Formação&Negócios_junho 2011

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Edição 6 junho 2011

Formação & Negócios e-commerce:

ISSN: 1647 - 7545

uma tendência a seguir


SUMÁRIO estudo

As redes sociais e o networking empresarial | pág.5

FICHA TÉCNICA

4 perguntas a...

Formação&Negócios -junho 2011

José Telmo, Consultor em Marketing digital | pág. 6

Propriedade Escola de Negócios das Beiras Visar - Consultores Associados Contactos geral@escoladenegocios.com geral@visar.pt Tlf (ENB): 232 415 999 Fax: 232 415 083 Tlf (Visar): 232 416 689 Fax: 232 418 102 Direcção Editorial Marta Oliveira Redacção Marta Oliveira Colaboração António Carvalho; Carlos Sá; Eunice Gonçalves; Fátima Mendes; Fernando Cardoso; Filipe Ventura; Isilda Rodrigues; José Rodrigues; Ricardo Andrade; Rui Pio; Sofia Silva; Sónia Mesquita. Fotografia Arquivo fotográfico da ENB e Visar Acabamentos gráficos e Impressão www.tipbeiraalta.com Tiragem 1000 exemplares Periodicidade Bimestral Assinatura: €12 ISSN: 1647 - 7545 Depósito Legal: 313189/10

estratégia Já conhece o comércio eletrónico? | pág. 7

F&N EM CONTACTO

Cândido Moura, gerente Roda Clássica | pág. 8

tem a palavra

António Carvalho | pág. 12

Alta definição

Marketing: a arte das perceções, com Rui Cruz | pág. 13

à lupa

Estratégia: Posicionamento, Diferenciação, Segmentação, por Carlos Sá | pág. 18

incentivos BIZMIX: Entra Ideia, Sai Negócio | pág. 19

à lupa Case Study: A Patagónia Inc, por Ricardo Andrade | pág. 20

Produtos Liberty Viagem | pág.21

Especial dia da criança Dicas de Segurança, por Isilda Rodrigues | pág.22

Ponto de vista

O Keims, o Keims Duplo, o Corte e o Corte Duplo por José Rodrigues | pág.23

Notícias

Workshop “CLOWN - Desenvolvimento Pessoal; Expo -Oportunidades; SPIDER: Um sucesso! | pág.24

breves

China: Uma oportunidade para as empresas; Projeto Portugal2; Índice de produção industrial desacelera | pág. 25

NOTA: Todos os textos da Formação&Negócios estão escritos de acordo com o novo acordo ortográfico.

CRÓNICA Executar, por Rui Pio | pág.26

Ponto de vista O Advogado, o Juíz e o Petiz , por Fátima Mendes | pág.27

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Quantas mais pessoas conhecerem o seu produto, maior será o número de potenciais compradores.

Peça-nos uma proposta! geral@visar.pt | geral@escoladenegocios.com junho de 2011



editorial

Mundo Virtual versus Mundo Real A primeira edição de junho da revista semanal « The New Yorker», desenhada pelo português Jorge Colombo foi considerada pela «Time» como a segunda melhor capa deste ano. O português reproduziu uma imagem que tinha tirado com o seu iPhone. O designer utilizou uma aplicação tecnológica chamada «Bruches» que permite transformar o visor do telemóvel numa tela onde o dedo do utilizador se transforma no pincel, segundo noticia o Jornal «Sol». Mais do que enaltecer o nosso compatriota que vive em Nova Iorque há vinte anos, que não seria de todo descabido, interessa reter a interação constante do mundo virtual nas nossas vidas reais, quer seja nas artes, nos negócios, na vida social. Mais do que uma moda, o mundo virtual é um modo de vida real.

Neste número especial, não agradecer à Marta Oliveira, o seu empenho e dedicação não seria justo. Não agradecer a todos os nossos colaboradores participantes ativamente na elaboração, conceção e enriquecimento intelectual de todas as anteriores edições, não seria elegante. Não agradecer a todos os nossos parceiros que apostaram em nós para publicitarem os seus produtos/marcas, não seria honesto e prudente. Não agradecer à TROIKA/ESTADO a possibilidade de nos expressarmos livremente sem pagar qualquer tipo de imposto ou taxa, não seria politicamente correto nem patriótico. A todos, sem exceção, um grande obrigado.

Fernando Cardoso

No primeiro aniversário do nosso bebé; Formação e Negócios, nada melhor que festejarmos com uma edição digital para que o trajeto continue a ser real no mundo virtual!

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estudo

As redes sociais e o networking empresarial É indiscutível que as redes sociais são utilizadas, cada vez mais, como canal de comunicação para atingir um determinado objetivo, traduzindo-se numa verdadeira vantagem competitiva. As redes sociais são inúmeras, universais e com especificidades diferentes. As empresas/organizações podem estar em todas ou numa apenas. Dependerá sempre dos objetivos que se querem atingir e, muitas vezes, do orçamento disponível para as dinamizar. Segundo um estudo realizado junto de 15.000 pessoas, em 75 países, em empresas de todas as dimensões e setores, ¼ das empresas a nível mundial (27%) aplica, especificamente, um orçamento para atividades de redes sociais, demonstrando assim a confiança que têm nas mesmas. O estudo verificou que existe pouca análise sobre a real utilização das redes sociais, bem como das oportunidades de negócio que daí podem surgir. Para aferir se as empresas consideram que as redes sociais estão prontas para ocupar um lugar entre as ferramentas de marketing, foram inquirdos alguns líderes de negócio, não só se já tinham conseguido conquistar algum cliente através das mesmas, mas também se acreditavam que este meio é suficientemente eficaz para lhe dedicar um orçamento específico. Em Portugal, apenas 20% das empresas aplicou uma percentagem do seu orçamento de marketing para as atividades de redes sociais. Contudo, 51% dos inquiridos usa as redes sociais para comunicar com os seus contactos, tendo 49% afirmado que a maior vantagem das redes sociais é a gestão e a comunicação com grupos de clientes. 58% usa as redes sociais para encontrar informações que conside-

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ram importantes para o negócio. Em Portugal, 49% dos inquiridos declara ter ficado impressionado com as animações audiovisuais no perfil de uma empresa. Mundialmente, as redes sociais são utilizadas cada vez mais para as suas funções originais. A mais popular, é a manutenção da comunicação com contactos comerciais, utilizado por 58% dos inquiridos. Embora uma percentagem de céticos, 34%, considera que as redes sociais nunca se tornarão um meio relevante de ligação a clientes e a potenciais clientes, 51% das empresas, organiza, adere ou gere grupos de clientes através das mesmas. Também a pesquisa de informação empresarial, para a criação de networking, é considerada importante (54%). O estudo analisou também as diferenças de dimensão empresarial e concluiu-se que, de modo geral, as pequenas empresas são as que mais utilizam as redes sociais. Devido a este esforço, 44% das empresas conquistou novos clientes, enquanto a percentagem das médias empresas se situou nos 36%, e 28%, no caso das grandes empresas. A nível sectorial, as tecnologias de informação e comunicação (TIC), vendas a re­t alho, “media” e marketing e con­ sultoria registam

uma utilização das redes superior à média, ficando para trás a indústria e serviços financeiros e de saúde. Apenas 19% das empresas do setor dos serviços financeiros aplicou uma percentagem do seu orçamento para aplicar nas redes sociais, enquanto os setores de venda a retalho e de “media” marketing registaram 38%. Analisando o estudo, concluiu-se que as redes sociais se têm implementado como uma ferramenta de negócio convencional, sendo verificável que a percentagem de empresas a dispor de uma fatia do orçamento de marketing como meio de adquirir novos clientes e manter os existentes, é cada vez maior. Verificou-se ainda que as empresas/organizações que ainda não fizeram uma incursão no mundo das redes sociais podem estar a perder oportunidades de negócio relevantes. Como expemplos de sucesso temos a Holanda, 48%, Índia, 52%, México, 50% e da Espanha, 50%, onde foi registado o mais elevado nível de conquista de novos clientes através das redes sociais. Em Portugal, a rede social mais conhecida é o “hi5”, tendo sido reconhecida por 96% dos inquiridos, seguida pelo “Facebook”, 93%, “Youtube”, 92% e “Windows Live”, 85%.

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4 perguntas a...

José Telmo, Consultor em Marketing Digital Profissional de Marketing e Publicidade, desde 1998 atua em marketing e criação para mídia impressa e digital. Formado em publicidade e pós graduado em marketing digital, atualmente, ministra aulas em empresas e instituições.

