CENTRO DE APOIO PALIAMAR

Page 1

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

01
BELO HORIZONTE 2024 ARQUITETURA E URBANISMO MARINA CAROLINA NUNES MACHADO

ESTUDOS PREPARATÓRIOS DO TRABALHO DE CURSO

PROFESSOR/ORIENTADOR: GUSTAVO ZOLINI

BELO HORIZONTE 2024
02

RESUMO

Este trabalho é apresentado à disciplina Estudos Preparatórios para Trabalho de Curso, como requisito parcial para conclusão do 9° Período do departamento de Arquitetura e Urbanismo da PUC Minas.

Para a escolha do tema, foram consideradas experiências em ambientes de cuidados paliativos, onde um ente querido precisou de cuidados e suporte nos últimos dias de sua vida Durante esse período, pude observar e compreender o funcionamento do sistema de tratamento para pacientes indicados. Passei cinco dias no local, o que despertou minha curiosidade, interesse e questionamentos sobre como a arquitetura pode desempenhar um papel crucial na transformação desses ambientes

Nesse contexto, a arquitetura vai além do aspecto estético, influenciando diretamente a experiência dos pacientes, suas famílias e a equipe de cuidados, impactando a qualidade geral dos serviços prestados, com foco no conforto e dignidade A criação de espaços e quartos bem equipados, com cores suaves, móveis confortáveis, iluminação ajustável, entre outros elementos essenciais, promove um ambiente acolhedor que ajuda a reduzir o desconforto físico e emocional das pessoas que frequentam esses locais

Palavras-chave: Cuidados Paliativos Centro de Apoio Humanização Qualidade de Vida.

03

ABSTRACT

This work is presented to the subject Preparatory Studies for Course Work, as a partial requirement for completion of the 2nd semester of 2023 of the 9th Period of the Architecture and Urban Planning department at PUC Minas

To choose the theme, experiences in palliative care environments were considered, where a loved one needed care and support in the last days of their life During this period, I was able to observe and understand how the treatment system works for recommended patients I spent five days there, which sparked my curiosity, interest and questions about how architecture can play a crucial role in transforming these environments

In this context, architecture goes beyond the aesthetic aspect, directly influencing the experience of patients, their families and the care team, impacting the general quality of services provided, with a focus on comfort and dignity The creation of well-equipped spaces and rooms, with soft colors, comfortable furniture, adjustable lighting, among other essential elements, promotes a welcoming environment that helps reduce physical and emotional discomfort for people who frequent these places

Keywords: Palliative Care. Support Center. Humanization. Quality of life.

04

2.1 INTRODUÇÃO AOS CUIDADOS PALIATIVOS

2.2 UMA JORNADA HISTÓRICA PELA COMPAIXÃO

2.3 A TRAJETÓRIA DOS CUIDADOS PALIATIVOS NO BRASIL

2.4 BUSCA HUMANÍSTICA

2.5 CONHECIMENTO SOBRE PALIAÇÃO

2.6 PAPEL DA FAMÍLIA

SUMÁRIO 05 INTRODUÇÃO 1. 2.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3. DIAGNÓSTICO 4. ESTUDO DE CASO 5. A PROPOSTA 6. CONCLUSÃO 5. REFERÊNCIAS 06 08 10 12 14 16 17 18 24 32 36 38

INTRODUÇÃO

De acordo com as experiências vivenciadas e pesquisas realizadas, foi possível compreender que a falta de centros de apoio dedicados a doentes terminais e que necessitam de cuidados paliativos é um problema significativo e frequentemente negligenciado.

Essa carência afeta profundamente não apenas os pacientes, mas também seus familiares e cuidadores, criando lacunas na qualidade do cuidado e no apoio emocional durante um momento extremamente difícil da vida.

A primeira e mais evidente consequência da ausência desses centros é a falta de cuidados especializados. Pacientes enfrentam desafios médicos e emocionais complexos nesta fase da vida, desde o manejo da dor até o tratamento de sintomas debilitantes. Sem um lugar próprio, essas questões podem não ser tratadas adequadamente, levando a dores excruciantes e à redução da qualidade de vida Além disso, essa situação impõe uma grande carga emocional sobre as famílias e cuidadores, que frequentemente se sentem sobrecarregados com a responsabilidade de prestar cuidados contínuos sem o suporte necessário. Isso pode resultar em exaustão física e emocional, comprometendo tanto o bem-estar do cuidador quanto a qualidade do cuidado prestado ao paciente

06

Outro aspecto importante é a falta de um ambiente propício ao apoio psicossocial e emocional Quando pacientes terminais e seus familiares enfrentam uma eventual morte, é essencial ter profissionais treinados para lidar com questões de luto, depressão e ansiedade. Sem um centro de apoio dedicado, estas necessidades emocionais podem ser largamente ignoradas, o que s. É imp na sens dem serv obre cuid essa pres adas e de

Con ncia que que enfr ocial na q

Para odas essa de valo o da polí mas acim mais vuln o e dign dos mom ser com ndo pela s de saúd ção desses cuidados eficazes, podem reduzir os custos associados a hospitalizações frequentes e tratamentos intensivos no final da vida. Isso pode aliviar a pressão sobre os sistemas de saúde e direcionar os recursos para onde são mais necessários.

