Revista Prevenção 2016

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PIRACICABA | LIMEIRA | CAPIVARI | RIO CLARO | AMERICANA

EDIÇÃO 3 OUT’16 / MAR’17

VIDA SAUDÁVEL Alimentos que não podem faltar no seu prato

RADIOTERAPIA Entenda um dos três pilares do tratamento do câncer

MARCIO ATALLA 1, 2, 3 e já! É preciso começar!

SAÚDE

Trombose venosa profunda

ESTÉTICA

Produtos naturais para procedimentos estéticos

LENÇOS

Uma alternativa para levantar a autoestima durante o tratamento

Cássia Menini

“MEU CHÃO CAIU QUANDO LI AQUILO”


câncer de

mama

Tipos Carcinoma ductal: tem origem dos ductos mamários e há vários subtipos. É o mais comum, encontrado em cerca de 80% dos casos. Carcinoma lobular: tem origem nos lóbulos, que são responsáveis pela produção do leite materno. É diagnosticado em cerca de 5% a 10% dos casos. Tratamentos O tratamento depende do estágio da doença. Ele pode consistir em quimioterapia, radioterapia e cirurgia. Medicamentos Quimioterapia: Mata as células que estão crescendo ou se multiplicando muito rapidamente. Cirurgia Ortopedia reconstrutiva adulta: Realiza cirurgia reconstrutiva ou plástica. Mamoplastia: Cirurgia plástica para aumentar ou reduzir o tamanho dos seios ou para reconstruir uma mama. Expansão de tecido: Inserção de um balão sob a pele para, em seguida, expandi-lo gradualmente e esticar a pele e o tecido ao redor. Linfadenectomia: Remoção cirúrgica de um linfonodo. Tumorectomia: Remoção cirúrgica de um nódulo (tumor) no peito. Mastectomia radical: Remoção cirúrgica total da mama, do músculo peitoral subjacente e dos linfonodos. Mastectomia: Remoção cirúrgica total ou parcial da mama. Excisão local ampla: Remoção cirúrgica de uma pequena área de tecido canceroso ou pré-canceroso, juntamente com uma margem de tecido normal. Especialistas Oncologista: Especialista em câncer. Radiologista: Usa imagens para diagnosticar e tratar doenças dentro do corpo. Oncologista de radiação: Trata e gerencia câncer prescrevendo radioterapia. Cirurgião plástico: Reconstrói partes do corpo com problemas, feridas ou ausentes.


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O que é Câncer de mama é o desenvolvimento anormal das células do seio. Essas estruturas crescem de forma desordenada e substituem o tecido saudável. O câncer normalmente começa com um pequeno nódulo, que pode crescer e se espalhar para áreas próximas à mama acometida, como os músculos, a pele e a axila. nódulos

mamilo lóbulos

câncer

Sintomas Nódulo ou tumor no seio, acompanhado ou não de dor mamária

Sensações como calor, inchaço, rubor, escamação

Alteração no tamanho da mama ou na forma da mama

Podem também surgir nódulos palpáveis na axila

Saída de secreção pelo mamilo, sensibilidade mamilar ou inversão do mamilo para dentro da mama

Enrugamento ou endurecimento da mama (a pele adquire um aspecto de casca de laranja)


INFORMAR, CONSCIENTIZAR E PREVENIR

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índice

.6 PREVENÇÃO POSSIBILITA

Editorial

TRATAMENTO MENOS MUTILANTE

.9 COMO USAR OS LENÇOS .10 BOLDRINI .12 MITOS E VERDADES SOBRE

O CÂNCER QUE VOCÊ JÁ SE PERGUNTOU

.14 OLHAR-SE NO ESPELHO .16 RADIOTERAPIA .20 PERCEPÇÕES E EMOÇÕES

A PARTIR DO DIAGNÓSTICO DE CÂNCER DE MAMA

.32 1, 2, 3 E JÁ! É PRECISO COMEÇAR! .34 HOSPITAL DO CÂNCER DE BARRETOS

.36 SARCOMAS DE PARTES MOLES .38 TROMBOSE VENOSA PROFUNDA .40 A ALIMENTAÇÃO COMO ALIADA NO COMBATE AO CÂNCER

.42 PLANTADORES DA ALEGRIA .45 A TECNOLOGIA, A PROTOTIPAGEM E A ODONTOLOGIA

Ao falar a palavra “câncer”, já existe no imaginário comum uma série de imagens, ideias e sentimentos ligados às etapas do tratamento, às causas da doença e suas formas de prevenção. No entanto, ainda há quem, de tanto temor, sequer pronuncie o nome da doença, como há 30, 40 anos, que soava como tabu e usava-se até outros nomes para a doença. Mas por que falar sobre câncer? Felizmente, os tempos são outros, e de lá pra cá muita coisa mudou. O desenvolvimento da tecnologia que permite a detecção precoce, as possibilidades de tratamentos e até as chances de sobrevida com qualidade para os pacientes. Se há algum tempo não falávamos sobre a doença, hoje, quanto maior for o nível de informação das pessoas, maiores serão as chances de combatê-la. Por tudo isso, a Revista Prevenção pretende trazer, não só o tema à discussão e à reflexão, mas falar também sobre saúde, cuidado e qualidade de vida. Se a medicina vencerá a guerra contra o câncer no futuro, não sabemos ainda, mas podemos fazer a nossa parte agora. É PRECISO INFORMAR,

.46 TRATAMENTO PELO SUS .50 MÃO AMIGA - INSTITUIÇÕES

CONSCIENTIZAR E PREVENIR!

Boa leitura! Equipe Revista Prevenção.

QUE AUXILIAM NO TRATAMENTO DE CÂNCER

.62 ABC DO CÂNCER EXPEDIENTE REALIZAÇÃO:

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Os artigos assinados nesta revista são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente a opinião do editor e nem do conselho editorial. É proibida a reprodução total ou parcial do seu conteúdo.



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Prevenção possibilita tratamento menos mutilante Foto: Jéssica Souza

O propósito da prevenção é transformar a doença avançada em uma doença precoce Por JÉSSICA SOUZA

A principal vítima do câncer de mama no Brasil e no mundo é a mulher. A doença representa 25% de casos novos a cada ano, segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva), ainda, dentro desta pesquisa, estima-se que em 2016, 57.960 pessoas serão diagnósticas com o câncer de mama. Entretanto após anos de pesquisas e avanços tecnológicos, a maior arma contra o crescimento e mortalidade desta doença é a prevenção. O médico oncologista Rodrigo Ribas Reis, chefe do departamento de mastologia da Associação Ilumina, instituição de Piracicaba que luta para que pessoas tenham acesso a exames preventivos e também tenham a consciência da importância do diagnóstico precoce, explica os tipos de prevenções que existem para as mulheres combaterem esta doença. FORMAS DE PREVENÇÃO

Reis aponta que há a prevenção primária e a secundária. A primária estima-se em evitar com que as mulheres venham a ter câncer. Mas o que é uma prevenção primária? É fundamentalmente hábitos de vida. “Entre eles, evitar alimentação animal, praticar atividade física, evitar excesso de peso, procurar amamentar e evitar gravidez tardia. Evidentemente, o não uso do cigarro e bebida alcoólica também contribui para a prevenção primária”, informa.Porém, Reis afirma que a mais importante é a prevenção secundária, que é aquela que não se destina a evitar que a paciente tenha câncer, mas destina-se a prevenção da doença avançada. A única e principal ferramenta desta prevenção é a mamografia.

Médico oncologista Rodrigo Ribas Reis, chefe do departamento de mastologia da Associação Ilumina

“É o recurso mais eficaz para se diminuir a mortalidade em câncer de mama. A importância da mamografia é tão intensa que, somente ela, sozinha, e eventualmente outros exames de imagem, quando necessários, são capazes de diminuir 30% o número de mortes em câncer de mama.” FATORES NÃO MODIFICÁVEIS

Dentro da prevenção existem fatores não modificáveis que são relevantes. Um deles é a idade. Quanto maior a idade, maior a chance de câncer de mama. “Existe o câncer em pacientes de 20 e 30 anos? Sim, mas são raros. Tem que levar em conta que o câncer de mama


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CRÉDITOS: Shutterstock

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Mas é exatamente quando não se sente nada, que é a época ideal para se diagnosticar um câncer de mama

A única e principal ferramenta da prevenção é a mamografia

começa a ter essa significativa após os 40 anos. Outro fator a ser avaliado é o genético, entre eles o caso de mamas densas, que tem a característica de conter menos tecido adiposo ou gorduroso, e mais tecido glandular. “Não aumenta as chances de câncer de mama, mas ela dificulta o diagnóstico. Este é um fator que encobre, às vezes, um câncer de mama, é em uma mama densa. Portanto, é necessário agregar." Ainda dentro do fator genético, entra também a questão do histórico familiar, quando parentes de primeiro grau já tiveram câncer de mama. Através de testes genéticos é possível identificar mutações nos genes BRCA₁ e BRCA₂, que são importantes marcadores com predisposição para o desenvolvimento de câncer de mama. "A chance de uma mulher ter câncer de mama é de 12% a 13% no decorrer da vida. Com a história familiar e a presença destes genes, isso vai a 80%”, diz. POR QUE PREVENÇÃO?

Ela destina-se a descobrir tumores menores, diminuindo a mortalidade. “A vantagem de se ter um tumor pequeno, que só aparece numa mamografia, é que esse tumor possibilita um tratamento menos mutilante, a mulher que perderia a mama faz uma cirurgia conservadora, e poderá ter uma quimioterapia mais bran-

da, ou até mesmo, ausentar-se desta quimioterapia”, afirma. Reis informa que nos últimos 15 anos tem se tornado cada vez menos frequentes aquela mulher que nunca fez mamografia. “Ainda existem dificuldades de prevenção na região de Piracicaba, e em regiões menos favorecidas economicamente." Porém, ainda existem casos de mulheres que não atentam-se a este cuidado. “Geralmente, elas alegam desconhecimento e que não sentiam nada. Mas é exatamente quando não se sente nada que é a época ideal para se diagnosticar um câncer de mama”, afirma. O oncologista explica também, que a mulher deve procurar seu ginecologista para fazer estes exames de prevenção. Portanto, a importância do diagnóstico precoce, também conhecido como prevenção secundária, destina-se a: diminuir a mortalidade do câncer, diagnosticar tumores menores e levar a tratamentos menos mutilantes e agressivos. AUTOEXAME NÃO É MAIS EFICAZ PARA A PREVENÇÃO

Segundo Reis, desde o final da década de 90, ele perdeu muito a sua importância. “Hoje, não vê mais cartazes e propagandas valorizando o autoexame, porque percebeu-se que, quando uma mulher descobre um nódulo na mama, provavelmente ele já tem mais de dois e meio centímetros, isso significa que ele não é mais precoce”, explica. “Provavelmente ele já seria detectado na mamografia, até dois anos antes."


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QUIMIOPREVENÇÃO

Reis afirma que, quando se fala de quimioprevenção, é na verdade uma prevenção hormonal. A finalidade é evitar uma exposição excessiva aos estrógeno, hormônio cuja ação está relacionada com o controle da ovulação e com o desenvolvimento de características femininas. Mas o que causa essa exposição excessiva ao hormônio? “A reposição hormonal por mais de dez anos, sobre peso, por que nós sabemos que o tecido gorduroso fabrica estrógeno, e não só o ovário.” Portanto, a quimioprevenção é dar descanso durante sua vida fértil, com períodos de exposição não tão excessivos e não tão constantes ao estrógeno. CIRURGIA PREVENTIVA

A cirurgia é uma mastectomia preventiva, com o objetivo da diminuição de risco ao câncer de mama. Segundo o oncologista, a cirurgia preventiva é muito pouco usada. “No Brasil precisamos de garantias jurídicas para realizá-la, é uma cirurgia que não tem volta, e por mais que esteticamente favorável que seja, a reconstrução da mama traz sequelas e efeitos indesejados”, afirma. Reis informa que as sequelas são da mulher de nunca mais amamentar, a perda de sensibilidade da mama, dor crônica, diminuição de libido, entre outros. "Hoje é melhor que tenhamos critérios mais rígidos nesta escolha, inclusive, que seja comprovado por teste genético, ou seja, fazer o teste para BRCA₁ e BRCA₂”, explica.

