De coração 0 2 8 NOVEMBRO 2012 AnoVIII
Fusão de estilos Matobra propõe nova colecção Designers Guild Sugestão Cliper: o efeito da pedra e do cimento com as vantagens da cerâmica Cabine de duche da Jacob Delafon galardoada com Red Dot Award 2012
30 ... 30 anos de hist贸ria falam por si
De coração
EDITORIAL 03
Fórmulas de sucesso Nesta edição, entrevistámos duas empresas portuguesas que se tornaram marcas de renome mundial – o Licor Beirão e a Revigrés. Num momento em que o futuro próximo parece irremediavelmente comprometido pela crise instalada no país, nas empresas e nas famílias - poder contactar de perto com dois casos de sucesso é revigorante. A questão que se impõe de imediato é perceber o que estas duas empresas têm em comum, dito de outro modo, o que as faz contrariar as tendências… Desde logo, afrontando aquilo que parece ser do senso comum, não precisaram de estar sediadas em Lisboa ou no Porto para terem sucesso. A fábrica do Licor Beirão está sedeada na Lousã e a Revigrés em Águeda, o que é certamente motivo de ânimo para o resto do país. de inovação e criatividade.
EDITORIAL
Mas especificidades à parte, o denominador comum, está na associação entre esforço e uma boa dose E é precisamente esta capacidade de pensar e fazer diferente que parece faltar aos nossos governantes.
A velha fórmula do aumento da carga fiscal como solução para equilibrar as contas é injusta e – está à vista de todos – ineficaz.
A política de austeridade tem vindo a matar os agentes centrais da economia – os consumidores - e por acréscimo aquele que é o verdadeiro motor de produção de riqueza de um país - as empresas. O resultado não oferece dúvidas, só pode ser desastroso!
A continuar com este rumo, o nível de desemprego subirá exponencialmente, o sistema de segurança social entrará em falência e o país caminha a passos largos para o empobrecimento.
Para bem de todos, é preciso ouvir quem – como os empresários que aqui trazemos – já provou que sabe o que é gerir com inteligência um orçamento. É preciso acabar com fundamentalismos e posturas arrogantes e insultuosas para os empresários.
Presidente do Conselho de Administração da Matobra
De coração | NOVEMBRO 2012
confiança à Economia.
E D I TO R I A L
O momento não pode ser de guerrilhas. É tempo de mobilizar o país, fazê-lo voltar a acreditar e restituir
FICHA TÉCNICA Entidade proprietária | Matobra - Materiais de Construção e Decoração, S.A. Coordenação | Marta Rio-Torto Textos | Claúdio Domingos e Marta Rio-Torto
Paginação e Projecto gráfico | Alexandre Saraiva Tiragem | 2000 exemplares Periodicidade | Trimestral Impressão | Joartes, Lda | Águeda Isenta de registo no I.E.S. mediante decreto regulamentar 8/99 de 9/06 art. 12º nº 1 a)
Índice 3 Editorial 7 Entrevista De coração | José Redondo 16 Com assinatura Matobra 16 | Nascido de um sonho 22 |Fusão de estilos 26 Ideias e soluções 26 | Correio do leitor: orçamento low cost para projecto de cozinha 28 | Sistemas de duche OLI para pavimentos 30 | Outlet da Matobra propõe linha Zeus para mobiliário de casa de banho 33 Entrevista | Rui Dias 39 Estilus 39 | In Art - Imagens dos nossos sentidos 40 | Matobra propõe nova colecção Designers Guild 42 | Cliper marca a diferença 47 Entrevista | Paula Roque 54 Galeria Matobra 54 | Cabine de duche da Jacob Delafon galardoada com Red Dot Award 2012
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Rua Luís Ramos | Adémia Apartado 3021-901 Coimbra | Portugal | Tel.: 239 433 777 | Fax: 239 433 769 | mail@matobra.pt | www.matobra.pt
Fotografia | Pedro Ramos
ENTREVISTA 07
Licor Beirão Irreverente por tradição
De coração | NOVEMBRO 2012
O que é que se bebe aqui? Licor Beirão! Provavelmente não precisou de ler para saber a resposta à pergunta, o que prova o sucesso de uma marca portuguesa que muito cedo soube reconhecer a importância de uma boa divulgação. A história da empresa confunde-se com a própria história da publicidade em Portugal e a receita do sucesso tem-se mantido igual, juntando doses generosas de criatividade e irreverência. Em pleno salazarismo, ironizar com o então governante; usar as formas generosas de uma pin-up pouco vestida, nos anos 50; simular o aparecimento de OVNIS ou, mais recentemente, contratar o Paulo Futre no rescaldo do episódio da conferência de imprensa, foram algumas das mais badaladas ousadias para promoção da marca. Mas não se pense que a “embalagem” vende só por si. Visitar a fábrica deste Licor é ter a certeza de estarmos perante um produto genuíno e de qualidade. Percebe-se assim que se entra na sala de especiarias, onde as 13 ervas que compõem o bem guardado segredo da fórmula inundam o espaço de aromas doces e intensos, que surpreendem o visitante comum pela diferença de intensidade face ao habitual produto de supermercado. A autenticidade da produção tem equivalência na do nosso entrevistado. Ao longo desta conversa, José Redondo é a personificação do espírito da marca: genuíno, irreverente e bem-humorado.
08 ENTREVISTA
A marca Licor Beirão é hoje amplamente
a tribunal 93 vezes. Era rara a quinzena em
“ O meu pai teve que ir a tribunal
conhecida, mas o que poucos saberão
que não ia. Tinha acções em todo o país.
93 vezes. Era rara a quinzena em
é que o primeiro ponto de venda deste
E só perdeu a primeira, que foi a única em
Licor foi uma farmácia. Na época eram
que levou advogado. A partir daí passou a
que não ia. Tinha acções em todo
reconhecidas propriedades terapêuticas
defender-se sozinho.
o país. E só perdeu a primeira, que foi a única em que levou advogado.
aos licores… Exactamente, o Licor Beirão começou por
Entretanto,
foi
A partir daí, passou a defender-se
ser fabricado numa farmácia no séc XIX
acompanhando os negócios do seu pai
sozinho.”
mas, no começo do séc XX, foi proibido
desde criança…
vender licores como produtos medicinais.
Comecei logo em miúdo. Depois da escola,
A produção passou então a ser feita numa
os meus tempos livres eram passados
pequena fábrica na Lousã, onde o meu
aqui. Na altura, tínhamos várias empresas,
pai aos 14 anos trabalhou. Entretanto
nomeadamente uma de brinquedos e outra
teve outros empregos e quando começa a
de material de campismo. Depois criámos
II Guerra Mundial, a empresa onde estava
uma serigrafia para fazer a publicidade,
empregado retirou os escritórios de Portugal
onde fazíamos todos os materiais de que
e ficou desempregado. E foi nessa altura,
precisávamos.
em 1940, que decidiu pedir a minha mãe
Na serigrafia também se faziam os painéis
em casamento e comprar a fábrica do Licor
de publicidade que se viam ao longo da
Beirão.
estrada, que começaram por ser feitos em
pode
dizer-se
que
madeira. A certa altura surgiu a ideia de os O seu pai, José Carranca Redondo,
fazer em fibra de vidro e tornámo-nos das
com apenas 24 anos comprou a fábrica
primeiras empresas do país a produzir nesse
investindo tudo o que tinha e teve como
material. Depois, passámos à sinalização
primeira iniciativa pedir um empréstimo
rodoviária. Entre meados dos anos 60 e 80
para fazer publicidade. O que naquela
praticamente toda a sinalização rodoviária
altura era inédito... Este episódio marca
do país, sobretudo a nível de Câmaras
a história da empresa e de certa forma
Municipais, era fornecida por nós em fibra
define-a…
de vidro. E como era necessário, tanto na
Aí revelou o espírito dele, que se prolongou
sinalização rodoviária como nos painéis
pela vida fora e que me transmitiu, tal como
de publicidade, utilizar material e líquido
eu transmiti aos meus filhos. Pediu dinheiro
reflector (e só havia na altura uma empresa
emprestado para fazer os primeiros cartazes
no mundo que os fabricava) começámos
e como não tinha dinheiro para fazer muitos,
também a produzi-los. Eu tinha na altura
tinha que escolher os melhores locais para
19, 20 anos. Vendemos muito para Espanha
os afixar, as melhores esquinas e estradas.
e França.
