Zaha Hadid - Maria Paula Ap. Maia

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Por Maria Paula Maia & orientado por Simone Cortezão

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Mulher, árabe e disposta a desconstruir o óbvio, Zaha Hadid, foi uma das profissionais mais renomadas da área da arquitetura, tendo sido responsável por revolucionar o mundo arquitetônico com a sua maneira inovadora de lidar com as formas. Sendo a quebra de paradigmas uma questão sempre muito constante em sua vida.

Reconhecida mundialmente como a Rainha das Curvas e a Arquiteta Futurista, as obras de Hadid são marcadas por traços orgânicos e desafiadores: curvas que redefinem as interseções entre arquitetura, natureza e cidade, e que alinhadas com o seu estilo avant garde acabaram por resultar em obras deslumbrantes, fluidas e repletas de formas sinuosas, que aparentam ser tão leves quanto uma folha.

Segundo a Dama da Arquitetura, foi o seu pai que, desde a infância, durante as viagens pelo mundo em família, que despertou seu gosto pela arquitetura. “Meu pai fazia questão que eu visitasse todos os prédios importantes à vista!”, disse ela em uma entrevista. Na mesma entrevista, Hadid também contou que se encantou pela profissão com apenas seis ou sete anos, quando, durante a construção da casa de sua tia no norte do Iraque, em Mossul, o arquiteto, que era um amigo próximo da família, mostrava para ela todos os projetos e desenhos, que acabaram por fazer com que ela se encantasse por ser essa arte.

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Hadid faleceu em 31 de março de 2016, aos 65 anos, em decorrência de um ataque cardíaco, durante uma hospitalização para a realização de um tratamento para bronquite, em Miami

Mesmo com origem muçulmana, Zaha foi educada por freiras em um colégio católico, tendo tido uma educação mais universal, livre de limitações culturais e religiosas. Depois ela seguiu para Beirute, a capital e maior cidade do Líbano, para estudar matemática, e posteriormente foi para Londres, na Inglaterra, a fim de estudar arquitetura.

Zaha Mohammad Hadid nasceu no dia 31 de outubro de 1950, em Bagdá, a capital do Iraque, na época em que a cidade progredia cultura e economicamente antes de um extenso período de guerra contra o Irã que iniciou na década de 80 Sua família era de classe alta, sendo seu pai, além de economista e empresário, um co fundador do Partido Nacional Democrático e também ministro das Finanças e da Indústria do seu país, e a sua mãe era uma artista.

Além disso, Zaha com apenas 5 anos de formada venceu um concurso em Hong Kong, criando um projeto para o Clube Kowloon, intitulado The Peak Club (1983), que apesar de ser um de seus mais interessantes projetos jamais foi executado

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Entre importantefor

eria prio escritório, na Inglaterra, nos anos 80, denominado 'Zaha Hadid Architects', o que fez com que seu nome se tornasse reconhecido mundialmente na área Até hoje, o escritório atua em todas as escalas e setores da arquitetura mundial, com mais de 950 projetos realizados em 44 países.

Aos 22 anos, após se formar no curso de Matemática, em 1972, ela entrou para a célebre Architectural Association School of Architecture (AA) , em Londres, na Inglaterra. A AA, como é popularmente conhecida, é considerada um centro experimental de arquitetura desde sua origem, em 1847. Foi nessa escola que Zaha Hadid aprimorou seu talento com as formas e conheceu dois professores que foram fundamentais em sua trajetória e com quem ela trabalhou mais tarde, que são os renomados teóricos e arquitetos: Elia Zenghelis e Rem Koolhaas. Em seu discurso de aceitação do Prêmio Pritzker, ela, inclusive, fez um agradecimento aos dois: “o entendimento e o entusiasmo deles pela arquitetura acenderam minha ambição, e o encorajamento deles me ensinou a confiar até nas minhas intuições mais estranhas”.