PERFIL DO PACIENTE COM CÂNCER DE MAMA

O câncer de mama atinge mulheres acima de 40 anos, como informado no início da matéria. Porém, Reis explica que o perfil desse paciente é exatamente a mulher moderna, o que aumenta o índice de câncer de mama. Este modelo de vida acaba agregando pequenos fatores de risco como a gravidez tardia, ter um filho somente e amamentar por menos tempo. “Por que hoje as mulheres têm emprego, investimento em carreira profissional e estudos, é inegável que isso retarda a primeira gravidez. Pelas mesmas razões, as mulheres não tem muitos filhos e não ficam amamentando muito tempo, como era nas décadas passadas, então esses hábitos acabam expondo a mulher a essas mudanças”, afirma. Há 15 anos, a indicação de mamografia era a partir dos 50 anos de idade, mas com o passar do tempo, começaram aparecer tantos casos antes desta idade, que a Sociedade Brasileira de Mastologia indicou mudar a rotina de prevenção mamografia para os 40 anos. “Pode ser que isso mude no futuro? Sim. A idade mínima para mamografias em quem tem histórico familiar, é um exemplo para que se comece a prevenção antes, pelo menos a partir dos 30 anos”, informa. CÂNCER DE MAMA EM HOMENS

Como todo câncer de incidência, extremamente baixa, não tem prevenção, mas é importante que as pessoas saibam que 1% de câncer de mama ocorrem em homens.

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Quadrados

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1.

Retangulares

Coloque o lenço na posição horizontal cobrindo a nuca

9

Como usar os lenços

Dobre o lenço ao meio, deixando-o triangular. Coloque sobre a cabeça com a dobra para a frente

2.

3.

Faça um nó firme

Segure as extremidades laterais e coloque-as para trás, sobre a ponta que sobrou

1. 2.

Faça um nó na parte de trás, com as duas extremidades

3.

Torça e enrole uma das extremidades, passando-a por cima da cabeça, acima da testa

4.

Amarre-a à outra extremidade. O nó pode ser de lado ou atrás


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BOLDRINI Um centro de excelência no tratamento do câncer infantil Fotos: Divulgação

Por JOANISE SOUZA

Silvia Brandalise, presidente do Boldrini

Maior hospital especializado em câncer pediátrico da América Latina, o Centro Infantil Boldrini trata atualmente cerca de 10 mil pacientes, vindos de diversas cidades brasileiras e alguns de outros países. A maioria (80%) atendida via Sistema Único de Saúde (SUS). Boldrini reúne alta tecnologia em diagnóstico e tratamento clínico especializado, com índice de cura de 70% a 80% em alguns tipos de câncer − comparáveis ao Primeiro Mundo. Fundado em 1978, o Boldrini tornou-se muito mais do que um hospital. Além da missão principal do diagnóstico e tratamento dos pacientes, assumiu um importante papel em programas de educação e capacitação de médicos e outros profissionais de saúde. Reconhecido nacional e internacionalmente como

Hospital de Ensino, o Boldrini se aperfeiçoa continuamente por meio da arte de ensinar. Construído exclusivamente com doações de empresas da sociedade de Campinas e região, o Boldrini foi inaugurado em 24 de maio de 1986. A doação inicial de 1.500 m2 de construção, pelo Instituto Roberto Bosch do Brasil, representou a pedra fundamental e o núcleo de desenvolvimento das atividades do hospital. Hoje, o Boldrini ocupa uma área de 100 mil metros quadrados e conta com Centro Cirúgico, Centro de Radioterapia, Medicina Nuclear e Imagem, Instituto de Pediatria, Centro de Reabilitação, Unidade de Internação, Centro de Transplante de Medula Óssea e Unidade de Terapia Intensiva. O Boldrini oferece hospedagem gratuita para pacientes e familiares.


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ESPAÇO DO BOLDRINI DISPONIBILIZA ATIVIDADES PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES

A estrutura arquitetônica modulada e funcional privilegia o conforto dos pacientes e seus familiares. Médicos especializados em hematologia e oncologia pediátrica aqui desenvolvem seus trabalhos em regime de tempo integral. As unidades da internação são constituídas por nove quartos com banheiro privativo. Nelas, os profissionais médicos e de enfermagem têm amplo controle sobre o que se passa com os pacientes. Quarto para acompanhante, com banheiro privativo, em muito contribui para a tranquilidade da criança e de seus familiares. No total são 77 leitos: oito deles são de terapia intensiva e seis são destinados ao transplante de medula óssea. Brinquedoteca - O Centro Infantil Boldrini conta com uma brinquedoteca terapêutica, construída em parceria com o Instituto Ayrton Senna. Alegria é o que predomina nesse espaço, um sentimento que faz parte da infância e dá força para o tratamento do câncer. Educação – Muitas das crianças diagnosticadas com o câncer são afastadas da rotina escolar para se dedicarem ao tratamento. No Centro Infantil Boldrini, elas recebem educação de dedicados pedagogos. Os mais velhos recebem orientação para os exames vestibulares.

Hospedagem - O trabalho do Boldrini chama a atenção. A instituição recebe pacientes de todo o Brasil e até mesmo do exterior em busca do tratamento contra o câncer. Voluntariado - Uma das bases do Centro Infantil Boldrini é o trabalho voluntário. Além daqueles que ajudam com a prestação de serviço, as doações são fundamentais, pois parte da receita do hospital depende da boa vontade dos parceiros.


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Mitos e verdades sobre o câncer que você já se perguntou

Por JOANISE SOUZA

sável por 90% das mortes por câncer de pulmão, 85% das mortes por doença pulmonar obstrutiva crônica, 30% das mortes por câncer, 25% das mortes por doença coronariana e 25% das mortes por doença cerebrovascular. Além disso, o fumante tende a ter mais problemas nos dentes e gengivas, úlcera péptica, hipertensão arterial sistêmica e osteoporose. Jefferson Luiz Gross - CRM 68099 - Diretor do Núcleo de Pulmão e Tórax do Hospital A. C. Camargo MITO OU VERDADE: TATUAGEM, USO CONSTANTE DO CELULAR, MICROONDAS

Dormir perto do celular dá tumor? Boato é o que não falta. Descubra o que é verdade e o que é mentira sobre a doença. MITO OU VERDADE: O TABACO É FATOR DE RISCO SOMENTE PARA O DESENVOLVIMENTO DE CÂNCER DE PULMÃO

O tabaco é responsável por um em cada três casos de câncer. Além de ser causador de tumores malignos pulmonares, é o principal fator de risco para cânceres de boca, laringe, faringe e esôfago, além de estar diretamente associado aos tumores de rim, bexiga, pâncreas e colo do útero e a outras 50 diferentes doenças. De acordo com estudos médicos, o tabagismo é respon-

E ENXAGUANTES BUCAIS E SÃO FATORES DE RISCO PARA O CÂNCER.

O celular e o microondas emitem uma baixa taxa de radiação. Essa radiação ionizante parece estar relacionada com o aumento no número de alguns tumores neurológicos, mas ainda não é cientificamente comprovado. Para os enxaguantes bucais, a única evidência de que podem influenciar no desenvolvimento do câncer está associada ao uso diário de enxaguantes que contém álcool. As tatuagens também não causam câncer. Porém, especialmente as escuras, podem dificultar exames clínicos e de diagnóstico, como a biópsia, pois escondem as mudanças que acontecem na pele.


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Dr. Luiz Paulo Kowalski - CRM 36404 - Diretor do Núcleo de Cabeça e Pescoço do Hospital A. C. Camargo MITO OU VERDADE: A COR DA PELE INFLUENCIA NO APARECIMENTO DO CÂNCER

Pessoas brancas estão mais sujeitas a apresentar problemas na pele, inclusive câncer. No entanto, mesmo pessoas de pele mais escura como negros e orientais também podem ter a doença, que se manifesta, principalmente, na planta do pé, palma da mão e unhas. Independentemente do tipo de pele, a exposição ao sol, seja no dia a dia ou em momentos de lazer, deve ser acompanhada de cuidados: evite a exposição solar entre 10h e 15h; use chapéus, camisetas e protetor solar; reaplique o protetor a cada duas horas; e na praia utilize barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. Dr. João Pedreira Duprat Neto - CRM 49571 - Diretor do Núcleo de Câncer de Pele do Hospital A. C. Camargo MITO OU VERDADE: O USO DE SUTIÃS COM ARO, DESODORANTE ANTITRANSPIRANTE E PRÓTESE DE SILICONE SÃO FATORES DE RISCO PARA O CÂNCER DE MAMA.

Esse mito se espalhou rapidamente via internet, mas não é verdade. O câncer de mama não tem relação com trauma, tipo de sutiã ou desodorantes. O que muitas vezes ocorre é que as mulheres que sofrem um trauma

qualquer na mama, ao apalparem o local da batida percebem nódulos (bolinhas ou caroços) que nunca haviam percebido, mas que já estavam lá. Dr. Hirofumi Iyeyasu - CRM 48361 - Titular do Núcleo de Mastologia do Hospital A.C.Camargo. MITO OU VERDADE: O CÂNCER É HEREDITÁRIO.

O câncer não é uma doença prioritariamente hereditária, muito longe disso. Na verdade, apenas 1 em cada 10 tumores diagnosticados tem relação comprovada com herança familiar. Com isso, acredita-se que 9 em cada 10 casos da doença estão ligados à interação do ser humano com o meio ambiente, seja por hábitos nem sempre saudáveis, seja por meio da exposição a fatores e agentes de diferentes origens. A doença tem uma base genética, mas as alterações gênicas envolvidas no câncer ocorrem de forma hereditária em apenas 10% dos casos. Em todos os outros casos, essa alteração genética pode ser causada pelo cigarro, álcool, raios solares, alimentação carregada de conservantes, contatos com substâncias químicas nocivas e até mesmo por inúmeros vírus ou bactérias como HPV, Hepatites B e C, dentre outros. Dr. Luiz Paulo Kowalski - CRM 36404 - Diretor do Núcleo de Cabeça e Pescoço do Hospital A.C.Camargo

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Olhar-se no espelho Durante o tratamento é importante trabalhar a autoestima e sentir-se bonita Por JÉSSICA SOUZA

Quando a paciente recebe o diagnóstico do câncer, inicia-se uma nova fase em sua vida. Além de toda a preocupação de como será o tratamento, muitas vezes a autoestima é abalada devido aos efeitos colaterais da doença, como queda de cabelo, ressecamento da pele e unhas fracas, tornando a questão da beleza um assunto muito delicado. Assim, valorizar a autoestima através de cuidados estéticos melhora a qualidade de vida da paciente. Cada tratamento deve ser avaliado criteriosamente pelo médico que acompanha. Durante o tratamento, o corpo da mulher passa por diversas transformações. Com a quimioterapia e radioterapia, a paciente sofre diversos efeitos colaterais, entre eles, a queda dos cabelos, da sobrancelha e dos cílios. As perucas são um ótimo recurso, as quais pacientes com câncer podem recorrer para aumentar a autoestima, porém existem outras alternativas que ajudam nesta fase, como os lenços e chapéus. Existem dois tipos de perucas, a de cabelo humano ou material sintético. As perucas sintéticas são mais fáceis de serem cuidadas, pois mantêm a forma após serem lavadas e também possuem custo mais acessível, já as de cabelo humano são bem mais naturais e precisam dos mesmos cuidados que qualquer cabelo necessita. “Experimente as perucas, olhe-se no espelho e escolha a que faça você se sentir melhor e mais confiante, com peruca ou lenço, o importante é se sentir bem e bonita”, relata a proprietária do espaço Vana Lourenço Cabelo

e Estética. Os aspectos da pele também mudam, uma pele oleosa tende a ficar temporariamente mais seca e escamosa, o tom da pele também altera, algumas ficam mais pálidas, coradas ou bronzeadas. Todas essas transformações acontecem, pois durante o tratamento, o sistema imunológico é enfraquecido, portanto, alguns cuidados especiais devem ser tomados na hora de escolher os cosméticos a serem utilizados, consultando sempre um profissional especializado. Vana relata que se manter bonita e bem cuidada serve como um remédio e não há uma receita única a ser seguida, mas trabalhar a autoestima é muito importante, para enfrentar a doença de bem consigo mesma. “Cada mulher descobre por si só como seguir adiante, devemos ajudá-la a manter a sua qualidade de vida.” UNHAS

