Tatuagem no escritório Empresas têm se tornado cada vez mais tolerantes aos desenhos nos corpos de seus funcionários Pixabay
Maria Ligia Vasconcelos
E
xiste um artigo da CLT (Conjunto de Leis Trabalhistas) que admite tatuagens como um item que não está na lista de razões de rescisão por justa causa. Mas e na contratação? Como funciona esse sistema na prática? O preconceito ligado a elas surge quando foram relacionadas a lugares como prostíbulos, bares e outros de baixo prestígio social. Dentro das empresas, a estética está diretamente ligada ao segmento e à imagem que elas desejam passar. Por exemplo, hoje em dia ainda existem empresas com um pensamento conservador e não ligado ao preconceito de origem da instituição, mas sim ao público-alvo destas, afinal, vivemos em uma sociedade capitalista e desconstruir ideais perde muitas vezes na competição com o lucro. Por outro lado, algumas empresas não ligam e até consideram um atrativo para os clientes. A assessora de imprensa Daniela Pessanha decidiu que seria de melhor tom ocultar suas 12 tatuagens no seu horário de trabalho: “Durante meu trabalho prefiro escondê-las com acessórios, roupas mais adequadas, mas o motivo nunca foi medo, pelo contrário, é mais uma forma de me reafirmar como mulher e nossas várias faces flexíveis”, afirma a profissional. Já em outros ramos do mercado, em que a tatuagem é considerada um atrativo para clientes, os empregados afirmam que elas fazem parte de sua identidade. Em entrevista ao Acontece, “O Murcego”, nome artístico de Gabriel Soares, 24 anos, disse: “Precisar me esconder não é comigo. Acho que é uma coisa que está cravada na minha pele, é muito eu, e a gente não separa um ser, quem for gostar de mim vai gostar do todo e ainda mais por causa das minhas ‘babies’”, como carinhosamente apelidou suas 22 tatuagens espalhadas pelo corpo e rosto.
O Brasil é um dos países com mais tatuados no mundo
Os tempos estão mudando e há cada vez mais pessoas tatuadas. O preconceito é combatido com a lógica. O Brasil é o oitavo país com a população mais tatuada do mundo, somando quase 50% da população, segundo o Instituto Dalia. A pesquisa realizada na Alemanha ouviu nove mil internautas de diferentes paíse, e apontou, também, que a maioria das pessoas não possui apenas uma tatuagem. Pelo lado do mercado de tra-
balho, a empresa global de recursos humanos Accountemps fez uma pesquisa com gerentes e descobriu que 1 em cada 3 não encontra problemas com tatuagens. E quase 60% afirmaram que isso não vem sendo mais um tabu devido aos “padrões sociais mais flexíveis” do mundo de hoje. E outra parte aposta na entrada de profissionais cada vez mais jovens no mercado. Seja qual for a aposta dos departamentos de RH, o profissional do futuro é uma pessoa tatuada e capacitada.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
Centro de Comunicação e Letras
Jornal-Laboratório dos alunos do Diretor do CCL: Rafael Fonseca 2o semestre do curso de Jornalismo Coordenador do Curso de Jornalismo: do Centro de Comunicação e Letras André Santoro da Universidade Presbiteriana Supervisor de Publicações: Mackenzie. José Alves Trigo As reportagens não representam a Editor: André Santoro opinião do Instituto Presbiteriano Mackenzie, mas dos autores e Impressão: Gráfica Mackenzie entrevistados.
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