31 Dias Vocacionais

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Idealização e Textos Álvaro Fernando Loureiro Jorge Luis Vargas dos Santos Fabrício Barbosa da Fonseca Ir. Demilton Barbosa dos Santos Ir. Dener Rodrigues de Souza Ir. Fábio Soares do Nascimento Ir. Gustavo Pinto Gomes Ferreira Ir. James Pinheiro dos Santos Ir. Joílson de Souza Toledo Ir. Paulo Henrique Martins de Jesus Luciene Borges Ortega Margareth Maria Araújo Mendes Marydelman Ilário de Lucena Raquel Pulita Andrade da Silva Washington Gullit da Silva e Silva Produção Editorial Coordenação de Marketing da UBEE-UNBEC Diagramação e Projeto Gráfico Joaquim Rodrigues dos Santos


Apresentação “Somos quem podemos ser, sonhos que podemos ter.” Engenheiros do Hawaii

Você já parou para pensar nos sonhos, na sua vida, nos seus projetos? Quanta coisa bonita você pode construir, pode fazer brotar, pode transformar... Entretanto, é preciso se atentar ao cotidiano, aos apelos que a vida nos faz, às escolhas que nos deparamos diariamente. Falar dessas coisas é falar de vocação, de chamado, opção e projeto de vida. Fomos acostumados, ao longo dos tempos, a pensar a vocação apenas como escolha de um modo de vida – Padre, Irmã, Irmão, por exemplo – e nos esquecemos de olhar para ela em sua plenitude, em falar de vocação como chamado de Deus, de dom da vida, de sonho de Deus para nós em vista da nossa felicidade. Nesse sentido, queremos apresentar a você este material dedicado à reflexão sobre o tema, construído a muitas mãos. Mãos de jovens e daqueles que os acompanham na caminhada para a construção do projeto de vida. Ele foi pensado, também, a partir de outras experiências da Província Marista Brasil Centro-Norte: 31 dias com Maria, 31 dias com São José e Junho com Champagnat. É um subsídio de fundamentação e, mais ainda, de vivência do chamado que, no mês de agosto, somos convidados a retomar.


A publicação “31 Dias Vocacionais” quer ajudar as Unidades Maristas – Comunidades, Colégios, Faculdades, Obras Sociais, Centros de Juventude, entre outros, a refletir diariamente sobre esse aspecto importantíssimo na vida de todo cristão: a vocação. A proposta é de um material diário, na linguagem juvenil, que sirva de instrumento para as orações transmitidas nos equipamentos de som das Unidades, nas reuniões grupais da Catequese, PJM, MChFM, Núcleo Vocacional, equipes, grupos de jovens das comunidades e demais espaços. Queremos que ele seja um instrumento de reflexão vocacional e contribua, significantemente, na vida de inúmeras pessoas, em especial na dos jovens. O Deus da vida, Maria, mãe das vocações, e São Marcelino Champagnat nos ajudem na vivência e partilha da nossa vida, sonhos e vocação.

Ir. James Pinheiro dos Santos



1. Tema: Coração aberto para acolher o desejo de Deus em minha vida As coisas que acontecem na vida, mesmo as mais simples, têm sentido e significado para cada um de nós. Por exemplo: o abrir os olhos no início de mais um dia de muito estudo, trabalho, descanso, diversão, namoro, etc. Durante o dia, acontecem coisas e fatos concretos que mexem com os nossos pensamentos, sentimentos, desejos e muitas inquietações, que chegam ao nosso coração. Podemos fazer analogia com a água de um rio, que passa. Uma vez que passa, não volta a correr debaixo da mesma ponte. O rio tem um caminho, ou melhor, uma missão a cumprir, que é chegar a seu destino: desaguar no mar, matar a sede de muitos animais e pessoas, dar vida a seres que necessitam dele pra viver. Em nossa vida acontecem coisas, que vão e jamais voltam. Outras são desviadas pelas pedras que existem debaixo de nossas pontes. Devemos olhar a água que passa debaixo da ponte com um olhar diferenciado, observando o sentido que existe em tudo isso, e fazer um paralelo com o sentido que a vida tem. Além de sentido, a vida tem objetivos, nossos pessoais e de Deus, para cada um de nós. Temos também desejo de ser mais, colocando-nos à disposição para ajudar as pessoas que nós amamos. Qual é o desejo de Deus pra cada um de nós? Será que não temos missão, sonho, um desejo de Deus a cumprir? Estamos apenas vivendo por viver e fazendo o bem por fazer? O desejo de Deus é muito íntimo. Ele faz o convite a cada pessoa. Cabe a nós ouvir esse chamado. Chamado


a viver, trabalhar, respirar, sentir, falar, namorar, amar, se apaixonar, a ser feliz. “Ficai atentos”, pois esse convite pode vir a nós de várias formas e jeitos, e a qualquer momento. Só vamos conseguir ouvi-lo se estivermos atentos e de coração aberto.

2. Texto iluminativo para oração: Lc 1, 26-38 3. Para aprofundar o tema:  Quais são os seus desejos? Está atento a eles?  Diante das coisas que vão acontecendo na sua vida, como vai reagindo? Como está o seu coração?  Quais são os desejos de Deus para a sua vida? Está de coração aberto para acolhê-los, como o fez Maria?

4. Música: Desejo Flávia Wenceslau Eu te desejo vida, longa vida Te desejo a sorte de tudo que é bom De toda alegria ter a companhia Colorindo a estrada em seu mais belo tom

Eu te desejo a chuva na varanda Molhando a roseira pra desabrochar E dias de sol pra fazer os teus planos Nas coisas mais simples que se imaginar E dias de sol pra fazer os teus planos Nas coisas mais simples que se imaginar


Eu te desejo a paz de uma andorinha No vôo perfeito contemplando o mar E que a fé movedora de qualquer montanha Te renove sempre, te faça sonhar Mas se vier as horas de melancolia Que a lua tão meiga venha te afagar E a mais doce estrela seja tua guia Como mãe singela a te orientar

Te desejo a sorte de tudo que é bom De toda alegria ter a companhia Colorindo a estrada em seu mais belo tom Eu te desejo a chuva na varanda Molhando a roseira pra desabrochar E dias de sol pra fazer os teus planos Nas coisas mais simples que se imaginar

Eu te desejo a paz de uma Eu te desejo mais que mil andorinha amigos No vôo perfeito A poesia que todo poeta contemplando o mar esperou E que a fé movedora de Coração de menino cheio de qualquer montanha esperança Te renove sempre, te faça sonhar Voz de pai amigo e olhar de avô Mas se vier as horas de Coração de menino cheio de melancolia esperança Que a lua tão meiga venha Voz de pai amigo e olhar de avô te afagar Eu te desejo vida, longa vida E que a mais doce estrela


seja tua guia Como mãe singela a te orientar Eu te desejo mais que mil amigos A poesia que todo poeta esperou Coração de menino cheio de esperança Voz de pai amigo e olhar de avô Eu te desejo a chuva na varanda Molhando a roseira pra

desabrochar E dias de sol pra fazer os teus planos Nas coisas mais simples que se imaginar E dias de sol pra fazer os teus planos Nas coisas mais simples que se imaginar E dias de sol pra fazer os teus planos Nas coisas mais simples que se imaginar...

5. Oração: Senhor da vida, ajuda-nos a ir sempre, em busca daquilo que tu queres de mim. Senhor! Conserva em mim águas puras que sempre estão em busca de encontros. Senhor! Dá-me um coração puro e bondoso, semelhante ao de Maria, para sempre dizer Sim ao que tu queres de mim.


1. Tema: Deus age por intermédio do amor! Toda pessoa que já passou pela experiência de apaixonar-se, sabe que esse acontecimento modificou a vida em algum aspecto. O amor nos faz enxergar o mundo de outra forma. À medida que nos abrimos para ele, somos capazes de ver o outro como ser de sentimentos; e o melhor ainda: podemos ser recíprocos, deixarmo-nos ser amados também. O amor é inerente ao ser humano. É algo que nos transforma, mexe com nossa estrutura. É difícil descrever a experiência de apaixonar-se; faltam-nos palavras. Muitos apaixonados preferem traduzir seus sentimentos por meio de músicas, poesias... Também pode acontecer de estarmos apaixonados sem sabermos. Mas algumas reações, porém, podem nos sinalizar. Por exemplo, ao ver ou pensar na pessoa amada, o gostinho bom que vem à boca, batidas mais aceleradas do coração, frio na barriga, pernas bambas. Que ama alegra-se no encontro com a pessoa amada; o tempo passa sem que ambos percebam. E, mesmo depois de muito tempo juntos, vem o sentimento de que foi pouco, a sensação de não ter dito tudo o que estava no coração... Quem ama sente saudade. Quando estamos distantes da pessoa amada, sentimos sua falta, vontade de estar


junto, de ver. A relação de amor é uma relação de bem querer; a pessoa que ama, luta pela felicidade da outra. Deus age por intermédio do amor. Toda experiência de amor é experiência de Deus. “Deus é amor, arrisquemos viver por amor. Deus é amor, Ele afasta o medo!” (Mantra). Desde a nossa criação Deus vem nos modelando com seu amor, assim como podemos rezar em Jr 18, 1-6; “Como barro nas mãos do oleiro, assim está a sua vida em minhas mãos.” E depois de nos modelar, sopra em nossas narinas o sopro de vida. Necessitamos do amor Ágape, de nos relacionarmos com Deus. A partir dessa experiência, somos capazes de sentir Deus presente na realidade. O amor de Deus está em nós, e cabe a cada um dar espaço para que ele realize sua graça.

2. Texto iluminativo para a oração: 1Jo 4, 17-21 3. Para aprofundar o tema:  Que sentimentos a experiência de amar suscita em você?  Como é amar e deixar-se amar? Como você se relaciona com quem o ama?  Quais os sinais presentes do amor Deus em sua história, em sua vida?


4. Música: Divina fonte Jorge Trevisol Luz que vem de Deus Divina fonte de amor Cuidou de mim e me amou e de calor de envolveu! Levo seu sinal no mais profundo de mim é bom viver sendo assim Abençoado por Deus

Já de manhã cedo ele está na minha mente e me faz Pensar na vida e no céu Mora no meu peito e me diz que se eu quiser ser feliz É só viver sem ter véus Levo bem guardado aqui O que com ele eu vivi Lá no começo de mim Sei que é tão imenso esse dom Que as vezes meu coração Até duvida de si

5. Oração: Senhor, Deus de amor, queremos hoje te bendizer, pelo teu imenso amor, que é graça em nossa vida. Quando tu nos criaste, sopraste em nós o sopro da vida, e assim o teu Espírito passou a habitar nosso ser, por isso podemos encontrar-te em nossa intimidade. Ajuda-nos a cultivar o amor que tu depositaste em nosso coração. Que nós possamos ser sinais dele para o mundo e as pessoas. Amém.


1. Tema: Experiência Dizem por aí que experiência é um conjunto de reações afetivas que as pessoas têm quando veem ou interagem com algo ou alguém. Para outros, experiência é o mesmo que lançar-se, é conhecer buscando descobrir, por exemplo, se uma opção feita é boa ou ruim. Existe também aquela experiência exigida quando você procura um trabalho, ou seja, o tempo gasto no exercício de uma determinada função, que revela se você tem aptidão para realizar alguma tarefa. E, ainda, aquela que queremos saber se algum alimento é bom ou não, a experiência de saborear alguma coisa profundamente. Infelizmente na busca do êxito nas experiências, muitas vezes somos paralisados pelo medo. Ele nos faz desistir de algo sem pelo menos termos tentado. Gera dúvida e não nos permite realizar o que planejamos. Ainda, nos ilude fazendo-nos achar que somos limitados ou incapazes, deixando-nos infelizes e a lamentar pelo que não conseguimos fazer. Certa vez, um rapaz optou por fazer uma experiência religiosa com os Irmãos Maristas, mas ele tinha muito medo. A pessoa que o estava ajudando no discernimento, vendo que o rapaz estava inseguro para entrar na vida religiosa, disse: “Entre, faça a experiência, lá você vai descobrir se dará conta ou não! É preciso ir lá, saborear, vivenciar essa possibilidade para que você possa optar.


Não dá para desistir sem antes ter experimentado!”. Na vida temos que abrir mão de nossos medos em alguns momentos e, assim, deixar que nossas limitações sejam superadas. O primeiro passo é sempre importante e somos nós que temos de realizá-lo. Somos os responsáveis por lutar pelo que queremos e, quando queremos de verdade, conseguimos.

2. Texto iluminativo para oração: Ex 3, 1-14; 3. Para aprofundar o tema:  Para você, o que é experiência?  Que sentimentos você tem quando se depara com novas experiências?  Qual foi a experiência mais surpreendente que você já teve na vida?

4. Música: Coisas Que Eu Sei Danni Carlos Eu quero ficar perto De tudo que acho certo Até o dia em que eu Mudar de opinião A minha experiência Meu pacto com a ciência

Meu conhecimento É minha distração... Coisas que eu sei Eu adivinho Sem ninguém ter me contado Coisas que eu sei O meu rádio relógio Mostra o tempo errado Aperte o Play... Eu gosto do meu quarto Do meu desarrumado


Ninguém sabe mexer Na minha confusão É o meu ponto de vista Não aceito turistas Meu mundo tá fechado Pra visitação... Coisas que eu sei O medo mora perto Das idéias loucas Coisas que eu sei Se eu for eu vou assim Não vou trocar de roupa É minha lei... Eu corto os meus dobrados Acerto os meus pecados Ninguém pergunta mais Depois que eu já paguei Eu vejo o filme em pausas Eu imagino casas Depois eu já nem lembro Do que eu desenhei... Coisas que eu sei Não guardo mais agendas No meu celular Coisas que eu sei Eu compro aparelhos Que eu não sei usar Eu já comprei... As vezes dá preguiça

Na areia movediça Quanto mais eu mexo Mais afundo em mim Eu moro num cenário Do lado imaginário Eu entro e saio sempre Quando tô a fim... Coisas que eu sei As noites ficam claras No raiar do dia Coisas que eu sei São coisas que antes Eu somente não sabia... Coisas que eu sei As noites ficam claras No raiar do dia Coisas que eu sei São coisas que antes Eu somente não sabia... Agora eu sei... Agora eu sei... Agora eu sei... Ah! Ah! Agora eu sei... Ah! Ah! Agora eu sei... Ah! Ah! Agora eu sei... Ah! Ah! Eu sei!


5. Oração: Senhor Deus, obrigado por estar comigo nos momentos de medo, de dificuldades e de superações. Escuta-me do mesmo modo que escutaste a Moisés, igual a um pai que escuta o filho, e o atendeste, sobretudo por que era um pedido feito em nome de um povo, possibilitando-lhe o crescimento e a certeza de que, a partir daquele momento, poderia contar sempre contigo. Estando também contigo Senhor, tenho certeza de que poderei fazer qualquer experiência, pois tu também estarás: aconselhando-me, dando-me força e sendo meu amigo. Obrigado pela vida, pelas experiências que já tive, e conto contigo para ser luz naquelas que ainda virão.


1. Tema: Crise Quem é que nunca se viu desesperado diante de algumas situações? Quem nunca se viu dividido entre diversas possibilidades sem saber qual escolher? Ainda, quem nunca se fechou no quarto, chateado, inseguro, angustiado, muitas vezes sem saber o porquê? Quem nunca chamou de crise uma dessas situações? Na vida nem tudo acontece da forma que imaginamos ou sonhamos. Há situações que geram desconforto na busca constante que fazemos pela nossa felicidade. Esses momentos em que rompemos o nosso equilíbrio são chamados de crise. Parece que as crises surgem, com enorme intensidade, na etapa da juventude. Por ser uma fase de escolhas, o jovem tem alguns conflitos internos e, com isso, passa a ser um tempo difícil de tomar decisões. Devemos admitir que temos dificuldade em lidar com as crises, seja em que idade for. Elas são questões muito particulares e variam de pessoa para pessoa. Contudo, uma coisa podemos afirmar: ninguém passa ileso neste processo; há sempre mudança. Não tem como sair, do mesmo jeito que se entrou. As crises nos possibilitam fazer uma reflexão da nossa vida, da nossa história, de nossas opções. Puxamnos para o chão da realidade, a fim de nos fazer ver, por outro prisma, o caminho que estamos traçando. Também


podem nos paralisar, nos tirar da realidade e não permitir que demos os passos necessários para sair do lugar. Tudo depende da forma como nos relacionamos com as crises, de como as enfrentamos. As crises são parecidas com túneis escuros cortando a estrada, à noite, num carro sem faróis. Mesmo sendo desconfortável e causando medo, só teremos a alegria de vislumbrar o outro lado da situação ou do túnel se continuarmos. Permanecer parado não nos permite sair do lugar, é ficar estagnado na crise, na escuridão, sem possibilidades de vislumbrar o outro lado da situação, do túnel. Portanto, para alcançarmos nosso porto seguro, passaremos por várias crises, sendo complexas para aqueles que as enfrentam pela primeira vez e desconfortáveis para os que se encontram a caminho do autoconhecimento. Precisamos ter claro que, ao fazermos a travessia de um túnel escuro, estaremos prontos para enfrentar outros que venham a surgir, a qualquer momento.

2. Texto iluminativo para oração: Mt 26, 36-46 3. Para aprofundar o tema:  Por que somos levados a entrar em crise?  Com quem você conta nos momentos de crise?  O que as crises trazem de ensinamentos para a sua vida?


4. Música: Lanterna Dos Afogados Os Paralamas do Sucesso Quando tá escuro E ninguém te ouve Quando chega a noite E você pode chorar Há uma luz no túnel dos desesperados Há um cais de porto Pra quem precisa chegar Eu estou na lanterna dos afogados Eu estou te esperando Vê se não vai demorar

Uma noite longa Pra uma vida curta Mas já não me importa Basta poder te ajudar E são tantas marcas Que já fazem parte Do que eu sou agora Mas ainda sei me virar Eu tô na lanterna dos afogados Eu tô te esperando Vê se não vai demorar

5. Oração: Deus da vida, ajuda-nos a purificar nossas atitudes e a maneira de ver os momentos de crise, passando de algo que nos destrói e nos leva ao abismo para a possibilidade de crescimento. Ajuda-nos a ver teu Filho Jesus superando as crises internas e as dúvidas existenciais para que, a exemplo dele, também possamos saber viver as nossas. Que diante de cada momento difícil em nossa vida, vejamos o crescimento e o fortalecimento que adquirimos para nossa dimensão de fé. Amém.


