Caderno de TH4 - Arquitetura e Urbanismos Contemporâneos I

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DISCIPLINA_ IAU 727 DISCIPLINA_ IAU 727 ARQUITETURAARQUITETURA E URBANISMOE URBANISMO CONTEMPORÂNEOS CONTEMPORÂNEOS I I RESPONSÁVEIS: MIGUEL ANTÔNIO BUZZAR – FRANCISCO SALES TRAJANO

MARCOS V. RIBEIRO MARCOSV.RIBEIRO

INTRODUÇÃO ÀS PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES ARQUITETÔNICAS E URBANÍSTICAS DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO 20 (ENTRE O SEGUNDO PÓS-GUERRA E A ATUALIDADE) NA EUROPA, ESTADOS UNIDOS, JAPÃO, AMÉRICA LATINA E BRASIL.

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE ARQUITETURA E URBANISMO

SUMÁRIO

PENSAMENTO CRÍTICO, ARQUITETURA, CIDADE E SOCIEDADE NO IMEDIATO PÓS-SEGUNDA GUERRA

A CULTURA ARQUITETÔNICA NA ITÁLIA DOS ANOS 1940/50: ORGANICISMO, RACIONALISMO E NEOREALISMO ERNESTO ROGERS E A QUESTÃO DAS PRÉEXISTÊNCIAS AMBIENTAIS A PRODUÇÃO HABITACIONAL DO INA-CASA

DOS CIAMS AO TEAM 10

DE “BRAZIL BUILDS” (1943) ARCHITECTURE IN BRAZIL” (1956): DE UM SISTEMA DE ARQUITETURA BRASIL ASSIMILAÇÃO, TRANSFORMAÇÃO E REPERTÓRIO DA “ESCOLA CARIOCA”

A “MODERN CONSTITUIÇÃO MODERNA NO DILUIÇÃO DO

TEAM 10: A NOVA GERAÇÃO DO MOVIMENTO MODERNO ATRAVÉS DAS CONTRIBUIÇÕES DE SHADRACH WOODS, JOSIC E CANDILIS, E ALDO VAN EYCK

OS CAMINHOS DA ARQUITETURA BRASILEIRA NOS ANOS 1950/60: VILANOVA ARTIGAS EM SÃO PAULO, NIEMEYER E AFFONSO EDUARDO REIDY NO RIO DE JANEIRO

A CENA BRITÂNICA NO PÓS-GUERRA: NEW EMPIRICISM E O “PEOPLE DETAILING” NA ARQUITETURA DO ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL CULTURA E SOCIEDADE DE MASSAS: VIDA NAS RUAS E APROPRIAÇÃO “AS FOUND” ALISON E PETER SMITHSON: ESTRATÉGIAS DE REIDENTIFICAÇÃO URBANA, AUTENTICIDADE E NEW BRUTALISM

“O FENÔMENO BRASIL” E A CULTURA ARQUITETÔNICA LATINO-AMERICANA NO PÓS-GUERRA OUTROS EPISÓDIOS NACIONAIS: VENEZUELA E MÉXICO

SUMÁRIO

ARQUITETURA E PAISAGISMO MODERNO NO BRASI: A PRODUÇÃO DE ROBERTO BURLE MARX OUTRAS PAISAGENS BRASILEIRAS E LATINOAMERICANAS

AS UTOPIAS URBANAS E A APOLOGIA DA TÉCNICA MEGAESTRUTURAS E PLANEJAMENTO TOTAL DO ESPAÇO ARCHIGRAM E A ARQUITETURA DO CONSUMO E DA OBSOLESCÊNCIA METABOLISTAS JAPONESES

LOUIS KAHN: ARQUITETURA COMO DISCIPLINA PERENE

A “ESCOLA PAULISTA” E A RADICALIZAÇÃO DO DISCURSO IDEOLÓGICO “ARQUITETURA NOVA” E A CRÍTICA DO CANTEIRO: SÉRGIO FERRO, RODRIGO LEFÈVRE E FLÁVIO IMPÉRIO

A CIDADE MODERNA E AS CRÍTICAS À REALIDADE URBANA DO URBANISMO FUNCIONALISTA JANE JACOBS E A VIDA NAS RUAS DA “CIDADE REAL”

HISTÓRIA, MEMÓRIA E “ARQUITETURA DA CIDADE” NA OBRA DE ALDO ROSSI CRÍTICA TIPOLÓGICA COMO METODOLOGIA ARQUITETÔNICA

DA CRISE DO PLANEJAMENTO AO FRAGMENTO URBANO: O PLANO PARA GRANDE LONDRES (1944) E O DESENHO URBANO DAS NEW TOWNS A FORMULAÇÃO DO “TOWNSCAPE” POR GORDON CULLEN KEVIN LYNCH: PERCEPÇÃO VISUAL E APROPRIAÇÃO DA CIDADE

PENSAMENTO CRÍTICO, ARQUITETURA, CIDADE E SOCIEDADE NO IMEDIATO PÓS-SEGUNDA GUERRA PENSAMENTO CRÍTICO, ARQUITETURA, CIDADE E SOCI E DADE NO I M EDI A TO PÓS-SEGUNDA GUERRA PENSAMENTO CRÍTICO, ARQUITETURA, CIDADE E SOCIEDADE NO IMEDIATO PÓS-SEGUNDA GUERRA PENSAMENTO CRÍTICO, ARQUITETURA, CIDADE E SOCIEDADE NO IMEDIATO PÓS-SEGUNDA GUERRA

Playtime - Colocam em cheque as perspectivas modernas na Europa do pós guerra. O mundo moderno, a industrialização, a racionalidade, a modernização foi o que possibilitou a guerra. No espaço moderno, todo objeto se relaciona entre si e o indivíduo, o individual não cabe nesse espaço. Redução ao máximo dos espaços individuais e ampliação dos espaços comuns. Crescimento e consolidação da sociedade de consumo. O público deveria prevalecer sobre o privado - vidro.

Crônica do “Pobre homem rico”.

Adorno - “nova objetividade”, sem relação com aquele que habita. “A possibilidade de habitar é aniquilada pelapossibilidade da sociedade socialista, a qual perdida, nãoaproveitada, transforma-se numa desgraça insidiosa para a sociedade burguesa”. Casa como máquina de morar. A vida está fora da casa.

Porque a arquitetura é voltada para o mínimo e não para o máximo? Homem sem passado “Homem que não tinha enraizamento e que não acumulava. O homem moderno é desprovido de cargas tanto de passado quanto

Filme: Playtime, 1967.

de materiais”. A arte vira um instrumento de consumo.

Adorno não vê alternativa para escapar ao mundo superficial criado pelo modernismo no capitalismo.

Adorno faz uma crítica ao modernismo anterior a sociedade de consumo.

Cada uma dessas críticas modernas se debruça sobre uma característica.

DOS DOS DOS DOS D CIAMCIAMCIAMCIAMC AO AO AO AO A

DOS DOS DOS DOS CIAMCIAMCIAMCIAM AO AO AO AO

FASE I

CIAM I, 1928 (La Sarraz, Suiça) -

FUNDA

DECLA

A ARQ EFICIÊN A NECE O MÉTO

CIAM II, 1929 (Frankfurt, Alemanha) - HABITA

EFICIÊN PADRÕ SE INTE CIAM III, 1930 (Bruxelas, Bélgica) -

DESEN

CASA G NOVO P

AÇÃO DOS CIAM

ARAÇÃO DE LA SARRAZ

QUITETURA MODERNA INCLUI UMA LIGAÇÃO ENTRE O FENÔMENO ARQUITETÔNICO E O SISTEMA ECONÔMICO VIGENTE. ÊNCIA ECONÔMICA NÃO IMPLICA LUCRO MÁXIMO, MAS PRODUÇÃO COM MÍNIMO ESFORÇO DE TRABALHO. ESSIDADE DE MÁXIMA EFICIÊNCIA ECONÔMICA É O RESULTADO INEVITÁVEL DE UMA ECONOMIA EMPOBRECIDA. ODO DE PRODUÇÃO MAIS EFICIENTE É O RESULTADO DA RACIONALIZAÇÃO E PADRONIZAÇÃO.

TAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

ÊNCIA E ECONOMIA NO DESENHO E NA CONSTRUÇÃO ÕES DE ESPAÇO, USO EXTENSIVO DE MOBILIÁRIO INTEGRADO TEGRAM AO CONGRESSO - WALTER GROPIUS, ALVAR AALTO, JOSÉ LUIS SERT

NVOLVIMENTO RACIONAL DO LOTE

GEMINADA UNIFAMILIAR, EDIFÍCIOS DE APARTAMENTO PRESIDENTE DO CONGRESSO - CORNELIUS VAN ESTEREN

LE CORBUSIER

R

Le Corbusier (Suíça, 1887 - França, 1965), sistematizou e divulgou o conjunto das ideias de sua geração, baseado em um modelo de pensamento progressista na arquitetura e no urbanismo.