De coração | NOVEMBRO 2012
E então, por verem que ele era muito bom nessa selecção, apareceram várias empresas
Hoje em dia o único negócio é o Licor
a pedir ao meu pai para afixar cartazes com
Beirão?
publicidade das suas empresas.
Sim, é. O meu pai teve muitos negócios e
Entretanto, em 1961, sai uma lei que proíbe
durante muitos anos o Licor Beirão funcionou
a publicidade ao longo das estradas, com a
quase como um produto artesanal a que
justificação de que provocava acidentes. Saiu
nem dava grande atenção. Era mais a minha
a lei e ninguém reagiu, excepto o meu pai
mãe a desenvolvê-lo. Mas, a partir de 1985,
que continuou a afixar cartazes. Conclusão,
quando entrámos na grande distribuição,
como éramos os únicos, desenvolveu-se um
começou a exigir uma atenção exclusiva.
negócio extraordinário. Entre as décadas
Os negócios têm que evoluir. Qualquer
de 60 e 70 fomos a maior empresa de
negócio em que a empresa não esteja
publicidade nas estradas.
permanentemente atenta e a informar-se tem por tendência cair. E não era possível
Mas estavam a correr riscos… Estavam a
com a nossa capacidade de gestão atender
infringir a lei…
a todos os negócios que tínhamos.
Sim, por isso mesmo o meu pai teve que ir
Foi uma escolha racional, mas também
“Exportamos directamente para cerca de 40 países, mas o Licor Beirão é vendido em mais de 80. Onde há um português, há um Licor Beirão.”
ENTREVISTA 09
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José Redondo, CEO da Licor Beirão
10 ENTREVISTA
emotiva… Por um lado, nessa altura o Licor
do reviralho, ou seja, do contra. Ele estava
“Um dos funcionários da empresa,
Beirão começou a crescer mais, mas também
sempre a contestar todas as decisões do
por duas ou três vezes, quando
sentíamos que era um produto da família.
Salazar. Naquela altura, havia um professor
Hoje, exportamos directamente para cerca
primário aqui na terra que chamou à
estava a afixar o cartaz [da pin-up]
de 40 países, mas o Licor Beirão é vendido
atenção ao meu pai: “Ó Carranca, olha
em mais de 80. Onde há um português, há
que não é o Beirão de quem todos gostam,
um Licor Beirão.
mas o Beirão de que todos gostam, o que refere-se a coisas e o quem a pessoas”. E
Foi desde cedo uma marca que se
o meu pai respondeu-lhe: “ Mas eu estou-
posicionou pela valorização de um
me a referir a pessoas!” Estava-se a referir
produto intrinsecamente nacional, o
ao Salazar, que era Beirão. O Salazar viu o
que era um pouco contra o que estava
cartaz e até achou graça. O secretário dele
então em voga, que era o apreço pelo
(que era casado com uma senhora daqui da
que vinha de fora. O slogan “O Licor
Lousã) um dia estava a despacho com ele e
de Portugal”, hoje parece fazer todo o
perguntou-lhe se ele conhecia o slogan e ele
sentido, mas à época não era a escolha
sorriu e disse que sim: “Esse seu patrício tem
mais óbvia…
muita laracha!”
Eu tinha 18 anos quando lancei essa frase e na altura, os meus colegas gozaram comigo
E é verdade que na década de 60 pôs os
porque entendiam que não lhe devia
jornais a noticiarem o aparecimento de
chamar Licor de Portugal, para poder vender
OVNIS aqui na zona?
teria é que lhe chamar Licor de França! Mas
Sim, é verdade. Na altura, falava-se muito
eu insistia e dizia Beirão é de Portugal, não
nos OVNIS e muita gente dizia que os
tenho que ter vergonha de ser português.
via. O meu pai lembrou-se de fazermos
A teoria de então era que para os produtos
umas estruturas circulares com 3m de
portugueses serem vendidos teriam que ter
diâmetro, com ripinhas de cana, como se
um nome estrangeiro, porque tudo o que
fosse uma armação de um papagaio, e no
vinha de fora é que era bom.
meio colocávamos meia dúzia de balões
Veja, passados tantos anos, o orgulho que
com azoto e 2 ou 3 lanternas. Quando
nós sentimos nos produtos nacionais e dá-
começava a anoitecer, lançávamos o nosso
me grande satisfação verificar que, de certa
“OVNI”, que era transportado pelo vento.
forma, iniciei um processo que na altura era
Passava por Góis, Arganil, Castanheira
criticado. Hoje o título “O Licor de Portugal”
de Pera… Não imagina a quantidade de
é uma marca registada.
notícias que apareciam de pessoas a dizer
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que tinham visto um OVNI. O objectivo era Uma outra imagem de marca é a
pôr as pessoas todas a falar no assunto e
irreverência e a ousadia. Nos anos 50,
depois, mais tarde, vinha-se a saber que
o célebre cartaz da pin-up foi muito
tinha sido uma brincadeira do José Carranca
contestado...
Redondo, do Licor Beirão. O meu pai achava
Sim, foi! Aliás um dos nossos funcionários,
que o importante era que falassem de
por duas ou três vezes, quando estava a
nós, nem que fosse a dizer mal. Portanto,
afixar o cartaz, foi afastado pelos donos
aproveitávamos todas as circunstâncias para
das casas, numa delas de espingarda em
que a marca Licor Beirão fosse referenciada.
punho, dizendo: “Tire-me isso, que isto não
Hoje, estamos entre as empresas portuguesas
é nenhuma casa de meninas!” Na altura,
com maior dimensão em publicidade. A
era uma coisa séria!
nível de bebidas estamos em 3º lugar. Para ter uma noção, estamos ao nível da Sagres
E em pleno Salazarismo a escolha
em investimentos publicitários.
do slogan “O Beirão de quem todos gostam” numa ironia que remetia para
Actualmente
o então governante…Foi preciso uma
melhores agências publicitárias do país.
trabalham
com
as
boa dose de coragem…
Entre as últimas campanhas destaca-se
Pois, o meu pai não era comunista, mas era
a que fizeram com o Futre. Como é que
foi afastado pelos donos das casas, numa delas de espingarda em punho.”
ENTREVISTA 11
“Estamos entre as empresas portuguesas com maior dimensão em publicidade.”
foi essa experiência?
fundamental desta empresa, mesmo
Qual era a empresa, para além da nossa,
antes de o termo existir, tornando-a
que conseguia em 8 dias pôr a publicidade
um marco decisivo na história da
do Futre cá fora? Na maioria era impossível,
publicidade em Portugal. Hoje sente que
mas foi assim que aconteceu! O Futre
este licor vende tanto pela publicidade
tinha acabado de dar aquela célebre
como pela bebida em si?
conferência de imprensa, quando recebi o
Nós podemos ter o melhor produto do
contacto da agência de publicidade com
mundo. Se não o soubermos publicitar não
que costumamos trabalhar para saber se o
o vendemos. Fica restrito a meia dúzia de
queríamos contratar. Eu disse logo que sim,
pessoas. Mas também podemos fazer as
naturalmente era uma questão de preço.
melhores campanhas do mundo, se não
Mas não tive problema nenhum com o facto
tivermos um produto de qualidade também
de naquela altura estar toda a gente a gozar
não vendemos. Esta interligação marketing /
com a intervenção dele na conferência de
qualidade do produto é fundamental.
imprensa. Posso-lhe dizer que na primeira
Em termos de qualidade é um produto
abordagem da agência ele recusou, na altura
inexcedível, não encontram melhor.
estava deprimido e não estava interessado em ter visibilidade de novo e quando me
A
comunicaram eu pedi que insistissem com
segredo muito bem guardado. Os seus
receita
do
Licor
Beirão
é
um
ele, dizendo que quem o queria contratar
funcionários não a conhecem?
era o Licor Beirão. E a verdade é que ele
Só eu e um dos meus filhos conhecemos a
aceitou.
receita. Antes de mim, a minha mãe.
