCs, EPIs, treinamentos, facilidades sanitárias disponíveis etc.

O que não se deve fazer é considerar que esse resultado possui algum significado em termos de efeitos adversos à saúde e adotar condutas médicas com relação ao indivíduo.

10. CONTROLE MÉDICO

Quando o indicador biológico do agente químico tem relação com efeitos, este também funciona como vigilância à saúde, sendo na maioria das vezes dispensável a realização de outro exame que não seja o próprio indicador biológico.

No Brasil, o Quadro I da NR-7 deve ser a fonte utilizada para elaborar as rotinas dos exames, mas os critérios e as condutas descritas abaixo são exemplos, sendo facultado ao médico escolher a que considerar mais adequada (exceto no caso do afastamento, que é uma imposição legal).

O PCMSO para agentes químicos cujo indicador biológico é de dose interna “pura” (ou de Exposição Excessiva (EE) segundo o Quadro I da NR-7) tem de prever os exames de vigilância à saúde e o indicador biológico de exposição, separadamente. O(s) órgão(s) alvo(s) do agente deve(m) ser bem conhecido(s) pelo médico, pois se deve planejar os exames de vigilância à saúde, tanto o exame clínico quanto os exames complementares, para detectar um possível efeito adverso. Os resultados deverão ser avaliados cuidadosamente em termos de diagnósticos diferenciais antes de se concluir pela efetiva existência de um efeito adverso da exposição ao agente químico que se está controlando. O exame pré-admissional ganha uma enorme importância, pois traça uma “linha de base” com a qual os exames posteriores serão comparados. A vigilância à saúde nem sempre deve incluir exames complementares, podendo ser constituída somente por um exame clínico, naturalmente que com atenção especial aos possíveis efeitos adversos do agente, mas é preciso recordar que o médico sempre deve conhecer bem os possíveis efeitos do agente químico a que o trabalhador será exposto.

µg/g.creat. Ácido trans-transmucônico (TTMA) 750 µg/g.creat 1,3 butadieno 1,2 dihidro-4(n-acetilcisteína) butano URINA 2,5 µg/L Monóxido de carbono

Carboxihemoglobina SANGUE 3,5% da hemoglobina Monóxido de carbono AR EXALADO 20 ppm

Chumbo tetraetila Chumbo URINA 50 µg/L Óxido de etileno Adutos de N- (2- hidroxietil) valina HEV) SANGUE (HEMOGLOBINA) 5.000 pmol/g.hemog. Etilbenzeno Soma dos ácidos mandélico e fenilglioxílico URINA 0,15 g.g.creat. Mercúrio metálico Mercúrio URINA 20 μg/g.creat. n-hexano 2,5 hexanodiona URINA 0,5 mg/L Indutores de Meta-hemoglobina Meta-hemoglobina SANGUE 1,5% da hemoglobina

www.opuscurso.com.br 12 OPUSCURSO | 2023
MEMORIZAR!!!! Indicadores Biológicos de Exposição Excessiva (IBE/EE)* Substância Indicador(es) AMOSTRA Valor do IBE/EE Acetona Acetona URINA 25 mg/L Anilina p-aminofenol URINA 50 mg/L Meta-hemoglobina SANGUE 1,5% da hemoglobina Arsênico Arsênico Inorgânico URINA 35
Benzeno Ácido s-Fenilmercaptúrico (S-PMA) URINA 45
µg/L

Metil butil cetona

1,1,1 tricloroetano

Nitrobenzeno

2,5 hexanodiona

URINA 0,4 mg/L

AR EXALADO 40 ppm Ácido tricloroacético URINA 10 mg/L

Metilclorofórmio

Tricloroetanol total URINA 30 mg/L Tricloroetanol total SANGUE 1 mg/L

Meta-hemoglobina SANGUE 1,5% da hemoglobina

Fenol URINA 250 mg/g.creat. 2-propanol

Fenol

Acetona URINA 40 mg/L

Estireno Ácidos mandélico + fenilglioxílico URINA 400 mg/g creat. Estireno na urina 40 μg/L

Tetracloroetileno

Tolueno

2,4 e 2,6 tolueno diisocianato (puros ou em mistura dos dois isômeros)

Tricloroetileno

Tetracloretileno

AR EXALADO 3 ppm Tetracloroetileno SANGUE 0,5 mg/L

Tolueno SANGUE 0,02 mg/L

Tolueno URINA 0,03 mg/L Orto-cresol URINA 0,3 mg/g.creat.