Acredita que a transformação da estrutura social e econômica requer a transformação da arquitetura.

A busca pela harmonização entre os elementos presentes no mundo moderno e colocar a arquitetura em seu verdadeiro campo, que é o econômico, o sociológico e a serviço da pessoa humana, se torna indicativos norteadores das suas proposições.

Rogers (1956) analisa a influência do que chamou de as quatro estrelas de primeira grandeza no firmamento artístico de sua geração, citando nominalmente Le Corbusier, Frank Lloyd Wright, Walter Gropius e Mies van der Rohe. A defesa da

funcionalidade por Le Corbusier, anuncia o início de um longo processo de consolidação do movimento modernista. Fica comum em sua postura, uma colocação frente às novas relações sociais impostas pela industrialização e uma forçada distinção entre passado e futuro como referência. Na formulação de que a arquitetura deve ser regida por novas fórmulas, diferentes das anteriores, um caráter de totalitarismo se faz presente no seu discurso. À conciliação em Le Corbusier é complicada, seja devido à sua crença profunda nas suas próprias ideias, seja pela necessária arrogância de se fazer professoral e de intencionalmente não deixar dúvidas.

O fortalecimento de suas ideias se dá no contexto de reconstruções pósguerra ou para um novo mundo que se urbanizava ou que se constituía em estados independentes, trabalhando

sobre o conceito de ‘tábula rasa’. O modernismo defendido na cidade pensada por Le Corbusier rejeitara o traço guiado pela estética e encontrará na racionalidade funcional o encontro para formulações de suas propostas.

i

FASE DOUTRINÁRIA 1928-1933 fundação dos CIAM

unidade mínima de habitação (existenzminimum)

i

iI

desenvolvimento racional do lote (rational lot development)

CIAM IV, 1933 (Atenas, Grécia) -

FASE II CIAM V, 1937 (Paris, França) -

A CIDA

POR M C. VAN 1. SIM 2. RED 3. REL

33 CID N. YOR DESTES

• VIVE • TRAB • CULT • CIRC

MORAD

IMPACT INFLUÊ

ADE FUNCIONAL - CARTA DE ATENAS

MOTIVOS DE EMERGÊNCIA, ELES SE MUDAM DE MARSELHA EM UM CRUZEIRO PARA ATENAS NO NAVIO GREGO “PATRIS II” N EESTEREN FAZ A APRESENTAÇÃO DURANTE A VIAGEM: MBOLOGIA PARA USOS DA TERRA DE RODOVIÁRIA LAÇÃO ENTRE CIDADE E REGIÃO

DADES FORAM ANALISADAS, INCLUINDO LONDRES, PARIS, BERLIM, DETROIT, LOS ANGELES, ATENAS, ROMA, VARSÓVIA, MADRID, ZURIQUE, RK. S ESTUDOS SÃO DADOS OS PRINCÍPIOS DA “CARTA DE ATENAS”, QUE SERIA PUBLICADA 10 ANOS DEPOIS.

ER: HABITAÇÃO BALHO: LOCAIS DE TRABALHO TIVE O CORPO: ÁREAS DE RECREAÇÃO CULAR: ESTRADAS E TRANSPORTE

DIA E RECREAÇÃO

TO DAS ESTRUTURAS HISTÓRICAS ÊNCIA DA REGIÃO NA CIDADE

a cidade funcional (the functional city)

iV

FASE ROMÂNTICA carta de atenas

moradia e recreação (dwelling and recreation)

V

moradia e recreação (dwelling and recreation)

CIAM VI, 1947 (Bridgewater, Inglaterra

FASE III

CIAM VII, 1949 (Bérgamo, Itália) -

CIAM VIII, 1951 (Hoddesdon, Inglaterra)

CIAM IX, 1953 (Aix-en-Provence, França

a) -

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PODEM NOSSAS CIDADES SOBREVIVER? ESTE CONGRESSO FOI AGENDADO PARA SER REALIZADO NOS EUA, MAS POR CONTA DA GUERRA FOI ADIADO PARA 10 ANOS DEPOIS. NENHUMA EXIBIÇÃO CONJUNTA FOI FEITA • FORAM APRESENTADOS OS TRABALHOS INDIVIDUAIS REALIZADOS SOBRE A SITUAÇÃO EM CADA PAÍS. • FOI SURPREENDENTE QUE GRUPOS SEPARADOS TRABALHARAM EM IDEIAS PARALELAS. • A QUESTÃO DA “ESTÉTICA” FOI ABORDADA PELA PRIMEIRA VEZ COM DUAS ABORDAGENS: O NOME DA RUA, NECESSIDADES EMOCIONAIS E MATERIAIS. RELAÇÃO ARQUITETO, PINTOR E ESCULTOR.

SOBRE A CULTURA ARQUITETÔNICA A QUESTÃO DE NOVAS CIDADES E CENTROS COMUNITÁRIOS É ABORDADA A QUESTÃO DA ESTÉTICA É DISCUTIDA NOVAMENTE A ESTÉTICA ESTALINISTA FOI PROPOSTA

O CORAÇÃO DA CIDADE FOI DECIDIDO QUE OS 4 PONTOS BÁSICOS DO GRÁFICO DE ATENAS ERAM INSUFICIENTES. • O CORAÇÃO DA CIDADE FOI ADICIONADO • O CIAM PASSA DE LIDAR COM O CENTRO DA CIDADE PARA A QUESTÃO DO HABITAT HUMANO. • DIREITOS DO PEDESTRE • OS PRIMEIROS ESBOÇOS DE CHANDIGARH SÃO MOSTRADOS

A CARTA DA HABITAÇÃO HABITAÇÃO E SUAS EXTENSÕES, FAMILIARES E MEMBROS DA COMUNIDADE. • A NOVA GERAÇÃO OPÔS-SE ÀS CATEGORIAS BÁSICAS DA CARTA DE ATENAS, CRITICANDO A SUA SIMPLIFICAÇÃO E ABORDANDO O PROBLEMA DA “IDENTIDADE”, REFERINDO-SE À NECESSIDADE DE PERTENÇA E AO RECONHECIMENTO DO BAIRRO COMO UNIDADE ACIMA DA HABITAÇÃO. • CASA, RUA, BAIRRO, CIDADE.

podem nossas cidades sobreviver?

VI

VII

FASE CRÍTICA 1947-1956

sobre a cultura arquitetônica

o coração da cidade (the heart of the city)

VII

IX

a carta da habitação (the charter of habitat)

team X

X

CIAM X, 1956 (Dubrovnik, Iugoslávia) -

TEAM X CARTA DE HABITAÇÃO VILA, CIDADE E METRÓPOLE SUBSTITUÍDAS POR “AGLOMERAÇÃO HUMANA” ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA QUE COMEÇA COM A SOLUÇÃO DE UM PROBLEMA MORAL: • QUALIDADE DE VIDA • DIGNIDADE HUMANA • EXPRESSÃO DO MOMENTO HISTÓRICO RELACIONAMENTOS ESPACIAIS INDIVIDUAIS: • DENTRO DA FAMÍLIA • COM A COMUNIDADE • NECESSIDADE DE QUIETUDE E ISOLAMENTO • NECESSIDADE DE CONTATO COM A NATUREZA

CONSEQUÊNCIAS SUBTOPIA: PAÍS E CIDADE SÃO UM • BLOCOS DE EDIFÍCIOS, TRANSFORMADOS EM PROBLEMA SOCIAL • EXPLOSÕES DE GÁS • NEGLIGÊNCIA E MAU USO DAS INSTALAÇÕES • CRIANÇAS VANDALIZANDO • OS ELEVADORES NÃO FUNCIONAM • MÁ ADMINISTRAÇÃO PROJETOS SEM CONSIDERAR OS USUÁRIOS, AS CRIANÇAS NÃO DEVEM SER APRISIONADAS EM TORRES, AS CRIANÇAS DEVEM BRINCAR.

• LE CORBUSIER NÃO COMPARECE MAIS. • OS LÍDERES INICIAIS JÁ TINHAM PROJETOS DE GRANDE ESCALA. • UM NOVO FORMATO DE APRESENTAÇÃO FOI PROPOSTO.