O primeiro contacto telefónico foi numa quinta-feira, na sexta-feira ele aceitou
Está a preparar novos produtos para
e marcámos a sessão fotográfica para a
chegar a outros públicos? O Caipirão,
quarta-feira seguinte em Lisboa.
por exemplo, teve boa aceitação…
Fomos para Lisboa ainda sem o contrato
Quando os meus filhos acabaram as
assinado. Quando o vi disse-lhe que tinha
licenciaturas e vieram trabalhar para a
admiração por ele, pois só as pessoas
fábrica, como é natural, ainda estavam
inteligentes têm capacidade de se rir de si
ligados à Academia e às festas estudantis.
próprias. Ele deu-me um aperto de mão
E então lançaram em 2002 o Caipirão,
sentido e passou as 4 horas seguintes numa
para ser consumido por novos públicos. Há
sessão fotográfica do mais cansativo que
pessoas que não gostam de licores, portanto
possa imaginar, sempre com boa disposição.
foi uma forma de levar o nosso produto a ser
Tirou mais de 1000 fotografias! Dois dias
apreciado de uma forma diferente, isto é,
depois saíram os primeiros múpis.
como cocktail. O mesmo com o Morangão.
Repare, não passámos meses a fazer
Tivemos muito boa aceitação.
tinha ou não viabilidade. Faz parte do ADN
O seu pai faleceu em 2005 e actualmente
da empresa arriscar e a verdade é que foi
tem o apoio de dois dos seus filhos a
“Qual era a empresa, para além
uma campanha fabulosa, que resultou
trabalhar consigo. Como é que vê a
da nossa, que conseguia em 8 dias
muito bem.
integração desta 3ª geração na empresa?
Passado um mês e meio, lançou o livro dele
Eu fiz com os meus filhos aquilo que o meu
e convidou-me para a apresentação. Eu ia
pai fez comigo. Tal como eu, também os
absolutamente convencido de que ele já
meus filhos, nos tempos livres, vinham para
nem se lembrava de mim… Quando cheguei
a fábrica. Muitas vezes, andavam a brincar
encontrei uma sala com umas 200 pessoas.
e a fazer asneiras, mas os jovens têm um
Ele quando me viu, atravessou a sala, deu-
poder de observação muito grande e o
me um abraço, dois beijos e disse-me: “Sr.
facto de andarem por aí permitia-lhes ir
Redondo, isto foi o casamento perfeito.
percebendo o funcionamento da fábrica.
Muito obrigado por tudo!”
É muito mais fácil um funcionário aceitar
pôr a publicidade do Futre cá fora? Na maioria era impossível, mas foi assim que aconteceu!”
uma ordem do filho do patrão quando sabe O marketing foi sempre uma área
que ele já esteve a colar rótulos, passou pelo
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estudos de mercado ou a discutir se a ideia
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12 ENTREVISTA
ENTREVISTA 13
“Nós podemos ter o melhor
alambique, pela caldeira, etc do que se vem
condições de quem nos empresta. Portanto,
produto do mundo. Se não o
da Suíça ou da América com o curso XPTO.
a troika já devia ter vindo há muitos anos
soubermos publicitar não o
Se quer alterar alguma coisa, a reacção é
antes, porque talvez se os orçamentos de
logo de desconfiança e boicota-o, porque
estado não tivessem sido fiscalizados pelos
não lhe dá crédito.
Tribunais de Contas, que também são
Também já faço o mesmo com os meus
políticos, mas por uma entidade externa
netos. Nos tempos livres, vêm à fábrica,
ao país, não tivessem sido feitas as asneiras
fazem relatórios daquilo que produzem e
que se fizeram. É calamitoso ter-se investido
com base na sua produtividade recebem um
tanto dinheiro em estradas, em estádios de
x, que é negociado. Um euro, dois euros, às
futebol, quando o dinheiro deveria ter sido
vezes três…
investido nas empresas que são quem gera
vendemos.”
riqueza. Com a crise os portugueses bebem menos ou mais, para esquecer?
E os estímulos à Economia, onde estão?
Não lhe sei responder…Felizmente, estamos
Se não temos dinheiro como é que vamos
a conseguir aguentarmo-nos muito bem.
fazê-lo? Como é que é possível incentivar
Sentimos quebras ligeiras no mercado
a economia? Para já, a condição sine qua
nacional, mas estão a ser suportadas pelo
non seria reduzir a despesa do Estado, mas
mercado externo.
também não vejo nada disso. É acintosa a megalomania do Estado que continua a
Numa fase em que muitos empresários
gastar como se estivéssemos no melhor
estão preocupados com a actual crise e
dos mundos. Tem que partir do próprio
sentem grandes dificuldades em gerir
governo a imagem de que é preciso poupar.
a sua empresa que conselho daria a
É escandaloso passar pela porta de um
alguém nesta situação?
organismo de Estado e ver durante o dia
Eu acho que o grande drama de muitos
quinze viaturas de estado paradas, com os
empresários é o facto de não terem sabido
motoristas a conversarem uns com os outros.
criar reservas. Criou-se a ideia de que o país
Eu, como patrão, mesmo tendo condições
iria crescer continuamente e não haveria
acima da média, tenho que dar o exemplo
mais nenhuma crise tão cedo. E muitas
de ser modesto. Não posso afrontar aqueles
vezes os dinheiros que vieram do estrangeiro
que não tiveram as mesmas oportunidades
não foram aproveitados para criar riqueza.
que eu tive.
Foram gastos em coisas supérfluas e neste momento muitas empresas não estão a suportar a crise porque estão descapitalizadas. E isto também é válido para as famílias. Nos últimos 30 anos não houve uma educação para se criar poupança. Eram os próprios bancos que incentivavam ao endividamento. Muitos empresários fizeram empréstimos sucessivos, para investir continuamente,
“É acintosa a megalomania do
sem preocupação de criar reservas para
Estado que a continua a gastar
suportar qualquer momento menos bom.
dos mundos. Tem que partir do próprio governo a imagem de que é preciso poupar.”
Como é que vê a actuação deste governo? Nós estamos num momento péssimo. Quer queiramos quer não temos que pedir dinheiro emprestado para pagar toda a gestão do Estado. E quando se pede dinheiro emprestado, seja a quem for, somos muitas vezes obrigados a aceitar as
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como se estivéssemos no melhor
14 ENTREVISTA
De perfil… Uma referência? Nelson Mandela. A música que não se cansa de ouvir? A música do António Variações e da Amália. O filme que o marcou? Casablanca. Um livro? Pappilon, de Henri Charriére. Um objecto de que não se separa? Esferográfica. Quando tem tempo gosta de…? Passear com a mulher, o que faço todos os dias à noite. O prato a que não resiste? Qualquer um com bacalhau. Uma bebida? Licor Beirão. Destino de férias? Nova Zelândia. Uma viagem que o tenha marcado? Nova Zelândia.
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Uma qualidade de que se orgulhe e um defeito que não possa negar? Como qualidade destaco a franqueza e como defeito a teimosia.
16 COM ASSINATURA MATOBRA
Nascido de um sonho
Recuperar um antigo celeiro e transformá-lo num espaço para viver. Foi este o desafio do proprietário da casa que seleccionámos para este número. O espaço está há várias gerações na família, daí que a intervenção levada a cabo assuma toda a carga histórica da estrutura. O velho e o novo, o passado e o futuro, assumem-se em dois volumes marcadamente contrastantes entre a arquitectura tradicional e contemporânea. Feita a recuperação do edificado, à equipa da Matobra coube o apoio no projecto de decoração. Em sintonia com o gosto do cliente, optou-se por um estilo neoclássico, que sintetiza o espírito do edifício, com um mobiliário de linhas estilizadas e atemporais. Nas janelas, intencionalmente deixadas sem cortinados, o exterior entra dentro de casa. A Serra em redor dá o mote para uma decoração orgânica que realça a nobreza dos materiais escolhidos. Ao toque quente da madeira é
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associada a sofisticação do pau-ferro e o acabamento em alto brilho.
