Revista nº 4 completo

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Em foco

Educação Escolar Cristã de excelência acadêmica: Instituto Presbiteriano Mackenzie Diretor Presidente Maurício Melo de Meneses Diretor de Desenvolvimento e novos Negócios José Paulo Fernandes Jr.

Diretora dos Sistemas Mackenzie de Ensino e Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos - AEJA Débora Bueno Muniz Oliveira Coordenadora do Sistema Mackenzie de Ensino Mônica Huertas Cerqueira Coordenadora de Desenvolvimento de Projetos Especiais Arlene Goulart

Sistema Mackenzie em Revista ISSN 2358-9353 Produção Gráfica - Marketing e Relacionamento Déspina Nogueira Revisão Karen Stephanie Melo Henriques Apoio Operacional Edson Yukio Nakashima Projeto Gráfico e Diagramação Imagem Um Impressão Duograf Gráfica e Editora Ltda. Capa Adriano Aguina Imagem da Capa Shutterstock.com/Ollyy, Shutterstock.com/lassedesignen Produção Instituto Presbiteriano Mackenzie Rua da Consolação, 896 – Consolação - São Paulo/SP - CEP 01302-907 Portal: sme.mackenzie.br E-mail: sme@mackenzie.br Os textos bíblicos foram extraídos de diferentes versões da Bíblia Sagrada Todos os direitos reservados ao Mackenzie. Proibida a venda, distribuição, reprodução parcial ou total, inclusive de ilustrações e fotos.

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a dimensão do verdadeiro conhecimento – saber ser, fazer, conviver e conhecer para viver com sabedoria. A escola de excelência, capaz de promover uma formação compatível com a complexidade da civilização contemporânea, precisa estar cada vez mais preocupada com o aprimoramento do ensino dos conteúdos da matriz curricular. Porém, ainda que essa missão seja importante, é necessário ir além do conhecimento científico. Este é decisivo, mas não suficiente para que crianças e jovens estejam verdadeiramente preparados para enfrentar um mercado de trabalho cada vez mais competitivo e se inserir em ambientes de interação social nem sempre favoráveis. Os alunos de hoje têm uma rotina “hiperinterativa” na internet e nas redes sociais, possuem acesso direto a conteúdos sem filtro, são expostos a um bombardeio diário de informações e estão submetidos a um embate cotidiano de conceitos contraditórios. Portanto, necessitam, na mesma medida, de saber ser, fazer, conviver e ter referências amplas para crescer e viver com sabedoria. Todos estes elementos são essenciais para a qualidade do ensino em sua mais moderna concepção, tanto do ponto de vista da formação individual, como sob a perspectiva do aperfeiçoamento da sociedade e do desenvolvimento do país. A escola tem papel muito significativo nesse processo, constituindo-se no espaço fundamental para a transformação do mundo ao disseminar valores como a solidariedade, o amor ao próximo, o respeito aos mais velhos e às outras crianças, a pluralidade sociocultural, o repúdio ao preconceito e o desenvolvimento de uma consciência universal. Além disso, a instituição escolar deve estar alinhada a valores sociais, econômicos e ambientais de sustentabilidade. Educamos para a vida, não apenas para uma carreira profissional. Os valores descritos acima se fundamentam em princípios cristãos e são essenciais para um ensino de qualidade. Por isso, a educação cristã possibilita o incentivo ao pensamento responsável e a inserção de crianças e jovens nos espaços sociais, incitando, assim sua capacidade de perceber os cenários, conviver e influenciar a realidade. Se todos esses estímulos nortearem-se por princípios de fraternidade e ética, será possível construir uma sociedade mais harmoniosa e funcional. Fica clara, portanto, a missão da escola: fazer com que os alunos cresçam e vivam com sabedoria, tornando-se, assim, profissionais capa­citados e cidadãos investidos de caráter humanitário. Eis a grande contri­buição do ensino para que o mundo seja melhor. É para isso que nos esforçamos.

Prof. José Paulo Fernandes Júnior é Diretor de Desenvolvimento e Novos Negócios do Instituto Presbiteriano Mackenzie, formado na área de Ciências Humanas, com mestrado em Administração.

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Ponto de vista

Como viver a vida com sabedoria Hernandes Dias Lopes é pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória e pastor colaborador da Igreja Presbiteriana de Pinheiros em São Paulo. Conferencista e autor de mais de 130 livros publicados. Bacharel em Teologia, pelo Seminário Presbiteriano do Sul, em Campinas, São Paulo e Doutor em Ministério pelo Reformed Theological Seminary, Jackson, Mississippi, Estados Unidos. Membro titular da cadeira 10 da Academia Evangélica de Letras do Brasil. Diretor Executivo da Agência Missionária Luz para o Caminho (LPC).

1 - O que devemos evitar para vivermos com sabedoria?

A vida é um dom precioso que não pode ser desperdiçado. Devemos viver com sabedoria, discernimento e prudência, aproveitando cada circunstância para aprofundarmos nosso conhecimento sobre Deus, sobre o próximo e sobre nós mesmos. Para sermos bem-sucedidos nessa empreitada, precisaremos adorar a Deus, amar as pessoas e usar as coisas, em vez de nos esquecermos de Deus, amarmos as coisas e usarmos as pessoas. Viver com sabedoria é buscar o que é essencial em primeiro lugar e não permitir que o urgente tome o lugar do importante. Nem tudo o que é urgente é importante. Ter sabedoria é olhar para a vida através dos olhos de Deus e viver governado pelos princípios divinos. Para vivermos de forma sábia, precisamos refletir sobre três aspectos: O que devemos evitar? O que devemos fazer? Que valores devemos adotar? 4 | Revista SME

