Revista Cultura Crítica nº 12 - Adoniran e Noel 100 anos

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RM

História das histórias de Noel e Adoniran Valdir Mengardo

Filosofia Mas, a filosofia Hoje me auxilia A viver indiferente assim. Nesta prontidão sem fim, Vou fingindo que sou rico Pra ninguém zombar de mim

E

m 1933 Noel Rosa procurou André Filho (compositor que mais tarde se imortalizaria com “Cidade Maravilhosa”), com uma letra bem característica de Noel. “Filosofia” guardava os atributos de um Noel triste pela sua pobreza e pouca beleza, mas que, ao mes-

mo tempo, mostrava o orgulho de sambista que esquece os bens materiais e vive da boêmia. Noel procura Mario Reis tarde da noite e mostra o samba, pedindo para que o cantor o gravasse. “Nem preciso ouvir, Noel. Se é seu, eu gravo”, disse o cantor. O samba, à época, não foi nenhum sucesso, mas seus desdobramentos é que foram interessantes. Um ano depois, em 1934, um certo João Rubinato, cansado de levar gongadas em programas de calouros, escolhe “Filosofia” para sua apresentação no programa de Jorge Amaral,


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