1. Tema: Sonhos, a seiva da vida. Uma existência sem sonhos é uma semente sem solo, uma planta sem nutriente. Os sonhos não determinam que tipo de árvore você será, mas dão forças pra você entender que não há crescimento sem tempestades, períodos de dificuldades e incompreensões.[...] Brinquem mais, sorriam mais, imaginem mais. Lambuzem-se com a terra dos seus sonhos. Sem terra, a semente não germina. (Augusto Cury)

Ao ler o livro O Vendedor de Sonhos e a Revolução dos Anônimos, de Augusto Cury, tive a oportunidade de questionar meus sonhos. Conta o livro que, um dia inconformado com a formação e a personalidade dos jovens, o Vendedor de Sonhos invadiu, no final do expediente, uma escola particular de Ensino Fundamental, cujos alunos eram filhos de pais de classe alta e média alta. Eram características próprias da escola: chão de granito, colunas de mármore, vidros escuros nas janelas e ar condicionado nas salas de aula, e cada aluno tinha seu computador pessoal. Imaginem um ambiente insuportável, sem convivência e lazer. Os alunos, ao ouvirem o sinal, batiam em retirada, pareciam estar em uma prisão. Os pais, ao buscarem os filhos, não tinham um minuto a perder. Davam bronca quando se atrasavam. O Vendedor de Sonhos burlou o sistema de segurança,


colocou um nariz de palhaço, começou a correr, pular, dançar e fazer palhaçadas no pátio. Ao ver o maluco na escola, muitas crianças de nove, dez e onze anos se esqueceram de sair e o acompanharam. Dentre toda a brincadeira, ele tirou do bolso uma semente e disse: “Se você fosse uma semente, que tipo de árvore você gostaria de ser? Feche os olhos e imagine”. Cada criança imaginou uma árvore em particular. Depois de um tempo ele incitou as crianças a meterem as mãos no barro e a sujarem a cara. Os pais, ao verem a cena, logo chamaram os seguranças, que com brutalidade expulsaram o homem da escola. Mas antes disso, Juliana, garota de 9 anos, correu ao encontro dele e gritou: “Gostaria de ser uma videira. Não é forte e bonita como você. Mas qualquer um pode alcançar seus frutos.” Escutando isso, ele disse: “Você será uma grande vendedora de sonhos”. Na medida em que nos tornamos adultos, ficamos surdos em relação a nossa criança interior, essa que sonha com um mundo de possibilidades. Já dizia Champagnat: “No olhar de uma criança, brota a esperança do amanhã.” A carta de São Paulo aos Coríntios, no capítulo 13, diz que, depois que nos tornamos adultos, deixamos o que era próprio de criança. Envelhecemos não por causa do tempo, mas porque muitas vezes abandonamos nossos sonhos. A semente dos sonhos que foi plantada quando criança, só amadurecerá se for cultivada.


2. Texto iluminativo para oração: 1Cor 13 3. Para aprofundar o tema:  Qual é a semente dos seus sonhos?  Que tipo de árvore você gostaria de ser?  Relendo o texto de 1Cor 13, quais os sonhos de criança que em você foram calados?

4. Música: Certas coisas pra dizer Jorge Trevisol

Eles veem pra dizer quem eu sou.

Vou lembrar outra coisa Que também aprendi Fechando os olhos da alma Vou falar certas coisas E sem querer resistir Que o coração não diz Não há nada sereno e seguro Se não amar a verdade Que não tenha passado por Deus E se alma não for feliz Mesmo quando o caminho é É que a vida tem certas coisas escuro Reservadas só pra depois Quando a gente se encontrar Há uma luz apontando pro céu Basta olhar como surgem as com outras Que também conheceram o coisas Onde é que elas vão amor terminar E não há sentimento Se é o amor quem conduz escondido seu destino Que não venha provar seu valor Elas são portadoras de paz. Uns confundem e outros consolam


Tenho enfim outra coisa Que eu não posso esquecer Mesmo sem ter certeza Mas eu prefiro dizer

O que é que eu fiz com meus sonhos? E qual foi o meu jeito de amar? O que eu é que eu deixei pras pessoas O que eu penso a respeito da vida Que no mundo vão continuar? É que um dia ela vai Praqueeunãotenhavividoàtoa perguntar E que não seja tarde demais

5. Oração: Senhor, Deus dos sonhos, que sonhaste a criação, ajudame a ouvir a criança sonhadora que vive dentro de mim. Dá-me condições para continuar a cuidar dessa planta que tem como base meus sonhos, para que eles possam amadureçam a cada dia, e que sejam sinais do teu chamado em minha vida. Amém.


1. Tema: Cativar Diz uma bela canção que “uma palavra tão linda, já quase esquecida me fez...”. Como é belo sentir que temos a capacidade de cativar o outro. Seja ele alguém que não conhecemos ou aqueles com os quais já temos contato. É uma experiência muito boa. Tudo isso que associamos ao termo cativar vem da capacidade de amarmos nosso semelhante. Conta uma história: “(...) Vem brincar comigo - propôs o príncipe – Estou tão triste”... - Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. – Não me cativaste ainda. - Ah! Desculpa, disse o principezinho. Após uma reflexão, acrescentou: - O que quer dizer “cativar”? - Tu não és daqui, disse a raposa. – Que procuras? - Procuro amigos, disse. – Que quer dizer cativar? - É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. – Significa “criar laços”... - Criar laços? - Exatamente. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim único no mundo. “E eu serei para


ti a única no mundo...” A partir do diálogo entre o Pequeno Príncipe e a raposa, na obra do Antoine de Saint-Exupéry, percebemos que o ato de cativar é algo importante em nossas relações. É uma responsabilidade que temos com as pessoas que estão ao nosso lado, com quem dividimos nossas tristezas e alegrias, sofrimentos e esperanças. Criar laços implica deixar de ser mais um para se tornar alguém especial. É se tornar único, amado! Num outro trecho da história, a raposa diz ao Príncipe: que quem cativa alguém torna-se responsável por ele.

2. Texto iluminativo para oração:

Jo 15, 7-16a

3. Para aprofundar o tema:  O que tem feito para cativar o seu semelhante?  Como acontecem as suas relações de amizade?  Nas relações, você quer ter amigo ou ser amigo? Por quê?


4. Musica:

Ou coisa outra qualquer Além de não saber como fazer Pra Você Guardei o Amor Pra ter um jeito meu de me Nando Reis mostrar Achei Pra você guardei o amor Vendo em você Que nunca soube dar O amor que tive e vi sem me E explicação Nenhuma isso requer deixar Se o coração bater forte e Sentir sem conseguir provar arder Sem entregar No fogo o gelo vai queimar E repartir Pra você guardei o amor Pra você guardei o amor Que aprendi vendo meus pais Que sempre quis mostrar O amor que tive e recebi O amor que vive em mim E hoje posso dar livre e feliz vem visitar Céu cheiro e ar na cor que Sorrir, vem colorir solar arco-íris Vem esquentar Risca ao levitar E permitir Quem acolher o que ele tem e traz Vou nascer de novo Lápis, edifício, tevere, ponte Quem entender o que ele diz Desenhar no seu quadril No giz do gesto o jeito Meus lábios beijam signos pronto feito sinos Do piscar dos cílios Trilho a infância, terço o berço Que o convite do silêncio Do seu lar Exibe em cada olhar Guardei Guardei Sem ter porque Sem ter porque Nem por razão Nem por razão


Ou coisa outra qualquer Além de não saber como fazer Pra ter um jeito meu de me mostrar Achei Vendo em você E explicação Nenhuma isso requer Se o coração bater forte e arder No fogo o gelo vai queimar Pra você guardei o amor Que nunca soube dar O amor que tive e vi sem me deixar Sentir sem conseguir provar Sem entregar E repartir Quem acolher o que ele tem e traz

Quem entender o que ele diz No giz do gesto o jeito pronto Do piscar dos cílios Que o convite do silêncio Exibe em cada olhar Guardei Sem ter porque Nem por razão Ou coisa outra qualquer Além de não saber como fazer Pra ter um jeito meu de me mostrar Achei Vendo em você E explicação Nenhuma isso requer Se o coração bater forte e arder No fogo o gelo vai queimar

5. Oração: Ó Deus de amor, dá a cada um de nós a graça de amar nosso semelhante como teu Filho Jesus nos amou. Abre o nosso coração para que os acolhamos sempre com alegria e simplicidade. Abençoa o teu povo aqui reunido. Por Cristo Nosso Senhor, Amém!


1. Tema: Família Na educação de nossos filhos, todo exagero é negativo. Responda-lhe, não o instrua. Proteja-o, não o cubra. Ajude-o, não o substitua. Abrigue-o, não o esconda. Ame-o, não o idolatre. Acompanhe-o, não o leve. Mostre-lhe o perigo, não o atemorize. Inclua-o, não o isole. Alimente suas esperanças, não as descarte. Não exija que seja o melhor, peça-lhe para ser bom e dê exemplo. Não o mime em demasia, rodeie-o de amor. Não o mande estudar, prepare-lhe um clima de estudo. Não fabrique um castelo para ele, viva todos com naturalidade. Não lhe ensine a ser, seja você como quer que ele seja. Não lhe dedique a vida, viva todos. Lembre-se de que seu filho não o escuta, ele o olha. E, finalmente, quando a gaiola do canário se quebrar, não compre outra... Ensinalhe a viver sem portas. (Eugênia Puebla)

A família é sempre um espaço bom. Desde criança, aprendemos de nossos pais um pouco das experiências que eles tiveram. Mas, cada um de nós dará continuidade a esses ensinamentos iniciados no berço familiar, na medida em que formos vivendo. Os momentos que vivemos como criança formam um período muito promissor, que servirá como alicerce de uma educação para toda a vida. Algumas vezes, podemos ouvir: “esse rapaz é igualzinho à mãe”, ou; “ele tem o sorriso, atitudes e jeitos do pai”. Na verdade, é isso que realmente acontece, somos influenciados pelo meio em que vivemos e, quando


convivemos com outras pessoas, adquirimos delas, modos de falar, atitudes e até brincadeiras. Na família é a mesma coisa, com mais intensidade, no entanto, a ela estamos ligados por laços que vão além do contato com outras pessoas: o laço familiar. E, por isso, eles serão nossa referência por toda a vida. Isso não se esgota no simples fato de sermos o que eles (os pais) quiserem. Ao desenvolver nossas personalidades, seremos também responsáveis por traçar planos para pensarmos que tipo de pessoas nos queremos tornar, e o desejo dos nossos pais vai se finalizando nesta etapa, quando os filhos começam a se tornar independentes. Certa vez, o coordenador de um grupo de jovens, ao acompanhar um grupo que estava começando os encontros, ouviu uma moça de 15 anos queixando-se do relacionamento que mantinha com a mãe. A jovem não conseguia entender por que sua mãe pegava-lhe tanto no pé, não a deixava namorar, ficar com as amigas até muito tarde na rua, e não confiava nela. Angelina dizia, “A minha mãe é antiquada, parece que ela não evoluiu”. O coordenador, ouvindo a fala da garota, disse: “Angelina, às vezes, nós cobramos muito de nossos pais, queremos que eles sejam pessoas ideais, ainda mais quando os comparamos a outros modelos existentes. Contudo, nós temos de ter a sensibilidade de perceber que a maioria dos pais, e os nossos também, não tiveram a formação e o acesso aos meios de comunicação, que ajudam a propagar conhecimento apurado das novas realidades. Não seria interessante nós, que temos essas


informações, conversarmos com nossos pais sobre seus posicionamentos? Nós não podemos cobrar do passado as ferramentas que temos hoje. Então, se nós queremos o diferente em nossas relações, vamos procurar transformálas”. A garota foi para casa com aquele questionamento e resolveu pô-lo em prática, e seu relacionamento com os pais em especial sua mãe, aos poucos foi se transformando. Assim, encontrou em sua mãe uma grande amiga. É comum nossos pais, principalmente na fase de nossa adolescência, terem um sentimento de super proteção em relação aos filhos. Mas eles só querem nosso bem e que sejamos ‘bons filhos’. Entretanto, uma relação é construída com diálogo, sentimento e confiança, que as pessoas vão adquirindo com o tempo e, quando partilham a vida com transparência. É este o desafio em nossa família, tem que haver confiança por parte, tanto dos pais quanto dos filhos; do contrário, o ambiente familiar ficará pesado, com discussões constantes. O amor precisa ser superior nos laços familiares, se não tornar-se-á um desafio. As coisas são executadas com êxito quando são construídas em grupo. Que possamos estar unidos também, nas nossas relações familiares, sempre evitando os excessos. O equilíbrio tem de ser sempre o objetivo, os filhos também podem opinar nas intervenções dos pais, mas para isso terão de construir a mesma confiança que adquirimos nas nossas relações com os amigos. Além de pais, temos que encontrar neles, amigos com quem sempre poderemos contar.


2. Texto iluminativo para oração: Ecl 11, 7-10 3. Para aprofundar o tema:  Como está sendo o relacionamento com os seus pais?  Existem situações de desconforto em sua família? Como você lida com esses momentos?  Qual o sentido de família que temos hoje, para um mundo contemporâneo?

4. Música: Pais e Filhos Legião Urbana Estátuas e cofres E paredes pintadas Ninguém sabe O que aconteceu... Ela se jogou da janela Do quinto andar Nada é fácil de entender... Dorme agora Uuummhum! É só o vento Lá fora... Quero colo!

Vou fugir de casa! Posso dormir aqui com vocês Estou com medo, tive um pesadelo Só vou voltar depois das três... Meu filho vai ter Nome de santo Uummhum! Quero o nome mais bonito... É preciso amar as pessoas Como se não houvesse amanhã Por que se você parar Pra pensar Na verdade não há...


Me diz, por que que o céu é azul Explica a grande fúria do mundo São meus filhos Que tomam conta de mim... Eu moro com a minha mãe Mas meu pai vem me visitar Eu moro na rua Não tenho ninguém Eu moro em qualquer lugar... Já morei em tanta casa Que nem me lembro mais Eu moro com os meus pais Huhuhuhu!...ouh! ouh!... É preciso amar as pessoas

Como se não houvesse amanhã Por que se você parar Pra pensar Na verdade não há... Sou uma gota d’água Sou um grão de areia Você me diz que seus pais Não entendem Mas você não entende seus pais... Você culpa seus pais por tudo Isso é absurdo São crianças como você O que você vai ser Quando você crescer?

5. Oração: Senhor Deus, Pai de infinita bondade, que nos doas teu Filho Jesus como aliança de amor na construção do Reino, levas-nos a alimentar esta prática de doação do amor mútuo para com os nossos familiares, pelos exemplos deixados pelo Cristo irmão, Jesus. Amém.


1. Tema: Amizade: um tesouro valioso “Um amigo fiel é uma poderosa proteção: quem o achou, descobriu um tesouro”. (Eclo.6,14)

Vamos tratar neste dia da amizade. E vem a pergunta, o que é amizade? Ouvimos alguns chavões ou afirmações sobre amizade: A verdadeira amizade é aquela que o vento não leva e a distancia não separa; Quem tem um amigo tem um tesouro; “Só é feliz quem tem amigos...”; Muitos amigos levam para a desgraça, mas existem amigos mais queridos que um irmão (Prov.18,24); O que é um amigo? Uma única alma habitando dois corpos. (Aristóteles); Não é amigo aquele que alardeia a amizade: é traficante; a amizade sente-se, não se diz. (Machado de Assis); “Amizade é dádiva de Deus”. Falar de amizade, em amizade geralmente nos remete a pensar em pessoas, em alguém que de uma forma ou outra nos deixou algo, uma referencia, uma palavra, um presente, uma lembrança, deixou saudade e tantas coisas nos faz refletir sobre essa palavra - AMIZADE. Na história do Pequeno Príncipe uma frase muito conhecida e que nos deixa uma grande reflexão, “Tu és eternamente responsável por aquilo que cativas”. O que é cativar? Como é ser responsável por alguém? Ou alguma coisa? O que essa frase tem haver com amizade?


Vejamos como foi a amizade de Jesus com seus seguidores ou apóstolos. Amizade é dom, então podemos considerar que Jesus tem o dom de conquistar, da confiança, do cuidado, de estar ao lado. Alguns sinais da amizade de Jesus, com sua mãe na festa de casamento das Bodas de Caná, o companheirismo com os pescadores, a amizade com seu primo João Batista, o respeito com Pedro e Judas, o cuidado e carinho que Jesus teve ao lavar os pés de seus discípulos e tantos outros exemplos que podemos ter como referencia de amizade. Falar de amizade é ter afinidade, e Jesus tinha afinidade com os seus. O texto bíblico de Eclesiástico nos convida a uma reflexão sobre Amizade: um tesouro valioso. Partilhe este texto tendo como referencia as questões do texto acima e suas experiências de amizade.

2. Texto iluminativo para oração: Eclo 6, 5-17 3. Para aprofundar o tema:  O que é amizade para você?  Podemos dizer que amizade é dom, afinidade. Como você está exercitando esse dom?  Quais os sinais de amizade que você proporciona no seu dia-a-dia?


4. Música:

Na tristeza quando é pra chorar Um amigo é a força que leva Canção da Amizade você a lutar Chitãozinho e Xororó No momento em que a solidão A terra precisa da chuva Faz silêncio no seu coração A rosa precisa do espinho Ninguém pode existir nesse Sempre existe um amigo Trazendo carinho nas mãos mundo Refrão: Vivendo sozinho Somos amigos pra valer Um amigo é uma jóia tão Amigos sempre vamos ser rara E entre nós não pode haver Não se encontra em Nenhum perigo qualquer lugar É um tesouro guaradado na Somos amigos pra valer Por toda vida até morrer alma E quem dúvida pode ver De quem sabe amar Na alegria quando é pra sorrir Somos amigos

5. Oração: Ó Deus da Aliança. Dá-nos amor e compreensão entre nós. Que a paz e a amizade sejam nossa força nas tempestades da vida! Faze que ninguém alimente no coração o ódio contra nós e nós não tenhamos ódio a ninguém, pois tu és nossa paz, hoje e sempre! Amém! (Ofício da Juventude)


1. Tema: Cuidar da nossa casa: o planeta “A nossa casa comum mostra uma profunda rachadura que a atravessa de cima para baixo. Ela pode ruir. Que tipo de conserto devemos aplicar a ela? Fechamos simplesmente as rachaduras com massa e cal e depois disfarçamos seus sinais com pintura? E se as razões estiveram no fundamento da casa, que se rompeu? Não será unicamente a partir de lá que devemos trabalhar e , assim, salvar a casa com tudo o que estiver dentro dela? É nessa direção que queremos que a nossa reflexão siga. Todos os seres da Terra estão ameaçados, a começar pelos pobres e marginalizados. E dessa vez não haverá arca de Noé que salve alguns e deixe perder outros. Ou todos nos salvamos, ou todos corremos o risco de nos perder. Há um perigo global, e por isso se faz necessária uma salvação global. Para que ela seja possível faz-se mister uma revolução global e uma libertação integral. A ecologia quer ser uma resposta a essa questão global, de vida e de morte. Lentamente surge uma cultura ecológica, de comportamentos e práticas incorporados na visão do mundo e que tem como efeito mais suavidade e benevolência na relação para com a natureza, a qual forma conosco um todo orgânico. A natureza não está só fora, mas também dentro de nós. Pertencemo-nos mutuamente. Qualquer agressão à Terra significa também


uma agressão aos filhos e filhas da Terra.” (Leonardo Boff - Ecologia, Mundialização e Espiritualidade - Ed. Record, 2008) Esse sem dúvida é um dos maiores desafios da atualidade, reverter a lógica de destruição do planeta terra, para uma lógica de preservação. A ausência de valores humanos e da ética é o que está por trás das ações de destruição, de acúmulo, de arrogância e de consumo exacerbado. Felizmente, algumas ONGs já conseguiram chamar a atenção da comunidade global para a urgência de reconstruir o equilíbrio ecológico, de cuidar/salvar o planeta, e de implantar uma nova lógica de convivência global baseada na cooperação e no cuidado. Cada um de nós é convidado a refletir e agir no sentido de apontar caminhos que reconstruam e recriem o que por longos anos destruímos. Cabe a nós decidir por onde queremos caminhar.