A primeira formação acadêmica de Zaha foi a de matemática, na Universidade Americana de Beirute, no Líbano, onde ela percebeu uma união entre a lógica matemática, o abstrato da caligrafia árabe e a arquitetura

Architectural Association School of Architecture (AA)

estúdio de arquitetura e análise cultural fundado pelos professores Elia Zenghelis e Rem Koolhaas que tanto admirava durante o período na AA e que continua em atividade até hoje. Um dos trabalhos mais interessantes da proventosa parceria entre Zaha, Elia Zenghelis e Rem Koolhaas é o projeto de ampliação do Parlamento Holandês, entre 1978 e 79. Ele foi desenvolvido para um concurso de revitalização dos prédios que demandava uma reinterpretação profunda do espaço, que fica no centro de Haia. Entretanto, tal projeto não foi tirado do papel, mas permanece como um tratado do trabalho dessa equipe.

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Foi no ano de 1993, que foi executado o primeiro projeto realizado por seu escritório. Tal projeto foi a construção do edifício do corpo de bombeiros do campus de design Vitra, na cidade de Weil am Rhein, na Alemanha, que foi atingido por um incêndio anteriormente. Este edifício foi construído em concreto reforçado dentro de um complexo de fábricas. Hadid o descreveu como um projeto abstrato que segue as linhas das lavouras e vinhedos próximos Hodiernamente, esta edificação é utilizada para abrigar eventos.

Membro honorário da Academia Americana de Artes e Letras e do Instituto Americano de Estudantes de Arquitetura (AIAS), Zaha Hadid também apresentou uma forte atuação acadêmica como professora convidada em diversas universidades, como a Yale University. Ademais, ela ocupou alguns cargos acadêmicos em universidades como a Escola de Design da Universidade de Harvard.

Além dos projetos arquitetônicos, a arquiteta também fez parcerias na moda, lançando coleções e peças exclusivas com marcas como Melissa, Chanel, Lacoste e Louis Vuitton, e ainda escreveu um livro sobre seus projetos, o Zaha Hadid: obra completa, de 2004. Outro lançamento foi o livro póstumo e assinado por seu escritório, denominado Zaha Hadid Architects, em que foi o: Redefinindo Arquitetura e Design, de 2017.

Zaha Hadid é uma das profissionais mais renomadas da história da arquitetura. Conhecida como a "rainha das curvas", "dama da arquitetura" ou "arquiteta futurista", a sua notável contribuição para o o mundo arquitetônico foi reconhecida por instituições profissionais, acadêmicas e cívicas em todo o mundo, tendo sido ela, inclusive, a primeira mulher e pessoa árabe a receber o prêmio Pritzker conhecido como o "Nobel da arquitetura".

Ademais, a Hadid já teve seu nome incluído em 2008 na Lista Forbes das 'Mulheres Mais Poderosas do Mundo', foi apresentada pela Associação de Arte do Japão com o 'Premium Imperiale', A arquiteta também foi nomeada como uma 'Artista da Paz'pela UNESCO, homenajeada com o 'Commandeur de I' Ordre des Arts et des Lettres', e a revista TIME a incluiu nas '100 pessoas mais influentes do. mundo, nomeando a como a maior pensadora do mundo de 2010.

A arquiteta ganhou duas vezes por seus projetos o Prêmio Stirling do Instituto Real de Arquitetos Britânicos (RIBA), uma premiação britânica para os maiores destaques da arquitetura. A primeira vez, em 2010, por projetar o museu MAXXI em Roma. A segunda, em 2011, pelo projeto da escola Evelyn Grace Academy. Ela também foi nomeada Dama Comandante da Ordem do Império Britânico pela Rainha Elizabeth II , em 2012, e se tornou a primeira mulher a receber a medalha de ouro do Royal Institute of British Architects, a maior honraria de arquitetura do Reino Unido, em 2016. Álias, desde 1982, quando recebeu seu primeiro prêmio o Gold Metal Architectural Design com o 59 Eaton Place, em Londres (Reino Unido) foram mais de 183 reconhecimentos por sua atuação ou obras.

