De coração 28

Page 1

De coração 0 2 8 NOVEMBRO 2012 AnoVIII

Fusão de estilos Matobra propõe nova colecção Designers Guild Sugestão Cliper: o efeito da pedra e do cimento com as vantagens da cerâmica Cabine de duche da Jacob Delafon galardoada com Red Dot Award 2012


30 ... 30 anos de hist贸ria falam por si


De coração

EDITORIAL 03

Fórmulas de sucesso Nesta edição, entrevistámos duas empresas portuguesas que se tornaram marcas de renome mundial – o Licor Beirão e a Revigrés. Num momento em que o futuro próximo parece irremediavelmente comprometido pela crise instalada no país, nas empresas e nas famílias - poder contactar de perto com dois casos de sucesso é revigorante. A questão que se impõe de imediato é perceber o que estas duas empresas têm em comum, dito de outro modo, o que as faz contrariar as tendências… Desde logo, afrontando aquilo que parece ser do senso comum, não precisaram de estar sediadas em Lisboa ou no Porto para terem sucesso. A fábrica do Licor Beirão está sedeada na Lousã e a Revigrés em Águeda, o que é certamente motivo de ânimo para o resto do país. de inovação e criatividade.

EDITORIAL

Mas especificidades à parte, o denominador comum, está na associação entre esforço e uma boa dose E é precisamente esta capacidade de pensar e fazer diferente que parece faltar aos nossos governantes.

A velha fórmula do aumento da carga fiscal como solução para equilibrar as contas é injusta e – está à vista de todos – ineficaz.

A política de austeridade tem vindo a matar os agentes centrais da economia – os consumidores - e por acréscimo aquele que é o verdadeiro motor de produção de riqueza de um país - as empresas. O resultado não oferece dúvidas, só pode ser desastroso!

A continuar com este rumo, o nível de desemprego subirá exponencialmente, o sistema de segurança social entrará em falência e o país caminha a passos largos para o empobrecimento.

Para bem de todos, é preciso ouvir quem – como os empresários que aqui trazemos – já provou que sabe o que é gerir com inteligência um orçamento. É preciso acabar com fundamentalismos e posturas arrogantes e insultuosas para os empresários.

Presidente do Conselho de Administração da Matobra

De coração | NOVEMBRO 2012

confiança à Economia.

E D I TO R I A L

O momento não pode ser de guerrilhas. É tempo de mobilizar o país, fazê-lo voltar a acreditar e restituir


FICHA TÉCNICA Entidade proprietária | Matobra - Materiais de Construção e Decoração, S.A. Coordenação | Marta Rio-Torto Textos | Claúdio Domingos e Marta Rio-Torto

Paginação e Projecto gráfico | Alexandre Saraiva Tiragem | 2000 exemplares Periodicidade | Trimestral Impressão | Joartes, Lda | Águeda Isenta de registo no I.E.S. mediante decreto regulamentar 8/99 de 9/06 art. 12º nº 1 a)

Índice 3 Editorial 7 Entrevista De coração | José Redondo 16 Com assinatura Matobra 16 | Nascido de um sonho 22 |Fusão de estilos 26 Ideias e soluções 26 | Correio do leitor: orçamento low cost para projecto de cozinha 28 | Sistemas de duche OLI para pavimentos 30 | Outlet da Matobra propõe linha Zeus para mobiliário de casa de banho 33 Entrevista | Rui Dias 39 Estilus 39 | In Art - Imagens dos nossos sentidos 40 | Matobra propõe nova colecção Designers Guild 42 | Cliper marca a diferença 47 Entrevista | Paula Roque 54 Galeria Matobra 54 | Cabine de duche da Jacob Delafon galardoada com Red Dot Award 2012

Siga-nos no facebook

Rua Luís Ramos | Adémia Apartado 3021-901 Coimbra | Portugal | Tel.: 239 433 777 | Fax: 239 433 769 | mail@matobra.pt | www.matobra.pt

Fotografia | Pedro Ramos




ENTREVISTA 07

Licor Beirão Irreverente por tradição

De coração | NOVEMBRO 2012

O que é que se bebe aqui? Licor Beirão! Provavelmente não precisou de ler para saber a resposta à pergunta, o que prova o sucesso de uma marca portuguesa que muito cedo soube reconhecer a importância de uma boa divulgação. A história da empresa confunde-se com a própria história da publicidade em Portugal e a receita do sucesso tem-se mantido igual, juntando doses generosas de criatividade e irreverência. Em pleno salazarismo, ironizar com o então governante; usar as formas generosas de uma pin-up pouco vestida, nos anos 50; simular o aparecimento de OVNIS ou, mais recentemente, contratar o Paulo Futre no rescaldo do episódio da conferência de imprensa, foram algumas das mais badaladas ousadias para promoção da marca. Mas não se pense que a “embalagem” vende só por si. Visitar a fábrica deste Licor é ter a certeza de estarmos perante um produto genuíno e de qualidade. Percebe-se assim que se entra na sala de especiarias, onde as 13 ervas que compõem o bem guardado segredo da fórmula inundam o espaço de aromas doces e intensos, que surpreendem o visitante comum pela diferença de intensidade face ao habitual produto de supermercado. A autenticidade da produção tem equivalência na do nosso entrevistado. Ao longo desta conversa, José Redondo é a personificação do espírito da marca: genuíno, irreverente e bem-humorado.


08 ENTREVISTA

A marca Licor Beirão é hoje amplamente

a tribunal 93 vezes. Era rara a quinzena em

“ O meu pai teve que ir a tribunal

conhecida, mas o que poucos saberão

que não ia. Tinha acções em todo o país.

93 vezes. Era rara a quinzena em

é que o primeiro ponto de venda deste

E só perdeu a primeira, que foi a única em

Licor foi uma farmácia. Na época eram

que levou advogado. A partir daí passou a

que não ia. Tinha acções em todo

reconhecidas propriedades terapêuticas

defender-se sozinho.

o país. E só perdeu a primeira, que foi a única em que levou advogado.

aos licores… Exactamente, o Licor Beirão começou por

Entretanto,

foi

A partir daí, passou a defender-se

ser fabricado numa farmácia no séc XIX

acompanhando os negócios do seu pai

sozinho.”

mas, no começo do séc XX, foi proibido

desde criança…

vender licores como produtos medicinais.

Comecei logo em miúdo. Depois da escola,

A produção passou então a ser feita numa

os meus tempos livres eram passados

pequena fábrica na Lousã, onde o meu

aqui. Na altura, tínhamos várias empresas,

pai aos 14 anos trabalhou. Entretanto

nomeadamente uma de brinquedos e outra

teve outros empregos e quando começa a

de material de campismo. Depois criámos

II Guerra Mundial, a empresa onde estava

uma serigrafia para fazer a publicidade,

empregado retirou os escritórios de Portugal

onde fazíamos todos os materiais de que

e ficou desempregado. E foi nessa altura,

precisávamos.

em 1940, que decidiu pedir a minha mãe

Na serigrafia também se faziam os painéis

em casamento e comprar a fábrica do Licor

de publicidade que se viam ao longo da

Beirão.

estrada, que começaram por ser feitos em

pode

dizer-se

que

madeira. A certa altura surgiu a ideia de os O seu pai, José Carranca Redondo,

fazer em fibra de vidro e tornámo-nos das

com apenas 24 anos comprou a fábrica

primeiras empresas do país a produzir nesse

investindo tudo o que tinha e teve como

material. Depois, passámos à sinalização

primeira iniciativa pedir um empréstimo

rodoviária. Entre meados dos anos 60 e 80

para fazer publicidade. O que naquela

praticamente toda a sinalização rodoviária

altura era inédito... Este episódio marca

do país, sobretudo a nível de Câmaras

a história da empresa e de certa forma

Municipais, era fornecida por nós em fibra

define-a…

de vidro. E como era necessário, tanto na

Aí revelou o espírito dele, que se prolongou

sinalização rodoviária como nos painéis

pela vida fora e que me transmitiu, tal como

de publicidade, utilizar material e líquido

eu transmiti aos meus filhos. Pediu dinheiro

reflector (e só havia na altura uma empresa

emprestado para fazer os primeiros cartazes

no mundo que os fabricava) começámos

e como não tinha dinheiro para fazer muitos,

também a produzi-los. Eu tinha na altura

tinha que escolher os melhores locais para

19, 20 anos. Vendemos muito para Espanha

os afixar, as melhores esquinas e estradas.

e França.

