Magazine 60+ edição 5

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UMA PUBLICAÇÃO PRINCIPALMENTE DEDICADA ÀQUELES COM MAIS DE 60 ANOS

60+

magazine

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Ano I

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Formato A4 | internet livre

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#5

S.Paulo, Novembro/2019 - #5

Vivência e Sabedoria Aproveitar o que de melhor a vida ensinou desfrutando de muita sabedoria. páginas 17 e 18


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VEJA TODAS AS ATIVIDADES PARA OS 60+ NESSE SEMESTRE

ESSA REVISTA TEM COMO PARCEIROS


magazine 60+ #5 - novembro/2019

Editorial

Manoel Carlos Conti Jornalista

Um dia desses, enquanto refletia sobre “uma senhora de idade avançada, maltratada (a gritos) por sua filha”, a qual estava nitidamente despreparada, pensei sobre o início de nossas vidas, quando ainda somos bebês, submetidos aos cuidados de nossos pais ou nossos responsáveis. O ser humano é o que mais necessita dessa dependência, para sobreviver. Com isso, desenvolvemos nossos pensamentos e nosso emocional, como se fôssemos parte de nossos pais. Na adolescência, passamos a buscar companheira ou companheiro, uma vez que o sentido da vida, quase sempre, é de formar uma

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É representado por:

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GENTIL GIGANTE j o r n a l i s m o

USAMOS SOFTWARE L IV R E Fechamento desta Edição

31/10/2019 Periodicidade mensal

Distribuição Gratuíta pela Internet Jornalista Responsável

Manoel Carlos Conti Mtb 67.754 - SP

2 família. Mesmo que não a formemos, sempre estamos seguindo os amigos, colegas de trabalho ou grupos de interesses comuns. A maioria das pessoas, principalmente na idade adulta, procura aumentar os laços com seus familiares e isso ocorre por amor, por necessidade ou simplesmente por um senso de dever. Engraçado como, a uma certa altura, os papéis se invertem. Nossos valores passam a não ser mais os nossos. Temos manias e, com isso, mais dificuldades para aceitar as formas modernas do viver. Alguns são predispostos a acompanhar a evolução, mas outros, são como rochas e se recusam a aceitar as mudanças. Acho que devemos lembrar que a grande maioria dos idosos de tempos passados, não tiveram oportunidades de ter um contato mais dirigido ao amplo universo que temos hoje, em nossas mãos. Penso que tudo fica mais fácil quando, obviamente, temos uma relação de convivência mais íntima com os filhos. Explicar, argumentar, demonstrando carinho e preocupação, pode ser um caminho para que os idosos não se sintam criticados. A mesma paciência que um jovem tem em retirar um tapete escorregadio, sem desarrumar a casa, que sempre esteve arrumada, da forma que seus pais desejavam, sem despersonalizar o ambiente, além de explicar o porquê daquele ato, dá a impressão que tudo vai se tornar mais fácil, quase sempre. Muitos filhos acreditam que colaborar com o dinheiro para pagar o cuidador é o que basta. Muitos deles não percebem que o amor e o carinho vêm acima de tudo e não há dinheiro que pague compreender e aceitar, uma vez ou outra, a teimosia da mãe ou a forma ranzinza do pai, em relação a ele. Que os mais jovens possam pensar e refletir sobre tudo o que os pais ou avós fizeram por eles e não os vejam ou os tratem como um fardo pesado. Tenham em mente o dia de hoje e hajam com paciência. Muitas vezes, vocês poderão pensar: “eles nem sabem quem eu sou”, mas procure lembrar....: você sabe quem eles são e, inclusive, quem eles foram. Boa leitura!

Revisão geral

Marisa da Camara *Todas as colunas são de inteira responsabilidade daqueles que a assinam

contato: contihq@hotmail.com cel. (11) 9.88906403


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Sob medida

Heródoto Barbeiro Jornalista/Historiador

Heródoto Barbeiro é âncora e editor-chefe do Jornal da Record News, em multiplataforma

O presidente sabe como criar polêmica. Sabe que, uma vez lançada na mídia, vai gerar uma avalanche de comentários contra e à favor de sua ação. Nos aglomerados de toda espécie grupos pró e contra o presidente vão ajustar suas baterias e trocar chumbo. O alvo é atingido: falem mal, mas falem de mim, já dizia um antigo político alemão. A última canetada presidencial é em direção aos funcionários públicos federais. Não seria a primeira vez em sua longa carreira política que molestava os funcionários com discursos, visitas inesperadas nas repartições públicas, sempre acompanhado pelos repórteres. Todos são avisados com antecedência e ninguém pode ficar fora da cobertura sob a ameaça de perder público e o emprego. Diz todos os dias que vai desaparelhar a máquina pública limpar a presença de ativistas de toda ordem, bem como os nomeados Foto: arquivo

pelos governos anteriores. Jura que vai acabar com o compadrio o e só vai ter acesso a cargo púbico através de concursos honestos e sem o viés ideológico do passado. Corporativismo jamais, vai para a lata do lixo junto com o “é dando que se recebe “, a barganha de cargos no governo federal em troca de boa vontade para votar os projetos no Congresso Nacional. O Palácio do Planalto anuncia que todos os funcionários públicos federais vão ter que usar uniforme para serem identificados pela população. Não importa se motorista, chefe de seção ou professor universitário. Todos vão ter que usar slack, um blusão de com quatro bolsos e cintos, semelhante ao que se chama de safári. Homens usam calças e mulheres saias. O tecido pode ser do gosto do funcionário. O modelito é o mesmo que o presidente usa no dia a dia em Brasília. As opiniões contra e a favor do uniforme, como era esperado, abre um amplo debate em todo o país e as associações dos servidores ameaçam entrar com uma ação direta de inconstitucionalidade, pela obrigação de se trajar como o governo manda. A reação é de tal ordem que o decreto presidencial estipula que o uso é optativo e não obrigatório. Para não haver erro o Diário Oficial da União publica as medidas e as cores das roupas. Podem ser compradas prontas nas lojas da moda ou serem feitas nas costureiras da preferência de cada um. A economia

arquivo

Crônicas do Brasil


magazine 60+ #5 - novembro/2019 é evidente, diz o presidente, com apenas três uniformes é possível passar um ano e com isso parar de gastar dinheiro com roupas convencionais. Presidente, deixe essas coisas pequenas e ridículas e gaste o seu tempo com as grandes questões nacionais. A crítica parte da tribuna do senado. Ele já é acusado de criar fatos novos para desviar a atenção da população dos graves problemas nacionais, entre eles o déficit das contas públicas que não para de crescer. O governo gasta mais do que arrecada. Do outro lado, os apoiadores do presidente argumentam que o uniforme democratiza os funcionários, acaba com a competição de modelitos nos órgãos públicos. A recepção é de tal ordem positiva que até um concurso de beleza com

4 uniforme está previsto para os próximos dias no Rio de Janeiro. Adeus gravata . A vestimenta vai se aproximar do modelo chinês implantado por Mao Ze Dong. É o Brasil entrando na era da modernidade ainda que os reacionários de toda ordem resistam. Estes apelidam o slack de pijânio, uma mistura de pijama com Jânio, o nome do presidente. Ele diz que o grau de profissionalização do serviço público é baixíssimo. Os servidores são chamados jocosamente de barnabés porque acumulam incompetência, acomodação e descompromisso com o pagador dos seus salários: o contribuinte, e 85 por cento são nomeados por políticos. Depois de sete meses o presidente renunciou e os tais safáris nunca viralizaram como moda.

Escambo de serviços sem dinheiro traz benefícios sociais Empreendedor/Tecnologia

Marcelo Thalenberg Empreendedor escreve artigos sobre tecnologia

Troque o seu conhecimento por outro que você necessita, em um banco de tempo. Escambo, para quem desconhece, significa a troca de produtos ou serviços, um pelo outro, sem o uso de dinheiro. A ideia de banco do tempo, em que pessoas trocam horas do seu serviço por outro serviço, foi gestada nos Estados Unidos, a partir de 1980. Edgar Cahn, idealizador, sonhava com um novo tipo de moeda, que teria um preço único: Uma hora = Uma hora. Edgar virou o promotor do conceito e benefício social do que se tornou o Time Bank. (https:// timebanks.org/) O banco do tempo português (http://www.bancodetempo.net/ pt/), fundado no ano 2000, criado pela Graal, criou um modelo centralizado de abertura e treinamento das equipes em cada bairro ou cidade. A seguir, o conceito explícito, em seu site:

Banco de Tempo é um sistema de organização de trocas solidárias, que promove o encontro entre a oferta e a procura de serviços disponibilizados pelos seus membros. No Banco de Tempo troca-se tempo por tempo; todas as horas têm o mesmo valor e quem participa compromete-se a dar e a receber tempo. Na prática, funciona deste modo: quando um membro do Banco de Tempo precisa de um serviço, contacta a sua agência, que procura um outro membro que o possa realizar. Realizado o serviço, quem o solicitou passa um cheque de tempo. O membro que prestou o serviço deposita o cheque, que é creditado na sua conta, e poderá obter serviços disponibilizados por qualquer outro membro. OBJETIVOS: · Apoiar a família e a conciliação entre vida profissional e familiar, através da oferta de soluções práticas de organização da vida quotidiana; · Reforçar as redes sociais de apoio, diminuir a solidão e promover o sentido de comunidade e de vizinhança; · Promover a colaboração entre pessoas de diferentes gerações e origens; · Contribuir para a construção de uma cultura de solidariedade e para o estabelecimento de relações sociais mais humanas e igualitárias; · Valorizar o tempo e o cuidado dos ou-


5 tros; · Estimular os talentos e promover o reconhecimento das capacidades de cada um/a; PRINCÍPIOS: · Troca-se tempo por tempo: a unidade de valor e de troca é a hora; · Todas as horas têm o mesmo valor: não há serviços mais valiosos do que outros; · Há obrigatoriedade de intercâmbio: todos os membros têm que dar e receber tempo; · A troca não é direta: o tempo prestado por um membro é-lhe retribuído por qualquer outro membro; · A troca assenta na boa vontade e na lógica das relações de “boa vizinhança”: os serviços prestados correspondem a atividades que se realizam com gosto e, para as realizar, não podem exigir-se aos membros certificados ou habilitações profissionais.

magazine 60+ #5 - novembro/2019 Os bancos do tempo são nascentes no Brasil e informais, busque no Facebook por região, São Paulo, Floripa, Brasília, entre muitos outros. Aparentemente, não há uma integração entre eles e cada um é focado em sua região. Além dos bancos do tempo encontrados no Facebook, outros modelos nasceram como: Escambo de talentos, e a startup Beliive (https://beliive.com/) Experimente e comente com seus amigo

Não deixe que as pessoas te façam desistir daquilo que você mais quer na vida. Acredite. Lute. Conquiste. E acima de tudo, seja feliz.

