artes e ofícios
A técnica de enxertar árvores
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avalha enxertadora,tesou ra de poda e ráfia são os utensílios necessários na arte de enxertar árvores de fruto. Praticado há séculos, o enxer to é uma técnica que consiste em implementar num ramo uma parte da árvore que se pretende reproduzir. Pode efec tuar-se esta operação pelo método do enxerto de “garfo” ou de “borbulha”. No enxerto de garfo, apropria do à videira, escolhe-se uma per nada da espécie receptora, ou brava, e procede-se a um corte com cerca de dois centímetros de profundidade em forma de V, onde se coloca uma parte do galho saudável, proveniente da árvore mansa, ou dadora.
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Para que esta técnica tenha o efeito desejado, os ramos devem ter sensivelmente o mesmo diâmetro, de modo a que a casca de ambos fique alinhada. No final reforça-se a união com a ráfia. Na enxertia de borbulha, utilizada essencialmente nas árvores de fruto, utiliza-se o “olho”, ou seja, um rebento extraído da árvore mansa, que é aplicado dentro de um corte ao alto, efectuado na casca do ramo receptor. Neste caso, o enxertador deve evitar tapar o olho com a ráfia, de modo a que uma nova pernada possa brotar a partir do mesmo. Numa árvore pode fazer-se
mais do que um enxerto de espécies diferentes. Contudo, devem respeitar-se alguns preceitos. Em primeiro lugar há que se guir a regra “grainha com grai nha e caroço com caroço”. Por exemplo, uma pereira pode ser enxertada de macieira ou mar meleiro, mas não se pode cruzar com ameixeira ou pessegueiro. Uma macieira pode também passar a dar vários tipos de maçãs. Por seu turno, num pesse gueiro é possível produzir al perces, damascos e até amên doas. O mês de Março é o mais apropriado para a enxertia da vinha. Já no caso de árvores de fruto, o melhor mês é Junho.