Formação&Negócios:Têm-se feito estudos que analisam e comparam as gerações tradicionais: Baby Boomers, Geração X e Geração Y. Estamos perante uma nova geração “digital”? O que irá caracterizar esta nova geração? José Telmo: Esta nova geração, principalmente, será pautada pela interação independente de local, veículo ou ferramenta. Eles querem informação e a possibilidade de compartilhar, mesclar e interagir. Marcas devem ter a atenção a este exigente consumidor que não aguardará dias por uma resposta ou solução, ele a trocará na velocidade de um clique por seus concorrentes.

sua opinião, qual o perfil dos trabalhadores da geração digital e que mais valia levarão para as empresas?

F&N: Será que existe uma “cidadania digital” ou a cidadania apenas recorre a novas ferramentas digitais?

JT: Essa futura geração está acostumada com a interação em vários níveis e a trabalhar com várias tarefas ao mesmo tempo. Multi conectada, a internet será sua base enquanto trabalha, produz, consome e interage. Possivelmente, novas formas de trabalho serão reforçadas, como o homeoffice e até o mobile office incentivando uma produção por demanda e não por horário.

JT: O ser digital não reconhece fronteiras quando navega: ele está no Brasil, conversa com amigos na Europa, compra um produto Japonês enquanto navega em sites mexicanos. Na web somos todos cidadãos do mundo, a um clique de distância. Um grande contraste quando precisamos, fisicamente, de nos deslocarmos de um lugar para outro.

F&N: Li um artigo seu em que fala da geração touch. Existe sobreposição com a geração digital? O que trará de novo para o mundo, a médio/longo prazo? JT: Elas coexistem pois o que muda é a interação homem/ máquina, ou melhor, homem/ formato/meio. Será a simplificação do acesso, consumo e uso da informação permitindo também que todos, independente de formação ou cultura, possam utilizar em qualquer lugar: em casa, no trabalho, em um ponto de ônibus, no elevador. A acessibilidade será a peça chave desse movimento. F&N: As empresas de amanhã, terão os estudantes de hoje. Na 6

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ESTRATÉGIA

Já conhece o comércio eletrónico?

As últimas décadas permitiram ligar o mundo e dinamizar os mercados, intensificando a competitividade existente. A internet transformou o mundo. Tornou-o mais pequeno, mais dinâmico, em que tudo se faz através do toque. O tempo e o espaço deixaram de existir, “from anywhere, at anytime”, faz agora mais sentido que nunca. A exigência, é a rapidez e qualidade. O comércio eletrónico , segundo a Eurostat, é a transação de bens e serviços entre computadores mediados por redes informáticas. Diferencia-se pela forma como a informação é trocada e processada entre as partes intervenientes. No “e-commerce”, em vez de existir um contacto pessoal direto entre ambas as partes, a informação é transmitida através de uma rede digital ou de outro canal eletrónico . São inúmeras as possibilidades existentes para a classificação do comércio eletrónico , reconhecendo-se 4 tipos principais: Business – to – business (B2B); Business –to-Consumer (B2C); Businessto-Administration (B2A) e Consumer-to-Administration (C2A). Analisemos, sucintamente, cada um deles. O B2B engloba as transações eletrónicas efetuadas entre empresas, correspondendo, atualmente a cerca de 90% do comércio eletrónico realizado em Portugal e desenvolve-se em três grandes áreas (e-markteplace, e-procurement e o e-distribution). O e-marketplace corresponde a

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plataformas eletrónicas onde as empresas, assumindo o papel de comprador e/ou vendedor, se reú­nem à volta do mesmo objetivo : estabelecer laços comerciais. Relativamente ao e-procurement, a plataforma é especificamente desenvolvida para suportar o aprovisionamento das organizações, permitindo que estas otimizem a cadeia de fornecimento em termos de tempo e de custos, graças à automatização das tarefas. Finalmente, e-distribution, visa integrar as empresas com os seus distribuidores filiais e representantes, efetuando assim uma variedade de tarefas, desde a consulta de um catálogo eletrónico até à emissão de faturas e receção de mercadorias. Este modelo tem vindo a incentivar inovadoras formas de cooperação empresarial, tornando as empresas cada vez mais competitivas e ajudando-as a enfrentar os desafios da globalização. Quanto ao B2C, caracteriza-se pelas relações estabelecidas entre as empresas e o consumidor final. É mais acessível, mas também mais esporádico e descontinuado. A existência de lojas virtuais e centros comerciais na internet, que comercializam todo tipo de bens de consumo. Neste caso, o consumidor tem mais informação ao seu alcance, sendo que a experiência de compra pode ser também, mais agradável, rápida e confortável. Finalmente, o B2A refere-se a todas as transações on-line re­al­ izadas entre as empresas e a

Administração Pública. Esta área envolve uma grande quantidade e diversidade de serviços, como a área fiscal, da segurança social, do emprego, registos e notariado. Este segmento tende a aumentar rapidamente, com a promoção do e-commerce na Administração Pública e com os mais recentes investimentos no e-government. São inúmeras as vantagens e oportunidades que se associam a esta tendência. Como alguns exemplos, encontramos o mercado global que deixa de ser limitado geograficamente, podendo os consumidores proceder a uma escolha global. Graças à interação eletrónica , os fornecedores recolhem informação sobre os gostos e necessidades dos potenciais clientes que melhor se adeqúem às necessidades dos consumidores. Outra vantagem, prende-se com o facto de os serviços serem permanentemente operacionais, pois o consumidor dispõe de lojas virtuais 24horas/dia.De um modo geral, deverão surgir novas empresas, novos serviços, novos modelos de negócio, novas organizações virtuais, etc. As empresas poderão atingir mais facilmente novos e alargados mercados e haverá menor burocracia com a Administração Pública. Em Portugal, na área do B2C, 37% dos sites inquiridos acreditam que o crescimento de vendas vai aumentar , enquanto que na área do B2B, apenas 7% acredita que o site vai acelerar o ritmo das vendas.

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formação&negócios em contacto

A

Missão e Visão da RodaClássica, co-

erentemente, suportam-se em valores considerados inegociáveis: — A qualidade dos serviços prestados e da informação fornecida; — A satisfação dos clientes pelo rigor técnico de todas as intervenções; — O escrupuloso respeito pelo cumprimento dos acordos estabelecidos; — A prioridade máxima à segurança e garantia das intervenções que realiza.

Engenheiro Cândido Moura, Gerente da RodaClássica Formação&Negócios: Fale-nos um pouco da Roda Clássica. Cândido Moura: A RodaClássica começou há aproximadamente 15 anos, aquando da reforma do meu pai. Era sobretudo um hobbie que desejou manter com o sócio, também ele, um “interessado” por clássicos. Entretanto, a atividade foi crescendo e passou a ser mais do que um hobbie. Este acarretar de responsabilidades próprias das empresas, incrementado por um conjunto de dificuldades que já se iam sentindo, levou a que, em dada ocasião se começasse a especular sobre a continuidade da empresa. Foi, então, que nos propusemos adquiri-la. Tínhamos, claro, que se tratava de uma atividade muito interessante e que merecia ser 8

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trabalhada numa perspetiva empresarial, menos “apaixonada”. Estamos a desenvolver esse trabalho há aproximadamente dois anos. A RodaClássica era tida como um local onde os “amigos dos clássicos” podiam fazer algumas reconstruções/reparações. Pretendemos reposicionar a empresa nesta matéria. Em nossa opinião, isso conseguir-se-á evoluindo da conotação de “oficina”, para a de “ateliê de restauro” até, porque alguns destes veículos são verdadeiras peças de arte. Noutros casos, os proprietários gerem-nos como se de um investimento se tratasse. Possuem carros de valor significativo, com a interessante vantagem de não desvalorizarem, bem pelo contrário. Fazemos trabalhos de restauro,

com forte pendor artístico e artesanal. Não nos interessa essa similitude com as oficinas, porque não é de todo o nosso mercado. Estas “peças” não são, e por isso não podem ser vistas como o 2º ou 3º veículo. São raridades “que proporcionam emoções que devem ser plenamente desfrutadas como tal” (in Missão da RodaClássica) Consideramos que o nosso “metier” é diferente do que se pratica numa oficina automóvel. Por exemplo, temos muita dificuldade em assegurar prazos. Pode parecer estranho, mas a procura no mercado, às vezes, envolve várias semanas até se localizar a peça certa. Atualmente , consultamos rapidamente o mundo, enviando vários emails. Mas quando não existem peças de substituição, as