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A arquiteta Zaha Hadid foi reconhecida pela primeira vez ao ter seu projeto escolhido para o The Peak Leisure Club de Hong Kong, em 1983 Contudo, apesar desse projeto ter sido selecionado, o clube nunca foi construído. Ele era baseado em uma montanha de granito que devia se erguer acima do trânsito congestionado da cidade

Durante a década de 1980, antes que Zaha tivesse concretizado obras, ela passou por frutíferos anos de projetos arquitetônicos teóricos, sem construções, que marcaram um precedente contínuo ao longo de sua carreira, consolidado em forma material em suas obras.

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Grand Buildings Trafalgar Square 1985 Image Cortesía de Zaha KHadid urfuerstendamm 70 1986 Image Cortesía de Zaha Hadid

Pintura de Kasimir Malevich

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Em uma das entrevistas dadas, a arquiteta futurista disse que, os artistas russos tiveram uma influência significativa sobre ela em seu trabalho "Eu primeiro descobri o trabalho de Kasimir Malevich [1878 1935] quando estudante. Eu me senti limitada pelo sistema tradicional de desenho da arquitetura e estava à procura de novos meios de representação. Eu peguei a pintura como uma ferramenta de design, e estudar o trabalho de Malevich me permitiu desenvolver a abstração como um meio para explorar e inventar espaço, usando perspectivas múltiplas e projeções em uma única tela para desenvolver ideias para meus projetos", disse Zaha. Segundo ela, nos últimos anos, as suas inspirações de trabalho vinham da observação, do lugar, da natureza, das pessoas na cidade. Hadid ainda completou dizendo: "É sempre como as pessoas vão usar o espaço. Nós frequentemente olhamos para os sistemas da natureza para conceber ambientes com coerência e beleza. Antigamente era olhando para a geologia e a arqueologia Mais recentemente voltamos nosso olhar para a morfologia orgânica, células e biologia."

Fotografia de Oscar Niemeyer

A neofuturista Zaha Hadid era uma grande fã do trabalho de Oscar Niemeyer, sendo o seu trabalho para ela uma grande fonte de inspiração.

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Segundo a arquiteta, as obras de Niemeyer levaram ela para a arquitetura, onde ela continuou seguindo-o na cruzada por fluidez total em todas as escalas Em uma entrevista, Hadid também disse o seguinte sobre o arquiteto: "A Sensibilidade espacial de Oscar Niemeyer e seu talento são únicos e insuperáveis Seu trabalho me encorajou a desenvolver a minha própria linguagem arquitetônica de fluidez total Muitos arquitetos daquele período experimentaram com a forma Mas Niemeyer empurrou o seu trabalho a um nível mais alto, utilizando todas as vantagens da tecnologia do concreto daquela época para criar aquelas formas maravilhosamente fluidas. Niemeyer esteve entre os primeiros arquitetos quando se fala sobre arquitetura orgânica, em termos de como o projeto das construções é cuidadosamente pensado, como se fosse um organismo unificado. Seu trabalho sobre composição arquitetônica e expansão do repertório formal do modernismo foi importante. O que Niemeyer mudou drasticamente foi a criação de um plano espacial organizacional para se mover através do espaço. Cada camada de suas obras poderia ser bem diferente, mas suas transições contínuas dentro do projeto permitiram que os complexos desenhos parecessem sem esforços e suaves. A importância de Niemeyer para a arquitetura do século 20 não pode ser subestimada."

The Peak 1983 Image Cortesía de Zaha Hadid

Kurfuerstendamm 70 1986 Image Cortesía de Zaha Hadid

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Hadid iniciou suas pinturas com ensaios na macro-escala urbana, explorando propostas para masterplans e as formas de conexão dentro e entre as cidades Através das pinturas de "The Peak", a autora propõe um marco como um ponto de descanso ante a congestão e intensidade de uma cidade como Hong Kong, elaborado em base de uma montanha artificial.