CONCLUSÕES

Chandigarh (Le Corbusier) e Brasília (Lúcio Costa) foram as únicas cidades inteiramente projetadas de acordo com os princípios da Carta de Atenas. Ironicamente, o urbanismo de Brasília, que ajudou a projetar mundialmente a arquitetura brasileira, e foi apresentada com a última palavra em urbanismo, foi

Brasilia (1957) e Chandigarh (1952-9)

projetada um ano depois do último congresso dos CIAM, o orgão que estabeleceu os critérios de seu projeto, e depois de declarado o fracasso de seus princípios.Foram cerca de trinta anos de atividade internacional promovida pelo CIAM. A quebra do CIAM deve ser creditada, em primeiro lugar, a seus principais colaboradores, cuja propensão acadêmica de uma estrutura formal foi imposta ao programa de trabalho.

Apesar disso, O CIAM foi o principal instrumento que deu ao mundo conhecer as idéias de arquitetura moderna e planejamento urbano.

Por outro lado, foi o centro de troca de iniciativas internacionais e progressivas mais ousadas. É claro que estas orientações e seus membros têm um grande significado histórico, embora hoje completamente superados, como o seu principal produto: a Carta de Atenas.

“O objeto principal e a finalidade que aqui nos reuniu, é juntar os diversos elementos da arquitetura contemporânea em um todo harmonioso, e dar à arquitetura um sentido, real, social e econômico.

A arquitetura deve, portanto, libertar-se da influência de Academias estéreis e suas fórmulas ultrapassadas.”

(APRESENTAÇÃO CIAM)

CIAM. O Movimento Moderno na Academia, Silvio Colin. https://coisasdaarquitetura.wordpress. com/2010/07/28/ciam-o-movimento-modernona-academia/ - ACESSO EM: 28/09/2020.

TEAM X

A NOVA GERAÇÃO DO MOVIMENTO MODERNO ATRAVÉS DAS CONTRIBUIÇÕES DE SHADRACH WOODS, JOSIC E CANDILIS, E ALDO VAN EYCK

“O que estamos esperando? Ler as notícias sobre um novo ataque armado com armas ainda mais abstrutas, notícias que nos chegam através do ar, captadas por nossos maravilhosos instrumentos transistorizados, de algum ponto das profundezas de nossas moradias cada vez mais cruelmente criticadas? Nossas armas estão cada vez mais sofisticadas, e nossas casas brutalizam-se cada vez mais.

Será esse o balancete da mais rica civilização desde o início dos tempos?”

(FRAMPTON, p.337)

O grupo de arquitetos a serem apresentados se destacam aqui por estarem envolvidos em novas propostas de espaço urbano e residencial conformadas a partir da crítica ao dogmatismo funcionalista herdado da tradição moderna.

Seus estudos se desdobram na investigação de soluções habitacionais para grandes massas populacionais.

O caminho desses arquitetos se direciona a uma mesma reflexão, acerca das disfunções mais profundas e significativas da prática e da teoria

arquitetônicas.

Os procedimentos de projeto adotados por estes se tornam a antítese das projecões cartesianas vistas e defendidas nas discussões que precederam o grupo, nos CIAM. Os projetos a serem apresentados refletem o contexto de uma cidade que já existe e que sobre sua topografia ocupada, outras táticas são consideradas, presevação e reabilitação.

Alguns, como a Universidade Livre de Berlim ganham expressão por se posicionarem frente à uma cultura

ARQUITETURA NA SUA MATRIZ HISTÓRICA

urbana e sua presença no contexto espacial da cidade, algo que se perde no de Frankfurt. A questão da moradia se torna firme no discurso desses profissionais e central no posiocionamento arquitetônico frente às transformações políticas do momento. Os processos defendidos por eles expressam uma alternativa à excessiva padronização da habitação e urbanização modernas, são estes, resultado da reflexão sobre às complexas relações que englobam o ambiente urbano resultante da manifestação do

A, SOCIAL E CULTURAL

cotidiano de seus usuários e das identidade e pertencimento dirigido transformações ocorridas da às especificações dos lugares onde interação indivíduo - espaço urbano. se inserem.

A inserção e compartilhamento de ideias com o restante do grupo vai permitir que esses arquitetos se posicionem frente questões de

SHADRACH WOODS, JOSIC E CANDILIS SHADRACH WOODS, JOSIC E CANDILIS SHADRACH WOODS, JOSIC E CANDILIS SHADRACH WOODS, JOSIC EE CANDILIS SHADRACH WOODS, JOSIC SHADRACH WOODS, JOSIC E CANDILIS CANDILIS Ninho de Abelha. Casablanca, Candilis, Woods arquitetos. 1952.

Conjunto habitacional em Marrocos.

The Free University

O conceito de tronco.

Projeto Caen-Herouville (France). 1961.

Projeto para Frankfurt-Römerberg. 1963.

of Berlin, 1963-73.

“ao ligar-se ao contexto de uma cidade existente e rejeitar o ‘escapismo’ dos modelos ‘funcionais’ e ‘abertos’, o projeto tentar pôr o automóvel em seu lugar e dar continuidade à tradição da cultura urbana” (FRAMPTON, p.336)

ALDO VAN EICK ALDO VAN EICK ALDO VAN EICK ALDO VAN EICK

Amsterdam Orphanage, 1960.

ALDO VAN EICK ALDO VAN EICK ALDO VAN EICK ALDO VAN EICK

Pavilhão Sonsbeek em Arnhem, 1966.

“Hoje, quarenta anos depois do Congresso, constatamos que aquelas propostas tranformaram-se em casas, bairros e súburbios, e depois em cidades inteiras, manifestações palpáveis de um abuso perpetrado de início com os pobres e em seguida com os nem tão pobres assim: álibis culturais para a especulação econômica mais feroz e a incapacidade política mais obtusa. E, no entanto, os ‘porquês’ tão esquecidos com tanta displicência em Frankfurt ainda têm dificuldades para assomar abertamente à superfície. Ao mesmo tempo, temos o direito de perguntar o ‘por que’ a moradia deve ser o mais barata possível, e não, por exemplo, relativamente cara; ‘por que’, em vez de fazer todo o esforço possíve para reduzi-la

a níveis mínimos de superfície, de espessura, de materiais, não deveríamos torná-la espaçosa, protegida, isolada, confortável, bem equipada, rica em oportunidades de privacidade, comunicaçõa, intercâmbio, criatividade pessoal.

Ninguém, na verdade pode dar-se por satisfeito com uma resposta que apela para a escassez de recursos disponíveis, quando todos sabemos o quanto se gasta nas guerras, na construção de mísseis e de sistemas antibalísticos, nos projetos de exploração da Lua, nas pesquisas voltadas para o desfolhamento das florestas habitadas por guerrilheiros e na imobilização dos manifestantes saídos dos guetos, na persuasão secreta, na invenção de necessisdades artificiais, etc.”

(FRAMPTON, p. 338)

A CENA BRITÂNICA NO PÓS-GUERRA: NEW EMPIRICISM E O “PEOPLE DETAILING” NA ARQUITETURA DO ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL CULTURA E SOCIEDADE DE MASSAS: VIDA NAS RUAS E APROPRIAÇÃO “AS FOUND”

ALISON E PETER SMITHSON: ESTRATÉGIAS DE REIDENTIFICAÇÃO URBANA, AUTENTICIDADE E NEW BRUTALISM

Ainda que a Inglaterra tenha sido o berço da revolução industrial, até os Smithson, não havia uma produção moderna significativa.

Figuras centrais do Team X, buscavam romper com as amarras do CIAM. Com uma produção de vanguarda, o conceito de cluster, desenvolvido por eles, se torna uma maneira de pensar a forma arquitetônica e da cidade como agrupamento - ideia de área reconhecidas, relação de pertencimento.

Os Smithsons buscavam por autencidade, de certa forma uma relação existencialista, “cuja percepção e modo de vida desempenharam um papel tão crucial para a formação da sensibilidade deles” (FRAMPTON, p.330).

A busca por essa sensibilidade e pelas noções de incorporação de identidade e associação confrontam as implicações colocadas por Le

Corbusier - tábula rasa e cidade funcional- e se encontram ao pensamento dos arquitetos do Team X. Londres se encontrava como outras diversas cidades após a Segunda Guerra, arrasada pelo confronto com os Alemães, em um contexto de não só necessidade de reconstrução física mas econômica, visto que considerável parte de sua economia era revertida para a guerra.

Se instaura um Estado de Bem Estar Social e o governo Britânico o responsável por assegurar direitos básicos aos cidadãos educação, saúde, segurança - o que influenciou diretamenta na produção arquitetônica do período.

Nesse momento, muitos arquitetos se inserem no contexto político atuando para o Estado.

Nessa condição o embate dos Smithsons ao órgão de governança

de Londres proporciona a instauração de um novo empirismo: oposição a arquitetura moderna até então produzida e a inserção de novas construções que dialogam com o contexto atual da cidade.

