SAMBA, SUOR E CERVEJA: BREVE ANÁLISE SOBRE OS MERCADOS DE CERVEJA NOS CARNAVAIS DO RIO DE JANEIRO E SALVADOR HOJE Marina Bay Frydberg1 Maria Emília Ribeiro Vasconcelos2
Resumo: Nas duas das três cidades em que acontecem os maiores carnavais de rua do Brasil, Rio de Janeiro e Salvador, o modelo econômico e de organização da festa chama atenção. Suas similaridades e diferenças abarcam o processo de financiamento dos blocos e da organização do carnaval como um todo. Este artigo se propõe a analisar as formas de diferenciação e proximidade em que as empresas de turismos – organizadoras do carnaval de rua nas duas cidades – colocam a lógica e a prática da exclusividade do patrocínio, onde apenas o patrocinador máster tem garantido a sua marca e sua vendas nos circuitos da folia. Também se propõe a entender quando as lógicas de financiamento próprio dos blocos estão se relacionando direta ou indiretamente com as lógicas de financiamento do carnaval da cidade, a partir de facilidades ou dificuldades nesse processo.
Palavras-chave: carnaval; patrocínios; blocos; parcerias público-privados.
Introdução O carnaval de rua hoje tem uma imensa importância principalmente pelo caráter econômico da festa, que se desenvolveu principalmente através de parcerias públicoprivadas. Em Salvador e no Rio de Janeiro, o carnaval proporciona um exemplo de organização do carnaval de rua no Brasil e no mundo. No carnaval de rua do Rio de Janeiro, no ano de 2016, a Antártica, cerveja patrocinadora máster do evento, lançou os números de sua contribuição3: 4,5 mil ambulantes credenciados; mais de 25 mil banheiros químicos nas ruas do circuito carioca; mais de 1000 controladores de tráfego; 1
Doutora em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professora do Departamento de Arte da Universidade Federal Fluminense no curso de graduação em Produção Cultural e no Programa de Pós-Graduação em Cultura e Territorialidades. Coordena a pesquisa “Eu quero é botar meu bloco na rua”: Cultura e economia no carnaval dos blocos de rua no Rio de Janeiro, que conta com o financiamento da Faperj e CNPq – UFF. marinafrydberg@gmail.com 2 Graduanda em Produção Cultural na Universidade Federal Fluminense, bolsista CNPq - UFF no projeto “Eu quero é botar meu bloco na rua”: Cultura e economia no carnaval dos blocos de rua no Rio de Janeiro.”. mariavasconcelos00@gmail.com 3 Disponível em http://diariodorio.com/conheca-os-numeros-do-carnaval-de-rua-do-rio-de-janeiro/ acesso em 30/05/2017.