Zaha Hadid utilizou a pintura como parte de seu amplo e profundo processo de criação arquitetônica desde sua época de estudante, afirmando que nunca deve se deixar de experimentar. Contudo, apesar de pintar durante toda a sua carreira e realizar diversas exposições de seu trabalho plástico, ela nunca aceitou definir se como artista, já que todos os seus ensaios gráficos formam parte de sua constante exploração arquitetônica, utilizando as flexibilidades próprias da arte para poder mergulhar livremente em sua busca como arquiteta.

A investigação gráfica também foi utilizada por Zaha Hadid para replanejar espaços urbanos existentes, tal como o caso de "Grand Buildings Trafalgar Square" que além de inserir um pódio público reconhecendo a tradição de reuniões públicas do local, introduz edifícios em altura com terraços públicos em altura que conectam se com distintos marcos na cidade

A arquiteta acreditava que a busca pela beleza não era tudo, e que o papel da arquitetura era despertar sentimentos, mesmo que seja o de “estranheza” .

Rosenthal Center for Contempoary Art 2003 Image Cortesía de Zaha Hadid

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A arquiteta sempre utilizou a observação da natureza como um método de preparo. Assim como os desenhos e os croquis, esse exercício de observação foi essencial para definir sua preferência pelas curvas e formas fluidas, ao passo que a implementação de tecnologias de ponta foi indispensável para a realização dos designs mais futurísticos característicos do seu estilo

Zaha Hadid também realizava múltiplos estudos topográficos abstratos para propor suas obras fluidas flexíveis e expressivas evocando o dinamismo da vida urbana contemporânea.

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Outro aspecto bastante valorizado por Zaha foi a utilização de camadas nas imagens. Em posse desta teoria, ela assumiu a tarefa de seguir com o projeto modernista, e prestou atenção especial em como a fragmentação, na arquitetura e na arte, é capaz de oferecer porosidade, ao invés de fortificação.

Seu especial interesse foi pelo movimento Suprematista da década de 20, dos artistas Kazimir Malevich e El Lissitzky e fez com que ela considerasse o pincel um instrumento arquitetônico, pois até então sentia se limitada pelos sistemas tradicionais de desenho da arquitetura.

O estilo predominante nos projetos de Zaha certamente é o desconstrutivismo, cuja premissa é a desconstrução das clássicas formas lineares por meio da fragmentação das obras arquitetônicas.

Com estruturas assimétricas, formas fluidas e curvas que mantêm a elegância proveniente do modernismo, a arquiteta coleciona uma série de projetos desafiadores em sua carreira.

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Linha do Tempo da Primeira Fase

O trabalho de Zaha realizado durante o período de 1970 e 2015 pode ser dividido em 4 fases projetuais, que acompanham as mudanças conceituais em sua obra, nas quais são:

A primeira fase é categorizada pelos processos de projeto utilizados por meio da formulação conceitual e projetual da arquiteta através da influência de conceitos da arte Suprematista, Construtivista e Futurista. Tal formulação acontece, sobretudo, pela apropriação de modelos e transformações formais conceituadas por Malevich como suprematistas.

Fonte: Adriana Lima (2019) com base na obra da ZHA (2013)

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A arquitetura dessa fase, pertence ao campo da projeção pictórica que se lança ao espaço, entrevendo sua tridimensionalidade. Acompanhando o enfoque de Malevich, de transpor o espaço bidimensional da tela e os elementos que se projetam nesta, para a arquitetura.

PRIMEIRAFASE(1972 1990)

Entre uma das obras dessa fase está a The Peak Leasure Club, Hong Kong, China, 1982 1983.

Linha do Tempo da Segunda Fase Fonte: Adriana Lima (2019), com base na obra da ZHA (2013)

Durante essa fase a obra da arquiteta Zaha Hadid se desenvolve pelos experimentos que irão constituir as formações de séries projetivas. Além disso, entre as obras dessa fase está a Estação de Bombeiros Vitra, Weil Am Rhein, Alemanha, 1990 1994.