07

INTRODUÇÃO AOS CUIDADOS PALIATIVOS

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) aproximadamente 56,8 milhões de pessoas necessitam de cuidados paliativos a cada ano, incluindo 25,7 no último ano de vida, mas apenas 14% os recebem atualmente Palliative Care (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2020)

A OMS define cuidados paliativos como uma abordagem de cuidados que visa melhorar a qualidade de vida de pessoas com doenças graves e terminais, além da suas famílias e pessoas que estão ao lado Esta abordagem abrange a dor e outros sintomas, apoio emocional, social e espiritual e ajuda os pacientes a manter a dignidade e a autonomia durante o processo.

No Brasil, a discussão e a conscientização sobre cuidados paliativos têm sido realizados nas últimas décadas A OMS tem evidenciado a importância de incorporar esses cuidados na abordagem global de saúde, e o país tem feito esforços importantes para atender a essa recomendação. No entanto, é importante considerar que ainda há desafios a serem superados para garantir um acesso mais amplo e eficaz a esses cuidados. Muitas vezes, o acesso é desigual e injusto para quem deles necessita Isso se deve à falta de informações sobre o tema ou à falta de estruturas adequadas para este sistema

08

Atualmente é destacado diversos pontos sobre como é possível garantir esse cuidado aos pacientes de maneira adequada Começando com treinamento de profissionais da saúde que é fundamental e assegura a capacitação de médicos, enfermeiros e outros profissionais na prestação desses serviços de maneira positiva Além do acesso universal, com a garantia que os cuidados paliativos estejam disponíveis em todo o país, é um desafio importante e necessário. Outro ponto significativo é a conscientização pública, sendo crucial a mídia e campanhas de saúde pública desempenharem um papel importante na promoção da compreensão e da facilidade de uso desses cuidados É indispensável as políticas de saúde e financiamento, são necessárias para apoiar a expansão desses cuidados, incluindo o desenvolvimento de diretrizes nacionais e alocação de recursos para garantir a disponibilidade desses serviços.

Embora seja uma parte fundamental dos cuidados de saúde, ainda existem vários mitos e equívocos associados a este campo, expondo falsas crenças, portanto é necessário o entendimento para garantir que os pacientes recebam os cuidados adequados. Muitas pessoas acham que os cuidados paliativos são apenas para idosos, quando na verdade podem ser aplicados a pacientes de todas as idades, sendo relevante para uma ampla variedade de condições médicas graves, como o câncer. Outro equívoco é sobre os cuidados serem apenas sobre o controle da dor, embora seja uma parte importante essa abordagem envolve muito mais do que isso. Inclui o tratamento de outros sintomas, como o suporte emocional, social e espiritual, planejamento avançado de cuidados e apoio para os familiares. E por último quando dizem que os cuidados paliativos são apenas para pacientes em fase terminal, mas eles podem ser oferecidos em qualquer estágio de uma doença grave e avançada. A ênfase está na melhoria da qualidade de vida e no sofrimento, independentemente do prognóstico

09

UMA JORNADA HISTÓRICA PELA COMPAIXÃO

Os cuidados paliativos emergiram como uma resposta humanizada às necessidades de pacientes enfrentando doenças terminais, e a sua história remonta ao século XX, em meio a transformações significativas na abordagem médica e social à saúde.

No contexto histórico, a década de 1960 foi um ponto crucial. Nesse período, a medicina estava profundamente imersa na busca pela cura e prolongamento da vida, com avanços notáveis em tratamentos e tecnologias. Contudo, à medida que os limites da medicina eram esticados, surgiam desafios éticos e humanos

Foi nesse cenário que Cicely Saunders, uma enfermeira e médica britânica, se destacou como uma visionária. Ela percebeu que, para além da cura física, havia uma necessidade imperiosa de abordar o sofrimento total do paciente diante de doenças avançadas e incuráveis

Cicely Saunders nasceu em 22 de junho de 1918, na Inglaterra, e dedicou sua vida ao alívio do sofrimento humano. Ela graduou-se como enfermeira, depois como assistente social e como médica. Escreveu muitos artigos e livros que até hoje servem de inspiração e guia para paliativistas no mundo todo

Em 1967, ela fundou o St. Christopher´s Hospice, o primeiro serviço a oferecer cuidado integral ao paciente, desde o controle de sintomas, alívio da dor e do sofrimento psicológico. Até hoje, o St. Christopher´s é reconhecido como um dos principais serviços no mundo em Cuidados Paliativos e Medicina Paliativa

