‘Causos’ do Nordeste
Girias do Rio Grande do Norte Tony de Sousa Cineasta
O escritor norte rio-grandense Raimundo Nonato, que nasceu na Serra do Martins, em 18 de agosto de 1907, escreveu diversos livros sobre sua terra, entre eles, “À sombra dos tamarindos”, “Lampião em Mossoró”, “Estórias de Lobishomem”, e vários outros, teve a ideia de reunir diversas gírias do povo do Rio Grande do Norte num dicionário, dando a este o título de “Calepino Potiguar”. O nome Calepino foi uma homenagem ao Frei Calepino (Ambrósio) que nasceu na Italia em 1435, e morreu cego em 1511. Esse Frade consagrou toda sua vida à redação de um Dicionário das línguas latinas, que foi publicado pela primeira vez em 1502 e completado em 1809. Esse Dicionário com o título de Calepino Potiguar foi concluído em 1979 e publicado em 1980 pela Fundação Guimarães Duque. Selecionei algumas dessas gírias, as que acho mais curiosas e engraçadas, para compartilhar com vocês, caros leitoras e leitores. ACAQUIAR - Significa fazer um gesto para conferir se a peixeira está guardada na cintura. Raimundo Nonato dá o seguinte exemplo do uso dessa palavra extraído do Jornal O Nordeste: “ sem fazer caso da Patrulha, composta de cinco ou seis soldados, João de Camilo acaquiou a faca e atirou-se contra o grupo, numa luta furiosa. ” AGUA DE CHEIRO – Perfume vendido em pequenas garrafas. Chamado perfume de gente pobre. Os cangaceiros, especialmente Virgulino Ferreira, o Lampião, gostavam muito de usar esses perfumes. Daí o título de um fil-
magazine 60+ #37 - Agosto/2022 - pág.63




















