Jornal alpes da mantiqueira edição 7

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ANO 2 - Nº 7 - www.alpesdamantiqueira.com.br

SOCIEDADE

Estratégias para a Superação da Pobreza

A verdadeira cidadania compreende algo além da participação na escolha de nossos representantes. A sociedade deve participar de todo e qualquer procedimento democrático que venha a contribuir ou buscar o desenvolvimento municipal, estadual ou federal. A superação da pobreza no campo passa, necessariamente, pela reforma agrária, pela valorização das culturas tradicionais e pelo conhecimento das realidades locais. Estes são alguns dos pontos listados pelos palestrantes do painel “Pobreza no campo e as comunidades tradicionais: como enfrentar a pobreza nas áreas rurais de Minas Gerais”, na tarde de sexta-feira (10/6/11). Para Wellington Emiliano Morais, da Via Campesina, o problema está no modelo de agricultura implantado no País e seguido por Minas. Segundo ele, a superação da miséria no campo passa por uma mudança de perspectiva: “não adianta combater a pobreza, é preciso combater suas causas”. Segundo ele, o Estado precisa encarar a questão da concentração de terras e criar subsídio agrícola e de comercialização da produção desse segmento. Wellington Morais reivindicou ainda que o Estado garanta cursos técnicos para os agricultores familiares e educação no campo, além de incentivo às formas cooperadas de produção

e redes de distribuição da pequena produção. Os mesmos benefícios foram sugeridos pelo representante da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva, que enfatizou que todos os benefícios conquistados pelos trabalhadores foram resultado de muita luta e não de concessões. Ele também sugeriu acesso à água e energia, assistência técnica e organização da produção, além da redução de juros e recursos maiores para crédito do pequeno produtor. Outro enfoque em relação à superação da pobreza foi apresentado pela doutora em So-

ciologia e Política pela UFMG, pesquisadora e professora da Escola de Governo da Fundação João Pinheiro, Carla Bronzo Ladeira Carneiro. Para ela, os aspectos menos tangíveis da pobreza, envolvendo as dimensões psicossociais, e suas implicações para a formulação de políticas públicas devem ser considerados. A pesquisadora afirma que o enfoque da renda é necessário e importante, mas não é suficiente para caracterizar a pobreza, principalmente a crônica, e nem para enfrentá-la. Em primeiro lugar, ela pondera que é necessário mensurar os

efeitos dos programas de assistência social no âmbito do protagonismo das famílias, considerando a subjetividade e o sofrimento. “Além dos números da pobreza, estamos falando de pessoas com desejos, sonhos e projetos”, ponderou. No entanto, ressaltou que é necessário enfrentar a pobreza existente além da caridade ou compaixão, mas com compromisso efetivo com a cidadania e com os direitos sociais. Carla Bronzo explica ainda a diferença entre dois conceitos adotados, o primeiro no Brasil e o segundo em alguns países europeus. O conceito de pobreza absoluta considera apenas a renda e o da pobreza relativa observa também aspectos como acesso a bens e serviços, as oportunidades e a privação de capacidades. “Se analisarmos sob o aspecto da pobreza relativa, teríamos de 60% a 70% da população brasileira nesse quadro”, afirma Carla Bronzo. Outra ação apontada pela pesquisadora é a necessidade de criar políticas preventivas que devem ser desenvolvidas antes que o indivíduo dependa de um programa de renda para sobreviver. E, principalmente, combinar garantia de renda com promoção social. Texto parcial: Editado pelo Jornal Alpes da Mantiqueira. Leia o texto completo no site da Assembléia Legislativa de Minas Gerais no endereço: http://www. almg.gov.br/not/bancodenoticias/ not_846230.asp

Boa noticia para os pecuaristas Debate Público na ALMG abordará a política nacional do leite

A produção do leite no Brasil será tema de debate público promovido pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Requerimento solicitando a discussão foi aprovado nesta quinta-feira (1º/9/11), na reunião da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial. Com o debate público “A política nacional para a cadeia produtiva do leite”, o autor do requerimento, deputado Antônio Carlos Arantes (PSC), pretende avaliar e propor medidas sobre a produção de leite no mercado nacional. Será discutida ainda a fixação de preços para produtores; o combate aos cartéis na produção do leite; o estabelecimento de mecanismos de proteção do mercado interno de importação de produtos subsidiados e a definição de carga tributária sobre leite in natura com ênfase para a demanda de Minas Gerais. O debate terá a participação de deputados federais membros da Subcomissão Permanente do Leite, da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural. Deputados Antônio Carlos Arantes (PSC), presidente; Fabiano Tolentino (PRTB), vice; e Deputada Luzia Ferreira (PPS).

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - www.almg.gov.br


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