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formação&negócios em contacto CM: Atuamos em todo país. Julgo que não existam sequer especialistas como nós, na zona centro. No exterior, trabalhamos sobretudo com imigrantes, mas também já começámos a receber solicitações de outras proveniências. F&N: E objetivos para este ano? CM: O prioritário é transformar o conceito de oficina em ateliê. As outras ideias, como a de alargar a nossa oferta, como envolvem parcerias, não dependem só da nossa vontade. Estamos a tentar lançar uma atividade que proporcione esclarecimentos, como cuidados especiais a ter com os veículos históricos. Algo na linha dos Workshops…Vamos também continuar a trabalhar o mercado externo. Estamos convictos que conseguiremos ser competitivos no Centro/Norte da Europa. Depois conto as novidades! F&N: Terminou a sua licenciatura em Engenharia Mecânica e o que fez a seguir?

coisas complicam-se – começa a tentativa de localização de quem as produza…Nem sempre é fácil transmitir e fazer compreender a demora que daqui resulta. Herdámos um histórico com quase 15 anos, e isso ajuda-nos! F&N: Estamos a falar portanto, de peças únicas… CM: E com valor sentimental, por vezes, elevado. Conhecemos veículos tratados como património de família; Constituem herança transmitida de geração em geração… F&N: E pretendem crescer mais? CM: Em termos estruturais não, mas em termos organizacionais, sim. Podemos fazer mais, ser

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mais rápidos, mais prestáveis… Se continuarmos a melhorar os nossos métodos, vamos seguramente conseguir responder com mais eficácia. Já começámos a transmitir isto mesmo: criámos material promocional, nomeadamente um website muito agradável – passado um ano já está a ser melhorado, participámos nalgumas feiras, estamos a melhorar o software de gestão, etc. Acreditamos também que estamos a aproximar-nos de clientes do segmento premium deste setor . Felizmente temos muitos clientes “apaixonados” por clássicos, mas os Colecionadores /Investidores são de facto os grandes “players” do setor . F&N: Onde estão os vossos clientes?

CM: Trabalhei muito tempo em quase todas as “disciplinas” relacionadas com a Qualidade, desde as técnicas até às ditas de Gestão. Sempre estive envolvido com as empresas e isso permitiu-me ir conhecendo este “mundo”. Tive também, uma última experiência muito interessante, enquanto diretor de Recursos Humanos da Ergovisão. Tem sido um percurso, algo diversificado. F&N: Daqui posso concluir que é uma pessoa extremamente flexível? CM: A experiência ensinou-me que ao longo da atividade profissional, vão surgindo muitas outras oportunidades, algumas divergentes daquelas onde nos formámos e pensávamos inicialmente fazer carreira… Lembrome de me ter parecido estranho, alguns colegas de curso terem rapidamente optado por carrei-

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formação&negócios em contacto ras em áreas comerciais, em detrimento da engenharia. Na ocasião, parecia-me um desperdício não potenciarem a preparação recebida. Claro que, depois percebemos que este tipo de ajustamentos faz todo o sentido e até deve ser procurado... Houve, contudo, uma área que sempre me interessou: a relação entre as necessidades de organização e o envolvimento das pessoas. Percebi que havia muito para aprender no que diz respeito a esta interação difícil - componente técnica associada à gestão das pessoas que a executam. Aceitar o desafio de gerir os RH de uma empresa já com alguma dimensão, durante 5 anos, pareceu-me o culminar de todo este percurso…foi muito enriquecedor. F&N: Medo de arriscar e de abraçar novos desafios não faz parte do seu vocabulário… CM: Penso que nos falta acima de tudo, uma verdadeira cultura de “sentido de projeto ”. Não é incutido nas famílias nem nas escolas, mas o que de facto nos acontece, é que nos vemos obrigados a ir progressivamente fixando diferentes objetivos ao longo da vida. O meu, atualmente , está no projeto RodaClássica. Exigirá dedicação durante um determinado tempo de modo a potenciar o seu crescimento, criar condições para que fique mais sólido, de tal forma que um dia, eu me torne dispensável. Se isso vier a acontecer, (o que ambiciono) tenho de estar preparado para abraçar um novo projeto . Admito que esta forma de estar, cria alguma insegurança, mas aprende-se a viver com o risco. A vida é uma série de insucessos salpicados de sucessos ocasionais, não o contrário. Necessitamos de saber lidar com os insucessos, como elementos do nosso processo de aprendizagem e ir tirando daí a motivação para continuar… Subscrevo a ideia de que o que nos enriquece, não é uma única experiência longa, mas a 10

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formação&negócios em contacto coleção de experiências diferentes que formos capazes de ir “acumulando” ao longo da vida. Acredito que nos proporciona uma visão diferente do mundo. F&N: E por falar em “visão do mundo”, como encara todas estas mudanças tecnológicas que têm vido a acontecer nos últimos tempos? CM: Sou de opinião que o pensamento dominante em Portugal é o de que a inovação e a criatividade estão dependentes da componente tecnológica. Portanto, a introdução de uma nova tecnologia introduzirá melhorias e potenciará a mudança. Sabemos que, em algumas culturas, isso não acontece assim. Fez-se primeiramente a inovação nos métodos de trabalho, na forma de estar e das pessoas se relacionarem. Acho que a inovação é muito mais do que a de teor tecnológico. Grande maioria das vezes resulta da (in)capacidade das organizações se comportarem de forma diferente. Gostava de a ver mais concentrada nesta linha, pois considero que ela é que é a verdadeira geradora da inovação tecnológica.

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TEM A PALAVRA...

António Carvalho Subscritor de Risco

Diariamente, milhares de pessoas contam com as farmácias para cuidar do seu bem-estar. Agora, também as farmácias podem contar com a Liberty para garantir que tudo corre bem. A solução Liberty Farmácias constitui uma resposta de proteção completa e personalizável, totalmente ajustada a esta área tão específica – Farmácias – e também destinada a outros segmentos como o comércio a retalho de artigos de Cosmética, Artigos Médicos e Ortopédicos e para as novas lojas de Parafarmácias, passando a beneficiar de condições vantajosas na adesão aos vários produtos de proteção recomendados para o exercício da sua atividade . Para este conjunto de atividades desenhámos um vasto leque de seguros que dão resposta à proteção do seu património com a subscrição de multirriscos , mas também Responsabilidade Civil Exploração e Profissional, Perdas de Exploração, Acidentes de Trabalho e Transportes. O seguro de multirriscos engloba um conjunto de riscos associados numa cobertura base – Incêndio, Raio e Explosão; Tempestades; Inundações; Aluimento de Terras; Danos por Água; Riscos Elétricos ; Furto ou Roubo; Quebras de Vidros; Responsabilidade Civil Exploração; Riscos Adicionais e Extensão de Coberturas – que respondem às necessidades mais relevantes destas atividades e permite ainda ao

cliente, de acordo com as suas necessidades, contratar outras coberturas e/ou aumentar alguns dos capitais garantidos, nomeadamente os concedidos em 1º risco, ou coberturas complementares – Fenómenos Sísmicos; Avaria de Máquinas; Equipamento Eletrónico ; Bens Refrigerados; Riscos Elétricos ; Perdas de Exploração; Roubo de Valores em Cofre e/ ou em Trânsito. Completamos o leque de coberturas com o seguro de Receituário, um seguro específico destinado às Farmácias e que garante, sem necessidade de qualquer comunicação, todos os transportes de “Receituário Médico”, até ao montante fixado, por viagem em cada meio de transporte, da farmácia até á sua entrega nas instalações da Associação Nacional de Farmácias ou entidades do Serviço Nacional de Saúde, incluindo remessas por via postal. Em complemento à cobertura principal, é extensivo a estada do receituário médico seguro, nas instalações da farmácia segura. E porque os recursos humanos são indispensáveis, para todos os colaboradores destas empresas apresentamos condições vantajosas para a subscrição do seguro de Acidentes de Trabalho que pode ser complementada com seguros de Acidentes Pessoais.

