9ª edição 2019 do boletim AZÁGUA

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N. º 09/19 | Novembro de 2019 Bole tim in format ivo do Min istério da Agricultura e Ambiente

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CAMPANHA AGRICOLA 2019/20 CAMPANHA FITOSSANITÁRIA IV Congresso Internacional do Ordenamento do Território Workshop Nacional “Melhorar as Bases da Ciência Climática nas Atividades a serem financiadas pelo GCF em Cabo Verde” • Workshop Nacional para a implementação do Quadro Nacional para os Serviços Climáticos em Cabo Verde


CAMPANHA AGRICOLA 2019/20 RESULTADO PRELIMINAR

Como parte do monitoramento da situação alimentar em seus países membros e na CEDEAO, o CILSS realiza missões anuais conjuntas de avaliação das campanhas agrícolas, em colaboração com seus parceiros (FAO, PAM e FEWS NET) e os governos dos países.

folhas, o milho encontrava-se na fase de desenvolvimento foliar e o feijão também na fase de desenvolvimento foliar e ramificação. No entanto, nos estratos semi-áridos dos municípios de São Domingos e Santa Cruz, houve perdas devido a ataques dos gafanhotos.

No caso de Cabo Verde, a missão conjunta de Avaliação Preliminar da campanha agrícola 2019/2020 do Governo / CILSS / FAO ocorreu de 28 de outubro a 01 de novembro de 2019, e contou com o apoio de um especialista em agronomia responsável pela adaptação às mudanças climáticas no Centro Regional AGRHYMET e membros do Grupo de Trabalho Multidisciplinar (GTP) de Cabo Verde.

Na terceira década de outubro, em algumas localidades, a humidade do solo diminuiu consideravelmente, devido a falta de chuva, o que afetou a produção de milho e feijão, especialmente nos campos de altitude. Em quase todos os estratos semi-áridos e árido, as culturas de milho e feijão não conseguiram completar o ciclo vegetativo devido à falta de chuva.

A Instalação da Campanha agrícola 2019/20 ficou marcado pela instalação tardia, depois da caída das chuvas na última década de agosto, em todas as ilhas do arquipélago. A Campanha finalmente se instalou na terceira década de agosto com as principais culturas de milho e feijão. Nas zonas altas da Ilha do Fogo, na segunda década de agosto, as culturas já se encontravam num estágio avançado de desenvolvimento das

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Com base nos dados recolhidos pela equipa da missão conjunta que esteve no terreno, a previsão para a produção do milho é estimado em apenas 640 toneladas, a maioria concentrada nas ilhas de Santiago (444,4 toneladas) e Fogo (188 toneladas). Para os feijões, a produção prevista para esta temporada também é extremamente baixa, por volta de 197 toneladas, onde 120,5 toneladas estão na ilha de Santiago e cerca de 74 toneladas na ilha do Fogo.


PRODUÇÃO DE PASTO

ESTADO NUTRICIONAL DO GADO gado varia de estável a bom, no momento, há alguma produção de pastagem, a disponibilidade de subprodutos agrícolas e alimentos concentrados. Dada a baixa produção de pastagens em determinadas ilhas / municípios (Maio, Boavista, S. Vicente, Porto Novo, Ribeira Grande Santiago, Praia e S. Domingos), a situação tende a piorar nos próximos meses.

Apesar da chegada tardia das chuvas, foram criadas as condições para o desenvolvimento e germinação do pasto em todas as ilhas agrícolas. Posteriormente, a cessação precoce da precipitação dificultou o desenvolvimento da pasto.

No entanto, essa situação merece atenção especial, dada a baixa produção de forragem no litoral e a persistência da infestação de parasitas “endo e ectoparasitas”. Neste sentido as delegações do MAA têm campanhas em andamento de desparasitação interna e externa, bem como a administração de suplementos vitamínicos minerais a animais nas ilhas e municípios mais afetados. Deve-se dizer que essas intervenções ajudaram a melhorar a situação da saúde local e nacional e que não houve mortes por infestação parasitária. A agricultura cabo-verdiana é confrontada com

