Resenha: Depois do movimento moderno

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Resenha: Depois do movimento moderno | Arquitetura da segunda metade do século XX

Maria Victória Kuiavinski Rolim

Estudante do Centro Universitário

Belas Artes, campus Vila Mariana, São Paulo, SP.

1. Cabeçalho:

Título: Depois do Movimento Moderno: Arquitetura da Segunda Metade do Século XX

Autor: Josep Maria Montaner

Editora: Gustavo Gili

Ano de Publicação: 2007

Local de Publicação: Barcelona

Páginas: 271

2. Informações sobre o Autor:

Josep Maria Montaner é um arquiteto e teórico espanhol com vasta produção acadêmica e publicações que abordam a teoria da arquitetura, cultura urbana e os movimentos arquitetônicos contemporâneos. Ele é professor na Escola

Técnica Superior deArquitetura de Barcelona (ETSAB) e autor de diversos livros que investigam a transição do modernismo para o período contemporâneo.

3. Exposição Sintética do Conteúdo:

O livro “Depois do Movimento Moderno: Arquitetura da Segunda Metade do Século XX” traça um panorama das principais correntes arquitetônicas que surgiram no mundo após o apogeu do Movimento Moderno. Montaner organiza a obra em torno de várias tendências que sucederam o Modernismo, como o Pós-Modernismo, o Regionalismo Crítico, o High-Tech, a Deconstrução, e o Minimalismo, além de propor uma análise crítica dessas escolas de pensamento.

O autor inicia descrevendo o declínio do Modernismo, que, segundo ele, começou a ser criticado nos anos 1960 por suas limitações na resposta às necessidades culturais, sociais e ambientais. A rigidez dos princípios modernistas e sua uniformidade foram vistas como inapropriadas para a complexidade do mundo contemporâneo. Nessa fase de ruptura, Montaner destaca o papel de arquitetos como Robert Venturi, Charles Moore eAldo Rossi, que lideraram o movimento Pós-Moderno ao resgatar elementos históricos e culturais na arquitetura.

A seguir, o livro explora o movimento High-Tech, onde arquitetos como Norman Foster e Richard Rogers usaram tecnologias avançadas para expressar a estrutura e os materiais de construção como elementos visuais essenciais. Essa corrente enfatiza a transparência e a eficiência energética, influenciando obras de grande escala, como arranha-céus e projetos institucionais.

Montaner também discute a ascensão do Regionalismo Crítico, com figuras como Kenneth Frampton, que propõem uma arquitetura adaptada às condições

locais, combinando elementos modernos com tradições culturais e respostas ambientais específicas.

Por fim, o autor dedica parte do livro à Deconstrução, destacando arquitetos como Peter Eisenman e Zaha Hadid, cujos trabalhos são caracterizados por formas fragmentadas e desafiadoras, propondo novas maneiras de conceber o espaço.

4. Comentário Crítico:

A contribuição de “Depois do Movimento Moderno” está na clareza com que Josep Maria Montaner apresenta a transição entre diferentes correntes arquitetônicas e sua contextualização no cenário político, econômico e cultural da segunda metade do século XX. O livro é especialmente valioso para estudantes e profissionais de arquitetura, pois permite uma compreensão profunda das críticas ao modernismo e da complexidade que envolveu o surgimento de novas abordagens.

Um dos pontos fortes da obra é a riqueza de exemplos de projetos arquitetônicos concretos, que ilustram as tendências discutidas. Montaner consegue transmitir como cada movimento procurou responder às falhas do modernismo e às demandas de um mundo cada vez mais globalizado, propondo novas formas de interação entre arquitetura e sociedade. No entanto, em algumas partes, a análise pode parecer técnica demais para leitores menos familiarizados com a teoria arquitetônica.

Outro aspecto positivo é que o livro relaciona a arquitetura com questões contemporâneas, como a globalização, a sustentabilidade e a tecnologia, o que o torna relevante ainda hoje. Montaner argumenta que, mesmo com a

diversidade de estilos, muitos dos desafios que os arquitetos enfrentam continuam os mesmos, como o equilíbrio entre inovação e tradição.

Por outro lado, uma crítica que pode ser feita à obra é a falta de uma análise mais aprofundada do impacto ambiental das correntes arquitetônicas. Embora mencione a eficiência energética no High-Tech, o livro poderia ter dado mais ênfase à sustentabilidade como um eixo central da arquitetura contemporânea.

Em conclusão, “Depois do Movimento Moderno” é uma leitura essencial para quem deseja compreender as mudanças que moldaram a arquitetura nas últimas décadas. Montaner oferece uma análise rica e bem estruturada das diferentes tendências, fazendo deste um livro de referência tanto para quem está iniciando os estudos quanto para profissionais buscando reflexões mais profundas sobre a evolução da arquitetura.

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