ANUNCIE COM A GENTE PREÇO BAIXO E UM GRANDE ALCANCE


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Washington D.C.

Dicas de Viagem

Anete Z. Faingold Engª. da Computação

do mundo. Um lugar enorme, que se percorre por dentro das edificações, desde o Capitólio até a Biblioteca, do outro lado da rua, como se fosse um túnel. Na rua, rumo ao próximo museu, observamos várias esculturas pelo caminho. Entramos no Museu de Arte, erguido em dois edifícios, de arte contemporânea e moderna, arte japonesa, renascimento e arte antiga. Visitamos um parque de esculturas e um jardim agradável, com várias obras de arte. Vale a visita. No terceiro dia, fomos visitar o mausoléu de Lincoln e paramos para observar uma exibição dos soldados americanos. A seguir, fomos para o museu do espaço, cuja única coisa interessante, para nós, foi um simulador do espaço, filme em 3D e saímos a caminhar, pela cidade, em direção a “Chinatown”. Bem pequena, se comparada a outras cidades grandes americanas. No quarto e último dia, fomos caminhar pelo bairro de “Georgetown”, com casas e belas ruas arborizadas, além da casa mais antiga da cidade. Prosseguindo a caminhada, chegamos a um ”pier”, com alguns restaurantes, esculturas e a linda visão da água. Caminhamos e curtimos os últimos momentos do passeio. Washington, uma cidade muito bonita, interessante e com pessoas muito afáveis, nos surpreendeu. Foto: Universidade de Georgetown

Ao chegarmos em Washington, nos EUA, ficamos em um hotel gostoso, bem localizado e com funcionários gentis, cujo nome “WEST END part of Georgetown Collection”, para nossa surpresa, tinha café da manhã bem razoável para os padrões americanos. Ficamos três noites, o suficiente para conhecer alguns dos principais museus (a maioria não cobra ingresso), alguns monumentos e um bairro muito charmoso, ao lado do hotel chamado “Georgetown. Preparamo-nos para caminhar bastante, pois a cidade é plana, muito fácil de localizar-se, inclusive com ônibus turístico, de graça. No primeiro dia, fomos ao museu do holocausto, um dos maiores museus sobre este tema no mundo, em um prédio que possui três andares. Triste ver o que o ser humano é capaz de fazer com seu próximo, mas precisamos sempre visitar estes lugares, para não nos esquecermos, jamais. No caminho para o museu, passamos pela Casa Branca. Quase não se pode ver o edifício, pois é todo cercado de seguranças. À tarde fomos ao enorme museu americano, muito interessante, com bonecos mostrando diversas épocas e como foram mudando conforme as décadas e séculos. Neste museu pode-se ficar umas três ou quatro horas, apreciando a transformação ao longo dos tempos. No segundo dia, fomos ao Capitólio, cumprindo o tour obrigatório, muito organizado. Na sequência, fomos à Biblioteca do Congresso, considerada a maior

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Quem é mosaicista?

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Reutilizando materiais

de materiais, ferramentas e outros assessórios. Tudo isso, exige um retorno, que pode ser adquirido em vendas de obras próprias ou através de ensinar o que já aprendeu, até o momento, ou se especializar em uma determinada técnica, mas sempre com a necessidade de treinar e aperfeiçoar, passar mais segurança no meio artístico, inovar e zelar pelo nome. Acho que somente nesse ponto o artista João Alberto J. Neto pode rotular-se como mosaicista. FazenAnalista de sistemas do uma analogia bem chula, cito um li O que dizer em termos de mosai- vro que li, recentemente - “não é porque co? Existe uma formação? Quando um tive de correr atrás do ônibus, que posso artista pode rotular-se como mosaicista? me considerar um corredor” – Apesar da É necessário conhecer todas as técnicas? frase ter sido formulada por uma persoComo começa o processo? nagem de 13 anos, acho que é a melhor Não existe uma forma clara de res- forma de comparar um profissional com ponder à maioria dessas perguntas. Um um amador ou curioso, como eu. artista envolvido com mosaico tende a Como começa o processo? - Antes exigir, de si mesmo, estudo e aperfeiço- de começar qualquer polêmica, gostaria amento de novas técnicas. Neste proces- de fazer uma apresentação rápida da miso, existe o investimento em cursos de nha pessoa: Sou formado em Adminisaprendizado, confecção de obras, compra tração de Empresas, analista de sistemas, aposentado, 64 anos e até os meus 56 anos, embora casado com uma artista por mais de 30 anos, nunca me vi envolvido diretamente com a arte. O dia-a-dia laboral e minha curiosidade adormecida não me proporcionaram muitas opções artísticas. Após o falecimento de minha esposa e da conquista de minha aposentadoria, a essa altura já em relacionamento com minha atual companheira, iniciei meu primeiro contato físico com o mosaico, a princípio de maneira indireta e, finalmente, pegando no pesado. O meu primeiro con-


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lange Piffer (citada na edição de n° 4), Luciano Guimarães, Yara Fragoso, além de promover exposições e bazar no final do ano, sempre com a participação voluntária dos alunos. Voltando ao meu particular, minha Fotos: enviada pelo colunista

tato imediato foi feito em um atelier denominado Garagem da Vovó, que é craque no assunto de “satisfazer a curiosidade sobre mosaico”, onde a premissa é “fazer para experimentar se gosta”, em um evento interessante, que é um dos seus pontos fortes, intitulado “Café com Mosaico”. A brincadeira consiste em uma reunião com amigos (agendada conforme a disponibilidade, inclusive em finais de semana), onde, além do café e outras guloseimas, utiliza-se o espaço do ateliê para aprender a “mosaicar”, batendo um papo e revelando um viés artístico, às vezes escondido, sempre com o auxílio de professores, coordenado por Lia Pereira, mosaicista e sócia do local. Lia Pereira, 43, é formada em Artes Plásticas pela Faculdade de Belas Artes e em Arteterapia, pelo Instituto Sedes Sapientiae/PUC e tem essa casa há 8 anos, mantendo o nome de Garagem da Vovó, onde funcionava um atelier de pintura, da família de uma antiga sócia. O seu maior ganho é a satisfação pessoal de poder passar um pouquinho do que sabe para um aluno ficar mais feliz e satisfeito. Ela investe na liberdade de criação, ou seja, não se limita a uma determinada técnica. Quem vai definir o que quer aprender é o aluno. Mesmo que seja uma técnica mais elaborada, ela vai passar as coordenadas de como chegar ao final com uma peça pronta, mas caberá ao aluno colocar a sua criatividade na obra. Para que tudo funcione como se deve, o trabalho tem de ser imenso e particularmente satisfatório, pois, além da criatividade própria e de seus alunos, ela mantém parcerias com mosaicistas, conceituados no meio artístico, como So-

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primeira participação consistiu em uma bandeja com um caminhãozinho, montado com pastilhas de vidro, que me deu trabalho e a satisfação de ter feito uma obra (apesar dos críticos) só minha, com muito orgulho. Até mais...

Referências: https:// w w w.facebook.com/ ateliegaragemdavovo/


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Cuidado Divã

Sandra Regina Schewinsky

Psicóloga - Neuropsicóloga

Frequentemente sou convidada para palestrar sobre a Doença de Alzheimer, cujo assunto é de suma importância e requer maiores esclarecimentos. Antecipo a você, querido leitor, que discorrerei sobre demências, futuramente, mas antes quero alertá-lo para outros problemas recorrentes de saúde, que as pessoas não prestam tanta atenção. Primeiramente, cuidado, senão o AVC lhe pega! O Acidente Vascular Cerebral, mais conhecido como derrame, assola grande parte da população mundial. É uma das doenças que mais mata os brasileiros, sendo a principal causa de incapacidade no mundo. Aproximadamente 70% das pessoas não retornam ao trabalho após um AVC, devido às sequelas, e 50% ficam dependentes de outras pessoas no dia a dia. Apesar de atingir com mais freqüência indivíduos acima de 60 anos, pode ocorrer em qualquer idade. Quem sofre um AVC pode ficar sem andar, sem mexer os braços, sem falar e com problemas cognitivos (memória, por exemplo) e comportamentais (agressivi-

dade, é uma alteração comum). Muitas dessas consequências podem ser irreversíveis. Por que acho importante falar desse assunto? Existem situações de precaução do AVC, a partir de cuidados com os hábitos. Lembra do ditado “o peixe morre pela boca”? Então, a Pressão Alta é um perigo imenso, e as pessoas não aceitam diminuir o sal, comidas enlatadas e industrializadas, gorduras e frituras, além das bebidas alcoólicas e do cigarro. O mais alarmante é que param de tomar o medicamento anti-hipertensivo por conta própria. Uma senhora relatou que suspendeu o remédio, pois achou que sabia controlar a pressão, outra pensou que deveria tomar o remédio só se sentisse dor de cabeça ou no pescoço e um senhor quando o médico falou que ele controlou a PA, simplesmente parou o remédio. Cuidado, também com colesterol alto, diabetes, obesidade e falta de atividade física. Fatores que podem entupir suas artérias e veias, causando infarto ou AVC. Outra causa de lesões cerebrais: os Traumatismos Crânios Encefálicos (TCE), que acontecem por sinistros no trânsito, ferimentos por arma de fogo, mas em grande parte na população idosa, por acidentes em casa. Caro leitor, você já pensou que sua casa pode ser assassina? Sim, pois seus tapetes, tacos soltos, pisos escorregadios, escadas, fios no meio dos caminhos, banquinhos, cadeiras, uso de chinelo com meia e um monte de outras coisas podem Foto: Secr. de Saúde do Est. do Paraná


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lhe derrubar e, ao cair, você bater a cabeça e ter uma lesão seriíssima. Sem contar que podem cair objetos de armários em cima de você e lhe machucar muito. Geralmente, as pessoas pensam que se garantem, ou seja, são espertas e nunca ficarão doentes, que as dietas são exageros ou frescuras dos profissionais de saúde, os remédios deixam dependentes para sustentar a indústria farmacêutica e jamais imaginam que um tombo da própria altura possa mudar tudo. A Psicologia chama tais comportamentos de Negação. Nega-se a própria fragilidade humana, nega-se a impotência de não poder conter as doenças, ne-

ga-se que está envelhecendo, nega-se o fato de precisar de ajuda para cessar de fumar ou beber, nega-se a falta de controle em relação ao próprio corpo. A negação, entretanto, não evita que as adversidades cresçam cada vez mais, As pessoas podem achar que não têm problemas, só que eles estão lá e causarão mais efeitos deletérios para a saúde. Então, dileto leitor, antes de se preocupar com situações inevitáveis, que tal ter CUIDADO com questões básicas e controláveis para se manter BEM? Beijos e até mês que vem!