2. Texto iluminativo para oração: Gen 1, 24-31. 3. Para aprofundar o tema:  Na criação, Deus nos presenteou com grande jardim, o Planeta, e nos escolheu seus jardineiros para cuidar. Em sua opinião, por que não cuidamos desse jardim como deveríamos?  Que sinais denunciam que a Terra está em


destruição; que sinais anunciam que ela começa a se recuperar?  Que compromisso você pode assumir hoje e aqui para cuidar e sensibilizar outras pessoas a também cuidarem da nossa casa?

4. Música: O Sal da terra Beto Guedes Anda! Quero te dizer nenhum segredo Falo nesse chão, da nossa casa Vem que tá na hora de arrumar... Tempo! Quero viver mais duzentos anos Quero não ferir meu semelhante Nem por isso quero me ferir Vamos precisar de todo mundo

Prá banir do mundo a opressão Para construir a vida nova Vamos precisar de muito amor A felicidade mora ao lado E quem não é tolo pode ver... A paz na Terra, amor O pé na terra A paz na Terra, amor O sal da... Terra! És o mais bonito dos planetas Tão te maltratando por dinheiro Tu que és a nave nossa irmã Canta! Leva tua vida em harmonia E nos alimenta com seus frutos


Tu que és do homem, a maçã... Vamos precisar de todo mundo Um mais um é sempre mais que dois Prá melhor juntar as nossas forças É só repartir melhor o pão

Recriar o paraíso agora Para merecer quem vem depois... Deixa nascer, o amor Deixa fluir, o amor Deixa crescer, o amor Deixa viver, o amor O sal da terra.

5. Oração: Deus, pai e mãe de toda a criação, agradecemos por tudo o que criaste: dos frutos aos filhos da terra, mas também pedimos perdão por toda a destruição que causamos por nossa ganância e nosso individualismo. Ajuda-nos a partilhar o que temos com equilíbrio e sabedoria e sem desperdício. Queremos hoje nos comprometer com a preservação de tudo o que criaste, para que voltemos a conviver harmoniosamente com toda a natureza. Que a solidariedade e o respeito sejam os princípios que orientarão todas as nossas ações de cuidado com o meio ambiente, pois é cuidando da vida que estaremos cuidando de todo o universo. Amém, Axé, aleluia, Auerê.


1. Tema: A história se constitui de memória. Ninguém nasce pronto sabendo de tudo. A história é dada, mas necessita de ser construída nas diversas relações que erigimos. Quando nascemos herdamos histórias, costumes, hábitos, sentidos e significados, conforme uma determinada cultura. Quando pequeno ouvia meus pais narrarem histórias do tempo em que eles eram crianças, de como se conheceram, como foi o namoro, como foi meu nascimento, sobre as dificuldades da vida que enfrentaram etc. Observava que tais fatos eram narrados sem nenhum registro documentado. A única ferramenta que permitiu recordar momentos tão fortes de nossas vidas foi à memória. Hoje temos outros meios eficazes que nos ajudam a situar no espaçotempo. Todavia, a memória ainda é mais confiável do que qualquer máquina manipulável. Cícero, filósofo romano, dizia que “a memória diminui... se não for exercitada”. O mesmo diria sobre a história: a história diminui... se não for memorizada. Façamos uma rememoração: Onde eu nasci? Quem escolheu o meu nome? Por que esse nome? Que fato marcou a minha vida? Que lugar pra mim é inesquecível? Quem foi ou é a pessoa mais importante da minha vida? Qual o melhor livro que li? Quem foi o meu primeiro amor?


Enfim, são essas e outras recordações que constituem as nossas histórias de vida e nos fazem ser aquilo que somos. A memória é cardeal na constituição da nossa história. Ela nos sinaliza o que precisamos cuidar e do que necessitamos progredir. Como dizia o sábio Mahatma Gandhi “se queremos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova”.

2. Texto iluminativo para oração: Jr 1, 4-10 3. Para aprofundar o tema:  Qual a importância da memória em sua história de vida?  O que você tem feito para cuidar das pessoas que fazem parte da sua história?  Que contribuições você tem dado para que a história da humanidade seja mais justa, solidária e sustentável?


4. Música:

Hoje é do jeito que achou que seria Quantos amigos você jogou fora? A Lista Quantos mistérios que você Oswaldo Montenegro sondava Quantos você conseguiu Faça uma lista de grandes entender? amigos Quantos segredos que você Quem você mais via há dez guardava anos atrás Hoje são bobos ninguém Quantos você ainda vê todo quer saber? dia Quantas mentiras você Quantos você já não condenava? encontra mais... Quantas você teve que Faça uma lista dos sonhos cometer? que tinha Quantos defeitos sanados Quantos você desistiu de com o tempo sonhar! Eram o melhor que havia Quantos amores jurados pra em você? sempre Quantas canções que você Quantos você conseguiu não cantava preservar... Hoje assobia pra sobreviver? Onde você ainda se Quantas pessoas que você reconhece amava Na foto passada ou no Hoje acredita que amam espelho de agora? você?


5. Oração: Senhor nosso Deus, fonte de eterna misericórdia, sabemos que a história se constitui de memória. Ilumine através do Espírito Santo a nossa memória, para que jamais nos esqueçamos da vossa bondade com a nossa história de vida. Agradecemos pela dádiva da vida e pedimos que nos fortaleça na missão de tornar seu Filho Jesus Cristo conhecido e amado. Amém.



1. Tema: Caminho Cada dia, nos deparamos com uma nova jornada, que se dá nessa caminhada que é a vida. Somos sempre convidados a dar passos e a estar atentos ao que acontece em nosso redor, pois podem ocorrer fatos significativos que influenciarão, mais adiante, nosso ser e as nossas tomadas de decisões. É possível afirmar que o convite à caminhada vem com vários questionamentos que nos interpelam diariamente ou com certa frequência. Na maioria das vezes, envolvem assuntos como: estudo, emprego, namoro e outras coisas que nos chamam a constituir um caminho. Em certos momentos, por influência do contexto que vivemos, nos falta paciência no processo, uma vez que esperamos um resultado imediato em tudo que fazemos e não damos conta de viver o percurso que também é importante. Somos convidados a fazer caminho e procurar, assim, sermos melhores, estando atentos para perceber que o próprio Cristo caminha conosco, e nos chama a algo maior do que simplesmente viver: viver de maneira intensa qualquer opção de vida que façamos.

2. Texto iluminativo para oração: Lc 24, 13-35.


3. Para aprofundar o tema:  Quando está caminhando, você tem a sensibilidade de perceber o que está à margem do caminho? E na sua vida?  Você vive intensamente os momentos?  Consegue perceber a presença de Cristo na sua caminhada? Como?

4. Música:

A chuva molhou o fim do tempo de toda a tristeza e infelicidade Dessa vez As voltas que o mundo dá Brain Linus Ninguem percebe e quando Por quantas vezes tive que veêm se encontram no mesmo lugar cair e me levantar Por quantas vezes tive que E o cara que era ninguém, hoje se torna alguém maior aprender a me virar Só quer curtir a vida e dançar Nenhuma mão pra me Dançaaaarrr!Dançaaaarrr!!! puxar quando eu vacilei Dessa vez o sol sorriu pra mim Nenhum amigo ao meu A lua chamou por mim redor quando eu precisei Dessa vez o sol sorriu pra mim O vento mostrou o caminho da felicidade A lua chamou por mim O vento mostrou o caminho Dessa vez o mar se abriu pra mim A chuva molhou o fim do da felicidade Dessa vez o mar se abriu pra tempo de toda a tristeza e infelicidade mim


Dessa vez o sol sorriu pra mim A lua chamou por mim O vento mostrou o caminho da felicidade Dessa vez o mar se abriu pra mim A chuva molhou o fim do tempo de toda a tristeza e infelicidade

5. Oração: Senhor, que nas propostas de caminho apresentadas a mim, eu consiga escolher aquela que faz arder meu coração. Que eu consiga caminhar percebendo o que está à margem, valorizando todo o percurso, e não somente o lugar onde quero chegar. Que eu possa perceber e permitir que Jesus também faça caminho comigo e que a sua companhia reflita, e me ajude, em todas as minhas decisões. Amém.


1. Tema: Busca do essencial No livro de Antoine de Saint-Exupéry, “O Pequeno Príncipe”, o segredo da vida é muito simples: só se vê bem com o coração. “O essencial é invisível aos olhos”. O convite é tentador, você topa? Vivemos, a todo momento, buscando a tão difícil e desafiadora felicidade. Achamos que, ao encontrá-la, chegaremos a um fim, que é possuí-la. Nossa tendência é achar que isso, ou esse fim, é o essencial de nossa vida. Nas reuniões de grupo, em que são abordados temas relacionados ao crescimento humano, podemos ouvir: O que você quer ser quando crescer? E dentre as respostas, mesmo variadas, sempre existe uma que se destaca: “quero ser feliz”. Está certo quem responde dessa forma, pois o objetivo da vida é o de sermos felizes, e é para isso que Deus nos criou, não é verdade? Mas é bem verdade também, que nunca seremos felizes constantemente nessa vida. Não existe fórmula para felicidade, mas existem ingredientes: as virtudes, alegria e simplicidade que juntas com a reflexão e o desejo de ser, tornam-na mais sentida no cotidiano. Mas afinal o que é essencial em nossas vidas? Alguns poderão responder que é constituir uma família, outros que é ter um bom emprego, e outros ainda, que é ter um carro. Porém, há também quem diga que o essencial está


no que sentimos e não no que vemos ou tocamos. Estamos sempre procurando o amor ideal, as pessoas ideais, amigos ideais, mas quase não procuramos ser a pessoa ideal para os outros, não mergulhamos em nossos sentimentos, em nossas dificuldades, em nosso ser. Como iremos amar os outros se não conseguimos amar a nós mesmos? Quando começarmos a mergulhar em nossa personalidade, no eu pessoal, começaremos a descobrir de verdade o que é a felicidade. Fazendo isso iremos além do que vemos ou tocamos; “descobriremos que o essencial é invisível aos olhos”, e que precisamos dos outros para concretizá-la. Na verdade, as pessoas mais felizes são aquelas que veem com o coração.

2. Texto iluminativo para oração: Cl 3, 5-15. 3. Para aprofundar o tema:  Tem procurado o essencial nas outras pessoas? O que é essencial nas pessoas?  Está gastando tempo com você, com seus sentimentos, com seus amigos? O que isso faz você refletir?  Em sua vida o que está sendo essencial?  E o que você está buscando, percebe que deixa você feliz?


4. Música:

De te olhar É isso aí Há quem acredite em É isso aí milagres Seu Jorge e Ana Carolina Há quem cometa maldades Há quem não saiba dizer a É isso aí Como a gente achou que ia ser verdade É isso aí A vida tão simples é boa Um vendedor de flores Quase sempre Ensinar seus filhos É isso aí A escolher seus amores Os passos vão pelas ruas Eu não sei parar de te olhar Ninguém reparou na lua Não sei parar de te olhar A vida sempre continua Eu não sei parar de te olhar Não vou parar de te olhar Eu não sei parar de te olhar Eu não me canso de olhar Não vou parar Não vou parar de te olhar De olhar Eu não me canso de olhar Não sei parar

5. Oração: Senhor, obrigado pela vida, pelos amigos e pessoas com quem posso contar. Assim como a comunidade de Colosso te procurava para ter alguém com quem conversar, também quero ter mais momentos contigo. Ajuda-me a amar verdadeiramente as pessoas e a mim mesmo. Que eu descubra o que é essencial em minha vida e auxiliame a promover momentos de felicidade entre as pessoas, pois sozinho não consigo.


1. Tema: Discernimento (Um caminho a seguir. Qual?). Numa manhã tranquila, um amigo saiu de casa para visitar o irmão. Ele já havia percorrido um longo caminho quando percebeu que no seu itinerário existia uma bifurcação. E agora que caminho seguir? À sua frente, estavam dois caminhos que o levariam à casa do irmão. Um era longo e isso lhe permitia contemplar, durante o percurso, a beleza da natureza exuberante; o outro, um atalho, reduzia o tempo da viagem, mas neste caminho não tinha muito o que contemplar. Quando falamos para o público juvenil sobre discernimento, estamos falando sobre as escolhas que fazemos no decorrer da nossa caminhada. Mas, para o discernimento acontecer, ele deve partir do próprio jovem, com o desejo e o querer pessoal de trilhar determinada via de acesso para elaboração de um projeto de vida, uma vez que pretendemos chegar à realização pessoal. Não é fácil fazermos escolhas, pois iremos optar entre duas coisas boas para o caminho que pretendemos seguir. Temos que abrir mão de uma das opções. Assim, para o discernimento acontecer, já que parte daquilo que queremos, será preciso fazer instantes de silêncio e reflexão sobre aquilo que desejo, para uma decisão mais acertada. Mas, vale ressaltar, que alguns jovens se perdem ao longo do caminho e precisam voltar para seguir, quem


sabe, outro caminho ou refazer o mesmo com um olhar diferente, considerando os erros cometidos. Portanto, quando trilharmos caminhos desejados, temos que nos perguntar: “Esse caminho escolhido será um meio ou um fim para aquilo que desejo?” Respondendo a esta pergunta, será possível então dar sequência à caminhada do discernimento. Na caminhada chega um momento em nossa vida, no qual percebemos que deixamos de ser infantis e nos tornamos pessoas adultas. Sentimos nesta etapa a capacidade de responder alguns questionamentos diante daquilo que vem amadurecendo em vista do discernimento. É Deus quem chama cada um para uma vocação particular, através de um processo de discernimento. O discernimento nos levará a uma instância crítica sobre o horizonte a percorrer, uma autencidade na opção do caminho que pretendemos seguir. Portanto, sabendo que ao discernir, estaremos em uma caminhada de amadurecimento e escolhas significativas para um bom crescimento...

2. Texto iluminativo para oração: Lc 18, 18-27 3. Para aprofundar o tema:  Que sentimentos esse texto provoca em você?  Você já teve que tomar decisões difíceis? Como se sentiu?  Qual é o maior tesouro ou o essencial em sua vida?


4. Música: Meu Erros Os Paralamas do Sucesso

Você diz não saber O que houve de errado E o meu erro foi crer Eu quis dizer Que estar ao seu lado Você não quis escutar Bastaria! Agora não peça Não me faça promessas... Ah! Meu Deus! Era tudo o que eu queria Eu não quero te ver Eu dizia o seu nome Nem quero acreditar Não me abandone jamais... Que vai ser diferente Mesmo querendo Que tudo mudou... Eu não vou me enganar Você diz não saber Eu conheço os seus passos O que houve de errado Eu vejo os seus erros E o meu erro foi crer Não há nada de novo Que estar ao seu lado Ainda somos iguais Bastaria! Então não me chame Ah! Meu Deus! Não olhe pra trás... Era tudo o que eu queria Você diz não saber Eu dizia o seu nome O que houve de errado Não me abandone... E o meu erro foi crer Mesmo querendo Que estar ao seu lado Eu não vou me enganar Eu conheço os seus passos Bastaria! Ah! Meu Deus! Eu vejo os seus erros Era tudo o que eu queria Não há nada de novo Eu dizia o seu nome Ainda somos iguais Não me abandone jamais... Então não me chame Não me abandone jamais... (3x) Não olhe pra trás...


5. Oração: Meu Deus, eu te agradeço a oportunidade do discernimento diante de tantos sinais visíveis e invisíveis que experimento. Dou-te graças pela caminhada e pelo chamado particular que tu faz a cada um dos teus filhos e filhas, para a construção do teu Reino de amor.


1. Tema: Sentido da vida. De tudo ficam três coisas: a certeza de que estamos sempre começando, a certeza que é preciso continuar e a certeza que podemos ser interrompidos antes de continuarmos. Fazer da interrupção um caminho novo, da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sonho uma ponte, da procura um encontro. E assim terá valido a pena existir. (Fernando Sabino.)

O maior desafio do ser humano é dar um sentido verdadeiro à vida. Você já deve ter se perguntado: de onde vim e para onde vou? Somos seres incompletos, caminhamos para algo que nos complete, assim procuramos preencher os vazios que fazem parte da nossa existência. Só que na sociedade criamos diversos sinais e estruturas de morte que impedem a vida. É crescente o individualismo, consolidado pelo capitalismo, e a ausência de sentido, alimentada no consumismo desenfreado. São as principais escravidões do mundo contemporâneo, que ditam: para sermos felizes é preciso “ter”, consumir mais e mais. Em um encontro ouvi a parábola do homem de coração vazio, que pode nos ajudar a pensar o sentido da vida. É mais ou menos assim: “Havia um homem rico, que gastou sua vida em construir seu patrimônio, era casado e já tinha todos os


filhos criados. Certo dia percebeu que não era feliz, sentia um enorme vazio em seu coração. Então certo de que ainda poderia encontrar a felicidade, resolveu rodar o mundo. Ele conheceu vários lugares e pessoas, deu a volta ao mundo, mas nunca se sentiu realizado. Até que um dia resolveu subir uma montanha para ver a paisagem a sua volta. Ao chegar ao topo avistou uma linda fazenda. Bateu uma vontade de chegar até aquele lugar. No caminho, na medida em que se aproximava da casa, sentia seu coração arder. Chegando a casa, descobriu que era o lar da sua família, de onde ele tinha saído”. Moral da história, o homem precisou sair de si mesmo e dar a volta ao mundo para se encontrar. Ali estava o sentido da sua vida. Muitas vezes como o homem do coração vazio, buscamos o sentido nas coisas de fora, mas na verdade é por que não fazemos o encontro conosco mesmos. Pois as coisas de fora podem nos ajudar a preencher o nosso vazio, mas isso será momentâneo, logo cairemos em outro vazio. A vida só valerá a pena se conseguirmos dar sentido ao que estamos vivendo. A vida tem sentido porque foi idealizada e criada por Deus, o primeiro chamado que ele nos fez foi o chamado à vida. E a nossa grande primeira resposta é o compromisso em viver o projeto de Deus. Jesus dá sentido à vida, buscando vida para todos: “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância.” (Jo 10,10) A parábola do homem de coração vazio faz recordar


a parábola do filho pródigo (Lc 15, 11-31). O filho percebe que a sua escolha gerou sua morte, ele reconhece o seu erro e volta para a casa do pai. Este o recebe com alegria: “... meu filho estava morto e tornou a viver, estava perdido e foi encontrado.” (Lc 15, 11). Deus alegra-se com o retorno dos seus filhos. Chamanos a missão de construção do seu Reino, a adesão da proposta de Jesus. E Jesus deu exemplo que vale a pena entregar a vida por esta missão, pois de “que adianta o homem ganhar o mundo inteiro, se perde o sentido da própria vida?” (Mc 8,36).