Quase como um manifesto, o discurso defendido pelos Smithsons seria de aproximar à população da rua, tornando esta o espaço de encontro, lazer e vitalidade. O edifício deve em si evidenciar os mecanismo de sua composição e se conectar com a circulação da rua. Esse caráter atribuído por eles, coloca o ambiente como parte do sujeito e a ideia de que a arquitetura pode de alguma forma modificar a sociedade.

ALIS A ALISON E PETER Chisenhale Road’, Nigel Henderson, 1951

SON E PETER SMITHSON ALISON E PETER SMITHSON R SMITHSON “O homem pode identificar-se de imediato com o seu prórpio lar, mas não se identifica facilmente com a cidade em que está situado.

‘Pertencer’ é uma necessidade emocional básica - suas associações são da ordem mais simples. Do ‘pertencer’ -identidade- provém o sentido enriquecedor da urbanidade.

A ruazinha estreita da favela funciona muito bem exatamente onde fracassa com frequência o redesenvolvimento espaçoso.”

(FRAMPTON, p.330)

De crítica e oposição as funções da cidade funcional - Habitação, Trabalho, Lazer e Transporte - o Golden Lane, proposta de conjunto habitacional (1952) iam contra “as categorias fenomenológicas de Casa, Rua, Bairro e CIdade” (FRAMPTON, p.330).

Embora a teoria dos Smithsons fosse de se opor à essas questões, se analisarmos suas proposições, nesse caso o Golden Lane, percebemos que eles ainda estavam limitados nessas contradições, o projeto em si, como mostra Frampton, deixa de fora a vitalidade social, que parecia ir contra à continuidade da cidade existente, remetendo à discussões centrais do embate dentro dos CIAM.

Golden Lane, Alison e Peter Smithson, 1952.

Golden Lane, Alison e Peter Smithson, 1952.

A CULTURA ARQ

QUITETÔNICA NA ITÁLIA DOS ANOS 1940/50: ORGANICISMO, RACIONALISMO E NEO-REALISMO ERNESTO ROGERS E A QUESTÃO DAS PRÉ-EXISTÊNCIAS AMBIENTAIS A PRODUÇÃO HABITACIONAL DO INA-CASA

No pós guerra, ocorre a emergência da sociedade de consumo - New Deal.

Arquitetura moderna se relaciona com o pós guerra, tendo seu auge nos anos 20. E sendo abalada por um novo pós guerra. Surge com a proposta de reconstruir a cidade e a sociedade destruída pela I Guerra, pela industrialização. II Guerra desmonta a ideia de que a máquina vai salvar.

Rogers nega a ruptura com o passado, visto que o moderno já era grande e poderia dialogar com os grandes.

Ainda que defenda a arquitetura moderna, os argumentos de Rogers acabam por representar uma ruptura com o próprio moderno.

Preocupação de transformar o modernismo em simples formalismo ou em historicismo sem caráter.

Reforço das pré existências ambientais, defendendo que a arquitetura deve dialogar com a

cidade presente - TORRE VELASCA (tipologia moderna com estética medieval) - manifesto moderno de respeito a uma arquitetura histórica.

Defendia as especificidades de cada localidade. Rogers era editor da Casa Bella, que gerou fortes discussões sobre o modernismo.

Atritos com os Smithsons e com a Achitectural Review.

Neorrealismo italiano é expressão cultural do comunismo, consideravam o modernismo como arte decadente.

Baseia-se numa aspiração ao realismo e na comunicação (com a população). Tenta se aproximar da realidade pois acreditavam a arte abstrata alienava e era de difícil compreensão. Para isso baseia-se em figurações do início do século XX. Arte com função didática, transmitir a ideia de superação da realidade relação com o realismo soviético.

Neoclássico é o estilo escolhido

pelo realismo soviético. Na Itália se defendia a ideia de mostrar a realidade e sua possibilidade de superação. INA-Casa foi a principal forma de produção neorrealista, alinhada com o PCI. INA-Casa era um programa público de produção de habitação do Estado. Neo-realismo buscava se aproximar do homem comum.

imagens: Torre Velasca, 1958.

Filme - LadrĂľes de Bicicleta, 1948.

Filme - Roma, 2018.

Referências do cinema neorrealista italiano (Ladrões de bicicleta, Roma cidade aberta. - Roma é inspirado nessa mesma estática).

INA-Casa (1949-1963) - Plano Fanfani de construção de habitação em larga escala. Havia espaço para diferentes correntes arquitetônicas (Neo-realismo, MSA - Movimento de estudo da Arquitetura [Rogers] e APAO - Associação para Arquitetura Orgânica [Bruno Zevi] ) Produção do INA-Casa está alinhada ao discurso do CIAM 8 de negar o homem novo, a construção em grelha, etc.

Arte e arquitetura moderna são abstratas e alienam da realidade e não são compreendidas pela maioria da população. A arte produzida pelo comunismo deveria ser a antítese da arte moderna. Arte e função didática. Mensagens de superação da realidade. Realismo soviético - rompe com o construtivismo

(“não existe revolução sem forma revolucionária”). 1930 - concurso para o palácio soviético. Afirmação de que o modernismo ocidental era a concretização de uma burguesia decadente e deveria ser negada.

Novo empirismo escandinavo (meados dos anos 1930) expressão de uma modernidade situada, reação ao internacionalismo, aos excessos do funcionalismo centro europeu. Abordagem empírica antiracionalista. Não buscava romper com a arquitetura moderna, mas abria brechas para reações conservadoras.

Experiências de habitação social permitiam ver o novo empirismo em uma escala maior no pós guerra.

DE “BRAZIL BUILDS” (1943) A “MODERN ARCHITECTURE IN BRAZIL” (1956): CONSTITUIÇÃO DE UM SISTEMA DE ARQUITETURA MODERNA NO BRASIL

ASSIMILAÇÃO, TRANSFORMAÇÃO E DILUIÇÃO DO REPERTÓRI DA “ESCOLA CARIOCA”

IO

“É um bom sinal para a nossa civilização que ela esteja se desenvolvendo a partir de mais de um centro. Obras criativas têm subitamente surgido em países que, em épocas anteriores, permaneciam provincianos. Finlândia e Brasil: como é possível que estes países, que por tanto tempo se mantiveram na periferia da civilização, tenham alcançado um nível arquitetônico tão alto? Qual é a razão? Seriam os próprios arquitetos? Sem dúvida, sem arquitetos criativos não haveria trabalho criativo, mas arquitetos criativos existem em muitos outros países.” (GIEDION, p.155)

Arquitetura moderna é introduzida no Brasil por Gregori Warchavchik, que não introduz a arquitetura brasileira.

Lúcio Costa defende que a arquitetura moderna brasileira deve estar ligada a criação de uma identidade nacional, de uma brasilidade. Beber do passado, usando formas puras, economia de meios, etc. Retomada da arquitetura colonial dos séculos XVI e XVII como parte da construção de uma narrativa nacional. Essa tentativa de construir o Brasil como nação é abraçada por Getúlio Vargas.

Arquitetura moderna brasileira é elaborada pela Escola Carioca.

Exposição “Brazil Builds: Architecture new and old. 1652-1942” no MOMA em 1943, organizada por Goodwin.

Retoma o passado do modernismo.

MEC (1937-1943) e Pampulha (19401943) foram as primeiras grandes produções da Escola Carioca a ter visibilidade global. Perigo de se cair

na armadilha de que a arquitetura moderna brasileira é um caso excepcional.

Com a aprovação da CLT (lei de matriz fascista aprovada por Vargas), os sindicatos são institucionalizados e normatizados, com isso a estrutura sindical se relaciona à previdenciária por meio dos IAP (Instituto de Aposentadoria e Pensão). A produção de uma arquitetura moderna institucional, vinculada ao IAP e a Escola Carioca. A historiografia brasileira só valoriza os grandes edifícios modernos, com “índice de

brasilidade”, excluindo, assim, toda a produção vinculada aos IAP. Discurso da arquitetura nacional é muito mais forte que a prática.

O grosso da produção moderna no Brasil não segue essa lógica da forma nacional (curva e mais orgânica).

“Curvas das montanhas e da mulher brasileira”. O passado ao qual a arquitetura moderna brasileira se liga também é um passado construído. Estado varguista não tinha uma arquitetura oficial, ainda que o modernismo cumprimisse com os objetivos do próprio Estado.

Max Bill - formação na Bauhaus.

Compromisso com os valores modernos da década de 1920, arquitetura mais formalista. Em entrevista à revista Habitat (do casa Bardi), afirma que o que é colocado como arquitetura moderna brasileira não segue valores modernos. Única exceção defendida é o Pedregulho.