Vana informa que neste período as unhas podem ficar mais fracas e até escamar. Portanto, o ideal é evitar esmaltes e focar na hidratação das unhas. “Evite tirar cutículas, fazer as unhas em lugares que você não conhece e utilizar unhas postiças. O ideal é usar hidrante concentrado nelas”, afirma. MAQUIAGEM

Antes de iniciar a maquiagem, é importante a higienização das mãos. A pele seca e escamada pode facilitar a entrada de bactérias e causar infecções. “Mantenha a pele hidratada e escolha somente produtos autorizados


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Foto: Jéssica Souza

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Equipe do salão Vana Lourenço - Cabelo e Estética está junto na campanha Outubro Rosa

pelo seu médico, e sempre que possível utilize aplicadores descartáveis, como algodão, esponjas e cotonetes”, afirma Vana. Outra dica importante: antes de passar a base, aplique filtro solar facial. “Se a pele estiver manchada, use base em tom mais claro ou escuro, entretanto, ela deve corresponder ao seu tom de pele normal, para dar uma aparência mais saudável”, informa. O uso do corretivo é ideal para corrigir olheiras e manchas. “É bom utilizar corretivos cremosos, evite em pó, pois realça a escamação da pele.” Para as bochechas, o uso do blush dará vida a pele. “Também é recomendável o uso de blushes em creme ou em bastão. Escolha

um tom mais adequado a sua pele”, relata Vana. O uso do lápis ou sombra é recomendado para redesenhar a sobrancelha. “Combine o tom da sobrancelha com a cor natural do cabelo ou peruca. Caso não se sinta confiante, procure um maquiador para auxiliar”, informa. Para realçar o olhar, o uso de cílios postiços também é uma alternativa, mas é preciso cuidado na escolha do produto. Existem cílios inteiros, e alguns vêm até com um adesivo. Um delineado caprichado faz toda a diferença na hora de realçar o olhar. O salão Vana Lourenço está disponibilizando dicas de automaquiagem para mulheres em tratamento que buscam auxílio de como colocar as dicas acima em prática.


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Com o médico radioncologista Dr. Vinícius Moschini Por JOANISE SOUZA

Dr. Vinícius Moschini

Outras áreas que a radioterapia é usada exclusivamente, de acordo com ele, são os tumores de canal anal e em alguns tumores de esôfago. “Nesses casos, após o término da radioterapia as lesões acabam sumindo não havendo necessidade de fazer um tratamento cirúrgico”, completa. PODE SER USADA EM CONJUNTO

O QUE É RADIOTERAPIA

A radioterapia é uma técnica usada no tratamento de câncer que possui como principais objetivos destruir um tumor, impedir o aumento de suas células e evitar seu reaparecimento através do uso de radiação ionizante. “A radioterapia é um dos três pilares do tratamento do câncer que são a radioterapia, a quimioterapia e a cirurgia”, destaca o médico. É USADA QUANDO...

Em muitos casos, como tumores de cabeça e pescoço, tumores de próstata, tumores de pulmão, que são tumores sensíveis à radiação. “São células malignas que tem uma forte resposta ao tratamento da radioterapia, ou seja, elas morrem com mais facilidade com o uso da radiação”. Segundo o médico, o uso da radioterapia nesses casos é importante porque muitos pacientes não têm condições cirúrgicas quando tem uma doença como essa, seja pela idade, seja por problemas de saúde que oferecem grandes riscos cirúrgicos.

Essa técnica pode ser feita de forma isolada ou então usada em conjunto dependendo do tipo de câncer e da condição do paciente. “Quando a radioterapia é realizada para potencializar a eficácia de outro tipo de tratamento, é denominada terapia adjuvante”, diz. COMO ELA AGE

A radiação destrói as células cancerígenas, danificando seu DNA, as moléculas que contêm a informação genética, que destrói a sua capacidade de se dividir e se reproduzir. Moschini explica que o tratamento pode atingir as células normais, por isso surgem os efeitos colaterais, no entanto, as células saudáveis possuem um tecido altamente especializado e possuem um mecanismo que consertam esse dano causado pela radiação. “As células normais são mais capazes do que as células cancerosas de se recuperar e reparar dos efeitos da radiação”, explica o radioncologista.

Foto: Joanise Souza

RADIOTERAPIA


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Acelerador linear de partículas

Radiação Placa de Chumbo

EFEITOS COLATERAIS

A radioterapia, assim como a quimioterapia, pode gerar efeitos colaterais e sua intensidade varia de acordo com a dose, tipo de radiação e a área tratada. Dentre os principais efeitos colaterais conhecidos, destacam-se o cansaço, perda de apetite, vômito, diarreia, dificuldade para alimentar-se e reações na pele, tais como irritação, coceira, queimaduras e vermelhidão. “Diante desses efeitos, recomenda-se evitar bebidas al-

coólicas, evitar alimentações muito gordurosas, evitar a exposição da área irradiada ao sol, pois isso aumenta o efeito colateral. Adotar uma alimentação saudável, a prática de atividades físicas de pequena intensidade, além de tomar muito líquido. Aliás, o líquido é muito importante, pois o tratamento com radiação acaba desidratando esse paciente”, destaca.


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Incidência de câncer no Sudeste para 2016 Fonte: Inca

Localização Localização primária primária

Localização Localização primária primária

Próstata 26,9%

26,9%

Mama feminina Mama feminina 30,3%

Cólon e Reto Cólon 10,5% e Reto

10,5%

Cólon 10,1% e Reto Cólon e Reto

10,1%

Traqueia, a, brônquio e brônquio pulmão e pulmão 8,2%

8,2%

Colo do5,0% útero Colo do útero

5,0%

Cavidade oral Cavidade oral 6,3%

6,3%

Traqueia, Traqueia, brônquio e brônquio pulmão e pulmão 4,7%

4,7%

Estômago Estômago 6,0%

6,0%

Corpo do4,3% útero Corpo do útero

4,3%

Bexiga

Bexiga 4,3%

4,3%

Estômago Estômago 3,5%

3,5%

Esôfago

Esôfago 3,6%

3,6%

Laringe

Laringe 2,8%

Próstata

Ovário

30,3%

Ovário 3,0%

3,0%

2,8%

Linfoma não Linfoma Hodgkin não Hodgkin 2,9%

2,9%

Linfoma não Linfoma Hodgkin não Hodgkin 2,7%

2,7%

Glândula tireoide Glândula tireoide 2,7%

2,7%

Leucemia Leucemia 2,6%

2,6%

Cavidade oral Cavidade oral 2,3%

2,3%


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Tipos de câncer mais comuns no Brasil

Fonte: Inca

Câncer de cavidade oral Câncer de laringe

Câncer de traqueia, brônquio e pulmão

Câncer de esôfago Câncer de bexiga Câncer de próstata

Câncer de glândula tireoide Câncer do sistema linfático

Câncer de mama Leucemia

Câncer de estômago Câncer de cólon e reto Câncer do colo do útero, corpo do útero e ovário


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Cássia Menini

Percepções e emoções a partir do diagnóstico de câncer de mama Por JOANISE SOUZA

Foto: Nathália Carvalho

Nos últimos anos, os tratamentos para combater o câncer vêm aumentando em quantidade e qualidade, o que fez com que a doença se tornasse menos fatal. Mas isso não muda o choque que a notícia da doença causa nos pacientes e familiares. “Meu chão caiu quando li aquilo. A cabeça fica a mil, você não sabe muito bem no que pensar. Sim, a gente se desespera. Chora copiosamente”. Esse é parte do relato da publicitária Cássia Menini, 31 anos, que recebeu o diagnóstico do câncer de mama no início desse ano. Ela é de Rio Branco, no Acre, morava em Manaus, no Amazonas, quando recebeu a notícia e está temporariamente em Barretos, no interior de São Paulo, em tratamento no Hospital do Câncer.

Meu chão caiu quando li aquilo. A cabeça fica a mil, você não sabe muito bem no que pensar. Sim, a gente se desespera. Chora copiosamente

“Eu já havia sentido um caroço no seio durante o banho. Vinha tendo constantemente cistos de líquido e vinha fazendo o controle e acompanhamento a cada quatro meses. Imaginei que fosse outro desse e esperei mais tempo para ir ao médico”.

“Foi um choque!”. Isso fez com que ela deixasse de lado o acompanhamento que fazia. “Tive depressão, alopecia areata (queda de cabelo acentuada que provoca o aparecimento do couro cabeludo, de origem pós-traumática) e acabei deixando pra lá para cuidar deste luto”, conta. Isso aconteceu em abril de 2015. O DIAGNÓSTICO

Nesse período, um acontecimento doloroso a abateu. O namorado, com quem estava havia 10 anos, faleceu.

Ao dar continuidade aos exames, em janeiro de 2016, uma ultrassonografia atestou a presença de um nódu-


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Geralmente o que sabemos é somente o que a mídia diz e quando você recebe um diagnóstico e começa a pesquisar vê muito mais

lo. Ela realizou uma biopsia e, ainda no laboratório, viu a tão temida palavra: Carcinoma. O mastologista confirmou. No caso dela, já em estágio avançado, na mama direita. As dificuldades no tratamento da doença junto aos planos de saúde a levou a buscar alternativa junto ao Hospital do Câncer de Barretos (HCB), onde está fazendo tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ao chegar ao HCB, Cássia trouxe a amostra da biópsia colhida em Manaus para reavaliarem. “Soube mais do que o diagnóstico local poderia me falar. Meu subtipo é um Triplo Negativo, um tipo raro em que a disfunção que acarretou o câncer não foi hormonal. Acontece somente entre 15% a 20% de todos os casos de Câncer de Mama do mundo. É bem agressivo e o mais difícil de tratar, pois não possui muitos estudos e tratamentos com respostas assertivas”, relata. A notícia a deixou mais preocupada ainda. “Foi, mais uma vez, um chão caindo”, completa.

O IMPACTO EMOCIONAL

“Será que eu consigo?”, questionava a publicitária após receber o diagnóstico. Inevitavelmente, a primeira coisa que vem à cabeça do paciente é que ele pode (ou vai) morrer da doença. Por isso, encontrar o apoio e acolhimento logo no primeiro momento é essencial. “No começo, senti muita frieza com o tratamento ao paciente. Você fica assustada, desamparada, não sabe como tem que lidar com tudo. E muitas vezes os profissionais não estão preparados para lidar com tudo isso”, queixa-se. Naquele momento, as dúvidas eram muitas, afinal, sobre a doença, Cássia sabia pouco. Passado o primeiro impacto, foi buscar informações. “Geralmente o que sabemos é somente o que a mídia diz e quando você recebe um diagnóstico e começa a pesquisar vê muito mais. Sabia que o câncer de mama também atinge os homens?”, indaga.