“Porque a proteção está sempre de serviço”

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ALTA DEFINIÇÃO

Marketing

a arte das perceções

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ALTA DEFINIÇÃO Formação&Negócios: Com a elevada experiência que possui, o que é o Marketing, para si? Rui Cruz: O meu percurso profissional já é longo porque comecei muito cedo aos 17 anos. Eu não iniciei a minha carreira pelo marketing mas sim pela publicidade. No final da década de 70 o marketing era em Portugal ainda embrionário e tinha acabado de sair de uma época em que fora perseguido como “produto do imperialismo americano”. Estávamos em 1977/1978 e a memória do prec de 1975 ainda estava muito fresca. Muitas empresas de então resumiam a sua atividade de marketing a promoções e publicidade. Apenas algumas organizações internacionais como a Unilever a Colgate ou a Nestlé, por exemplo, a par de alguns grandes grupos nacionais da época, como a Sociedade Nacional de Sabões, a Quimigal e a então CUF Portuense, possuíam estruturas mais vocacionadas para o marketing. É por via do contacto com diversos clientes internacionais das agências de publicidade em que trabalhei que nasce o meu gosto pelo marketing. Em 1981 numa visita profissional a Londres num seminário de vendas da Seiko, dou comigo numa livraria, a Dillons, passe a publicidade, diante do que eu nunca imaginava: uma vasta estante repleta de livros sobre marketing com destaque para o Philip Kotler e o Jerome McCarty e para outros americanos que estavam a fazer furor com um conceito novo – o posicionamento – Al Ries e Jack Trout. Vários livros sobre o tema acabaram por vir dentro da minha bagagem de porão e a sua leitura despertou-me um interesse que se mantêm até hoje. Sem querer ser apenas académico mas atendendo à experiência profissional desenvolvida e tal como David Pac-kard afirmou, entendo que o marketing é hoje demasiado importante para estar entregue apenas ao departamento de marketing ou nas mãos de uma única pessoa. Mais do que um modo de gestão ele é cada vez mais uma forma de estar no mercado e no mundo e uma tarefa da responsabilidade de todos e partilhada por todos dentro de uma organização. F&N: Porque é tão importante nas empresas/organizações?

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RC: Porque todas as empresas sejam elas micro, pequenas, médias ou grandes vivem num crescente e permanente dilema: como conseguir apresentar uma proposta melhor, mais valiosa para o consumidor e com uma cada vez melhor relação de preço versus utilidade? Repare, o milho por exemplo, tem para nós uma utilidade que se plasma nos seus atributos de valor para nós. Assim se eu tiver em casa alguma criação valorizo que o milho me dê um determinado rendimento por ave que se traduza por exemplo numa adequada produção de ovos. Para esse atributo eu estou disposto a pagar vá lá, 30 cêntimos de euro. No entanto se porventura eu entender produzir pão, já o mesmo milho pode não me servir. Eventualmente os atributos que irei valorizar são outros. A moagem do milho poderá ser uma “mais-valia”. E para esse valor eu já estou disposto a pagar mais por quilo, por exemplo cerca de 1 euro. Se por outro lado o que eu pretendo forem cereais de milho tostados para o pequeno-almoço, a utilidade da farinha já não é a mesma. Mas estou disponível para pagar 2 euros e 50 cêntimos por 500g de Corn Flakes da Kellogs. Se for da Nacional já o valor será outro e não estou disponível para pagar mais de 1 euro e 90 cêntimos. Muito do que é o marketing reside na arte de criar uma marca e uma diferenciação a partir de um “commodity” ou de um produto de base indiferenciado. Daí a sua importância para as empresas enquanto elemento que estuda os potenciais de utilidade e a forma de agregar valor aos

produtos, o que, nunca é demais batalhar, é uma função crucial para todas as organizações. Mas atenção, gosto sempre de deixar isto muito claro. O marketing não funciona sozinho numa organização. Ele só funciona efetivamente se for um aglutinador de vontades. F&N: “O comerciante é um servidor do público; tem que estudar esse público e as diferenças, de público para público.” É esta a verdadeira essência do marketing? Quer comentar? RC: Em grande parte poderei dizer que sim. Mas cuidado. Há uma certa tendência para exagerar no velho chavão “ir ao encontro das necessidades dos clientes”. Ser servidor do público não significa ser escravo do público. Ir ao encontro das necessidades dos clientes não significa estar sujeito à ditadura dos clientes. As empresas têm que compreender definitivamente que não podem servir todos os públicos e todos os mercados. Uma grande parte da essência do trabalho do marketing advêm do modo como se procede à segmentação do mercado. E segmentar significa escolher que parte do mercado servimos, com que oferta e com que proposta de diferenciação e valor. Muitas vezes os empresários e gestores esquecem-se que segmentar também significa escolher os mercados que não servimos e a oferta que não iremos fazer. Não entender isto é de certa maneira negar o próprio marketing. Num momen-

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ALTA DEFINIÇÃO to em que a complexidade do mercado aumentou, uma vez que é mais global e integrado e com reduzidas barreiras de proteção , torna-se imperioso e também desafiante compreender que os consumidores espanhóis, os franceses, os alemães, os chineses ou os brasileiros, têm características comuns e gostos diferentes. Servi-los de um modo abrangente mas adaptado às suas diferenças é esse o desafio. F&N: O que é mais difícil para um marketeer? RC: Há várias coisas que são difíceis para um marketeer, dependendo da sua formação, das suas características e da sua maturidade. Não com pouca frequência é o ego do profissional o seu principal inimigo e o obstáculo mais dificil de ultrapassar. Eu sei que custa muito admitir um erro, e sei-o pessoalmente pois já errei algumas vezes e algumas foram em circunstâncias cuja digestão foi lenta e algo penosa. Mas se admitir um erro é complicado, mais complicado e dramático é deixar-se levar continuamente no erro sem perceber que o caminho que se segue só conduz ao suicídio empresarial.

Costumo dizer que 25% do marke-ting aprende-se com a teoria e alguma prática académica nos bancos da faculdade. Outros 25% aprendem-se fazendo, com a prática e com a interação dentro da organização, com outras pessoas e outros departamentos. Os restantes 50% da aprendizagem fazem-se com os erros, com os insucessos e com a reflexão sobre eles. Claro que isto é apenas uma opinião minha. Penso que dificilmente encontrará um marketeer, sobretudo dos mais novos, que eventualmente comungue dela. Mas eu felizmente, ainda continuo a cometer os meus erros. F&N: A mente do consumidor, é um desafio? RC: Tremendo. A sua mente é um perfeito labirinto que permanentemente nos coloca novos desafios. Vivem-se tempos muito interessantes para o marketing: repare. Se por exemplo você dirigir o marketing de uma grande corporação e tiver que ir a uma feira em Paris com o seu maior cliente é muito provável que mande marcar passagens aéreas em classe executiva, pois o cliente é importante, se instale num hotel da categoria do Sheraton, peça uma

limousine para as suas deslocações em Paris e que eventualmente agende um jantar com o cliente no Tour D`Argeant e um espetáculo no Lido. A importância do cliente assim o exige e espera-se que um tratamento tão diferenciado possa traduzir-se em mais receita. Agora atente no seguinte. O mesmo executivo que lhe referi, se for confrontado com as férias da sua família e uma visita à Eurodisney muito provavelmente manda marcar umas passagens aéreas na EasyJet, coloca a família num dos vários hotéis Ibis de Paris, viajam de metro pela cidade e alimentam-se no McDonalds e na Pans & Company. A mesma pessoa, em situações diferentes pode apresentar comportamentos diferentes. Porque? Porque o contexto e a velha relação utilidade-valor, são também diferentes. Não são apenas razões económicas que estão na base do sucesso das marcas de distribuidor, que ocupam um espaço de linear de loja cada vez maior e que tem uma presença já muito significativa nos lares portugueses. São também aspetos situacionais e de contexto. E estas questões situacionais e contex­ tuais são um verdadeiro, e simultaneamente, lindo quebra-cabeças para qualquer profissional.