De acordo com os diferentes estratos climáticos, a situação da produção de forragens é a seguinte: Em estratos climáticos húmidos e sub-húmidos, o pasto é homogêneo, denso e com bom desenvolvimento foliar. Nas ilhas de Santo Antão, São Nicolau, Santiago e Fogo, as pastagens encontravam-se na fase de floração e é de notar que em alguns municípios dessas ilhas, o pasto já se encontava na fase de frutificação e maturação e, portanto, há um ambiente favorável para garantir uma boa produção. Nos estratos árido e semi-árido, praticamente em todas as ilhas e municípios do país, o pasto germinou, mas devido às chuvas baixas e irregulares, entrou na fase de estresse hídrico. Na parte sul da ilha de Santiago, os gafanhotos devastaram completamente as gramíneas silvestres e as plantas de milho, tornando a situação dos pastores ainda mais difícil. Como resultado, existe uma situação difícil em termos de disponibilidade de pastagem de gado nos estratos climáticos áridos e semi-áridos de todo o país, e o impacto será forte para os criadores de gado, cabras e ovelhas. Em 2019, em todo o país, o estado nutricional do

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CAMPANHA FITOSSANITÁRIA COMBATE À PRAGA Gafanhoto,

Oedaleus senegalensis

vários desafios entre os quais a gestão de pragas e doenças. As culturas de sequeiro são habitualmente afectadas por algumas pragas, sendo o mais importantes o gafanhoto praga (Oedaleus senegalensis) e o percevejo verde (Nezara viridula), e recentemente surgiu uma nova praga, a lagarta de cartucho do milho (Spodoptera frugiperda).

Esta praga, pela sua biologia, as eclosões acontecem cerca de 10 dias após uma chuva igual ou superior a 20 mm, já que os ovos colocados no ano anterior passam toda a estação seca no solo (diapausa embrionária, ou seja ficam no solo e eclodem quando as condições são favoráveis). A duração do seu estado larvar é cerca de 20 a 25 dias para atingir o estado adulto.

No sistema irrigado a responsabilidade de proteção das culturas é assegurada a 100% pelo agriculturor, limitando o MAA, através das suas Delegações, à capacitação dos agricultores, assistência técnica. No sistema pluvial, pela sua especificidade, o MAA intervém e apoia os agricultores no controlo das pragas mais importantes e, principalmente, os que se caraterizam por uma grande capacidade de dispersão, que não sendo controlado atempadamente acaba por se dispersar e infestar novas áreas, quais sejam: o gafanhoto da praga, o percevejo verde, o bicho preto e, recentemente, a lagarta-do-cartucho do milho. Na campanha agrícola de sequeiro o MAA intervém na disponibilização de recursos financeiros e executa anualmente, um projeto campanha agrícola e fitossanitária, que tem por objetivo controlar a população das principais pragas visando minimizar os estragos sobre as culturas pluviais com vista a aumentar a produção agrícola no sequeiro e contribuir para o aumento do rendimento familiar e melhoria das condições de existência sustentáveis das populações rurais. No que diz respeito às principais pragas que ocorreram em 2019, eis a situação e estratégias de controlo implementadas visando a redução dos impactos económicos e ambientais nefastos. A situação fitossanitária durante a campanha

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agrícola de 2019 ficou caraterizada por um surto anormal da praga do gafanhoto, com maior intensidade na parte sul da ilha de Santiago (Praia, S.Domingos, Ribeira Grande, parte sul do concelho de Sta. Cruz e parte litoral sul do concelho de Sta. Catarina. Foram registadas eclosões extremas, em algumas localidades de forte densidade populacional (mais de 1000 indivíduos por metro quadrado) sobretudo em algumas localidades de S.Domingos. As Delegações do MAA organizaram campanhas de luta em todas que as localidades infestadas, mas estas não impediram que em algumas localidades, atingissem estados adultos. Para o combate nas parcelas dos agricultores, as


Delegações do MAA que dispõem de iscos envenenados os colocam à disposição dos agricultores exclusivamente nas zonas infestadas e cuja densidade populacional justifique uma intervenção. Na indisponibilidade de iscos habitualmente fazse a pulverização de caldas de pesticidas para o controlo de gafanhotos. Neste caso recorre-se a constituição de equipas mistas, formados por aplicadores recrutados pela Delegação e por agricultores, para realizar as pulverizações. De realçar que o tratamento dentro das parcelas dos agricultores é da responsabilidade dos agricultores cabendo, no entanto, às Delegações toda a responsabilidade de fazer o acompanhamento e dar os apoios técnicos necessários. Para o tratamento nas zonas florestais/pastagens as Delegações recorrem aos aplicadores capacitados. Para o controlo nas zonas florestais recorrese à aplicação de iscos e/ou pulverização de um pesticida EC e/ou pulverização de um pesticida UL.