Cicely Saunders conseguiu entender o problema do atendimento que era oferecido em hospitais para pacientes terminais. Até hoje, famílias e pacientes ouvem de médicos e profissionais de saúde a frase “não há mais nada a fazer”

A médica inglesa sempre refutava: “ainda há muito a fazer”. Ela faleceu em 2005, em paz, sendo cuidada no St. Christopher´s. 10

11

TRAJETÓRIA NO BRASIL

A inserção dos cuidados paliativos no Brasil rep do sistema de saúde do país, marcado por direção à humanização do cuidado e à cons diante de doenças graves e incuráveis.

A introdução dos cuidados paliativos no Bras significativos na década de 1990. Inicialmen enfrentou desafios relacionados à falta de co ênfase predominante em tratamentos curativ compreensão da necessidade de uma abordagem mais compassiva e abrangente para pacientes em fase terminal ganhou terreno

Contudo, com a fundação da Academia Nacional de Cuidados Paliativos, em 2005, os Cuidados Paliativos no Brasil deram um salto institucional enorme. Com a ANCP, avançou a regularização profissional do paliativista brasileiro, estabeleceu-se critérios de qualidade para os serviços de Cuidados Paliativos, realizou-se definições precisas do que é e o que não é Cuidados Paliativos e levou-se a discussão para o Ministério da Saúde, Ministério da Educação, Conselho Federal de Medicina – CFM e Associação Médica Brasileira – AMB. Participando ativamente da Câmera Técnica sobre Terminalidade da Vida e Cuidados Paliativos do CFM, a ANCP ajudou a elaborar duas resoluções importantes que regulam a atividade médica relacionada a esta prática.

Em 2009, pela primeira vez na história da medicina no Brasil, o Conselho Federal de Medicina incluiu, em seu novo Código de ética Médica, os Cuidados Paliativos como princípio fundamental. A ANCP luta pela regularização da Medicina Paliativa como área de atuação médica junto à Associação Médica Brasileira e a universalização dos serviços de Cuidados Paliativos no Ministério da Saúde.

12

A disseminação dos cuidados paliativos no Brasil encontrou desafios na formação de profissionais de saúde. Entretanto, ao longo dos anos, houve um aumento na oferta de cursos, workshops e treinamentos voltados para essa especialidade, contribuindo para a capacitação de médicos, enfermeiros e outros profissionais.

O acesso a esses cuidados, inicialmente concentrado em centros urbanos, tornou-se uma preocupação central. Esforços foram direcionados para a descentralização desses serviços, visando atender às necessidades de pacientes em diferentes regiões do país

A inclusão dos cuidados paliativos em políticas públicas de saúde demonstra um compromisso crescente do governo brasileiro com essa abordagem. A legislação avançou para garantir direitos específicos aos pacientes em cuidados paliativos e seus familiares A inserção trouxe consigo uma mudança cultural, promovendo a humanização do cuidado de saúde e reconhecendo a importância de proporcionar dignidade aos pacientes em fase terminal

A crescente aceitação e implementação desses cuidados no país estimularam pesquisas e desenvolvimentos na área, contribuindo para a evolução contínua das práticas e abordagens. A interdisciplinaridade também ganhou destaque, com equipes multidisciplinares trabalhando em conjunto para oferecer suporte abrangente aos pacientes e suas famílias.

A ANCP prevê que, nos próximos anos, essa situação deverá mudar rapidamente. Haverá uma demanda por serviços de Cuidados Paliativos e por profissionais especializados com a regularização profissional, promulgação de leis, a necessidade dos Hospitais em ter uma equipe de Cuidados Paliativos para receber uma acreditação internacional como a Joint Commission International, a quebra de resistências e maior exposição do trabalho para o grande público por meio de filmes e novelas. A ANCP e seus parceiros lutam para que isso de fato se torne realidade A regularização legal e das profissões, por exemplo, permitirá que os planos de saúde incluam Cuidados Paliativos em suas coberturas Está provado que Cuidados Paliativos diminuem os custos dos serviços de saúde e trazem enormes benefícios aos pacientes e seus familiares

13

BUSCA HUMANÍSTICA

A busca por essa abordagem humanística foi motivada por várias razões:

Sofrimento Integral: 1

A medicina tradicional estava focada principalmente na cura física, negligenciando muitas vezes os aspectos emocionais, sociais e espirituais do sofrimento do paciente. Cicely Saunders propôs uma abordagem holística que buscasse aliviar o sofrimento em todas as suas dimensões

Mudanças na Percepção da Morte: 1

A sociedade estava passando por uma transformação na forma como encarava a morte A medicalização crescente da morte levou à necessidade de uma abordagem mais compassiva, que respeitasse os desejos e valores individuais.