Um dos problemas que mais atinge o ser humano nessa geração é a ansiedade. A ansiedade é o mal deste século. Atinge pessoas de todos os estratos sociais e de todos os credos religiosos. A ansiedade é o estrangulamento da alma e a asfixia das emoções. É deixar de viver o hoje, com medo do amanhã. Sabedoria e ansiedade são incompatíveis. A ansiedade é inútil, pois não é possível melhorarmos nossa performance hoje, o que resulta em ansiedade quanto ao amanhã. Por mais ansiosos que estejamos, não poderemos acrescentar sequer alguns minutos ao curso da nossa vida (Mateus 6.27). Além de inútil, a ansiedade é, também, prejudicial. Está provado que setenta por cen­to das questões que nos deixam ansiosos nunca acontecem. Sofremos, portanto, desne­ ces­sariamente. E se esses problemas vierem a acontecer, então, sofreremos duas vezes e esta­­remos já sem vigor para enfrentá-los vitoriosamente. Mas, a ansiedade além de inútil e prejudicial é, também, uma clara demonstração de incredulidade. Entregamo-nos à ansiedade porque duvidamos que Deus seja suficientemente poderoso, bom e sábio para cuidar de nossa vida. Quando ficamos ansiosos, tomamos nosso destino em nossas próprias mãos e banimos Deus da nossa vida. A ansiedade é curada quando adoramos a Deus por

quem ele é e damos graças pelo que ele faz. Quando adoramos a Deus, colocamos nossas necessidades aos seus pés e rendemos graças a ele pelos seus feitos.Então, a ansiedade bate em retirada e a paz de Deus, que excede todo o entendimento, como uma fortaleza, vem proteger nosso coração e nossa mente (Filipenses 4.6,7). 2 - O que devemos fazer para vivermos sabiamente? Para vivermos de forma sábia neste século, além de evitarmos a ansiedade, devemos, outrossim, investir em relacionamentos saudáveis. Não somos uma ilha. Não podemos viver sem vínculos. A solidão é nociva à saúde emocional e espiritual. Gente precisa de Deus, mas gente também precisa de gente. Ninguém vive nem morre para si. Pertencemos a uma família, a uma igreja, a uma sociedade, a uma nação. Somos membros de um corpo. Estamos ligados, umbilicalmente, uns aos outros. Devemos, portanto, construir pontes de contato em vez de cavarmos abismos de separação. Devemos amar mais do que buscarmos ser amados. Devemos compreender mais do que buscarmos compreensão. Devemos semear com abundância nos nossos relacionamentos, se quisermos colher com fartura os frutos da amizade. Viver sabiamente implica amar ao próximo como amamos a nós mesmos, tratando-o como gostaríamos de ser tratados. Viver sabiamente significa valorizar mais as pessoas do que as coisas. Significa que o cônjuge deve vir antes dos filhos, os filhos antes dos amigos e os amigos antes das coisas. Não somos felizes quando buscamos nossa própria felicidade, mas quando promovemos a felicidade do nosso próximo. Isso porque o amor não é egocentralizado, mas outrocentralizado. Viver sabiamente é lancetar os abcessos da alma e perdoar aqueles que nos ferem. A mágoa é autofágica. É como tomar um copo de veneno, pensando que o outro é quem vai morrer. O perdão é a faxina da mente, a alforria

do coração, a cura das emoções. O perdão é maior do que a mágoa. O perdão cura, liberta e restaura. 3 - Que valores devemos adotar para vivermos sabiamente? O rei Salomão, do topo de sua fama, buscou a felicidade com a pretensão de ser regido pela sabedoria (Eclesiastes 2.1-3). Porém, em vez de colocar os pés na estrada da virtude, pegou o atalho dos vícios, o despenhadeiro dos prazeres carnais e caiu num fosso de profunda desilusão. Salomão buscou a felicidade na bebida (Eclesiastes 2.3), na riqueza (Eclesiastes 2.4-8a), no sexo (Eclesiastes2.8b) e na fama (Eclesiastes 2.9-11). O que encontrou foi apenas decepção. Essas aventuras arrebatadoras eram pura vaidade. Eram multicoloridas como uma bolha de sabão, mas vazias de sentido. A sabedoria, porém, é irmã gêmea da felicidade. É o caminho mais seguro da bem-aventurança. Não são sábios aqueles que se entregam à embriaguez. Não são sensatos aqueles que vendem a alma ao diabo e amordaçam a consciência para alcançarem riquezas. Não são bem-aventurados aqueles que correm apressados para beber todas as taças dos prazeres efêmeros desta vida. Não são regidos pela sabedoria aqueles que tentam preencher o vazio do coração com a fama. Salomão experimentou todas essas coi­sas em grau superlativo. Mas, o que conseguiu? Apenas dor, decepção e um vazio ainda maior. Por isso, no final da vida, admitiu e confessou que o propósito da existência é temer a Deus e fazer sua vontade (Eclesiastes 12.13). A verdadeira sabedoria está em Deus. Só ele pode dar sentido à vida. Só nele nosso coração encontra um porto seguro. Viver de forma sábia é viver em Deus, para a glória de Deus e para o bem do próximo. Quanto mais perto de Deus andamos, mais achegados às pessoas seremos e mais gozo na alma sentiremos. Hernandes Dias Lopes Revista SME | 5


Em destaque

Neli Maria de Freitas é Diretora Pedagógica do Instituto Presbiteriano de Educação (IPE), de Goiânia. Atua como professora das disciplinas de Educação Cristã, Didática e Prática de Ensino no Seminário Presbiteriano Brasil Central. Autora das Coleções de Ensino Religioso: As Maravilhas de Deus e Melhor Alternativa, do IPE. Revisora e autora da Coleção de Ensino Religioso Crer e Ser da Associação Nacional de Escolas Presbiterianas (ANEP). Graduada em Pedagogia pela PUC de Goiás e mestre em Educação Cristã pelo Dallas Theological Seminary, nos Estados Unidos.

Fala-se muito hoje em “mentor” pa­ ra se referir a um guia intelectual, ou a um conselheiro sábio e experiente, cuja res­ ponsabilidade é orientar ou influenciar jo­ vens profissionais. O conceito de “mentoria” tem sido mui­­­­­­­to utilizado no mundo corporativo. Gran­­­­­­­­­­des empresas dispõem de “mentores” pa­­­­­­­­ra capacitar seus executivos ou até mes­­­ mo pa­ra auxiliar profissionais mais expe­­­ rientes a dar um upgrade em suas carreiras, ou a de­sen­volver novas habili­dades. Sabe-se que uma das maiores preo­ cupações da escola atual é capacitar ou equipar seus professores para lidar com os muitos desafios que se apresentam à educação, como por exemplo: o uso e a aplicabilidade das novas tecnologias em sala de aula, o estímulo ao aluno “multitarefa” e “nativo digital” a “aprender a aprender, aprender a ser, aprender a conviver e aprender a fazer”, dentre outros. Por isso, acreditamos que, de fato, um trabalho de “mentoria” pode ser de vital importância para qualquer escola ou qualquer educador.