litros de Fenitrothion EC 50, 20 l de Fenitrothion UL 20, 40 l de Clopirifos UL 240, 12,7 l de Spintor 480 SC, e 5994 Kg de iscos (carbaryl). De salientar que os produtos utilizados são homologados e autorizados no controlo da praga de gafanhotos, sendo os mais eficazes e menos impacto para saúde humana e ambiente. Apesar das intervenções de controlo realizadas durante a campanha agrícola de 2019, desencadeada sobretudo nas áreas de riscos para as culturas conseguiu-se salvar parte da produção do milho. Ainda assim, registou-se perdas nos cultivos e pastagens. Alguns gafanhotos conseguiram atingir o estado adulto e seguramente realizaram posturas, pelo que estão sendo monitorizados para controlo preventivo e atempadamente na campanha seguinte.

Em 2019, tendo em conta falta de disponibilidade de pesticida em pó para confeção de iscos, para o combate aos gafanhotos, as Delegações que não dispunham de stock de iscos envenenados recorreram à pulverização de Fenitrothion EC 50, inseticidas amplamente utilizados contra os gafanhotos em Cabo Verde e do Spintor 480 SC, inseticida biológico inicialmente adquirido para ser utilizado contra lagarta-do-cartucho do milho. Foi privilegiado o uso deste último sobretudo para zonas próximas de residências e espaços urbanos onde foram registados alguns focos, para evitar os efeitos nefastos sobre a saúde humana e no ambiente. Tendo em conta a amplitude de infestação, nos concelhos de S. Domingos e Sta. Cruz, para além dos aplicadores de pesticidas devidamente capacitados, o MAA fez recurso a militares para ajudar nas campanhas de pulverizações. No litoral de São Domingos, Praia e Ribeira Grande, os adultos, por falta de gramíneas para se alimentaram, migraram para zonas altas, provocando estragos sobre gramíneas selvagens e milho. No total, para o combate aos gafanhotos, foram tratados uma área superior a 1500 ha e gastos 180

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lagarta do cartucho-do-milho

Spodoptera frugiperda

Durante a campanha agrícola de 2019, para além do gafanhoto, ataques da lagarta-do-cartucho do milho foram registados a nível nacional, sendo os concelhos do Tarrafal e de S. Miguel os mais afetados.

A lagarta-do-cartucho do milho, é uma praga nova em Cabo Verde, que pode atacar o milho a qualquer momento e em qualquer localidade independentemente do estrato climático e do estado fenológico ainda que o milho, no início do ciclo, é mais vulnerável. O seu ciclo biológico ronda os 30 dias e pode ter várias gerações por ano. A estratégia de combate à lagarta-do-cartucho do milho, para esta campanha, passou por um controlo integrado baseado na utilização de parasita, onde em algumas localidades, com condições criadas, foram libertados inimigos naturais. O INIDA libertou de 28 de setembro a 4 de outubro, 5 (cinco) Kg de Trichogramma pretiosum, parasita de ovo da Spodoptera frugiperda (lagarta-do-cartucho do milho), cobrindo cerca de 17% da área total cultivada no sequeiro em Cabo Verde, beneficiando 229 localidades e 6 ilhas, onde a situação de culturas de milho eram favoráveis (Santiago, Fogo, Brava, Sto. Antão, S. Vicente e S. Nicolau). De um modo geral regista-se uma tendência de redução de uso de pesticidas nos últimos anos, e o aumento de uso de bio pesticidas e outros mét-

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odos de controlo integrado de pragas, que é uma estratégia de política sectorial privilegiada em Cabo Verde. Cabo Verde já teve experiências positivas de uso de bio pesticidas contra gafanhotos à base de fungo Metharizium. O MAA perspetiva brevemente a instalação de uma bio fábrica para produção nacional deste bio pesticidas para promover o seu uso generalizado e reduzir aplicação de pesticidas químicos no combate desta praga. Quanto à praga da lagarta de cartucho, devido a estrutura e características agrárias e desafios da agricultura no país, a sua gestão mais sustentável é o uso do método a luta biológica, que consiste em introduzir ou favorecer o desenvolvimento no ecossistema um inimigo natural da praga, para manter a densidade populacional desta abaixo do nível suscetível de causar danos económicos.