Dignidade e Qualidade de Vida: 1.

Os cuidados paliativos surgiram da convicção de que, mesmo diante de uma doença incurável, os pacientes merecem viver com dignidade e ter qualidade de vida até o final A ênfase foi colocada na importância da autonomia do paciente nas decisões sobre seu próprio cuidado.

Compaixão na Prática Médica: 1

A necessidade de resgatar a compaixão no cerne da prática médica foi um impulso vital. Os cuidados paliativos representam uma abordagem que transcende o tratamento clínico, incorporando a compreensão, empatia e cuidado integral

Assim, a busca pelos cuidados paliativos foi uma resposta ética e humanitária ao desafio de lidar com doenças avançadas. Ao longo das décadas, essa abordagem evoluiu, tornando-se uma disciplina essencial na promoção da dignidade e conforto no enfrentamento do inevitável, redefinindo, assim, o paradigma do cuidado médico no fim da vida.

14
15

CONHECIMENTO SOBRE PALIAÇÃO

Com os progressos da ciência e da tecnologia, que levaram a grandes progressos na medicina o aumento da esperança de vida é uma realidade crescente No entanto, uma maior esperança de vida não está necessariamente relacionada com uma melhor qualidade.

O envelhecimento da população põe em causa o número de idosos afetados por doenças muito graves e que já não beneficiar de recursos curativos. Mas a busca intensa por melhores tratamentos, a luta pela cura de doenças e a cultura de negação da morte não estão presentes apenas entre os idosos, mas em todas as faixas etárias Consequentemente, em muitos casos o paciente pode não alcançar o bem-estar no final da vida mas pode ser alvo de repetidas tentativas de mantê-lo vivo “a qualquer custo”.

Isto anda de mãos dadas com o facto de os profissionais de saúde não terem o conhecimento necessário para aplicar aos seus pacientes sobre paliação, e por isso sabemos que a linha entre “fazer bem” e “fazer demais” pode ser muito tênue Existem divergências entre os especialistas sobre cuidados paliativos, o que mostra a pouca formação nesta área.

Além disso, há também pacientes que serão abandonados em leitos hospitalares porque sua doença “não tem mais cura”. Os pacientes não receberão cuidados paliativos e, portanto, serão excluídos da priorização de médicos, enfermeiros e demais profissionais de saúde. Ele será o último a ser ajudado, fará parte da equipe com menos treinamento e corre o risco de passar seus últimos dias em extremo sofrimento e sentimento de abandono

Este é um cenário real, independentemente do tipo de serviço, seja público ou privado. Profissionais que não estão qualificados para prestar cuidados para o conforto do paciente resultarão em subrecebimento. Um bom especialista em cuidados paliativos sabe reconhecer os melhores recursos que pode oferecer ao paciente e quais recursos proporcionarão qualidade de vida.

16

PAPEL DA FAMÍLIA

A família do paciente também adoece junto com ele. Não é fácil ver seu ente querido passando por um processo tão angustiante, de tantas incertezas, e que vai contra tudo o que desejamos da vida A saúde é a mais importante condição para que a vida seja de fato vivida e ter alguém amado com limitações para desfrutar dos seus dias e tempo limite de permanência nessa dimensão pode causar tamanho sofrimento psicológico em todos que compartilham dessa dor.

Muitas famílias aceitam o processo do adoecer, pois encaram isso de uma maneira natural, como realmente deve ser – ninguém está imune à terminalidade da vida. Nascemos com uma única certeza, a de que tudo isso é finito. Mas tem aqueles que não se conformam, que não aceitam, que desconversam e preferem não acreditar Aqueles que mentem para si mesmos, e consequentemente, para o doente também.

A maioria das famílias não sabe lidar com doenças que ameacem a existência e isso faz parte das fases do luto A rejeição é uma constante neste ambiente Isso mostra que as pessoas ao redor do paciente precisam de ajuda tanto quanto ele, para que juntas possam transformar uma situação, sim, muito triste, em um processo mais gentil e com todos os cuidados que precisam

Desmistificar o processo de adoecimento e morte é um passo importante para encontrar aceitação e superá-lo. E o especialista em cuidados paliativos é a porta para esse caminho, alguém que consegue penetrar todo o contexto social e familiar do indivíduo e superar barreiras

Com isso, podemos afirmar que a família é um elemento que pode promover a construção e consolidação de um projeto terapêutico. Portanto, eles também devem ser objeto de cuidado e sua dor deve ser amenizada diante do sofrimento de seus entes queridos, ajudando assim o profissional a prestar o melhor cuidado a esse paciente.

17

DIAGNÓSTICO

Para a realização do projeto, foi pensado em um terreno localizado no bairro Santa Efigênia, Área Hospitalar de Belo Horizonte.