Problemática da produção moderna que não se “insere na cidade”, sem uma concepção de cidade e se construindo isolada dela, ainda que a cidade fosse um elemento central do modernismo. Ausência da

cidade vem do desejo de exercitar uma arquitetura que não é possível dentro do lote tradicional. (ex: Sergio Bernardes, aproximação com Mies e Wright; Bratke, influência da arquitetura feita na Califórnia).

Problema de se fazer um planejamento urbano no Brasil se dá pelos preços abusivos da terra.

Calçadas e ruas estreitas, falta de áreas livres e edifícios institucionais reduzidos devido ao preço da terra.

imagens: da esquerda para à direita Ministério da Educação e Saúde, 1950.

Iate Clube, 1962.

Casa do Baile, 1940.

Igreja da Pampulha, 1940.

Casa do Baile, 1940.

Casa da Rua Santa Cruz, Gregori Warchavchik, 1928.

Parque Guinle, Lúcio Costa, 1948 1954.

OS CAMINHOS DA ARQUITETURA BRASILEIRA NOS ANOS 1950/60: VILANOVA ARTIGAS EM SÃO PAULO, NIEMEYER E AFFONSO EDUARDO REIDY NO RIO DE JANEIRO

Na década de 50, o país vive imerso em uma política desenvolvimentista, investir no desenvolbvimento industrial significa deixar de ser um país de exportação de matéria prima e ir contra o imperilismo imposto pelos países norte-hemisféricos, o Brasil seria exportador de mercadorias manufaturadas e isso implicaria no seu desenvolvimento. Nesse período, o Partido Comunista apoiava o setor moderno de industrialização, acreditando ser necessário primeiro haver uma revolução na classe burguesa para que depois acontecesse a do proletariado.

Em meio a esse cenário, à crise no governo Vargas esfriam as políticas de desenvolvimentismo que retornam com o governo de Kubitschek.

VIVILLANOVA ARTI G AS EM S ANOVA ARTIGAS EM S Vilanova Artigas, se formou como engenheiro arquiteto pela Politécnica. Começa a se preocupar com a arquitetura sendo promotora da transformação social. Filiação com as ideias defendidas pelo PCB. 3 pontos de mudança de Artigas: Sua primeira fase - Era Wrightiana A princípio Artigas tinha ligação com o Integralismo, ao participar do grupo Santa Helena ele conhece sua esposa que era militante comunista e isso influencia sua posição política.

A arquitetura de Wright tem grande adesão na américa latina, pois era muito semelhante com a arquitetura que se imaginava “tropical” pelo uso de materiais, os telhados, etc.

Artigas, diz que naquele momento fazia arquitetura wrightiana porque naquele momento não havia condições técnicas-construtivas para fazer outra arquitetura. (ex. primeira casa: lareira, casa com telhado borboleta e planta em catavento espiral).

SÃO PAULO SÃO PAULO Quando entra no PCb passa a ter uma interlocução com a escola carioca muito influenciada por le Corbusier (ex. conjunto de 4 casa e rodoviária de Londrina - expansão da arquitetura moderna para o interior do Brasil). Com a inauguração do MEC e a afirmação da escola carioca, da qual boa parte dos arquitetos fazia parte do Partido Comunista (PC), e que se aproxima da produção de Le Corbusier, passa a não aceitar Wright como mestre - estadunidense, portanto imperialista.

Depois da morte de Stalin, com a “liberação do modernismo” começa um período de conciliação entre o moderno e o arcaico (casa Baeta síntese das ideias modernistas junto às realistas). Acreditava numa conciliação entre o moderno e o arcaico, portanto acreditava numa conciliação do modernismo e do realismo. Mesmo com ascensão de Kruschev na Rússia continua defendendo elementos do Realismo.

imagens: página à esquerda - Casa Vila Nova Artigas (Casinha), 1942. ao lado - Rodoviária de Londrina, 1948. acima - Casa Baeta, 1956.

“Nesse sentido, passaram a me interessar soluções compactas, simples e geométricas; os problemas de hierarquia e de caráter arquitetônico; as conveniências de unidade e harmonia entre os edifícios e, ainda, que estes não mais se exprimam por seus elementos secundários, mas pela própria estrutura, devidamente integrada na concepção plástica original (SEGAWA apud in Niemeyer, p.143)

OSCAR NIEMEYER OSCAR NIEMEYER

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Depois das manifestações de Lúcio Costa - mentor da arquitetura brasileira do período - escritos considerados fundamentais para a instauração de uma linhagem arquitetônica de jovens arquitetos do momento, Oscar Niemeyer, protagonista dessa linguagem, transgride de um processo de reflexão, onde sua atuação profissional ora junto à burguesia e em diversos projetos privados, crítico à produção arquitetônica defendendo não sendo

possível fazer uma arquitetura social naquela sociedade capitalista, repercurte em uma produção - que o próprio Lúcio Costa considera - uma arquitetura moderna única e na busca de uma orginalidade excessiva que alcançasse a repurcursão e o realce de suas construções.

Ao refletir sobre seu processo de produção, Niemeyer elege a própria estrutura como questão principal de suas composições indo em oposição à sua produção até então - vinculada à

uma licença poética sem preocupação com as responsabilidades técnicas, como desafio ao funcionalismo e na busca pela forma bela, artística.

Esse processo de amadurecimento refletiu vigorasamente nas linhas de pensamento de outros arquitetos do perído, seno influência para demais produções, a exemplo para Artigas. imagens: página à esquerda - Edifício Copan, 1951 abaixo lado esquerdo - Edifício Montreal, 1950 abaixo lado direito - Edifício Manchete, 1965

“Dentro dessa arquitetura, procuro orientar meus projetos caracterizando-os, sempre que possível, pela própria estrutura.

Nunca baseada nas imposições radicais do funcionalismo, mas sim, na procura de soluções novas e variadas, se possível lógicas dentro do sistema estático. E isso sem temer as contradições de forma com a técnica e a função, certo que permanecem, unicamente, as soluçoes belas, inesperadas e harmoniosas. Com esse objetivo, aceito todos os artifícios, todos os compromissos, convicto de que a arquitetura não constitui uma simples questão de engenharia, mas uma manifestação do espiríto, da imaginação e da poesia.

(SEGAWA apud in Niemeyer, p.143) imagens: à esquerda - Palácio Itamaraty, 1962 à direita - Iate Clube, 1962

Inserido no mesmo contexto que Niemeyer, mas não tão dentro da militância dentro do ensino de arquitetura, Affonso Reidy segue como um dos nomes relevantes para a arquitetura moderna brasileira, ao contrário de Niemeyer de obra crescentemente egocêntrica e autoexpressiva, Reidy segue uma linha silenciosa dentro da arquitetura brasileira. Dentro de sua produção fica evidente sua referência e conexão com o pensamento do mentor brasileiro, Lúcio Costa e da obra de Le Corbusier.

Em sua obra estabelece diálogo com a cidade tradicional inserido numa lógica de projeto decorrente do lugar e do programa, a característica do edifício linear, aparece em seus projetos alinhado às condições que fazia referência, criar uma nova condição urbana decorrente da implantação do edifício.

imagens: da esquerda para à direita Sede da Prefeitura do Distrito Federal, 1938.

Conjunto Residencial Marquês de São Vicente, 1952.

Conjunto Residencial Pedregulho, 1946.

AFFONSO REIDY AFFONSO REIDY

“O FENÔMENO BRASIL” E A CULT OUTROS EPISÓDIOS NACIONAIS:

TURA ARQUITETÔNICA LATINO-AMERICANA NO PÓS-GUERRA S: VENEZUELA E MÉXICO

Habitacion Social El Silencio, Carlos RaĂşl Villanueva, 1941.

Após a Segunda Guerra Mundial, a arquitetura brasileira ganhará bastante destaque internacional e será influência para os países da América Latina, principalmente sob influência do trabalho de Lúcia Costa e seus discípulos, na tentativa de voltar o olhar da arquitetura moderna para o trópico - observando questões pertinentes às condições fornecidas pelo hemisfério sul. Enquanto que no Chile, a arquitetura dará mais ênfase na dimensão formalista do que plástica, em outros países como México, Uruguais e Venezuela a produção arquitetônica se firmará na retomada de elementos do passado e da ligação com a história hispanoamericana.

Na Venezuela, por exemplo, arquitetos buscam reinterpretar elementos tradicionais na arquitetura moderna, há uma recorrência a linguagem clássica.

Escuela Gran Colombia, Carlos Raúl Villanueva, 1939.

Assim como a Venezuela, no caso do México, a produção arquitetônica se pautará em um movimento neocolonialista, na busca de encontrar uma identidade nacional através de uma releitura da tradição e do passado, em um retorno préhispânico. A questão de uma Nova Objetividade será parte fundamental da constituição do pensamento arquitetônico moderno mexicano, representando assim uma arquitetura de vanguarda pautada em um caráter social inerte de produção.

já detinha uma expressão moderna melhor caracterizada do que o Brasil na época.