ACONTECIMENTO IV Congresso Internacional do Ordenamento do Território

O Ministro da agricultura e Ambiente presidiu no dia 8 de novembro a cerimónia de encerramento do IVº Congresso Internacional do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano realizado com o objetivo de tecer uma análise sobre a aplicação dos elementos definidos pelas políticas de ordenamento territorial e de desenvolvimento urbano, que incidem sobre realidades insulares, identificando razões, consequências e impactos provocados por decisões e instrumentos sobre as condições de sustentabilidade em ambientes considerados de insularidade – tomando o caso particular de Cabo Verde. O IVº Congresso da Cidade da Praia, realizado nos dias 7 e 8 de novembro, tinha igualmente como objetivo a formulação de novas ideias e a identificação de impactos que incidem sobre os recursos dos Estados insulares. De acordo com o Ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, que esteve em representação da Ministra das Infraestruturas, do Ordenamento do Território e Habitação, o Governo está ciente dos desafios do país no domínio do ordenamento do território e tudo vai fazer para aumentar a dinâmica esse setor, nomeadamente

com a atualização da legislação referente ao solo, cadastro, conservação das áreas protegidas, entre outras áreas que envolvem o ordenamento do território. Defende que deve haver uma articulação entre todos os players em tempo útil, facilitando os planos e os processos de desenvolvimento levando em consideração que os conflitos devem ser geridos com o fim maior de se chegar a um entendimento concreto que promova o desenvolvimento urbano do território nacional. Adiantou ainda que o Governo vai trabalhar num processo educativo que contribua para a apropriação de tudo o que está subjacente ao ordenamento do território e que haja uma cultura do ordenamento de território no nosso país. Políticas públicas de ordenamento do território em contexto de insularidade; Ordenamento do território, turismo, riscos naturais e vulnerabilidades ambiental; Insularidade, ordenamento do território e os desafios da integração territorial e social; e Ordenamento do território e cadastro como políticas de desenvolvimento e optimização dos custos de insularidades, foram os painéis debatidos nos 2 dias do congresso.

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Praia acolhe Workshop Nacional “Melhorar as Bases da Ciência Climática nas Atividades a serem financiadas pelo GCF em Cabo Verde” A cidade da Praia acolheu de 4 a 8 de novembro, o Workshop Nacional “Melhorar as Bases da Ciência Climática em atividades serem financiadas pelo GCF em Cabo Verde” numa parceria entre o Ministério da Agricultura e Ambiente e a Organização Mundial de Meteorologia (OMM). A cerimónia de abertura contou com a presença do Vice-Primeiro Ministro e Ministro das Finanças, Olavo Correia.

Trata-se de um workshop técnico que através de um acordo entre a Organização Mundial de Meteorologia (OMM) e o Fundo Verde do Clima (GCF), está-se a desenvolver conceitos e metodologias científicas para melhorar as bases da ciência climática nos projetos, atividades e planos nacionais de adaptação (PAN) que podem ser financiados pelo GCF. De acordo com a Presidente do Instituto Nacional da Meteorologia e Geofísica, Maria da Cruz Soares, as mudanças climáticas constituem um dos enormes desafios para o país alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável. Afim de transformar esses desafios em oportunidades, salientou que, torna-se importante o uso das informações climáticas no processo da tomada de decisão e na implementação de politicas de desenvolvimento. Filipe Lúcio, Representante da Organização Mundial da Meteorologia, referiu que a adaptação às mudanças climáticas não é mais uma opção, mas um imperativo. Frisou o uso do conhecimento climática atual para facilitar a adoção de medidas para uma melhor gestão de seca, planeamento, preparação e respostas a eventos extremos que possam ocorrer no futuro, entre outras.