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Foto: Arquivo Pessoal

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CUIDANDO DAS EMOÇÕES

Aos poucos, Cássia descobria o quanto a medicina evoluiu e que muita coisa já é realidade nos hospitais e tratamentos. Descobriu também que existem exames que detectam tumores mesmo com um centímetro, e que aquilo não era uma sentença final. “À medida que vamos falando com os médicos, conhecendo mais e vivendo mais dentro do diagnóstico, vemos o quanto tem possibilidades de tratamentos, exames, quimioterápicos”, diz. Antes de chegar a Barretos, Cassia conta que já fazia psicoterapia há algum tempo em Manaus. “Minha terapeuta continua me acompanhando, mesmo que à distância, inclusive através das redes sociais. Mas não há como ter consultas”. O HCB oferece acompanhamento psicológico para todos os pacientes e possui uma exclusiva para a mama. “O tratamento é mais pontual, mas ainda assim tem sido de extrema importância”. Outras ações que realizam são os Grupos de Apoio às Mulheres Mastectomizadas (GAMMA). Assim, uma ajuda à outra, com depoimentos e, às vezes, alguns médicos convidados para tirar dúvidas. “O importante é buscar a melhor forma de continuar a vida como antes e com segurança”, completa. ENCARANDO O TRATAMENTO

Em outubro, quando a publicitária conversou com a Revista Prevenção já havia realizado a cirurgia que

retirou 100% do tumor. A intervenção cirúrgica foi adiantada, segundo ela, porque os quimioterápicos não estavam fazendo efeito e o tumor continuava crescendo. “Perdi a mama completa, a axila direita, o músculo peitoral menor inteiro e parte do músculo peitoral maior. Foram necessários para tirar o tumor todo com margem de segurança”, relata. Embora ainda haja muitos incômodos, com os avanços no tratamento do câncer, os profissionais da área oncológica, hoje, contam com maneiras mais eficazes de tratar a doença com o mínimo de efeitos colaterais para o paciente. “Não cheguei a vomitar. Os quimioterápicos estão mais evoluídos atualmente, neste quesito. Mas senti muito enjoo com cheiros fortes. O gosto dos alimentos muda muito e você tem que engolir mesmo com gosto ruim na boca. É importante comer para não deixar a imunidade cair mais ainda”, conta. O HOSPITAL

No Hospital do Câncer de Barretos, Cássia está sendo acompanhada por uma equipe multidisciplinar. Cada paciente passa por diversas especialidades. "Estou sendo acompanhada, simultaneamente, por oncologista, cirurgião-oncoplástico, residentes de medicina, psicóloga, nutricionista, fisioterapeuta, clínica-médica (devido a um coágulo que tive), entre outros’’, detalha. Em outubro, inicia o mapeamento genético para saber a probabilidade de voltar a ter. No caso dela, não há histórico familiar desta doença.


Foto: Joanise Souza

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O HCB recebe pacientes de todos os estados brasileiros com um serviço 100% SUS, conta com médicos especializados, produz pesquisas para aumentar os índices de cura e possui uma estrutura física e tecnológica inspirada nos melhores hospitais oncológicos do mundo

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O HCB recebe pacientes de todos os estados brasileiros com um serviço 100% SUS, conta com médicos especializados, produz pesquisas para aumentar os índices de cura e possui uma estrutura física e tecnológica inspirada nos melhores hospitais oncológicos do mundo. Cássia fará parte de um mapeamento realizado com todas as pacientes de mama com menos de 35 anos. Vai durar de 2 a 3 meses, mas é um alerta futuro. “Caso encontrem alguma mutação, todas as mulheres com grau de parentesco relacionado a mim serão chamadas também para fazer exames. É bem completo o acompanhamento”, destaca.

Na Fisioterapia, Cássia conheceu outro exemplo. Um paciente de Minas Gerais que perdeu as cordas vocais devido a um câncer no esôfago. “Ele está treinando para falar pelo orifício da traqueostomia. E ele adora conversar. É uma lição de vida”. E aconselha. “A você que está lendo isso, eu deixo a mensagem: se você estiver num dia ruim ou desanimado, vá passar um dia no Hospital de Tratamento de Câncer da sua cidade. Eles aceitam voluntários. E depois me diga o que isso fez para você”. Para Cássia, esse momento tem sido uma oportunidade única de rever toda a sua vida e valores. “A vida é muito mais do que as preocupações que temos, muitas vezes, mesquinhas. O que importa é a vida, estarmos saudáveis, sempre ajudando ao próximo e sorrindo”. CONSELHOS PARA QUEM ESTÁ LUTANDO PARA SUPERAR A DOENÇA

POSITIVIDADE SEMPRE!

Em suas redes sociais, na internet, Cássia compartilha alguns momentos do tratamento. Decidiu encarar a doença “nos olhos” e enfrentá-la. “Quero tentar ajudar quantas pessoas eu puder. Seja alertando a todas e todos nos exames preventivos, seja mostrando que o tratamento não é um bicho de 7 cabeças. Claro, tem dias bons e ruins”, afirma. A publicitária tem se inspirado em exemplos de força e superação. “Todos os dias, vejo verdadeiras lições de vida”. Cássia, conta que tem uma amiga com quem faz quimioterapia que recebe tratamento paliativo, pois o seu câncer é inoperável. Ele está no peritônio, que reveste os órgãos do abdômen e, mesmo assim, é a prova de que vencer o câncer também significa saber conviver com a doença. “Recentemente teve uma complicação e fez a cirurgia de colostomia. Ficará com ela para sempre. E, dois dias depois, estava na Festa do Peão de Barretos. Não deixa a peteca cair, é a pessoa mais animada que existe”.

Cortar relações com pessoas que lhe trazem sentimentos ruins é um dos conselhos da publicitária. “Tenha ao seu lado somente pessoas que possam te apoiar e ajudar neste momento, com mensagens positivas. Tenha um hobby, seja ele artesanato, leitura, jardinagem, exercícios (sim, o exercício é fundamental pra combater a doença. Eu não fiz e acabei com um coágulo no pulmão). E, o principal, tenha fé. Seja qual for sua religião, busque a sua fé. Reavalie sua vida, sua relação com o mundo, com o meio ambiente. Faça terapia. Com médicos ou com as amigas mesmo. Evite bebidas alcoólicas, produtos industrializados e os embutidos em geral (são cânceres para viagem!). Tenha fé e esperança. Esta luta é somente sua e só você pode olhar ela de frente e combater. Então seja esta guerreira”. É VIDA QUE SEGUE

Cássia demonstra uma sensibilidade que derruba qualquer pessimista. Um furacão de esperança comprimido em pouco mais de um metro e meio de altura. “Temos que arranjar forças, não se sabe de onde, para encarar o que vier. O importante é se manter positivo e encarar a doença de frente, nos olhos”, encoraja. A publicitária tem dado tudo de si para conquistar a cura definitiva, mas sabe que depois de receber alta, ainda precisará o acompanhamento por um período de cinco anos. Mas, agora, só quer viver um dia de cada vez. “Nesse momento, meu plano é receber a alta”, finaliza.


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O acesso aos remédios de alto custo não fornecidos pelo SUS Reflexão sobre o julgamento no supremo tribunal federal DIEGO VANDERLEI RIBEIRO E FELIPE FERNANDO FRANCHI Ribeiro e Franchi Sociedade de Advogados

Foto: Joanise Souza

www.ribeiroefranchi.com.br

No dia 28 de Setembro de 2016, gerou repercussão nacional a retomada pelo Supremo Tribunal Federal do julgamento de dois recursos (n. 566471 e 657718), que tratam de duas situações distintas porém, conexas. No primeiro caso, o Tribunal deveria decidir se o Estado tem o dever de fornecer a favor de pacientes de enfermidades raras e graves, remédios de alto custo que não estão disponíveis na lista do Ministério do Saúde; enquanto que o segundo recurso diz respeito do dever estatal de fornecer remédios que nem sequer estejam registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). O Sistema Único de Saúde (SUS) possui o programa “Farmácia Popular do Brasil”, que subdivide-se em duas formas de distribuição de medicamentos, o “Rede Própria” e o “Aqui tem Farmácia Popular”. Ambos, tem como objetivo a distribuição gratuita ou a venda a baixíssimo custo de remédios de combate às mais diversas formas de doenças. Já a ANVISA, é o órgão público responsável por aprovar o uso de determinado medicamento no território nacional, através da realização de diversos testes laboratoriais. No entanto, para o controle ou a cura de algumas doenças graves e raras, o médico prescreve a utilização de certos medicamentos mais eficazes, mas que ainda não foram aprovados pela ANVISA ou, muitas vezes, que

não são distribuídos pelo SUS através dos programas elencados acima. De modo que o cidadão fica privado de obter acesso ao remédio que poderá promover-lhe a vida! É certo que a Constituição Federal, em seu artigo 196, diz que a saúde é “dever do Estado”, sendo que qualquer cidadão tem o direito de pleitear ao Poder Judiciário, a obtenção de remédios que pelo alto custo são inacessíveis à maioria da população. O número de pessoas que batem às portas do Judiciário com tal objetivo é cada vez maior, o que vem desencadeando gastos elevadíssimos do Estado no atendimento às liminares concedidas. Dados demonstram que somente o estado de São Paulo, desembolsou no ano de 2014 cerca de R$ 394 milhões de reais no pagamento de remédios e demais tratamentos conseguidos por cidadãos através de processos judiciais. É justamente essa dicotomia que está sendo analisada pelo STF: Qual é o bem maior? O Direito à vida e o acesso à saúde de todos os cidadãos brasileiros, ou a proteção dos cofres do Estado? Bem, levando em consideração que a Polícia Federal estima que cerca de R$ 42 bilhões foram desviados da Petrobrás entre 2004 e 2014, podemos concluir que a proteção financeira do Estado deve ser realizada através do combate incansável à corrupção (doença endêmica estatal que fere de morte toda a população brasileira) e não por meio da limitação do cidadão ao acesso de medicamentos. Esperamos que o Supremo Tribunal Federal também pense e julgue a partir desse princípio.


Crédito: Isa Silvano

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O Plano é Viver Por JÉSSICA SOUZA

Paula Altafin Lopes enfrentou em 2012, 16 quimioterapias, 28 radioterapias e toma diariamente um medicamento específico pra quem teve câncer de mama, para o período de dez anos. Ela descobriu o câncer por meio do autoexame, e por ter um histórico familiar da doença, no qual avó materna, tia e mãe já foram diagnosticadas com o câncer de mama, já tornava os exames de prevenção uma regra em sua vida. “O câncer foi um tumor na mama direita, em que foi feito adenomastectomia (retirada da mama) e colocada uma prótese de silicone e outro tumor na axila direita, onde foi feito o esvaziamento axilar, essa cirurgia fiz em 2013. Em 2015 fiz adenomastectomia na mama esquerda por prevenção”, afirma.

Não pense que não vou chorar, ficar triste, vou, mas vai ser só hoje, amanhã começa minha batalha

Paula recebeu o diagnóstico do câncer de mama em 2012

QUEDA DOS CABELOS

A empresária afirma que todo o processo do tratamento é muito difícil, mas sentir os cabelos caindo, mexeu muito com ela. “É como se você estivesse se desfazendo a cada dia, para nós mulheres creio que essa parte é complicada, somos vaidosas, mas fiquei bem quando raspei a cabeça, me senti leve, não usei lenço e nem peruca, o lenço me deixava com ar de doente, e eu não estava doente, era só uma fase”, afirma. TRATAMENTO

Paula relata que quando recebeu o dignóstico, não se sentiu tão surpresa, por conta deste histórico familiar, porém, não esperava ter tão jovem, aos 35 anos. “Respondi ao médico com um sorriso, estava tranquila e serena. Já meu pai ficou muito nervoso. Falei para o médico, não pense que não vou chorar, ficar triste, vou, mas vai ser só hoje, amanhã começa minha batalha e quero saber qual o primeiro passo!”, relata.

Paula relata também que sentiu muitos efeitos colaterais com a quimioterapia e radioterapia. “Náuseas, fiquei sem paladar e sem sentir o cheiro das coisas por um período, dores que nunca pensei que fosse sentir na vida, dor na ponta dos dedos da mão, as unhas ficaram ocas, um mal-estar que me acompanhou nessa fase toda. Mas nunca deixei de fazer nada e nem me abater, estava em todos os lugares no meu limite, nada que comprometesse o tratamento.”