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ALTA DEFINIÇÃO F&N:O que é para si, uma boa campanha de marketing? RC: Vou dar-lhe uma resposta simples. É toda a campanha que cumpre os objetivos para a qual foi desenvolvida. Em matéria de campanhas de marketing, muita tinta se faz correr sobre questões criativas, que são importantíssimas, mas é sobretudo a relação eficácia-eficiência que está em causa.Eficiência significa fazer as coisas bem e incide sobre o domínio das operações. Eficácia significa fazer as coisas certas e incide no domínio do que é estratégico. Uma boa campanha de marketing não pode nunca deixar de ter em linha de conta esta relação. F&N: Atualmente , o marketing é aplicado ao desporto, a cultura, ao digital, etc. Porque essa necessidade? RC: Pela minha experiência não há um único campo ou setor de atividade no qual o marketing não possa ser aplicado ou no qual não possa dar um importante contributo. Os diversos setores de atividade vão gradualmente descobrindo que, qualquer que ele seja, tem sempre um problema em diferenciar uma oferta, junto de uma determinada procura. E esse é um problema central do marketing, daí a emergência de um cada vez maior número de “marketings”: desportivo, digital, cultural, político, religioso, autárquico, para organizações não lucrativas, etc, etc, etc. F&N: Começa-se a falar do Marketing 3.0. Em que difere do 2.0 e 1.0? RC: O 3.0 é um tema proposto por Philip

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Kotler num dos seus últimos livros, creio que no final de 2010. O mestre descreve o marketing 1.0 como aquele em que o marketeer se centra sobretudo no produto, mantendo os seus esforços de planeamento centrados na satisfação da procura. No marketing 2.0 e segundo o seu ponto de vista, que tem marcado a evolução até ao momento presente, os esforços do marketeer centram-se na gestão das variáveis do marketing-mix e dos estudos de mercado com vista à satisfação dos mais diversos segmentos de clientes. Na versão 3.0 do marketing Kotler teoriza em torno da sociedade de informação, do poder do mundo eletrónico , da dinâmica das redes sociais, do maior poder do consumidor, e da necessidade que eles têm em encontrar produtos e serviços que satisfaçam as suas necessidades de idealismo, criatividade e comunidade. Os esforços do marketeer têm assim que ser cada vez mais orientados para o “encantamento” do cliente, transformandoo num verdadeiro fã ou adepto defensor das nossas propostas de valor. No fundo, já desde a década de 90 do século passado, investigadores como Grönross ou Gümmesson nos tem orientado para uma abordagem cada vez mais relacional do conceito de marketing, algo que o conceito de 3.0 de Kotler vem agora também contemplar. F&N: As atenções têm-se voltado muito para os BRIC e para a afirmação de algumas marcas, que se começam a destacar. Como avalia esta “revolução”? RC: Se há pouco menos de 20 anos eu afirmasse que os motores da economia mundial no inicio do séc. XXI seriam a

China, a Índia, o Brasil e a Rússia, certamente que teria sido imediatamente internado num hospício. Mas de facto o processo de globalização e de integração das economias acaba por favorecer a prazo os mercados que maior massa crítica humana possuem proporcionando o desenvolvimento de empresas ou conglomerados gigantescos. E estamos a referir-nos a verdadeiros colossos em termos populacionais. Na China por exemplo a China Mobile, um equivalente à nossa PT, possui nem mais nem menos de 600 milhões de clientes. O gigante eletrónico Huawei produz componentes que praticamente se podem encontrar nos telemóveis e nos smartphones do mundo inteiro. O conglomerado Indiano Tata Corporation, faz a cobertura de um vasto leque de indústrias e está presente nos quatro cantos do mundo. Recentemente adquiriu a Jaguar Land Rover, facto que certamente lhe proporcionará acesso ao domínio tecnológico necessário para a produção de veículos que possam ser aceites na UE, e não esqueçamos que eles são os “pais” do Nano, o carro mais barato do mundo – a indústria automóvel europeia que se cuide. A nossa PT não teria o lugar que tem no setor das telecomunicações se não fora a sua participação no mercado brasileiro, agora através da OI. A Gazprom Russa é uma das maiores empresas energéticas do mundo e abastece de gás grande parte da Europa. Em comum estas empresas têm o facto de serem originárias de mercados com uma ampla base de consumidores. Beneficiando da queda das barreiras aduaneiras o acesso ao mercado global fica facilitado e ameaçam as indústrias europeias e norte-americanas com a sua relação de preço baixo. Mas não estou seguro que a prazo o crescimento destes mercados se sustente como tem vindo a ser até hoje, pelo crescimento em massa das suas exportações. Haverá certamente um ponto de inflexão. As nossas indústrias irão sofrer, e algumas ser varridas do mapa, se não reagirem. A Philips por exemplo, está a fazer um trabalho muito interessante na Índia, vendendo fornos a pilhas para a culinária doméstica, a um preço incrivelmente baixo – cerca de 5 dólares por forno – e a prestações tentando captar uma ampla fatia do mercado de consumidores com recursos mais escassos, que nesse País

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ALTA DEFINIÇÃO são uns larguíssimos milhões de consumidores. F&N: As publicações e anúncios impressos estão condenados ao desaparecimento? Faz sentido? RC: Um responsável da Google também afirmava há tempos que os PC´s iam desaparecer e que os tablet os substituiriam. Alguém ligado à Nokia vaticinou também que o futuro da internet passa pelos smartphones. Tenho em opinião que algumas afirmações se produzem porque “dão um certo jeito” serem ditas. Quando o “Office automation” e a internet começaram a afirmar-se no mercado ouvi várias vezes e li vários artigos que antecipavam o fim da “era do papel” o “enterro dos livros”, etc. O que é certo é que já passaram mais de 20 anos e a realidade contradiz o que se profetizara. A procura de papel duplicou nesse período com taxas de crescimento médio de 3% ao ano. O aumento do material de embalagem e de papel de impressão, tem crescimentos bastante superiores à média. Diariamente são editados no mundo inteiro cerca de mil novos títulos de livros. Só nos EUA e na Inglaterra são 100 mil novos livros por ano. A quantidade de informações produzidas de 1970 até hoje é maior que a produzida ao longo dos últimos 5 mil anos. E como referia Jack Trout num dos seus livros, uma edição do jornal The New York Times contém mais informação do que um Inglês médio que viveu no século XVII depararia em toda a sua vida. A moderna impressão digital que possibilita a edição de tiragens menores de material impresso a um custo extremamente competitivo fez crescer a produção de cartazes, posters e folhetos publicitários. Hoje em dia não há restaurante ou pastelaria que não os tenha. Penso que estas pequenas indicações são capazes de nos fornecer indícios opostos aos que a questão nos coloca. Mas enfim, como se costuma dizer, o futuro a Deus pertence. F&N: São muitas as marcas adeptas do “e-commerce”. É uma tendência a seguir? RC: E creio que incontornável. A uma primeira fase caracterizada por um

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“não-se-saber-bem-o-que-fazer” face à internet segue-se uma de verdadeira euforia pela net e pelas redes sociais. As marcas e os fabricantes estão a articular melhor as suas políticas on-line com as suas políticas off-line. É preciso perceber que estar on-line pode ter implicações para o atual modelo de negócio, podendo mesmo ser contrário a ele, ou colocar em causa o modelo que se prossegue. F&N: Quer deixar alguns conselhos para os marketeers que nos acompanham? RC: Em primeiro lugar: coloquem em causa os vossos saberes. Chega uma altura com o passar dos anos e com a rotina que o marketeer se sente perfeitamente seguro que domina tudo e todas as variáveis do negócio. É um pouco como quando tiramos a carta de condução. Chega um momento em que já conduzimos à vontade com uma mão no volante e o ombro de fora. Geralmente é nesse facilitismo que surge o nosso primeiro acidente. Inculquem nos vossos espíritos que nunca se sabe tudo e que há sempre coisas novas a acontecer. Em segundo lugar: tenham a certeza de que o que antes funcionou bem, não funcionará para a próxima. As circunstâncias de mercado podem repetir-se, mas as condições são diferentes, os atores são outros, a dinâmica das relações é outra, o consumidor tem novos argumentos. Preparem-se para ter que enfrentar novos desafios e aplicar uma maior criatividade nos processos de trabalho. Em terceiro e último lugar: o marketing não é uma ilha. Alguns insucessos de marketing e de marketeers reside na arrogância com que encaram a supremacia da sua função face a outras funções organizacionais. O marketeer de sucesso é um integrador de vontades capaz de dialogar e sentar a uma mesma mesa, produção, vendas, finanças, logística e recursos humanos, orquestrando consensualmente as posições de cada um no sentido da partilha e do trabalho comum de desenvolvimento de produtos ou serviços, definição de políticas de marketing-mix, planeamento comercial e de perfis de competências. É uma tarefa hercúlea, dificil e consumidora de tempo, mas é a única forma de fazer vingar o marketing transversalmente numa organização.