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Além de ensinar as ciências com excelência, o educador cristão tem um desafio maior: ensinar as “verdades de Deus”, apontando para Aquele que é a própria Verdade, Jesus Cristo. Para isso, ter um mentor é imprescindível. Mas, não pode ser “qualquer mentor”, precisa ser “O Mentor”! Acreditando que a educação cristã não é um mero projeto humano, mas uma obra espiritual; que ela não se trata de uma tarefa natural, mas sobrenatural, pois visa à transformação de vidas, devemos nos lembrar da orientação de Paulo, que nos ensina a sermos “[...] fortalecidos no Senhor e na força do seu poder, e revestidos de toda a armadura de Deus [...] porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes”. (Efésios 6. 10,12) Como bem disse Dr. Zuck, um pro­ fessor do Dallas Theological Seminary, de­ ve­­mos entender que: “Uma tarefa espiri­

1. O amor: quando este é produzido pelo Espírito e permeia o relacionamento professor-aluno, atitudes preconceituosas, tais como o elitismo, o racismo e o sexismo não encontram espaço para florescer e frutificar na escola. Muito menos o favo­ ritismo. Nenhum tipo de preconceito preva­lece em face do poder do amor

produzido pelo Espírito de Deus. 2. A alegria: quando o professor cris­­tão entende que está envolvido numa ta­ refa para a eternidade, não apenas o con­­­teúdo do seu ensino sofre alterações, mas também as estratégias, e até mesmo a maneira de avaliar o seu aluno são mo­ dificadas. A criatividade, a alegria, o pra­zer e o desafio substituirão a tristeza, a monotonia e a mediocridade na tarefa de ensinar e aprender. 3. A paciência: um professor paci­ en­­­­­­­­­­­te é capaz de compreender melhor o comportamento e as atitudes do aluno, respeitando sua individualidade, sua perso­ nalidade, o contexto e as carac­terísticas da idade, de modo que possa agir levando em consideração todos estes fatores. Ele também entende melhor que a formação do caráter cristão é um processo que leva tempo para frutificar. 4. O domínio próprio: esta virtude age na vida do professor e do aluno co­ mo um antídoto contra a preguiça, a procrastinação e a superficialidade no cum­ primento do trabalho educativo. Enfim, o professor cristão não de­ve exercer o seu chamado sem essa “men­­toria”. Devemos servir ao Senhor: “Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos”. (Za­carias 4.6).

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O “MENTOR” do professor Cristão

tual, envolvendo verdades espirituais, para suprir necessidades espirituais, requer um poder espiritual”. E este poder espiritual ou sobrenatural é o poder do Espírito Santo de Deus. Ele deve ser “o Mentor” de todo professor cristão. Podemos contar com Ele, pois apren­­­­­ demos que por meio do ministério do Espí­ rito Santo, somos “ensinados e lem­brados dos ensinamentos de Cristo” (João 14.26), e que Ele também é quem nos “guia a toda verdade” (João 16.13). Também sabemos que se estamos “em Cristo”, o Espírito produz em nós o seu fruto (Gálatas 5.22,23). Este “Mentor” produz em nós seu fruto, cujas características, além de causarem um profundo impacto na vida do professor e do aluno, trazem implicações relevantes para o processo de ensino-apren­ dizagem. Portanto, observemos abaixo como algumas das qualidades do “fruto do Espí­ rito” podem impactar o relacionamento pro­­­ fessor-aluno, e o processo de ensino-apren­ dizagem:

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Panorama

Como a escola cristã deve educar financeiramente seus alunos?

Prof. Solano Portela é Diretor Educacional do Instituto Presbiteriano Mackenzie, formado na área de Ciências Exatas, fez seu mestrado no Biblical Theological Seminary, nos Estados Unidos.

Um projeto para educação financeira na educação básica, gerado na Faculdade de Educação da Universidade de Brasília, em 2013, vem recebendo a atenção de diversas Escolas da região e o número de Instituições participantes cresce a cada ano. Na realidade, em toda parte do Brasil, esse assunto tem movimentado educadores e escolas e, inevitavelmente, o Sistema Mackenzie de Ensino prepara-se para adentrar esse campo do conhecimento. Materiais estão sendo elaborados para que Escolas Parceiras possam continuar na vanguarda do processo educacional, cumprindo a missão de equipar seus alunos para a vida. Mas é natural que Escolas e Educadores cristãos tenham algumas dúvidas sobre o tema. Neste artigo, procuramos responder indagações e apontar alguns caminhos.

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1- Por que educar financeiramen­ te? Já não ensinamos as matérias bá­ si­­cas aos nossos alunos? Para que te­ nhamos uma ideia, a Educação Financeira tem estado no foco da pedagogia mundial já há alguns anos. Nos Estados Unidos,

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cunhou-se um termo que identifica essa prática: alfabetização financeira (financial literacy). A realidade é que não somente crianças, mas inúmeros adultos são verdadeiros “analfabetos financeiros” – 75% dos adultos não se regem por um orçamento. E se todos precisam ser educados nisso, a hora de começar é no Ensino Fundamental, com as criancinhas. Saber as matérias básicas, saber contar, saber até o valor das moedas, não é suficiente em um mundo de economias e processos de troca de bens e valores cada vez mais complexos. A cada três anos, um teste de ava­ liação de conhecimentos matemáticos e de linguagem, o PISA, é aplicado internacionalmente pela OECD (Organization for Economic Cooperation and Development), um órgão das Nações Unidas. Em 2012, em 18 dos 64 países nos quais o teste foi aplicado, realizou-se um teste adicional, que procurava exatamente aferir o grau de “analfabetismo financeiro” dos alunos.1 Entre os 18 (o Brasil não participou), temos países europeus (Bélgica, França, Espanha, Itália), asiáticos (China), do Oriente Médio (Israel), da Oceania (Austrália e Nova Zelândia), e dos continentes americanos (EUA, Colômbia), certamente uma boa amostragem da situação mundial (29 mil alunos). O resultado: mesmo nessa faixa etária de 15 anos, um em cada sete alunos não tinha capacidade de tomar decisões extremamente simples sobre despesas diárias típicas da idade. Somente um em cada dez alunos tinha condições de resolver um problema financeiro mais complexo.2 Se como adultos somos mal prepara-