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SEGUNDAFASE(1990 2000)

Na segunda fase há um desenvolvimento da expressão particular da arquiteta, por meio da apropriação e individuação das influências artísticas e teóricas do Suprematismo, Construtivismo e Futurismo. Ela é considerada como a desconstrução dos meios projetivos tradicionais e a singularização da influência suprematista. A desconstrução do espaço cartesiano, a partir dos primeiros experimentos em eixos projetuais que funcionam como vetores de indicação de linhas força, como na escultura de Umberto Boccioni, na leitura de sua obra por Mario De Micheli (2004) e por Rosalind Krauss (2007).

Linha

do Tempo da Terceira Fase Fonte: Adriana Lima (2019) com base na obra da ZHA (2013)

Desse modo, resumidamente, nessa fase houve a utilização da tecnologia digital para a criação de geometrias complexas , a readequação das influências artísticas do início de sua obra e abordagem do contexto urbano integrado à obra e expressão formal e espacial curvilínea.

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Entre as obras desse período está o Lois & Richard Rosenthal Center for Contemporary Art, Cincinnati, EUA,1997 2003 e o MAXXI National Museum of 21st Century Art, Roma, Itália, 1998 2007.

Essa foi a década de construção massiva das obras da ZHA Nesta fase a arquiteta, antes considerada dentro da produção largamente denominada arquitetura de papel` (que abrangeu outros arquitetos como Peter Eisenman e Frank Gehry), passou a ser auxiliada pela modelação digital das geometrias complexas e a adotar a curvilinearidade como expressão tectônica, obtendo a liberdade expressiva característica da moldagem do espaço em formas de escultóricas fluídas.

TERCEIRAFASE(2000-2010)

Linha do Tempo da Terceira Fase

QUARTAFASE(2010-2015)

Fonte: Adriana Lima (2019), com base na obra da ZHA (2013)

Essa fase está relacionada às Matrizes Conceituais no Campo Ampliado da Arquitetura Nela houve a consolidação da utilização da tecnologia digital e o desenvolvimento da exploração da espacialidade curvilínea no agenciamento do programa e contexto urbano, passou-se para uma condição de ́campo ampliado` da arquitetura e o desenvolvimento de um método diagramático em configuração matricial Entre as obras desta fase está a estHeydar Aliyev Centre, Baku, Azerbaijão, 2007 – 2012.

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CENTROAQUÁTICODELONDRES

Construído para as Olimpíadas de 2012, a inspiração para o projeto é a geometria fluida da própria água em movimento, tanto das piscinas quanto dos sete cursos d’água que passam pelo parque. E, claro, as curvas, que são a evolução dos traços de Zaha na maturidade de sua carreira. Tal projeto reflete suas principais preocupações arquitetônicas: a utilidade para as pessoas que o frequentam e a integração com a cidade.

Ele foi desenhado com uma flexibilidade inerente para acomodar 17.500 espectadores para os Jogos de 2012 em Londres no modo “olímpico”. Posteriormente, arquibancadas permanentes foram instaladas e, desde 2014, o centro está aberto a um público de até 2.500 pessoas.

Uma cobertura ondulada eleva se a partir do solo como uma onda enclausurando as piscinas do Centro Aquático com um gesto unificador de fluidez, enquanto também descrevendo o volume das piscinas de natação e de mergulho.

A estrutura é sustentada por tês pontos principais de concreto Sendo que, a quantidade reduzida de pontos é uma preocupação com o público, cuja visão para as piscinas se torna mais ampla e sem obstáculos. E, claro, contribui para a sensação de fluidez da construção

Também foram adicionados grandes painéis de vidro entre as arquibancadas e a cobertura curvilínea o grande atrativo da obra após as Olimpíadas.

A iluminação nesse projeto foi um desafio, devido à forma da cobertura, e precisou levar em conta até a transmissão televisiva dos Jogos Olímpicos e as necessidades dos atletas. Ela combina iluminação elétrica fluorescente e de LED e luz natural, tudo segundo estudos sobre o entorno das piscinas.