Ana Luna Cabelo Branco Crônicas do Cotidiano

Sabe por quê? Não é o varal. Não é a roupa. É a atitude. É você estar aberto para aprender sempre. É você levar para a vida o que aprende de bom. E passar ao outro. Busque conhecimento. Seja curioso para poder perceber e aproveitar algo novo. Estar aberto ao novo é o primeiro passo para o aprendizado. Amplie seus horizontes. Vê aquela luz lá ao longe ? Pois é... Alcance-a! Estar atento e aberto para aprender é uma postura. Postura inteligente. Não hesite! E quando olhar a roupa no varal voando, voe junto. Permita-se! Você pode tudo!

Ana Luna Graduada em Letras

Roupa no Varal

Nunca me esqueço de quando o meu então sogro, italiano, entrou na casa dos meus país e se admirou com as roupas no varal. Para ele, roupa tinha que secar em secadoras. Nos Estados Unidos a opção varal nem existe. Toda a roupa seca nas máquinas de secar. Imagine, para o planeta, o que isso significa! Já no sul da Itália, o varal reina bonito. Quem nunca viu nos filmes, Nápoles e suas roupas penduraras em sacadas? Eu gosto de ver roupa no varal, secando naturalmente naquele sol forte ou fraco, ao vento, voando como a bailar. Roupa no varal, cheirosa, tem jeito de lar, nunca casa. Lembra bem estar, limpeza. Tive até “aulinha” de como estender roupa, bem estendida, no varal. Como tudo na vida, se não for bem feito, não faça! Alguém do meu afeto, lá atrás, um dia me ensinou e nunca esqueci.

Contato: srschewinsky@hotmail.com Facebook:Neuropsicologia Sandra Schewinsky

Foto: enviada pelo colunista


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Cutucando os comportamentos Contos II

João F Aranha

Cidadão e Repórter

Foto: divulgação

O comportamento humano e mais precisamente o processo de tomada de decisões, vem sendo abordado desde longa data por filósofos, psicólogos e economistas. Há os que defendem ações com base nas normas do utilitarismo (máxima felicidade possível para o máximo número de pessoas), nas dos consequencialistas (o indivíduo deve decidir cada um de seus atos avaliando os resultados esperados) e nas da chamada filosofia libertária defendida pelo filósofo inglês John Stuart Mill (1806-1873), (os seres humanos são agentes racionais, que fazem sempre a melhor escolha, ou seja, as que mais o beneficiam). Recentemente, com os avanços da psicologia cognitiva e social, aliados ao maior e melhor conhecimento das funções cerebrais, já se coloca em xeque a racionalidade humana na tomada de decisões. Daniel Kahneman, autor de Rápido e Devagar e ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 2002, explica que há duas formas de pensar: uma é rápida, intuitiva e emocional; a outra, mais lenta, deliberativa e lógica. A imensa quantidade de informações que recebemos, num curto espaço de tempo, impacta cada vez mais nossos julgamentos e tomada de decisões. Kahneman, ao falar do julgamento sobre incertezas, apela para a heurística (processo empregado em decisões não racionais, ignorando parte da informação, visando tornar a escolha mais fácil e rápida) e aos vieses cognitivos que destroem as estratégias estabelecidas para se chegar ao fim pretendido. “Somente uma melhor compreensão

dessas heurísticas e dos vieses em que nos fazem incorrer poderia melhorar os julgamentos e as decisões em situações de incerteza”, diz Kahneman. Mais recentemente Richard Thaler (vencedor do Prêmio Nobel de 2017 por integrar a Economia com a Psicologia) e Cass Sunstein se juntaram para escrever o livro Nudge – O Empurrão para a Escolha Certa - onde apresentam um conjunto de soluções para o dilema de como ajudar as pessoas a tomar as melhores decisões sem que restrinjam sua liberdade. Os autores propõem o Paternalismo Libertário, segundo o qual o Estado, como agente paternalista, pode e deve induzir o cidadão a optar pelo que julga a melhor decisão, sem, no entanto, obrigá-los a isso. É Libertário no sentido de que as pessoas devem ter liberdade para fazer o que quiserem, inclusive recusando acordos desvantajosos. Nudge, que pode ser traduzido por “cutucão”, traz um novo olhar sobre a responsabilidade do poder público, tornando-o uma via alternativa para os tempos atuais da polarização. Os autores preconizam a arquitetura da escolha como agente modificador, substituindo a decisão padrão por uma prática de influenciar escolhas que altera a maneira pela qual as opções são apresentadas às pessoas. Essa alternância pode ser entendida melhor com o exemplo do que ocorreu com


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a adesão a um plano de aposentadoria nos Estados Unidos. Os trabalhadores eram convocados para aderir a um plano de previdência, tendo em vista os inegáveis benefícios que esta ação traria em termos de bem estar futuro. Para tanto, deveriam comparecer a um órgão controlador, levar seus documentos e preencher um formulário. Foi então que o governo resolveu dar um empurrãozinho, colocando todos automaticamente no plano, porém com a opção de ticar um campo excluindo-o da proposta. Como se percebe, ao mudar o enquadramento há um efeito enorme no resultado, com um aumento exponencial nas adesões. A prática mostra que geralmente não tomamos um curso de ação que nos trará benefícios de longo prazo, mesmo tendo ciência deles. A troca da opção voluntária pela automática reduziu o esforço cognitivo, evitou a tendência de só se valorizar benefícios imediatos, se contrapondo aos exagerados marketings de consumo, além de não interferir financeiramente e não gerar custos adicionais. De certa forma os empurrões já existem em alguns setores, como a advertência sobre os males causados pelo tabaco

12 que são inseridos nos maços de cigarros e os avisos legais existentes nos rótulos de alimentos. No Brasil já se usa os cutucões visando reduzir a evasão escolar, quando os pais recebem SMS semanais com vários tipos de mensagens a respeito do comportamento dos seus filhos. Outras áreas onde os cutucões poderão trazer bons resultados são o incentivo à poupança, combate à obesidade e ao tabagismo, a expansão de doadores de órgãos, os desperdícios de energia elétrica e água, a sonegação de impostos, a desburocratização de serviços voltados aos cidadãos e, com certeza muitas outras atividades. É preciso considerar, no entanto, que quando o cidadão é encorajado a se engajar num contexto social, que traga benefícios para ele e para toda comunidade, há necessidade de se ter um clima mútuo de confiança, que o leve a abandonar a prática disseminada de se ouvir a opinião alheia, as informações tendenciosas e os conceitos e valores que nos são impingidos pela sociedade e por nós aceitos, sem a devida deliberação.

Diário de uma educadora CriativA Idade

Esse documento, perdeu seu valor durante a história e, por causa do sistema político econômico do país, a remuneração justa do professor se categorizou e sofreu desvalorização financeira, tornando o professor um operário da educação. Voltando o filme da história de minha biografia, deparo–me com a memorável cena em que eu, ainda na infância, brinJane Barreto cava com bonecos ou outras crianças, em Psicopedagoga e meio a apagadores, lápis, cadernos, giz e Arteterapeuta a pequena lousa, livros e as caixas de sa No Brasil, em 15 de outubro é cele- pato, de papelão, que eram as carteiras da sala de aula. Mal sabia eu, que nesse brado o dia do professor. Você sabe o porque dessa celebração? jogo simbólico, prevalecia uma fantasia Em 1827, D. Pedro I, decretou a obriga- que mais tarde se tornaria minha profistoriedade da educação em todas as vilas são. Aos 14 anos iniciei em uma instie cidades brasileiras, nesse mesmo do- cumento, determinou a valorização do tuição religiosa, como ouvinte e obserprofessor, prevendo uma remuneração à vadora, atenta ao trabalho, com bebês, classe, chamada de salário, a ser pago a realizado por contadores de histórias que as relatavam sobre personagens reais, de todos, no território do império.


13 forma fantástica, aos pequeninos. Muito distante ainda de entender a lógica da educação, entendia que o cuidado era essencial na existência do humano e, por isso, fazia parte das tarefas do professor, esse acolhimento que nutria a pele, o corpo, a alma e as pessoas que o realizavam, era como alimentos de cada ser, naquela realidade. O tempo foi passando e aos 18 anos de idade, já sabia o que queria, a arte me inspirava e a educação me aguardava, busquei formação, entendendo a minha vocação, descobri meu DOM, tornandome uma profissional. De lá para cá, numa trajetória de mais de 30 anos, experimentando diferentes faces da educação brasileira, tive a oportunidade de conhecer outras realidades, nas experiências em países da Europa, me fascinar com o universo de desafios e excelência no exercício do oficio de ensinar, nas diversas fases do desenvolvimento humano. Foi na sala de aula que aprendi um pouco dessa arte e no que consiste ser professor, mas foi na prática da arte da educação que percebi a singeleza e nobreza no ato de ensinar, envolvida em projetos de inclusão social, junto a educadores brilhantes. Eles me encantaram e desafiaram minha vocação, para unir a arte e educação para humanizar. Até hoje, quando me deparo com alguém que até então não sabe algo, e apreende, me emociono. Sinto aquele arrepio semelhante ao que o artista sente

magazine 60+ #5 - novembro/2019 ao pisar num palco ou a um médico na sala de parto, minutos antes de ajudar uma mãe dar a luz. Ahh o dar à Luz! sim... O professor também é um parteiro, ajuda a “parir” o que prevalece no escuro do desconhecido, dá à luz o conhecimento à aqueles chamados de alunos - ou seres sem luz! - Tornando-os seres iluminados. Ser um professor, como aquele que professa, fala, transmite algo, não implica em ser só um transmissor, mas em transformar o outro, a partir de si mesmo, iluminar caminhos, indicar direções, resgatar o perdido, provocar reflexões, elucidar e conduzir, sendo exemplo, modelo, referência, sendo um aprendiz. Na trajetória da história no Brasil, tivemos grandes referências de educadores que revolucionaram a educação com ideais consistentes, numa filosofia inovadora, criativa e inclusiva, como Anísio Teixeira, com o movimento escola nova, proposta de ensino integral, com protagonismo e educação de qualidade. O pensador publicou o manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, no qual a educação era proposta como essencialmente pública, obrigatória, gratuita, laica e sem qualquer segregação de cor, sexo, raça ou títulos, vinculando as escolas às comunidades. Outro exemplo de educador brasileiro foi Paulo Freire, o professor nordestino, conhecido e valorizado mundialmente, atuou na educação como politizador, contextualizando a necessiFoto: divulgação