dos para lidar com dinheiro e com nossas finanças pessoais, as crianças são ainda mais. Precisamos quebrar esse círculo vicioso; é aqui que entra a Escola Cristã e a professora ou professor cristão fazendo uma diferença. Eles têm a possibilidade não somente de ensinar dados e habilidades financeiras, mas também de colocar todas essas questões na perspectiva correta: o dinheiro é uma ferramenta para atingirmos os propósitos maiores nesta vida e em nossa existência. Ele não é o alvo da vida; ele não deve ser objeto de amor e apreço – quando isso ocorre, esse amor mal direcionado torna-se “raiz de todos os males”. O dinheiro deve servir para que administremos bem nossos recursos, tenhamos nosso sustento, auxiliemos uns aos outros e, assim, glorifiquemos ao nosso Deus Criador. 2- Mesmo assim, ensinar sobre dinheiro em uma escola cristã não é algo materialista e pouco espiritual? É verdade que em círculos cristãos, temos dois extremos: uns não querem falar sobre dinheiro, outros só querem falar sobre dinheiro. Há até um ramo perigoso, chamado de teologia da prosperidade, que atribui o sucesso financeiro à evidência de se estar “de bem com Deus”. Porém, em muitas ocasiões, podemos estar passando, na providência divina, por dificuldades e tribulações financeiras,3 sem sermos res­ ponsáveis por isso. Quando isso ocorre, encontramos forças na pessoa e nas dire­ trizes de Deus.4 E é exatamente para que possamos saber o que fazer, e para que possamos evitar situações de dificuldades geradas por nosso descaso, ou desconhecimento, que necessitamos ser educados

e educar sobre finanças. E essa não é uma visão materialista, nem está relacionada a uma “teologia da prosperidade”. Além disso, você sabia que: • 1.565 versículos na Bíblia falam de dinheiro? • No “Sermão do Monte”, dos 107 versos, 28 falam de dinheiro? • Jesus falou de dinheiro, ou riquezas, em 13 parábolas? • A Bíblia ensina que o dinheiro pertence a Deus (Ageu 2.8: “minha é a prata e meu é o ouro”) e Moisés registrou (Deuteronômio 8.18) “é Ele que te dá força para adquirires riquezas...”? A criança deve saber valorizar as bênçãos e os meios de sustento que recebe e pelo menos ter a convicção de que “dinheiro não dá em árvores”. Nada mais legítimo do que uma Escola Cristã ensinar seus alunos a perspectiva correta sobre finanças e instruir as crianças no uso do dinheiro e nas interações com a sociedade e seus meios de troca e aquisição de sustento e de bens. Nessa era de dissolução moral em que vivemos, é necessário vermos o ensino da honestidade valorizado nas famílias e nas escolas.

1- <http://www.oecd.org/daf/fin/financial-education/oecdpisafinancialliteracyassessment. htm.> Acesso em 25 de julho de 2015. 2- <http://www.oecd.org/newsroom/first-oecd-pisa-financial-literacy-test-finds-manyyoung-people-confused-by-money-matters.htm.> Você pode ver amostras das perguntas feitas no site da OECD: <http://www.oecd.org/pisa/test/,> Acesso em 26 de julho de 2015. 3- “No mundo passais por aflições.” (João 16.33). 4- É nessas situações (e no mesmo verso acima) que ele nos manda ter “bom ânimo”, porque Ele está conosco e diz: “Eu venci o mundo”!

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Para refletir

Panorama

3- Mas as questões financeiras não fazem parte das tarefas dos pais? Certamente. Mas é nesse ponto que a escola entra na plenitude da parceria com a família. A Escola pode sistematizar as lições e inseri-las no currículo, pode estabelecer a periodicidade para o estudo do assunto, pode qualificar os professores, pode até simular situações e resoluções de probl­e­ mas e alertar os pais quanto aos pontos de aten­ção, de acordo com o desenvolvimento da criança. Mas é no seio da famí-

lia, principalmente, que a prática do que for ensinado ocorrerá. Certas orientações advirão apenas da família. Os pais suprirão as necessidades básicas e, de forma controlada, irão substituir gradativamente as compras que fazem para os filhos por decisões res­ponsáveis feitas pelas próprias crianças e adolescentes. A Escola poderá, também, segurar a mão dos seus alunos, enquanto ministra a educação financeira e os conceitos de economia e poupança. No gráfico a seguir5 procuramos exa­­­­­ tamente definir passos e responsabilidades para demonstrar como educar crianças e adolescentes ao longo da vida escolar. A boa Escola Cristã, com seus valores, princípios e fundamentos bíblicos, tem condições superiores àquelas instituições que gravitam em um contexto no qual o dinheiro é a razão suprema da existência, de orientar esse processo de ensino e aprendizado.

5- Inspirado por uma publicação do The Economic Times, de 22 de outubro de 2012, p. 16.

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Vida sábia, vida saudável!