De coração | NOVEMBRO 2012

E então, por verem que ele era muito bom nessa selecção, apareceram várias empresas

Hoje em dia o único negócio é o Licor

a pedir ao meu pai para afixar cartazes com

Beirão?

publicidade das suas empresas.

Sim, é. O meu pai teve muitos negócios e

Entretanto, em 1961, sai uma lei que proíbe

durante muitos anos o Licor Beirão funcionou

a publicidade ao longo das estradas, com a

quase como um produto artesanal a que

justificação de que provocava acidentes. Saiu

nem dava grande atenção. Era mais a minha

a lei e ninguém reagiu, excepto o meu pai

mãe a desenvolvê-lo. Mas, a partir de 1985,

que continuou a afixar cartazes. Conclusão,

quando entrámos na grande distribuição,

como éramos os únicos, desenvolveu-se um

começou a exigir uma atenção exclusiva.

negócio extraordinário. Entre as décadas

Os negócios têm que evoluir. Qualquer

de 60 e 70 fomos a maior empresa de

negócio em que a empresa não esteja

publicidade nas estradas.

permanentemente atenta e a informar-se tem por tendência cair. E não era possível

Mas estavam a correr riscos… Estavam a

com a nossa capacidade de gestão atender

infringir a lei…

a todos os negócios que tínhamos.

Sim, por isso mesmo o meu pai teve que ir

Foi uma escolha racional, mas também

“Exportamos directamente para cerca de 40 países, mas o Licor Beirão é vendido em mais de 80. Onde há um português, há um Licor Beirão.”


ENTREVISTA 09

De coração | NOVEMBRO 2012

José Redondo, CEO da Licor Beirão


10 ENTREVISTA

emotiva… Por um lado, nessa altura o Licor

do reviralho, ou seja, do contra. Ele estava

“Um dos funcionários da empresa,

Beirão começou a crescer mais, mas também

sempre a contestar todas as decisões do

por duas ou três vezes, quando

sentíamos que era um produto da família.

Salazar. Naquela altura, havia um professor

Hoje, exportamos directamente para cerca

primário aqui na terra que chamou à

estava a afixar o cartaz [da pin-up]

de 40 países, mas o Licor Beirão é vendido

atenção ao meu pai: “Ó Carranca, olha

em mais de 80. Onde há um português, há

que não é o Beirão de quem todos gostam,

um Licor Beirão.

mas o Beirão de que todos gostam, o que refere-se a coisas e o quem a pessoas”. E

Foi desde cedo uma marca que se

o meu pai respondeu-lhe: “ Mas eu estou-

posicionou pela valorização de um

me a referir a pessoas!” Estava-se a referir

produto intrinsecamente nacional, o

ao Salazar, que era Beirão. O Salazar viu o

que era um pouco contra o que estava

cartaz e até achou graça. O secretário dele

então em voga, que era o apreço pelo

(que era casado com uma senhora daqui da

que vinha de fora. O slogan “O Licor

Lousã) um dia estava a despacho com ele e

de Portugal”, hoje parece fazer todo o

perguntou-lhe se ele conhecia o slogan e ele

sentido, mas à época não era a escolha

sorriu e disse que sim: “Esse seu patrício tem

mais óbvia…

muita laracha!”

Eu tinha 18 anos quando lancei essa frase e na altura, os meus colegas gozaram comigo

E é verdade que na década de 60 pôs os

porque entendiam que não lhe devia

jornais a noticiarem o aparecimento de

chamar Licor de Portugal, para poder vender

OVNIS aqui na zona?

teria é que lhe chamar Licor de França! Mas

Sim, é verdade. Na altura, falava-se muito

eu insistia e dizia Beirão é de Portugal, não

nos OVNIS e muita gente dizia que os

tenho que ter vergonha de ser português.

via. O meu pai lembrou-se de fazermos

A teoria de então era que para os produtos

umas estruturas circulares com 3m de

portugueses serem vendidos teriam que ter

diâmetro, com ripinhas de cana, como se

um nome estrangeiro, porque tudo o que

fosse uma armação de um papagaio, e no

vinha de fora é que era bom.

meio colocávamos meia dúzia de balões

Veja, passados tantos anos, o orgulho que

com azoto e 2 ou 3 lanternas. Quando

nós sentimos nos produtos nacionais e dá-

começava a anoitecer, lançávamos o nosso

me grande satisfação verificar que, de certa

“OVNI”, que era transportado pelo vento.

forma, iniciei um processo que na altura era

Passava por Góis, Arganil, Castanheira

criticado. Hoje o título “O Licor de Portugal”

de Pera… Não imagina a quantidade de

é uma marca registada.

notícias que apareciam de pessoas a dizer

De coração | NOVEMBRO 2012

que tinham visto um OVNI. O objectivo era Uma outra imagem de marca é a

pôr as pessoas todas a falar no assunto e

irreverência e a ousadia. Nos anos 50,

depois, mais tarde, vinha-se a saber que

o célebre cartaz da pin-up foi muito

tinha sido uma brincadeira do José Carranca

contestado...

Redondo, do Licor Beirão. O meu pai achava

Sim, foi! Aliás um dos nossos funcionários,

que o importante era que falassem de

por duas ou três vezes, quando estava a

nós, nem que fosse a dizer mal. Portanto,

afixar o cartaz, foi afastado pelos donos

aproveitávamos todas as circunstâncias para

das casas, numa delas de espingarda em

que a marca Licor Beirão fosse referenciada.

punho, dizendo: “Tire-me isso, que isto não

Hoje, estamos entre as empresas portuguesas

é nenhuma casa de meninas!” Na altura,

com maior dimensão em publicidade. A

era uma coisa séria!

nível de bebidas estamos em 3º lugar. Para ter uma noção, estamos ao nível da Sagres

E em pleno Salazarismo a escolha

em investimentos publicitários.

do slogan “O Beirão de quem todos gostam” numa ironia que remetia para

Actualmente

o então governante…Foi preciso uma

melhores agências publicitárias do país.

trabalham

com

as

boa dose de coragem…

Entre as últimas campanhas destaca-se

Pois, o meu pai não era comunista, mas era

a que fizeram com o Futre. Como é que

foi afastado pelos donos das casas, numa delas de espingarda em punho.”


ENTREVISTA 11

“Estamos entre as empresas portuguesas com maior dimensão em publicidade.”

foi essa experiência?

fundamental desta empresa, mesmo

Qual era a empresa, para além da nossa,

antes de o termo existir, tornando-a

que conseguia em 8 dias pôr a publicidade

um marco decisivo na história da

do Futre cá fora? Na maioria era impossível,

publicidade em Portugal. Hoje sente que

mas foi assim que aconteceu! O Futre

este licor vende tanto pela publicidade

tinha acabado de dar aquela célebre

como pela bebida em si?

conferência de imprensa, quando recebi o

Nós podemos ter o melhor produto do

contacto da agência de publicidade com

mundo. Se não o soubermos publicitar não

que costumamos trabalhar para saber se o

o vendemos. Fica restrito a meia dúzia de

queríamos contratar. Eu disse logo que sim,

pessoas. Mas também podemos fazer as

naturalmente era uma questão de preço.

melhores campanhas do mundo, se não

Mas não tive problema nenhum com o facto

tivermos um produto de qualidade também

de naquela altura estar toda a gente a gozar

não vendemos. Esta interligação marketing /

com a intervenção dele na conferência de

qualidade do produto é fundamental.

imprensa. Posso-lhe dizer que na primeira

Em termos de qualidade é um produto

abordagem da agência ele recusou, na altura

inexcedível, não encontram melhor.

estava deprimido e não estava interessado em ter visibilidade de novo e quando me

A

comunicaram eu pedi que insistissem com

segredo muito bem guardado. Os seus

receita

do

Licor

Beirão

é

um

ele, dizendo que quem o queria contratar

funcionários não a conhecem?

era o Licor Beirão. E a verdade é que ele

Só eu e um dos meus filhos conhecemos a

aceitou.

receita. Antes de mim, a minha mãe.