2. Texto iluminativo para oração: Lc 15, 11-31 3. Para aprofundar o tema:  Quais encontros você precisa fazer em sua vida? E com quem?  Qual é o tempo que você dedica para pensar na vida?  Quais sinais de Deus em sua caminhada te ajudam a dar sentido à vida?


4. Música: A Estrada Cidade Negra Você não sabe O quanto eu caminhei Pra chegar até aqui Percorri milhas e milhas Antes de dormir Eu nem cochilei Os mais belos montes Escalei Nas noites escuras De frio chorei, ei , ei Ei! Ei! Ei! Ei! Ei!...(2x) A vida ensina E o tempo traz o tom Pra nascer uma canção Com a fé do dia a dia Encontro a solução Encontro a solução... Quando bate a saudade Eu vou pro mar Fecho os meus olhos E sinto você chegar Você, chegar... Psicon! Psicon! Psicon! Quero acordar de manhã Do teu lado E aturar qualquer babado Vou ficar apaixonado No teu seio aconchegado Ver você dormindo

E sorrindo É tudo que eu quero pra mim Tudo que eu quero pra mim... Quero! Quero acordar de manhã Do teu lado E aturar qualquer babado Vou ficar apaixonado No teu seio aconchegado Ver você dormindo É tão lindo É tudo que eu quero pra mim Tudo que eu quero pra mim... Você não sabe O quanto eu caminhei Pra chegar até aqui Percorri milhas e milhas Antes de dormir Eu nem cochilei Os mais belos montes Escalei Nas noites escuras De frio chorei, ei , ei Ei! Ei! Ei! Ei! Ei!... Together..Together.. Meu caminho só meu pai Pode mudar Meu caminho só meu pai Meu caminho só meu pai... Together..Together..(2x)


5. Oração: Deus criador, que ama tudo o que criastes, obrigado pelo dom da vida. Ajuda-nos a viver nosso primeiro chamado na sua totalidade. Que a cada dia possamos dar mais sentido às nossas vidas e sermos perseverantes no seguimento de Jesus, encontrando conosco mesmos, valorizando as pessoas em nossa vida e reconhecendo a sua beleza presente nelas. Que sempre, possamos ser felizes e fazer os outros felizes. AmÊm.


1. Tema: Dúvida

Complicado explicar o verdadeiro significado da dúvida. Ela pode estar presente em nossa vida em diversas formas, na questão da prova que não sabemos em qual marcar, em uma trilha que tenha dois caminhos, entre dois doces, ou qualquer outro objeto que queiramos comprar e que não conseguimos decidir entre um ou outro, até mesmo nas cores, não tem uma explicação plausível para algo que não vemos, apenas sentimos, e com isso a pior das dúvidas é a que está dentro de nós, não em relação a objetos ou coisas palpáveis, mas sim as nossas ânsias e desejos, de querermos estar com alguém, mas que também não queiramos deixar a nossa vida para trás, essa dúvida é mais perturbadora quando não conseguimos entender o que realmente o outro sente, tornando mais difícil tomar uma posição e nesse ciclo de dúvidas, acabamos indo de encontro a outra palavra complicada, a escolha, queremos e não queremos, como saber se a escolha tomada foi a mais certa. Isso é impossível, o que torna cada dia, minuto e segundo uma grande aventura, cheia de dúvidas e escolhas, e que nunca saberemos se tudo na vida seria diferente se tomássemos o outro caminho. Irisbel Correia.

Em vários momentos de nossa vida, nos deparamos com situações que despertam em nós um sentimento, muitas vezes difícil de ser sentido: a dúvida. Com esse sentimento, acabamos divididos, pois a dúvida existe em consequência das escolhas que fazemos. Quando estamos prestes a tomar uma decisão em meio


a uma variedade de opções, ou a resolver algo que apresenta vários modos de resolução, estamos, perante a dúvida. Na juventude, são constantes os momentos de dúvida: nas escolhas dos relacionamentos, das profissões, entre outras. Porém, isso é positivo, pois nos possibilita a oportunidade de pensar mais e melhor, podendo perceber o que realmente é bom pra mim e evitando tomar conclusões precipitadas. Dessa forma, é válida a preocupação em não deixar que a dúvida se transforme em medo, uma vez que esses sentimentos não estão muito distantes um do outro. Somos convidados a rezar e refletir sobre as dúvidas, para que elas não assombrem nossa vida. Quando tivermos oportunidade, possamos experimentar aquilo que achamos que é “a nossa praia” e nos faz bem: decisão será tomada, de uma forma mais pensada.

2. Texto iluminativo para oração: Mt 14, 22-32 3. Para aprofundar o tema:

 Quais são suas dúvidas hoje?  O que você faz para respondê-las?  Você deixa o medo influenciar suas decisões?


4. Música:

Quero duvidar do nosso amor Quero esquecer de mim Dúvidas em mim Quero me esconder enfim Catedral Desaparecer em teus braços Se eu deixar a porta aberta Se teus olhos me chamarem e o desejo então mandar não importa onde estiver não esqueça a luz acesa Te encontrarei para amar sentindo a pulsação Mas se tudo der errado Na partida leve e solta e a certeza estagnar Vou ousar até a vida duvidar De um passaro a voar No sentido livre de uma Quero duvidas em mim paixão Quero duvidar enfim

5. Oração: Senhor Deus, diante dos apelos e de tudo que ocorre ao meu redor, que eu possa dar continuidade ao processo de amadurecimento da fé, confiando no que acredito ser o caminho. Que eu não tenha dúvida na caminhada ao encontro de Jesus, independente das agitações que ocorrem ao meu redor; que eu consiga manter os olhos fixos no Mestre e colocá-lo à frente de todas as minhas escolhas e ações. Que a fé sustente minha vocação. Amém


1. Tema: Administradores da própria vida (Projeto de Vida) Em vários momentos da vida, alguns convites nos são apresentados. Cabe a nós aceita-los ou não. Um dos convites que recebemos é aquele que nos chama a cuidar de nossa vida, ou seja, que nos leva a pensar e organizar o nosso modo de ser, para vivermos melhor. Nessa perspectiva, é bom tomarmos consciência de que a vida é uma preciosidade, uma riqueza que a nós foi confiada e por isso, cabe a cada um administrá-la. O projeto de vida é uma maneira de organizar a vida, pondo em pratica essa administração. Somos convidados a sonhar a forma como devemos viver e a partir daí ir à busca da concretização desse sonho. Assim quando organizamos nossa vida e nosso projeto, temos maior capacidade de cuidar do nosso próximo: amigos, familiares e outras pessoas. Projetar é tomar consciência, assumir o controle da história de vida. É dar sentido à existência. Isso é uma ousadia nos dias atuais uma vez que temos as coisas todas prontas e não somos incentivados a pensar e projetar. Nossa vida deve ser vista de forma diferente; não vale a pena deixar que o existir nos leve; é importante termos controle sobre a nossa caminhada. Projetar é também usar nossos pensamentos, a inteligência para o seguimento de um bem maior. Isso exige passos cautelosos e atenção ao que se encontra


ao longo dessa caminhada. Convida-nos a fazer algumas reflexões: quem sou eu? De onde vim? De que gosto?... Isso tudo consciente de minhas potencialidades e limitações, sabendo quais passos posso dar. Aí entra a pergunta: onde dou conta de ir? Esses questionamentos são importantes para que o projeto não se torne uma ilusão; na sua elaboração não devemos ser pessimistas, mas também não devemos fazê-lo com hipocrisia. Para nós jovens que gostamos de ser “autônomos”, essa é uma oportunidade de decidirmos onde queremos ir e de que forma queremos agir para buscar meios e formas para chegarmos a esse lugar. Afinal, somos administradores de nossa vida.

2. Texto iluminativo para oração: Lc 4, 14-21 3. Para aprofundar o tema:  Como você tem vivido?  Qual é o seu projeto de vida?  Se tiver, está sendo fiel a esse seu projeto?


4. Música:

Querendo ter alguém que não vem (não vem) Eu não sei o que vi aqui Onde Ir Eu não sei prá onde ir Vanessa da Mata Eu não sei porque moro ali Eu não sei porque estou Eu não sei o que vi aqui Eu não sei prá onde a gente vai Eu não sei prá onde ir Eu não sei porque moro ali Andando pelo mundo Eu não sei prá onde o Eu não sei porque estou Eu não sei prá onde a gente mundo vai Nesse breu vou sem rumo vai Só sei que o mundo vai de lá Andando pelo mundo pra cá Eu não sei prá onde o Andando por ali mundo vai Por acolá Nesse breu vou sem rumo Só sei que o mundo vai de lá Querendo ver o sol que não chega pra cá Querendo ter alguém que Andando por ali não vem Por acolá Querendo ver o sol que não Só sei que o mundo vai de lá pra cá chega Andando por ali Querendo ter alguém que Por acolá não vem Só sei que o mundo vai de lá Querendo ver o sol que não chega pra cá Querendo ter alguém que Andando por ali não vem (não vem) Por acolá Querendo ver o sol que não Só sei que o mundo vai de lá pra cá chega


Andando por ali Por acolá Querendo ver o sol que não chega Querendo ter alguém que não vem Só sei que o mundo vai de lá pra cá Andando por ali Por acolá Querendo ver o sol que não chega Querendo ter alguém que

não vem Cada um sabe dos gostos que tem Suas escolhas, suas curas Seus jardins De que adianta a espera de alguém? O mundo todo reside Dentro, em mim Cada um pode com a força que tem Na leveza e na doçura De ser feliz.

5. Oração: Ó Deus de bondade, que te fazes presente no caminhar dos teus filhos e filhas, fortalece a confiança de elaborarmos e trilharmos um projeto pessoal, para sermos bons administradores da nossa própria vida, por Cristo nosso irmão. Amém.


1. Tema: A Vida e suas escolhas Não são os nossos talentos que mostram aquilo que realmente somos, mas sim nossas escolhas... (Joanne Rowling)

A vida é feita de escolhas. Sempre estamos diante de várias opções e temos que escolher uma. E são as nossas escolhas que determinarão quem seremos. Fazer escolha é uma tarefa difícil, pois ao optar no campo profissional, por exemplo, pela carreira de engenheiro é preciso abrir mão de uma boa carreira de advogado. A mesma coisa acontece no aspecto vocacional. Se fizermos opção pela vida religiosa, não podemos viver como um leigo, casado ou não, e nem como um presbitero. Temos que investir em nossas escolhas, dedicar nossa vida e nosso tempo. Existem alguns passos que nos podem ajudar em nossas escolhas: Ser. Como sou? Gosto de quê? Esse primeiro passo exige um aprofundamento de si mesmo, o autoconhecimento. Conhecer. A partir do que sou, procurar saber e pesquisar sobre as possibilidades de tal escolha. Conviver. É fazer a experiência, o estágio; é fundamental para uma opção, pois através da vivência, vou sentindo a minha vocação. Discernir. A última etapa de uma escolha, é dizer se é


isso ou não que quero para minha vida. Não temos garantia de que uma escolha seja para sempre. Não somos sempre os mesmos, mas também não dá para se viver indeciso, ou sempre fazendo estágios. Também existem escolhas que precisam ser feitas e refeitas. O caminho é sempre o mesmo, ou seja, nossa vida, mas existe um jeito novo de caminhar, de conduzir essa vida. Toda escolha é um risco. Somos livres para fazer nossas escolhas, mas Deus espera algo de nós. Cabe a cada um descobrir. A passagem de Lucas 10, 38-41, mostra a escolha de Marta, que se preocupa em fazer; e de sua irmã Maria, que escolhe ser discípula. Jesus alerta Marta: “Marta, Marta! Você se preocupa e anda agitada com muitas coisas; porém, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte, e esta não lhe será tirada.” (Lc 10,41) A dinâmica do mundo não nos possibilita uma parada. As coisas são tão rápidas: tempo é dinheiro. Surge o pensamento de que não precisamos escolher; podemos “ter” tudo. Na verdade, isso é uma dificuldade na escolha, não dá para viver querendo tudo. Corremos o risco de cair no ativismo, não tendo tempo de pensar em nós, na vida, nas escolhas, não temos tempo de ser, não escolhemos a melhor parte. Precisamos respeitar os processos da vida.

2. Texto iluminativo para oração: Lc 10, 38-42.


3. Para aprofundar o tema:  Nas escolhas que você fez na vida, em que pontos elas consideram o projeto do Reino de Deus?  Com base no texto de Lucas 10, 38-42, que parte você tem escolhido na sua vida?  Você já fez alguma escolha? Quais os sentimentos diante das várias opções que você precisa fazer?  Onde Deus quer que você esteja? Onde você quer estar?

4. Música: É preciso saber viver Titãs Quem espera que a vida Seja feita de ilusão Pode até ficar maluco Ou morrer na solidão É preciso ter cuidado Pra mais tarde não sofrer É preciso saber viver Toda pedra do caminho Você pode retirar Numa flor que tem espinhos Você pode se arranhar Se o bem e o mal existem

Você pode escolher É preciso saber viver É preciso saber viver É preciso saber viver É preciso saber viver Saber viver, saber viver!


5. Oração: Deus da vida, que preparas cada um de nós para uma missão específica e que nos dás a liberdade de escolher, acolhe nossa vida e nossas escolhas. Que elas abracem tua proposta de um mundo mais fraterno, humano, solidário e de compromisso com a vida. Amém.


1. Tema: Evangelizar com criatividade O poeta Cazuza cantava: “O tempo não pára, não pára, não, não pára.” A evangelização também não pode paralisar. Ela é a anamnese da missão de Jesus Cristo. “Evangelizar é a razão de ser da Igreja. Ela existe para evangelizar (EN, n. 14)”. Nós temos uma árdua missão: evangelizar no espaçotempo da contemporaneidade. Pois, os desafios de hoje não são os mesmos de ontem e possivelmente não serão os de amanhã. Diante deste cenário, não podemos nos acomodar em nossa missão, cada vez mais precisamos redescobrir com criatividade novas possibilidades e caminhos para o encontro vivo com Jesus Cristo. Tempos atrás, fui testemunha de dois fatos simples, mas que nos ilustram a eficácia da criatividade e nos ajudam a refletir sobre o nosso jeito de evangelizar. O primeiro fato foi cômico, mas repleto de sentidos e significados. Era final de um puxado dia de trabalho, estava dentro de um ônibus lotado retornando para minha casa. Quem é refém do sistema público de transporte, sabe como é estressante ficar de pé dentro de um ônibus lotado, sem contar o risco que corremos de assaltados e outros constrangimentos. A tendência é cada um se fechar em si com a ajuda dos fones de ouvido e tentar esquecer que existem outras pessoas ao nosso lado. Voltando ao relato, tudo estava “normal”, até que


surge um jovem mal vestido com uma caixa de paçoca na mão e com voz forte exclama: “Ei! Estou aqui pra duas coisas: uma pra roubar e outra pra matar”. Todos se assustaram e, os olhos perdidos do nada se voltaram para o jovem da paçoca que rapidamente esboçou um sorriso e continuou: “Vim pra roubar atenção de vocês e matar a vontade de vocês comerem uma paçoquinha”. Ufa! Foi à expressão da maioria dos passageiros do ônibus. Depois do ufa um sorriso e o sucesso. O jovem da paçoca conseguiu chamar atenção de todos/as e com êxito vendeu todas as suas paçocas. Ele desarmou todas as pessoas estressadas do trabalho e da vida moderna, abstraiu do rosto humano, preocupado com os problemas existenciais, a alegria e o prazer de viver. O segundo fato também é cômico, mas repleto de significados. Estava na rodoviária de Vitória aguardando o ônibus para ir ao interior do Estado do Espírito Santo. Com um olho no livro e outro na bolsa com medo do “ladrão”, eis que num piscar de olhos recebo um beijo no rosto de uma criança desfigurada. Quase que pulei de susto. Nunca imaginei que poderia receber um beijo no rosto de alguém desconhecido na rodoviária de Vitória. De fato, nunca havia visto antes aquele menino. Talvez fosse mais uma criança fadada ao mundo do crime. Sua escola é aprender beijar estranhos e receber moedas em troca do pseudo carinho. Mas, a criatividade do menino nos tocou. Quase todos os viajantes doaram uma esmola para o garoto. Com sabedoria, o menino nos despertou que ainda podemos tocar as pessoas.


Estes dois fatos são considerados normais da cotidianidade da vida moderna, mas repletos de significados para a evangelização. No primeiro caso o produto oferecido ao consumidor é o mesmo produto de tantos outros trabalhadores que diariamente vendem paçoca nos ônibus ou nas ruas. Todavia, o sucesso da venda não necessariamente está ligado à marca da paçoca, mas a criatividade de como oferecer o produto ao consumidor. A missão se assemelha com o trabalho do paçoqueiro. Só evangeliza quem vai ao encontro do outro. Só vende paçoca quem oferece para alguém. Só evangeliza quem explicita com palavras e testemunho o conteúdo da evangelização. Só alcança bom êxito na venda aquele que comunica com segurança e criatividade seu produto. A eficácia da evangelização se reflete na mudança de vida, ou seja, no seguimento a Jesus Cristo e adesão ao seu Reino. O bom êxito da venda se reflete no lucro do vendedor. Todavia, a evangelização transcende ao trabalho do paçoqueiro, quando mais do que saciar a fome material, deve saciar a fome espiritual e fomentar no ser humano a vontade de ser uma pessoa melhor. No segundo caso, aparentemente a criança pedinte não estava diferente de tantas outras que clamam por uma esmola. Ela estava desfigurada e seu objetivo era uma ajuda, mas a forma que escolheu para pedir foi determinante para conquistar a empatia e as moedas das pessoas. Não foi a roupa suja que conseguiu a esmola, mas o beijo molhado nos rostos secos que tocou na carência humana. A Evangelização não clama só por bons


intelectuais para nos escritórios teorizarem a missão. É preciso ir ao encontro do outro, preferencialmente dos mais necessitados. Tocar no outro com um abraço e um beijo na missão significa sentir o outro na sua condição de humano, encarnar na sua realidade e deixar que o amor de Jesus Cristo seja transbordado. A Igreja que por natureza é missionária precisa aprender com esses dois sábios populares, como reinventar novos caminhos para evangelizar e alcançar bom êxito na sua missão. Não precisamos deixar de ser cristãos para evangelizar. Não precisamos perder valores, renunciar a caridade e reproduzir as injustiças sociais pra se aproximar dos outros. Talvez devêssemos mudar nossa conduta de como se aproximar do outro, se é que estamos próximos uns dos outros. Pois, como usar a criatividade preso a lei e com um discurso moralista? Quem cansado e estressado irá nos ouvir com um discurso arcaico, chato, excludente e desumanizante? De quem iremos saciar a carência se mal saímos de nossos quintais paroquiais? Estamos num tempo de mudanças. A evangelização não pode estagnar e deixar que a missão pare de evangelizar. É preciso criar outro mundo possível fundamentado em virtudes cardeais que garantam ao ser humano a dignidade de serem filhos (as) de Deus. Para o profeta D. Pedro Casaldáliga “a humanidade precisa ser humanizada”, e a concretude deste evento depende intrinsecamente da evangelização criativa e encarnada na realidade do nosso povo. Oxalá a Igreja ajuste o seu relógio com o relógio da


humanidade e seja iluminada pela ação do Espírito Santo para anunciar a esperança e denunciar as injustiças, sobretudo aos mais pobres e necessitados.