O conceito de autoridade na relação professor-aluno em sala de aula

Paulo entrara há pouco em Jerusalém. Os amigos o agradavam e celebraram sua vinda. Contudo, seus inimigoso agarraram, espancaram e tentaram matá-lo. Por intervenção de um comandante de Roma, a vida de Paulo foi poupada, mas ele foi aprisionado e reco­ lhido à fortaleza romana. Paulo solicitou o direito de defesa perante seus potenciais algozes. Então, ele falou para uma multidão enfurecida: “Eu sou judeu, nascido em Tarso, na região da Cilícia, mas fui criado aqui em Jerusalém como aluno de Gamaliel. Fui educado muito rigorosamente dentro da lei dos nossos antepassados.” (Atos 22.3). Então, a multidão se calou para ouvi-lo. Por quê? Paulo era natural da cidade de Tarso, capital da província da Cilícia, conhecida por seu fervor cultural e intelectual. Porém, passara a juventude em Jerusalém, sob o ensino de um mestre renomado, Gamaliel. Rabban Gamaliel era uma figura notável (Atos 5.34-39). O título de rabban era conferido ao rabino superior que oficiava no Sinédrio. Há indícios de que ele tenha sido o primeiro digno dessa titulação. Gamaliel era líder da escola que fundara e ficou também conhecido por sua tolerância, prudência, intelectualidade e sabedoria. Paulo citou seu nome, pois esse homem era autoridade em Israel e entre os praticantes das tradições judaicas rabínicas. Assim, a multidão antes enraivecida se emudeceu.1 Havia entre Paulo e Gamaliel um relacionamento significativo. Essa relação harmoniosa existia porque o educando reconhecia o encargo constituído por direito de seu educador. Não era, pois, algo como autoritarismo. Era a regência calcada no ofício e no cargo, porém adornada com liberdade de expressão e de ideias. O educador, ao exercer sua missão, assume autoridade de direito. Um relacionamento saudável e sábio requer que o aluno identifique em seu mestre a devida atribuição. Posteriormente, Paulo compreendeu a superioridade do ensino do Sumo Mestre, Jesus Cristo. Paulo revisou e redimiu em Cristo as tradições farisaicas estudadas com Gamaliel. Não obstante, submeteu-se a seu mentor e discordou respeitosamente do conteúdo de seu ensino. Gamaliel não fora um professor desprezível e, mesmo ao contraditá-lo, Paulo não o depreciou. Do mesmo modo, os alunos devem respeitar seus mestres no exercício de suas prerrogativas. Além disso, o educador atua para merecer sua aprovação de fato. Gamaliel foi merecedor de seu prestígio no ofício. Então, os habitantes de Jerusalém ratificaram sua atribuição. Ele não a alcançou pelo uso da força ou da manipulação; antes, seu encargo de direito também era autoridade de fato. Portanto, foi a liderança de fato e de direito que norteou a relação educacional entre Paulo e Gamaliel. Frequentemente, nos indagamos como otimizar a educação. A resposta, pois, preco­ niza o convívio entre aluno e professor. Alunos sábios reconhecem o direito de seus mestres, distinguindo-os em sua liderança devida. Os mestres, portanto, fazem sua competência digna de consideração. Destarte, seu comando de direito reveste-se de autoridade de fato. O aluno reconhece o direito e o professor alcança o mérito, mas ambos atuam para recobrar a devida autoridade dos relacionamentos educacionais.

José Carlos Piacente Júnior é pastor presbiteriano e capelão da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Doutor e Mestre pelo Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper. Também é Bacharel em Teologia pelo Seminário Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição e pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e possui Licenciatura em Filosofia, pelo Centro Universitário Claretiano.

1-BRUCE. F. F. Paulo: o apóstolo da graça, sua vida, cartas e teologia. São Paulo: Shedd, 2003; RIDDERBOS. H. A teologia do apóstolo Paulo. São Paulo: Cultura Cristã, 2004.

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Ideias e Inovações - Ensino Fundamental

Mack Talent nação de uma peça, fazendo a “liga” entre as cenas e as músicas que compõem um grande musical. SHOW DE TALENTOS Os seguintes temas já foram tra­ba­ lhados nos anos do projeto:

Lilian Maria G. Ferraz Carvalho é Orientadora Pedagógica e Coordenadora do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio do Colégio Presbiteriano Mackenzie Tamboré. Graduada em Pedagogia pela PUC de São Paulo e pósgraduada em Administração de Negócios pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Amanda Nascimento Coutinho – aluna.

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O projeto Mack Talent tem dois gran­ des focos: o primeiro é proporcionar aos alunos uma nova experiência de uso da língua estrangeira, através da oratória e do canto, buscando a prática da conversação e o aprimoramento da pronúncia e da fluên­cia. Além disso, os alunos encontram es­paço para demonstrar seus talentos mu­ si­­cais e artísticos. O segundo é trabalhar valores cristãos de modo interdisciplinar, envolvendo as disciplinas de Inglês, Espa­ nhol, Artes e Ensino Religioso, por meio de um tema gerador. Esse tema é escolhido para ser desenvolvido ao longo do ano. Em Ensino Religioso, ele é estudado com a leitura e interpretação de versículos bí­ bli­cos. Nas aulas de Inglês e Espanhol, ele é explorado através de músicas, espe­cial­ mente adaptadas para contar uma história; com isso, os professores trabalham o vo­ ca­­bulário e a oralidade. Nas aulas de tea­­­­ tro, por sua vez, um grupo prepara a ence­

2014 - God’s alliance with men A história de Noé. “And I will establish my covenant with you; neither shall all flesh be cut off any more by the waters of a flood; neither shall there any more be a flood to destroy the earth. And God said, This is the token of the covenant which I make between me and you and every living creature that is with you, for perpetual generations: I do set my bow in the cloud, and it shall be for a token of a covenant between me and the earth. And it shall come to pass, when I bring a cloud over the earth, that the bow shall be seen in the cloud: And I will remember my covenant, which is between me and you and every living creature of all flesh; and the waters shall no more become a flood to destroy all flesh. And the bow shall be in the cloud; and I will look upon it, that I may remember the everlasting covenant between God and every living creature of all flesh that is upon the earth. And God said unto Noah, This is the token of the cove­ nant, which I have established between me and all flesh that is upon the earth.” (Genesis 9.11–17) “Estabeleço a minha aliança convosco: não será mais destruída toda carne por águas de dilúvio, nem mais haverá dilúvio para destruir a terra. Disse Deus: Este é o sinal da minha aliança que faço entre mim e vós e entre todos os seres viventes que estão convosco, para perpétuas gerações: porei nas nuvens o meu arco; será por sinal da aliança entre mim e a terra. Sucederá que, quando eu trouxer nuvens sobre a terra, e nelas aparecer o arco, então, me lembrarei da minha aliança, firmada entre