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Foto: UFRGS

dade do aprendizado no cotidiano do ser humano. Inventou seu método revolucionário de alfabetização e letramento para adultos, alfabetizando pescadores de uma aldeia em 40 dias, dizia sempre, antes do sujeito ler a palavra, ele já lê o mundo! Segundo ele, a educação é o exclusivo elemento verdadeiramente eficaz para a construção de uma sociedade atuante e democrática, que leva em consideração a diversidade, deveria ser sustentada no indivíduo integrado e politizado. Teixeira e Freire, traziam consigo uma vontade imensa de transformar a ESCOLA em um verdadeiro local de conversa, sim essa é a origem da palavra que surgiu na Grécia antiga, como SKHOLE, foi evoluindo até o Latim SCHOLA. Os termos de ambas as línguas tem o mesmo significado, “discussão ou conferência, tempo ocioso onde era possível ter uma conversa interessante e educativa, ou seja, um lugar de divertimento, de troca de conversa. Em sua origem, a nata da sociedade, no auge de sua intelectualidade, marcava encontros para filosofarem, trocarem, refletirem, e apreenderem uns com os outros. Inúmeros outros pensadores da educação, professaram em seu oficio um discurso atual que até hoje, faz sentido na polis, e por isso, seus legados serão eternizados num lugar em que só ocupam aqueles que lutaram pela educação na história . Ainda que faltem profissões e muitas sejam até extintas, o professor estará sempre a frente de uma sociedade, diante do desafio de trabalhar para formação da humanidade, tornar o outro sensível, capaz, crítico. Creio que se algum dia, não existisse mais a escola, como desejava Ivan Illich - educador que sonhava em desescolarizar a sociedade, entendia a escola como um aparelho utilizado pelas classes dominantes para manter a exclusão, desejava criar uma rede de convivialidade - ainda sim, os professores sobreviveriam, pois o exercício do seu ofício não se limita as paredes de uma instituição, as situações de aprendizagem vão além dos muros da escola. As pessoas de qualquer idade, aprendem na interação com o outro; mes-

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Prof. Paulo Freire mo os auto didatas, precisam aprender a conviver, e é compartilhando suas experiências de vida, a luz do conhecimento, conduzidos por um norteador em busca de um ideal em comum que acontece, uma escola promotora de cultura, com professores agentes de transformação. Ainda me recordo daquele tempo, em que ainda criança, admirava meus professores, seres criativos e inovadores, tomados por uma inexplicável paixão e pela imensa capacidade de praticar a empatia. Tive sorte ou fui agraciada!? Encontrei inspiradores que me encantaram e seus nomes, gestos e olhares, permanecem gravados em minha história, para que eu hoje, pudesse ser multiplicadora daquilo que me fez desejar ser melhor para o mundo, multiplicando sonhos, através da minha própria existência, inspirada em pessoas como o Mestre dos Mestres. Almejo seguir na extraordinária tarefa de ser mais que apenas UMA, ou que ALGUMA professora, ser A Professora. Muitos passarão, alguns marcarão, mas poucos permanecerão e esses sim farão a diferença, não como operários mas como jardineiros, plantando em corações e semeando na existência humana, em qualquer idade. Jane Barreto Pedagoga, e arteterapeuta, Mestre em Reabilitação e inclusão Social.


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Web Summit 2019 Mudança de Hábito

Silvia Triboni Viajante Sênior e Repórter 60+

Vem aí a Web Summit 2019, top da tecnologia e empreendedorismo em Lisboa. “Lisboa volta a ser a capital do Mundo” Aos dias 4 a 7 de novembro de 2019, a FIL (Feira Internacional de Lisboa) e o Altice Arena, espaços destinados a grandes exposições em Lisboa, receberão, aproximadamente, 70 mil pessoas de todas as idades e inúmeras nacionalidades, naquela que é a maior conferência de empreendedorismo e tecnologia da Europa. Segundo a Revista Forbes, a Web Summit é “a melhor conferência, do planeta, sobre tecnologia” Mais de 1200 palestrantes já es-

tão inscritos para esta edição. 160 países estarão representados, 70 mil inscritos e mais de 2000 jornalistas estão nestes quatro aguardados dias, tão esperados. Realizada anualmente, desde 2009 a Web Summit, criada por Paddy Cosgrave, David Kelly e Daire Hickey, promove aprofundado debate sobre as questões de interesse mundial, em inúmeros aspectos como a tecnologia, política, sustentabilidade, música, moda, esportes, turismo, saúde ou xadrez. Representando o site Across Seven Seas, participei da Web Summit como Repórter 60+, o que me permitiu cobrir a maior parte das palestras, atrações, e eventos desta grande conferência, em 2018 Mais uma vez inscrita, na categoria Press, na Web Summit 2019, preparo-me para trazer as novidades que este, que é o acontecimento de tecnologia e empreendedorismo mais esperado pelo Governo e empresariado português, apresentará em sua nova edição. O Magazine 60+ estará presente. Aguardem na próxima edição.

Foto: enviada pelo colunista

Foto: Sir Tim Lee no evento de 2018


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Nosso Mundo, Nossa Cultura

bém está “Tatata”, uma música composta por Willy Rosen, um compositor judeu alemão, e o ator e diretor Max Ehrlich, uma figura proeminente nos cabarés alemães na década de 30. Antes de serem transferidos ao campo de Auschwitz, Willy e Max conseguiram contrabandear uma pasta, com manuscritos, para fora do campo. Ela foi descoberta décadas depois, no sótão de uma casa na Holanda. “As composições dos campos de concentração são patrimônio mundial, um legado para aqueles artistas que, apesar de terem perdido a liberdade nas mais inimagináveis circunstâncias, perseveraram por meio da música”, completa Lotoro. O trabalho de resgate feito por Lotoro foi registrado no documentário “Maestro”, lançado ano passado. No filme conta que sua missão começou em 1990, quando recebeu uma composição do pianista tcheco Gideon Klein. Nascido em 1919, Klein foi deportado para o campo de Teresienstadt, em 1941 e transferido para Auschwitz, em 1944. No ano seguinte, morreu nas minas de carvão de Fürstengrube. Durante a estadia em Terezín Klein era um dos maiores compositores do campo. Antes de ser transferido, deixou suas obras com a namorada, Irma Semtska, que por sua vez as entregou à irmã do pianista, Eliska, após o fim da guerra. E foi das mãos de Eliska que Lotoro recebeu o primeiro manuscrito de uma música composta nos campos nazistas. O corpo de Klein nunca foi encontrado. “Salvar a sua música é a única maneira de trazê-lo de volta à vida”, disse Lotoro. Estes tesouros da história da música servem para dar voz aos tantos compositores que decidiram atuar num lugar onde já não restavam vestígios de Humanidade.

Recuperando 8.000 partituras

Reuven Faingold Historiador

Durante a Segunda Guerra, artistas judeus, capturados pelos nazistas, compuseram belas peças musicais que ficaram perdidas nos horrores dos campos de concentração. Anotadas em restos de papéis e recortes de jornal, ou gravadas na memória dos próprios sobreviventes, elas seriam esquecidas, não fosse o trabalho de um pianista italiano. Ao longo de mais de três décadas, o maestro Francesco Lotoro reuniu uma coleção com cerca de 8.000 composições musicais, algumas apresentadas ao público, pela primeira vez, num concerto em Jerusalém, com a “Orquestra Sinfônica de Ashdod”, como parte dos eventos que marcam o 70º aniversário da Independência do Estado de Israel. Entre as músicas a serem tocadas, havia uma composição da poetiza Ilse Weber, que trabalhou como enfermeira no hospital do campo modelo de Theresienstadt na Tchecoslováquia, ensinando canções para crianças. Quando seu marido Willi foi deportado a Auschwitz, ela também se transferiu voluntariamente com o filho do casal, Tommy. Todos foram assassinados nas câmaras de gás. As músicas compostas por Ilse nos campos de concentração não foram escritas, mas foram memorizadas por Aviva Bar-On, que quando criança foi tratada no hospital de Theresienstadt. “Eu fiquei sabendo de uma sobrevivente de Theresienstadt que afirmava lembrar-se de uma música da Ilse. Quando fui vê-la descobri que ela não lembrava apenas de uma música, mas de três melodias. Algumas delas nunca foram escritas, ficaram conservadas numa memória que está desaparecendo com a morte dos sobreviventes” comenta o maestro Lotoro. No amplo repertório de Lotoro tam-


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Vivência e Sabedoria Aprendizagem na 3ª idade

Malu Navarro Gomes Pedagoga especialista em Psicopedagogia e em Neuropedagogia Mestre em Psicologia