Curriculum Nome: Rui Manuel Nunes Cruz Idade: 52 anos Formação: Licenciado em Comunicação Empresarial com um MBA em Prospetiva Estratégica, é Doutorado em Dirección de Empresas y Gestión de Marketing pela Universidade de Sevilha Percurso: Trabalhou durante 13 anos em agências de publicidade internacionais empresas como a Renault, Philips, Itt, BCP, MercedesBenz, Pepsico, Gilette, Warner-lambert, Seiko. Foi diretor de marketing do Banco Pinto & Sotto Mayor e de empresas do mercado de capitais do grupo Champalimaud durante a década de 90. Entre 2000 e 2008 foi gerente e administrador de empresas de consultoria de gestão e de formação, trabalhando para empresas de vários sectores de atividade. Desde 2001 que se dedica ao ensino superior e à investigação. Atualmente é professor auxiliar do ISLA Campus Lisboa (Laureate International Unirvesities. Filosofia: A Vida é uma Maratona, é preciso nunca desistir. O que não nos mata torna-nos mais fortes.

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À LUPA

Estratégia: Posicionamento, Diferenciação, Segmentação por Carlos Sá, Administrador Ensivest

Um dos aspetos mais fascinantes da estratégia, principalmente da estratégia de marketing é a criação daquilo que habitualmente se denomina de binómio produto/mercado. Falamos essencialmente da construção de uma relação entre o produto que vamos lançar, ou já temos lançado, e o mercado para o qual ele é dirigido. Para que está relação tenha sucesso é essencial pensar em três conceitos: posicionamento, segmentação e diferenciação. Por posicionamento devemos entender qual é forma como queremos que o nosso produto seja entendido no mercado. Já a segmentação consiste na determinação da parte dos clientes/consumidores que nós achamos mais sensíveis para a utilização/aquisição da nossa oferta. A diferenciação será determinada pela parte da nossa oferta que claramente se destaca em relação aos concorrentes. As empresas, através dos seus produtos ou marcas, muitas vezes não conseguem construir as suas estratégias de forma coerente e o que encontramos são algumas desconformidades entre o posicionamento do produto, o segmento alvo que ele realmente

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é capaz de servir e sem qualquer elemento diferenciador. Estar orientado para o mercado não é apenas “fingir” que ouvimos os clientes ou que atendemos as suas necessidades ou reclamações. Precisamos de descobrir as verdadeiras motivações dos consumidores, oferecer algo diferente. Encontro muitas vezes, nas empresas que tenho oportunidade de contactar o seguinte diagnóstico: “o nosso problema está na comunicação!”. Na verdade o que as empresas querem dizer com isto é: “não temos claramente definido a matriz de posicionamento, segmentação e diferenciação do nosso produto!”. E lá continuam a gastar dinheiro (agora cada vez menos) com a tentativa de solucionar o problema de comunicação quando a questão é prévia e está na identificação: para quem e o quê devo comunicar. A solução para esta questão passa pela aposta clara no desenvolvimento da função marketing, não apenas como ela muitas vezes é (mal) vista, confundida com apenas comunicação. A “framework” da função marketing passa por muitos mais aspetos: entender os mercados através dos estu-

dos e analises, desenvolver uma estratégia para as marcas, implementar ações de marketing (produtos, vendas, promoções, campanhas, canais de venda,...), medir resultados, gerir a notoriedade e reputação das marcas,… Muitos dirigentes e presidentes de empresas costumam dizer... “em tempos de crise, investe-se em marketing…” é um bom ponto de partida para o futuro próximo, o que temos de refletir é o que entendemos por “marketing”. Por mim, posicionamento, segmentação e diferenciação são estratégias de marketing essenciais em qualquer negócio.

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incentivos

BIZMIX o que é o bizmix? É um produto de incentivo à criação de negócio e próprio emprego.

A QUEM SE DESTINA? É dirigido a todos, que tendo uma ocupação ou não, pretendam pôr em prática uma ideia, um projecto pessoal.

QUEM PROMOVE O BIZMIX? A Visar, uma empresa de consultadoria empresarial, com sede em Viseu que conta com o apoio da Escola de Negócios das Beiras.

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2 – PACK CANDIDATURA/ INVESTIMENTO Elaboração e entrega da candidatura a uma fonte de financiamento: IEFP, IAPMEI, IFAP,Bancos.

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COMO ADERIR?

Telefone: 808 203 543 geral@bizmix.eu www.bizmix.eu

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à lupa

Case Study: A Patagonia Inc. por Ricardo Andrade, Formador/Docente do Ensino Superior

Existem poucas empresas no setor do comércio a retalho com o objetivo basilar de promover a educação ambiental. Uma dessas empresas é a americana Patagonia Inc. A sua cultura - desde as normais decisões diá­ rias de negócios, até a normal contratação de pessoal - é pautada pelo compromisso de desenvolvimento ambiental, moral e ético da sua atua­ção no mercado e que envolve também os seus colaboradores. A Patagonia é uma empresa de equipamentos de desportos radicais. Começou na década de 1980 quando o seu CEO, Yvon Chouinard, começou a procurar maneiras de proporcionar a venda de equipamentos de desporto com efeitos menos nefastos para o meio ambiente. Começou primeiro com o desenvolvimento de pitons alternativos aos habituais pitons de ferro usados nas botas dos alpinistas, depois passou ao desenvolvimento de calços de alumínio especiais usados nas escaladas pelos alpinistas e que permitiam a sua recolha rápida das rochas onde eram colocados. Rapidamente a empresa se tornou num caso de sucesso a nível mundial com 39 lojas em sete países e com um volume de negócios anual superior a trezentos milhões de dólares. Esta empresa está focalizada em fazer os melhores produtos procurando causar o menor dano possível ao meio ambiente. Na sua declaração de compromisso, redigido pelo próprio Yvon Chouinard em conjunto com os seus colaboradores pode ler-se: "A Patagonia existe para inspirar e implementar soluções de negócio para a crise ambiental." O seu foco sobre a qualidade e sobre as questões am20

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bientais permitiu-lhe inovar em muitas áreas. Produtos revolucionários, vestuário de qualidade e garantias férreas permitiram-lhe também ganhar a fidelização de muitos clientes. Um dos seus princípios passa por desencorajar os próprios clientes a não comprar produtos supérfluos. A empresa recicla, sempre que possível, incluindo os seus próprios vestuários e o de outras marcas e utiliza apenas algodão orgânico, para minimizar a poluição causada pela produção de algodão tradicionalmente oriundo de processos de química intensiva. O seu centro de distribuição de 170 mil metros quadrados, em Reno, Nevada usa um sistema de painéis solares para reduzir a poluição por via da produção de eletricidade para a iluminação tendo sido também instalado um sistema de energia solar na sua sede, em Ventura, Califórnia. Um dos elementos chave do sucesso desta empresa americana é a forma como procura promover "o sucesso psicológico" dos colaboradores através do desenvolvimento de um trabalho considerado significativo e de flexibilidade no desempenho normal das tarefas. A satisfação dos colaboradores é estimulada, entre outras, através de formas de horário de trabalho flexíveis e da implementação de diversos “fringe benefits” acessíveis a todos os colaboradores. Além destes benefícios, outras políticas inovadoras ajudam a Patagonia a assegurar que os seus trabalhadores mantenham a mesma atitude e paixão pelos seus programas ambientais. Por exemplo, as novas contratações podem optar por uma manhã de aulas de surf durante o seu período de integração que dura três

dias ou ainda permitir aos colaboradores definir os seus próprios horários de trabalho baseado na filosofia de Yvon Chouinard (e título do seu livro): "Let My People Go Surfing", permitindo o equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional. Quando é preciso trabalhar a exigência também é grande mas os resultados são mais eficazes: a empresa exige trabalho duro, criatividade, colaboração e resultados, e não manter nos seus quadros aqueles que não produzem. Os colaboradores que fazem parte dos quadros da Patagonia por mais de um ano podem solicitar licenças até dois meses para trabalhar como voluntários em tempo integral para grupos sem fins lucrativos na área ambiental. No regresso, esses colaboradores são convidados a apresentar um relatório em vídeo que é exibido posteriormente aos outros colaboradores de modo a mantê-los atualizados sobre tudo o que é feito em matéria ambiental. Todos os colaboradores são também convidados a participar em conferências patrocinadas pela empresa que ensinam a desenvolver determinadas “core skills” em áreas tão díspares e importantes para a empresa como o desenvolvimento organizacional ou o marketing de cariz ambiental. Considerada uma das principais empresas nos EUA para se trabalhar pela revista Fortune, a reputação da Patagonia é tal que não tem de gastar muito dinheiro para recrutamento de novos colaboradores. Por isso é um verdadeiro case study para investigadores das áreas do desenvolvimento organizacional e da gestão.