Ja possui uma infraestrutura desenvolvida (hospitais, clínicas, serviços de apoio médico), com isso, facilita a integração do Centro de Apoio na comunidade

É estratégicamente localizado e possui possibilidade de maior suporte ao Hospital Santa Casa, conhecido por ser a primeira Instituição de Minas Gerais a cuidar de pacientes oncológicos e segue sendo referência na área

18
AVENIDABERNARDO MONTEIRO PRAÇAHUGO WERNECK
FIGURA 1 - LOCALIZAÇÃO DO TERRENO

O bairro também conta com uma ampla gama de comodidades para as pessoas Há opções de hospedagem, restaurantes, centros comerciais e áreas de lazer, que podem ser especialmente úteis para os familiares dos pacientes necessitados. É conhecido por sua segurança e qualidade de vida. Isso é essencial para pacientes em tratamento, que frequentemente precisam de tranquilidade e um ambiente sereno para enfrentar os desafios que as doenças apresentam O Santa Efigênia oferece ruas arborizadas, praças bem cuidadas e uma atmosfera agradável.

O Santa Efigênia é um dos bairros de BH com mais opções de mobilidade, especialmente em relação ao transporte público. Ele é abastecido por inúmeras linhas de ônibus e também pelo metrô, na estação Santa Efigênia

19
SANTACASABH

ALTIMETRIA ENTORNO

ZONEAMENTO

O zoneamento urbano é um instrumento de ordenamento territorial utilizado para organizar o uso do solo em uma cidade, estabelecendo diferentes zonas com características específicas Em Belo Horizonte, Minas Gerais, o zoneamento é uma ferramenta crucial para o desenvolvimento urbano sustentável e a gestão eficiente do espaço urbano

O terreno escolhido localiza-se no “Zoneamento OP-3”, (Operação Urbana Consorciada) é um tipo de zoneamento que tem como objetivo promover o desenvolvimento urbano em áreas específicas, incentivando a requalificação e o adensamento de determinadas regiões, através de parcerias entre o setor público e a iniciativa privada.

As características principais são: O incentivo do desenvolvimento de áreas com usos mistos, promovendo a criação de bairros mais dinâmicos. Realização de investimentos em infraestrutura e serviços públicos Isso pode incluir a melhoria de vias, redes de água e esgoto, transporte público, áreas verdes e equipamentos comunitários E principalmente são planejados para promover a sustentabilidade e melhorar a qualidade de vida dos moradores. Isso inclui a criação de espaços públicos de qualidade, a promoção de mobilidade urbana sustentável e a preservação ambiental

22

USO E OCUPAÇÃO

O terreno escolhido está caracterizado como lote vago, podendo oferecer maior flexibilidade em termos de design e layout E um projeto que atenda de maneira eficiente às necessidades específicas da comunidade, sem as restrições muitas vezes associadas à adaptação de edifícios existentes.

Os 4 lotes existentes, atualmente possuem o uso de estacionamento, portanto, a proposta do projeto visa aumentar a funcionalidade e o aproveitamento do espaço, implementando um programa com maior benefício para o bairro e sua população

23

ESTUDO DE CASO

24
25
CENTRO DE TRATAMENTO DE CÂNCER - REINO UNIDO
CENTRO MAGGIE DE LEEDS - REINO UNIDO CENTRO MAGGIE DE OLDHAM- REINO UNIDO

CENTRO DE TRATAMENTO DE CÂNCER / FOSTER + PARTNERS

FICHA TÉCNICA:

Arquitetos: Foster + Partners

Área: 1922 m²

Ano: 2016

Reino Unido

Localizado no Reino Unido, o Centro foi concebido para proporcionar uma "casa longe de casa" - um lugar de refúgio onde as pessoas que estão passando por algum tipo de câncer possam encontrar apoio emocional e prático Inspirado no modelo para um novo tipo de atendimento definido por Maggie Keswick Jencks, coloca-se grande valor no poder da arquitetura para levantar o ânimo e ajudar no processo de terapia

O projeto do centro de Manchester tem como objetivo estabelecer uma atmosfera doméstica em um cenário de jardim e está localizado ao final de uma rua arborizada, à uma curta distância do Hospital Christie e de sua unidade de oncologia

O edifício ocupa um local ensolarado e é organizado em um único nível, mantendo o seu gabarito baixo e refletindo a escala residencial das ruas circundantes. O telhado ergue-se no centro para criar um mezanino, naturalmente iluminado por claraboias triangulares suportado por vigas de madeira de treliça leves. As vigas agem como divisões naturais entre diferentes áreas internas, dissolvendo visualmente a arquitetura entre os jardins circundantes