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Crédito: Jéssica Souza

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A dica de Paula é que as pessoas nunca percam a fé durante o tratamento

Sentir os cabelos caindo é como se você estivesse se desfazendo a cada dia Ela comenta também que fez acupuntura para melhorar as náuseas, mas que não optou por acompanhamento psicológico. “Acho muito importante as pessoas procurarem esses profissionais, eu não senti necessidade, estava bem convicta, confiante e segura de tudo que estava passando, a cabeça comanda o corpo, para mim 70% do tratamento é a forma de como você o encara”, diz.

da guarda, eu não poderia encarar essa fase de outra forma, ela é nosso maior exemplo!” A mãe de Paula recebeu o primeiro diagnóstico aos 33 anos, depois foram mais cinco diagnósticos. “Hoje ela está com 63 anos, então eu já sabia o que me esperava, mas só quando você sente na pele, é que entende que a luta é diária. Ela sempre me disse que o câncer é um leão que você tem que matar todos os dias, para que ele não te devore, e ela tinha razão”, afirma. A dica que a empresária dá é que as pessoas nunca percam a fé. “Somos bem mais fortes do que pensamos, que viva essa fase da melhor forma possível, se ainda não deu certo, é porque ainda não é o fim.” QUESTIONAMENTOS

FORÇA E POSITIVIDADE

O plano principal de Paula é viver, como ela afirma “a vida é uma só”. “Eu apenas agradeci a Deus por ser só isso. Meus amigos foram muito presentes nessa fase. Minha família esteve ao meu lado sem desanimar, nos piores momentos eles estavam lá, dispostos a tudo. Minha mãe, que é o pilar de nossa família, meu anjo

Paula afirma que com esta experiência, percebeu muitas falhas no sistema de saúde. “Precisamos de mais profissionais na área da oncologia, hospitais especializados nessa área, que o resultado dos exames saiam mais rápido, que os tratamentos comecem o quanto antes. Quanto mais cedo a doença é descoberta mais alta é a chance da cura.”


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Descobri que Deus existe Em 2012, Claudia Monte Bello, 45, professora, havia realizado um antigo sonho: fazer a cirurgia de prótese de mama, conhecida como a prótese de silicone. Antes da cirurgia foram realizados diversos exames para avaliar suas condições de saúde, até mesmo ultrassom. Os resultados mostraram que ela estava em perfeito estado para proceder com a operação. Mas foi durante o processo de recuperação que Claudia percebeu que algo estava errado. “A mama esquerda foi bem, porém, a mama direita não, sempre um pouco avermelhada e não cicatrizava. Entramos com antibiótico e começamos uma batalha de pesquisas para saber o que estava acontecendo, até que o cirurgião plástico me encaminhou para a minha ginecologista”, conta. Com a médica foi realizado uma ressonância. Os resultados mostraram um possível carcenoma. “Ela me encaminhou para uma mastologista que pediu para examinar tudo de novo, pois não era possível perceber o carcenoma na mama, com isto, foi feito também uma biópsia”, explica.

Fiquei alguns minutos em silêncio, tentando entender tudo que ela tinha me falado. Logo questionei, vou morrer?

Foto: Jéssica Souza

Por JÉSSICA SOUZA

Atualmente, Claudia coordena o projeto Apodere-se, da Associação Ilumina, com o intuito de trabalhar a autoestima de pacientes O DIAGNÓSTICO

Em 24 de dezembro, de 2012, às dez horas da manhã, Claudia recebeu a ligação de sua médica. “Ela disse para eu buscar os exames, mas que precisava conversar comigo e com o meu marido. Ainda assim eu fui confiante”, afirma. Ao chegar no consultório, a médica informou que havia uma notícia para dar, mas que não era tão boa e nem tão ruim. “Que realmente eu tinha um câncer. Mas a notícia boa é que ele estava em estágio inicial e outra, hoje o câncer tem cura. Fiquei alguns minutos em silêncio, tentando entender tudo que ela tinha me falado. Logo questionei, vou morrer?”, conta.Ainda na


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Comecei minhas quimioterapias. Achava que a mastectomia tinha sido o pior momento, mas estava enganada conversa com a mastologista, Claudia teve outra notícia: a cirurgia já estava marcada. “Aquilo me assustou. Ela me apresentou duas opções, a cirurgia conservadora, que retirava o quadrante da mama e posteriormente teria que fazer quimioterapia, em alguns casos, até radioterapia, ou a mastectomia radical, na qual o perigo de ter uma célula perdida é bem menor, mas que mesmo assim, o quadrante é muito funcional. Não pensei duas vezes, respondi que queria tirar a mama toda. Já que tinha que entrar num processo de cura, queria entrar no mais próximo possível”, afirma. O DIA DA CIRURGIA

No dia 15 de janeiro, Claudia foi submetida à mastectomia radical. Com o apoio de seu cirurgião plástico, o mesmo se ofereceu para acompanhar a cirurgia e fazer uma pré- reconstrução da mama, por meio de um expansor de silicone. “Até então achei que estava tudo resolvido. Mas quando chegou a minha hora, fiquei muito nervosa, chorei muito. Me perguntava, e agora, será que estão falando a verdade para mim?”, diz.

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quimioterapias. Achava que a mastectomia tinha sido o pior momento, mas estava enganada”, relata. Claudia afirma que não sabia exatamente o que era uma quimioterapia, e que isso a deixou mais nervosa. “Nós não temos conhecimento do que é o câncer, um quadrante, masectomia, expansor, até você viver isso. Por isso quero ser uma disseminadora destas informações. Explicar como funciona, dizer que dói mesmo, que se sente mal mesmo, que é difícil quando o cabelo começa a cair. Ninguém vai se informar, ainda mais de uma doença que não a pertence”, diz. Durante o tratamento com a quimioterapia, a professora afirma ter passado por um desgaste físico e mental muito grande. “Passei muito mal, por mais que as pessoas estivessem ao meu redor, é um momento singular, só seu, você não consegue explicar o que está sentindo. Eu não queria ver ninguém, comer com alguém, passar mal na frente das pessoas, entre outros. A visão nossa é muito diferente de quem está do outro lado, podem dizer que você está linda, mas você sabe que não está. Vive numa corda bamba e cria mecanismos de defesas”, relata. Outra forma de passar pelo tratamento foi fazer uma peruca com o próprio cabelo. “Imaginei que iria me sentir melhor, mas quando meu cabelo caiu, percebi que estava entrando em outra vida. Não tinha por que pegar o cabelo da ‘Claudia’ e fingir que nada estava acontecendo”, diz. DESCOBERTAS DA VIDA

A cirurgia mexeu muito com o estado emocional da professora. Ao acordar e ver que estava sem uma mama, Claudia conta que chorou muito. Até mesmo, durante a recuperação da cirurgia, se negava a olhar no espelho. “Depois deste processo, fui encaminhada para outro médico, um oncologista. Então comecei minhas

Nós não temos conhecimento do que é o câncer, até você viver isso

Após seis meses de tratamento, com o término em agosto de 2013, Claudia enfatiza que descobriu muitas coisas boas, e que poderá passar para outras pessoas. “Deus foi muito presente na minha vida, se tem algo que descobri com essa doença, é que Deus existe. Optei em não ter acompanhamento psicológico, mas no fim, Deus foi meu psicólogo. Meu projeto a longo prazo é ser feliz”, afirma. Atualmente, Claudia coordena o projeto Apodere-se, da Associação Ilumina. A iniciativa tem o intuito de trabalhar a autoestima de pacientes que estão vivendo estas transformações do corpo, por conta do tratamento oncológico.


Não se isole do mundo, isso é a pior coisa a fazer Por JOANISE SOUZA

do sistema imunológico do organismo. E assim como muitos, Nery não sabia nada sobre a doença. “Tudo para mim foi novidade”. Foi o surgimento de nódulos no pescoço que fez com que ele acendesse o alerta. “Procurei um médico e por meio de uma biópsia constatou que eu estava com a doença”, conta. Do diagnóstico ao inicio do tratamento foi rápido. O que, infelizmente, não é realidade de muitos pacientes. A demora mesmo foi em entender o que estava acontecendo. “Demorou a cair a ficha. A maior preocupação nesse momento é o de não ter cura, de achar que não vai sair dessa”, relata. A busca por um especialista foi o que tranquilizou Nery. “Percebi que não era um bicho de sete cabeças”. Mais calmo, ele iniciou o tratamento. Meses após o tratamento, Nery conheceu esposa a Mariana que tem um filho, Pedro.

Os especialistas são unânimes em afirmar que a situação psicológica negativa colabora com o aumento da sensação de dor e maior desconforto físico durante o tratamento do câncer. Nesse momento, não ter incorporado à vida de um doente fez toda a diferença para Rodrigo Edward Nery, 33 anos, Químico Industrial, que venceu o Linfoma de Hodgkin, há quatro anos. “Mantenha contato com seus amigos e familiares, passeie, mas claro, tomando todos os cuidados necessários”, aconselha. O linfoma de Hodgkin ou doença de Hodgkin é um tipo de câncer que começa nos linfócitos, que são parte

O TRATAMENTO

Cirurgia, radioterapia e quimioterapia integram o amplo arsenal na luta contra a doença. No caso de Nery, a quimioterapia foi indicada para o seu tratamento. Não foi fácil, segundo ele. No entanto, hoje, felizmente, os efeitos do tratamento podem ser minimizados. “Para tirar o gosto ruim da boca eu comia muito, e para a azia eu tomava remédio”, lembra. Para ele, o tratamento quimioterápico durou 8 meses. O apoio dos pais e a boa relação com o seu médico, no caso um Hematologista, contribuiu significativamente para que ele sentisse segurança durante o tratamento. “Foi uma relação amigável, ele é um excelente médico, muito atencioso”, destaca.

Fotos: Joanise Souza

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Nunca desista, seja forte, hoje em dia a medicina é muito avançada, e os tratamentos dão bastante resultado

O apoio dos pais foi fundamental durante o tratamento

RECOMEÇO

Vencida a fase de tratamento quimioterápico, em agosto de 2012, Nery pôde então voltar ao trabalho. Era hora de recomeçar. “A vida voltou ao normal, trabalhando, saindo, fazendo a manutenção [do tratamento]”, conta. A vida renasceu. “Meses após o tratamento conheci minha então namorada”. Todas as batalhas, as dificuldades e os momentos em que teve de ceder valeram a pena na vida de Nery.

Hoje, ele está casado há um ano, a esposa tem um filho. Todos vivem na casa que acabaram de comprar e já planejam aumentar a família em breve. E conselho? “Nunca desista, seja forte, hoje em dia a medicina é muito avançada, e os tratamentos dão bastante resultado. Não se isole do mundo, isso é a pior coisa a se fazer”, finaliza.

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1, 2, 3 e já! É preciso começar! Preparador físico das estrelas Marcio Atalla dá dicas de como começar, deixando as desculpas de lado e apostando na saúde Por JOANISE SOUZA

Quem nunca disse que começaria na segunda-feira? Dá o primeiro passo para incluir atividade física no dia a dia, definitivamente, não é tarefa das mais fáceis. Mas afinal, o que é preciso para começar? Conhecido como o preparador físico das estrelas, Marcio Atalla perdeu as contas de quantas vezes já deu essa resposta: “Querer de verdade”. Simples assim? Não, afinal é da natureza humana repetir velhos hábitos e resistir aos novos. Mas é preciso tentar. “Eu digo para as pessoas tentarem, se obrigarem, ainda que inicialmente pareça uma coisa detestável, esse é só o momento, a fase de adaptação”, incentiva. De acordo com Atalla, os primeiros três meses são os mais difíceis, mas é preciso persistência e acabar de vez com as velhas desculpas. “EU NÃO GOSTO DE ACADEMIA”

A academia de ginástica é um excelente espaço para realizar atividades variadas e de interação social. Mas, é apenas uma das várias opções para se movimentar. Para quem não gosta desse ambiente, as atividades ao

ar livre como caminhadas, corridas e alongamentos são excelentes pedidas e produzem efeitos animadores. “As atividades aeróbicas são as que proporcionam maior queima calórica, por isso sim, são mais eficientes nesse processo”, garante Atalla. “NÃO TENHO TEMPO PARA FAZER EXERCÍCIOS”

A dica é inserir movimento no dia a dia, caminhando mais, trocando elevadores por escadas, ficando mais tempo em pé e menos tempo sentado, etc. “É a chamada atividade física não programada, que quando feita com regularidade, é tão eficiente quanto ir a uma academia”, acrescenta. “NÃO SEI QUAL ATIVIDADE ESCOLHER”

Escolha a atividade que você possa fazer todos os dias, ou pelo menos cinco dias na semana. O importante é a regularidade. Mais importante que o exercício em si. “Costumo dizer que o melhor treino é o que é possível de ser feito”, acrescenta.