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Não dispensa a consulta da informação pré-contratual e contratual legalmente exigida.

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especial dia da criança

Dicas de Segurança por Isilda Rodrigues, Educadora de Infância

E por falar em Seguros… …nunca é demais lembrar a Segurança das nossas Crianças. Não é apenas pelo facto de Maslow ter colocado a Segurança na segunda linha base da sua pirâmide de necessidades humanas. Não é também pelo facto de assistir a trágicas aberturas de notícias na TV. O que me preocupa mesmo, sinceramente, é ver crianças no meio de tristes acontecimentos relacionados com segurança, ou melhor, com falta dela. E a responsabilidade é nossa, adultos. É nossa em casa, na rua, na escola, no trânsito ou na internet. Quanto à Segurança na Escola é sempre bom lembrar: - Devemos conhecer os horários escolares dos nossos filhos - Devemos conhecer os percursos de ida e volta da escola, bem como os locais de brincadeira e não alterar trajetos - Conhecer nomes e contactos dos colegas e amigos. - Lembrar as nossas crianças que não devem aceitar boleias de desconhecidos - Ensiná-los a não mostrar que os nossos filhos trazem dinheiro ou valores - Ensiná-los a não aceitar ofertas de desconhecidos - Ensiná-los a pedir ajuda em caso de necessidade e se for o caso, gritar. - Explicar aos nossos filhos os significados dos sinais de trânsito e as regras mais básicas. Se os nossos filhos cumprirem estas regras, estarão certamente em Segurança na Escola.

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ponto de vista

O Keims, o Keims Duplo, o Corte e o Corte Duplo por José Rodrigues, Sócio-Gerente Visar

A minha geração lembra-se bem de jogar ao Keims. Os mais distraídos chamavam-lhe Keips. Um jogo de cartas fantástico. Quatro jogadores, duas equipas de dois jogadores. Quatro cartas para cada um (retiradas do molho espalhado na mesa), com o objetivo de conseguir um grupo de quatro cartas do mesmo valor, antes da outra equipa. Fazer um sinal ao parceiro para este dizer “Keims“ – Queime-se! Pontos para ganhar de várias formas – Através do Keims, através do Keims duplo (os dois parceiros ao mesmo tempo – dois pontos) e o Corte – um jogador que se aperceba de qualquer sinal entre os parceiros adversários deverá antecipar-se e dizer Corte ou Corte Duplo antes do Keims ou Keims Duplo contrário, ganhando assim o ponto ou pontos. Este jogo tem uma particularidade muito especial que o diferencia de todos os outros jogos de cartas – Existe liberdade para criação de sinais entre os parceiros e podem ser combinados no fim de cada jogo, tendo em vista o próximo. Podem ser criados sinais assentes em qualquer um dos sentidos humanos – um piscar de olho, um assobio, um estalar de dedos ou um suspiro… Podem igualmente ser criados sinais falsos para atrair os adversários a um falso Corte, ou simplesmente, criar sinais relacio-

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nados com as características de cada um. A mesa de jogo é a que for, a sorte dita as cartas, as regras são definidas. Nada de novo. A verdade é que, em oposição à grande maioria dos jogos de cartas, a vitória ou derrota nos jogos dependerá da sorte apenas numa pequena percentagem. No Keims, os louros dependerão da qualidade dos sinais pessoais, dos gestos, postura corporal e da apetência para simulações, mas sobretudo da força da atitude com que os colocamos esses sinais ao serviço. Os perdedores não poderão lamentar-se da sorte e dos outros. Poderão apenas lamentar-se de si próprios. Os vencedores serão premiados pela maior capacidade de manusear as ferramentas – cartas, pela maior qualidade do trabalho em equipa – mecânica, mas, sobretudo para maior capacidade de colocar características pessoais ao serviço da equipa. Há vitórias e vitórias. As individuais e as coletivas. As que dependem apenas da sorte. As que dependem da sorte e do trabalho individual ou em equipa. Depois temos as outras vitórias. As que têm mais sabor. Aquelas que para serem conseguidas juntam a um pouco de sorte e ao trabalho de equipa muito talento pessoal. E quando este talento pessoal engloba um conjunto de

sinais criativos percetíveis pelo (s) restante (s) membro (s) da equipa de tal forma a garantirem o sucesso, as vitórias tornam-se de tal forma saborosas que fazem de imediato nascer uma vontade enorme do aparecimento de outras. A satisfação por ganhar um jogo, um concurso ou uma venda terá um tamanho semelhante ao nosso empenho em pormos ao serviço da equipa os nossos sinais pessoais e, dependendo da tarefa em que estejamos embebidos ou da equipa em que estejamos integrados, esses sinais podem apenas ser um gesto de afeto, um sorriso ou uma manifestação de agradecimento, desde que exteriorizados do nosso melhor. Igualmente diminuiremos os verdadeiros ou falsos fantasmas promovidos pelos nossos adversários em qualquer uma das áreas, diminuindo a assombração da derrota. Com o grito de Keims o jogo acaba. Vence-se e festeja-se. Com o reconhecimento de que os sinais transmitidos individualmente foram efetivamente percecionados por toda a equipa a vitória será muito mais substancial e muito mais carregada de motivação. Preocupemo-nos então em entrar em competição – dela não poderemos fugir - sempre com a preo­cupação da emissão dos nossos melhores sinais! Depois dessa emissão, verificar a sua chegada aos nossos parceiros em corretas condições. Depois vencer!

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notícias Workshop CLOWN: Desenvolvimento Pessoal Este Workshop a realizar no dia 1 de julho , das 14h às 18h, tem como objetivo principal desenvolver o auto conhecimento. Através de uma desaprendizagem mental, ou seja, pela desconstrução consciente dos padrões de comportamento e de reação repetitivos da mente humana. A observação desses padrões é estimulado através de exercícios orientados, onde cada um é levado a observar o que sente e o que se processa no seu interior diante de um público, na tentativa de encontrar o “eu” verdadeiro capaz de se rir de tudo aquilo que mais o perturba. Eis alguns temas abordados: “o medo da exposição em público – a observação consciente; desinibição, imitação e confronto; confiança e feedback; honestidade e sinceridade; vulnerabilidade e responsabilidade; fracasso e sucesso – como lidar; níveis de emoções; improvisar=viver”. Para mais informações contacte-nos pelo telefone 232 415 999 ou através do email: geral@escoladenegocios.com

Expo-Oportunidades, Viseu A V edição da Expo - Oportunidades decorreu entre os dias 19 e 22 de maio, no Pavilhão de Multiusos de Viseu. Como objetivos, este certame pretendeu aproximar a oferta e a procura de emprego; estimular e reforçar a empregabilidade; desenvolver o conceito [e respetiva aplicabilidade] de empreendedorismo nos jovens e nos “jovens há mais tempo”; partilhar oportunidades de negócio, etc. A Visar e a Escola de Negócios das Beiras estiveram presentes aproveitando para dar a conhecer o BIZMIX e sensibilizando os participantes para a importância da criação do próprio emprego.

Workshop SPIDER: um sucesso! O Workshop “SPIDER- Como definir objetivos irresistíveis” aconteceu no passado dia 26 de maio , e contou com a presença de Ricardo Peixe, coach certificado e formador da LifeTraining. O principal objetivo do Workshop foi despertar os presentes para a importância de ter objetivos definidos, quer a nível pessoal, quer a nível profissional. Numa primeira fase foi analisada a “Roda da Vida”, que transmite as diferentes áreas da nossa vida: Prática, Emocional, Mental, Financeira e Espiritual. Com a intervenção de todos os participantes e com a análise de casos práticos, foi explorado o método SPIDER e reforçado cada passo para cumprir os objetivos definidos com sucesso e de forma completa. O feedback dos participantes foi muito positivo, classificando o workshop simplesmente como “Inspirador” e “Muito Bom”.

Faça os seus seguros na internet, com a Visar Procurando “a satisfação total do cliente” a Visar Mediação de Seguros e a Liberty Seguros desenvolveram um site onde é possível fazer, segura e comodamente, as suas apólices. No site https://clientes.libertyseguros.pt/visara/, encontrará toda a informação necessária para o seguro que pretende efetuar e ainda a possibilidade de fazer o mesmo online. 24

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breves China: uma oportunidade para as empresas portuguesas A China tem-se revelado uma grande oportunidade para as empresas, contudo é preciso saber analisar este mercado de consumo e desenvolver uma estratégia de valor. Segundo a diretora do instituto de investigação económica Megratrends Ásia, é importante que as empresas nacionais apostem na internet e nas cidades médias, que ainda não estão no radar. Isto porque, nas grandes cidades, as maiores marcas mundiais disputam os cerca de 10% dos 1,5 mil milhões de chineses que chegam ao fim do mês com dinheiro para gastar.