Revendo o filme “UP – Altas Aventuras” em um sábado à noite, comendo pipoca recém estourada e tomando um suco delicioso, comecei a observar um dos personagens principais, Carl Fredricksen, um idoso e nostálgico vendedor de balões que, desde o falecimento de sua esposa, vivia recluso em sua casa, tendo por companhia suas lembranças mais caras: aquelas em que o casal fazia planos para o futuro e cultivavam o desejo de conhecer o lugar onde gostariam de morar. Por obra do destino, um jovem escoteiro de nome Russel, cruza seu caminho. Carl, nada receptivo a novidades, tenta evitar o menino a todo custo, mas Russel, com seu otimismo e ingenuidade o conduz, por caminhos nada convencionais, a realizar a viagem. A partir daí ambos vivem as mais fantásticas aventuras. O fato de o idoso

magazine 60+ #5 - novembro/2019 e o menino se encontrarem solitários os aproxima cada vez mais e o envolvimento afetivo entre eles é inevitável. Como a de um avô com seu neto, a relação que constroem é tão significativa que chega a comover. Aos poucos, os dois adquirem a alegria, a esperança e a crença de que dias melhores e mais alegres passarão a fazer parte de seu cotidiano, por haverem, cada um do seu modo, encontrado no outro, o que lhes faltava. Deixando o personagem um pouco de lado e olhando a realidade de nossos idosos, é possível falar na existência de dois grandes grupos de idosos: os ativos e o dos idosos considerados como sendo mais frágeis. Entre os idosos ativos, distinguimos: 1) aqueles que possuem disposição e energia suficientes para desempenharem, bem, diversas competências, tanto de ordem individual como social. Tais idosos estão, sempre, em busca de ações e conhecimentos que promovam seu crescimento pessoal; 2) aqueles que, apesar de aposentados, continuam trabalhando por dependerem de seus salários para sobreviver; 3) aqueles que sendo avós cuidam dos netos e tomam para si a responsabilidade educacional e escolar dessas crianças, enquanto os pais delas trabalham. Foto: Disney Studios - Divulgação

Cena do Filme Up - Altas Aventuras


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Foto: Revista Saúde - Londrina

Entre os Idosos mais frágeis, destacamos: 1) aqueles que se encontram adoentados e necessitam de auxílio das mais diversas ordens podendo, essa condição, ser temporária ou permanente; 2) aqueles conhecidos na Gerontologia como sendo os “empijamados”, como se mostrava o sr. Fredricksen, na primeira parte do filme Up. O processo de envelhecimento tem sido investigado pelas ciências médicas, assim como por muitas outras áreas do conhecimento. Hoje é sabido que o número de anos vividos pelas pessoas não justifica o processo do envelhecer de cada uma delas. Variáveis como fatores ambientais, biológicos, sociais, psicológicos, funcionais e cognitivos, entre outros, determinam a maior ou menor qualidade de vida e resultam em diferentes modos de viver a velhice. Uma das situações, a meu ver, mais preocupantes é a dos “empijamados”: idosos que, por circunstâncias que talvez nem eles saibam explicar a causa, se isolaram em casa assumindo, como distração e modo de vida, a televisão ligada o dia inteiro. Talvez imaginem que “já que não vou onde o ‘mundo’ está, nada mais justo que o ‘mundo’ venha até mim”. Confinados e escravizados à ilusão de atividade, que a TV lhes imprime, esses idosos vão se abandonando, relegando a segundo plano sua alimentação, saúde, higiene o que, fatalmente resultará em um estado de letargia que, aos poucos, comprometerá suas condições física e mental. Logo mais, deixarão de ser “empijamados” para engrossar o percentual da população

senil. Agora, volto a pensar no idoso do filme Up: o que Carl Fredricksen, de forma singela nos ensina? Que por mais difícil que seja, no princípio, devemos buscar a companhia de outras pessoas, inicialmente daquelas que ainda sonham viver grandes aventuras, as crianças. E por que, justamente, as crianças? Porque através delas iremos resgatar a criança que fomos e os sonhos que tivemos um dia, nos divertiremos ao observá-las em seus movimentos exploratórios de vida e convivência social e poderemos impulsioná-las com nosso conhecimento, oferecido sempre em pequenas doses, a ir além, a ousarem e a se testar. Retomar o contato com os amigos queridos e a família também faz parte das providências a se tomar para sair da condição de ser um idoso mais frágil ou evitar chegar lá. Leia muito, faça caminhadas, tenha contato com a natureza, crie um animal, durma 8 horas por noite, coma o que lhe faz bem, esteja atento ao que acontece ao seu redor, treine sua memória, sua atenção, faça cursos, pratique a empatia. Agindo dessa forma, estaremos alinhando nosso envelhecer às condições que cada etapa de vida nos presenteou. E, somente assim, poderemos desfrutar da sabedoria que, reconhecidamente, só os idosos possuem – e que muitos deles desconhecem ter. Contato: malu.ngomes@gmail.com Blog da Feliz Idade: https://blogdafelizidade.blogspot.com


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Vegano e Vitamina B12

individuo deve sempre avaliar o nível dessa vitamina no seu organismo. Nunca descuide, pois essa vitamina é um fator de atenção em qualquer dieta. A vitamina B12, utilizada em suplementos, é proveniente da cultura de bactérias em laboratório. Algas, alimentos fermentados e o levedo de cerveja, não podem ser consideraCida Tammaro dos fontes seguras dessa vitamina. Apesar Adm. de Empresas de apresentarem pequenas quantidades de Quando se fala em alimentação ve- B 12, são consideradas uma forma inativa gana ou vegetariana, as perguntas que da vitamina, não sendo adequada aos seres nunca se calam, são: humanos. - E a vitamina B12? Nenhuma alga deve ser consumida - E as proteínas? nesse intuito. Não se arrisque. Hoje falaremos um pouco, sobre a vi- Se for suplementar a B12, os produtos protamina B12. venientes de grandes marcas da indústria Essa vitamina é só encontrada em farmacêutica, costumam ser confiáveis. carnes, leite, queijos, ovos e suplementos. O consumo de carne, não garante o A B12 encontrada em algas e alimen- nível necessário da B12 pois, depende mais tos fermentados é diferente da que precisa- do organismo do indivíduo, do que da dieta. mos para nosso metabolismo. Recomendação: Cerca de 50% dos veganos e 40% Dose sempre a B12 no sangue. Esse dos não veganos têm carência dessa vita- exame deve fazer parte de qualquer avaliamina. ção nutrológica. Existem fatores orgânicos e dietéti- As doses para correção ou manutencos em cada indivíduo, que influenciam o ção são variáveis e não é possível estabeleestoque da B12. Por isso, vegano ou não, o cer uma dose padrão pra todas as pessoas.

Vida Saudável

Foto: intertvweb.com.br


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Insônia e as Essências Florais Terapia Floral

Ione Almeida Terapeuta Floral

No passado, a Insônia era um distúrbio mais associado as pessoas idosas. Hoje está presente em todas as idades, atingindo as crianças, inclusive. É um problema que prejudica muito a saúde do organismo, pois o sono é importante e necessário para o indivíduo. Cada vez mais, escuta-se a discussão desse tema, nas rodas de conversa, porque sempre tem alguém com essa queixa, ou seja, a insônia está presente no cotidiano das pessoas e, segundo a Associação Brasileira de Sono, um em cada três brasileiros sofre com esse distúrbio. A insônia pode ser causada por um problema passageiro que, tão logo resolvido, ela desaparece, porém se tornando algo contínuo, requer um tratamento especializado. De um modo geral, as causas estão relacionadas a questões emocionais: preocupações, stress, medos, entre outros. Segundo Maria Cristina N. G. dos Santos (2008), a insônia expressa medo e falta de confiança na vida. Considerando que na maior parte das vezes ela está relacionada a problemas emocionais, o tratamento com as essências florais pode ser uma alternativa

positiva, contudo, deverá sempre ser realizado através de um profissional que, com ajuda do cliente, identificará o que está causando a insônia. Esta, por sua vez, pode ser desencadeada por diversas razões, conforme cita Santos (2008): Por indecisões; Por discussões; Por medo; Por não relaxar; Por pensamentos persistentes, Etc. Para cada um desses problemas, acima citados, existe um tipo de floral específico. Cito um caso, para ilustrar: um cliente chegou ao consultório com essa queixa de insônia, recomendado por uma amiga que havia passado pelo mesmo processo e o tratamento à base de florais a tinham ajudado muito. Assim, recomendou-lhe o tratamento. Para ele, a insônia estava fazendo um belo estrago, pois o estava deixando irritadiço, sem concentração e, sobretudo, cansado. Após estudarmos, juntos, as possíveis causas, detectamos que ele acordava e ficava “ruminando” determinados pensamentos, e como era de se esperar, não dormia mais. Após algum tempo de tratamento já estava dormindo bem melhor. Importante dizer que, além do floral, o conhecimento do que está causando a insônia e o tratamento desse aspecto emocional são fundamentais. Na verdade, é a conjunção dessas duas ações que vai levar o indivíduo ao equilíbrio emocional e ao sono reparador. Foto: Arquivo


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Caldas da Rainha - uma cidade pouco conhecida, porém de história peculiar Destino Portugal

Fotos: Marisa da Camara

Marisa da Camara Consultora Imobiliária Brasil - Portugal

Para situar alguns leitores, acho importante citar que Caldas da Rainha é uma cidade que pertence ao distrito de Leiria, a Oeste, na região central de Portugal, na província de Estremadura. Fica a 45 minutos de Lisboa e é uma cidade tranquila e mais barata, para se hospedar, para quem quer conhecer Óbidos (a apenas 15 minutos), a praia de Foz do Arelho (a 15 minutos) e São Martinho do Porto, que cabe dedicar-lhe uma especial atenção tamanha é sua beleza. FOZ DO ARELHO - CALDAS DA RAINHA Caldas da Rainha é uma cidade sossegada, que lhe permite andar algumas quadras sem ver uma viva alma. É boa para caminhar, sem medo, e refletir sobre a vida. Entre um passeio e outro, fora da cidade, vale conhecer Caldas da Rainha, visitando o Parque D. Carlos I, conhecer o Museu José Malhoa (pinturas e esculturas), o Museu de Cerâmica (em uma linda Quinta Arquitetônica), a loja da Bordallo Pinheiro, a Capela de N. Sra. do Pópulo e passar em frente ao Hospital Termal, em apenas poucas quadras de distância. Pode-se também fazer a Rota Bordallia-

Parque D. Carlos I

Foz do Arelho na, apreciando as 15 esculturas feitas e instaladas pelas ruas da cidade, em homenagem ao escultor Bordalo Pinheiro e, depois, parar para tomar um café e experimentar as cavacas, doce típico da cidade, na praça central, ao lado do Hospital Termal, no Rei das Cavacas. CURIOSIDADE / HISTÓRIA PECULIAR: Com versões diferentes, a história conta que A Rainha Leonor, esposa de João II, de passagem por Caldas da Rainha, no ano de 1484, avistou umas pessoas se banhando em águas de forte odor. Estranhando o fato, perguntou-lhes o porquê daquele banho e eles lhe responderam que eram doentes e estavam ali para se curar. Ela, que também sofria de algumas enfermidades, de pele, resol-

Rua de Caldas da Rainha


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veu banhar-se e ficou curada. Anos mais tarde, ela ordenara a construção de um hospital termal, sobre aquelas águas sulfurosas, para que todos que padecessem de alguma enfermidade, ali pudessem se tratar. O fato determinou o nome da cidade (Caldas da Rainha). A cidade desenvolveu-se, ao longo dos anos, em torno do Hospital Termal e, também, por conta de seu solo, rico em argila, permitindo a abertura de uma série de fábricas de cerâmicas. A mais famosa delas, em forte atuação até os dias de hoje, é a Bordallo Pinheiro, fundada em 1884.