Fotos: Divulgação

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BOAS ESCOLHAS

É importante fazer boas escolhas na alimentação, procurando consumir mais alimentos frescos e in natura do que processados. Isso é para manter a saúde, e “dar ao corpo vitaminas, nutrientes, minerais que ele precisa para ser ativo, ter disposição e estar nutrido”, diz. O QUE COMER ANTES E DEPOIS?

Antes da atividade física é importante o consumo de uma fonte de carboidrato, nada muito pesado. Pode ser uma fruta, uma torrada, um suco natural. Logo após, uma fonte também leve de carboidrato ajuda o corpo a se preparar para o consumo da proteína que deve ser feito até cerca de 30 minutos após o término. Dessa forma, equilibra-se o açúcar na corrente sanguínea e o corpo aproveita a proteína para construção de massa magra. FUJA DAS DIETAS MILAGROSAS!

O preparador físico é categórico ao afirmar: “Dietas não funcionam. Apenas criam insatisfação e compulsão às pessoas que fazem”. Segundo Atalla, o importante é ter parcimônia para comer e equilíbrio para escolher. E sempre fazer atividade física. Dietas que substituem uma refeição principal por shakes ou similares podem prejudicar a saúde, segundo o preparador físico. Outro alerta é para o uso de suplementos. “Muitas pessoas usam suplementos sem ter nenhuma necessidade, e isso pode provocar intoxicação”, enfatiza. Viu que não há segredo para ter uma rotina de exercícios, manter o corpo em movimento e ser uma pessoa mais saudável. Comece! “Depois vira realidade, vira hábito”, finaliza Atalla.

Dietas não funcionam. Apenas criam insatisfação e compulsão às pessoas que fazem

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Hospital do Câncer de Barretos Números de um gesto de solidariedade Por JOANISE SOUZA

Hospital de Barretos é pioneiro em projeto de prevenção

No ano passado, o Hospital de Câncer de Barretos prestou 785.480 atendimentos a 135.219 pacientes vindos de 1.889 cidades de todo o país. Foram mais de 2,2 milhões de procedimentos e 7 mil refeições servidas todos os dias. Todos receberam tratamento de forma gratuita. Mas para que a instituição continue a ser referência, a receber 14.200 novos casos de câncer todos os anos e a oferecer aos pacientes um tratamento com qualidade e humanização, o Hospital de Câncer de Barretos precisa sanar um déficit operacional mensal de cerca de R$ 20 milhões. Quem conhece a instituição sabe da grandiosidade do trabalho realizado pelo HCB que é um dos maiores centros de tratamento do câncer do mundo e seu atendimento é feito 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A entidade nasceu da solidariedade de pessoas preocupadas com a saúde da população. Hoje conta com a parceria de diversos artistas, atores, apresentadores de TV, agropecuaristas e instituições de iniciativa

privada, o Hospital de Câncer de Barretos percebeu a necessidade de criar um departamento responsável por administrar campanhas, shows, leilões, jantares e projetos para buscar sanar o déficit mensal. 54 ANOS DE HISTÓRIA

A história do Hospital de Câncer de Barretos teve início em 24 de março de 1962. Tudo começou com a inauguração do Hospital São Judas Tadeu pelo casal de médicos, Dr. Paulo Prata e Dra. Scylla Duarte Prata. Primeiramente, eles queriam que a instituição


Fotos: Divulgação

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atuasse como um hospital geral. No entanto, perceberam que os pacientes que solicitavam atendimentos por ali estavam com câncer e, a grande maioria, era de baixa renda. Vale lembrar que na época o único centro especializado para tratar da doença estava localizado em São Paulo, o que dificultava ainda mais o tratamento. Cinco anos mais tarde, o Hospital São Judas Tadeu passou a ser administrado por uma entidade filantrópica e recebeu o nome conhecido e respeitado: Hospital de Câncer de Barretos. No começo, a instituição contava apenas com quatro médicos que trabalhavam em tempo integral, com dedicação exclusiva e tratamento humanizado. E foi essa forma de lidar com as pessoas, com humanidade, que promoveu o crescimento e tornou a instituição em um centro de referência na América Latina.

de treinamento em cirurgia minimamente invasiva e robótica, feito para aperfeiçoar o trabalho de médicos e cirurgiões latino-americanos. HOSPITAL DE CÂNCER INFANTOJUVENIL

OITO UNIDADES E UMA GRANDE LUTA CONTRA O CÂNCER

No início, a obra contava com apenas quatro médicos: o casal Prata, o Dr. Miguel Gonçalves e o Dr. Domingos Boldrini. O trabalho em tempo integral, a dedicação exclusiva, o caixa único e o tratamento personalizado e humanizado cultivado por esses médicos foram os responsáveis por promover o crescimento da instituição. Hoje, mais de meio século depois, são oito unidades e uma grande luta contra o câncer. A instituição conta com 380 médicos; realiza 4.100 atendimentos diários; tem uma unidade de cuidados paliativos - o Hospital São Judas Tadeu, uma dedicada às crianças e aos adolescentes e unidades em Porto Velho (RO) e Jales (SP). PIONEIRISMO

O Hospital é também o pioneiro em um projeto de prevenção, que conta com unidades fixas em Barretos (SP), Campo Grande (MS), Fernandópolis (SP), Ji-Paraná (RO), Juazeiro (BA) e Nova Andradina (MS) possui 12 unidades móveis, que percorrem o país realizando exames preventivos de câncer de boca, colo de útero, mama, pele e próstata. Além de ser um dos maiores centros em tratamento oncológico do mundo, o Hospital de Câncer de Barretos também é sede do Ircad América Latina – um local

A unidade foi construída para ter cara e jeito de criança. Tudo é colorido, com quadros engraçados e fotos de animais fazendo caretas. E, sobretudo, foi inaugurado para ter muito amor. Tudo para que os pequenos pacientes se sintam acolhidos no ambiente hospitalar. Assim é o Hospital de Câncer Infantojuvenil, inaugurado em 24 de março de 2012, ano em que a instituição completou meio século de vida. A construção foi realizada inteiramente por meio de doações obtidas através de duas edições da campanha televisiva “Direito de Viver” (transmitida pela Rede TV, Gazeta, rede Vida e Canal Rural), e também por doações feitas por empresas, através do imposto de renda de pessoas físicas e jurídicas do “Projeto Cuidar” – aprovado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) de Barretos para a captação de recursos ao Fundo para a Infância e Adolescência (FIA), conforme estabelece o art. 260 da Lei 8.069/90. REFERÊNCIA EM SAÚDE

Para realizar tanto, não há dinheiro que chegue. Por isso, sua contribuição é essencial. Há diversas formas de ajudar: doações pelo site, notas fiscais e até projetos de incentivo fiscal para pessoas físicas e jurídicas. Informe-se pelo site e colabore com essa causa. Serviço: www.hcancerbarretos.com.br


Sarcomas de partes moles Um dos tipos de tumores que acometem o indivíduo

DRA. LIZA FURLAN RANZANI Fisioterapeuta – RPG Souchard CREFITO 3/ 203673-F

Tumor é o crescimento desordenado das células mesenquimais as quais podem se espalhar e invadir compartimentos diversos do corpo humano de forma mais ou menos agressiva. As consequências dessa doença são graves podendo levar o indivíduo a morte. Existem mais de 100 tipos de câncer segundo dados da Organização Mundial de Saúde. Desses os mais incidentes em ambos os sexos são: pulmão, mama, colo, próstata e fígado; os com maiores taxas de mortalidade, pulmão e fígado. E de acordo com a previsão da

OMS, nas próximas décadas irão prevalecer o câncer de mama, próstata e colo. Outros tipos de tumores são os sarcomas de partes moles considerados mais raros representando 1% dos casos de tumores no indivíduo adulto, enquanto que na criança esse número cresce para 7%. São mais comumente encontrados nas extremidades – membros inferiores –, tronco, retroperitônio e cabeça-pescoço. Os sarcomas de partes moles apresentam-se clinicamente como uma massa ou nódulo indolor na maioria dos casos com aumento de tamanho podendo estar associado a história de trauma prévio. Tal inspeção é feita inicialmente pelo médico especialista – oncologista ortopédico – o qual definirá após anamnese e avaliação física, exames laboratoriais e radiológicos como ressonância magnética o tratamento mais adequado. Utiliza-se também a biópsia e exame anatomopatológico para a confirmação do diagnóstico. Atualmente, os tratamentos baseiam-se em cirurgia com preservação de membro, radioterapia e quimioterapia. A forma escolhida depende diretamente do tipo de tumor – benigno ou maligno –, anatomia da lesão, grau histológico e se há presença de metástase. Em casos mais agressivos pode haver a necessidade de amputação do membro acometido.

Foto: Joanise Souza

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Os indivíduos com essa doença apresentam alteração quanto a qualidade de vida principalmente com relação a vida social e emocional. Além de afetarem sua funcionalidade, mesmo quando a cirurgia foi com conservação do membro, pois houve retirada da massa juntamente com uma margem a fim de evitar possível recidiva local. Tal alteração da função leva a queda de atividade do indivíduo o qual se sente incapaz de realizar atividades rotineiras. É obrigação dos profissionais da área da saúde, como médicos, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, dentre outros incluírem o paciente novamente na sua rotina. Todos os tipos de tumores apresentam melhor prognóstico quando detectados mais precocemente, pois dessa forma tem-se a possibilidade de um planejamento de tratamento mais eficaz – na maioria das vezes. A exceção é quando o tumor é classificado como maligno e agressivo o qual consome o individuo rapidamente devido, principalmente, a metástases generalizadas tornando difícil o controle do sítio primário da lesão.

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Além disso, o bom resultado do individuo esta vinculado, também, a reabilitação física a qual deve ser bem planejada pelo fisioterapeuta. Isso se deve a uma avaliação criteriosa quanto ao tipo de cirurgia realizada, limitação funcional de amplitude de movimento e graduação de força, anamnese e história do paciente em questão. Dessa forma, o bom relacionamento profissional entre a equipe médica e os demais profissionais é de suma importância para o bom retorno do individuo a vida diária.