26

O centro combina uma variedade de espaços, de nichos íntimos privados, como biblioteca, salas de ginástica e locais para reunir e compartilhar uma xícara de chá. Para tal, a paleta de materiais combina a calidez da madeira natural com superfícies tácteis Os escritórios de apoio são colocados em um mezanino posicionado no topo de uma grande coluna central, com banheiros e espaços de armazenamento abaixo, mantendo as ligações visuais naturais em todo o edifício

Durante todo o centro, há um foco na luz natural, vegetação e jardim O plano retilíneo é pontuado por pátios paisagísticos e toda a fachada leste estende-se para uma ampla varanda, que é protegida da chuva pela profundidade do beiral Portas de vidro deslizantes abrem a edificação à um jardim criado pelo Dan Pearson Studio. Cada cômodo voltado à fachada leste possui seu próprio jardim privado A extremidade sul do edifício estende-se para abraçar uma estufa - uma celebração da luz e da natureza - que oferece um jardim retirado, um espaço para que as pessoas possam se reunir, fazer atividades manuais ou simplesmente desfrutar das qualidades terapêuticas da natureza e do ar livre. Será um espaço onde crescerão flores e outras plantas que podem ser utilizadas pelos pacientes dando uma sensação de afeto em um momento em que eles podem sentir-se mais vulneráveis.

27

CENTRO MAGGIE DE LEEDS / HEATHERWICK STUDIO

FICHA TÉCNICA:

Arquitetos: Heatherwick Studio

Área: 462 m²

Ano: 2020

Reino Unido

Os Centros Maggie são espaços mantidos por uma instituição filantrópica que oferece suporte fisico e psicológico gratuito para pacientes em tratamento de câncer. O Centro Maggie de Leeds é um edifício de pouco mais de 450 metros quadrados e encontra-se localizado dentro do Campus do Hospital Universitário St. James. Projetado pelo Heatherwick Studio, o Centro de Leeds é a 26º unidade a operar no Reino Unido e o primeiro projeto de infraestrutura hospitalar construído pelo estúdio em seus quase trinta anos de experiência

O Centro Maggie de Leeds foi projetado a partir de um conjunto de três jardineiras gigantes, delicadamente encaixadas em um terreno de inclinação suave. Cada um destes “canteiros,” a sua vez, abriga uma sala técnica, espaços fechados que acomodam todas as instalações necessárias para o funcionamento e operação do centro de apoio à pacientes em tratamento de câncer.

A cozinha, como o coração do edifício, encontra-se localizada entre estes três pilares conectando-se aos demais espaços sociais do edifício, os quais incluem uma biblioteca e uma sala de ginástica.

28

O projeto de interiores do centro explora tudo aquilo que muitas vezes é esquecido em um projeto de infra-estrutura hospitalar: materiais naturais e táteis, iluminação natural abundante e difusa e uma variedade de espaços projetados para incentivar trocas socais assim como espaços contemplativos e silenciosos.Os arquitetos do Heatherwick Studio também são responsáveis pelo projeto das mesas, as quais reproduzem as formas da própria estrutura de madeira do edifício, e foram executadas em madeira de cortiça de faia

Baseando-se na filosofia dos Centros Maggie de que a arquitetura de qualidade é uma das principais ferramentas para promover a saúde e do bem estar dos seus pacientes, o Centro Maggie de Leeds procura materializar em suas formas concretas uma série de princípios arquitetônicos "saudáveis" A estrutura do edifício foi inteiramente construída através de sistemas pré-fabricados em madeira Materiais porosos foram utilizados como opção de revestimento, colaborando com a manutenção da umidade no interior de um edifício naturalmente ventilado e portanto, que dispensa a necessidade de sistemas mecânicos de condicionamento de ar, resultado em uma ampla análise das condições específicas do terreno e uma eficaz implantação da estrutura e orientação de suas aberturas.

29

CENTRO MAGGIE DE OLDHAM / DRMM

FICHA TÉCNICA:

Arquitetos: dRMM

Área: 260 m²

Ano: 2017

Reino Unido

Maggie's Centres são espaços mantidos por uma instituição filantrópica que oferece suporte fisico e psicológico gratuito para pacientes em tratamento de câncer Suas impressionantes estruturas arquitetônicas conhecidas como "a arquitetura da esperança", vem se difundido em todo Reino Unido desde 1996, quando o primeiro centro foi inaugurado em Edimburgo Contando atualmente com 20 grandes centros construídos junto aos principais hospitais para o tratamento do câncer da NHS (Serviço Nacional de Saúde), estes centros são espaços responsáveis por acolher e promover qualidade de vida à seus pacientes. Sua estrutura d t t bj ti d pessoas para os desafios da luta c a força necessária, que quiçá não batalha.