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Para o Vice-Primeiro Ministro e Ministro das Finanças de Cabo Verde, Olavo Correia Cabo Verde não pode ignorar a sua condição de pequeno país insular, altamente vulnerável a choques climáticos, que nos últimos anos tem enfrentado secas profundas que afeta especialmente os homens do campo. De acordo com o mesmo é preciso criar estratégias que vão de encontro com as necessidades do mundo rural, ter uma nova abordagem do recurso da água e investir para diversificar a economia cabo-verdiana e dessa forma aumentar o rendimento e melhores condições de vida para os que trabalham e dependem do campo. A metodologia das preparações dos fundamentos climáticos será testada em alguns países chave selecionados da realização de seminários nacionais, tendo sido Cabo Verde um dos países contemplado. O Fundo Verde para o Clima (GCF), estabelecido no quadro do UNFCCC, é um mecanismo de financiamento para apoiar os países em desenvolvimento na implementação da sua estratégia de adaptação para lidar com os impactos adversos das alterações climáticas e de mitigação para limitar ou reduzir as emissões de gases de efeito estufa GEE.


Cidade da Praia acolheu de 13 a 15 de novembro o Workshop Nacional para a implementação do Quadro Nacional para os Serviços Climáticos em Cabo Verde

A cidade da Praia foi palco de 13 a 15 de novembro do “Workshop Nacional para a implementação do Quadro Nacional para os Serviços Climáticos em Cabo Verde” com objetivo de reunir os diversos sectores ligados ao clima, para trabalhar de forma conjunta a identificar as lacunas existente nos serviços climáticos do país e as possíveis recomendações. No final dos 3 dias será produzido um roteiro consensual para a implementação do quadro nacional para os serviços climáticos, disse a Administradora da INMG, Denise De Pina. O Workshop de 3 dias reuni instituições nacionais encarregadas do clima, previsão do tempo, água e hidrologia com os usuários-chave ligados ao planeamento, desenvolvimento de políticas, serviços técnicos, proteção civil, agricultura, pecuária, saúde, gestão de desastres, turismo, infraestrutura, bem como de transportes. De acordo com a Denise de Pina, Administradora do Conselho de Administração do INMG, no final do workshop será produzido um roteiro onde constará os próximos passos que devem ser dados para implementação do quadro nacional para os serviços climáticos, as lacunas identificadas que carecem de intervenção e as principais recomendações. Para a mesma, uma vez que, Cabo Verde faz parte do Quadro Global para os Serviços Climáticos o evento constitui uma etapa importante de im-

plementação da Estrutura Global de Serviços Climáticos a nível do País. A implementação do Quadro Nacional para os Serviços Climáticos reforçará as sinergias entre os diferentes programas e projetos implementados no âmbito do PEDS e facilitará a integração de medidas sobre risco climático e resiliência no planeamento de ações de desenvolvimento. Permitirá dessa forma uma maior integração de informações Meteorológicas e Climáticas nos vários setores de desenvolvimento, nomeadamente no domínio da agricultura e segurança alimentar, gestão de desastres, segurança de transporte (aéreo, terrestre e marítimo), saúde, gestão de recursos hídricos, ambiente, turismo e gestão da biodiversidade, pesquisa académica, gestão de projetos, desportes de lazer e eventos públicos.

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INIDA em parceria com o projeto Semear Saúde, Colher Sorrisos” entrega germinadores aos alunos da escola básica dos Picos

A entrega dos germinadores sorrisos, aconteceu hoje na escola básica do concelho dos PicosSão salvador do mundo, fruto de uma parceria entre o INIDA e o projeto Semear Saúde, Colher Sorrisos”, um projeto da ADENORMA e que decorre em parceria com a Secretaria Regional de Agricultura e Pescas, através da Direção Regional de Agricultura. Os rebentos resultam, como o próprio nome indica, da germinação, que é o processo inicial da criação de uma nova planta a partir da respetiva semente. De acordo com a presidente o Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário –INIDA, trata-se de um projeto importante que vai ajuda as crianças a terem uma alimentação mais equilibrada, na medida em que os rebentos possuem uma maior qualidade nutricional, a maior biodisponibilidade dos nutrientes (proteínas, fibras, vitaminas e minerais), a melhor digestibilidade dos hidratos de carbono e proteínas e ainda a riqueza em minerais (potássio, cálcio, magnésio, ferro, selénio e zinco) e em antioxidantes. “São apenas sementes que colocamos no germinador e que ao fim de cinco dias já estão prontos para serem consumidos e com um alto valor nutritivo, o objetivo é promover o consumo dos rebentos nas crianças e serem elas as impulsionadoras do consumo, nas escolas e nas cantinas, o projeto entrega de forma gratuita um germinador que se chama “germinador sorrisos” com um manual de instruções e dois pacotes de sementes”.