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Fotos: Divulgação

Trombose Venosa Profunda

No dia a dia de um consultório de angiologia e cirurgia vascular não existe palavra tão temível quanto a palavra “trombose”. Sempre quando mencionada espontaneamente pelo paciente ou quando questionada durante a confecção da anamnese, esta palavra vem carregada de preocupações, dúvidas e medos. Evitar a peregrinação por diversos especialistas até um diagnóstico correto é o sonho de qualquer paciente. Significa reduzir o tempo entre o aparecimento da doença e o tratamento, que por sua vez será eficaz e seguro. Afinal de contas o que é “trombose venosa”? As veias fazem parte do sistema circulatório e são responsáveis pelo retorno do sangue ao coração. Existem veias profundas e superficiais. Trombose Venosa Profunda (TVP) é a formação de um coágulo (trombo) dentro das veias profundas, e que pode bloquear o retorno do sangue. Uma trombose venosa profunda pode causar dor ou inchaço nas pernas, mas também pode não apresentar sintomas. Prestar atenção nas alterações que o corpo está apresentando é um passo importante no diagnóstico. A trombose venosa não costuma ser fatal, mas pode ser, caso

um coágulo se solte em embolize para os pulmões. Isto recebe o nome de embolia pulmonar (EP). Outra complicação, porém tardia, é a insuficiência venosa crônica, que ocorre em virtude da destruição das válvulas situadas no interior das veias, evoluindo com escurecimento das pernas e formação da úlcera de estase. Outra pergunta que sempre está em pauta é o que provoca a “trombose venosa”? Em geral, uma trombose venosa profunda é causada por uma combinação de duas ou três condições inerentes: • Fluxo sanguíneo lento ou fraco através de uma veia principal ou profunda; • Uma tendência do sangue de se coagular rapidamente, condição que algumas vezes é hereditária; • Irritação, inf lamação ou dano à superfície interna da veia. Existem os fatores de risco para desenvolvimento de uma trombose venosa. São eles: • Histórico de TVP prévio ou de trombose venosa superficial; • Permanecer sentado por tempo prolongado ou mobilidade restrita, como no caso de viagens de longa distância; • Idade acima de 40 anos; • Cirurgia (especialmente ortopédica) ou lesão grave; • Repouso ou imobilidade prolongada;


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Foto: Natália Albertini

• Hipertensão; • Infarto ou derrame; • Insuficiência cardíaca congestiva; • Insuficiência respiratória crônica; • Sobrepeso; • Sedentarismo; • Tabagismo; • Veias varicosas; • Altos níveis de estrogênio, como na gravidez ou com o uso de pílulas anticoncepcionais; • Algumas formas de câncer (a neoplasia maligna é responsável por cerca de 20% das tromboses que ocorrem na comunidade. Pacientes com câncer tem 4 a 7 vezes mais risco de desenvolver trombose que os sem câncer. As neoplasias mais associadas à TVP no homem são próstata, pulmão, cólon e cérebro e na mulher são mama, pulmão e ovário. Em alguns casos o câncer é diagnosticado após um episódio de TVP,

mostrando a importância de se diagnosticar câncer em pacientes com TVP, principalmente aqueles com TVP idiopática, isto é, sem causa). O diagnóstico clínico é estabelecido com base nos sintomas e nos fatores de risco e confirmado por exames de laboratório e de imagem. Quanto mais precocemente for feito e mais cedo introduzido o tratamento, maior a possibilidade de reverter o quadro e evitar complicações e sequelas. O tratamento é feito com o uso de substâncias anticoagulantes (impedem a formação e a evolução da trombose) ou fibrinolíticas (destroem o trombo). Mais modernamente, e em situações selecionadas, o tratamento da trombose venosa profunda pode ser feito na própria residência do paciente. Orienta se também o repouso e o uso de meias de compressão elástica.

DR. FÁBIO VINICIUS DUARTE Angiologia, cirurgia e ultrassom vascular CRM 82.610 Av. Independência 940 - 13º andar - sala 134 Piracicaba / SP 19 3411.5847 // 19 3426.9564 clinica.duarte@terra.com.br


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A alimentação como aliada no combate ao câncer Com Ana Lúcia Bordini, nutricionista especialista em oncologia Estudos científicos mostram que a manutenção de peso saudável, com a associação de uma alimentação mais funcional e balanceada, atividade física e à redução de fatores de riscos (álcool e cigarro), pode prevenir o câncer. • Consumir legumes, hortaliças, frutas e cereais integrais diariamente (preferir os orgânicos). • Reduzir o consumo de carne vermelha para duas vezes por semana

• Evitar o consumo de alimentos ricos em gorduras saturadas, embutidos, “comidas prontas”, temperos industrializados, sucos artificiais e refrigerantes, etc. • Preferir carne branca e magra.

• Calda americana sem açúcar • Energético sem carboidratos e açúcar 0 • Temperos e sal sem sódio • Mostarda, ketchup e molho sódio e açúcar zero • Barras de proteínas • Óleo em spray sem gordura • Panqueca Fit de frango / sem glúten e baixo sódio • Coxinha de batata doce • Nhoque de batata doce com patinho ao molho bolonhesa • Frango com legumes • Salgado de batata doce e brócolis • Torta de frango com legumes • Patinho com mandioquinha • Frango com mandioca • Pão de queijo multigrãos

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Confira os alimentos que não podem faltar no seu prato:

• BRÓCOLIS

• LEITE FERMENTADO

• ABACATE

• CANELA

• MAÇÃ

• ERVILHA

• MANGA

• GOIABA

• MANJERICÃO

• IOGURTE

• MELANCIA

Rico em ácidos graxos poli-insaturados e em vitaminas do grupo B

• ABACAXI

Contém bioflavonoides

• ABÓBORA

Rico em carotenoides

• AGRIÃO

Fonte de compostos indoles

Grande teor de folatos

Rico em probióticos

Ação anti-infeciosa

Contém quercetina, rica em fibras

Fonte de Luteína

Rica em betacaroteno

Fonte de licopeno

Contém quercetina, rica em fibras

Presença de microrganismos vivos: os probióticos

• HORTELÃ

Fonte de licopeno

• NOZ

Boa quantidade de antioxidantes, analgésicos, antisséptico, estimulante digestivo

• ALFACE

Fonte de luteína

• ALHO

Presença de compostos sulfurados

• AMORA

Fonte de antocianinas

• ARROZ INTEGRAL

Rico em Fibras

• LARANJA

Rica em vitamina C e cálcio

• LEITE

Contém lactose, cálcio e vitamina D

Contém ômega 3

• ÓLEO DE GIRASSOL

Contém ácidos graxos poli-insaturados

• OVO

Contém luteína e zeaxantina, doiscarotenoides

• PÃO INTEGRAL

Rico em fibras e carboidratos

• AZEITE

Fonte de ácidos graxos monoinsaturados

• BANANA

Rica em fibras prebióticas

• BATATA

Rica em vitamina C, com propriedades antioxidantes

• BERINJELA

Rica em fibras insolúveis

• BETERRABA

Fonte de antocianinas

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Plantadores da Alegria Iniciativa faz uso da “arte do palhaço” para inspirar sorrisos no ambiente hospitalar Por JOANISE SOUZA

Voluntários do projeto Plantadores da Alegria no Hospital dos Fornecedores de Cana de Piracicaba

O palhaço é uma eterna criança e vive o presente, assim como elas. “O mais legal é a capacidade de se reinventar que o palhaço tem. Cada quarto, uma história, uma reação diferente”, descreve Mariana Bergamasco, uma das coordenadoras dos Plantadores da Alegria, um grupo de voluntários que visitam o Hospital dos Fornecedores de Cana de Piracicaba (HFC), levando a “arte do palhaço” para o ambiente hospitalar. As visitas ocorrem todas as terças- feira das 18h à 20h e todos os sábados das 9h à 11h. A iniciativa surgiu em 2006 de um grupo de estudantes, todos voluntários, e hoje conta com 20 palhaços que se dedicam a tornar o ambiente hospitalar menos estressante e traumático para os pequenos. “Nós sabemos que não é legal ficar doente, mas mesmo quando estão doentes, as crianças têm vontade de brincar e de ser criança. Com a visita, o ambiente muda e tudo se torna mais feliz. Não é atoa que dizem que sorrir é o melhor remédio”, afirma Bergamasco.

No ambiente hospitalar, comprovadamente, o trabalho do palhaço gera muito mais que sorrisos e gargalhadas. Iniciativas como essa têm seus benefícios comprovados e já foram, por muitas vezes, objetos de estudos por proporcionarem bem-estar físico, psicológico e social ao paciente internado. Nesses 10 anos, Bergamasco conta que grupo já acompanhou muitas histórias de superação que os motivam todos os dias a continuar esse trabalho. “Há casos de pacientes que ficam muito tempo no hospital e se tornam nossos amigos e quando vamos procurar, recebeu alta. Nossos corações se enchem de alegria”, conta. O trabalho dos Plantadores da Alegria é constante, pois além das visitas semanais ao HFC, durante o ano, o grupo também realiza visitas a outras instituições

Créditos de Imagem: Thais Lameira

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Há casos de pacientes que ficam muito tempo no hospital e se tornam nossos amigos e quando vamos procurar, recebeu alta. Nossos corações se enchem de alegria

de Piracicaba, como lares e casas de apoio. Com tantas visitas, o trabalho dos voluntários não se esgota no ambiente em que visitam. Há toda uma preparação, inclusive para que os personagens não caiam na mesmice. “Estamos sempre bolando uma piada nova, uma abordagem diferente para cada vez mais conseguirmos sorrisos”, completa Bergamasco. Com tudo isso, haja criatividade e amor ao próximo! Interessou-se pelo trabalho e quer saber mais? Os Plantadores da Alegria estão no Facebook: @plantadoresdaalegria. Mais informações também podem ser solicitadas pelo e-mail: novolhaco@gmail.com

escolainfantilnossoninho.com.br

direção: Varuna Viotti Victoria

Rua Fernando F. da Costa, 1905 - Bairro dos Alemães • escolanossoninho@yahoo.com.br • 19 3434.8406


Sob Cuidados Orgânicos Produtos naturais possuem uma alta afinidade com a pele e sem risco à saúde Por JÉSSICA SOUZA

Cybele Provenzano, formada em estética e cosmetologia e especialização em dermato-funcional

Dentro de um tratamento estético é utilizado diversos métodos e produtos. Com a evolução da tecnologia, existem ainda, aparelhos capazes de fazer “milagres”. Porém, mesmo com essas grandes opções, o tratamento orgânico está em alta. Longe do uso de produtos convencionais, o tratamento natural é tão eficaz quanto o primeiro. A diferença? Os produtos usados nesta terapia não possuem aditivos químicos. De acordo com a profissional Cybele Provenzano, formada em estética e cosmetologia e especialização em dermato-funcional, estes produtos naturais possuem uma alta afinidade com a pele e sem risco à saúde, já que a mesma reconhece tudo que é natural. “Já a linha convencional é composta por aditivos químicos que, com o tempo, acabam intoxicando nosso organismo”, diz.

Ela também explica que o tratamento orgânico devolve saúde a pele, sendo outro diferencial desta terapia. “Ele apresenta resultado real e curativo, ou seja, resultados permanentes que atuam na causa do problema, é tão eficiente quanto os tratamentos com cosméticos convencionais, porém tem esta vantagem.” Cybele utiliza esta terapia em limpezas de pele desintoxicantes, massagens terapêuticas, sessões desintoxicantes para o corpo e tratamentos para rejuvenescimento facial global. Ela informa ainda que os produtos naturais utilizados são rastreados, onde a matéria prima passa por rigorosos critérios de normas internacionais, desde a plantação até a finalização do produto. “Outra forma de utilização dos produtos é a formulação durante o atendimento, utilizo a matéria prima orgânica, como óleos essenciais, vegetais e argilas, para objetivo de cada tratamento. É possível trabalhar desde tratamentos mais complexos como renovação da pele, estimulação de colágeno, desintoxicação metabólica, controle de acne e oleosidade, até uma simples nutrição da pele”, relata. O tratamento estético orgânico é indicado para qualquer tipo de pessoa, inclusive, para quem passou ou está passando por algum tratamento oncológico. “Muito indicado por não conter nada que intoxique esse paciente. O nosso organismo agradece esse cuidado.” Outro ponto importante para um tratamento eficaz é uma alimentação saudável. “A alimentação está totalmente ligada à saúde da pele de cada indivíduo. Sempre incentivo meus pacientes a ‘desembalar menos e descascar mais’, a buscarem alimentos mais naturais e fugirem do industrializado”, explica. Contato: contato@cybeleprovenzano.com.br