Índice de produção industrial desacelera em abril O Índice de Preços na Produção Industrial registou uma taxa de variação homóloga de 6,5% em abril (6,9% em março ). As variações mensal e média dos últimos 12 meses situaram-se em 0,7% e em 5,0%, respetivamente (0,8% e 4,8% em março ). A secção das Indústrias Transformadoras apresentou uma variação homóloga de 6,4%, inferior em 0,6 pontos percentuais à observada no mês anterior. As variações mensal e média dos últimos 12 meses, nesta secção, fixaram-se em 0,6% e 4,8% (1,0% e 4,6%, respetivamente , em março ).

Taxa de juro e prestação média no crédito à habitação mantêm tendência crescente A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação aumentou, em abril , 0,032 pontos percentuais (p.p.) relativamente ao mês anterior, fixando-se em 2,195%. Face a junho de 2010 (mês em que se verificou a taxa mais baixa da série) o acréscimo acumulado fixou-se em 0,392 p.p.. O valor da prestação média vencida foi 264 euros, montante superior em 1 euro ao observado no mês anterior. Nos contratos celebrados nos últimos 3 meses, a taxa de juro implícita foi 3,194%, apresentando um acréscimo de 0,087 p.p. face a março . Comparativamente a abril de 2010, mês em que se atingiu a taxa mínima da série, o aumento acumulado foi 1,162 p.p.. Para este tipo de contratos, o valor médio da prestação vencida situou-se em 337 euros, menos 11 euros que em março .

Projeto Portugal 2 O projeto multimeios Portugal2, que procura potenciar o valor das marcas portuguesas e democratizar o acesso à publicidade, reúne até ao momento mais de 60 marcas, representando 50% do espaço publicitário disponível da empresa. E são de diversos setores as insígnias participantes no projeto , desde o lar e decoração, passando por farmacêuticas, viagens e turismo, produtos de grande consumo, serviços de marketing e comunicação, higiene do lar e telecomunicações.

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crónica

Executar por Rui Pio, Gestor Liberty Seguros

Realizar, levar a efeito, pôr em prática, cumprir, fazer, … Acho que nunca, como hoje, esta simples palavra tem de estar em cima das nossas mesas e na nossa mente. Mas é aqui que tem residido o nosso maior problema. É que é algo que permanentemente não sai das nossas mesas e da nossa mente. Só reside mesmo aí. É algo que tem de passar para as nossas AÇÕES . Salvo honrosas exceções Nacionais, o FAZER é algo que não está ainda enraizado. São muitas as reflexões, teorias, projetos , etc., etc., etc., e no fim nada do que estava objetivado , aconteceu e na maioria das vezes nunca foi superado. Vem isto a propósito da leitura que fiz do memorando da Troika. Uma das preocupações que tive foi ler integralmente o mesmo e do meu ponto de vista, felizmente, não li nem vi nada de novo, … penso eu! Nada que, acho eu, os nossos governantes não saibam há muito tempo que era necessário FAZER. Com as exatas metas que agora nos são impostas em períodos muto curtos. E o que vai acontecer? Vamos voltar a ser enganados? Vamos voltar a sonhar com um Oásis plantado à Beira do Mar ou vamos construir as bases para que esse Oásis seja mesmo possível? 26

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Por falar em ser enganados, confesso que esse é, e sempre será o meu maior receio, quer ao nível dos nossos governantes quer ao nível empresarial. Os nossos compromissos sejam eles Nacionais ou empresariais podem ser construídos com base na verdade, na urgência da ação , do FAZER e não com base na mentira e com base no delapidar das bases sustentadas para um futuro mais risonho, para o Oceano Azul que todos desejamos e podemos ter. Mas as metas servem para quê? Espero sinceramente que não sirvam para um “trabalhar” de números que em cada trimestre poderão vir a parecer risonhos e para mais tarde nos dizerem que afinal não estavam bem, que fomos enganados... Por isso, é fundamental um rigoroso controlo das metas e criar nesse controlo um saudável hábito de trabalho, de rotina. E, se somos ou deveríamos ser ambiciosos, as metas são para ser ultrapassadas… E se nada acontecer?! Executar… … castigar em cumprimento da lei. Eis outro significado da palavra que deu título a esta crónica. Admirados?! Espero que não pois muitos de nós pensamos desta forma. Demasiado duro? Acho que não.

Fazer, controlar, Premiar quem realiza e também “castigar” quem não cumpre. Eis algo que tem faltado. Quando se fala em “castigar” podemos estar a falar em regalias, remunerações, exonerações definitivas de certos cargos, e em situações de verdadeiro dolo de gestão danosa em penas efetivas à luz da Lei. Tudo ou quase tudo tem passado impune! Tudo ou quase tudo tem acabado por morrer sem se saber o seu final… Tudo ou quase tudo tem acabado por desaparecer sem se saber o resultado final. Na maioria das vezes por erros de processo, excesso de tempo, etc. Por isso…, CONJUGUEM O VERBO executar enquanto agem!

EXECUTO! EXECUTAS! EXECUTA! EXECUTAMOS! EXECUTAIS! EXECUTAM!

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Ponto de vista

O Advogado, o Juiz e o Petiz por Fátima Mendes, Advogada

Exercer advocacia, na verdadeira aceção da palavra, é, de facto, nobre. É uma profissão que se abraça por convicção e com grande espírito de dedicação. Longe vão os tempos em que ser causídico era sinónimo de futuro risonho e abastado. Agora, um advogado que é advogado stricto sensu, no meio de tantos milhares neste país, dificilmente enriquece. Há os que vingam por capacidade e mérito próprios – a larga maioria, felizmente -, mas também os há que são procurados pelos clientes justamente porque aliam a tão digno ofício práticas menos curiais, que pouco ou nada têm a ver com tal. Os outros, se tiverem sorte tornam-se assalariados de congéneres, senão têm de arranjar meios alternativos de ganhar o sustento. E é no âmbito desta realidade que têm surgido, de há uns anos a esta parte, Senhores Juízes e Procuradores, que concorreram ao Centro de Estudos Judiciários (C.E.J.), não porque a sua vocação e apetência assim o ditaram, mas sobretudo para garantir um bom salário e regalias vedados ao comum dos profissionais liberais. Alguns ainda chegaram a exercer advocacia e o resultado não foi o esperado. Efeito: há que estudar muito, muito, entrar no C.E.J. e sair de lá Magistrado. Até aqui nada a opor, pelo contrário: faltam (bons) juízes e procuradores e a formação nunca fez mal a ninguém. E é igualmente meritório lutar por uma vida financeiramente mais tranquila. Agora, o que o C.E.J. não ensina,

junho de 2011

por vezes falha a estes senhores magistrados; empinaram milhares e milhares de páginas na faculdade (tal como nós, simples advogados); e continuaram a empinar nesta 2ª etapa da sua formação. Mas há, indubitavelmente, uma faceta da sua arte que ou têm ou não têm: sensibilidade e bom senso. Pessoalmente, é o que mais desejo encontrar num juiz ou procurador, a par da competência: normalidade. E o mais curioso é que não são os bons magistrados quem assume posturas arrogantes e autistas; estes procuram a conciliação, o encontro de interesses e, caso tal não seja possível, decidem de forma isenta e idónea. Sem se preocuparem demasiado com estatísticas, com “despachar” processos…os outros, arreigamse reiteradamente à sua pretensa posição de supremacia proces­ sual (em muitos tribunais, os magistrados até estão sentados um degrau acima dos advogados…)

para decidir a seu bel prazer, para fazer “chover no molhado” e assim encravar a vida a muitas pessoas que desgraçadamente tiveram de recorrer à via judicial, tudo em nome de formalismos que aprenderam e não sabem ou querem adaptar a cada caso concreto que têm em mãos. E a insensibilidade e falta de dedicação é sobretudo gritante em matérias tão delicadas como menores e família. Crianças que esperam, pais que desesperam por uma decisão que tarda em ser tomada, pois o seu caso é apenas mais um caso e não há que atender a especificidades nem urgências. Revolta. E o que é que nós, advogados, devemos fazer? Denunciar, sem dúvida. Para onde? Bem sabemos. E as consequências? Pois…

Formação&Negócios 27


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