O primeiro contacto telefónico foi numa quinta-feira, na sexta-feira ele aceitou

Está a preparar novos produtos para

e marcámos a sessão fotográfica para a

chegar a outros públicos? O Caipirão,

quarta-feira seguinte em Lisboa.

por exemplo, teve boa aceitação…

Fomos para Lisboa ainda sem o contrato

Quando os meus filhos acabaram as

assinado. Quando o vi disse-lhe que tinha

licenciaturas e vieram trabalhar para a

admiração por ele, pois só as pessoas

fábrica, como é natural, ainda estavam

inteligentes têm capacidade de se rir de si

ligados à Academia e às festas estudantis.

próprias. Ele deu-me um aperto de mão

E então lançaram em 2002 o Caipirão,

sentido e passou as 4 horas seguintes numa

para ser consumido por novos públicos. Há

sessão fotográfica do mais cansativo que

pessoas que não gostam de licores, portanto

possa imaginar, sempre com boa disposição.

foi uma forma de levar o nosso produto a ser

Tirou mais de 1000 fotografias! Dois dias

apreciado de uma forma diferente, isto é,

depois saíram os primeiros múpis.

como cocktail. O mesmo com o Morangão.

Repare, não passámos meses a fazer

Tivemos muito boa aceitação.

tinha ou não viabilidade. Faz parte do ADN

O seu pai faleceu em 2005 e actualmente

da empresa arriscar e a verdade é que foi

tem o apoio de dois dos seus filhos a

“Qual era a empresa, para além

uma campanha fabulosa, que resultou

trabalhar consigo. Como é que vê a

da nossa, que conseguia em 8 dias

muito bem.

integração desta 3ª geração na empresa?

Passado um mês e meio, lançou o livro dele

Eu fiz com os meus filhos aquilo que o meu

e convidou-me para a apresentação. Eu ia

pai fez comigo. Tal como eu, também os

absolutamente convencido de que ele já

meus filhos, nos tempos livres, vinham para

nem se lembrava de mim… Quando cheguei

a fábrica. Muitas vezes, andavam a brincar

encontrei uma sala com umas 200 pessoas.

e a fazer asneiras, mas os jovens têm um

Ele quando me viu, atravessou a sala, deu-

poder de observação muito grande e o

me um abraço, dois beijos e disse-me: “Sr.

facto de andarem por aí permitia-lhes ir

Redondo, isto foi o casamento perfeito.

percebendo o funcionamento da fábrica.

Muito obrigado por tudo!”

É muito mais fácil um funcionário aceitar

pôr a publicidade do Futre cá fora? Na maioria era impossível, mas foi assim que aconteceu!”

uma ordem do filho do patrão quando sabe O marketing foi sempre uma área

que ele já esteve a colar rótulos, passou pelo

De coração | NOVEMBRO 2012

estudos de mercado ou a discutir se a ideia


De coração | NOVEMBRO 2012

12 ENTREVISTA


ENTREVISTA 13

“Nós podemos ter o melhor

alambique, pela caldeira, etc do que se vem

condições de quem nos empresta. Portanto,

produto do mundo. Se não o

da Suíça ou da América com o curso XPTO.

a troika já devia ter vindo há muitos anos

soubermos publicitar não o

Se quer alterar alguma coisa, a reacção é

antes, porque talvez se os orçamentos de

logo de desconfiança e boicota-o, porque

estado não tivessem sido fiscalizados pelos

não lhe dá crédito.

Tribunais de Contas, que também são

Também já faço o mesmo com os meus

políticos, mas por uma entidade externa

netos. Nos tempos livres, vêm à fábrica,

ao país, não tivessem sido feitas as asneiras

fazem relatórios daquilo que produzem e

que se fizeram. É calamitoso ter-se investido

com base na sua produtividade recebem um

tanto dinheiro em estradas, em estádios de

x, que é negociado. Um euro, dois euros, às

futebol, quando o dinheiro deveria ter sido

vezes três…

investido nas empresas que são quem gera

vendemos.”

riqueza. Com a crise os portugueses bebem menos ou mais, para esquecer?

E os estímulos à Economia, onde estão?

Não lhe sei responder…Felizmente, estamos

Se não temos dinheiro como é que vamos

a conseguir aguentarmo-nos muito bem.

fazê-lo? Como é que é possível incentivar

Sentimos quebras ligeiras no mercado

a economia? Para já, a condição sine qua

nacional, mas estão a ser suportadas pelo

non seria reduzir a despesa do Estado, mas

mercado externo.

também não vejo nada disso. É acintosa a megalomania do Estado que continua a

Numa fase em que muitos empresários

gastar como se estivéssemos no melhor

estão preocupados com a actual crise e

dos mundos. Tem que partir do próprio

sentem grandes dificuldades em gerir

governo a imagem de que é preciso poupar.

a sua empresa que conselho daria a

É escandaloso passar pela porta de um

alguém nesta situação?

organismo de Estado e ver durante o dia

Eu acho que o grande drama de muitos

quinze viaturas de estado paradas, com os

empresários é o facto de não terem sabido

motoristas a conversarem uns com os outros.

criar reservas. Criou-se a ideia de que o país

Eu, como patrão, mesmo tendo condições

iria crescer continuamente e não haveria

acima da média, tenho que dar o exemplo

mais nenhuma crise tão cedo. E muitas

de ser modesto. Não posso afrontar aqueles

vezes os dinheiros que vieram do estrangeiro

que não tiveram as mesmas oportunidades

não foram aproveitados para criar riqueza.

que eu tive.

Foram gastos em coisas supérfluas e neste momento muitas empresas não estão a suportar a crise porque estão descapitalizadas. E isto também é válido para as famílias. Nos últimos 30 anos não houve uma educação para se criar poupança. Eram os próprios bancos que incentivavam ao endividamento. Muitos empresários fizeram empréstimos sucessivos, para investir continuamente,

“É acintosa a megalomania do

sem preocupação de criar reservas para

Estado que a continua a gastar

suportar qualquer momento menos bom.

dos mundos. Tem que partir do próprio governo a imagem de que é preciso poupar.”

Como é que vê a actuação deste governo? Nós estamos num momento péssimo. Quer queiramos quer não temos que pedir dinheiro emprestado para pagar toda a gestão do Estado. E quando se pede dinheiro emprestado, seja a quem for, somos muitas vezes obrigados a aceitar as

De coração | NOVEMBRO 2012

como se estivéssemos no melhor


14 ENTREVISTA

De perfil… Uma referência? Nelson Mandela. A música que não se cansa de ouvir? A música do António Variações e da Amália. O filme que o marcou? Casablanca. Um livro? Pappilon, de Henri Charriére. Um objecto de que não se separa? Esferográfica. Quando tem tempo gosta de…? Passear com a mulher, o que faço todos os dias à noite. O prato a que não resiste? Qualquer um com bacalhau. Uma bebida? Licor Beirão. Destino de férias? Nova Zelândia. Uma viagem que o tenha marcado? Nova Zelândia.

De coração | NOVEMBRO 2012

Uma qualidade de que se orgulhe e um defeito que não possa negar? Como qualidade destaco a franqueza e como defeito a teimosia.



16 COM ASSINATURA MATOBRA

Nascido de um sonho

Recuperar um antigo celeiro e transformá-lo num espaço para viver. Foi este o desafio do proprietário da casa que seleccionámos para este número. O espaço está há várias gerações na família, daí que a intervenção levada a cabo assuma toda a carga histórica da estrutura. O velho e o novo, o passado e o futuro, assumem-se em dois volumes marcadamente contrastantes entre a arquitectura tradicional e contemporânea. Feita a recuperação do edificado, à equipa da Matobra coube o apoio no projecto de decoração. Em sintonia com o gosto do cliente, optou-se por um estilo neoclássico, que sintetiza o espírito do edifício, com um mobiliário de linhas estilizadas e atemporais. Nas janelas, intencionalmente deixadas sem cortinados, o exterior entra dentro de casa. A Serra em redor dá o mote para uma decoração orgânica que realça a nobreza dos materiais escolhidos. Ao toque quente da madeira é

De coração | NOVEMBRO 2012

associada a sofisticação do pau-ferro e o acabamento em alto brilho.