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18 COM ASSINATURA MATOBRA
COM ASSINATURA MATOBRA 19
Na zona mais rústica do edifício, para equilibrar o toque frio da pedra, na escolha das cores era importante privilegiar os tons quentes. A opção foi para o vermelho, em diferentes tonalidades, presente na sala e na cozinha, duas divisões comunicantes que, desta forma, assumem uma harmonia de conjunto. Na sala, um espaço mais nobre por definição, o vermelho escuro, próximo do bordô, cria um ambiente de maior requinte. Já na cozinha, a aposta foi para um garrido. O vermelho mais enérgico da mesa de refeições é simetrizado pela sobriedade dos móveis de cozinha.
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ambiente fresco, mas não demasiado
20 COM ASSINATURA MATOBRA
Nas casas de banho, o revestimento e De coração | NOVEMBRO 2012
pavimento são Revigrés. A opção foi para a série Xisto que remete para a pedra natural, com vantagens na facilidade de manutenção e limpeza do material.
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COM ASSINATURA MATOBRA 21
22 COM ASSINATURA MATOBRA
Fusão de estilos
Até há uns anos atrás a maioria das casas eram mobiladas e não decoradas. O conceito era simples: escolhia-se uma linha de móveis e compravam-se todas as peças do mesmo conjunto. O resultado era demasiado previsível e por isso mesmo – à luz das tendências actuais de personalização - pouco interessante. Hoje cada espaço deve ser visto como um desafio e sempre um resultado original. Uma tendência forte é a fusão de estilos e de materiais, numa inspiração eclética que sintetiza a amálgama de influências culturais e estéticas que circulam pelo mundo inteiro. Os espaços adquirem uma personalidade multi-facetada e ainda que combinando peças aparentemente improváveis, consegue-se uma harmonia visual. Não tenha medo de arriscar, mas lembre-se que é importante encontrar um ponto de coerência. Verá que o resultado é bem mais apelativo. O ambiente seleccionado pela equipa de decoração da Matobra é um bom exemplo. Quem diz que a mesa e as cadeiras têm que ser da mesma linha? Nesta sala de refeições, a mesa é um modelo neo-clássico em pau-santo que contrasta com o estilo romântico das cadeiras lacadas a branco. Nos topos, as cadeiras forradas a tecido, acrescentam um novo elemento, ao mesmo tempo que suavizam o contraste dos materiais. O aparador é uma peça versátil que se adapta a qualquer tipo de decoração. Facilmente se integra num ambiente contemporâneo ou num espaço marcadamente clássico. Neste caso, o equilíbrio do conjunto é conseguido pelos tons branco e bege, que estão presentes no tecido, no papel de parede e nos
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acessórios.
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COM ASSINATURA MATOBRA 23
26 IDEIAS E SOLUÇÕES
Correio do leitor:
Orçamento low cost para projecto de cozinha Comprei recentemente um T1 que precisa de ser remodelado. Para já quero dar prioridade à cozinha, mas o orçamento não pode ultrapassar os 3500€, incluindo os electrodomésticos. Da minha casa actual vou levar o frigorífico, a máquina de lavar a louça e a mesa de refeições, mas falta-me tudo o resto. Qual é a melhor forma de aproveitar o espaço, conseguindo uma solução funcional e dentro do orçamento disponível? Fernanda Ferreira, Figueira da Foz Cara leitora, A nossa proposta é um conjunto de móveis da INATA que conjugue duas opções: termolaminado com efeito de madeira de carvalho para os inferiores e melamina com acabamento beje mate para os superiores. Esta
conjugação
aumenta
o
interesse
visual do conjunto e confere um aspecto contemporâneo ao ambiente. O tampo de cozinha é em silestone Branco City. Nos eletrodomésticos, o forno, a placa e o exaustor são da Zanussi. O lava louça e misturadora de cozinha são da Rodi.
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MÓVEIS + TAMPO + ELECTRODOMÉSTICOS = 3540€ (IVA incluído)
28 IDEIAS E SOLUÇÕES
Sistemas de duche OLI para pavimentos Melhor acessibilidade e personalização dos espaços de banho. É esta a proposta da OLI com os sistemas de duche para pavimento. Com uma ampla gama que contempla várias medidas e diversas possibilidades de instalação, trata-se de uma solução que garante maior liberdade de movimentos, permitindo em simultâneo maior criatividade na concepção da zona de duche, com uma estética agradável e minimalista. Com uma instalação extremamente simples, os sistemas de duche integrados no pavimento têm como base painéis em poliestireno de alta densidade que garantem um correcto escoamento de águas e um isolamento perfeito da zona de duche.
4 tipologias: Diferentes medidas, diferentes opções X-CENTER
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Drenagem central, com grelha quadrada.
IDEIAS E SOLUÇÕES 29
X-CENTER 70 Drenagem central, com grelha quadrada. O sifão é rebaixado, tornando esta solução ideal para remodelação, ou para situações com altura do pavimento limitada.
X-BORDER Drenagem lateral, com grelha rectangular.
X-CORNER Com a drenagem oculta, a água escorre pelas fissuras laterais que formam o canto.
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30 IDEIAS E SOLUÇÕES
Outlet da Matobra propõe linha Zeus para mobiliário de casa de banho Preço imbatível, funcionalidade e design
Baixo preço, funcionalidade e um design agradável. É esta a proposta do outlet da Matobra para o seu mobiliário de casa de banho com a linha Zeus. Com um estilo simples e contemporâneo, estes móveis adaptam-se a todas as decorações, permitindo optar pelos acabamentos branco ou wengue e com lavatório disponível em 6 cores – branco, pistacho, laranja, vermelho, negro e cerâmico. Para além do impacto visual, estas peças garantem muito espaço para arrumação. Com várias opções de tamanhos, para além do tradicional móvel de lavatório, esta linha inclui diversos móveis auxiliares. E porque cada centímetro é precioso, destacam-se as colunas que aproveitam o espaço em altura, tornando-se uma excelente ajuda para acrescentar áreas de arrumação extra. De acordo com a sua preferência, esta peça pode ainda incluir a opção de tulha para roupa suja, facilitando a sua rotina matinal. Recordamos que o outlet da Matobra - Mercado Popular - está aberto durante a semana entre as 8h45 e as 18h30 (com interrupção para
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almoço entre as 13h00 e as 14h45) e aos sábados entre as 8h45 e as 13h00.
IDEIAS E SOLUÇÕES 31
MÓVEL + LAVATÓRIO A PARTIR DE 94,80 Mobiliário com opções branco e wengue
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Lavatório disponível em 6 cores
ENTREVISTA 33
A honestidade constrói-se
De coração | NOVEMBRO 2012
Rui Dias não se tornou escravo do trabalho porque depressa aprendeu a gostar do que faz. Natural da Flor da Rosa, Almalaguês, este construtor agitou o mercado, já que avançou com a Hievila numa altura em que muitas empresas desaparecem. Critica a entrada desmesurada de gente sem experiencia e competência no setor porque é fiel a princípios tao importantes como a honestidade e o valor da experiência. Destaca a importância do serviço pósvenda e a atualização constante pela qualidade e funcionalidade dos materiais porque o cliente é o primeiro, o último e o único objetivo desta estória que se quer duradoura. Numa empresa jovem, um empresário experiente traça o seu destino, o de o deixarem acreditar que é possível construir um futuro melhor, pelo crédito aos bancos ou pela crença num mercado de reconstrução que pode ser importante para o setor.