As três piscinas (duas para treinamento e uma para os jogos) são dispostas longitudinalmente ao eixo da estrutura. Os seis trampolins de salto são feitos com o mesmo concreto da parte inferior da construção e se integram ao ambiente como mais do que peças individuais, mas uma parte estrutural.

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que o espaço livre ao redor se incline levemente em direção a elas.

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a área vizinha já se expandiu bastante. Zaha previu isso e construiu as duas instalações — que somam 70 mil m² de área construída — de maneira

O prédio maior comporta até 1.800 pessoas no auditório principal. Já o menor tem um espaço para ensaios capaz de abrigar até 400 pessoas. Além disso, o Guangzhou Opera House tem café, restaurante e um grande espaço para circulação.Aslinhas assimétricas do projeto, outra marca de Zaha, também ajudam na acústica que é um ponto essencial em uma ópera.

Este projeto foi inaugurado em 2011 e foi o vencedor de um concurso aberto em 2002. O escritório de Zaha concorreu com outros nomes de peso, como o próprio OMA de que Zaha fez Desdeparte.oconcurso,

GUANGZHOUOPERAHOUSE

Como em várias obras de Zaha, a inspiração para o projeto é a natureza. A arquiteta foi atenta à condição ribeirinha da construção e incorporou a ela elementos que remetem à topografia e à erosão dos vales fluviais. Os prédios tomam a forma de seixos à beira do rio.

O auditório é revestido por painéis de gesso reforçados com fibras de vidro, o que privilegia um elemento caro à Zaha: luz natural.

O teatro à beira do rio Guangdong (rio Pérola), na China, também é uma das obras de destaque da arquiteta.

A praça, acessível a todos como parte do tecido urbano de Baku, se eleva para envolver um espaço interior igualmente público e definir uma seqüência de espaços de eventos dedicados à celebração coletiva da cultura contemporânea e tradicional Azeri Formações elaboradas, como ondulações, bifurcações, dobras, e inflexões modificam este superfície da praça em uma paisagem arquitetônica que realiza uma infinidade de funções: acolher, abraçar, direcionar os visitantes através de diferentes níveis do interior. Com este gesto, o edifício dilui a distinção convencional entre o objeto arquitetônico, a paisagem urbana e uma praça urbana.

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CENTROHEYDARALIYEV

O Centro Heydar Aliyev foi construído em Baku, no Azerbaijão. Tendo sido concebido para se tornar o edifício principal para programas culturais da nação, ele quebra as ordens rígidas da arquitetura soviética que é tão presente em Baku, aspirando expressar a sensibilidade da cultura Azeri e o otimismo de um país que olha para o futuro. Este projeto conta com uma área edificada de 57 mil metros quadrados, sendo completamente revestido por concreto armado e poliéster E é conhecido por sua imponente fachada inclinada.

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Com o projeto ela também pretendia que o prédio não apresentasse distinções claras entre o que está “dentro” e o que está “fora”. O teto aberto inunda o espaço com luz natural, enquanto longas escadas pretas e curvilíneas, que contrastam com as paredes brancas, parecem estar suspensas.

Embora o programa seja claro e a planta organizada, o conceito do projeto é a flexibilidade de uso, tornando o local adequado para qualquer tipo de movimento e de exposições temporárias, sem divisões de parede ou interrupções.

Criado nos antigos quartéis desativados de Roma, o MAXXI, Museo delle Arti del XXI Secolo, é o primeiro museu de arte contemporânea de Roma. O desafio de Zaha Hadid, ao projetar o prédio em 1998, foi atender à demanda de uma cidade clássica em busca de modernização Após 10 anos de obra, ele foi inaugurado, em 2010, no bairro Flaminio, no norte da cidade

MAXXI,MUSEODELLEARTIDELXXISECOLO

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A solução de Zaha é uma construção que vai além do conceito de objeto para depositar as obras de arte, mas um espaço para variados usos, dividido entre um museu de arte e outro dedicado à arquitetura

Concebido primeiramente como um hotel de luxo, o projeto foi alterado e passaria, então, a abrigar 30 unidades residenciais, além de serviços para os moradores. De acordo com o empresário Omar Peres, que idealizou o empreendimento e contatou Hadid, os atrasos na obra fizeram com que o grupo de investimento desistisse do projeto e o terreno onde o edifício deveria ser erguido fosse colocado a leilão.