mim e vós e todos os seres viventes de toda carne; e as águas não mais se tornarão em dilúvio para destruir toda carne. O arco estará nas nuvens; vê-lo-ei e me lembrarei da aliança eterna entre Deus e todos os seres viventes de toda carne que há sobre a terra. Disse Deus a Noé: Este é o sinal da aliança estabelecida entre mim e toda carne sobre a terra.” (Gênesis 9.11-17) 2013 – Joseph in Egypt – A história de José. “Now Israel loved Joseph more than any of his other sons, because he had been born to him in his old age; and he made an ornaterobe for him. When his brothers saw that their father loved him more than any of them, they hated him and could not speak a kind word to him.”(Genesis 37.3-4)“[…] So when Joseph came to his brothers, they stripped him of his robe—the ornate robe he was wearing— and they took him and threw him into the cistern. The cistern was empty; there was no water in it.”(Genesis 37.2324)“[…] The Lord was with Joseph so that he prospered, and he lived in the house of his Egyptian master.”(Genesis 39.2) “[...] Although Joseph recognized his brothers, they did not recognize him. Then he remembered his dreams about them and said to them, You are spies! You have come to see where our land is unprotected.” (Genesis 42.8-9) “Ora, Israel amava mais a José que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica talar de mangas compridas. Vendo, pois, seus irmãos que o pai o amava mais que a todos os outros filhos, odiaram-no e já não lhe podiam falar pacificamente.”(Gênesis 37.34)“[…] Mas, logo que chegou José a seus irmãos, despiram-no da túnica, a túnica talar de mangas compridas que trazia. E, tomando-o, o lançaram na cisterna, vazia, sem água”. (Gênesis 37.23-24)“[...] O SENHOR era com José, que veio a ser homem próspero; e estava na casa de seu senhor egípcio.” (Gênesis 39.2)“[...] José reconheceu os irmãos; porém eles não o

reconheceram. Então, se lembrou José dos sonhos que tivera a respeito deles e lhes disse: Vós sois espiões e viestes para ver os pontos fracos da terra.”(Gênesis 42.8-9) “Cast your cares on the Lord and he will sustain you; he will never let the righteous be shaken.” (Psalm 55.22) “Confia os teus cuidados ao SENHOR, e ele te susterá; jamais permitirá que o justo seja abalado”.(Salmo 55.22) 2012 – The parable of the prodigal son - a parábola do filho pródigo. “So I say to you, joy shall be before the angels of God on [upon] one sinful man doing penance. And he said: A man had two sons and the younger of them said to the father, Father, give me the portion of chattel, that falleth to me. And he parted to them the chattel”.(Luke 15.10-12) “Eu vos afirmo que, de igual modo, há júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende. Continuou: Certo homem tinha dois filhos; o mais moço de­les disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. E ele lhes repartiu os haveres”. (Lucas 15.10-12) “For this my son was dead, and hath lived again; he perished, and is found.” (Luke 15.24) “Porque este meu filho estava mor­­­­ to e reviveu, estava perdido e foi achado. ”(Lucas 15.24) 2011 – The fruits of the Holy Spirit – os frutos do Espírito Santo. “But the fruit of the Spirit is love, joy, peace, forbearance, kindness, goodness, faith­­­­fulness, gentleness and self-control. Aga­­­­­inst such things the reis no law.” (Galatians 5.22,23) “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.” (Gálatas 5.22,23) Criação e organização – Área de Línguas Estrangeiras e Ensino Religioso Colaboração – Área de Linguagens e Códigos (Artes Plásticas e Teatro)

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Olhares

A Educação Cristã no Brasil Por Alderi Souza de Matos Organização e revisão da seção Olhares

Ricas Histórias de Escolas Cristãs no Brasil Colégio Presbiteriano Comenius Competência e Criatividade a Serviço da Educação “Educar é construir a capacidade de aprender ao longo da vida”. (Juan Carlos Tedesco)

Alderi Souza de Matos é Pastor presbiteriano, doutor em Teologia (Th.D.) pela Universidade de Boston, professor no Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper (CPAJ), historiador oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil e autor de livros e artigos sobre temas históricos.

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O Colégio Presbiteriano Comenius, fundado em 29 de agosto de 2009, teve seu início marcado pela determinação de uma mulher presbiteriana que elaborou o projeto educacional e fundou o colégio. É uma ins­ tituição filantrópica de ensino confessional, sediada na cidade de Uberaba, Minas Gerais, com sede provisória na Rua Tenente Joaquim Rosa, 1226, no bairro São Benedito. “Ao lado de cada igreja, uma escola” – esse foi o lema deixado por João Calvino, um dos principais líderes da Reforma Protestante no século XVI. A força dessa máxima calvinista deu origem à filosofia do Colégio Comenius, que representa um grande desafio para a instituição. Nosso objetivo é “educar para a glória de Deus”, com a missão de construir um ser integral nas suas dimensões cognitiva, afetiva, emocional, social, política, espiritual e ética. A preservação de valores essenciais à vida faz parte da dinâmica dos conteúdos, tornando o colégio um espaço educacional que transcende o “aprender a aprender” para a realização do “aprender a fazer” e “aprender a ser”. O lema do Colégio Comenius é: “Mais que Educar, Humanizar!”. O Colégio Presbiteriano Comenius está sob a direção da Profª. Drª. Nilda Frazão Cunha (Diretora Pedagógica) e do 2º Sargento QPR PMMG Renato Milani da Cunha (Diretor Administrativo). Conta com 165 alunos, distribuídos desde o Maternal até o 5º ano do Ensino Fundamental, bem como, com 19 funcionários e duas estagiárias. Os diretores são membros da Igreja Presbiteriana do Parque das Américas, em Uberaba. O diretor