Luis Barragan - vinculado às questões de retomar à arquitetura hispano-americanas e integrálas ao acontecimento moderno, incorpora expressão neocoloniais e tradição hispânicas em suas obras.

Ao contrário de Juan O’Gorman, sua ligação com à questão social/ política da arquitetura ficou de lado, tendo atuação em muitos projetos

Projeto

Destaques da arquitetura moderna mexicana: Juan O’Gorman - diretamente ligado à uma vertente de esquerda o que reflete incisivamente na sua produção arquitetònica que busca corresponder às questões sociais. Atuou na década de 30, o que evidencia que o México CASA GONZÁLEZ LUNA, Luis Barragán, 1928

o de Escola Primária, Tampico, México.

Juan O’Gorman, 1932

Casas de Frida Kahlo e Diego Rivera, Juan O’Gorman, 1929-31.

ARQUITETURA E PAISAGISMO MODERNO NO BRASIL: A PRODUÇÃO DE ROBERTO BURLE MARX OUTRAS PAISAGENS BRASILEIRAS E LATINOAMERICANAS

Junto ao forte sentimento de reafirmação de uma identidade nacional e no momento de voltarse os olhos para o Brasil, o Roberto Burle Marx desenvolveu uma estética moderna de paisagem que incorpora uma dimensão plástica sobre a forma e a cor ao mesmo tempo que entende a natureza como a fonte de riqueza do país e então, valoriza essa paisagem. Burle Marx foi designer de joias, artista plástico, pintor, escultor, apesar de sua formação formal não ser esta, tornou-se conhecido internacionalmente como arquiteto paisagista. Foi uma mistura de Glaziou com Klabin. Em uma viagem à Europa, Burle Marx presenciou algumas vegetações tropicais sendo utilizadas em jardins. Em 1930 Roberto Burle Marx se matriculou na Escola Nacional de Belas Artes, assim que retornou ao Rio de Janeiro. Nesse ambiente acadêmico

seleto, Roberto Burle Marx teve a oportunidade de estudar com artistas que se tornariam proeminentes, como Cândido Portinari, além de conhecer arquitetos de futuro renome, como Helio Uchôa e o próprio Oscar Niemeyer. Teve importante papel como ambientalista, catalogando novas espécies da flora brasileira e introduzindo-as em seus projetos, utilizando-os como laboratório.

Enquanto Le Corbusier defendia os edifícios aconchegados numa natureza inquestionável, com base em um idealismo que aceitava a visão sentimental da natureza de Rousseu, Burle Marx desenvolvia um gesto estético acompanhado de uma forte intencionalidade, onde o jardim se torna uma obra de arte, uma intervenção do homem que se coloca perante o mundo.

Outra figura interessante para o momento de afirmação do paisagismo

brasileiro, sobretudo dos jardins, é a companheira de Gregori Warchavchik, Mina Klabin Warchavchik. O trabalho desenvolvido por Mina reflete um momento central sobre a arquitetura brasileira e o processo de formação de uma identidade nacional, trabalho que dialoga em confluência cultural e a dimensão da esfera privada. Mina enquanto paisagista já se anunciava em seus projetos - em especial nos jardins para a Casa Modernista da Rua Santa Cruz - sobretudo o uso dos arranjos de cactos, elemento simbólico que remete ao repertório da pintura moderna nacional.

MINA KABLIN MINA KABLIN MINA KABLIN

Os jardins da Casa Modernista da Rua Santa Cruz, 1927.

BURLE MARX BURLE MARX BURLE MARX

Praça do Ministério da Educação e Saúde

Residência Eduardo Carvalhães

Parque Ecológico do Recife

Sítio em Guaratiba

LOUIS KAHN:

ARQUITETURA COMO DISCIPLINA PERENE

Louis Kahn tem sua formação beauxartiana (Belas Artes), mas atua como conciliador entre a tradição e o moderno. Se aproxima do moderno pela planta livre e racionalidade construtiva, repetição dos elementos, mas avança a reflexão da arquitetura moderna buscando conciliar sua forma, criando hierarquias de espaços e buscando retomar elementos do passado.

Se alinha: planta livre e racionalidade construtiva, repetição dos elementos. avança: Ideia de forma perene e transcendental ao longo da história - formas essenciais já foram inventadas - arquitetura é concepção, arquitetura é reflexão - reflexão filosófica sobre arquitetura. O edifício pensado, no mundo imaterial, é perfeito (a forma não tem figura nem dimensão, a forma é “o que”, o desenho é ”como”, a forma é impessoal, o desenho é de quem o

desenha), quando trazido para o mundo material, ele vai se perdendo ao se confrontar com a realidade.

Kahn tenta ao máximo mitigar essa perda (afinco na dimensão construtiva).

Projeto arquitetônico que fosse mais do que uma mera resposta programática, tendo uma dimensão ideológica e política.

Louis Kahn era um grande apreciador da monumentalidade presente nas obras da arquitetura clássica e sempre levava esse conceito para os seus projetos. Ele também tinha grande preocupação sobre como usar a luz natural.

Para ele, a combinação de grandes estruturas e iluminação solar trazia uma certa espiritualidade ao local, fazendo toda a diferença na percepção da obra.

A luz revela a arquitetura, contraposição entre etéreo da luz e o

material é ao mesmo tempo forma e função, escala monumental para uma complexidade urbana, luz filtrada que remete bem mais a escala do corpo (Assembléia Nacional de Bangladesh).

Servidos (ambiente de circulação de pessoas e exposição de objetos - espaços principais) e serventes (ambientes de apoio a circulação [escadas e corredores] e de armazenamento da infraestrutura).

Como disciplina perene - existiriam procedimentos metodológicos iguais. Moderno é uma disciplina perene? Responde às questões da época, da industrialização, não há vinculação com a História. Planta livre: sem hierarquia espacial.

Pressupõe reprogramação.

Indiferenciação dos espaços. Permite rearranjo e continuidade espacial (ideia de perenidade). Disciplina: conhecimento, não é ciência.

Definição subjetiva do que é perene.

Questiona os dosgmas do moderno.

Dispõe sobre o comensurável (real) e o incomensurável (ideal). Realidade sempre distorce a idealidade. “O círculo da sua mente sempre será mais perfeito que qualquer círculo existente”. Embate entre o desejo e o que a sua realidade permite. Forma x desenho. Desenho: meio pelo qual a forma é possível, se torna realidade.

Silêncio e luz: silêncio cada vez mais

corrompido; luz como dimensão fundamental da Arquitetura.

Arquitetura nasce a partir desse encontro: luz dá ao silêncio o sentido da existência. Insere a arquitetura em outro patamar. Reflexão sobre o que é e o que pode ser a Arquitetura.

Sentido de acolhimento, fortaleza, formas muito elementares. Não se apropria simplesmente da História, mas busca entendê-la. O que o tijolo quer ser? Um arco, pois nele trabalha muito bem à compressão. Tração: usar o concreto armado. Construções com soluções modernas mais soluções primitivas sem nenhum conflito.

LOUIS LOUIS LOUIS LOUIS LOUIS LOUIS LOUIS

KAHN KAHN KAHN KAHN KAHN KAHN KAHN

Galeria de Arte de Yale, New Haven. 1951-1953.

Centro da Comunidade Judaica, New Jersey. 1954-1959.

Richard’s Medical Research Building, Filadélfia. 19571960.

LOUIS LOUIS LOUIS LOUIS LOUIS LOUIS LOUIS

KAHN KAHN KAHN KAHN KAHN KAHN KAHN

First Unitarian Church, Rochester.

1959-1969.

Instituto Salk de Pesquisas Biolรณgicas, Califรณrnia. 1965.

A CIDADE MODERNA E AS CRÍTICAS À REALIDADE URBANA DO URBANISMO FUNCIONALISTA JANE JACOBS E A VIDA NAS RUAS DA “CIDADE REAL”

Jane Jacobs elabora suas críticas ao “planejamento urbano moderno ortodoxo” nos Estados Unidos, num período de contestação das proposições modernas internacionais.

A legislação urbana ainda branda dos EUA na década de 60 permitiu que grandes obras fossem executadas principalmente por empreendedores de modo a desconsiderar a realidade e caráter dos lugares onde eram realizadas. Jacobs vai criticar justamente esse distanciamento dos planejadores com relação ao lugar onde intervém, que culminam na criação de espaços “genéricos” sem identificadores, e consequentemente, sem identidade: espaços duros e sem dinamismo, que propiciam a marginalidade. ”Planejamento Urbano Ortodoxo”: normatizam a vida baseados na neutralidade da razão.