Isômeros 2,4 e 2,6 –Toluenodiamino (soma dos isômeros) URINA 5 μg.g.creat.

Ácido tricloroacético URINA 15 mg/L Tricloroetanol SANGUE 0,5 mg/L Xilenos Ácido metil-hipúrico URINA 1,5 mg/g.creat.

Adaptado Nova NR-7

*São indicadores de Exposição Excessiva (EE) aqueles que não têm caráter diagnóstico ou significado clínico. Avaliam a absorção dos agentes por todas as vias de exposição e indicam, quando alterados, após descartadas outras causas não ocupacionais que justifiquem o achado, a possibilidade de exposição acima dos limites de exposição ocupacional. As amostras devem ser colhidas nas jornadas de trabalho em que o trabalhador efetivamente estiver exposto ao agente a ser monitorado.

PROVA ANAMT 2020 - Indicadores Biológicos de Exposição Excessiva

QUESTÃO EXEMPLO

15. OPUS 2020 - Numa indústria química, os trabalhadores utilizam um tiner (thinner) cuja composição revelou Xileno. O controle biológico deverá ser realizado, respectivamente, através dos ácidos: a) Ácido metil-hipúrico b) Delta-aminolevulínico c) Vanil mandélico d) Glioxílico e) Ácido úrico

Resposta, alternativa “A”. O indicador biológico do Xileno é o Ácido metilhipúrico coletado em amostra na URINA.

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QUESTÃO EXEMPLO

16. ANAMT 2022 - Levando em consideração os parâmetros para controle biológico da exposição ocupacional de alguns agentes químicos do Quadro I da NR 7, assinale a sequência “agente químico; indicador biológico; material biológico a ser analisado; momento da coleta (fim da jornada ou antes da jornada)” incorreta:

a) Mercúrio metálico; Mercúrio; Urina; FJ. b) Acetona, Acetona; URINA, FJ.

c) Metil butil cetona; 2,5 hexanodiona; URINA, FJ. d) Estireno; Ácidos mandélico + fenilglioxílico; URINA, FJ. e) Dimetilformamida; N-metilformamida; Urina, FJ.

Resposta, alternativa “A”. questão extremamente difícil, pois cobra, além do indicador biológico, o momento da coleta. E o único item que está errado é o momento da coleta da jornada na letra “a”, o qual é antes da jornada. A dica para essa questão, além da memorização, é que a maioria das coletas se dão ao final da jornada. Poucos, como mercúrio e tetracloroetileno, são coletados antes.

MEMORIZAR!!!!

Indicadores Biológicos de Exposição com Significado Clínico (IBE SC)

Número CAS Indicador

Cádmio e seus compostos inorgânicos Cádmio

Coleta Valor do IBE/SC

URINA 5 μg/g.creat.

Inseticidas inibidores da colinesterase

Chumbo e seus compostos inorgânicos

QUESTÃO EXEMPLO

Atividade da acetilcolinesterase eritrocitária

PLASMA OU SORO. 70% da atividade basal Atividade da butilcolinesterase 60% da atividade basal Flúor, ácido fluorídrico e fluoretos inorgânicos Fluoreto urinário

URINA 2 mg/L

SANGUE 60 μg/100ml 10 mg/g. creat. Ácido Delta Amino Levulínico (ALA- U) URINA

Chumbo (Pb-S) e

17. ANAMT 2014 - De acordo com a NR-7, com relação à exposição ocupacional na agricultura a agrotóxicos da classe dos carbamatos e organofosforados, é CORRETO afirmar que:

a) A avaliação da exposição é feita pela determinação dos agrotóxicos em sangue e urina b) A avaliação da exposição é feita pela determinação das colinesterases: eritrocitária e plasmática em sangue total c) A avaliação da exposição é feita pela determinação do ácido mandélico, corrigida pela creatinina urinária d) A avaliação da exposição é feita pela determinação das colinesterases: eritrocitária e plasmática em urina

Resposta, alternativa “B”. Os agrotóxicos utilizados como inseticidas, que são inibidores da colinesterase, são avaliados através da atividade da acetilcolinesterase eritrocitária no plasma ou soro através do sangue.

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