Hospital Termal

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Bordados e esculturas são outras artes da cidade, presentes até os dias de hoje. Outra preciosidade da cidade é a Igreja Nossa Senhora do Pópulo, fundada dez anos após o Hospital Termal (1500) e a ele ligada, por um corredor abobadado, por onde os doentes passavam e se confessavam, antes do início do tratamento. Caldas da Rainha tem uma localização excelente para a realização de um turismo de baixo custo, assim como para moradia. É uma cidade pouco explorada, em aspectos turísticos, e excelente para jovens que desejam estudar na Escola Superior de Artes e Design, que possui cursos como: Som e Imagem, Artes Plásticas, Design de Cerâmica e Vidro, Design Gráfico e Multimédia, Design de Ambientes, Design Industrial e Teatro. A Escola é reconhecida em nível nacional e Europeu e, particularmente, no que tange às artes plásticas, já é comparada a Escola de Belas-Artes de Lisboa. Enfim, para aqueles que consideram Portugal uma alternativa de moradia, devem incluir Caldas da Rainha em suas pesquisas e possibilidades. No próximo artigo falaremos, especificamente, de São Martinho do Porto, uma linda cidade de praia, no Concelho de Alcobaça, Distrito de Leiria. marisa.camara11@gmail.com +5511 99947 7622

Igreja Nossa Senhora do Pópulo


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Terapia artística da linha antroposófica modelagem em argila/escultura Terapia Artística

Lais Herrera Terapeuta Artística

No pensar, lucidez No sentir, afeição No querer, ponderação. Se eu aspiro a estas, então eu posso esperar que eu saberei orientar-me nas trilhas da vida, diante de corações humanos, no âmbito do dever pois, Lucidez provem da luz da alma; afeição mantém o calor do espírito; ponderação revigora a força vital. E, tudo isso a que aspiramos, na confiança de Deus conduz nos caminhos do homem a bons e seguros passos de vida”. Rudolfo Steiner Ao amassar o barro, senti-lo nas mãos, dar uma forma, o paciente entra em contatô com limites, estruturas, etc e tem a oportunidade de fazer escolhas pelo tato, que o ajuda a estar presente, pelas mãos. Através da modelagem adentramos o que na Antroposofia, chamamos de sistema volitivo/sistema metabólico locomotor. Há uma intensa vitalidade nessa região, onde no organismo humano situam-se órgãos de acentuada regeneração celular, como os intestinos; multiplicação celular, nos órgãos reprodutivos. Há muito movimento nesse sistema. Na modelagem, a vontade é ativada e é um meio de ajudar pessoas que estão no polo oposto, que pensam demais, e muitas vezes realizam pouco. Pessoas que ficam no mundo das idéias e não conseguem esse agir no mundo, quando há muita impulsividade sem direção, quando há uma estagnação. Quando modelamos temos que decidir e transformar o tempo todo, tomando atitudes como, por exemplo, se colo-

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camos mais argila, se tiramos, se fazemos formas altas ou baixas, retas ou curvas, côncavas ou convexas. Tudo isso num primeiro momento onde nos expressamos livremente. O Terapeuta Artístico, a partir dessa expressão livre, vai conduzindo o tratamento através de propostas artísticas, visando sempre o equilíbrio do paciente, fazendo observações e mostrando a ele se há excesso ou falta de equilíbrio, se há base suficiente ou falta, na peça que está sendo executada, enfim, trazendo elementos para que o próprio paciente perceba a relação do trabalho ali sendo executado e a própria vida volitiva dele. O processo de modelar é muito revelador e transformador e além de colocar em ação coisas muitas vezes estagnadas. Na próxima edição vou falar sobre a pintura e seus efeitos! Bibliografia: site da Associação Brasileira dos Terapêutas Artísticos Antroposóficos - AURORA. Site da Sociedade Antroposófica no Brasil. Livro: Medicina Antroposófica - Uma ampliação da arte de curar - Dr. Victor Bott - Vol. 1

Foto: arquivo do colunista

Lais Herrera - Terapeuta Artistica herrera.lais@gmail.com www.espacoclaraluz.com.br Cel/Whatsapp: (19) 99648-7720


VENDA DE IMÓVEIS BRASIL e PORTUGAL BRASIL:

em São Paulo (Bairros nobres da Zona Sul e Zona Oeste) Residencial ou Comercial Para uso ou para investimento

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do Algarve ao Porto (atuamos em qualquer cidade) * Nosso foco é a solução da necessidade do cliente - tanto em São Paulo, como em Portugal. Cuidamos de encontrar o que precisa, para viver ou para investir, assim como para vender seu patrimônio. * Damos assessoria completa para aqueles que querem residir em Portugal, obter cidadania, tirar documentos, oficializar moradia, viver como aposentado, com estudos sobre a assertividade dessa decisão

Marisa da Camara - CRECI: 200.001 Cel./Whatsapp_ +5511 99947 7622 camara.consultoriaimobiliaria@gmail.com marisa.camara11@gmail.com


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Nazista, por conta de suas citações sobre o comunismo e a social-democracia. O filme foi também criticado pela sociedade americana por causa das mesmas citações comunistas e social-democratas como críticas à Revolução Industrial, principalmente pelos industriais. Outro ponto a citar, é que o filme é um tanto futurista, já que várias tecnologias existentes no filme não existiam à época. Foi o último filme em que Chaplin interpreta O Vagabundo, seu clássico personagem. O filme também é ousado, para a época, por mostrar um traficante que durante o almoço, na cadeia, onde era procurado pelos inspetores de polícia, coloca o saleiro debaixo da mesa e muda o sal por cocaína, Chaplin sem saber insere

excessivamente no prato, achando que é sal. O filme foi exibido no Festival de Cannes em 2003, fora da competição.”* Hoje, não sei o que é, ou o que será “Tempos Modernos” no futuro. Praticamente tudo foi inventado: avião a jato, televisão, computador, fax, celular, internet, carro elétrico, pílula anticoncepcional, transplantes de órgãos humanos, inteligência artificial e digital, mas de uma coisa tenho absoluta certeza, a máquina jamais será tão perfeita quanto a criação da Vida! Que os “Tempos Modernos” aconteçam para melhorar o Ser Humano e o nosso planeta!

Benefícios

aprendida, memorizada e bem-sucedida, vai ser maior. Sabemos que na realização de tarefas que necessitam de um esforço pessoal, o indivíduo deve atuar com os reforços positivos, consigo mesmo e com as pessoas que o cercam. Exemplo: ao ser bem-sucedido em uma tarefa, como terminar um projeto em andamento, recordar uma informação desafiadora em um momento importante, estudar para uma prova, terminar os exercícios de uma apostila ou cumprir um roteiro de uma dieta alimentar É importante valorizar o cumprimento das tarefas ou do processo de aprendizagem envolvido nelas, acionando o seu sistema de recompensa. Por cumprir suas metas você poderá fazer algo que lhe dará prazer, como fazer uma viagem curta, sair com os amigos, comer um alimento de sua preferência, ir ao cinema, ir ao show da sua banda preferida. São ações que atuam como reforços positivos e auxiliam na possibilidade do comportamento e das emoções atuarem de modo integrado, favorecendo no cumprimento de metas e de um processo de aprendizagem mais eficaz. Somos os atores que comandam os nossos próprios comportamentos, sendo estes fundamentais para um melhor desempenho da aprendizagem e do cumprimento de metas estabelecidas.

Benefícios das metas no processo de aprendizagem

Thais Bento Lima gerontóloga e colunista do SUPERA Ginástica para o Cérebro

Sabe-se que, biologicamente, as motivações ou os estados motivacionais são impulsos internos que nos levam a ajustes corporais, a um melhor processo de aprendizagem ou à realização de determinados comportamentos que estão ligados à sobrevivência da espécie, como em relação ao sexo, a alimentação, o ato de beber. Existem também os comportamentos ligados ao equilíbrio psicológico; o maior exemplo é a busca de fontes de prazer. Esta busca de fontes de prazer aciona uma rede neural, conhecida como sistema de recompensa. Quando positivamente reforçados, os comportamentos são definidos como motivados, pois atuam como recompensa no circuito do sistema nervoso central. Ao oferecermos um reforço positivo para uma ação que estamos realizando, a chance desta ação ser


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26 Quando se espera um desempenho bem-sucedido em tarefas do cotidiano, sabe-se que as crenças que os indivíduos têm sobre suas habilidades mentais e sobre seu desempenho de memória também estão relacionados de maneira significativa com a condução da sua vida. Indivíduos com crenças positivas, com uma boa percepção sobre o desempenho de suas habilidades mentais se esforçarão mais para iniciar e concluir tarefas desafiadoras. Por isso, é muito importante ter um autoconhecimento sobre suas potencialidades e dificuldades e acionar mecanismos internos, para avaliar-se positivamente e não desanimar em ações de rotina. Esta percepção de que somos capazes de aprender e de ter um bom de-

metodosupera.com.br

sempenho na realização de tarefas foi estudada por um neurocientista, chamado Albert Bandura. Segundo ele, somos agentes condutores do nosso processo de aprendizagem a partir do momento que começamos a acreditar que somos capazes. Esta ação de termos confiança em nós mesmos recebeu o nome de auto eficácia, ou seja, o quanto acredito que tenho capacidade de realizar um desafio ou uma tarefa, sabendo quem eu sou e quais são minhas preferências. Por isso, permita-se conhecer, valorize suas potencialidades, atue com poucas metas diariamente. A chance de cumpri-las será maior, seus desafios serão superados e seu sistema de recompensa será sempre estimulado.