Jacobs afirma que todo o

planejamento urbano moderno é uma adaptação do material absurdo formulado por Howard - absurdo porque não considerava as múltiplas funções das cidades, a vida cultural, social e política. Todos os modernos são variações de Howard - Le Corbusier é cidade jardim vertical, segrega as classes sociais.

Alternativa prática sugerida por Jacobs: quadra curta, densidade certa (entre 3 milhões de Le Corbusier e 30 mil das cidades jardim de Howard), esquinas baixas. Jacobs considera que existe na cidade uma ordem complexa a ser “respeitada” e não um caos urbano a ser ordenado, como propunham os grandes planos urbanos, que geralmente davam prioridade ao sistema viário e trabalhavam com a escala dos automóveis (como as intervenções propostas por Robert Moses).

Jacobs defende as relações por

inclusão e não por exclusão - como ocorre nas cidades Jardim. Sua visão e atuação muitas vezes é ingênua e local. Pensa um urbano que parte de uma vivência de classe média artística e branca.

Jacobs: considera que existe na cidade uma ordem complexa a ser “respeitada” e não um caos urbano a ser ordenado, como propunham os grandes planos urbanos, que geralmente davam prioridade ao sistema viário e trabalhavam com a escala dos automóveis (como as intervenções propostas por Robert Moses). Jacobs defende as relações por inclusão e não por exclusão como ocorre nas cidades Jardim.

ocorrência emocionante no meio usuário) impregnadas nela em ambiente.” (Cullen). Crítica ao olhar contraposição a visão moderna que desliza e não fixa do moderno. ortodoxa. _Lynch: apreensão de dados empíricos e proposição de análises a partir da experiência do ambiente urbano - aplicação da psicologia no planejamento urbano, percepções sensibilidades, vivências.

Cidade como espaço coletivo em construção. Vivência urbana que impregna a cidade para além de sua função. Percepção da cidade como fato estético. Via, ponto nodal, marco, limite, bairro. Percepções fragmentadas, todos os sentidos estão em operação, não somos meros observadores, fazemos parte da cidade.

Cullen: Movimento townscape. Crítica as New Towns (cidades britânicas depois da guerra, pequenas cidade ao redor de londres) - qualidade de vida sem vida. Contraposição entre a cidade homogênea e dispersa (new town) e a cidade densa e heterogênea. Retomada da noção de pitoresco. Extrair do espaço os Em convergência, o pensamento elementos para transformar a cidade. desses autores reivindica a cidade “A cidade é antes de mais nada uma existente e as experiências (do

DA CRISE DO PLANEJAMENTO AO FRAGMENTO URBANO: O PLANO PARA GRANDE LONDRES (1944) E O DESENHO URBANO DAS NEW TOWNS

A FORMULAÇÃO DO “TOWNSCAPE” POR GORDON CULLEN KEVIN LYNCH: PERCEPÇÃO VISUAL E APROPRIAÇÃO DA CIDADE

AS UTOPIAS URBANAS E A APOLOGIA DA TÉCNICA MEGAESTRUTURAS E PLANEJAMENTO TOTAL DO ESPAÇO ARCHIG

GRAM E A ARQUITETURA DO CONSUMO E DA OBSOLESCÊNCIA METABOLISTAS JAPONESES

As proposições do Archigram tem como pano de fundo a consolidação da sociedade de consumo do pós guerra junto a volta de uma perspectiva positiva da tecnologia (que volta a ocupar o imaginário social) e viam na desterritorialização e na combinação tecnologia-consumo uma perspectiva para emancipação do sujeito. Já os Metabolistas estão inseridos no contexto de reconstrução do Japão no pós-guerra, dessa forma havia a preocupação com a executabilidade dos projetos além de uma analogia com o organismo vivo que cresce e se desenvolve de maneira cíclica.

Reyner Banham escreveu sobre megaestruturas em 1976, referiuse a elas como “futuro urbano do passado recente” - título que nomeia o seu livro - considerando, portanto, todas essas iniciativas como uma espécie de página virada.

As Megaestruturas não são um

movimento, não são necessariamente grandes, mas são urbanas, com múltiplas funções, estrutura portante e coisas acopladas, vários projetos que possuem esses “pré-requisitos” foram sistematizados e chamados de megaestrutura no livro em 1976, acreditam na alta tecnologia e possibilidade de expansão.

Na retomada tecnológica nos anos 1950 e 1960, a Europa vive um Estado de Bem Estar Social, Estado produtor de direitos. Sociedade de consumo, produção de itens descartáveis (plástico anos 1960), cultura POP. 30 gloriosos: momento em que a economia mundial cresce (1945 a 1975).

Em 1943, Adorno fala que a guerra colocará em cheque alguns paradigmas - as tecnologias não necessariamente trariam avanços positivos. A produção em massa da qual a arquitetura moderna

pretendia se apropriar causa também destruição e mortes em massa (2 Guerra Mundial, bombas de Hiroshima e Nagasaki).

Questão: como pensar arquitetura incorporando a tecnologia?

Megaestruturas: A proposta do Archigram era de reorganizar todo o espaço habitável; a cidade é um resquício arqueológico a ser superado - desterritorialização (se a cidade/ habitação é descartável ou móvel, não há porque se apegar ao território). A tecnologia ainda é transformadora e pode ser usada para o bem estar das pessoas. As máquinas trabalhariam para as pessoas, que se encarregariam apenas da produção intelectual.O metabolismo via como alternativa imediata à qual se dedicavam os arquitetos metabolistas japoneses, a inevitável ocupação dos oceanos enquanto interface para a construção de uma nova

civilização. Muitos projetos foram desenvolvidos com este horizonte como o emblemático Planejamento para a Nova Baía de Tokio. A préfabricação era considerada a solução paradigmática para problemas de grandes escalas, e a elaboração de sistemas de ampliação utilizando adições sucessivas de componentes celulares geriu todo um imaginário de concepção projetual para uma grande parte dos arquitetos. O conceito metabolista considerava que edifícios e espaços urbanos estariam sujeitos às mesmas lógicas do crescimento natural e biológico que agenciavam os organismos vivos.

Do universo exaltado pela vanguarda: entusiasmo tecnológico, resposta ao déficit habitacional a partir da industrialização e da estandardização dos elementos construtivos.

A tecnologia (racionalismo e funcionalismo) pode sanar os

problemas.

Contexto (archigram): economia global cresceu (30 gloriosos, 1945 a 1975) e determinou um avanço tecnológico e cultural, na europa isso gerou uma série de questões que se relacionam também com o estado de bem estar social (ex: team x (inglaterra) discute a questão do tempo livre, dedicar tempo em momentos que nao sao de trabalho, projetar espaços de lazer).

O Ser humano só faria o trabalho intelectual, trabalho manual seria feito pelas máquinas.

Portanto pode se entender o movimento do Archigram como uma atualização da crença tecnoindustrial exaltado pelas vanguardas, pois assim como os primeiros modernos, os Archigram acreditavam no papel da tecnologia como solução de organização da cidade/sociedade.

Megastructuras. Projeto para Baía de Tóquio, Kenzo Tange, 1960.

Archgram. Concept of the Walking City, Ron Herron.

Archgram. The Plug-In City, Peter Cook.

1964.

A “ESCOLA PAULISTA” E A RADICALIZAÇÃO DO DISCURSO ID “ARQUITETURA NOVA” E A CRÍTICA DO CANTEIRO: SÉRGIO FE RODRIGO LEFÈVRE E FLÁVIO IMPÉRIO

DEOLÓGICO ERRO,

SÉRGIO FERRO SÉRGIO FERRO RODRIGO LEFÈVRE RODRIGO LEFÈVRE FLÁVIO IMPÉRIO FLÁVIO IMPÉRIO

Residência Bernardo Issler, Granja Viana, Cotia, São Paulo. Sérgio Ferro. 1961.

Residência Heládio Capisano, São Paulo.

Sérgio Ferro. 1962.

Residência Marieta Vamprê, São Pa Sérgio Ferro e Rodrigo Lefèvre. 19

aulo.

962.

O ideário Moderno da década de 1920 sensibiliza a elite cultural brasileira, que adere ao Modernismo.

Artigas assume postura comunista na década de 1940; assume também a liderança do Partido Comunista em São Paulo, sendo responsável pela formação política dos militantes.

Moderno, responsável pela formação política dos militantes, escreve textos criticando o Modernismo (1951-1952): crise na sua produção – pratica o que critica.