De coração | NOVEMBRO 2012

COM ASSINATURA MATOBRA 17


De coração | NOVEMBRO 2012

18 COM ASSINATURA MATOBRA


COM ASSINATURA MATOBRA 19

Na zona mais rústica do edifício, para equilibrar o toque frio da pedra, na escolha das cores era importante privilegiar os tons quentes. A opção foi para o vermelho, em diferentes tonalidades, presente na sala e na cozinha, duas divisões comunicantes que, desta forma, assumem uma harmonia de conjunto. Na sala, um espaço mais nobre por definição, o vermelho escuro, próximo do bordô, cria um ambiente de maior requinte. Já na cozinha, a aposta foi para um garrido. O vermelho mais enérgico da mesa de refeições é simetrizado pela sobriedade dos móveis de cozinha.

De coração | NOVEMBRO 2012

ambiente fresco, mas não demasiado


20 COM ASSINATURA MATOBRA

Nas casas de banho, o revestimento e De coração | NOVEMBRO 2012

pavimento são Revigrés. A opção foi para a série Xisto que remete para a pedra natural, com vantagens na facilidade de manutenção e limpeza do material.


De coração | NOVEMBRO 2012

COM ASSINATURA MATOBRA 21


22 COM ASSINATURA MATOBRA

Fusão de estilos

Até há uns anos atrás a maioria das casas eram mobiladas e não decoradas. O conceito era simples: escolhia-se uma linha de móveis e compravam-se todas as peças do mesmo conjunto. O resultado era demasiado previsível e por isso mesmo – à luz das tendências actuais de personalização - pouco interessante. Hoje cada espaço deve ser visto como um desafio e sempre um resultado original. Uma tendência forte é a fusão de estilos e de materiais, numa inspiração eclética que sintetiza a amálgama de influências culturais e estéticas que circulam pelo mundo inteiro. Os espaços adquirem uma personalidade multi-facetada e ainda que combinando peças aparentemente improváveis, consegue-se uma harmonia visual. Não tenha medo de arriscar, mas lembre-se que é importante encontrar um ponto de coerência. Verá que o resultado é bem mais apelativo. O ambiente seleccionado pela equipa de decoração da Matobra é um bom exemplo. Quem diz que a mesa e as cadeiras têm que ser da mesma linha? Nesta sala de refeições, a mesa é um modelo neo-clássico em pau-santo que contrasta com o estilo romântico das cadeiras lacadas a branco. Nos topos, as cadeiras forradas a tecido, acrescentam um novo elemento, ao mesmo tempo que suavizam o contraste dos materiais. O aparador é uma peça versátil que se adapta a qualquer tipo de decoração. Facilmente se integra num ambiente contemporâneo ou num espaço marcadamente clássico. Neste caso, o equilíbrio do conjunto é conseguido pelos tons branco e bege, que estão presentes no tecido, no papel de parede e nos

De coração | NOVEMBRO 2012

acessórios.


De coração | NOVEMBRO 2012

COM ASSINATURA MATOBRA 23




26 IDEIAS E SOLUÇÕES

Correio do leitor:

Orçamento low cost para projecto de cozinha Comprei recentemente um T1 que precisa de ser remodelado. Para já quero dar prioridade à cozinha, mas o orçamento não pode ultrapassar os 3500€, incluindo os electrodomésticos. Da minha casa actual vou levar o frigorífico, a máquina de lavar a louça e a mesa de refeições, mas falta-me tudo o resto. Qual é a melhor forma de aproveitar o espaço, conseguindo uma solução funcional e dentro do orçamento disponível? Fernanda Ferreira, Figueira da Foz Cara leitora, A nossa proposta é um conjunto de móveis da INATA que conjugue duas opções: termolaminado com efeito de madeira de carvalho para os inferiores e melamina com acabamento beje mate para os superiores. Esta

conjugação

aumenta

o

interesse

visual do conjunto e confere um aspecto contemporâneo ao ambiente. O tampo de cozinha é em silestone Branco City. Nos eletrodomésticos, o forno, a placa e o exaustor são da Zanussi. O lava louça e misturadora de cozinha são da Rodi.

De coração | NOVEMBRO 2012

MÓVEIS + TAMPO + ELECTRODOMÉSTICOS = 3540€ (IVA incluído)



28 IDEIAS E SOLUÇÕES

Sistemas de duche OLI para pavimentos Melhor acessibilidade e personalização dos espaços de banho. É esta a proposta da OLI com os sistemas de duche para pavimento. Com uma ampla gama que contempla várias medidas e diversas possibilidades de instalação, trata-se de uma solução que garante maior liberdade de movimentos, permitindo em simultâneo maior criatividade na concepção da zona de duche, com uma estética agradável e minimalista. Com uma instalação extremamente simples, os sistemas de duche integrados no pavimento têm como base painéis em poliestireno de alta densidade que garantem um correcto escoamento de águas e um isolamento perfeito da zona de duche.

4 tipologias: Diferentes medidas, diferentes opções X-CENTER

De coração | NOVEMBRO 2012

Drenagem central, com grelha quadrada.


IDEIAS E SOLUÇÕES 29

X-CENTER 70 Drenagem central, com grelha quadrada. O sifão é rebaixado, tornando esta solução ideal para remodelação, ou para situações com altura do pavimento limitada.

X-BORDER Drenagem lateral, com grelha rectangular.

X-CORNER Com a drenagem oculta, a água escorre pelas fissuras laterais que formam o canto.

De coração | NOVEMBRO 2012


30 IDEIAS E SOLUÇÕES

Outlet da Matobra propõe linha Zeus para mobiliário de casa de banho Preço imbatível, funcionalidade e design

Baixo preço, funcionalidade e um design agradável. É esta a proposta do outlet da Matobra para o seu mobiliário de casa de banho com a linha Zeus. Com um estilo simples e contemporâneo, estes móveis adaptam-se a todas as decorações, permitindo optar pelos acabamentos branco ou wengue e com lavatório disponível em 6 cores – branco, pistacho, laranja, vermelho, negro e cerâmico. Para além do impacto visual, estas peças garantem muito espaço para arrumação. Com várias opções de tamanhos, para além do tradicional móvel de lavatório, esta linha inclui diversos móveis auxiliares. E porque cada centímetro é precioso, destacam-se as colunas que aproveitam o espaço em altura, tornando-se uma excelente ajuda para acrescentar áreas de arrumação extra. De acordo com a sua preferência, esta peça pode ainda incluir a opção de tulha para roupa suja, facilitando a sua rotina matinal. Recordamos que o outlet da Matobra - Mercado Popular - está aberto durante a semana entre as 8h45 e as 18h30 (com interrupção para

De coração | NOVEMBRO 2012

almoço entre as 13h00 e as 14h45) e aos sábados entre as 8h45 e as 13h00.


IDEIAS E SOLUÇÕES 31

MÓVEL + LAVATÓRIO A PARTIR DE 94,80 Mobiliário com opções branco e wengue

De coração | NOVEMBRO 2012

Lavatório disponível em 6 cores



ENTREVISTA 33

A honestidade constrói-se

De coração | NOVEMBRO 2012

Rui Dias não se tornou escravo do trabalho porque depressa aprendeu a gostar do que faz. Natural da Flor da Rosa, Almalaguês, este construtor agitou o mercado, já que avançou com a Hievila numa altura em que muitas empresas desaparecem. Critica a entrada desmesurada de gente sem experiencia e competência no setor porque é fiel a princípios tao importantes como a honestidade e o valor da experiência. Destaca a importância do serviço pósvenda e a atualização constante pela qualidade e funcionalidade dos materiais porque o cliente é o primeiro, o último e o único objetivo desta estória que se quer duradoura. Numa empresa jovem, um empresário experiente traça o seu destino, o de o deixarem acreditar que é possível construir um futuro melhor, pelo crédito aos bancos ou pela crença num mercado de reconstrução que pode ser importante para o setor.