De coração | NOVEMBRO 2012
34 ENTREVISTA
ENTREVISTA 35
A sua atividade profissional sempre se
reflete no apoio ao cliente, no serviço pré
que mais preocupam os construtores é o
desenvolveu na construção civil?
e pós-venda e é por esse comportamento
facto dos bancos se apresentarem como
Comecei a trabalhar por conta própria desde
que mantenho os mesmos clientes há
concorrentes no setor, o que cria uma
os dezassete anos, tendo desempenhado as
muitos anos. Sei que o bom-nome demora
desigualdade muito difícil de combater. Mas
funções de servente de pedreiro nos dois
a construir-se e eu tenho sentido essa
volto a destacar a importância na esperança
primeiros anos, depois tive uma experiência
reciprocidade por parte das pessoas. Depois,
de um futuro mais risonho e proveitoso.
numa empresa construtora, em Coimbra.
na parte de obra, tento ser o mais exigente,
Mais tarde, em 1988, iniciamos atividade na
quer na mão-de-obra, quer na escolha de
A construção apresentou-se sempre
Compralar, em que éramos dois sócios, uma
materiais de qualidade porque só isso nos
como o motor da economia. Acredita
empresa que terminou no ano de 2010.
garante alguma rentabilidade.
que pode continuar a ser ou será
Independentemente dessa situação, já tinha
E como podemos verificar a qualidade
desejável que não volte a sê-lo?
decidido avançar para outro projeto, assim
desses materiais?
O setor da construção civil jamais terá o
nasce a Hievila, em 2008, de modo que a
Existe a obrigação de elaborar uma ficha
volume dessas décadas. Neste momento,
minha vida se tem passado neste ramo.
técnica que é entregue aos clientes, para
temos é de perceber a mudança do
que tenham o devido conhecimento das
paradigma a que estamos a assistir e de
Porque é que resolve apostar neste
características técnicas dos materiais que
saber adaptar-nos a essa nova realidade. A
setor?
compram. Além disso, numa fase anterior,
reconstrução e a renovação têm de ser um
O meu percurso começa por necessidade e
nós levamos os clientes a casas especializadas
mercado de impulsionamento e que pode
não foi propriamente uma aposta, já que
para que se possam informar devidamente
permitir que várias empresas continuem a
depois de terminar o sexto ano, houve
e possam estar mais conscientes sobre as
laborar e a dinamizar a economia. Acredito
a obrigação de fazer face às despesas
escolhas que fazem.
que esta fase de recessão vai abrandar e
familiares. Daí que tenha começado a
que vão ficar aqueles que são competentes,
trabalhar com um vizinho e tive a sorte
O que é que o faz continuar no contexto
que têm a experiência e que acreditam na
de descobrir que sentia um enorme gosto
de crise atual?
reconstrução como complemento à sua
a desempenhar estas funções e que
Acredito
num
aprendia depressa os princípios e técnicas
atitude
positiva
do oficio. Passei por vários percursos desde a subempreitada de construções próprias
estou a empreender um bloco de nove
muitos anos, apostando numa reconstrução
até à venda de imoveis, de modo que tive
apartamentos. Nos últimos dois anos, a crise
mais moderna e funcional e é importante
várias oportunidades de evoluir na minha
acentuou-se e tenho conseguido atingir os
perceber isso.
aprendizagem.
objetivos, mas também não tenho ido em
futuro
e
essa
atividade. Existe uma clara mudança de
daí
que
mentalidade, as pessoas dão mais valor ao
continuo a laborar e, neste momento,
local onde se sentem bem e onde passaram
é
melhor
essencial,
grandes aventuras. Obviamente que as
Tem de existir uma filosofia diferente
A Hievila aparece com que objetivos?
empresas têm de se adaptar à realidade
neste setor?
As empresas não duram para sempre e a
e, as margens e lucros de outrora são
A minha perspetiva é de que devemos
primeira experiência, que durou cerca de
impraticáveis, daí que a prioridade seja
apostar
vinte e dois anos, fez-me ter a noção da
vender a preços baixos mas justos, para que
cidades e dos nossos bairros e não inventar
necessidade de nos adaptarmos às leis do
a empresa continue a sobreviver. Estamos a
construções novas sem razão, que sempre
mercado em constante mutação. Pelo que
assistir a uma filtragem de muitas empresas
vão existir, desde que justificadamente. Em
resolvi, juntamente com a minha mulher,
que vieram para este setor para se servir dele
termos de volume, a construção nova que
traçar outro destino e aproveitar outras
e acredito que quem tenha competência
se vai verificar vai ser um nicho em relação
possibilidades, daí o nascimento da Hievila,
e organização vai continuar a provar o seu
ao que se fez no passado. Outro fator que
em 2008. A filosofia da empresa, apesar
valor.
pode ser potenciado é o do aluguer de
remodelação
das
nossas
imoveis, pelas necessidades a que o ritmo
construção nova, é a de complementar a sua
O que é que a Hievila tem dito à crise e
da vida moderna impõe e pela constante
atividade na reconstrução, de se orientar e
como se tem comportado?
mutação na vida profissional das pessoas.
direcionar para este mercado, aproveitando
Continuamos a fazer a aposta na qualidade
novas oportunidades que surjam e dinamizar
e de nunca abdicar de valores como a
Porque é que chegámos a este ponto de
este nicho que pode se apresentar como um
honestidade. As empresas vivem uma fase
rutura?
ponto fulcral para o sucesso deste setor.
de grande pressão, já que os apoios das
A vinda de vários indivíduos e empresas para
instituições bancarias são difíceis e, se não
o setor, sem os conhecimentos necessários,
Qual o cunho pessoal que tenta incutir
fossem os recursos próprios conseguidos
só porque tinham grandes reservas de capital
às empresas que gere?
durante estes anos, a realidade ainda se
danificou o ramo sobremaneira, porque
A honestidade acima de tudo, que se
tornava mais dramática. Uma das questões
criou uma realidade ilusória. Os clientes são
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de ser uma construtora que também faz
na
36 ENTREVISTA
mais bem preparados e informados e passou
reconstruções, fora da cidade, e não em
O que gostaria ainda de construir neste
a existir uma necessidade de atualização
construções
percurso que já leva?
constante e que veio comprovar que muitas
acontece no centro. Pelo que conheço de
Gostaria de continuar neste ramo e de ser
empresas nunca se prepararam e já não
outros locais, Coimbra ainda é uma cidade
coerente nas construções que faço com
foram a tempo pela falta de experiência.
que agita o mercado, acredito que esteja e
as zonas onde estão inseridas. Construir
Atualmente,
exigem-se
alterações
novas
para
venda,
como
aos
que consiga sobreviver à crise. A ideia de
com rigor, com beleza e com atualização
projetos e quem só estiver agarrado ao
que é uma cidade do estudante e do doutor,
constante, melhorando as condições de vida
que está na memória descritiva é capaz
até tem ajudado a impulsionar o setor, já
dos locais e das pessoas.
de ficar ultrapassado. A nossa obrigação
que algumas pessoas nos procuram para
é de estarmos preparados para todas
adquirir imoveis porque os filhos vieram
Entre a experiência do percurso e a
as questões que os clientes nos possam
estudar para a cidade e depois acabam por
juventude do empresário, para onde
colocar sobre a qualidade e funcionalidade
mudar-se e ficar.
quer seguir a Hievila?
dos mais diversos materiais e fases da
Seguir em frente mas muito devagar, sem
obra. Por exemplo, no passado, decorava-
Como é que a Hievila encara o mercado
nos preocuparmos muito com os projetos
se um prédio de dez apartamentos todos
da reconstrução?
para o futuro, viver o dia-a-dia com os pés
da mesma forma e obedecendo ao mesmo
Não vai ser um milagre que vem resolver
no chão.
padrão, isso gerou alguma asfixia no campo
os problemas do setor mas vai permitir
da oferta da qualidade porque essa filosofia
a sustentabilidade de várias empresas,
Qual é o vício desta atividade?
tornou-se impensável. Temos de pensar um
creio mesmo que pode ser um mercado
Mexe com muitos pormenores, trabalhamos
pouco na intemporalidade da decoração e
dinâmico e forte. Neste campo, existe uma
e falamos com muita gente diferente,
da construção.