Vai para a União Soviética nesse período, mas não aprecia a Arquitetura Neoclássica da burguesia revolucionária. URSS via o Moderno como contrarrevolucionário, deveria ser combatido, por representar a decadência burguesa (Arquitetura Neoclássica era praticada pela burguesia revolucionária). O Grupo Santa Helena, carioca, coloca que a arquitetura moderna correta é

a corbusieana. Wrightianos: falsa arquitetura moderna, associação com o Capitalismo e o Imperialismo, vistos com maus olhos. Revistas focam nos corbusieranos. Essa seria a expressão da cultura brasileira. Observação: Warchavchik foi condenado por fazer uma casa com platibanda e telhado atrás, sendo que Artigas fez o mesmo e não foi motivo de críticas.

A construção histórica que elegeu personagens centrais esqueceu outros. Linguagem arquitetônica deveria representar, sobretudo, uma atitude política. Arquitetura deveria formar o sujeito para a sociedade, certa visão. Convívio como índice necessário a um novo ser. Protótipo para o espaço coletivo da cidade.

Na publicação dos “Caminhos da Arquitetura”, em 1952, Artigas critica todos os mestres. A aquitetura seria sem sentido, a princípio. Os propósitos dela seriam

errados. Corbusier: Apolo; Wright: Dionísio. Não resolveram o déficit habitacional. “Proletariado deve sentar na mesma poltrona elegante da burguesia”. Até a Arquitetura ser discutida nas fábricas/fazendas, ela deve ser criticada. Bienal: grande empreendimento internacional que desvirtuaria o povo. Artigas, militante comunista de esquerda critica os modernos, praticantes do Imperialismo, aqueles que fazem “produtos do acaso e da fantasia”, sendo que “algumas formas parecem absurdas, com premissas irracionais”. Critica Wright, o qual estaria submetendo a natureza ao Homem.

Corbusier é tachado de funcionalista.

Entretanto, Artigas não dá uma resposta sobre qual arquitetura deveria ser feita. Em 1956, responde com a Casa Baeta, quando reorganiza suas ideias. Observação: em 1955

critica o Realismo Socialista após a O Grupo Arquitetura Nova em morte de Stalin (profissionais livres convergência do Brutalismo com os dessa doutrina estética). novos arquitetos paulistas. Articulam Moderno mais tradicional. Uso do tijolo aparente (condenado pelos modernos, que incentivavam o uso do concreto); forma que privilegie o trabalhador na obra. Exemplo: cúpula do Congresso Nacional penalizam o trabalhador na obra, uma malha de vergalhões extremamente complicada. Processos falsos de industrialização, submissão a péssimas condições de trabalho a favor de uma forma. O tijolo já é uma técnica bastante conhecida; forma correta: abóbada de tijolo, sendo que o trabalhador pode executar o restante da obra abrigado sob ela.

Década de 1950: cinema novo Residência Cleômenes Dias Batista, Alto brasileiro: “uma ideia na cabeça, uma de Pinheiros, São Paulo. Rodrigo Lefèvre. câmera na mão” (Glauber Rocha).

1964.

Assume a precariedade na produção cinematográfica.

O diálogo com a Arquitetura Nova seria estabelecido ao retirar a máxima potencialidade dos materiais convencionais, não só replicar o que já foi feito – até onde o tijolo pode ir?

Década de 1960: abóbadas se impõem no fim dos anos 1960, com Lefèvre.

Ele e Ferro são presos no mesmo período (Império não). Ferro desiste das ideias, mas Lefèvre se mantém com suas casas de abóbada. Projetou na prisão, inclusive. Artigas: desenho como libertação; Ferro: desenho como exploração.

Década de 1970: mestrado de Sério Ferro no final da década: romper trabalho intelectual e trabalho braçal – utopia possível, mas por partes. Hierarquia quebrada. Crise, inflação na mesma época (inflação da economia, passeatas). Não seria por meio da obra que o arquiteto iria atuar politicamente, mas sim por organização política, como todo

cidadão (Lefèvre).

Sérgio Ferro, Rodrigo Lefèvre e Flávio Império podem ser considerados discípulos de Artigas, ao entender que alunos seguem os ensinamentos do mestre e discípulos assimilam os ensinamentos, os digerem e propõem algo diferente baseado na crítica.

Representam uma continuidade na medida que reproduzem a organização da planta da escola paulista, como por exemplo a sala praça que organiza os espaço, mas fazem uma crítica à medida que esses espaços possuem outra cobertura que pensa a qualidade do trabalho.

Acreditam no canteiro como espaço de formação e de discussão política, por meio do empoderamento do trabalhador sobre os meios e a produção do trabalho, e, especialmente, sobre o conhecimento.

Ruptura com a concepção de Brunelleschi, onde há uma separação

entre quem pensa e quem executa o projeto. Separação entre concepção e canteiro de obras - conhecimento como instrumento de controle sobre o futuro da obra. Se não conseguimos chegar na classe trabalhadora, que é quem vai fazer revolução, de nada adianta os espaços públicos nas obras elitistas.

Residência Cleômenes Dias Batista, Alto de Pinheiros, São Paulo. Rodrigo Lefèvre.

1964.

Sede DNIT, Brasília. 1972.

HISTÓRIA, MEMÓRIA E “ARQUITETURA DA CIDADE” NA OBRA HISTÓRIA, MEMÓRIA E “ARQUITETURA DA CIDADE” NA OBRA CRÍTICA TIPOLÓGICA COMO METODOLOGIA ARQUITETÔNICA CRÍTICA TIPOLÓGICA COMO METODOLOGIA ARQUITETÔNICA

ALDO ROSSI ALDO ROSSI ALDO ROSSI DE ALDO ROSSI ALDO ROSSI DE ALDO ROSSI ALDO ROSSI

ALDO ROSSI ALDO ROSSI ALDO ROSSI

No contexto italiano, a relação arquitetura, cidade e disciplina arquitetônica (de base greco-romana, clássica) é muito significativa cidades construídas ao longo do tempo consolidando a função urbana e o aparato arquitetônico histórico.

Se comparamos a outros locais não há essas características de contexto arquitetônico consolidado.

Assim, algumas problemáticas serão levantadas alterando a formulação teórica de Rossi, num esforço de investigar as matrizes, as origens da arquitetura moderna. O vocabulário de Rossi é italiano ao mesmo tempo que oberserva-se uma política de grande preservação urbana na Europa - forte política de preservação dos tecidos históricos, como Londres, Paris.

As ideias de Rossi prosperaram por conta disso. Fatos urbanos preservados. Vai da Arquitetura

ao objeto e vice-versa, embutindo um repertório subjetivo (exemplo: chaleira). Ideia de modelo (exemplar) e tipo (permite rearranjos).

Propõe pensar nas formas essenciais.

Algumas formas têm razão de ser mais forte em determinado lugar (pode ser aplicada em outros lugares, mas apresenta um enraizamento em determinado local). Ao se pensar a Arquitetura entende-se em sua visão, como disciplina autônoma.

Os elementos da cidade são reconhecidos coletivamente pela população - referências urbanas, independente do tipo, da função, do tamanho, podem ser diferentes para cada um, mas deve-se notar.

Significado coletivo e significado pessoal (subjetividade). Os fatos urbanos são frutos das experiências coletivas e subjetivas dos indivíduos.

Na concepção de cidade análoga, pode-se pensar a cidade a partir

de fatos urbanos (skyline com edifícios de São Paulo faz possível o reconhecimento da cidade como um todo, por exemplo).

Arquitetura da cidade: não era qualquer cidade, era um tecido urbano consistente, um processo de construção longo e consolidado.

Articulação entre a pequena e a grande escala da Arquitetura. Da casa à cidade. Elementos primários e secundários: tecido urbano destinado às residências tem uma tendência de se modificar mais rapidamente do que aquele destinado a espaços públicos, como uma igreja (tendência de permanência, longa duração).

As residências são elementos secundários devido a seu dinamismo urbano baixo; já os monumentos são elementos primários, apresentam um sentido transcendente.

Forma não deveria seguir a função: ao longo da História, a relação

entre forma e função era falha (forma deveria seguir a função); funcionalismo ingênuo em acreditar que se a função deixasse de existir, a forma também iria. Rossi: persistência da forma, apesar das alterações dos programas, com pequenas alterações no edifício. Há alguns lugares que certas formas têm função de ser mais forte (espírito do lugar). Obra que tenta transcender tempo e forma.

Repete elementos recombinados em suas obras. Rossi tenta recuperar o divórcio entre Arquitetura e Urbanismo, criado pelos modernos.

Recupera a História, resgata por meio de outra racionalidade, não moderna.

Polígono de San Rocco, Monza. 1966.

Gallaratese II, Milão.

1969-1973.

Teatro del Mondo, Veneza.

O CONTEÚDO DO CADERNO FAZ REFERÊNCIA AS AULAS E ATIVIDADES DO PRIMEIRO SEMESTRE BEM COMO AS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FORNECIDAS PELOS PROFESSORES QUE ORIENTAM À DISCIPLINA