2. Texto iluminativo para oração: Mt 13, 3-9 3. Para aprofundar o tema:  Como no cotidiano você percebe a presença de Deus?  Evangeliza com o seu jeito de ser e agir?  O que esses textos fazem você refletir sobre a sua vida?

4. Música: Paciência Lenine Mesmo quando tudo pede Um pouco mais de calma Até quando o corpo pede Um pouco mais de alma A vida não para... Enquanto o tempo Acelera e pede pressa Eu me recuso faço hora

Vou na valsa A vida é tão rara... Enquanto todo mundo Espera a cura do mal E a loucura finge Que isso tudo é normal Eu finjo ter paciência... O mundo vai girando Cada vez mais veloz A gente espera do mundo E o mundo espera de nós Um pouco mais de paciência...


Será que é tempo Que lhe falta para perceber? Será que temos esse tempo Para perder? E quem quer saber? A vida é tão rara Tão rara...

Será que é tempo Que lhe falta para perceber? Será que temos esse tempo Para perder? E quem quer saber? A vida é tão rara Tão rara...

Mesmo quando tudo pede Um pouco mais de calma Até quando o corpo pede Um pouco mais de alma Eu sei, a vida não para A vida não para não...

Mesmo quando tudo pede Um pouco mais de calma Até quando o corpo pede Um pouco mais de alma Eu sei, a vida não para A vida não para... A vida não para...

5. Oração: Senhor, dá-me a graça de percebê-lo em tudo e em todos. Ajuda-me a cultivar a paciência como sinal da tua presença em minha vida. Que eu seja sinal da tua misericórdia e paz no cotidiano “louco” em que vivemos. Amém


1. Tema: Eu não vim para ser servido, mas para servir. Jesus levanta-se da mesa, depõe o manto e, tomando uma toalha, cinge-se com ela, depois coloca água numa bacia e começa a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha com a qual estava cingido. (Jo 13, 4-5).

Toda a vida de Jesus foi serviço e Ele levou isso até às últimas consequências. Essa forma de viver se expressa bem no jantar que fez com seus amigos antes de morrer. Jesus, empregando os gestos de acolhida e serviço que eram usados em seu tempo, lava os pés dos seus Apóstolos! Somos convidados a colocar-nos no meio deles, que têm os pés lavados, que recebem o incomparável serviço de Cristo. As palavras e os gestos de Jesus manifestam o que há de mais profundo na pessoa humana. Jesus está todo inteiro na menor das suas ações, no menor dos seus gestos. Suas palavras são acompanhadas por atitudes e gestos concretos, não ficam vazias, sem sentido, sem convencer ninguém. Tudo nele manifesta o amor. Jesus se põe a nossos pés... Pede-nos permissão para amar-nos, pois nada pode realizar sem o nosso consentimento... “Deixa-me lavar teus pés...”. E nós: queremos sempre manifestar a Deus o nosso amor, sem entendermos que Ele nos amou primeiro. Trata-se de recebê-lo a nossos pés para que Ele nos mostre com que amor Ele nos ama.


No gesto do lava-pés, se oculta o Mistério do despojamento do Filho de Deus, que vem para servir e purificar... Jesus quer que seus discípulos aceitem e continuem esse ato de despojamento e amor. Ao mesmo tempo em que se coloca aos pés de sua criatura, Ele nos mostra com que amor nos devemos amar uns aos outros, pois cada pessoa é, no íntimo, aquela mesma diante da qual Jesus se põe de joelhos, para que aprendamos por este gesto a grandeza do homem. Jesus se coloca de joelhos diante do homem para que descubramos a sua dignidade e nos amemos como Ele nos amou! “Se, portanto, Eu vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo para que como Eu vos fiz, também vós o façais” (Jo13,14). Humildade não quer dizer que o inferior se disponha a prestar serviço ao superior. A verdadeira humildade é diferente; nela, o superior serve ao inferior. A humildade reveste-se da forma mais sublime, quando ela se curva diante do pecador, não como juiz, mas como Salvador e Libertador. Toda a vida de Jesus não é outra coisa senão esse único e sublime ato de verdadeira humildade. O seguimento de Cristo pressupõe disponibilidade para o serviço fraterno. No Reino de Deus não cabem ambições de domínio e de fazer carreira. No discípulo de Jesus há de se prolongar e permanecer operante o sentimento de humildade e serviço.

2. Texto iluminativo para oração: Jo 13, 1-17


3. Para aprofundar o tema:  Que sentimentos brotam em você, dessa leitura?  O que esse gesto de Jesus diz a você?  Quem já lavou os seus pés?  De quem você já lavou os pés?

4. Música: Depende de Nós Ivan Lins Depende de nós Quem já foi ou ainda é criança Que acredita ou tem esperança Quem faz tudo pra um mundo melhor Depende de nós Que o circo esteja armado Que o palhaço esteja engraçado Que o riso esteja no ar Sem que a gente precise sonhar Que os ventos cantem nos galhos Que as folhas bebam orvalhos

Que o sol descortine mais as manhãs Depende de nós Se esse mundo ainda tem jeito Apesar do que o homem tem feito Se a vida sobreviverá Que os ventos cantem nos galhos Que as folhas bebam orvalhos Que o sol descortine mais as manhãs Depende de nós Se esse mundo ainda tem jeito Apesar do que o homem tem feito Se a vida sobreviverá Depende de nós Quem já foi ou ainda é criança Que acredita ou tem esperança Quem faz tudo pra um mundo melhor


5. Oração: Senhor de ternura e bondade, com teu gesto nos ensinas que o amor e o serviço são atitudes daqueles que são teus discípulos e seguidores. Ajuda-nos a viver em fidelidade nosso discipulado. Amém!


1. Tema: A mística do seguimento O seguimento no contexto da vocação é importante para entendermos as pessoas que fizeram sua história a partir do conhecimento do próprio Deus e da pessoa de Jesus Cristo. A experiência de seguimento está no grau de fé que se tem naquele em quem se confia. Normalmente as pessoas que conseguem fazer esse movimento, são as que estão “sensíveis ao mistério da vida em uma atitude de abertura e disponibilidade” (Água da Rocha, nº 46), essas podemos chamar de místicas. Elas buscam em Deus a inspiração que as colocam diante de si e do outro. Dessa forma, tornam-se “testemunhas da luz, entre seus companheiros de jornada” (Água da Rocha, nº 47). No caso dos cristãos, crê-se que o mesmo Espírito que inspirou os apóstolos, tornando-os entendidos da mensagem de Jesus, é o mesmo que nos inspira hoje para segui-lo e participarmos da sua missão. Os místicos cristãos reconhecem em Jesus o sentido de sua fé. É a partir da experiência de Jesus no mundo, vivendo e convivendo com as pessoas, que seus seguidores aprendem que não podem viver de aparência e de maneira superficial. Inserem-se no que mais Jesus possui de profundo, sua relação com o Pai e o mergulho na imensidão do amor de Deus. O místico confia, entregase a infinita misericórdia do Senhor que quer fazer história com os homens.


2. Texto iluminativo para oração: Mt 4 18-22 3. Para aprofundar o tema:  O que você entende por mística?  Que características os místicos devem ter para entender a mensagem de Jesus?  Que anseios e preocupações do mundo de hoje mais tocam seu coração?  Como você entende essa resposta radical dos apóstolos?

4. Música: Missão de todos nós Zé Vicente O Deus que me criou, me quis me consagrou para anunciar o seu amor. Eu sou como chuva em terra seca pra saciar, fazer brotar eu vivo para amar e pra servir!

Eu sou como a flor por sobre o muro Eu tenho mel, sabor do céu Eu vivo pra amar e pra servir. Eu sou como estrela em noite escura. Eu levo a luz sigo a Jesus. Eu vivo par amar e pra servir!

Eu sou, sou profeta da verdade. É missão de todos nós Deus canto a justiça e a liberdade. chama, eu quero ouvir a sua Eu vivo para amar e pra servir! voz!


5. Oração: Deus de amor e de bondade, sabemos o quão difícil é seguir o teu chamado. Queremos, pela experiência da peregrinação e da missão, seguir tua voz que nos chama diante de tantos desafios. Colocamo-nos a disposição nossa vida e nossa esperança, com a audácia de se aproximar cada vez mais de uma realidade que nos convida a ser transformada. Como místicos reconheçamos como é grande o teu amor. Amém!



1. Tema: Somos os filhos da revolução Todos nós, no Ensino Fundamental ou no Ensino Médio, estudamos um pouco a Revolução Francesa: “liberdade, igualdade e fraternidade”; a queda da bastilha; jacobinos x girondinos; primeiro, segundo e terceiro estados... Para alguns de nós foi tranquilo, para outros, um sufoco. Ainda há aqueles para quem foi alegria geral ou talvez “bomba”! De forma mais dramática, para aqueles que vivenciaram o pipocar da Revolução Francesa no ano de 1789 e suas consequências, este momento, não foi conteúdo escolar e sim o seu dia a dia. Foi um tempo de mudanças bruscas e profundas. Uma reviravolta completa na ordem social. Algumas mudanças impensáveis, meses antes para aqueles que as viveram. Esse período da história chegou para nós, quase sempre, escrito sob a ótica da burguesia, a grande vencedora. Como bem sabemos, “a corda sempre arrebenta do lado dos mais fracos”, e no meio de todo o conflito, o povo acabou sendo usado como massa de manobra, vivendo as mais duras consequências desse episódio que, em termos históricos, significou o fim de uma era e o início de um novo episódio na história do ocidente, e por que não dizer da humanidade. Também, você e eu, hoje, pouco mais de dois séculos depois, vivemos um tempo de mudanças significativas. No Brasil, conhecemos cidades com índices de assassinatos


que superam verdadeiras guerras. A situação de abandono da educação, nas periferias brasileiras e espaços rurais, pode se assemelhar à situação em que ficaram as pequenas cidades do interior da França nos primeiros anos após a revolução. Era o dia 20 de maio de 1789, 15 dias depois da abertura dos Estados Gerais e quase dois meses antes da queda da bastilha, quando estourou a revolução que marcou o início da que os historiadores chamam de história moderna. Nesse mesmo dia nascia no Rosey, um lugarejo do sul da França, Marcelino José Bento Champagnat, o nono filho do Sr. João Batista Champagnat com a Sra. Maria Chirat. Como de costume naquele tempo, Marcelino foi batizado no dia seguinte. Seu pai, homem do campo, uma liderança local, envolvido com as questões políticas de sua cidade, era, até certo ponto, simpatizante de algumas ideias da revolução. Sua mãe, dona de casa, mulher de grande fé. Entre outras coisas, do pai Marcelino aprendeu o senso prático, a capacidade de enfrentar os problemas e diversos ofícios como carpintaria, criação de ovelhas... Da mãe, ele herdou a devoção a Maria. Traços que modelaram a sua personalidade e, mais tarde, marcaram positivamente o seu trabalho. Conviveu também com sua tia Luiza, religiosa da Congregação das Irmãs de São José, que estava escondida na casa do irmão, pois a revolução perseguiu ferozmente a Igreja. Não era de se esperar outra coisa já que o alto clero estava no topo da pirâmide social. Padres foram


perseguidos, alguns assassinados, conventos fechados, Igrejas queimadas; outras, confiscadas pelo Estado, tornaram-se lugar de adoração da deusa “razão”. Um grande filósofo da época chegou a dizer que “o mundo não seria livre enquanto o último rei não morresse enforcado nas tripas do último padre” (Voltaire). Essa frase marcou minhas aulas de história do 8º ano de Ensino Fundamental. Certa vez, ainda criança, ao ouvir os adultos da casa falarem temerosos sobre a revolução, Marcelino perguntou: “O que é revolução? É gente ou é bicho?” Sua tia respondeu chorando: “Deus permita que não experimentes o que é a revolução. É a mais terrível das feras!”. Era assim que uma parcela da população, em sua maioria gente simples da zona rural, sentia-se acuada por um bicho, “um bicho de sete cabeças”, do qual só se conhecia as terríveis consequências. As mudanças vinham como um rolo compressor, especialmente na vida dos pobres! Por ironia do destino, Marcelino Champagnat foi alguém que, não só vivenciou a Revolução Francesa, mas também protagonizou a sua própria revolução. Mas deixemos isso para mais adiante. A situação das escolas não era melhor do que a de hoje. Os poucos professores da zona rural eram despreparados. O próprio Marcelino, mal impressionado e assustado, desistiu dos estudos ao ver um colega ser corrigido com uma bofetada pelo professor. Essa experiência marcou a sua vida e o seu projeto apostólico. Interessante é que,


tendo abandonado a escola, mais tarde ele se sentiu chamado por Deus para ser educador. Opa! Isso é outra história! Estou me adiantando de novo! A sociedade estava mergulhada no caos. E, como naquele momento histórico, 1798, marcado pela transição da sociedade feudal para a sociedade industrial hoje vivenciamos as transformações da sociedade industrial para a sociedade globalizada, da informação, da tecnologia digital. Vivemos numa época de grandes mudanças. Por isso, podemos dizer que vivemos, também nós, uma época de transformação social, embora não compreendamos plenamente o tempo presente. Como naquele período, em que a Igreja e os demais agentes sociais (família, estado...) percebiam que a realidade escapava aos esquemas e conhecimentos préestabelecidos, hoje se faz necessário encontrar novas formas e linguagens para transmitir valores às novas gerações. É preciso responder perguntas urgentes, inexistentes ou irrelevantes até pouco tempo atrás. Necessitamos de homens e mulheres de coragem e visão para construir e apontar caminhos num tempo em que alguns insistem em buscar água em poços conhecidos ou secos, outros não sabem para onde ir, e alguns desistem de procurar. Marcelino Champagnat, criança que nasceu num momento histórico de grandes mudanças, confusões e incertezas, faz parte de um grupo de pessoas que igual ao Pequeno Príncipe, sabem que “todo deserto esconde um poço”.


2. Texto iluminativo para oração: Mt 2, 13-23 3. Para aprofundar o tema:  Depois destes mais de 20 dias de reflexões vocacionais, anote quais são os grandes apelos e inquietações que eles despertam em você. À luz dessas questões, vamos olhar a vida de Marcelino:  Descreva a forma como você vê o ambiente em que você nasceu: sócio-político, religioso e familiar.  E a situação da educação formal? Como foram seus primeiros dias na escola?  Você percebe grandes mudanças na sociedade atual? Para onde elas apontam?

4. Música: cresça e desapareça Não tem dó no peito não tem jeito não tem ninguém que mereça Não dá pé não tem pé nem não tem coração que esqueça cabeça não tem ninguém que mereça não tem pé não tem cabeça não tem coração que esqueça não dá pé não é direito não foi nada, eu não fiz não tem jeito mesmo nada disso não tem dó no peito não tem nem talvez ter feito e você fez um bicho de sete o que você me fez desapareça cabeças Bicho de Sete Cabeças Zeca Baleiro


Nãodápénãotempénemcabeça não tem ninguém que mereça não tem coração que esqueça não tem jeito mesmo não tem dó no peito não tem nem talvez ter feito

o que você me fez desapareça cresça e desapareça bicho de sete cabeças, bicho de sete cabeças bicho de sete cabeças

5. Oração: Ó Deus da vida e da esperança, ilumina a nossa mente e o nosso coração para que saibamos reconhecer os teus sinais durante a nossa caminhada. Fortalece a nossa fé para que sejamos sempre testemunhas da tua presença no mundo. Amém.


1. Tema: Um Deus que provoca reviravoltas (que bagunça tudo) O tempo passou. Marcelino já era um adolescente. Com as mudanças políticas promovidas por Napoleão, a Igreja começou a se reorganizar. Iniciou-se então uma campanha intensa para conseguir mais vocações sacerdotais na diocese de Lião. Para isso, o Pe. Courbon foi até à paróquia de Marlhes, procurar jovens que quisessem “estudar latim” (era assim que se dizia na época). O pároco, sem ter nenhum nome na cabeça, diz que na paróquia havia uma família piedosa, os Champagnat, com muitos filhos; quem sabe algum deles não se interessasse pela ideia? Quem sabe? Um por um, os filhos do Sr. João Batista foram questionados e responderam: “eu não”. Marcelino estava no campo cuidando de um pequeno rebanho, e assim que chegou foi interrogado pelo padre. Gaguejou, vacilou na resposta, ao ser interpelado. O padre, impressionado com a atitude do menino, o pôs à parte e disse: “Deus o quer”. Pronto!!! Deus bagunçou tudo! Os planos de trabalhar na pequena propriedade rural da família, de criar ovelhas, sofreu um terremoto. Com todo respeito, é assim que o Deus de Jesus se manifesta na vida das pessoas. Ele não arromba a porta. Bate... Convida, se insinua. Aí reside parte da originalidade da nossa fé. Deus tem um sonho para a humanidade, fomos chamados a participar deste sonho. Trocando em


miúdos, o discernimento vocacional consiste em perceber o “querer de Deus” para nossa vida. Se aceitarmos o convite, podemos dizer como o título de um artigo de Dom Pedro Casaldáliga: “Nosso Deus tem um sonho e nós também”. Ousar sonhar os sonhos de Deus para a própria vida e para a humanidade inteira é o convite feito a cada cristão. Mas um sonho grande, como o de Deus, se expressa com várias nuances em cada um de nós e cada um presta um serviço que ajuda a construir um pedacinho desse sonho. Neste “Deus o quer”, o pequeno Marcelino se viu diante de algo que o interpelava, o encantava e era maior do que ele: o mistério de Deus. Peço licença para chamar a atenção a dois possíveis paralelismos bíblicos. Primeiro, certamente em que o Ir. João Batista, biógrafo de Marcelino, se inspirou, na vocação de Davi. Vale a pena ler 1Sm16, 1-13. Segundo, não poderíamos comparar o “Deus o quer” na vida de Marcelino à espada profetizada por Simeão que transpassaria o coração de Maria? A piedade popular liga esse texto à experiência da cruz, mas iluminados por Hb 4,12 é possível dizer que foi a Palavra de Deus uma espada que atravessou o coração de Maria, a desinstalou, a fez peregrina na fé. Champagnat, que teria em Maria sua grande inspiração no seguimento de Jesus, vive uma experiência similar a daquela que seria sua companheira e guia nos caminhos de Cristo. O que dizemos de Marcelino não é nada extraordinário. Afinal, a bíblia nos aponta tantos homens


e mulheres que foram chamados por Deus. Foi assim com Moisés que pastoreava ovelhas (Ex 2, 23-3,6), com Gedeão que debulhava o trigo (Js 6, 11-24), com Samuel que dormia no Templo (1Sm 3, 1-21), com Paulo que perseguia os cristãos (At 9, 1-22)... E a história da Igreja também nos aponta vários outros: Antão, Francisco de Assis, Inácio de Loyola... Recentemente, podemos falar de Madre Teresa de Calcutá e, na América latina, D. Oscar Romero... Em todos eles, Deus perturbou-lhes a tranquilidade, provocou em suas vidas uma reviravolta. Convidou-os a sonhar outros sonhos, ou melhor, a descobrir os verdadeiros sonhos adormecidos em seus corações, tal qual as sementes que dormem sob a terra. Todas essas figuras, nossas ilustres conhecidas, e milhares de outras anônimas, tiveram em comum, o fato de terem vivido a aventura de ser o que Deus sonhou que elas fossem. A vida desses homens e mulheres, como a de Marcelino, teve desfechos imprevisíveis. Ouvir a Palavra de Deus é arriscado. Ser o que Ele sonha, realizar o seu sonho em nossa vida é apaixonante, contudo, é um grande risco. Aquele “Deus o quer”, pronunciado pelo Pe. Courbon, foi a Palavra de Deus, na vida de Marcelino, que tocou o fundo de seu coração. Com o passar do tempo, essa palavra se tornou um refrão em sua vida. O adolescente que, de início, titubeou ao perceber que “era Deus” quem lhe falava através daquela pessoa, empenhou todas as suas energias neste projeto: ser padre. Mas não pense que foi algo fácil. Lembra-se que ele decidiu sair da escola


logo no primeiro dia? O menino, que mal sabia falar francês, decidiu estudar latim! Passou alguns dias na casa do cunhado para estudar e se preparou para a jornada que o aguardava. Vendeu algumas ovelhas que criava, para comprar o enxoval que devia levar consigo. E foi para o seminário diocesano de Verrières com 16 anos de idade. Idade um pouquinho avançada. Era o maior, mais velho de sua turma e o mais atrasado nos estudos. Tinha muito mais desenvoltura com os trabalhos físicos do que com os estudos, mas era esforçado. Juntando isso ao seu estilo piedoso, foi escolhido vigilante do dormitório. Todas as noites, após certificar-se de que todos os seminaristas estavam dormindo e fechar portas e janelas, encobria um pouco o lampião e estudava até altas horas da noite. Como muitos de nós que viemos de escolas públicas e nos esforçamos para passar no vestibular, Marcelino teve que “correr atrás do prejuízo”. Mas, como o anjo disse a Maria: “para Deus nada é impossível”... Pois “Deus o quer”.