forte concorrência em Coimbra e sentimos
com arquitetos, fornecedores e clientes.
que andamos aqui a prejudicar-nos uns
Criamos uma mentalidade de aprendizagem
aos outros. Porque não está presente uma
constante e de uma aposta contínua em
aventureiras se podem fixar no setor?
estratégia empresarial, porque só podemos
melhorar, pelo que isso cria um vício muito
Se não tiverem algum capital próprio que
ser competitivos até ao momento em
saudável. O facto de incorporarmos uma
lhes permita abertura de negociação com
que os preços e margens permitam fazer
curiosidade constante, o de fazer diferente
as instituições bancárias não têm hipótese
face aos custos da empresa. Outros criam
e melhor, o facto de ver nascer um marco
de sobreviver. Sem esse suporte, as pessoas
preços fictícios e acabam por destruir as
para o futuro.
nem devem ponderar em avançar com a
empresas que dirigem e por criar uma
constituição de uma empresa, daí que a
imagem irreal do próprio mercado, o que
dependência pelo setor bancário se tornou
prejudica todos os elementos que têm
um dos fatores que asfixiam o próprio setor
de sobreviver nele. Outro ponto a ter em
ainda, para mais com a concorrência desleal
conta, é o acompanhamento constante ao
que se verifica, já que se apresentam como
cliente, já que vamos ser obrigados a fazer
imobiliárias e que dão vantagens aos clientes
varias alterações e a fazer muitas vontades
que comprem os seus imóveis.
porque, na reconstrução, passa a existir uma
De
que
forma
é
que
empresas
maior proximidade do cliente com a casa, já Quer indicar alguns pontos de mudança
que o projeto passa a ser dele, nem que só
para que o setor seja sustentado?
esteja na cabeça.
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Tem de existir outro tipo de postura política porque os cidadãos não sentem a segurança
Como é que os nossos responsáveis
necessária e o fator da imprevisibilidade
políticos
acaba por fazer recuar alguns possíveis
mercado?
clientes
que
possam
surgir,
devem
impulsionar
este
pela
Nos centros das cidades deteriorados não é
impossibilidade de se fazer planeamento de
fácil trabalhar, pelas exigências autárquicas e
vida, o que deveria verificar-se como uma
pela burocracia existente, parece que quem
prioridade politica.
deveria tornar mais simples o processo ainda consegue complicar mais. As autarquias
Coimbra tem sido um bom cliente na
estão atualizadas em termos de pessoal
crise atual ou tem-se comportado como
especializado mas o que sentimos, é que
um enfant terrible na procura de novas
no processo burocrático, há ainda muito a
soluções?
melhorar.
Estamos
a
apostar
em
algumas
ENTREVISTA 37
Breves O que é um construtor? É um homem experiente no ramo e que tem a sensibilidade de aceitar a opinião daquele que sabe mais do que ele. Uma obra que gostou de fazer? Uma moradia em Lordemão. Um monumento construído que o fascina? A Torre no Dubai. É possível construir um mundo melhor? Com honestidade. A cidade mais bem construída? Lisboa. Um sonho por construir? Uma viagem ao Dubai. Um objetivo construído? A minha carreira.
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O que é o sucesso em construção? Deixar o cliente satisfeito e dar-lhe o apoio que ele merece.
ESTILUS 39
In Art – As Imagens dos Nossos Sentidos A Novellini, pelas mãos da Arpirel, deixa a sua marca na personalização dos espaços do banho pelo rejuvenescimento constante das suas apostas. Desta vez, destacamos a Coleção In Art que, para além de dar cor e imagem à sua casa de banho, é vocacionada para espaços de forte circulação, como os Hotéis, os Resorts, Balneários, Centros Comerciais e Centros de Saúde e Bem Estar. Tanto a série Kuadra nas divisórias de vidro, como a Sole nos radiadores, destacam-se pela versatilidade de permitir escolher, num vasto banco de imagens, a decoração que o utilizador pretende ver na sua casa de banho. Para além das imagens standartizadas, em ambos os casos, é possível personalizar os equipamentos com uma foto escolhida. No caso dos radiadores destaque ainda para a opção de comando à distância que permite uma maior fiabilidade
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na regulação e controle da temperatura ambiente.
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MATOBRA PROPÕE NOVA COLECÇÃO DESIGNERS GUILD - PAVONIA A colecção de Outono/Inverno de tecidos e papel de parede da Designers Guild foi recentemente apresentada. Inspirada na estética boémia de finais do século XIX realça as texturas orgânicas e tons naturais que criam uma atmosfera colonial e eclética. A paleta de cores dá predominância aos violetas e azul cobalto, mas é também marcada pelo fúcsia, o verde e o cinza. Os tons surgem muitas vezes com um efeito aguarela, com destaque para o esfumado e o degradé. Os padrões são elaborados, com forte inspiração na natureza, marcados pelas formas exuberantes das flores XL, equilibradas pelo efeito suave das cores esbatidas. Para mais informações sobre este e outros produtos da Designers Guild, visite o Showroom da Matobra de segunda a sábado entre as 9h30 e
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as 19h00 (com interrupção para almoço entre as 13h00 e as 14h00).
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ESTILUS 41
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Sugestão Cliper O efeito da pedra e do cimento com as vantagens da cerâmica A Cliper apresentou, na Cersaie, a sua nova linha de produtos, no formato 60x60 em Grés Porcelânico. Visando responder às necessidades actuais do mercado, aliando a tendência cromática e a estética de modo a criar espaços inovadores, a marca procura dar sentido aos nossos sentidos. A nova gama é composta por duas séries distintas, que apostam na perfeição pela qualidade do produto: Soho e Défense. Soho tem a sua génese no cimento e apresenta quatro tons (branco, cinza claro, cinza, antracite) e dois acabamentos (rectificado e rectificado semi-polido). Défense lembra a pedra natural, apresenta cinco tonalidades (antracite, cinza, branco, bege, castanho) e dois acabamentos (rectificado e rectificado antiderrapante). Estas novidades geram ambientes sofisticados de pura criação onde a integração de pastilha (5x5) com a base (60x60) proporciona espaços de elegância e conforto.
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Soho
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Défense
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Italbox na vanguarda do banho Indicado para espaços públicos, o móvel Cork de linhas retas, também pode fazer a diferença em salas de banho modernas de gosto personalizado, pela textura e simbolismo dos materiais nobres, De coração | NOVEMBRO 2012
como a cortiça. Cork é constituído por uma banca em madeira e um tampo de vidro, sendo constituído por aglomerado de cortiça com uma espessura de 100 milímetros e ainda reforçado com contraplacado marítimo e hidrófugado. Já o lavatório Ortho, singular pela forma rectilínea e pela simplicidade do próprio formato, apresenta cantos com ângulos perto de 90º, sempre preservando a segurança e funcionalidade do utilizador. Apresenta-se como a solução ideal para espaços de banho atuais e modernos. O resultado é arte pura, ao dispor do interior da sua casa.
ESTILUS 45
Espaço Cozinha – Intra Revolucionaria As cozinhas podem ser modeladas para espaços diferentes, consoante os estilos e gostos de cada um. Intra foi concebida para habitações que misturam história com modernidade, glamour com pureza, distinguindo-se pela ausência total de puxadores. É o tipo de cozinha que pode ser distribuída de forma perpendicular, em que se opta pelo formato de ilha que prescinde de móveis na zona superior. Desta forma, preservam-se as vistas e o interior e exterior da moradia comunicam, numa simbiose tão natural e perfeita. A zona de colunas pode ser instalada na perpendicular à ilha num conceito que prescinde do acessório e que permite uma sensação de beleza sóbria e discreta, capaz de gerar profundas emoções. Na zona de colunas com modulação ao teto podem ser integrados os eletrodomésticos, além dos espaços para arrumação. Mas o detalhe que distingue Intra é claramente a ausência de puxadores. Para tornar isto possível, a Santos desenvolveu um sistema inovador de abertura em que a gola da gaveta se adapta para adquirir as funções de puxador. Assim, as frentes mantêm-se completamente limpas, realçando ainda mais a pureza das suas linhas. E para quem tem crianças em casa, o mais certo é que o espaço da cozinha se
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torne mais seguro e confiável.