De coração | NOVEMBRO 2012

34 ENTREVISTA


ENTREVISTA 35

A sua atividade profissional sempre se

reflete no apoio ao cliente, no serviço pré

que mais preocupam os construtores é o

desenvolveu na construção civil?

e pós-venda e é por esse comportamento

facto dos bancos se apresentarem como

Comecei a trabalhar por conta própria desde

que mantenho os mesmos clientes há

concorrentes no setor, o que cria uma

os dezassete anos, tendo desempenhado as

muitos anos. Sei que o bom-nome demora

desigualdade muito difícil de combater. Mas

funções de servente de pedreiro nos dois

a construir-se e eu tenho sentido essa

volto a destacar a importância na esperança

primeiros anos, depois tive uma experiência

reciprocidade por parte das pessoas. Depois,

de um futuro mais risonho e proveitoso.

numa empresa construtora, em Coimbra.

na parte de obra, tento ser o mais exigente,

Mais tarde, em 1988, iniciamos atividade na

quer na mão-de-obra, quer na escolha de

A construção apresentou-se sempre

Compralar, em que éramos dois sócios, uma

materiais de qualidade porque só isso nos

como o motor da economia. Acredita

empresa que terminou no ano de 2010.

garante alguma rentabilidade.

que pode continuar a ser ou será

Independentemente dessa situação, já tinha

E como podemos verificar a qualidade

desejável que não volte a sê-lo?

decidido avançar para outro projeto, assim

desses materiais?

O setor da construção civil jamais terá o

nasce a Hievila, em 2008, de modo que a

Existe a obrigação de elaborar uma ficha

volume dessas décadas. Neste momento,

minha vida se tem passado neste ramo.

técnica que é entregue aos clientes, para

temos é de perceber a mudança do

que tenham o devido conhecimento das

paradigma a que estamos a assistir e de

Porque é que resolve apostar neste

características técnicas dos materiais que

saber adaptar-nos a essa nova realidade. A

setor?

compram. Além disso, numa fase anterior,

reconstrução e a renovação têm de ser um

O meu percurso começa por necessidade e

nós levamos os clientes a casas especializadas

mercado de impulsionamento e que pode

não foi propriamente uma aposta, já que

para que se possam informar devidamente

permitir que várias empresas continuem a

depois de terminar o sexto ano, houve

e possam estar mais conscientes sobre as

laborar e a dinamizar a economia. Acredito

a obrigação de fazer face às despesas

escolhas que fazem.

que esta fase de recessão vai abrandar e

familiares. Daí que tenha começado a

que vão ficar aqueles que são competentes,

trabalhar com um vizinho e tive a sorte

O que é que o faz continuar no contexto

que têm a experiência e que acreditam na

de descobrir que sentia um enorme gosto

de crise atual?

reconstrução como complemento à sua

a desempenhar estas funções e que

Acredito

num

aprendia depressa os princípios e técnicas

atitude

positiva

do oficio. Passei por vários percursos desde a subempreitada de construções próprias

estou a empreender um bloco de nove

muitos anos, apostando numa reconstrução

até à venda de imoveis, de modo que tive

apartamentos. Nos últimos dois anos, a crise

mais moderna e funcional e é importante

várias oportunidades de evoluir na minha

acentuou-se e tenho conseguido atingir os

perceber isso.

aprendizagem.

objetivos, mas também não tenho ido em

futuro

e

essa

atividade. Existe uma clara mudança de

daí

que

mentalidade, as pessoas dão mais valor ao

continuo a laborar e, neste momento,

local onde se sentem bem e onde passaram

é

melhor

essencial,

grandes aventuras. Obviamente que as

Tem de existir uma filosofia diferente

A Hievila aparece com que objetivos?

empresas têm de se adaptar à realidade

neste setor?

As empresas não duram para sempre e a

e, as margens e lucros de outrora são

A minha perspetiva é de que devemos

primeira experiência, que durou cerca de

impraticáveis, daí que a prioridade seja

apostar

vinte e dois anos, fez-me ter a noção da

vender a preços baixos mas justos, para que

cidades e dos nossos bairros e não inventar

necessidade de nos adaptarmos às leis do

a empresa continue a sobreviver. Estamos a

construções novas sem razão, que sempre

mercado em constante mutação. Pelo que

assistir a uma filtragem de muitas empresas

vão existir, desde que justificadamente. Em

resolvi, juntamente com a minha mulher,

que vieram para este setor para se servir dele

termos de volume, a construção nova que

traçar outro destino e aproveitar outras

e acredito que quem tenha competência

se vai verificar vai ser um nicho em relação

possibilidades, daí o nascimento da Hievila,

e organização vai continuar a provar o seu

ao que se fez no passado. Outro fator que

em 2008. A filosofia da empresa, apesar

valor.

pode ser potenciado é o do aluguer de

remodelação

das

nossas

imoveis, pelas necessidades a que o ritmo

construção nova, é a de complementar a sua

O que é que a Hievila tem dito à crise e

da vida moderna impõe e pela constante

atividade na reconstrução, de se orientar e

como se tem comportado?

mutação na vida profissional das pessoas.

direcionar para este mercado, aproveitando

Continuamos a fazer a aposta na qualidade

novas oportunidades que surjam e dinamizar

e de nunca abdicar de valores como a

Porque é que chegámos a este ponto de

este nicho que pode se apresentar como um

honestidade. As empresas vivem uma fase

rutura?

ponto fulcral para o sucesso deste setor.

de grande pressão, já que os apoios das

A vinda de vários indivíduos e empresas para

instituições bancarias são difíceis e, se não

o setor, sem os conhecimentos necessários,

Qual o cunho pessoal que tenta incutir

fossem os recursos próprios conseguidos

só porque tinham grandes reservas de capital

às empresas que gere?

durante estes anos, a realidade ainda se

danificou o ramo sobremaneira, porque

A honestidade acima de tudo, que se

tornava mais dramática. Uma das questões

criou uma realidade ilusória. Os clientes são

De coração | NOVEMBRO 2012

de ser uma construtora que também faz

na


36 ENTREVISTA

mais bem preparados e informados e passou

reconstruções, fora da cidade, e não em

O que gostaria ainda de construir neste

a existir uma necessidade de atualização

construções

percurso que já leva?

constante e que veio comprovar que muitas

acontece no centro. Pelo que conheço de

Gostaria de continuar neste ramo e de ser

empresas nunca se prepararam e já não

outros locais, Coimbra ainda é uma cidade

coerente nas construções que faço com

foram a tempo pela falta de experiência.

que agita o mercado, acredito que esteja e

as zonas onde estão inseridas. Construir

Atualmente,

exigem-se

alterações

novas

para

venda,

como

aos

que consiga sobreviver à crise. A ideia de

com rigor, com beleza e com atualização

projetos e quem só estiver agarrado ao

que é uma cidade do estudante e do doutor,

constante, melhorando as condições de vida

que está na memória descritiva é capaz

até tem ajudado a impulsionar o setor, já

dos locais e das pessoas.

de ficar ultrapassado. A nossa obrigação

que algumas pessoas nos procuram para

é de estarmos preparados para todas

adquirir imoveis porque os filhos vieram

Entre a experiência do percurso e a

as questões que os clientes nos possam

estudar para a cidade e depois acabam por

juventude do empresário, para onde

colocar sobre a qualidade e funcionalidade

mudar-se e ficar.

quer seguir a Hievila?

dos mais diversos materiais e fases da

Seguir em frente mas muito devagar, sem

obra. Por exemplo, no passado, decorava-

Como é que a Hievila encara o mercado

nos preocuparmos muito com os projetos

se um prédio de dez apartamentos todos

da reconstrução?

para o futuro, viver o dia-a-dia com os pés

da mesma forma e obedecendo ao mesmo

Não vai ser um milagre que vem resolver

no chão.

padrão, isso gerou alguma asfixia no campo

os problemas do setor mas vai permitir

da oferta da qualidade porque essa filosofia

a sustentabilidade de várias empresas,

Qual é o vício desta atividade?

tornou-se impensável. Temos de pensar um

creio mesmo que pode ser um mercado

Mexe com muitos pormenores, trabalhamos

pouco na intemporalidade da decoração e

dinâmico e forte. Neste campo, existe uma

e falamos com muita gente diferente,

da construção.