2. Texto iluminativo para oração: Lc 1, 26-38 3. Para aprofundar o tema:  Quais situações da sua vida falam de intervenções de Deus?  “Deus o quer” onde? Por quê?  Você tem coragem de parar para ouvir? Quais os sinais disso?


4. Música: Caçador de mim Milton Nascimento Por tanto amor Por tanta emoção A vida me fez assim Doce ou atroz Manso ou feroz Eu caçador de mim Preso a canções Entregue a paixões Que nunca tiveram fim Vou me encontrar Longe do meu lugar

Eu, caçador de mim Nada a temer senão o correr da luta Nada a fazer senão esquecer o medo Abrir o peito a força, numa procura Fugir as armadilhas da mata escura Longe se vai Sonhando demais Mas onde se chega assim Vou descobrir oque me faz sentir Eu, caçador de mim

5. Oração: Toma, Senhor, e recebe toda a minha liberdade, a minha memória também, o meu entendimento e toda a minha vontade, tudo o que tenho e possuo, tu me deste com amor. Todos os dons que possuo, com gratidão te devolvo. Dispõe deles, Senhor, segundo a tua vontade. Dá-me somente o teu amor, tua graça, que isso me basta; nada mais quero pedir. (Santo Inácio de Loyola).


1. Tema: Novo tempo, apesar dos perigos... A sociedade e a Igreja estavam se reorganizando internamente. Marcelino também. Aquele jovem, que seguia o impulso do coração, se torna um sonhador audacioso e, no correr dos anos, percebeu que Deus queria dele mais do que podia imaginar, de início. Deus é fonte de amor inesgotável, em si é sempre o mesmo, mas para nós é surpreendente. Revela-se no caminho e faz caminho conosco. A expressão “Deus o quer”, deixava, a cada dia, raízes mais profundas no coração de Marcelino. Isso é sempre muito arriscado. Afinal, só sabemos como começa. Marcelino, um adolescente da roça, que pouco frequentou a escola, se viu seminarista, quase que do dia para a noite. Viveu na própria carne as consequências de um ensino fundamental deficiente. Teve que se esforçar muito. Nas férias, do primeiro ano de seminário, sua mãe foi aconselhada pelo reitor a retirá-lo de lá, pois, além de ser mais velho que os outros, também estava muito atrasado nos estudos. Mulher de fé inabalável, Maria Chirat foi ao santuário de São Francisco Regis, em La Louvesc, com Marcelino e confiou a vocação do filho a Maria. Aí já vemos outro traço marcante na vida de Champagnat. Muito cedo ele aprendeu com a própria mãe que sempre é importante empenhar todas as forças em um


projeto de vida, confiar em Deus e recorrer à proteção de Maria. Depois de muitas noites mal dormidas, estudando até altas horas, com muita disciplina e confiança em Deus, Marcelino se tornou um exemplo no seminário. O chamado para ser padre, o conduziu, passo a passo, e o fez encontrar-se com aquele que o chamou, a sua herança (Sl16), o próprio Deus. Este Deus encontrado, amado e servido nas pessoas com quem ele se relacionava pelo caminho e, especialmente, nas crianças e jovens para os quais tinha um grande sonho. Fico pensando como a vida de tantos de nós seria diferente se ele tivesse desistido. Você e eu estaríamos fazendo e vivendo coisas bem diferentes. Santa persistência! As atitudes de Marcelino não recordam a experiência que alguns de nós vivemos no Ensino Médio e na faculdade? Digo, pelo menos, a parte dos estudos. Empenhar todas as energias. Perseguir o sonho com coragem. Caminhar como os magos, guiados por uma estrela (Mt 2, 1-12). O fim do Império Napoleônico (1816) coincidiu com a conclusão dos estudos no seminário. Eram várias as mudanças que aconteciam, tanto na sociedade quanto no coração de Marcelino Champagnat. Este jovem, ao mesmo tempo tão inquieto e disciplinado, que até nas férias organizava espaço para ser catequista e ajudar as pessoas, que partilhava dos sentimentos do seu povo, que desejava a “reconstrução” da Igreja, seriamente abalada pela revolução; se formava como um apóstolo zeloso. No seminário maior de Lião, era comum a


formação de pequenos grupos de partilha, cheios de ideais missionários e apostólicos, nos quais os futuros padres, partilhavam os seus sonhos. Eram chamadas as Associações de Amigos (Aas). Um desses grupos projetou a fundação da “Sociedade de Maria”, um corpo apostólico inspirado em Maria, uma presença mariana na Igreja. Pensavam que, assim como a Sociedade de Jesus, os padres jesuítas ajudaram a Igreja a se reerguer após a Reforma Protestante, a Sociedade de Maria seria um novo ânimo para a Igreja da França, no período pós-revolução. Para consolidar o projeto, no dia seguinte à ordenação sacerdotal, no dia 24 de julho de 1816, o grupo de seminaristas do qual Marcelino fazia parte, e que projetava a fundação da Sociedade de Maria, foi em peregrinação ao Santuário de Fouvière e aí se consagraram à Santa Mãe de Deus. Desse gesto, em 1816, nasceu a Sociedade de Maria que, no seu plano original, seria composta por padres, irmãs e uma ordem terceira de leigos. Estranhamente, aos olhos dos demais companheiros, Champagnat insistia na necessidade de Irmãos para a catequese, para ajudar os missionários e para o ensino. Ninguém contestava a ideia, mas o que tinha sido combinado pelo grupo era outra coisa. Então lhe disseram: “se você teve a ideia, se encarregue dela”. Como todo bom sonhador, Marcelino acolheu a resposta como uma missão prazerosa! Que sonhador não quer se dedicar ao seu sonho? Daí em diante este encargo tomou, cada dia, mais espaço no coração deste seminarista, agora padre, pois afinal ele entendia que assim “Deus o quer”.


Assim, terminado o período de formação, após ter acumulado os conhecimentos teológicos e com o coração transbordando de zelo apostólico, Marcelino foi enviado a La-Valla, lugarejo em que começaria, enfim, o grande sonho do seu coração: os pequenos Irmãozinhos de Maria.

2. Texto iluminativo para oração: Mc 3, 13-19 3. Para aprofundar o tema:  Você já esteve, em algum momento, a ponto de desistir de um grande sonho? Como enfrentou esta situação? O que aprendeu com ela?  Quais pessoas fazem parte do seu círculo de grandes amigos? Como tem se relacionado com eles?

4. Música:

socorrer, pra nos socorrer No novo tempo, apesar dos perigos Novo tempo Da força mais bruta, da Ivan Lins noite que assusta, estamos No novo tempo, apesar dos na luta Pra sobreviver, pra castigos Estamos crescidos, estamos sobreviver, pra sobreviver atentos, estamos mais vivos Pra que nossa esperança seja mais que a vingança Pra nos socorrer, pra nos


Seja sempre um caminho que se deixa de herança No novo tempo, apesar dos castigos De toda fadiga, de toda injustiça, estamos na briga Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer No novo tempo, apesar dos perigos De todos os pecados, de todos enganos, estamos marcados Pra sobreviver, pra

sobreviver, pra sobreviver No novo tempo, apesar dos castigos Estamos em cena, estamos nas ruas, quebrando as algemas Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer No novo tempo, apesar dos perigos A gente se encontra cantando na praça, fazendo pirraça

5. Oração: Senhor dá-nos a graça de reconhecer teu chamado em nossa vida e responder com alegria e coragem. Que sejamos fieis ao teu reino e testemunhemos sempre o teu amor. Amém.


1. Tema: Pé na estrada e paixão no coração Após a ordenação sacerdotal, Marcelino foi então enviado à paróquia de La Valla. Era agosto de 1816. A cidade tinha pouco mais de dois mil habitantes espalhados em pequenos vilarejos escondidos nas montanhas. Ruma a pé do seminário à sua nova paróquia, carregando uma trouxa com poucos pertences. Assim caminhou Champagnat. Que sentimentos passavam no coração desse padre recém-ordenado? Sua devoção e ardor pastoral eram tão grandes que, ao avistar de longe a pequena cidade onde iria trabalhar, se ajoelhou e pediu a Deus que ele não fosse um empecilho para a nova missão que deveria aí exercer; e recomendou a Deus o apostolado a ele confiado. Eis outra certeza de Marcelino: “se não é o Senhor quem constrói a casa, em vão trabalham os construtores” (Sl 127, 1). Ao chegar em La Valla, ele logo se deu conta de que os paroquianos estavam abandonados, tal qual ovelhas sem pastor. O pároco, Pe. Rebod, era alcoólatra e muito displicente. Marcelino se empenhou na tarefa de conhecer o povo do lugar. Logo traçou um plano pastoral com a única intenção de tornar Jesus conhecido e amado. Seu coração, aberto à vontade de Deus e confiante na proteção de Maria sem medo do trabalho, diante da realidade desafiadora que gritava por cuidados, alimentava um grande sonho.


Pronto! Isto é o que tinha Marcelino para começar sua missão. Dedicação ao preparar-se e ao celebrar a missa, empenho na vida de oração pessoal, visitas às casas, especialmente de doentes, presença na catequese das crianças... Tudo permeado de um profundo amor, que, pouco a pouco, cativou e transformou a vida em La Valla. Não tinha “tempo ruim”, nem “meu pé me dói”... Como canta o salmo, “o zelo por Javé, me consumia” esse jovem padre de 27 anos. Nada esmorecia o grande sonho do seu coração. Dedicou boa parte do tempo à catequese. As crianças entusiasmadas não perdiam nem se atrasavam para os encontros. Certa vez, confundidos com o dia, que clareava, mais cedo chegaram às 5h da manhã na porta da Igreja! Noutra Marcelino ao falar sobre a evangelização dos povos mais distantes, tomou uma maçã e, apontando para um lado, diz “aqui está a França”; e, apontando para outro, “e deste outro lado há pessoas que ainda não conhecem Jesus”. Um garoto que participava desse encontro de catequese, mais tarde veio a ser bispo e mártir na Oceania. Contudo os planos de Deus na vida desse padre entusiasta extrapolaram tudo o que ele havia pensado para a pequena La Valla. Deus reservou para ele a missão de ser pai espiritual de uma grande família de educadores. A realidade de abandono, na qual encontrou seus paroquianos, o motivou, mais que depressa, a realizar o sonho que pulsava forte e convicto em seu coração: “necessitamos Irmãos, para educar as crianças e os jovens”.


Um dia, foi chamado para atender um jovem agonizante. Ao dialogar com o jovem, que se chamava Jean Batiste Montagne, de 17 anos, sobre a bondade de Deus ficou assustado com a pergunta feita por ele: “Deus, quem é Deus, padre?”. O doente não só desconhecia a bondade de Deus, mas, inclusive, a sua existência. Diante da situação, o jovem padre conversa com o moribundo, dá a ele algumas noções sobre o amor de Deus, depois lhe ministra o sacramento do perdão e se retira para visitar outra pessoa. Ao voltar ficou sabendo que o jovem havia morrido. O coração desse pastor apaixonado foi transpassado por sentimentos opostos. De um lado, ficou feliz por ter podido anunciar Jesus àquele jovem. Também porque, segundo a mentalidade da época, uma pessoa que morresse sem conhecer a Deus e sem receber o perdão de seus pecados, não iria para o céu. Por outro, ficou apreensivo, por saber que existiam milhares de outros jovens como aquele, em sua paróquia e pelo mundo afora. Imagine você o turbilhão de sentimentos que passaram no coração de Champagnat. Por isso, ele se questionou: “Quantos outros não vivem esta situação, sem ter ninguém que os acompanhe, os instrua nos caminhos da fé”. Se hoje, quando vemos uma atividade pastoral fracassar ou um grupo jovem se esvaziar, o nosso coração fica dolorido; que seria da gente, ver um jovem morrer sem ter tido tempo e oportunidade para conhecer a grandeza do amor de Deus para com a sua pessoa? Mas


não nos esqueçamos de que nas periferias de nossas grandes cidades milhares de vidas jovens são ceifadas cotidianamente, morrem sem saber que sentido tem a própria vida ou vivem em condições sub-humanas. Nessa conversa com o jovem Montagne, Marcelino percebeu o apelo de Deus. Não poderia mais adiar o seu plano, ou melhor, os planos Dele. Às vezes Deus dá uns trancos na gente. A “espada da Palavra de Deus” (Lc 2, Hb 4), presente na realidade, atravessou o coração de Marcelino e revelou, neste encontro, a sua vocação de fundador e educador. E a ideia de fundar um Instituto de Irmãos educadores o incomodou uma vez mais. Agora, de forma mais contundente, e por que não dizer sacramental. Penso que, no seu coração, Marcelino, como Francisco de Assis, gritava: O amor não é amado. A imagem daquele jovem que não teve a oportunidade de “saber” quem é Deus ficou gravada em seu coração. Esse encontro de Marcelino com aquele jovem moribundo é um convite para que revisitemos nossos encontros com os jovens Montagne de hoje, para que tomemos consciência dos caminhos que fazemos com eles ou se não estamos passando pelo outros caminhos (Lc 10). Só quem se aproxima se comove. Só quem atende esses chamados ouve o que Deus tem a lhe dizer. Ao retomar o caminho de casa, ele se encontrou com João Maria Granjon, sobre uma ponte, com quem partilhou os seus sonhos e a quem convidou para dar início ao seu projeto. Abençoada ponte que serviu como lugar de encontro, lugar para planejar um sonho, que mudou


a vida de milhões de jovens e crianças nestes quase dois séculos do Instituto Marista.

2. Texto iluminativo para oração: Mc 5, 21-43 3. Para aprofundar o tema:  Que momentos do seu cotidiano sinalizam o grande apelo de Deus para a sua vida? Relembre o cenário, os personagens... O apelo fundamental...  A resposta a esse apelo tem sido um elemento estruturante da sua vida? Como?

4. Música:

sempre assim? Será que todo dia vai ser sempre assim? SempreAssim Quero iniciativa Jota Quest E um pouco de humor Pra peleja da minha vida 7:15 eu acordo Ser feliz, se assim for E começo a me lembrar Do que ainda não me esqueci Tô correndo contra o tempo E agora não posso parar Do que tenho pra falar Por favor, espere a sua vez Todo dia é assim Tempo quente, pé na estrada Certamente ela virá Será que todo dia vai ser Tô seguindo o meu caminho sempre assim? Já parti pro tudo ou nada Será que todo dia vai ser Será que todo dia vai ser


sempre assim? Nessas horas, eu me lembro Com saudades de você Dos amigos que eu ainda não fiz E de tudo que ainda há Tô fazendo a minha história

E sei que posso contar Com essa fé que ainda me faz Otimista até demais Que bom que todo dia vai ser sempre assim! Que bom que todo dia vai ser sempre assim!

5. Oração: Divino Mestre, dá-nos sempre a graça de revelar a tua misericórdia aos nossos irmãos e irmãs. Torna-nos perseverantes no serviço aos mais necessitados e faz de nós fiéis testemunhas do teu amor e da tua sabedoria. Por nosso Senhor Jesus Cristo, amém!