adminis­trativo é presbítero, secretário do conselho e tesoureiro, e a Profª. Nilda é preletora e professora da Escola Dominical. Em 25 de fevereiro de 2013, o Colégio Presbiteriano Comenius e a Universidade Presbiteriana Mackenzie celebraram Contrato de Parceria Institucional – Educação a Distância. Assim, o Comenius se tornou um polo de educação à distância da Universidade Presbiteriana Mackenzie, com toda a documentação organizada e instalações físicas de acordo com as exigências para a abertura de um polo e equipamentos de informática de última geração. O Polo de EAD Comenius/ Mackenzie conseguiu nota 4 na avaliação do MEC, após supervisão realizada em fevereiro de 2014. Com apenas seis anos de existência, o Colégio Comenius tem firmado seus passos na comunidade uberabense, bem como em toda a região do Triângulo Mineiro e do Vale do Rio Grande. Quanto à sua proposta pedagógica, o colégio segue uma filosofia cristã. Fundamenta-se nos pressupostos bíblicos como fonte de uma visão de mundo e de vida (cosmo­ visão) que norteiam o sentido de ambos. Considerando a importância da disci­ plina na formação do ser humano, a diretoria do CPC busca associar o processo de ensino-aprendizagem à harmonia nas relações interpessoais, visando ao bem-estar de toda a comunidade escolar. O alcance dos objetivos educacionais depende da conduta do aluno como fator decisivo para o seu sucesso na construção do conhecimento. A proposta se concentra em uma educação integral. Ao mesmo tempo, preocupa-se com a especifi-

cidade de cada criança, visto que cada criança é única. Acredita, também, que o papel de uma instituição de ensino para a formação de uma pessoa é muito mais do que ensinar letras, números, fórmulas e teorias. Pensando assim, o Comenius prioriza a família do educando: recebendo-a com prazer, marcando reuniões periódicas, esclarecendo dúvidas sobre o desempenho do aluno e, principalmente, exercendo o papel de orientadora mediante situações que possam requerer auxílio. Enfim a família ocupa um lugar muito especial no colégio. Entende que o ser humano é multifa­ cetado e complexo, devendo ser assistido de forma ampla e profunda. Por isso, em seu sistema de avaliação, o Comenius observa o aluno de forma integral e processual, percebendo suas dificuldades e apontando cami­ nhos para superá-las. Nessa perspectiva, o aluno passa a ser protagonista do desenvolvimento de suas competências e habilidades, bem como se torna corresponsável pela sua aprendizagem. Procura, cada vez mais, fazer com que ele supere barreiras convencionais, para que experimente um universo de infinitas possibilidades: raciocínio crítico, interpretação, resgate de valores, otimização de potenciais, descoberta de talentos, autoconhecimento, valorização das relações sociais e da fé. O CPC vem ao encontro de todos esses anseios, proporcionando à sua clientela uma estrutura moderna, educadores altamente capacitados e material didático permanentemente atualizado e diferenciado do Sistema Mackenzie de Ensino (SME). Oferece atividades extracurriculares diversificadas e um ate­ndimento personalizado aos alunos e familiares. Conta com o trabalho constante de uma equipe multidisciplinar formada pelo corpo docente, coordenação pedagógica, assistente pedagógica, psicopedagoga, parcerias diversas com psicóloga, fonoaudióloga, nutricionista, dentista e capelania. Com tudo isso, a rotina do Comenius é repleta de atividades diversificadas, que permeiam os quatro pilares da educação: aprender a conh­ecer, aprender a fazer, aprender a conviver e apren­der a ser.

O processo pedagógico é enriquecido com os projetos eleitos pelos pais como pontos fortes na avaliação da escola. Entre os projetos desenvolvidos ao longo do ano, estão os seguintes: Formando leitores produtores de textos com competência discursiva, Paz no CPC, Comenius Solidário, Família (Dia das Mães, dos Pais, dos avôs), Festa da Família, cujo tema de 2015 é: “Comenius: Educando para a Paz” (encerramento do 1º semestre), Educação Ambiental, Criança Comenius, Criança Feliz, Gincana Ecológica: Comenius Amigo do Planeta, Comenius Day, Workshop, Festival de Judô, Corpo e Mente (danças e valores), Comenius na Praça, Comenius Sem Fronteiras (encerramento do 2º semestre). As temáticas dos projetos pedagógicos se resumem nas seguintes: autoconhecimento, qualidade de vida, orientação profissional, responsabilidade social, cidadania, cultura e conhecimento e meio ambiente. Para tanto, a ação pedagógica desenvolvida no colégio considera o aluno como sujeito ativo, construtor de seu conhecimento, em permanente integração com seu meio. Além disso, concebe o professor como um mediador dessa relação e agente que, co­nhecedor desse sujeito, facilita a aprendizagem. Portanto, no Colégio Presbiteriano Co­­ me­­­­­nius, aprender não é ato estanque, des­ con­­textualizado. Ao contrário, trata-se de um compromisso com uma sociedade me­ lhor no futuro.

Colégio Presbiteriano Comenius – Uberaba/MG.

“Até aqui nos ajudou o Senhor”. 1 Samuel 7:12 COMENIUS Mais que Educar, Humanizar! Nilda Frazão Cunha Diretora Pedagógica

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Olhares

Depoimentos de pais do Colégio Presbiteriano Comenius Rosemary José Leal da Silva, professora de Língua Portuguesa, do PRONATEC e seu filho Paulo José da Silva Neto, aluno do 5º Ano – Ensino Fundamental. “O material do Sistema Mackenzie de ensino valoriza o conhecimento dos alunos, trazendo as explicações para dentro da realidade deles, possibilitando ampliar o conhecimento específico, além de estimular o aluno para a concretização da aprendizagem. O material desperta na criança a busca pela aprendizagem muito além do esperado. O meu filho, Paulo Neto, tem interesse em realizar as atividades propostas pelo livro. Como educadora, percebo também que o conteúdo está bem acima da série inicial proposta, elevando o nível do aprendizado do aluno”.

Ana Cissa Caetano Tai, contadora, e seus filhos Pedro Caetano Tai, aluno do 2º Ano - Ensino Fundamental e Ana Caetano Tai, aluna da Educação Infantil - Pré II. “Saber ser, saber fazer, saber conviver, saber conhecer para crescer em sabedoria” (Texto retirado do livro didático do SME) “Esse pequeno texto resume o que nós pais esperamos e desejamos para nossos filhos. E, por esse motivo, glorificamos a Deus pela preocupação da escola em escolher esse material didático que concilia criatividade com princípio bíblico “ensina a criança no caminho em que deve andar e ainda quando for velho, não se desviará dele” (Provérbios 22.6 – Bíblia Sagrada)

Eurípedes Felix Filho, advogado e sua filha Maísa Feliconio Felix, aluna da Educação Infantil - Pré II. “O material didático adotado para os alunos do Colégio Comenius é excelente, merecedor de nosso respeito, pois traz ilustrações bem explicativas, desenhos didáticos, bastante informativos, incentiva a formação de valores humanos, mostrando ser um excelente exemplar, o que facilita muito o aprendizado dos alunos”.