O SUPERA é um curso diferente de tudo que você já conhece. Com apenas uma aula semanal de duas horas, você conquista uma mente saudável, com mais concentração, raciocínio, memória, criatividade e autoestima. Estas habilidades melhoram o desempenho na escola, alavancam a carreira e garantem mais qualidade de vida. Encare este desafio e experimente uma forma incrível de viver. Nossa metodologia não tem limite de idade: todo mundo pode viver esta emoção.


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Cia. Teatral Os Satyros comemora os 30 anos Teatro

Alice Denesacz Tec. Cabeleireira

Há dezoito anos, quando a Cia Teatral Os Satyros abriu seu espaço na Praça Franklin Roosevelt, no Centro de São Paulo, o local representava uma área degradada, perigosa, ocupada por traficantes. Hoje a Praça F. Roosevelt apresenta um polo cultural prestigiado por jovens cults, estudantes , artistas , intelectuais e famílias, que frequentam os bares e teatros que, aos poucos, foram se estabelecendo no entorno, mudando o perfil e valorizando a região. A Cia Teatral os Satyros capitaneada pelo diretor Rodolfo Garcia Vasquez, que já foi vista como transgressora , traz como marca o trabalho de pesquisar , descobrir , testar e apresentar novas linguagens ao público . “A pesquisa e experimentação são nossas marcas. Não temos padrão e essa é nossa identidade estética, que tem tudo

a ver com a diversidade da Praça e de São Paulo”, declara o diretor. Com trabalhos premiados, como Roberto Zuco ( 2010), a Cia vem mantendo intensa programação, com horários alternativos, como o de 23:59 h, sempre com ingressos esgotados aos sábados . O grande sucesso “A Filosofia na Alcova” é encenada há mais de 20 anos. Criadores do Festival Satyrianas é um evento que ocorrerá de 14/11/19 ( quinta feira) a partir de 19:00 h, ininterruptamente até 17/11/19 (segunda feira) 00:00 hs, apresentando peças de teatro, performances, música, dança, cinema, poesia, circo, oficinas variadas de artes e atividades para o público, que se traduz em milhares de pessoas dispostas a se beneficiarem de todas as propostas oferecidas . Neste ano, especialmente celebrando 30 anos de existência, a Cia Teatral os Satyros convida a todos e dedica aos que como eles ( Os Satyros) acreditam e defendem a democracia , os direitos humanos e a liberdade. Sejam todos bem vindos a esta Satyrianas de Celebração da Vida , da Arte e da Esperança . Créditos :Arquivo pessoal Jornal o Diário de SP 20/02/2011

Foto: Divulgação

Cia. Teatral Os Satyros comemora os 30 anos no Festival de Curitiba


Tempos Modernos Contos

Malu Alencar Historiadora e Produtora cultural

O que é “tempos modernos”. Me lembro quando ouvia os mais velhos dizerem: “Tempos modernos.... muito diferente da nossa época” Mas o que é “tempo” e o que é “moderno”? “Tempos é o plural de tempo: O mesmo que: fases, andamentos, períodos, pulsações, temporadas. Período sem interrupções no qual os acontecimentos ocorrem; continuidade que corresponde à duração das coisas (presente, passado e futuro); o que se consegue medir através dos dias, dos meses ou dos anos; duração: quanto tempo ainda vai demorar esta consulta? Esse livro não se estraga com o tempo. Certo intervalo definido a partir do que nele acontece; época: o tempo dos mitos gregos. Parte da vida que se difere das demais: o tempo da velhice.”* “Moderno (do latim modernus) significa algo que é recente, novo ou do tempo presente. O conceito de moderno aparece no meio do século XIX e constitui-se em uma reação ambígua da cultura à agressão do mundo industrial. Esta ideia de modernização é introduzida em outros lugares, principalmente no terceiro mundo onde modernização torna-se algo nascido do contato com o ocidente. Os conceitos antigo/moderno nem sempre foram opostos: no século XVI a historiografia ocidental divide a historia em três idades: antiga, medieval e moderna. Onde moderna se opõe a medieval e não a antiga. A renascença no século XVI traz exatamente o resgate do passado, da antiguidade. O moderno torna-se a retomada do antigo, a antiguidade clássica. Nas sociedades mais tradicionais a antiguidade tem valor de seguro. Os mais antigos

magazine 60+ #5 - novembro/2019 tem mais conhecimentos, são os depositários da memória coletiva e há um grande valor no conselho dos antigos. Apesar de também, como nas sociedades modernas, haver um desprezo pela decrepitude. O antigo assim participa da ambiguidade de conceitos oscilando entre a sabedoria e a senilidade. O jogo dialético gerado por moderno e a consciência de modernidade nasce da ruptura com o passado. O estudo do par antigo/moderno passa pela analise do momento histórico que segrega a ideia de modernidade, que cria a antiguidade (para denegrir ou exaltar; ou mesmo para distinguir ou afastar), pois ela destaca a modernidade promovendo-a ou vilipendiando-a.” * Em 1936, logo após a 1a. Guerra de 1914/18 e a grande crise econômica de 29, pouco antes da II Guerra Mundial, Charles Chaplin lança o filme “Tempos Modernos”, uma das maiores criticas e ao mesmo tempo uma análise do que era ou seria o nosso tempo. Nesse filme, uma sátira ao mesmo tempo cômica e dramática, ao mesmo tempo que inovava, também castigava grande parte da população do mundo com os novos conceitos de viver, trabalhar, pensar, governar. Um filme que atravessou décadas, séculos e entrou para o 3o. milênio como uma obra prima da cinematografia. Exatamente por ser uma crítica do que acontecia no mundo ocidental, “o filme foi censurado em vários países como na Alemanha Foto: divulgação

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Cena do Filme Tempos Modernos Charles Chaplin Productions EUA - 1936


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Feitiço da Baiana

‘Causos’ do Nordeste

Tony de Souza Cineasta

Quando criança, lá no interior do Rio Grande do Norte, eu gostava muito de ouvir as histórias dos caminhoneiros. Dentre as que eles contavam, a que mais me impressionou foi a que dizia que as baianas tinham o poder de dominar totalmente uma pessoa com seu feitiço. Lembro-me de uma conversa mais ou menos assim: -- Você conheceu Fulano? -- Sim, conheci. Ele não está morando lá para os lados da Bahia? -- Tá. -- E quando vai aparecer por aqui? -- Acho que não volta mais, não. -- Por que? -- Arrumou uma encrenca com uma

29 Baiana, a mulher fez um serviço, uma amarração, e ele não conseguiu sair de lá. -- Como assim? -- Nunca ouviu falar de feitiço? -- Já. Mas pensei que isso fosse conversa fiada. - Não é não! Eu conversei com “fulano”, durante muito tempo. Ele chorou que nem uma criança. Pediu para eu explicar para família dele o que estava acontecendo. Voltar não dependia dele. Fizeram um trabalho forte e ia ser difícil alguém desfazer. Ele estava preso na Bahia. Já tinha se conformado em ficar lá, até o final da vida. Eu ficava impressionado. Será que existiria mesmo alguém com esse poder? Quando cresci, tive minha fase de não acreditar em nada. Era pior que São Tomé. Até que o meu tio João, que para mim era símbolo máximo da honestidade, incapaz de falar mentira, me contou a história a seguir: “Na viagem que eu fiz de Campina Grande a São Paulo, num pau de arara, aconteceu um caso curioso. Assim que chegou em Juazeiro na Bahia, o caminhão fez uma parada na sombra de uma

Obra de Caribé - Um Cajú para a Baiana 1950 - Acervo particular


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quixabeira e todo mundo desceu. Era por volta de dez horas da manhã. O motorista falou: - Vocês podem fazer o que quiserem até as duas da tarde. Quando for duas e meia a gente vai retomar a viagem. Eu não vou esperar ninguém. Quem não estiver aqui até as duas e meia da tarde, vai perder o dinheiro que pagou. Aí todo mundo ficou ligado. Alguns descansaram ali mesmo na sombra da quixabeira. Outros, como eu, saíram para comer alguma coisa. Quando retornei, por volta das 14 horas, como combinado, estava a maior confusão. Um cara chamado Zé Diniz, que vinha com a gente no pau de arara, e que desafiava todo mundo para briga, tinha batido em um rapaz, um “baianinho” que apareceu por lá, e a mãe do rapaz, uma mulata grandona, tinha vindo tirar satisfação. Eu ouvi quando ela perguntou: -- Eu quero saber quem de vocês bateu no meu filho? Ninguém falou nada. Eu se soubesse teria dito: Foi “fulano”, mas estava chegando e só fui saber bem depois que tinha sido Zé Diniz. Ela repetiu:

- Quem de vocês bateu no meu filho? Como todos continuaram calados, então, ela falou: - Se disserem quem foi, só a pessoa que fez vai sofrer. Se não disserem, vai sobrar pra todo mundo! Ninguém falou e ela disse: - Tá bom! Vocês vão ver o que vai acontecer e foi-se embora. Logo depois o dono do pau de arara chegou, e como não estava sabendo de nada, pediu a todos para subirem, que iria prosseguir viagem. Todos subiram. Assim que o motorista ligou o carro e acelerou, o carro não saiu do lugar. Ele tentou várias vezes. Ninguém me contou essa história eu vi com meus próprios olhos. Os pneus do carro ficavam deslizando como se tivessem atolados e o caminhão não saía do lugar. Até que se ouviu um estouro. Desligaram o motor e viram que tinha quebrado uma peça. Aí foram ver se havia a peça em Petrolina, cidade que ficava mais perto dali. Não havia. Foram em outra cidade bem mais longe, e resumindo a historia, só dois dias depois conseguimos sair de Juazeiro. Feitiço de baiana não é brincadeira...”