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ENTREVISTA 47
“Tudo o que seja design e inovação, por princípio, interessa-nos.” Paula Roque, Administradora da Revigrés
O que é que têm em comum edifícios como o aeroporto de Moscovo, o novo stand da Rolls Royce em Londres, os armazéns Harrod’s, o showroom da Hyundai em Seul e a Basílica da Sagrada Família, em Barcelona? Em qualquer um deles pode encontrar revestimento cerâmico Revigrés. Impressionado? Então prepare-se para o resto, pois conhecer esta marca tem tanto de surpreendente, como de impressionante. Nesta empresa, inovação e diferenciação não são chavões, mas práticas efectivas que integram as rotinas diárias. Para além das muitas colecções de autor que esbatem fronteiras entre as noções de revestimento e objecto artístico, a marca incorpora produtos que parecem saídos de um cenário de ficção. Um revestimento que mantém as fachadas dos edifícios livres de sujidade? Cerâmica que utiliza a luz solar para produzir energia? Revestimento que dispensa o uso de interruptores e pela simples aproximação do utilizador activa a iluminação? Parece-lhe um sonho para o futuro?
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Na Revigrés tudo isto é real.
48 ENTREVISTA
Actualmente, a Revigrés exporta cerca
a língua!”
o que era exequível - onde é que se podia
de 45% da produção. Mas durante muito
tempo
o
mercado
chegar. O resultado é muito interessante.
interno
Quais foram os vectores essenciais em
Costumo dizer que até apetece comer! E
absorvia quase tudo. Quando é que
que a estratégia de internacionalização
hoje é um ícone das colecções da Revigrés.
se dá esse ponto de viragem para a
assentou?
Outra colecção que também considero
internacionalização?
Uma enorme aposta que sempre tivemos
muito interessante é a colecção H20
Essencialmente, a partir de 2001, quando
no design, na inovação e no serviço que
do pintor João Vaz de Carvalho. É uma
fizemos o investimento nas novas unidades
prestamos. Tudo o que seja design e
colecção com cores apelativas e que conta
fabris para a produção de grés porcelânico,
inovação,
interessa-nos.
uma história engraçada. E pode utilizar-se
porque é um produto mais adequado
Muitas vezes apostamos e verificamos
de várias maneiras, não é só uma casa de
para ser aplicado em áreas públicas e tem
que são apostas ganhas. Isso permite-nos
banho de crianças, é um espaço divertido.
características específicas para poder ser
ter um posicionamento completamente
Outra colecção interessantíssima foi a que
usado em climas mais frios ou com grandes
diferente face a outras empresas. No design,
fizemos em parceria com o Mestre Júlio
amplitudes térmicas. O que tínhamos até
o facto de apostarmos nas colecções de
Resende. Pelo entusiasmo que ele transmitia,
aí era o revestimento cerâmico vidrado e o
autor e no Concurso Nacional de Design
pelo pormenor, pela exigência acompanhada
grés, que são vocacionados principalmente
permite-nos ter novas fontes de inspiração.
por uma enorme amabilidade.
para áreas de interiores.
Genericamente, as empresas de cerâmica
Também em parceria com ele desenvolvemos
observam o que todas as outras fazem e
o mural do Dragão. Foi um desafio enorme,
Sente que o contacto com o mercado
procuram fazer o mesmo. Portanto, quando
porque desenvolvemos azulejos com os
externo foi facilitado pelo apoio, desde
nós convidamos um artista plástico ou um
nomes e os números dos 50.000 sócios
a década de 80, ao Futebol Clube do
arquitecto – seja nacional ou internacional –
que assistiram ao jogo da inauguração do
Porto, nomeadamente por as camisolas
ou um jovem designer a fazer uma colecção
estádio. Imagine! Para um fã de um clube
dos jogadores já terem introduzido a
de autor, o resultado sai “fora da caixa”.
tem um significado muito forte ter o nome
marca no estrangeiro?
Porque é uma visão de alguém que sai do
associado ao estádio do seu clube.
O patrocínio foi relevante a nível nacional,
circuito habitual. As colecções de autor
Como lhe disse, é difícil escolher uma
mas também na projecção da imagem da
são uma oportunidade de procurar novas
colecção.
empresa no exterior. O facto de ser uma
matérias primas, novas formas de fazer,
empresa com capacidade para patrocinar
com resultados diferenciadores que são
Para além do enfoque no design,
um clube que tem tido óptimos resultados,
reconhecidos pelos nossos clientes.
a
por
princípio,
De coração | NOVEMBRO 2012
Revigrés
tem
também
apostado
fortemente na inovação, com produtos
gera a associação imediata de uma empresa com capacidade financeira para isso. Na
Como referiu, a Revigrés tem dinamizado
que parecem saídos de um cenário
altura, fomos pioneiros nesse patrocínio e
várias colecções de autor, associando-se
de ficção. Destaco por exemplo dois:
hoje (considerando o contexto europeu e
a diversos artistas plásticos portugueses
azulejos autolimpantes e sensitivos.
talvez mundial) somos a empresa que há
e estrangeiros. Há alguma que destaque
Como funcionam estes produtos?
mais anos patrocina um clube de futebol da
ou cuja concretização tenha trazido uma
Cada vez mais, os revestimentos cerâmicos
primeira divisão. Já patrocinamos o FCP há
satisfação especial?
terão que ter outras funções associadas:
30 anos consecutivos.
Eu vivo essas colecções de autor com
além do simples pavimento ou revestimento,
De estudos que temos feito sobre a
imenso entusiasmo, empenho e dedicação,
têm que ser multifuncionais. E nesse sentido
notoriedade da marca, o Futebol Clube
porque todas elas têm uma história de
temos estado a desenvolver vários projectos,
do Porto ainda continua a aparecer com
desenvolvimento com o autor, a própria
alguns que já estamos aptos a fornecer e
bastante relevância na associação à Revigrés.
colecção tem a sua história, todas me
outros que ainda estamos a desenvolver.
fazem lembrar situações interessantes e
Os azulejos autolimpantes são peças em
Conta-se a história de que foi um
particulares, por isso não é fácil destacar
que, com a acção do sol e com as chuvas é
contrato
uma.
feita a auto-limpeza da cerâmica. Portanto,
de
aperto
de
mão.
Isso
confirma-se?
Mas, por exemplo, a colecção Chocolate,
são indicados para revestimento exterior.
Sim, é verdade. Sempre houve uma relação
desenvolvida
a
Quanto aos azulejos sensitivos, sobretudo
de enorme confiança entre a Revigrés e o
arquitecta
Agafonova,
em espaços públicos, não é higiénico
Futebol Clube do Porto. Há um episódio
foi
de
fazer,
estarmos a tocar em sítios onde todas
interessante, a propósito de um contacto
nomeadamente por ter todos aqueles altos-
as pessoas tocam. Com o revestimento
da Vodafone com o Sr. Pinto da Costa,
relevos. Ela esteve cá cerca de um mês e
sensitivo basta aproximar a mão do azulejo
que pretendia saber se haveria no contrato
foram
experiências,
para activar o dispositivo electrónico, que
alguma cláusula que permitisse outra
muitos testes, reuniões entre a arquitecta e
pode servir para accionar uma luz, ligar a
empresa patrocinar o clube. E a resposta do
o nosso departamento de desenvolvimento
torneira, contactar uma central telefónica,
Sr. Pinto da Costa foi: “Só se me cortarem
de produto para ver - entre a ideia dela e
um alarme… E naturalmente que tem
em
colaboração
russa
particularmente
necessárias
Alena difícil
muitas
com
ENTREVISTA 49
“Cada vez mais os revestimentos cerâmicos terão que ter outras funções associadas: além do simples pavimento ou revestimento, têm que ser multifuncionais.”