1. Tema: Quem sabe faz a hora... (o nascimento do Instituto dos Irmãos Maristas) A conversa com João Maria Granjon deixou Marcelino empolgado. E Deus lhe reservou outra surpresa. O jovem João Batista Audras, desejoso de entrar para a vida religiosa, depois de ser preterido pelos Irmãos Lassalistas, por causa da sua pouca idade e, por isso, aconselhado a voltar para casa, foi confessar-se com Champagnat, para quem falou de suas motivações. Marcelino não teve dúvidas. Reforçou as ideias do menino, e percebendo que ele acolhia as suas palavras, retirou-se para rezar e colocar diante de Deus os conselhos que deveria dar ao rapaz. Naquele garoto, Marcelino vislumbrava a realização do sonho que alimentava. Colocou-se na presença de Deus como o salmista dizendo “aqui estou Senhor para cumprir tua vontade” (Sl 40), e convidou o rapaz para participar da fundação de uma pequena comunidade de educadores, ali mesmo na paróquia, na cidade de La Valla. Com esses dois jovens o Pe. Champagnat percebeu que já era hora de lançar os alicerces da obra para qual Deus o chamava. E se pôs a investir no seu sonho. Entretanto, onde colocar aqueles meninos? Marcelino sabia que não se podia esperar um momento ideal. A realidade urgia, clamava, gritava. Quem sabe faz a hora, arrisca, ousa, improvisa. Aliás, esses três verbos caracterizaram toda a vida de fundador desse jovem padre. Quem se sente


impelido pelo evangelho não se deixa amarrar numa noção de prudência que o faz viver em “conta-gotas”. Marcelino reza, medita e, ao perceber que vem de Deus o apelo da fundação do Instituto Marista, segue em frente. Assume os custos de sua ousadia. Na verdade é isso que chamamos de fé. Comprou uma casa bem simples, próxima do presbitério. Ele mesmo, com as próprias mãos, reformou e arrumou a casa. Limpou e a decorou com os móveis indispensáveis. Fez mesa, cama, armário e, com os dois primeiros Irmãos, construiu a comunidade. A mesa de refeições, que servia também para as reuniões e orações, tornou-se um símbolo de partilha de vida e de ideais. Um espaço marcado pela simplicidade, onde tudo ali disposto, bem como a própria construção, sinalizavam o empenho e o desejo de amar e realizar um grande projeto de evangelização. Dessa forma, no dia 2 de janeiro de 1817, uma pequena luz foi acesa na vida das crianças e jovens do mundo inteiro: o Instituto dos Irmãozinhos de Maria ou Irmãos Maristas. Com um jovem analfabeto e um semi alfabetizado, Marcelino iniciou uma congregação de educadores. Isto sim é fé na Providência. No decorrer do inverno, Granjon e Audras foram morar na sua nova residência. Marcelino visitava assiduamente seus filhos espirituais. Dava-lhes aulas de leitura e os animava no caminho da vida religiosa. Todo dia ia lá para ensinar algo. O sonho, pouco a pouco, vai se tornando realidade.


Como os pobres da região, também eles trabalhavam no fabrico de pregos e no cultivo da terra. A alimentação, muito simples e restrita ao essencial, não era diferente do que o povo comia, de um modo geral. Na primavera deste mesmo ano, chegou Antonio Colturier. Não podendo estar com eles a tempo integral, Marcelino pede que escolham entre eles um diretor.

2. Texto iluminativo para oração: Mt 7, 24-27 3. Para aprofundar o tema:  O que significa hoje, “construir a casa sobre a rocha?”.  Recorde que elemento você considera que foram importantes para a sua formação enquanto ser humano.  Que elementos você considera que foram importantes para a criação do Instituto Marista?


4. Música: Cidadão Zé Geraldo Tá vendo aquele edifício moço? Ajudei a levantar Foi um tempo de aflição Eram quatro condução Duas pra ir, duas pra voltar Hoje depois dele pronto Olho pra cima e fico tonto Mas me chega um cidadão E me diz desconfiado, tu tá aí admirado Ou tá querendo roubar? Meu domingo tá perdido Vou pra casa entristecido Dá vontade de beber E pra aumentar o meu tédio Eu nem posso olhar pro prédio Que eu ajudei a fazer

Pai vou me matricular Mas me diz um cidadão Criança de pé no chão Aqui não pode estudar Esta dor doeu mais forte Por que que eu deixei o norte Eu me pus a me dizer Lá a seca castigava mas o pouco que eu plantava Tinha direito a comer

Tá vendo aquela igreja moço? Onde o padre diz amém Pus o sino e o badalo Enchi minha mão de calo Lá eu trabalhei também Lá sim valeu a pena Tem quermesse, tem novena E o padre me deixa entrar Foi lá que cristo me disse Rapaz deixe de tolice Não se deixe amedrontar Fui eu quem criou a terra Enchi o rio fiz a serra Não deixei nada faltar Hoje o homem criou asas E na maioria das casas Tá vendo aquele colégio Eu também não posso entrar moço? Fui eu quem criou a terra Eu também trabalhei lá Lá eu quase me arrebento Enchi o rio fiz a serra Não deixei nada faltar Pus a massa fiz cimento Hoje o homem criou asas Ajudei a rebocar E na maioria das casas Minha filha inocente Vem pra mim toda contente Eu também não posso entrar


5. Oração: Senhor Jesus, ajuda-nos a ser fieis a tua Palavra, pois contigo queremos construir a nossa vida fundamentada nos valores do Evangelho. Que a exemplo de São Marcelino estejamos empenhados e animados a realizar o teu grande projeto de evangelização e sejamos sempre sensíveis em reconhecer a tua presença no serviço aos mais necessitados. Isso te pedimos agora e sempre. Amém.


1. Tema: Deus tem seus caminhos para nos levar lá aonde Ele quer. Sem ter ideia da verdadeira revolução que se iniciava naquela casinha de La Valla, os pais de João Batista pediram ao filho mais velho, chamado João Cláudio Audras, para buscar e trazer de volta o filho mais novo, que já estava morando no vilarejo, sob os cuidados de Marcelino Champagnat. Com a chegada do verão, o trabalho na roça aumentava e requisitava mais braços. João Batista Audras, depois de receber seu irmão, vai correndo ao padre Champagnat pedindo-lhe para interceder junto ao irmão para que o deixasse ficar. Após consolá-lo, Champagnat foi falar com João Cláudio. Impressionado com a educação do rapaz, Marcelino lhe perguntou se, ao invés de levar o mano caçula, também ele não gostaria de se juntar à nova comunidade que estava em vias de formação. Ao que João Cláudio perguntou: “mas o que o senhor fará de mim?” João Cláudio, pouco convencido de que deveria ficar, afirmou ser muito rude para o tipo de trabalho proposto pelo jovem padre. Esse por sua vez incentivava o rapaz. O jovem voltou para casa, sem levar o irmão mais novo, conversou com os pais que, pouco tempo depois, autorizaram a sua entrada na comunidade de La Valla. Aqui, sinalizo mais uma característica da personalidade de Marcelino. A sua habilidade para dialogar, para


convencer, para persuadir, para fazer o outro perceber as suas próprias potencialidades é algo que chama a atenção e ao mesmo tempo nos questiona. Marcelino acreditava no potencial dos jovens com quem ele convivia e, por isso, não temia estimulá-los, incentivá-los para grandes projetos. O diálogo com este terceiro jovem é prova da sua confiança na juventude. No coração humano está inscrita a vontade de Deus, mas é preciso estarmos abertos e atentos. O plano de Deus, muitas vezes, parece coisa estranha, por isso é necessário muita atenção para percebê-lo. Você já pensou nisso? Em pouco tempo, Marcelino percebeu que era necessário estar mais próximo de seus discípulos. Pediu autorização, saiu da casa paroquial e foi viver na pequena casa, na pequena comunidade, com eles. O comportamento humilde e entusiasta de Marcelino cativou o coração daqueles jovens; por isso o chamavam de ‘pai’. Através da ‘pedagogia da presença’, uma das suas características mais marcantes, o fundador educa, corrige, ensina, estimula, dá exemplo e, por fim, forma os seus pequenos discípulos. Viver é abrir o coração para reviravoltas e imprevistos. Quem não consegue fazer isso sofre e faz os outros sofrerem. Marcelino, em diversos momentos da sua vida, leu, nos fatos do seu cotidiano, a vontade de Deus. Por isso, desenvolveu a capacidade para dar respostas incisivas, diretas, rápidas, sem demora e diretas. Ai do agente de pastoral que não sabe dar respostas


para os problemas do seu tempo, para o momento que vive. Tende a permanecer nos “esquemas de sempre”, é como uma abelha que se debate contra a vidraça até desfalecer. Marcelino não era assim! Foi um homem de seu tempo e, ao mesmo tempo, aberto para vislumbrar e construir possibilidades.

2. Texto iluminativo para oração: Jo 21, 15-19. 3. Para aprofundar o tema:  Que fatos desafiam você? Que resposta você dá?  De que modo você manifesta o seu afeto às pessoas que ama? E porque é importante manifestar esse afeto?  Em sua opinião, por que Jesus insistiu em perguntar a Pedro se este o amava?  Quais as consequências de amar e seguir a Jesus?

4. Música: Amor maior Jota Quest Eu quero ficar só Mas comigo só Eu não consigo Eu quero ficar junto Mas sozinho só Não é possível...

É preciso amar direito Um amor de qualquer jeito Ser amor a qualquer hora Ser amor de corpo inteiro Amor de dentro prá fora Amor que eu desconheço... Quero um amor maior Um amor maior que eu Quero um amor maior, yeah! Um amor maior que eu... Eu quero ficar só


Mas comigo só Eu não consigo Eu quero ficar junto Mas sozinho assim Não é possível... É preciso amar direito Um amor de qualquer jeito Ser amor a qualquer hora Ser amor de corpo inteiro Um amor de dentro prá fora Um amor que eu desconheço... Quero um amor maior Um amor maior que eu (Que eeeeeu!) Quero um amor maior, yeah! Um amor maior que eu Yeah! Yeah! Yeah!... Então seguirei Meu coração até o fim Prá saber se é amor

Magoarei mesmo assim Mesmo sem querer Prá saber se é amor Eu estarei mais feliz Mesmo morrendo de dor, yeah! Prá saber se é amor Se é amor Wooou! Quero um amor maior, yeah! Um amor maior que eu (Que eeeeeu!) Quero um amor maior, yeah! Um amor maior que eu Um amor maior que eeeeeu, YEah! Maior que eu Um amor maior que eu Maior que eu Um amor maior que eu...!

5. Oração: Senhor Jesus, alegra os nossos corações com o perfume do teu amor. Fazei com que transbordados com a tua presença amorosa, saibamos também amar aos nossos semelhantes. Fortalece a nossa fé e ilumina a nossa caminhada agora e sempre. Amém.


1. Tema: Como um grão de mostarda, a vida em La Valla. A pequena cidade de La Valla foi o berço dessa aventura espiritual e educacional. Ali os Irmãozinhos de Maria deram os primeiros passos. Logo em seguida, em janeiro de 1818, chegou Antoine Couturier. Em maio, vieram os jovens Barthelemy Badard e o pequeno Gabriel Rivat. Nesta pequena comunidade, os jovens se doaram ao máximo, e, aos poucos, cunharam o estilo de vida comunitária dos Irmãos Maristas. Como no lar de Nazaré, cresceram sempre, na intimidade com Jesus e Maria. Seguindo o costume da época, esses rapazes, para marcar sua adesão a Jesus Cristo ao serem admitidos no noviciado, ganham um nome religioso: Os Irmãos Audras João Bastita e João Claudio passam a se chamar respectivamente Ir. Luís e Ir. Lourenço, João Maria Granjon atende por Ir. João Maria, Antonie Couturier passa a se chamar ..., Barthelemy ..., Gabriel Rivat ganha o nome de Ir. Francisco. Apesar da pouca instrução e, talvez, da pouca habilidade para as coisas da casa, os jovens se empenharam no que consideravam ser o sonho de Deus para eles. Marcelino depositou neles muita confiança e lhes demostrou quanto os estima. A ponto de, anos depois, o Ir. Lourenço dizer: “uma mãe não ama tanto seus filhos como ele nos amou”. Com seu jeito firme, familiar e paterno Marcelino os ajudou a acolher a vontade de


Deus e abrir o coração. Viviam com simplicidade entre as pessoas piedosas da pequena cidade. Não tinham conforto nenhum. Aliás, era a certeza crescente de que caminhavam em sintonia com o projeto de Deus, o que mais os confortava. Sabiam que fazer Deus conhecido e amado entre as crianças da região era um projeto no qual queriam empenhar sua vida. Por isso, se esforçavam, se preparavam para a atividade de professores que viveriam em breve. O pão escuro, que comiam cada dia, era o símbolo da vida partilhada e doada; símbolo de solidariedade com as crianças e jovens, particularmente os mais pobres e necessitados de pão, instrução e amor. Valendo-se dos livros de piedade da época, o Pe. Champagnat deu a eles as primeiras noções de fé, convivência em comum, estudo e posturas necessárias para serem educadores. Os poucos recursos de que dispunham moldaram o senso de responsabilidade e partilha. Com boa vontade, esforço e pouco jeito as coisas se encaminharam. A consciência de que era Deus que lhes movia nesse propósito animava o coração de todos eles. Na paróquia ninguém imaginava os rumos que tomaria a missão iniciada por Marcelino e seus discípulos. O Espírito Santo forjou no coração de Marcelino e naqueles jovens camponeses tão esforçados, um estilo próprio para viverem o Evangelho. Isto é, o que comumente chamamos de carisma. Contemplando o início da comunidade de La Valla, podemos confirmar o ditado africano que se


espalhou pelo Brasil, a partir do 13º Encontro Intereclesial das CEB’s: “Gente pequena, fazendo coisas simples, em lugares talvez insignificantes podem mudar o mundo”. Mas, não é essa a lógica do grão de mostarda de que fala o Evangelho? Quando iniciou o trabalho de formação dos futuros Irmãos Maristas, Marcelino Champagnat sabia que muitos dos mestres de escola, professores, trabalhavam na educação por não terem muito mais o que fazer, por falta de opções. Para o fundador havia uma grande diferença entre educar por opção e educar por falta de opção. A paróquia de La Valla não tinha professores, Marcelino achava importante não somente suprir essa necessidade como também capacitar seus Irmãos na técnica do ensino. Para isso, contratou um professor que conhecia o método de ensino aplicado pelos Irmãos das Escolas Cristãs. Este ensinou os primeiros Irmãos e lhes possibilitou fazerem estágios nas pequenas escolas da paróquia. Aos poucos aprenderam a arte do manejo de sala de aula. Mais do que isso, aprenderam, com Marcelino, a ser verdadeiros educadores, a estar próximos das crianças para anunciar o Evangelho. Aprenderam quanto Deus ama as crianças. Foram inflamados pelo projeto de Marcelino: “tornar Jesus conhecido e amado entre as crianças e jovens”. O entusiasmo e os desafios cresceram e, logo logo, ele despediu o professor contratado, abriu a primeira escola Marista e a entregou aos primeiro Irmãos que não mediram esforços para alfabetizar, para ensinar a escrita


e a leitura, mas, sobretudo, ensinar também a linguagem do amor e do serviço. Em pouco tempo, o empenho daqueles jovens educadores encantou a paróquia. Aos poucos, com a chegada de novos candidatos, Marcelino abriu outras escolas. Os Irmãos foram-se tornando conhecidos e estimados. Mas, como nem tudo são flores, Marcelino enfrentou incompreensões de alguns padres. Teve dificuldades com a aprovação do Instituto, por parte do governo francês e da diocese. Viu escassearem as vocações. Contudo, continuou confiando seu empreendimento a Maria. Essa mulher, grande companheira de caminhada não o deixou na mão. Logo vieram outros candidatos. A chegada de um grupo numeroso de vocacionados, deu novo impulso ao Instituto, ao trabalho do Pe. Champagnat. Além da presença nas pequenas escolas da região, os irmãos também se dedicavam aos trabalhos de catequese paroquial. Entre eles, o Irmão Lourenço, chamado o catequista no Bessat, se empenhava na evangelização dessa pequena localidade, alguns quilômetros acima de La Valla, lugarejo afastado da cidade, distante, pobre e de difícil acesso, no alto do monte Pilat. O Irmão subia a montanha com um pequeno suprimento de batata e pão, e aí ficava de quinta a domingo. Com uma sineta chamava as crianças para a catequese e os adultos para os momentos de oração. Apesar da dureza da empreitada, ele se mostrava profundamente realizado em poder anunciar Jesus para aquelas crianças que moravam em um lugar pobre e esquecido.


Ir aonde os outros não iam. Ser presença educativa e evangelizadora nos lugares mais abandonados. Dar atenção àqueles mais esquecidos, aqueles e aquelas crianças com as quais outros não se importam. Acolher as suas fragilidades e testemunhar quanto Deus ama cada pessoa, com seus dons e debilidades. Eis o ideal dos educadores de Champagnat. Eis outra marca da congregação nascente. Como Marcelino, o pequeno grupo de religiosos cresceu, dia após dia, no amor de Deus. E a consciência do amor de Deus para com eles, os impulsionava a responder com amor e dedicação às crianças e jovens. Entregaram a vida Àquele que os amou primeiro. Mas, a experiência não é fruto de um intimismo. Eles não se permitiram ficar nos primeiros sucessos. Abriram-se aos novos desafios. Romperam fronteiras, foram mais além das fronteiras paroquiais. Dedicaram a vida inteira à tarefa, à missão, ao apostolado.

2. Texto iluminativo para oração: Mc 4, 30-32 3. Para aprofundar o tema:  A história de Marcelino e a leitura bíblica nos mostram que a lógica do evangelho nos desafia com aquilo que é simples, pequeno e profundamente significativo. Contemplando a sua vida à luz desta lógica, o que você percebe?  Quais são “os pequenos” passos que você já


conseguiu dar?  Olhando a realidade ao seu redor. Onde estão as crianças e jovens? Que apelos emergem desta situação?  Que significa na sua vida “ir aonde os outros não vão”?

4. Música: O que é? O que é? Gonzaguinha Eu fico Com a pureza Da resposta das crianças É a vida, é bonita E é bonita... Viver! E não ter a vergonha De ser feliz Cantar e cantar e cantar A beleza de ser Um eterno aprendiz... Ah meu Deus! Eu sei, eu sei Que a vida devia ser Bem melhor e será Mas isso não impede Que eu repita

É bonita, é bonita E é bonita... E a vida! E a vida o que é? Diga lá, meu irmão Ela é a batida De um coração Ela é uma doce ilusão Hê! Hô!... E a vida Ela é maravilha Ou é sofrimento? Ela é alegria Ou lamento? O que é? O que é? Meu irmão... Há quem fale Que a vida da gente É um nada no mundo É uma gota, é um tempo Que nem dá um segundo...


Há quem fale Que é um divino Mistério profundo É o sopro do criador Numa atitude repleta de amor... Você diz que é luxo e prazer Ele diz que a vida é viver Ela diz que melhor é morrer Pois amada não é E o verbo é sofrer... Eu só sei que confio na moça E na moça eu ponho a força da fé

Somos nós que fazemos a vida Como der, ou puder, ou quiser... Sempre desejada Por mais que esteja errada Ninguém quer a morte Só saúde e sorte... E a pergunta roda E a cabeça agita Eu fico com a pureza Da resposta das crianças É a vida, é bonita E é bonita...

5. Oração: Senhor Jesus, que o exemplo de São Marcelino impulsione os nossos sonhos e a nossa vocação para que tenhamos força e coragem para vencer os desafios que encontramos pelo caminho e sejamos sempre presença educativa e evangelizadora no mundo atual. Isso te pedimos agora e sempre. Amém.