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Ainda conforme a presidente do INIDA, a escola primária de picos foi escolhida na medida em que a nível nacional está com um défice em termos nutricionais nas crianças muito forte. A ideia é alcançar estas crianças através das escolas, trazendo rebentos e variedades que podem trazer mais substancias nutritivas para o organismo. E para o futuro, o INIDA juntamente com o projeto sorrisos, pretende introduzir as sementes da nossa região nos germinadores, e ser a s próprias crianças a escolher o tipo de sementes que querem produzir dentro das regras necessárias para se ter um bom germinado. Por sua vez, A Secretaria regional da agricultura e desenvolvimento rural da Madeira, Drª Ana Guida, afirma que cabo Verde possui excelentes condições e potencial para a produção desses rebentos, e que neste momento, estão a decorrer diversas ações de divulgação em diversas escolas da madeira para dar a conhecer o “Germinador Sorrisos”, permitindo aos jovens preparar os seus próprios germinados e que os consumam também na cantina da escola. Recorda-se que é papel do INIDA não só fazer investigações para descobrir as variedades que existem, mas também traze-los ao público que tem necessidades de melhores variedades e com valências nutritivas para a segurança alimentar.

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Açores e Cabo Verde firmam protocolo de Cooperação “semear, colher, vender”

O Projeto de Cooperação “semear, colher e vender” foi assinado no passado dia 15 de novembro entre a DGASP, Secretaria Regional da Agricultura e Florestas, Cabo Verde e as associações ASDEPR, ARDE, AASM e ACAISA. O protocolo ora assinado, assinala os princípios e as obrigações entre as partes, define as responsabilidades respetivas na elaboração e execução do Projeto a implementar na Ilha de Santiago, República de Cabo Verde e nas Ilhas de S. Miguel e de Santa Maria nos Açores, Portugal. Orçado em 348.040,00 Euros, o projeto “Semear, colher e Vender” incidi essencialmente na operacionalização de uma agricultura que gera rendimentos justos aos agricultores e que gera excedentes e rentabilidade, como foco no reforço da capacidade técnica dos produtores rurais e criadores da ilha de Santiago, O projeto que beneficiará 178 agricultores e 55 criadores da ilha de Santiago, visa reforçar a capacidade técnica dos produtores rurais e criadores da ilha de Santigo, por especialistas Açorianos, realização de workshops destinados a técnicos dos Açores e de Cabo Verde, envolvendo sobretudo a formação de agricultores/criadores de Cabo Verde em produção em estufa, em organização de produtores, em técnicas de transformação de produtos agrícola e pecuários, em maneio do gado de leite e em agricultura biológica. “Para nós é um protocolo importante que permite fortalecer a cooperação entre s Governos dos Açores e de Cabo Verde, 2 regiões a Macaronésia, abri a porta a futuras parcerias no domínio agrícola permitindo concretizar abordagens conjuntas em matéria de interesse comum” disse João Ponte, Secretario Regional da Agricultura e Florestas, do Governo da Região Autónoma dos Açores.

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Por sua vez o Ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, o ato marca o reforço toda uma relação que é antiga entre os 2 povos e que hoje é materializado através de programas concretos de cooperação. “Os resultados significarão mais uma pedra colocada na consolidação das boas relações de cooperação a nível institucionalização entre os 2 país e na consolidação do processo de desenvolvimento do setor agrário, especialmente aqui em Cabo Verde, concretamente na ilha de Santiago”, afiançou o Ministro. Pretende-se ainda fomentar a realização de trocas comerciais, entre a Região Autónoma dos Açores e a República de Cabo Verde.

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Ministério da Agricultura e Ambiente Célula de Comunicação & Imagem do MAA Rua Visconde S. Januário - Plateau - Ponta Belém, CP.115, Cidade da Praia, República de Cabo Verde GRUPO DE TRABALHO PLURIDISCIPLINAR (GTP) DSAPV/DGASP - DSP/DGASP - DSSER/ DGASP - DSEREA/ DGASP - INMG – DSEGI/DGPOG - SNSAN – ANAS - INIDA Direção Geral da Agricultura Silvicultura e Pecuária CP 278, Achada S. Filipe - Praia


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