forte concorrência em Coimbra e sentimos

com arquitetos, fornecedores e clientes.

que andamos aqui a prejudicar-nos uns

Criamos uma mentalidade de aprendizagem

aos outros. Porque não está presente uma

constante e de uma aposta contínua em

aventureiras se podem fixar no setor?

estratégia empresarial, porque só podemos

melhorar, pelo que isso cria um vício muito

Se não tiverem algum capital próprio que

ser competitivos até ao momento em

saudável. O facto de incorporarmos uma

lhes permita abertura de negociação com

que os preços e margens permitam fazer

curiosidade constante, o de fazer diferente

as instituições bancárias não têm hipótese

face aos custos da empresa. Outros criam

e melhor, o facto de ver nascer um marco

de sobreviver. Sem esse suporte, as pessoas

preços fictícios e acabam por destruir as

para o futuro.

nem devem ponderar em avançar com a

empresas que dirigem e por criar uma

constituição de uma empresa, daí que a

imagem irreal do próprio mercado, o que

dependência pelo setor bancário se tornou

prejudica todos os elementos que têm

um dos fatores que asfixiam o próprio setor

de sobreviver nele. Outro ponto a ter em

ainda, para mais com a concorrência desleal

conta, é o acompanhamento constante ao

que se verifica, já que se apresentam como

cliente, já que vamos ser obrigados a fazer

imobiliárias e que dão vantagens aos clientes

varias alterações e a fazer muitas vontades

que comprem os seus imóveis.

porque, na reconstrução, passa a existir uma

De

que

forma

é

que

empresas

maior proximidade do cliente com a casa, já Quer indicar alguns pontos de mudança

que o projeto passa a ser dele, nem que só

para que o setor seja sustentado?

esteja na cabeça.

De coração | NOVEMBRO 2012

Tem de existir outro tipo de postura política porque os cidadãos não sentem a segurança

Como é que os nossos responsáveis

necessária e o fator da imprevisibilidade

políticos

acaba por fazer recuar alguns possíveis

mercado?

clientes

que

possam

surgir,

devem

impulsionar

este

pela

Nos centros das cidades deteriorados não é

impossibilidade de se fazer planeamento de

fácil trabalhar, pelas exigências autárquicas e

vida, o que deveria verificar-se como uma

pela burocracia existente, parece que quem

prioridade politica.

deveria tornar mais simples o processo ainda consegue complicar mais. As autarquias

Coimbra tem sido um bom cliente na

estão atualizadas em termos de pessoal

crise atual ou tem-se comportado como

especializado mas o que sentimos, é que

um enfant terrible na procura de novas

no processo burocrático, há ainda muito a

soluções?

melhorar.

Estamos

a

apostar

em

algumas


ENTREVISTA 37

Breves O que é um construtor? É um homem experiente no ramo e que tem a sensibilidade de aceitar a opinião daquele que sabe mais do que ele. Uma obra que gostou de fazer? Uma moradia em Lordemão. Um monumento construído que o fascina? A Torre no Dubai. É possível construir um mundo melhor? Com honestidade. A cidade mais bem construída? Lisboa. Um sonho por construir? Uma viagem ao Dubai. Um objetivo construído? A minha carreira.

De coração | NOVEMBRO 2012

O que é o sucesso em construção? Deixar o cliente satisfeito e dar-lhe o apoio que ele merece.



ESTILUS 39

In Art – As Imagens dos Nossos Sentidos A Novellini, pelas mãos da Arpirel, deixa a sua marca na personalização dos espaços do banho pelo rejuvenescimento constante das suas apostas. Desta vez, destacamos a Coleção In Art que, para além de dar cor e imagem à sua casa de banho, é vocacionada para espaços de forte circulação, como os Hotéis, os Resorts, Balneários, Centros Comerciais e Centros de Saúde e Bem Estar. Tanto a série Kuadra nas divisórias de vidro, como a Sole nos radiadores, destacam-se pela versatilidade de permitir escolher, num vasto banco de imagens, a decoração que o utilizador pretende ver na sua casa de banho. Para além das imagens standartizadas, em ambos os casos, é possível personalizar os equipamentos com uma foto escolhida. No caso dos radiadores destaque ainda para a opção de comando à distância que permite uma maior fiabilidade

De coração | NOVEMBRO 2012

na regulação e controle da temperatura ambiente.


40 ESTILUS

MATOBRA PROPÕE NOVA COLECÇÃO DESIGNERS GUILD - PAVONIA A colecção de Outono/Inverno de tecidos e papel de parede da Designers Guild foi recentemente apresentada. Inspirada na estética boémia de finais do século XIX realça as texturas orgânicas e tons naturais que criam uma atmosfera colonial e eclética. A paleta de cores dá predominância aos violetas e azul cobalto, mas é também marcada pelo fúcsia, o verde e o cinza. Os tons surgem muitas vezes com um efeito aguarela, com destaque para o esfumado e o degradé. Os padrões são elaborados, com forte inspiração na natureza, marcados pelas formas exuberantes das flores XL, equilibradas pelo efeito suave das cores esbatidas. Para mais informações sobre este e outros produtos da Designers Guild, visite o Showroom da Matobra de segunda a sábado entre as 9h30 e

De coração | NOVEMBRO 2012

as 19h00 (com interrupção para almoço entre as 13h00 e as 14h00).


De coração | NOVEMBRO 2012

ESTILUS 41


42 ESTILUS

Sugestão Cliper O efeito da pedra e do cimento com as vantagens da cerâmica A Cliper apresentou, na Cersaie, a sua nova linha de produtos, no formato 60x60 em Grés Porcelânico. Visando responder às necessidades actuais do mercado, aliando a tendência cromática e a estética de modo a criar espaços inovadores, a marca procura dar sentido aos nossos sentidos. A nova gama é composta por duas séries distintas, que apostam na perfeição pela qualidade do produto: Soho e Défense. Soho tem a sua génese no cimento e apresenta quatro tons (branco, cinza claro, cinza, antracite) e dois acabamentos (rectificado e rectificado semi-polido). Défense lembra a pedra natural, apresenta cinco tonalidades (antracite, cinza, branco, bege, castanho) e dois acabamentos (rectificado e rectificado antiderrapante). Estas novidades geram ambientes sofisticados de pura criação onde a integração de pastilha (5x5) com a base (60x60) proporciona espaços de elegância e conforto.

De coração | NOVEMBRO 2012

Soho


De coração | NOVEMBRO 2012

ESTILUS 43

Défense


44 ESTILUS

Italbox na vanguarda do banho Indicado para espaços públicos, o móvel Cork de linhas retas, também pode fazer a diferença em salas de banho modernas de gosto personalizado, pela textura e simbolismo dos materiais nobres, De coração | NOVEMBRO 2012

como a cortiça. Cork é constituído por uma banca em madeira e um tampo de vidro, sendo constituído por aglomerado de cortiça com uma espessura de 100 milímetros e ainda reforçado com contraplacado marítimo e hidrófugado. Já o lavatório Ortho, singular pela forma rectilínea e pela simplicidade do próprio formato, apresenta cantos com ângulos perto de 90º, sempre preservando a segurança e funcionalidade do utilizador. Apresenta-se como a solução ideal para espaços de banho atuais e modernos. O resultado é arte pura, ao dispor do interior da sua casa.


ESTILUS 45

Espaço Cozinha – Intra Revolucionaria As cozinhas podem ser modeladas para espaços diferentes, consoante os estilos e gostos de cada um. Intra foi concebida para habitações que misturam história com modernidade, glamour com pureza, distinguindo-se pela ausência total de puxadores. É o tipo de cozinha que pode ser distribuída de forma perpendicular, em que se opta pelo formato de ilha que prescinde de móveis na zona superior. Desta forma, preservam-se as vistas e o interior e exterior da moradia comunicam, numa simbiose tão natural e perfeita. A zona de colunas pode ser instalada na perpendicular à ilha num conceito que prescinde do acessório e que permite uma sensação de beleza sóbria e discreta, capaz de gerar profundas emoções. Na zona de colunas com modulação ao teto podem ser integrados os eletrodomésticos, além dos espaços para arrumação. Mas o detalhe que distingue Intra é claramente a ausência de puxadores. Para tornar isto possível, a Santos desenvolveu um sistema inovador de abertura em que a gola da gaveta se adapta para adquirir as funções de puxador. Assim, as frentes mantêm-se completamente limpas, realçando ainda mais a pureza das suas linhas. E para quem tem crianças em casa, o mais certo é que o espaço da cozinha se

De coração | NOVEMBRO 2012

torne mais seguro e confiável.


