IX POSCOM Seminário dos Alunos de Pós-Graduação em Comunicação Social da PUC-Rio 07, 08 e 09 de novembro de 2012
Samba, corpo e identidade cultural fora e dentro da TV 1 Paola Meirelles2 Universidade Federal do Rio de Janeiro Resumo Neste trabalho será abordada a questão do corpo como elemento dominante no contexto social contemporâneo através do viés da identidade cultural, levando-se em conta o papel das mediações comunicacionais como construtoras de subjetividades. O samba enquanto manifestação cultural de origem afrobrasileira será utilizado como mote para tal objetivo, sendo contrastados o lugar do corpo em uma das manifestações mais espontâneas deste gênero musical – a roda de samba – e na sua exposição televisiva. Palavras-chave: corpo; samba; identidade, resistência, cultura.
A centralidade da cultura e a construção das identidades
Os estudos culturais nos servirão de base para a compreensão do papel do samba para a formação das identidades dos afrodescendentes num contexto histórico de diáspora e pós-abolição nas Américas. Partiremos da obra de Stuart Hall, principalmente Da diáspora: identidades e mediações culturais (2003) e o texto A centralidade da cultura: notas sobre as revoluções culturais do nosso tempo (1997). O autor discute os termos em que devemos orientar os estudos culturais:
Aqui, então, a despeito de várias diferenças importantes, está o esboço de uma linha significativa de pensamento dos Estudos Culturais: dirse-ia, o paradigma dominante. Ele se opõe ao papel residual de mero reflexo atribuído ao “cultural”. Em suas várias formas, ele conceitua a cultura como algo que se entrelaça a todas as práticas sociais; e essas práticas, por sua vez, como uma forma comum de atividade humana: como práxis sensual humana, como a atividade através da qual homens e mulheres fazem a história. Tal paradigma se opõe ao esquema base-superestrutura de formulação da relação entre as forças ideais e materiais, especialmente onde a base é definida pelo "econômico", em um sentido simples. Essa linha de pensamento prefere a formulação mais ampla — a dialética entre o ser e a 1
Trabalho apresentado no GT Corpo e Gênero na contemporaneidade do IX Seminário de Alunos de Pós-Graduação em Comunicação da PUC-Rio. 2 Mestranda em Comunicação Social pela Escola de Comunicação da UFRJ. Orientador: Eduardo Granja Coutinho. Graduada em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Email: paolameirelles@hotmail.com.