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4.1 As alegorias

Um dos aspectos mais relevantes da performance, é que ela é um ato de comunicação, logo, sujeita às situações, condições, local e tempo que ocorre. Além da recepção do público, que dará parâmetros para a performance que assiste. Por exemplo, um mesmo tipo de performance que surta enorme efeito em um determinado público, pode passar despercebido por outro, ou por não ser novidade, ou por já ser esperada. Mais adiante isto será demonstrado em Paulo Barros. Glusberg aponta que esta percepção do publico

deve ser guiada pelo curso geral da ação corporal, destacando-se alguns aspectos e relegando-se outros; fazendo-se enfim uma abstração controlada com o objetivo de privilegiar o que é pertinente. Boa parte do trabalho de um performar reside na sua capacidade de orientar a percepção do espectador até que ela coincida com a sua (GLUSBERG,2013, p.88.

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Há um mecanismo de mimesis entre o espectador e o performer que, ao recodificar, acaba por reproduzir um gesto ou atitude similar.Como por exemplo, quando uma ala coreografada passa batendo palmas, ou executando um determinado gesto no refrão da música, e a plateia instintivamente o repete. Ali se atingiu um grande grau de assimilação e interatividade com os espectadores. A performance realisou uma transformação.

Contudo não é sensato pretender que a audiência se transforme naquilo que nós queiramos. As circunstâncias cambiantes de nossa sociedade, formada a partir dos mais diversos grupos culturais, vão resultar em espectadores entusiasmados com a performance, ao mesmo tempo que outros sejam diferentes ou hostis a ela. (GLUSBERG, 2013, p. 85)

4.1 As alegorias

Super Escolas de Samba S/A Super-alegorias

Escondendo gente bamba Que covardia!180

No que tange às alegorias, o próprio carnavalesco Paulo Barros, apresenta sugestões de divisão e de nomes, como “carro-vivo” e “carro-conceito de cena”, e afirma que seu estilo influenciou as pessoas:

As técnicas e coreografias que eu introduzi, de uma maneira ou de outra, influenciaram as pessoas. O uso de elementos manipulados por integrantes das alegorias, que em sincronia e grande número produzem efeitos interessantes, passou a ser utilizado por outras Escolas. (...) O embrião dessa experiência foi o uso da figura humana, que já vinha sendo experimentado desde a concepção do carro

180 “Bum-bum Paticumbum Prugurundum” GRES Império Serrano 1982. (Samba-enredo composto por Aluísio Machado e Beto Sem Braço)

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