Resenha: Arquitetura e envelhecimento

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Resenha: Arquitetura e envelhecimento | Rumo a um habitat inclusivo

Maria Victória Kuiavinski Rolim

Estudante do Centro Universitário

Belas Artes, campus Vila Mariana,

São Paulo, SP.

1. Cabeçalho:

Título: Arquitetura e Envelhecimento: Rumo a um Habitat Inclusivo

Autor: Flávia Santana e outros autores

Editora: Masquatro; Nobuko

Ano de Publicação: 2007

Local de Publicação: Porto Alegre; Buenos Aires

Páginas: 138

2. Informações sobre o Autor:

Flávia Santana é arquiteta e pesquisadora com foco na relação entre ambiente construído e qualidade de vida para a terceira idade. Ela colabora em projetos acadêmicos e profissionais que envolvem a acessibilidade, o design inclusivo e a urbanização voltada para populações mais vulneráveis, como idosos e pessoas com mobilidade reduzida.

3. Exposição Sintética do Conteúdo:

“Arquitetura e Envelhecimento: Rumo a um Habitat Inclusivo” discute como a arquitetura pode desempenhar um papel crucial na criação de espaços que atendam às necessidades específicas de uma população que está envelhecendo. O livro apresenta uma abordagem interdisciplinar, unindo arquitetura, urbanismo, gerontologia e ergonomia para pensar em soluções de

habitat que promovam acessibilidade, segurança, conforto e autonomia para os idosos.

O autor parte da premissa de que o envelhecimento da população é uma realidade crescente em muitas partes do mundo, especialmente no Brasil, onde a proporção de idosos está aumentando rapidamente. Esse fenômeno exige que os profissionais de arquitetura reavaliem as estratégias de projeto tanto em espaços privados quanto públicos.

O livro destaca a importância de espaços adaptados, como moradias adequadas e bairros amigáveis ao idoso, abordando desde as necessidades físicas até as psicológicas. Entre as principais soluções sugeridas estão o desenho universal, que visa criar ambientes acessíveis para todos, independentemente de suas capacidades físicas, e a incorporação de novas tecnologias que podem facilitar a vida de idosos com mobilidade reduzida.

Outro aspecto importante que o livro aborda é o impacto das políticas públicas na criação de habitats inclusivos. A autora enfatiza que o design de cidades e habitações deve ser orientado por uma visão inclusiva e sustentável, com um foco especial em garantir a mobilidade e a acessibilidade. Isso inclui desde a instalação de rampas e elevadores, até a criação de espaços públicos seguros e confortáveis, como praças e parques adaptados para uso por pessoas idosas.

4. Comentário Crítico:

O livro “Arquitetura e Envelhecimento” oferece uma contribuição valiosa para o campo da arquitetura socialmente responsável. Ele traz à tona a importância de adaptar o ambiente construído às mudanças demográficas, destacando como o envelhecimento da população representa não apenas um desafio, mas uma oportunidade para a arquitetura e o urbanismo repensarem o espaço público e privado.

Um dos pontos mais positivos da obra é a maneira clara com que ela une teoria e prática. Os exemplos de projetos reais apresentados ao longo do livro demonstram que é possível criar ambientes inclusivos sem comprometer a estética ou a funcionalidade do design arquitetônico. A obra também faz um excelente trabalho ao destacar a necessidade de colaboração entre arquitetos,

designers, urbanistas e profissionais de saúde para atender às complexas necessidades dos idosos.

A proposta de aplicar o desenho universal é um dos pontos altos da obra. A autora defende que o design inclusivo não beneficia apenas a população idosa, mas pessoas de todas as idades e habilidades, criando cidades e espaços mais humanos e democráticos. Essa visão reflete uma tendência contemporânea da arquitetura, que busca responder às demandas de uma sociedade cada vez mais diversa.

No entanto, o livro poderia explorar mais profundamente as dificuldades de implementação dessas ideias no contexto urbano, especialmente em países em desenvolvimento, onde há desafios adicionais relacionados à infraestrutura e recursos financeiros limitados. Ainda que o autor mencione políticas públicas, uma análise mais detalhada das barreiras políticas e econômicas para a criação de habitats inclusivos seria enriquecedora.

Além disso, o foco principal é a arquitetura residencial e urbana, mas seria interessante se a obra abordasse também outros tipos de edificações, como hospitais, centros de convivência e espaços culturais voltados para o público idoso.

Em termos gerais, “Arquitetura e Envelhecimento: Rumo a um Habitat Inclusivo” é uma leitura essencial para arquitetos, urbanistas e todos os profissionais que trabalham com o planejamento de espaços voltados para a inclusão. O livro oferece uma análise clara e prática das demandas arquitetônicas da população idosa e apresenta soluções realistas para transformar o ambiente construído em um espaço mais acolhedor e acessível para todos.

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