Nilda Frazão Cunha, pesquisadora do CNPQ, diretora pedagógica do Comenius e professora universitária. Renato Milani da Cunha, 2º Sgt QPRPMMG, diretor administrativo do Colégio Comenius, presbítero, tesoureiro e secretário do Conselho da Igreja Presbiteriana do Parque das Américas em Uberaba-MG “Como gestores do Colégio Comenius, temos a satisfação de adotar o material do SME há 5 anos e já estamos caminhando para o 6º ano. Sabemos da importância desse material para a aprendizagem do aluno; por isso, temos o privilégio de adotar livros com qualidade e que fazem toda a diferença na vida acadêmica da criança. Todo conteúdo desse material dialoga com o Projeto Político-Pedagógico do colégio e está adequado a ele, ao aluno, ao professor e à nossa realidade sociocultural. É um material que nos oportuniza trabalhar com flexibilidade”.

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Instituto Educacional Jaime Kratz O Instituto Educacional Jaime Kratz deu inicio às suas atividades no ano de 1990, por meio do Rev. Lázaro Aguiar Valvassoura, pastor da Igreja do Nazareno Central de Campinas, que sempre sonhou em criar uma escola para que as famílias cristãs tivessem uma parceria na formação de seus filhos. Jaime Kratz foi um dos missionários americanos fundadores da Igreja do Nazareno no Brasil e muito influenciou a formação espiritual do pastor Aguiar. O nome da escola foi dado em sua homenagem. Iniciou com classes de educação infantil em um prédio anexo à igreja e foi am­pliando uma série por ano até contemplar todo o ensino fundamental e médio. Hoje está localizado numa área nobre da cidade, e seu espaço físico possui 15.000 metros². Neste ano de 2015, temos 500 alunos e 60 funcionários. Além do curso de educação infantil e do ensino fundamental e médio, temos já a autorização para o funcionamento do curso técnico em finanças. Como cursos extracurriculares, oferece futsal, ballet, street dance, piano, canto, computação gráfica, pintura e marcenaria. A diretora administrativa, há 25 anos,

é Lúcia Regina Remanowski Valvassoura. As coordenadoras pedagógicas são Sheila Kaltenbacher Arantes (Educação Infantil), Marcela Lizzie Magalhães Ribeiro (Fundamental I), Christiany Costa Gomes Ferreira (Fundamental II) e Rosângela Aparecida Polçaqui Grippi (Ensino Médio). Trabalha anualmente com um projeto interdisciplinar. Neste ano de 2015 o projeto intitula-se “Minha contribuição para um mundo melhor”, e irá abordar cada um dos seguintes tópicos por bimestre: comunicação, saúde, educação e sustentabilidade. Sua mantenedora é a Igreja do Nazareno Central de Campinas. Antes de adotar o Sistema Mackenzie de Ensino, utilizava apostilas de outro sistema de ensino, material confeccionado pe­­los professores e pela coordenação da escola e livros didáticos de editoras variadas. Ao adotar o Sistema Mackenzie de Ensino, deu continuidade entre as séries e uma tranquilidade quanto aos valores contidos nos textos estudados. Os princípios cristãos sempre nortearam todo o conteúdo programático e o Sistema Mackenzie vai ao encontro dessas expectativas. Christiany Costa Gomes Ferreira Coordenadora do Ensino Fundamental II

Instituto Educacional Jaime Kratz – Campinas/SP.

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Percepção

Educar integralmente a pessoa: compromisso com a formação espiritual e intelectual. “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente (2 Timóteo 3.16 e 17) instruído para toda a boa obra”.

Débora Muniz Oliveira possui licenciatura em Letras e Pedagogia; pós-graduação em Educação. É Diretora dos Sistemas Mackenzie de Ensino e AEJA

Educar o ser humano, criado à imagem de Deus, para o exercício pleno da cidadania é a missão da escola cristã. Devemos promover a excelência acadêmica, proporcionando ao aluno o desenvolvimento do pensamento lógico, o interesse pela pesquisa científica e o conhecimento de suas próprias atitudes. Assim, contribuímos para que ele desenvolva seu potencial indivi­ dual e tenha condições de viver em sociedade, intervindo de maneira cidadã na realidade na qual está inserido. Para isso, é necessário que sua educação seja integral, isto é, que todas as áreas de sua formação– ­intelectual, emocional, cultural e espiritual–, sejam estimuladas e desenvolvidas. Se buscarmos no dicionário os significados das palavras destacadas nos versículos citados acima, veremos que elas estão interligadas conceitualmente; todas nos remetem aos atos de orientar, esclarecer, advertir, qualificar, dar ciência de alguma coisa e formar o espírito de alguém com lições. Portanto, a formação acadêmica não pode estar desvinculadada formação espiritual, uma vez que na visão cristã de mundo, todas as áreas do conhecimento estão entrelaçadas com valores e princípios bíblicos. Esse é o segredo da melhor forma de educar, conforme nos esclarecem Nancy Pearcey e Charles Colson, em seu livro E agora como viveremos? 1, “ Educação cristã consiste em ensinar tudo, de ciências e matemática à literatura e artes, dentro da estrutura de uma visão de mundo bíblica e integrada. Significa ensinar os estudantes a relacionarem todas as disciplinas acadêmicas à verdade de Deus e sua autorevelação nas Escrituras, enquanto detectam e criticam as afirmativas de visão de mundo não bíblica”. Encaremos com responsabilidade e amor a missão que temos pela fren­ te, afinal, Deus nos chamou e ele mesmo adestrou nossas mãos para a tarefa. Profª Débora Bueno Muniz Oliveira Diretora dos Sistemas Mackenzie de Ensino e AEJA

1 - COLSON, Charles. PEARCEY, Nancy. E Agora Como Viveremos? Rio de Janeiro, RJ: CPAD, 2000, 2ª ed., p. 399.

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