1. Tema: Maria: a companheira de todas as horas Talvez você esteja pensando que está faltando algo nessa história. Realmente, faltou falar um pouco mais daquela que foi a grande companheira de caminhada de Marcelino: Maria, mãe de Jesus. Ele estava tão convencido disso que, ao falar da comunidade nascente, afirmava categoricamente: “foi ela que fez tudo entre nós”. Quanto mais o tempo e os desafios passavam, mais Champagnat ficava convencido da presença companheira de Maria. Igualmente a todas as pessoas que vivem em profundidade, a existência humana, Marcelino foi um filho do seu tempo. Um homem do século XIX e, ao mesmo tempo, esteve à frente dele. A devoção de Marcelino é profundamente centrada na pessoa de Jesus. Muitas situações da vida de Marcelino testemunham o lugar que a mãe de Jesus ocupava em sua vida. Contudo, é bom, lembrar que este lugar de destaque que Maria tem na vida de Champagnat não ofusca em nada a centralidade de Jesus, muito pelo contrario. Certa vez, o fundador disse a seus Irmãos. “Vamos a Maria, pois ela traz sempre consigo seu filho Jesus nos braços ou no coração”. Ele considerava a Congregação que se sentia chamado a criar, apenas um ramo da Sociedade de Maria; fazia parte da missão de Maria. Os maristas dos vários: Padres, Irmãos, Irmãs, Irmãs Missionárias sentiam-se continuadores da missão de Maria: “Trazer Jesus ao


mundo e estar junto com a Igreja nascente”. Ser presença mariana no meio do povo e na comunidade eclesial. Ternura, simplicidade, cuidado, estes homens e mulheres almejavam testemunhar. Conforme o tempo passava, Champagnat crescia na relação de amizade com Maria. Se ele cantasse essa amizade bem que poderia repetir as palavras de um cantor carioca: “Quando tudo parece estar perdido é nestas horas que você vê quem é parceiro, quem é bom amigo, quem está contigo (...) Foi Deus quem pôs você no meu caminho na hora certa pra me socorrer. Eu não teria chegado sozinho a lugar nenhum se não fosse você”. Sim, em várias situações de sua vida, Marcelino experimentou o amparo dessa companheira. Em suas cartas, várias vezes, se refere à Maria chamando-a de Boa Mãe. Com ela, Marcelino aprendeu a ser peregrino na fé. Aprendeu que Jesus nos desafia e desinstala. Com esta companheira Marcelino partilhou seus momentos difíceis. A certeza de que a obra que empreendia era dela, moldou nele uma personalidade onde audácia, simplicidade, firmeza, bom humor, ternura e teimosia se configuraram de forma encantadora. Certa vez, ao voltar da visita a uma escola, perde-se no meio da neve junto com um Irmão que fora com ele. A situação se agrava muito pois o Irmão desmaiara e vendo aproximar-se o fim, reza o “Lembrai-vos”, se confiando a Maria. Neste momento um camponês que morava por perto ascende uma lâmpada e passa por um caminho que não lhe era habitual. Ao avistar a luz, Marcelino encontra


um refúgio em meio aquela tempestade. Ele enxerga neste fato um sinal da proteção de Maria. Em 1822, o crescimento de sua família religiosa estanca. Preocupado, dirige-se à Maria em termos diretos e ousados: “se não vierdes em nosso auxílio perecemos. Apagar-nos-emos como lamparina chegada a última gota de azeite”. Era uma relação de confiança, uma grande preciosidade na vida de Marcelino. O fundador, era homem de fé, lia neste, e em tantos outros momentos de sua vida, o amparo daquela que era responsável pela obra. Podemos olhar toda a vida do fundador a partir dessa amizade. Como na vida de tantos nós, essa amizade iluminou suas escolhas. Não resolveu todos os problemas de forma mágica, mas ajudou Champagnat a não perder de vista o sentido do que realizava.

2. Texto iluminativo para oração: Jo 19, 25-27 3. Para aprofundar o tema:  O que na vida de Maria inspira você?  Qual é o lugar que Maria ocupa na sua vida?  Que situações você testemunha isso?


4. Música:

Maria, Maria Mistura a dor e a alegria Mas é preciso ter manha Maria, Maria É preciso ter graça Milton Nascimento É preciso ter sonho sempre Quem traz na pele essa Maria, Maria É um dom, uma certa magia marca Possui a estranha mania Uma força que nos alerta De ter fé na vida.... Uma mulher que merece Mas é preciso ter força Viver e amar É preciso ter raça Como outra qualquer É preciso ter gana sempre Do planeta Quem traz no corpo a marca Maria, Maria Maria, Maria É o som, é a cor, é o suor Mistura a dor e a alegria... É a dose mais forte e lenta Mas é preciso ter manha De uma gente que rí É preciso ter graça Quando deve chorar E não vive, apenas aguenta É preciso ter sonho sempre Quem traz na pele essa Mas é preciso ter força marca É preciso ter raça Possui a estranha mania É preciso ter gana sempre Quem traz no corpo a marca De ter fé na vida....

5. Oração: Senhor Deus, que inspiraste Maria a assumir o teu projeto em sua vida e a Marcelino Champagnat a ver nessa mulher o seu recurso habitual, primeira superiora e Boa Mãe, nos ensine a confiar sempre na sua graça em nossa vida cotidiana. Amém.


1. Tema: Uma revolução do Coração (A vitalidade do Instituto nascente, a construção de L’Hermitage e a morte de Champagnat) Com o passar do tempo, a casa de La Valla ficou pequena. Todos os lugares estavam ocupados. Então, mais uma vez, Marcelino se lançou na empreitada para ampliar os espaços. Depois de alguns estudos, decidiu comprar um terreno nas margens do rio Gier. Um bom lugar para se construir a nova sede da congregação. Lugar tranquilo, silencioso e isolado, com muitas árvores, bela natureza, água. Por isso, o nome Hermitágio, eremitério, lugar isolado. O único obstáculo era o rochedo que atrapalhava a construção, nas medidas que ele desejava. E o que você acha que ele fez? O mesmo que em outras circunstâncias. O mesmo que fez diante de outros grandes desafios. Endividouse, confiou em Deus e partiu para a ação. Com alguns funcionários e os seus Irmãos, ele arrebentou o rochedo, talhou a rocha. A presença de Deus, a confiança em Maria. As necessidades das crianças são maiores do que as pedras que ele encontra pelo caminho. Marreta na mão, muita disposição para trabalhar e um grande sonho no coração. Champagnat não teve dúvidas, removeu o rochedo e construiu uma nova casa para abrigar os seus Pequenos Irmãos de Maria, e denominou-a de Nossa Senhora de L’Hermitage. Uma construção grande feita


por um homem simples que nunca sonhou pequeno. Assim, a família cresceu. Muitas escolas foram abertas, o apreço pelo trabalho dos Irmãos estimulou o projeto, e o número de Irmãos também cresceu. Marcelino se empenhou no acompanhamento das comunidades e escolas. Escreveu várias cartas para acompanhar melhor os Irmãos e negociar com autoridades eclesiais e civis. Se vivesse em nosso tempo certamente mandaria e-mail!! Viajou muito para apoiar os Irmãos e conseguir a autorização legal do Instituto. Empreendeu mudanças, organizou a vida dos Irmãos e solicitou o apoio dos padres maristas para assegurar a continuidade do projeto. Enfrentou autoridades eclesiásticas e políticas, e, em muitos momentos, embora enganado por elas, não desanimou. Um sinal do grande amor que tinha por seus Irmãos. Era desejo dele que os Irmãos vivessem a fraternidade com tamanha intensidade que se pudesse dizer dos maristas o que se fala dos primeiro cristãos: Vejam como eles se amam. Em 1830, numa carta enviada a um Irmão que dirigia uma escola, ele diz: “Diga a seus meninos que Jesus e Maria gostam muito deles todos: dos que são bem comportados porque são parecidos com Jesus, que é o máximo de bem comportado; dos que ainda não são, porque vão ser. Digam que Nossa Senhora também gosta deles porque é a Mãe de todos os meninos de nossas escolas. Digam mais, que eu também gosto deles todos, que nenhuma vez, ao subir ao altar, (para rezar a Missa) deixo de lembrar de vocês e de seus queridos meninos.


Desejaria eu ter a felicidade de ensinar, de consagrar minhas atenções de maneira mais direta para formar essas criaturinhas delicadas” Em junho de 1840, depois de um longo período de dores, Marcelino “volta à casa paterna”. Com 51, anos chega à exaustão de suas forças. Dedicou tudo o que tinha, tudo que era capaz de fazer, de sonhar... Viveu com intensidade. “Queimou a vela pelas duas extremidades”. Ao morrer deixou cerca de 280 Irmãos e 40 escolas. Seus discípulos levam à frente seus sonhos e a obra marista se expande por toda França e nos cinco continentes. Aprenderam com o Marcelino a arriscar tudo pelo projeto de vida que abraçaram. Não poupam esforços. No Brasil, os primeiros Irmãos chegam a Congonhas do Campo/MG. Rapidamente as escolas maristas se espalham. Chegam mais e mais Irmãos, e aparecem as vocações locais e chegamos à realidade que temos hoje. Hoje não só nas Escolas, mas também em Obras Sociais, Centros de Juventude, na Pastoral da Juventude, em grupos escoteiros e muitos outros lugares. Todos empenhados em tornar Jesus conhecido e amado. Ao olhar a vida do fundador, podemos nos perguntar o que seria de milhões de crianças e jovens nestes últimos 200 anos se ele não tivesse levado a sério os sonhos de Deus em sua vida. O que você e eu estaríamos fazendo neste exato momento se Marcelino tivesse desistido diante dos desafios e das vozes contrárias. Somos convidados a imitar Marcelino acolhendo o


“querer de Deus” em nossa vida. O resultado, a partir da vida de Champagnat, nós já sabemos. Só precisamos de disposição para ouvir e de coragem para viver. Maria, que sempre apoiou o fundador, também nos apoiará. Vale também para nós o que o Evangelho fala sobre a mãe de Jesus: “Feliz é aquele que acreditou, pois vai se cumprir o que Deus lhe prometeu”.

2. Texto iluminativo para oração: 1Cor 9, 16-23 3. Para aprofundar o tema:  Que revolução e mudança você está realizando em seu coração?  O que na vida de Marcelino Champagnat faz você refletir e assumir na sua vida?

4. Música: Dias Melhores Jota Quest Vivemos esperando Dias melhores Dias de paz, dias a mais Dias que não deixaremos Para trás

Oh! Oh! Oh! Oh!... Vivemos esperando O dia em que Seremos melhores (Melhores! Melhores!) Melhores no amor Melhores na dor Melhores em tudo Oh! Oh! Oh!... Vivemos esperando


O dia em que seremos Para sempre Vivemos esperando Oh! Oh! Oh! Dias melhores prá sempre Dias melhores prá sempre (Prá sempre!)... Vivemos esperando Dias melhores (Melhores! Melhores!) Dias de paz Dias a mais Dias que não deixaremos Para trás Oh! Oh! Oh!... Vivemos esperando O dia em que

Seremos melhores (Melhores! Melhores!) Melhores no amor Melhores na dor Melhores em tudo Oh! Oh! Oh!... Vivemos esperando O dia em que seremos Para sempre Vivemos esperando Oh! Oh! Oh!... Dias melhores Prá sempre...(4x) Uh! Uh! Uh! Oh! Oh! Prá sempre! Sempre! Sempre! Sempre!...

5. Oração: Senhor, que a vida e exemplo de São Marcelino Champagnat faça brotar em nosso meio, ações em prol da vida das crianças e jovens, particularmente os mais necessitados, como ele queria. Dias melhores hão de vir como o empenho e trabalho de nossas mãos. Fazei-nos construtores desses novos dias. Amém.


1. Tema: Em torno da mesma mesa Acho que o que mais me surpreende em Marcelino é o fato de que, apesar dos inúmeros obstáculos que teve de enfrentar, perseverou e superou tudo por ser um homem de fé. Deus deve ter tocado profundamente o seu interior, e ele, como Maria, disse “Sim”. Fico admirado com a sua afabilidade, sua decisão, sua lealdade, sua confiança, sua firmeza e seu sonho de um mundo melhor para os jovens. (Austrália)

Marcelino é nossa inspiração para seguir Jesus. Nele encontramos um modelo de vida cristã que nos comove, seduz e anima todos os dias a superar-nos, seguindo o único Mestre. A mesa de La Valla e a casa de L’Hermitage são símbolos que encarnam o dom de Deus que Marcelino nos transmite e continuam sendo, para nós, fonte de inspiração para recriar o carisma marista em nossos dias. Compartilhando o pão e construindo a casa, sentimos que Marcelino nos convida também, hoje, a ser comunidade para a missão. Champagnat, que iniciou o sacerdócio com dificuldades nos estudos, viveu toda a vida em aldeias e entregou-se até o fim de seus dias para que as crianças e os jovens experimentassem o amor de Deus, hoje é um exemplo que não inspira apenas a família marista. A Igreja, ao proclamá-lo santo, apresentou-o como modelo para todos os cristãos.


A Igreja reconhece que a intuição de São Marcelino continua viva hoje em nós e é um presente de Deus para o mundo. A missão marista é chamada a multiplicar-se até que, em todas as dioceses do mundo, as crianças e os jovens saboreiem a ternura de Deus. Como leigos maristas, acreditamos que Deus nos convoca a prolongar essa intuição na história, como seguidores de Cristo do jeito de Champagnat. Ser seguidor de Cristo, hoje, ao estilo de Champagnat, significa comprometer-se com as três dimensões fundamentais cristãs e maristas: a missão, a vida partilhada e a espiritualidade. Essas dimensões são inseparáveis: a espiritualidade é vivida na e para a missão; a missão cria e anima a vida partilhada; a vida partilhada é, por sua vez, fonte de espiritualidade e de missão. As tarefas podem ser distintas na missão; as ênfases na espiritualidade são variadas; a vida partilhada se traduz em muitas formas. Missão, espiritualidade e comunhão são como três cores que formam um único raio de luz: o carisma marista. Dependendo dos contextos e momentos, destaca-se uma ou outra dessas dimensões; todavia é impossível transitar por uma delas sem encontrar as outras duas.

2. Texto iluminativo para oração: 1Cor 12, 4-11


3. Para aprofundar o tema:  Como você se relaciona com o diferente?  Qual o seu carisma/dom?  Como você o compartilha?  O que é primordial colocar-se em torno da mesma mesa?

4. Música: Monte Castelo Legião Urbana

É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer.

Ainda que eu falasse A língua dos homens E falasse a língua dos anjos, Ainda que eu falasse A língua dos homens Sem amor eu nada seria. E falasse a língua dos anjos Sem amor eu nada seria. É só o amor! É só o amor Que conhece o que é É um não querer mais que verdade. O amor é bom, não quer o bem querer; É solitário andar por entre mal, a gente; Não sente inveja ou se É um não contentar-se de envaidece. contente; O amor é o fogo que arde É cuidar que se ganha em se perder. sem se ver;


É um estar-se preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É um ter com quem nos mata a lealdade. Tão contrário a si é o mesmo amor. Estou acordado e todos dormem. Todos dormem. Todos dormem.

Agora vejo em parte, Mas então veremos face a face. É só o amor! É só o amor Que conhece o que é verdade. Ainda que eu falasse A língua dos homens E falasse a língua dos anjos, Sem amor eu nada seria.

5. Oração: Senhor Nosso, a mesa é o lugar de partilha do pão e da vida. A exemplo do teu Filho Jesus e de São Marcelino Champagnat queremos partilhar o pão e a vida em fraternidade, sendo solidários principalmente com os mais necessitados. Dá-nos a pão de cada dia, alimentanos com a tua Palavra e ensina-nos a partilhar nossos bens e dons com simplicidade e amor. Reunidos em torno da mesa, queremos sempre partilhar e cultivar a alegria, o diálogo e o compromisso com o Reino. Assim estaremos mais unidos e revitalizados para a missão e fortalecidos na fé. Amém.


1. Tema: À serviço da missão O 21º Capítulo Geral nos faz um apelo, com Maria, seguirmos depressa para uma nova terra. Somos chamados a fazer-nos presença em outros lugares, fora dos muros de nossos Colégios, Unidades Sociais, Centros de Juventude e Comunidades Religiosas. Sermos atuantes nessas novas terras, onde acontecem novos desafios e precisam de um jeito novo de ser e de fazer acontecer a Missão Marista. A Missão Marista exige de nós um compromisso com a evangelização de crianças, adolescentes e jovens por meio de uma educação que “assume uma concepção cristã e sistêmica da pessoa humana na configuração de uma educação integral, de modo a educá-la na e para a solidariedade, formando agentes de transformação social e encorajando-os a assumir sua responsabilidade pelo futuro da humanidade”. (Projeto Educativo do Brasil Marista, pg. 52). Um dos valores que nos diferencia é a espiritualidade mariana, em que Comunidades Religiosas, famílias e as diferentes unidades de missão são transformadas e por sua vez transformam a sociedade, atuando como fermento na massa. Essa mesma espiritualidade que impulsionou Marcelino Champagnat há quase 200 anos atrás é que nos motiva a continuar o seu sonho. “Queremos ser continuadores do seu sonho: homens


e mulheres de Deus, profetas da fraternidade num mundo desumanizado à procura de sentido e sedento de Deus. Então, sentimo-nos chamados, como irmãos e irmãs, a ser presença desse amor e do rosto materno de Deus”. (Doc. XXI Capítulo Geral, p. 15).

2. Texto como luz para oração: Lc 5, 1-11 3. Para aprofundar o tema:  Como você se sente mediante ao convite colocado por Jesus?  O que é ir para a nova terra sendo discípulo missionário de Jesus Cristo?  Na missão marista como você percebe o avanço para águas mais profundas?

4. Música:

Que a fé tá na mulher A fé tá na cobra coral Oh! Oh! Andar com Fé Num pedaço de pão... Gilberto Gil A fé tá na maré Na lâmina de um punhal Andá com fé eu vou Que a fé não costuma faiá... Oh! Oh! Na luz, na escuridão... (4x)


Andá com fé eu vou Que a fé não costuma faiá Olêlê! Andá com fé eu vou Que a fé não costuma faiá Olálá!...

Que a fé não costuma faiá Olálá! Andá com fé eu vou Que a fé não costuma faiá...

Certo ou errado até A fé vai onde quer que eu vá Andá com fé eu vou Oh! Oh! Que a fé não costuma faiá A pé ou de avião... Oh Minina! Mesmo a quem não tem fé Andá com fé eu vou A fé costuma acompanhar Que a fé não costuma faiá... Oh! Oh! Pelo sim, pelo não... A fé tá na manhã A fé tá no anoitecer Andá com fé eu vou Oh! Oh! Que a fé não costuma faiá No calor do verão... Olêlê! A fé tá viva e sã Andá com fé eu vou A fé também tá prá morrer Que a fé não costuma faiá Oh! Oh! Olálá!... Triste na solidão... Andá com fé eu vou Andá com fé eu vou Que a fé não costuma faiá Que a fé não costuma faiá Andá com fé eu vou Oh Minina! Que a fé não costuma faiá... Andá com fé eu vou Olêlê, vamos lá! Que a fé não costuma faiá... Andá com fé eu vou Que a fé não costuma faiá... Andá com fé eu vou (4x)


5. Oração: Nós te damos graças, ó Deus Santo, pela vida que recebemos de ti! Nós te louvamos e te bendizemos pela Ressurreição de Jesus e pela esperança que fizeste nascer em nossos corações! Caminha conosco hoje e sempre. Por Cristo, Jesus, nosso Senhor. Amém!


Anotações:


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