Revista Soma #25

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FOTO POR FERNANDO MARTINS FERREIRA

background — uma rede multimídia de pessoas, autores e artistas — para construir o conteúdo que será discutido em cada evento. Como a Matilha não cobra entrada, depende do bar e de outras fontes para sobreviver. “É um desafio muito grande, ainda mais da maneira independente que a gente quer fazer. Por isso, locamos o espaço para alguns eventos ou fazemos permutas. Geralmente não pagamos pelo material exposto aqui, e acontece às vezes de um projeto ter a fonte de um edital e entrar uma verba de patrocínio”, ela detalha. Com a proposta de ser um lugar seguro e gratuito para que as pessoas se conheçam e tenham um espaço para trocar ideias, eles também se propõem a funcionar respeitando os horários do transporte coletivo, para que todos possam ter acesso ao local. Depois de mais de dois anos de funcionamento, a Matilha segue buscando um caminho para manter a essência independente e ao mesmo tempo ter uma capacidade financeira maior. “Estamos em um pro-

CHEGAMOS PARA SOMAR E NÃO PARA HIGIENIZAR O LUGAR. PARA ISSO, CONTATAMOS OS VIZINHOS E OS CONVIDAMOS PARA PARTICIPAR DE UM ABAIXO-ASSINADO E GARANTIR A REALIZAÇÃO DO PROJETO. CONSEGUIMOS DUAS MIL ASSINATURAS E O PLANTIO DE 400 ÁRVORES EM 24 RUAS NO ENTORNO DO PRÉDIO.

cesso interno de avaliação, é um passo natural para o desenvolvimento”, revela Rebeca. Pensativa, ela prossegue: “É muito comum fora [do Brasil] as pessoas investirem no bem comum e coletivo. Nós gostaríamos que mais gente pudesse doar seu talento, trabalho, dinheiro, tempo ou recurso para ajudar iniciativas como essa.” Mudar mentalidades e criar bons hábitos é missão das mais complicadas da vida em sociedade. Coincidência ou não, poucas vezes o mundo precisou mais de pessoas dispostas a aceitar o desafio do que agora.

2 SA I BA M A I S matilhacultural.com.br

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