PUBLICIDADE


ENTREVISTA 47

“Tudo o que seja design e inovação, por princípio, interessa-nos.” Paula Roque, Administradora da Revigrés

O que é que têm em comum edifícios como o aeroporto de Moscovo, o novo stand da Rolls Royce em Londres, os armazéns Harrod’s, o showroom da Hyundai em Seul e a Basílica da Sagrada Família, em Barcelona? Em qualquer um deles pode encontrar revestimento cerâmico Revigrés. Impressionado? Então prepare-se para o resto, pois conhecer esta marca tem tanto de surpreendente, como de impressionante. Nesta empresa, inovação e diferenciação não são chavões, mas práticas efectivas que integram as rotinas diárias. Para além das muitas colecções de autor que esbatem fronteiras entre as noções de revestimento e objecto artístico, a marca incorpora produtos que parecem saídos de um cenário de ficção. Um revestimento que mantém as fachadas dos edifícios livres de sujidade? Cerâmica que utiliza a luz solar para produzir energia? Revestimento que dispensa o uso de interruptores e pela simples aproximação do utilizador activa a iluminação? Parece-lhe um sonho para o futuro?

De coração | NOVEMBRO 2012

Na Revigrés tudo isto é real.


48 ENTREVISTA

Actualmente, a Revigrés exporta cerca

a língua!”

o que era exequível - onde é que se podia

de 45% da produção. Mas durante muito

tempo

o

mercado

chegar. O resultado é muito interessante.

interno

Quais foram os vectores essenciais em

Costumo dizer que até apetece comer! E

absorvia quase tudo. Quando é que

que a estratégia de internacionalização

hoje é um ícone das colecções da Revigrés.

se dá esse ponto de viragem para a

assentou?

Outra colecção que também considero

internacionalização?

Uma enorme aposta que sempre tivemos

muito interessante é a colecção H20

Essencialmente, a partir de 2001, quando

no design, na inovação e no serviço que

do pintor João Vaz de Carvalho. É uma

fizemos o investimento nas novas unidades

prestamos. Tudo o que seja design e

colecção com cores apelativas e que conta

fabris para a produção de grés porcelânico,

inovação,

interessa-nos.

uma história engraçada. E pode utilizar-se

porque é um produto mais adequado

Muitas vezes apostamos e verificamos

de várias maneiras, não é só uma casa de

para ser aplicado em áreas públicas e tem

que são apostas ganhas. Isso permite-nos

banho de crianças, é um espaço divertido.

características específicas para poder ser

ter um posicionamento completamente

Outra colecção interessantíssima foi a que

usado em climas mais frios ou com grandes

diferente face a outras empresas. No design,

fizemos em parceria com o Mestre Júlio

amplitudes térmicas. O que tínhamos até

o facto de apostarmos nas colecções de

Resende. Pelo entusiasmo que ele transmitia,

aí era o revestimento cerâmico vidrado e o

autor e no Concurso Nacional de Design

pelo pormenor, pela exigência acompanhada

grés, que são vocacionados principalmente

permite-nos ter novas fontes de inspiração.

por uma enorme amabilidade.

para áreas de interiores.

Genericamente, as empresas de cerâmica

Também em parceria com ele desenvolvemos

observam o que todas as outras fazem e

o mural do Dragão. Foi um desafio enorme,

Sente que o contacto com o mercado

procuram fazer o mesmo. Portanto, quando

porque desenvolvemos azulejos com os

externo foi facilitado pelo apoio, desde

nós convidamos um artista plástico ou um

nomes e os números dos 50.000 sócios

a década de 80, ao Futebol Clube do

arquitecto – seja nacional ou internacional –

que assistiram ao jogo da inauguração do

Porto, nomeadamente por as camisolas

ou um jovem designer a fazer uma colecção

estádio. Imagine! Para um fã de um clube

dos jogadores já terem introduzido a

de autor, o resultado sai “fora da caixa”.

tem um significado muito forte ter o nome

marca no estrangeiro?

Porque é uma visão de alguém que sai do

associado ao estádio do seu clube.

O patrocínio foi relevante a nível nacional,

circuito habitual. As colecções de autor

Como lhe disse, é difícil escolher uma

mas também na projecção da imagem da

são uma oportunidade de procurar novas

colecção.

empresa no exterior. O facto de ser uma

matérias primas, novas formas de fazer,

empresa com capacidade para patrocinar

com resultados diferenciadores que são

Para além do enfoque no design,

um clube que tem tido óptimos resultados,

reconhecidos pelos nossos clientes.

a

por

princípio,

De coração | NOVEMBRO 2012

Revigrés

tem

também

apostado

fortemente na inovação, com produtos

gera a associação imediata de uma empresa com capacidade financeira para isso. Na

Como referiu, a Revigrés tem dinamizado

que parecem saídos de um cenário

altura, fomos pioneiros nesse patrocínio e

várias colecções de autor, associando-se

de ficção. Destaco por exemplo dois:

hoje (considerando o contexto europeu e

a diversos artistas plásticos portugueses

azulejos autolimpantes e sensitivos.

talvez mundial) somos a empresa que há

e estrangeiros. Há alguma que destaque

Como funcionam estes produtos?

mais anos patrocina um clube de futebol da

ou cuja concretização tenha trazido uma

Cada vez mais, os revestimentos cerâmicos

primeira divisão. Já patrocinamos o FCP há

satisfação especial?

terão que ter outras funções associadas:

30 anos consecutivos.

Eu vivo essas colecções de autor com

além do simples pavimento ou revestimento,

De estudos que temos feito sobre a

imenso entusiasmo, empenho e dedicação,

têm que ser multifuncionais. E nesse sentido

notoriedade da marca, o Futebol Clube

porque todas elas têm uma história de

temos estado a desenvolver vários projectos,

do Porto ainda continua a aparecer com

desenvolvimento com o autor, a própria

alguns que já estamos aptos a fornecer e

bastante relevância na associação à Revigrés.

colecção tem a sua história, todas me

outros que ainda estamos a desenvolver.

fazem lembrar situações interessantes e

Os azulejos autolimpantes são peças em

Conta-se a história de que foi um

particulares, por isso não é fácil destacar

que, com a acção do sol e com as chuvas é

contrato

uma.

feita a auto-limpeza da cerâmica. Portanto,

de

aperto

de

mão.

Isso

confirma-se?

Mas, por exemplo, a colecção Chocolate,

são indicados para revestimento exterior.

Sim, é verdade. Sempre houve uma relação

desenvolvida

a

Quanto aos azulejos sensitivos, sobretudo

de enorme confiança entre a Revigrés e o

arquitecta

Agafonova,

em espaços públicos, não é higiénico

Futebol Clube do Porto. Há um episódio

foi

de

fazer,

estarmos a tocar em sítios onde todas

interessante, a propósito de um contacto

nomeadamente por ter todos aqueles altos-

as pessoas tocam. Com o revestimento

da Vodafone com o Sr. Pinto da Costa,

relevos. Ela esteve cá cerca de um mês e

sensitivo basta aproximar a mão do azulejo

que pretendia saber se haveria no contrato

foram

experiências,

para activar o dispositivo electrónico, que

alguma cláusula que permitisse outra

muitos testes, reuniões entre a arquitecta e

pode servir para accionar uma luz, ligar a

empresa patrocinar o clube. E a resposta do

o nosso departamento de desenvolvimento

torneira, contactar uma central telefónica,

Sr. Pinto da Costa foi: “Só se me cortarem

de produto para ver - entre a ideia dela e

um alarme… E naturalmente que tem

em

colaboração

russa

particularmente

necessárias

Alena difícil

muitas

com


ENTREVISTA 49

“Cada vez mais os revestimentos cerâmicos terão que ter outras funções associadas: além do simples pavimento ou revestimento, têm que ser multifuncionais.”