O Centro Maggie de Oldham é tudo isso muito e mais - mais focado em seu conteúdo do que nos aspectos formais do edifício Uma caixinha de surpresas construída em madeira de maneira simples e sofisticada Os pilares esbeltos que conformam a sua estrutura, fazem com que o edifício pareça flutuar sobre a exuberante vegetação nativa do jardim A partir deste oásis central, uma árvore frondosa atravessa o edifício, trazendo a natureza para dentro. No interior os visitantes se deparam com um espaço repleto de luz e vistas inesperadas para o jardim, o qual é coroado pelo céu de Pennine.

30

A ampla utilização de madeira no projeto de Oldham faz parte de uma estratégia institucional do Maggie's que tem o objetivo de transformar o caráter asséptico da arquitetura hospitalar, geralmente configurando ambientes desprovidos de esperança e que por consequência, acabam por desanimar os pacientes A madeira trás de volta a esperança, a humanidade, a escala humana e o aconchego necessário. O Centro Maggie de Oldham é o primeiro edifício não efêmero completamente construído a partir de madeira laminada colada sustentável de tulipwood Além de ser um manifesto da arquitetura para à saúde e para o bem estar, completamente construído em madeira Sua execução só foi possível devido à enorme generosidade do Stoller Charitable Trust, o qual foi o principal responsável pelo financiamento da construção do Centro.

Procuramos utilizar a madeira em todos os elementos do edifício. Considerando que os pacientes submetidos a quimioterapia muitas vezes sentem dor ao tocar objetos frios, também substituímos as maçanetas metálicas por outras de carvalho. O isolamento térmico de fibra de madeira garante que o edifício respire gerando um ambiente saudável, enquanto que as grandes aberturas são emolduradas por estruturas de carvalho branco americano.

Externamente, o prédio é revestido por painéis de tulipwood termicamente tratados.

31

A PROPOSTA

O desenvolvimento do projeto representa um compromisso com uma abordagem humanizada e holística no tratamento de pacientes que necessitam desse tipo de assistência. Esse projeto visa proporcionar conforto, dignidade e apoio integral a pacientes e suas famílias durante um momento desafiador de suas vidas.

Não apenas elevará a qualidade dos serviços de saúde no Santa Efigênia, mas também servirá como modelo para outras instituições na busca pela excelência nos cuidados paliativos, e alguns aspectos são fundamentais a serem considerados na estruturação de um projeto dessa complexidade. Como uma equipe multidisciplinar incluindo médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, terapeutas de dor, capelães ou conselheiros espirituais, entre outros

A filosofia central do Centro de Apoio Paliamar, é a valorização da qualidade de vida do paciente, focando no alívio da dor e dos sintomas, e no suporte emocional, social e espiritual. Este conceito se traduz em um ambiente acolhedor e humanizado, onde o paciente é tratado com respeito e compaixão, e a dignidade é mantida em todas as etapas do atendimento

Cada condição e cada indivíduo é único, portanto, a escolha dos profissionais e a melhor forma de tratamento podem variar. Nesse contexto, a terapia também desempenha um papel fundamental no apoio às famílias, ajudando-as a lidar com uma variedade de questões emocionais e práticas que surgem durante o tratamento O diagnóstico de uma doença terminal é frequentemente acompanhado por uma carga emocional avassaladora

32

O projeto vai oferecer quartos de internação com instalações confortáveis, banheiros adaptados e áreas comuns aconchegantes para pacientes e suas famílias. Privacidade e tranquilidade são cruciais para proporcionar um ambiente de apoio adequado E claro a arquitetura desempenha um papel crucial na criação desses espaços, podendo promover um lugar acolhedor, compassivo e eficaz para o cuidado paliativo

A criação de áreas de convívio acolhedoras para as famílias, permitindo que elas se reúnam e encontrem apoio mútuo Isso pode ser especialmente importante, pois o apoio emocional e a presença da família são aspectos fundamentais dos cuidados paliativos O projeto preza pelo convívio das famílias dos pacientes, sejam eles crianças ou adultos, que desempenha um papel fundamental na integração de ambientes Essa inclusão não apenas cria um ambiente mais compassivo, mas também proporciona benefícios terapêuticos significativos para todos os envolvidos.

O Centro de Apoio, com certeza vai proporcionar melhores experiências, oferecendo-lhes dignidade, conforto e apoio integral Este projeto representa um passo crucial para a humanização do atendimento em saúde, mostrando que, mesmo nos momentos mais difíceis, a qualidade de vida pode e deve ser priorizada

33

BIOFILIA

A incorporação da biofilia em um projeto é uma abordagem que pode trazer benefícios consideráveis, contribuindo para a criação de um ambiente mais acolhedor, reconfortante e propício ao bem-estar físico e emocional dos pacientes, familiares e equipe de cuidados. A biofilia refere-se à conexão inata que os seres humanos têm natureza e integração de elementos naturais no ambiente construído.

