Suely rolnik entrevista grada kilomba a descolonização do pensamento na obra de grada kilomba (32a b

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16/11/2016 Suely Rolnik entrevista Grada Kilomba ­A descolonização do pensamento na obra de Grada Kilomba (32a Bienal de São Paulo). Ao final vídeo entr...

Laboratório de Sensibilidades Ao descer rios impassíveis não me senti guiado por rebocadores (…) A. Rimbaud e J. Jarmusch

Suely Rolnik entrevista Grada Kilomba ­A descolonização do pensamento na obra de Grada Kilomba (32a Bienal de São Paulo). Ao final vídeo entrevista Massa Revoltante, conversa com Grada Kilomba (42 minutos) Publicado por laboratoriodesensibilidades em 15/10/2016 A psicanalista e crítica cultural Suely Rolnik em uma entrevista exclusiva para ARTE!Brasileiros com a artista portuguesa Grada Kilomba. Suely Rolnik Esta conversa aconteceu por Skype num domingo de final de julho. A imagem do rosto de Grada, seu sorriso, seus gestos, o timbre de sua voz não aparecem no texto escrito. No entanto, são essenciais para acessar o lugar em que esta artista se coloca diante dos problemas que movem seu pensamento. Peço ao leitor que faça um esforço de imaginação para impregnar as palavras de Grada com a atmosfera de sua presença. Suely Rolnik – Pelo pouco que vi de seu trabalho, e que me deixou encantada, sei que é um trabalho xamânico‑psicanalítico. O que você está preparando para a Bienal? Grada Kilomba – Estou a preparar dois projetos para a Bienal. Um chama‑se O Projeto Desejo, que é uma instalação de vídeo, e o outro é Ilusões, que é uma performance, uma lecture‑performance. São dois formatos diferentes, e isso eu já gosto. Gosto dessa ideia de estar ocupada com um tema, e não ter uma disciplina concreta, e depois o tema aparece em diferentes formatos e em diferentes disciplinas. É totalmente transdisciplinar. E isso para mim é muito importante: essa liberdade, essa flexibilidade de não estar agarrada a uma disciplina, mas focada em um tema, apaixonada e envolvida por ele, e depois, enquanto nós vamos trabalhando nele, é que aparece o formato, a visualização. Para mim, isso faz parte da descolonização do conhecimento. O Projeto Desejo é uma instalação de vídeo que cria três momentos: o público entra num espaço e vai percorrer uma pequena trajetória para ver três filmes diferentes e três estórias diferentes, mas que tem o mesmo som; e o som é uma bateria ritmada, um tambor que faz lembrar um pouco os ritmos africanos. Com o mesmo som eu recebo informações diferentes e vejo coisas diferentes. E o que eu trabalhei aqui foi que nesses três vídeos não há imagens, é o texto que se torna a própria imagem. Trabalho só com o texto, palavras, ritmos e vozes. São narrativas silenciadas a chegarem à voz, a se fazerem escutar, a contarem a sua https://laboratoriodesensibilidades.wordpress.com/2016/10/15/suely­rolnik­entrevista­grada­kilomba­a­descolonizacao­do­pensamento­na­obra­de­grada... estória. Essa é a trajetória: os três momentos exploram essa ideia de alguém que quer chegar à voz. É1/7


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