“Não é preciso ser difícil para ser especial. Tem é que ser bem feito e com os pormenores que fazem a
Paula Roque, Administradora da Revigrés
De coração | NOVEMBRO 2012
diferença.”
50 ENTREVISTA
vantagens estéticas.
A mais recente aposta para conquistar
Talvez pudessem ser num prazo mais
Mas temos outros projectos em curso.
novos públicos é o formato 90x90 cm,
dilatado…
Temos inclusivamente uma pessoa que tem
apresentado em Setembro na Cersaie.
como função fazer a ligação permanente
Qual é a mais-valia desta colecção?
Para além das directivas de austeridade,
às Universidades e outros Centros de
Acompanhar as tendências de mercado,
não sente falta de outras medidas de
Investigação.
que são os formatos cada vez maiores, para
estímulo à economia?
Porém, os projectos não têm de ser difíceis
continuarmos com uma oferta competitiva
Claro que nos dava muito jeito ter um
para serem especiais. É o caso do Memo,
e diferenciadora, quer no reforço dos
acompanhamento maior ao nível do seguro
que usámos quando patrocinámos o Rock
mercados actuais, quer na conquista de
de crédito. Porque há muitas situações em
in Rio. Forrámos as paredes de acesso à
novos mercados.
que as empresas têm de arriscar. Também
casa de banho, com painéis do Memo e
os custos de energia são bastante elevados,
uma chaveta a perguntar “O que faria por
Concentrando-nos menos na empresa
com um peso cada vez maior nos custos
um mundo melhor?” E as pessoas até se
e
de produção. Também seriam bem-vindas
encavalitavam para conseguirem escrever!
empresária… Vivemos um momento de
melhores
Foi um sucesso! E é uma ideia tão simples…
grande dificuldade para o país e talvez
transportes. Seria importante a promoção
Por vezes, uma ideia simples é suficiente
o maior obstáculo seja o sentimento de
de mais cursos técnico-profissionais que
para permitir soluções diferentes. Tento
desânimo generalizado. Que soluções
formassem mão-de-obra especializada.
sempre ter uma visão muito prática, tentar
vê para conseguirmos ultrapassar esta
imaginar a sua aplicação na vida real. Não
recessão?
Esta crise afecta de modo particular
é preciso ser difícil para ser especial. Tem é
Cabe às empresas trabalhar mais e de uma
o sector da construção. Como é que
que ser bem feito e com os pormenores que
forma mais eficiente. É preciso fazer bem
perspectiva o futuro deste sector?
fazem a diferença.
feito e à primeira. Muitas vezes, perde-se
Nós
muita eficiência por não haver uma cultura
trabalharmos com o mercado externo,
A Revigrés tem fornecido para espaços
de rigor e atenção ao pormenor. E claro, é
mas para os revendedores, por exemplo,
nobres pelo mundo inteiro, desde
fundamental reforçar a procura de novos
que estão limitados ao mercado nacional,
o aeroporto de Moscovo, à estação
mercados.
é muito difícil contornar a situação. Os
mais
na
sua
visão
enquanto
ferroviária de Haia, na Holanda, até ao
temos
a
de
grande
logística
vantagem
dos
de
incentivos à reabilitação urbana e ao
novo stand da Rolls-Royce em Londres
Hoje
em
dia,
ou Universidades no Japão. Onde é que
necessidade
lhe deu especial gosto chegar?
Que tipo de incentivos seriam bem-
A Basílica da Sagrada Família, em Barcelona,
vindos para as empresas exportadoras
é o meu eleito. É um ícone mundial e por isso
poderem ter esse incremento?
uma grande conquista. Pelo monumento,
Temos a eterna questão da necessidade
mas também pelo local, ou seja, um país
de valorização da marca Portugal, embora
onde há uma produção de cerâmica muito
a AICEP tenha estado a fazer um bom
significativa.
trabalho. As exportações já aumentaram
de
insiste-se
muito
exportarmos
na
mais.
13% este ano e para os países fora da Alguém que verifique todos os sítios
Europa cerca de 37%. Seria bom reforçar a
onde a Revigrés está presente e todas as
identificação de oportunidades de negócio.
soluções que tem para oferecer imagina
A nível de governo, em algumas viagens
uma grande multinacional...
de contacto com o mercado externo em
Sim, dada a imagem de marca que a
que tenho ido, tenho sentido que têm
Revigrés tem, as pessoas têm a percepção
estado bem organizadas. Genericamente, o
de uma empresa de maior dimensão.
governo tem estado a fazer um bom trabalho atendendo aos recursos disponíveis.
Neste momento quantos funcionários De coração | NOVEMBRO 2012
condições
têm e qual é o volume de negócios?
Como é que vê a actuação deste
Cerca de 300 e facturámos aproximadamente
governo?
40 milhões de euros.
É um desafio bastante árduo, de pessoas que tiveram a coragem de aceitar esta
Para que mercados exporta?
missão e que de uma forma honesta estão
Europa, Estados Unidos, Canadá, Japão e
a tentar ultrapassar esta situação, fruto de
PALOPs. Vendemos para cerca de 50 países,
uma herança terrível. São medidas anti-
mas com maior concentração na Europa.
populares, mas que têm de ser tomadas.
mercado de arrendamento poderão trazer uma contribuição positiva.
ENTREVISTA 51
e de forma mais eficiente. É preciso fazer bem feito e à primeira.”
De perfil… Uma referência? O meu pai. A música que não se cansa de ouvir? Mamma Mia, dos Abba. O filme que a marcou? Genericamente, gosto de comédias, mas não tenho nenhum que me tenha marcado especialmente. Um livro? A biografia de Steve Jobs. Um objecto de que não se separa? Telemóvel. Quando tem tempo gosta de…? Estar com a família, com os amigos, viajar, fazer compras. O prato a que não resiste? Mousse de chocolate. Uma bebida? Coca-cola. Destino de férias? Tróia. Uma viagem que a tenha marcado? Japão. Uma qualidade de que se orgulhe e um defeito que não possa negar? Tenho a qualidade de ser muito observadora e o defeito de ser teimosa.
De coração | NOVEMBRO 2012
“Cabe às empresas trabalhar mais
54 GALERIA MATOBRA
CABIDE DE DUCHE DA JACOB DELAFON GALARDOADA COM RED DOT AWARD 2012 A MARCA É UM EXCLUSIVO MATOBRA PARA A REGIÃO CENTRO A linha de cabines de duche Torsion, da Jacob Delafon, foi distinguida com o prestigiado prémio de design Red Dot Award, na categoria de melhor design do produto. Um júri composto por 30 peritos internacionais elegeu esta peça entre 4515 produtos, provenientes de 58 países diferentes, reconhecendo a sua robustez, qualidade e design. O modelo em questão – um exclusivo Matobra para a zona centro - foi valorizado pelas “linhas suaves e fluidas associadas em simultâneo à solidez do conjunto”. Especialmente destacado foi o desenho do puxador – que pode colocar-se tanto na horizontal como na vertical - um elemento de grande personalidade que define a estética desta cabine em qualquer uma das suas três versões. A excelente funcionalidade é também uma importante mais-valia desta peça. Com uma altura de 195 cm está disponível em três modelos - pivotante, de correr e rebatível, os quais seja entre paredes ou com lateral fixo se adaptam a todos os espaços de duche. Em vidro temperado com espessura de 8 mm, possui tratamento anti-calcário que facilita a limpeza. Sem fixadores visíveis, é uma peça de acabamento perfeito e de instalação fácil por ser fornecida pré-montada. A atestar a qualidade deste produto está a garantia de 25 anos dada pela marca e o recente reconhecimento internacional com a atribuição de um dos mais importantes galardões do mundo, que desde 1995 premeia as propostas de design mais inovadoras. Esta é também uma aposta ganha para a Matobra que no último ano estabeleceu uma parceria com a Jacob Delafon, tornando-se distribuidor exclusivo para a Região Centro. A empresa, que conta já com 46 anos, reafirma-se assim como líder na representação das
De coração | NOVEMBRO 2012
últimas tendências e inovação no sector dos ambientes de banho.