Em primeira instância a introdução de elementos naturais, como plantas, luz natural e materiais orgânicos, pode criar uma atmosfera mais relaxante e confortável Para pacientes em cuidados paliativos, que frequentemente enfrentam desafios emocionais e físicos, um ambiente que remete à natureza pode oferecer um refúgio tranquilo, promovendo a calma e a serenidade Além de que a presença de elementos biofílicos pode estimular os sentidos, proporcionando experiências sensoriais que além do ambiente clínico tradicional Sons suaves da natureza, cores inspiradas em elementos naturais e texturas orgânicas podem contribuir para um ambiente mais agradável e reconfortante

CONFORTO AMBIENTAL

A introdução de plantas em espaços internos não apenas adiciona elementos estéticos, mas também contribui para a melhoria da qualidade do ar As plantas têm capacidade de purificar o ar, fornecer oxigênio e níveis reduzidos de substâncias prejudiciais, o que é particularmente benéfico em ambientes onde a qualidade do ar é crucial para a saúde dos pacientes

Projetar espaços que permitam o acesso a áreas externas, como jardins ou pátios, cria oportunidades para que os pacientes desfrutem da natureza de forma mais direta. Esses espaços ao ar livre podem servir como locais tranquilos para reflexão, interação social ou simplesmente para respirar ao ar livre, proporcionando momentos de descanso e conexão com a natureza.

34
35

CONCLUSÃO

O compartilhamento de experiências entre famílias que enfrentam desafios semelhantes pode criar um ambiente de apoio O convívio permite que as famílias se entendam melhor e troquem conselhos, o que pode reduzir sentimentos de isolamento e solidão A integração das famílias ajuda a reduzir o estigma em relação a doenças terminais. Quando as pessoas compartilham suas histórias, contribui para uma compreensão mais ampla e empática das complexidades das condições desses cuidados Além de que a convivência entre todas as idades, cria oportunidades para a interação intergeracional.

Crianças e adultos podem se apoiar mutuamente, proporcionando um ambiente enriquecedor para todos Além disso, a presença de crianças pode trazer alegria e vitalidade ao ambiente, o que é valioso para pacientes e familiares. Além da Humanização do Cuidado: A presença de famílias humaniza o ambiente, lembrando a todos que, por trás das condições médicas, há indivíduos com histórias, relações e necessidades únicas.

Ao longo do estudo, foram utilizados referências para a construção da ideia do projeto, tornando uma ferramenta fundamental para orientar a criação do projeto em específico Essas referências fornecem insights valiosos sobre as melhores práticas e abordagens que visam melhorar a qualidade de vida dos pacientes e suas famílias Ao considerar as lições aprendidas em projetos anteriores, é possível desenvolver ambientes mais compassivos, integrados e eficazes, proporcionando conforto, apoio emocional e uma jornada de cuidados mais humanizada para aqueles que enfrentam o fim da vida Dessa forma, o estudo de referências contribuiu para a evolução contínua, aprimoramento e entendimento dos cuidados paliativos em todo o mundo, garantindo que aqueles que mais precisam recebam assistência de qualidade e apoio digno até o fim.

32
6
37

REFERÊNCIAS

ANCP | Academia Nacional de Cuidados Paliativos. Disponível em: <https://paliativo.org.br/cuidados-paliativos/cuidados-paliativos-no-brasil>. Acesso em: 17 nov. 2023.

O que é cuidado paliativo: história e principais conceitos. Disponível em: <https://blog.jaleko.com.br/cuidado-paliativo-como-facilitador-do-adoecimento/>. Acesso em: 17 nov. 2023.

OMS divulga recursos para lidar com flagrante escassez de serviços de cuidados paliativos de qualidade. Disponível em: <https://www.paho.org/pt/noticias/5-10-2021-oms-divulgarecursos-para-lidar-com-flagrante-escassez-servicoscuidados#:~:text=Os%20cuidados%20paliativos%20melhoram%20a,cuidados%20no%20fin al%20da%20vida.>. Acesso em: 17 nov. 2023.

Centro de Tratamento de Câncer / Foster + Partners. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/786620/centro-de-tratamento-de-cancer-manchesterfoster-plus-partners?ad_medium=gallery>. Acesso em: 17 nov. 2023.

Centro Maggie de Leeds / Heatherwick Studio. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/941721/centro-maggie-de-leeds-heatherwick-studio? ad_medium=gallery>. Acesso em: 17 nov. 2023.

Centro Maggie de Oldham / dRMM. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/888425/centro-maggie-de-oldham-drmm? ad_medium=gallery>. Acesso em: 17 nov. 2023.

38
39

ESTUDOS PREPARATÓRIOS DO TRABALHO DE CURSO

PROFESSOR/ORIENTADOR: GUSTAVO ZOLINI

BELO HORIZONTE 2024

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.
CENTRO DE APOIO PALIAMAR by Marina Machado - Issuu