“Não é preciso ser difícil para ser especial. Tem é que ser bem feito e com os pormenores que fazem a

Paula Roque, Administradora da Revigrés

De coração | NOVEMBRO 2012

diferença.”


50 ENTREVISTA

vantagens estéticas.

A mais recente aposta para conquistar

Talvez pudessem ser num prazo mais

Mas temos outros projectos em curso.

novos públicos é o formato 90x90 cm,

dilatado…

Temos inclusivamente uma pessoa que tem

apresentado em Setembro na Cersaie.

como função fazer a ligação permanente

Qual é a mais-valia desta colecção?

Para além das directivas de austeridade,

às Universidades e outros Centros de

Acompanhar as tendências de mercado,

não sente falta de outras medidas de

Investigação.

que são os formatos cada vez maiores, para

estímulo à economia?

Porém, os projectos não têm de ser difíceis

continuarmos com uma oferta competitiva

Claro que nos dava muito jeito ter um

para serem especiais. É o caso do Memo,

e diferenciadora, quer no reforço dos

acompanhamento maior ao nível do seguro

que usámos quando patrocinámos o Rock

mercados actuais, quer na conquista de

de crédito. Porque há muitas situações em

in Rio. Forrámos as paredes de acesso à

novos mercados.

que as empresas têm de arriscar. Também

casa de banho, com painéis do Memo e

os custos de energia são bastante elevados,

uma chaveta a perguntar “O que faria por

Concentrando-nos menos na empresa

com um peso cada vez maior nos custos

um mundo melhor?” E as pessoas até se

e

de produção. Também seriam bem-vindas

encavalitavam para conseguirem escrever!

empresária… Vivemos um momento de

melhores

Foi um sucesso! E é uma ideia tão simples…

grande dificuldade para o país e talvez

transportes. Seria importante a promoção

Por vezes, uma ideia simples é suficiente

o maior obstáculo seja o sentimento de

de mais cursos técnico-profissionais que

para permitir soluções diferentes. Tento

desânimo generalizado. Que soluções

formassem mão-de-obra especializada.

sempre ter uma visão muito prática, tentar

vê para conseguirmos ultrapassar esta

imaginar a sua aplicação na vida real. Não

recessão?

Esta crise afecta de modo particular

é preciso ser difícil para ser especial. Tem é

Cabe às empresas trabalhar mais e de uma

o sector da construção. Como é que

que ser bem feito e com os pormenores que

forma mais eficiente. É preciso fazer bem

perspectiva o futuro deste sector?

fazem a diferença.

feito e à primeira. Muitas vezes, perde-se

Nós

muita eficiência por não haver uma cultura

trabalharmos com o mercado externo,

A Revigrés tem fornecido para espaços

de rigor e atenção ao pormenor. E claro, é

mas para os revendedores, por exemplo,

nobres pelo mundo inteiro, desde

fundamental reforçar a procura de novos

que estão limitados ao mercado nacional,

o aeroporto de Moscovo, à estação

mercados.

é muito difícil contornar a situação. Os

mais

na

sua

visão

enquanto

ferroviária de Haia, na Holanda, até ao

temos

a

de

grande

logística

vantagem

dos

de

incentivos à reabilitação urbana e ao

novo stand da Rolls-Royce em Londres

Hoje

em

dia,

ou Universidades no Japão. Onde é que

necessidade

lhe deu especial gosto chegar?

Que tipo de incentivos seriam bem-

A Basílica da Sagrada Família, em Barcelona,

vindos para as empresas exportadoras

é o meu eleito. É um ícone mundial e por isso

poderem ter esse incremento?

uma grande conquista. Pelo monumento,

Temos a eterna questão da necessidade

mas também pelo local, ou seja, um país

de valorização da marca Portugal, embora

onde há uma produção de cerâmica muito

a AICEP tenha estado a fazer um bom

significativa.

trabalho. As exportações já aumentaram

de

insiste-se

muito

exportarmos

na

mais.

13% este ano e para os países fora da Alguém que verifique todos os sítios

Europa cerca de 37%. Seria bom reforçar a

onde a Revigrés está presente e todas as

identificação de oportunidades de negócio.

soluções que tem para oferecer imagina

A nível de governo, em algumas viagens

uma grande multinacional...

de contacto com o mercado externo em

Sim, dada a imagem de marca que a

que tenho ido, tenho sentido que têm

Revigrés tem, as pessoas têm a percepção

estado bem organizadas. Genericamente, o

de uma empresa de maior dimensão.

governo tem estado a fazer um bom trabalho atendendo aos recursos disponíveis.

Neste momento quantos funcionários De coração | NOVEMBRO 2012

condições

têm e qual é o volume de negócios?

Como é que vê a actuação deste

Cerca de 300 e facturámos aproximadamente

governo?

40 milhões de euros.

É um desafio bastante árduo, de pessoas que tiveram a coragem de aceitar esta

Para que mercados exporta?

missão e que de uma forma honesta estão

Europa, Estados Unidos, Canadá, Japão e

a tentar ultrapassar esta situação, fruto de

PALOPs. Vendemos para cerca de 50 países,

uma herança terrível. São medidas anti-

mas com maior concentração na Europa.

populares, mas que têm de ser tomadas.

mercado de arrendamento poderão trazer uma contribuição positiva.


ENTREVISTA 51

e de forma mais eficiente. É preciso fazer bem feito e à primeira.”

De perfil… Uma referência? O meu pai. A música que não se cansa de ouvir? Mamma Mia, dos Abba. O filme que a marcou? Genericamente, gosto de comédias, mas não tenho nenhum que me tenha marcado especialmente. Um livro? A biografia de Steve Jobs. Um objecto de que não se separa? Telemóvel. Quando tem tempo gosta de…? Estar com a família, com os amigos, viajar, fazer compras. O prato a que não resiste? Mousse de chocolate. Uma bebida? Coca-cola. Destino de férias? Tróia. Uma viagem que a tenha marcado? Japão. Uma qualidade de que se orgulhe e um defeito que não possa negar? Tenho a qualidade de ser muito observadora e o defeito de ser teimosa.

De coração | NOVEMBRO 2012

“Cabe às empresas trabalhar mais




54 GALERIA MATOBRA

CABIDE DE DUCHE DA JACOB DELAFON GALARDOADA COM RED DOT AWARD 2012 A MARCA É UM EXCLUSIVO MATOBRA PARA A REGIÃO CENTRO A linha de cabines de duche Torsion, da Jacob Delafon, foi distinguida com o prestigiado prémio de design Red Dot Award, na categoria de melhor design do produto. Um júri composto por 30 peritos internacionais elegeu esta peça entre 4515 produtos, provenientes de 58 países diferentes, reconhecendo a sua robustez, qualidade e design. O modelo em questão – um exclusivo Matobra para a zona centro - foi valorizado pelas “linhas suaves e fluidas associadas em simultâneo à solidez do conjunto”. Especialmente destacado foi o desenho do puxador – que pode colocar-se tanto na horizontal como na vertical - um elemento de grande personalidade que define a estética desta cabine em qualquer uma das suas três versões. A excelente funcionalidade é também uma importante mais-valia desta peça. Com uma altura de 195 cm está disponível em três modelos - pivotante, de correr e rebatível, os quais seja entre paredes ou com lateral fixo se adaptam a todos os espaços de duche. Em vidro temperado com espessura de 8 mm, possui tratamento anti-calcário que facilita a limpeza. Sem fixadores visíveis, é uma peça de acabamento perfeito e de instalação fácil por ser fornecida pré-montada. A atestar a qualidade deste produto está a garantia de 25 anos dada pela marca e o recente reconhecimento internacional com a atribuição de um dos mais importantes galardões do mundo, que desde 1995 premeia as propostas de design mais inovadoras. Esta é também uma aposta ganha para a Matobra que no último ano estabeleceu uma parceria com a Jacob Delafon, tornando-se distribuidor exclusivo para a Região Centro. A empresa, que conta já com 46 anos, reafirma-se assim como líder na representação das

De coração | NOVEMBRO 2012

últimas tendências e inovação no sector dos ambientes de banho.




Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.