RESIDENCIALCASAATLÂNTICA

O "Residencial Casa Atlântica" foi o primeiro projeto de Zaha Hadid na América do Sul. Ele seria construído na Avenida Atlântica, em Copacabana, porém foi cancelado devido à "demora da prefeitura para liberar a licença de obras e o consequente atraso do lançamento e da inauguração do empreendimento", segundo o jornal O Globo O projeto do condomínio residencial de luxo foi elaborado em 2013 e ele deveria ter sido lançado antes das Olimpíadas.

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Um exemplo marcante é o projeto desenvolvido para o estádio durante as Olimpíadas de Tóquio em 2020 que foi orçado em cerca de 2 bilhões de dólares e acabou por isso sendo substituído pelo o do arquiteto Kengo Kuma.

Ao ser questionada em uma entrevista a respeito de qual de todos os seus trabalhos ela considera o mais fascinante, Hadid respondeu: "É uma pergunta muito difícil. É como pedir a um pai que escolha qual dos filhos é o favorito. Nós temos desafios únicos em cada projeto; o local, o uso, as exigências programáticas, o ambiente ao redor. Cada projeto é uma experiência diferente. Cada um traz entusiasmo, oportunidades, desafios, ideias, problemas a se resolver. Cada projeto é um resultado muito específico de como o contexto, a cultural local, as exigências programáticas e a engenharia inovadora vêm juntos, permitindo à arquitetura, à cidade e à paisagem se combinarem perfeitamente, tanto em termos de estratégia formal, quanto de experiência espacial."

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Uma das curiosidades em relação ao trabalho de arquiteta é o fato de seus projetos gerarem diversas polêmicas a cerca de custos elevados, devido a suas características futurísticas e também desconstrutivistas.

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https://www.imoveispro.com.br/blog/2021/07/22/zaha-hadid/

https://laart.art.br/blog/zaha-hadid/ https://www.projetou.com.br/posts/zaha-hadid/

https://youtu.be/GTiyAd2hBHI

https://live.apto.vc/zaha-hadid-biografia-e-obras/ https://adrimarconstrutora.com.br/blog/zaha-hadid-a-lendaria-arquiteta-historia-e-legado/ http://www.e-cultura.pt/artigo/20842 https://www.revistaambientesce.com.br/2020/04/17/a-dama-da-arquitetura/

https://www.revistaprojeto.com.br/acervo/zaha-hadid-arqfuturo-07-05-2012/ https://www.projetou.com.br/posts/zaha-hadid/

https://www.gazetadopovo.com.br/haus/arquitetura/zaha-hadid-a-arquitetura-da-rainha-das-curvas/ https://www.archdaily.com.br/br/01-142457/uma-entrevista-franca-com-zaha-hadid https://por.architecturaldesignschool.com/zaha-hadid-interview-91094

https://blog.archtrends.com/zaha-hadid/ https://www.vivadecora.com.br/pro/zaha-hadid/

https://laart.art.br/blog/zaha-hadid/ https://live.apto.vc/zaha-hadid-biografia-e-obras/ https://adrimarconstrutora.com.br/blog/zaha-hadid-a-lendaria-arquiteta-historia-e-legado/ http://www.e-cultura.pt/artigo/20842

https://www.archdaily.com.br/br/985045/por-que-zaha-hadid-e-a-arquiteta-mais-popular-domundo#:~:text=A%20popularidade%20de%20Zaha%20se,das%20informa%C3%A7%C3%B5es%20e%20influ%C3%AAnc ias%20culturais.

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