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A tecnologia a serviço da diversão Tecnologia

David Brandes Engenheiro pós graduado em TI

Neste artigo, em complemento aos anteriores, falaremos de menidades, como entretenimentos. Sim, a tecnologia pode trazer uma gama enorme de novidades, que estão além das simples chamadas telefônicas, troca de mensagens, tirar fotografias ou ficar batendo papo com antigos amigos, que há muito não encontramos. Vamos falar de diversão. Há alguns dias, li uma crônica que dissertava sobre a diferença entre idoso e velho. Fiquei encantado com o texto e, dele, pinço uma frase com a licença de seu autor: “O idoso leva uma vida ativa,

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plena de projetos e plena de esperanças. Para ele, o tempo passa rápido, mas a velhice nunca chega. O velho cochila no vazio de sua vidinha e suas horas se arrastam destituídas de sentido” - (Jorge José de Jesus Ricardo). Acredito que a tecnologia possibilite ao idoso levar uma vida ativa, ter novidades a cada dia, ter um despertar para o seu futuro, com novos desafios, estímulos de atividades cerebrais, enfim faz com que o idoso não fique velho. São inúmeras as possibilidades. Quando falo de diversão, não falo apenas de jogos, embora sejam deliciosos e viciantes, mas sim de outros divertimentos, que são possíveis de serem obtidos com um simples celular, um computador, ou um tablet, como queiram. Já se imaginaram dentro do Museu do Louvre? A resposta é óbvia, vamos a Paris e visitamos, é fácil, mas custa alguns milhares de euros. É possível fazer isso, com frequência, sem sair do sofá Divulgação


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de casa, numa visita gratuita virtual, no museu. Você, amigo 60+, da época do videocassete e o usava para assistir filmes alugados ou gravava programa, filme ou capítulo de novela, quando tinha um compromisso e não podia assistir no momento que passava, hoje, pode usufruir de toda a simplicidade da tecnologia, assistindo seus programas, seus filmes , suas novelas, na hora e em qualquer lugar que esteja, desde que tenha acesso a internet. Através dela, se é possível acessar informações artísticas, para aproveitar alguns pedaços de madeira, tecidos, papéis e outros, que estejam sobrando em casa, de forma fácil e rápida. O mesmo ocorre caso seus interesses estejam voltados para a literatura, jardinagem e uma infinidade de outros interesses. Com acesso à tecnologia, serão milhares de sugestões, com diferentes e ricos detalhes, de cada idéia, tudo ao seu alca-

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nce. Para finalizar, falo para aqueles que adoram cozinhar e têm aqueles livros de receitas antigos, com várias dicas das avós, vão abandoná-los ou eliminá-los, por que há receitas culinárias, em abundância, na internet? É nesse momento que chego ao ponto mais importante deste artigo. Concluo dizendo que a tecnologia veio para ajudar, para complementar, para tirar dúvidas, para ser usada como instrumento e, jamais, em momento algum, deve substituir nossas memórias afetivas. Creio que a internet deve ter, como papel fundamental, ser uma facilitadora para nossas atividades. No próximo artigo, abordarei como a tecnologia atua nas atividades diárias. Aguardem! Contato com Colunista dbrandessss@gmail.com

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A arte na Mesopotâmia

A História da Arte

Manoel Carlos Conti Artista Plástico Jornalista

Wikipédia

Visando ampliar a compreensão deste artigo, inicio esclarecendo o significado da palavra Mesopotâmia: “entre rios”. Os rios Tigre e o Eufrates cercavam as civilizações que ali cresceram, em áreas férteis e produtivas, assim como os Impérios, dos Acadianos, Babilônios e Assírios, entre outros, onde hoje se localiza parte do Iraque e Kuait, além do oriente da Síria e fronteiras do Irã e Turquia. Falamos aqui de 3.100 aC. Desde o início dessas civilizações, pós era do Ferro, as principais manifestações artísticas estão nos Palácios e em suas arquiteturas impecáveis. Com paredes grossas, de tijolos, (uma vez que naquela região não existe grandes quantidades de pedras), os templos contavam com instalações completas, com belos aposentos para os sacerdotes, além de outros compartimentos de muito luxo. Um traço característico dessa arquitetura era o “Zigurate”, uma torre de vários andares, em geral sete, sobre a qual havia uma capela, usada para observar o céu e as estrelas. Os escultores daquela época representavam o corpo humano de forma rígida, quase sem expressão de movimentos. Os pés, as mãos e os braços geralmente ficavam co-

O Zigurate de Ur, também chamado de “Grande Zigurate de Ur”, é um zigurate neo-sumério que está localizado na cidade de Ur perto de Nasiriyah

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Fragmento do Leão da porta de Ishtar Em exposição no Metropolitan Museum of Art de Nova Iorque - EUA

lados ao corpo, que quase sempre era coberto com longos mantos. Os olhos, geralmente eram pintados com esmaltes brilhantes, o que aumentava o visual de realeza. Um maior realismo apareceu nos baixo relevos e nas pinturas, onde os artistas se utilizavam de cores claras e reproduziam as caçadas, as batalhas e cenas da vida dos reis e dos deuses. A produção de objetos de cerâmica alcançou um notável desenvolvimento entre os persas, que utilizavam também tijolos esmaltados, muitos deles conservados até nossos dias. Historiadores dizem que a Mesopotâmia é considerada um dos berços da civilização, uma vez que foi na Baixa Mesopotâmia onde surgiram as primeiras grandes civilizações, por volta do VI milênio a.C. Essas primeiras cidades foram o resultado culminante de uma sedentarização da população e de uma revolução agrícola, que se originou, como vimos em textos anteriores, durante a Revolução Neolítica. O homem, então, deixava de ser um coletor que dependia da caça e dos recursos naturais oferecidos e, uma nova forma de domínio do ambiente, o comércio, é uma das causas possíveis da eclosão urbana, no território da Mesopotâmia. Os mesopotâmicos se destacaram também na literatura com a criação de poemas e narrativas épicas, como a “Epopéia de Gilgamesh”, inspiradora da descrição do dilúvio em Acádio. Muitos desses textos se apagaram com o tempo, mas os que restaram mostram o quanto era culto e precioso aquele povo, que se estabeleceu entre rios. Voltaremos a falar mais dessas grandes civilizações na próxima edição. A aventura das artes continua vibrante!


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Falando em café, quem é Barista? Nosso cafézinho

Cida Castilho Barista

Com a expansão do café espresso, surgiu a profissão barista, que é o especialista no preparo de espressos e a autoridade da cafeteria, quando se fala de café. A profissão surgiu na Itália, há mais de 20 anos, e o nome barista, lá, é usado para determinar o atendente do bar. Após a segunda Guerra Mundial, houve um aumento no consumo de bebidas e consequentemente no número de bares, no mundo todo. Àquela época, então, o profissional que trabalhava em bar passou a chamar-se “barman” – ou homem do bar. Atualmente, esse profissional atende pelo título de bartender, já que muitas mulheres também atuam nesse campo. A palavra “barista” ficou restrita ao universo do café, mesmo que o profissional trabalhe com bebidas alcoólicas, mas tendo sempre como base o café. O bartender, quando trabalha com café, necessita dos conhecimentos de barista, tanto quanto o barista necessita dos conhecimentos do bartender, para criar suas bebidas com café. Enfim, as duas profissões podem

se complementar. Sempre tem as harmonizações, além de que o café também segue algumas regras, para que as misturas deem certo. (texto do livro “Sou Barista”) O café harmoniza bem com bebidas licorosas, destiladas e alguns xaropes, usados para dar sabores diferentes às bebidas não alcoólicas e também ao café. Após o almoço gostoso, com a família, nada como um gostoso cafezinho, servido com charme. Dica de Cida Castilho: Sirva um café da maneira que você gosta, que pode ser coado, espresso em cápsulas, enfim do seu jeitinho e, para acompanhar esta bebida deliciosa, um cálice de licor, que pode ser Cointreau, de Café, ou o que você tiver. Experimente dar uma bicadinha no licor e outra, após, no café. Além de gostoso, é um auxílio maravilhoso na digestão. Esta é uma maneira chique e charmosa de servir um cafezinho, mas você pode colocar 20ml de licor na xícara de café e acrescentar a bebida por cima. Além do café, podemos ter o chocolate quente cremoso (tipo italiano), com conhaque e licor, à sua preferência. Dica boa para o inverno. Para a próxima edição, vou trazer algumas receitas elaboradas com café, apropriadas para o verão, que se aproxima. Aguardem...

Foto: independent.co.uk


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DICAS DE EBE FABRA NA COZINHA

Receitas Fáceis

Ebe Fabra Chef de Gastronomia

Tão bom quanto o tradicional

Divulgação

Chefs criam estratégias para diminuir o açúcar nas receitas e os resultados são surpresas carregadas de sabor. “Quanto mais doce melhor”…. Essa é a expressão que alguns usam para representar o amor por aquelas sobremesas, afinal, não podemos negar que o açúcar faz parte da nossa cultura. Atualmente, algumas confeitarias optaram por mudar um pouco o conceito dos doces. A chef Marília Zylbersztajn trabalha com o foco em doces menos açucarados. Seu objetivo não é retirar totalmente o açúcar, apenas diminuir sua quantidade em todas as receitas.

Marilia Zylberstajn

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Hoje vou dar uma receita da Marília, que amo. BOLO MARROQUINO DE LARANJA Ingredientes 300g de farinha de amêndoa 250g de xylitol 2 colheres(chá) de fermento em pó 5 ovos 200ml de óleo de girassol 2 colheres(chá) de xarope de agave e mais 5 colheres de sopa para a calda 3 cravos-da-índia 3 paus de canela iogurte de soja misturado com um pouco de canela em pó para servir Preparo Massa Utilize uma fôrma com fundo removível de 20cm de diâmetro, forrada com papel-manteiga. Preaqueça o forno a 180 C. Em uma tigela misture a farinha de amêndoa, o xylitol e o fermento em pó. Em outro recipiente, bata os ovos, o óleo de girasol, as 2 colheres de chá do xarope de agave e as raspas de laranja e de limão. Coloque a massa na assadeira untada e leve ao forno por 35 a 45 minutos. Para verificar se está no ponto, faça o teste do palito, que deve sair limpo. Deixe o bolo esfriar um pouco, enquanto prepara a calda. Calda Coloque os sucos de laranja e de limão, as 5 colheres de sopa do xarope de agave, o cravo e a canela em uma panela e leve ao fogo alto. Quando a massa levantar fervura, diminua o fogo e cozinhe-a por mais 5 minutos. Montagem Desenforme o bolo ainda quente em um prato, regue-o com a calda deixando que ela penetre na massa. Se a massa não absorver tudo de uma vez, reserve um pouco para jogar mais tarde. Para servir, empilhe os paus de canela e os cravos no centro do bolo. Sirva cada fatia com uma colherada do iogurte com canela. Delicie-se com esse bolo!


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