Foto: Ismael Miranda

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Foto: Joanise Souza

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A tecnologia, a prototipagem e a Odontologia DR. FELIPE C. FRANCK Cirurgião-Dentista Especialista em Cirurgia Buco Maxilofacial (Sta. Casa Piracicaba) Mestre em cirurgia (Univ. Paulista / University. of Toronto) Professor no curso de especialização em CTBMF Professor e preceptor da residência em CTBMF Professor no curso de Cirurgia Oral Avançada Membro vigente do Sbpqo Possui cursos de pós graduação e estágios como: Cirurgia Avançada, Implantodontia, Cirurgia Ambulatorial. Rua Ajudante Albano 344 - São Dimas. Piracicaba-SP (19) 3433-9080

O significado da palavra “protótipos”, se diz respeito à peças individualizadas e diferenciadas, fabricadas sob medida para determinado planejamento, neste caso, uma réplica de mandíbula humana. A prototipagem rápida é a técnica de fabricação de um modelo em 3-D gerado por um sistema CAD, sendo confeccionado por camadas. Considero o protótipo, hoje, como um dos padrões ouro para se proporcionar um eficiente e diferenciado planejamento cirúrgico (nos casos indicados). Tenho contato com esses modelos e sempre que possível procuro utilizá-los em meus pacientes, gerando maior confiança para o paciente e conscientizando-o de forma didática a real situação de seu problema. O apelo do uso de protótipos na área da saúde se dá frente obstáculos significantes, como o fato da individualidade

anatômica de cada paciente, o que dificulta ainda mais o planejamento cirúrgico. A utilização dos protótipos nas áreas da saúde revolucionaram o planejamento de cirurgias consideradas complexas por meio de um modelo anatômico (réplica) fiel às estruturas do paciente, desta forma orientando o profissional na melhor forma de abordagem. Cirurgias eletivas causadas por tumores, grandes cistos ou defeitos ósseos congênitos (de nascença) também se tornam diferenciadas com um protótipo em mãos, podendo lançar mão da pré-modelagem de placas de titânio, utilizadas na cirurgia. Enfim, o auxílio tecnológico da prototipagem pode reduzir significativamente o tempo cirúrgico e os riscos ao paciente, além de elevar a qualidade do tratamento proposto.


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Tratamento pelo SUS Para entender como funciona o atendimento e o tratamento pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a Revista Prevenção apurou e selecionou informações importantes, junto a Secretária Municipal da Saúde de Piracicaba, para quem necessita deste atendimento público e gratuito de saúde. O QUE É O SUS?

É uma rede que reúne postos de saúde, ambulatórios, hospitais, entre outros. São estabelecimentos públicos de saúde responsáveis por garantir aos cidadãos os direitos a exames, consultas, internações e tratamentos. Todos os cidadãos tem direito ao SUS. COMO FUNCIONA O ATENDIMENTO?

O paciente deve ir até a UBS (Unidade Básica de Saúde) mais próxima do endereço residencial para apresentar um sintoma ou queixa. A UBS integra o programa do Ministério da Saúde, Atenção Básica e Saúde Mais Perto de Você. Dentro da Atenção Básica, os bairros também possuem unidades do CRAB (Centro de Referência em Atenção

Básica), PSF (Programa de Saúde da Família) e UPA (Unidades de Pronto Atendimento). Em nota, assessoria da Secretária Municipal da Saúde de Piracicaba explica que, “a porta de entrada para o usuário SUS, conforme a Portaria 2.488 do Ministério da Saúde, de 31 de outubro de 2011, é a Atenção Básica.” Caso estas unidades não tenham condições de dar um atendimento para o caso, o paciente será encaminhado para um ambulatório de especialidades ou para um hospital. Assim, ele será visto por um médico especialista na área, que irá pedir exames para comprovar a existência do câncer. Cabe às secretarias estaduais e municipais de Saúde organizar o atendimento dos pacientes na rede assistencial, definindo para quais hospitais os pacientes, que precisam entrar no sistema público de saúde por meio da Rede de Atenção Básica, deverão ser encaminhados. HOSPITAIS PARA TRATAMENTO

Comprovado o câncer, os pacientes são direcionados para as Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) e Centros de Assistência de


créditos: shutterstock

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Alta Complexidade em Oncologia (Cacon). A Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer garante o atendimento integral a qualquer doente com câncer, por meio destas unidades. Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva), no Brasil, existem 284 unidades e centros de assistência habilitados no tratamento do câncer. Todos os estados brasileiros têm pelo menos um hospital habilitado em oncologia, onde o paciente de câncer encontrará desde um exame até cirurgias mais complexas. Em Piracicaba estão localizados o Hospital Fornecedores de Cana, com o Ceon (Centro de Oncologia) com serviços de oncologia clínica, quimioterapia, oncoplastia, radioterapia e radiocirurgia, e o Hospital da Irmandade da Santa Casa Misericórdia de Piracicaba, com o Cecan (Centro de Câncer), com serviços de radioterapia e quimioterapia. TRANSPORTE

Quando em determinado caso não é possível o tratamento na cidade, como o atendimento oncológico infantil, nos quais, os pacientes infantis são encaminhados ao Hospital Boldrini, de Campinas, o município

CECAN - CENTRO DE CÂNCER DO HOSPITAL DA IRMANDADE DA SANTA CASA MISERICÓRDIA DE PIRACICABA

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oferece o SITSS (Serviço Integrado de Transportes da Secretaria da Saúde), para pacientes que necessitam de tratamento fora da cidade. O atendimento é feito por meio de agendamento no Serviço Social Central, e integra os Serviços de Apoios, responsáveis em agilizar o atendimento pelo SUS. Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde afirma que, “Piracicaba está pactuada na linha de cuidado da oncologia. Mas se o serviço não existe no município, o paciente é direcionado automaticamente para um centro em que houver o tratamento e estiver pactuado em nossa rede de atendimento.” FARMÁCIAS MUNICIPAIS

As farmácias municipais regionais ou instaladas nas UBS’s e UPA’s são responsáveis pela distribuição de 127 tipos de medicamentos gratuitos, aos usuários do SUS e também da rede particular. O usuário, ao passar pelo atendimento médico, recebe a receita e retira o medicamento numa das farmácias da rede. Além destas farmácias, a Prefeitura também conta com a Farmácia de Alto Custo, em parceria com o governo do Estado, e Farmácia da Dor, exclusiva para atendimento a paciente com câncer.

Avenida Independência, 953, Bairro Alto

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE PIRACICABA

Telefone: (19) 2532-8200

Chefia de Gabinete: 3403-1222 Secretária Executiva: 3403-1220

CENTRO ESPECIALIZADO EM SAÚDE DA MULHER DE PIRACICABA

NAA (Núcleo de Apoio Administrativo): 3403-1212 e 3403-1213

Endereço: Rua Santa Cruz, 2043, Paulista

Gestão Hospitalar: 3403-1223 e 3403-1374

Telefone: (19) 3434-6966

CEON - CENTRO DE ONCOLOGIA DO HOSPITAL FORNECEDORES DE CANA DE PIRACICABA Av. Barão de Valença, 716 – Vila Rezende Telefone: (19) 3403-2800

FARMÁCIA DE ALTO CUSTO DE PIRACICABA Rua Visconde do Rio Branco, 1625, Bairro Alto Telefone: (19) 3422-3151

NAES (Núcleo de Apoio e Educação em Saúde): 3403-1374 Comunicação: 3403-1223

SITSS - SERVIÇO INTEGRADO DE TRANSPORTES DA SECRETARIA DA SAÚDE DE PIRACICABA Rua Benjamin Constant, 2265, Centro Telefone: (19) 3417-1990


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Abaixo o preconceito! É preciso prevenir!

É sabido que o exame de próstata mexe com o psicológico dos homens, pois atinge a masculinidade. Mas a prevenção ainda é a melhor saída. Segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), o câncer de próstata é extremamente comum e têm afetado milhões de homens. O exame preventivo da próstata identifica o tumor na fase inicial e possibilita uma maior chance de cura. A idade é um fator de risco importante para o câncer de próstata, uma vez que tanto a incidência como a mortalidade aumenta significativamente após os 50 anos. Pai ou irmão com câncer de

Residencial | Automotivo | Industrial

Por JOANISE SOUZA

próstata antes dos 60 anos pode aumentar o risco de se ter a doença de 3 a 10 vezes comparado à população em geral, podendo refletir tanto fatores genéticos (hereditários) quanto hábitos alimentares ou estilo de vida de risco. Por tudo isso, o medo, o preconceito, o constrangimento e o desconhecimento que rondam a realização do exame de toque de próstata não devem superar os cuidados com a saúde do homem.

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PROSTATA Câncer? (Preciso) Nem quero falar disso!

A PRÓSTATA É UMA GLÂNDULA QUE SÓ O HOMEM POSSUI E QUE SE LOCALIZA NA PARTE BAIXA DO ABDÔMEN. TEM A FORMA DE MAÇÃ E SE SITUA LOGO ABAIXO DA BEXIGA E A FRENTE DO RETO.

A próstata envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada.

SUA TAXA DE INCIDÊNCIA É CERCA DE SEIS VEZES MAIOR NOS PAÍSES DESENVOLVIDOS EM COMPARAÇÃO AOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO. MAIS DO QUE QUALQUER OUTRO TIPO, É CONSIDERADO UM CÂNCER DA TERCEIRA IDADE, JÁ QUE CERCA DE TRÊS QUARTOS DOS CASOS NO MUNDO OCORREM A PARTIR DOS 65 ANOS.

A PRÓSTATA PRODUZ PARTE DO SÊMEN, LÍQUIDO ESPESSO QUE CONTÉM OS ESPERMATOZOIDES, LIBERADO DURANTE O ATO SEXUAL.

ESTIMATIVA DE NOVOS CASOS: 61.200 (2016 - INCA) NÚMERO DE MORTES: 13.772(2013 - SIM)

NO BRASIL, O CÂNCER DE PRÓSTATA É O SEGUNDO MAIS COMUM ENTRE OS HOMENS (ATRÁS APENAS DO CÂNCER DE PELE NÃO-MELANOMA). EM VALORES ABSOLUTOS, É O SEXTO TIPO MAIS COMUM NO MUNDO E O MAIS PREVALENTE EM HOMENS, REPRESENTANDO CERCA DE 10% DO TOTAL DE CÂNCERES.


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MÃO AMIGA

Instituições que auxiliam no tratamento do câncer


Foto: Jéssica Souza

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Rede feminina de combate ao Câncer Auxílio as necessidades básicas do paciente

Antonieta e Sonia da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Piracicaba

Quando é abordado o que compõe um tratamento para o câncer, as pessoas já associam a quimioterapia, radioterapia, entre outros, porém, antes de chegar nestes pontos, muitos não possuem conhecimento que, pacientes de baixa renda não tem condições de manter suas necessidades básicas, bem como alimentação, abrigo, proteção para saúde e recursos financeiros. Diante destas dificuldades, muitos desistem do tratamento. Para auxiliá-los a passarem por esta etapa de forma digna, a Associação Rede Feminina de Combate ao Câncer de Piracicaba é uma, entre as instituições sem fins lucrativos da cidade, que dão esse tipo de auxílio. Formada atualmente por dez voluntários, a associação auxilia com cestas básicas, leites, suplementos alimentares, fraldas geriátricas, e principalmente medicamentos. “São auxílios que os pacientes de baixa renda precisam para ter continuidade ao tratamento, já que não recebem muita ajuda dos órgãos públicos. Muitas vezes também, a espera no SUS (Sistema Único de Saúde) é longa, comprometendo a vida deste paciente”, explica a presidente da entidade, Sonia Maria Boldrin Marcon. Ela informa que os pacientes atendidos são encaminhados dos centros oncológicos de Piracicaba, o Cecan (Centro do Câncer da Santa Casa de Piracicaba) e o Ceon (Centro de Oncologia do Hospital dos Fornecedores de Cana de Piracicaba). “É uma tristeza, é uma doença cruel, e muitos não tem condições, estru-

Por: JÉSSICA SOUZA

tura psicológica e financeira para enfrentá-la. Eles não tem onde encontrar esses tipos de ajuda com os órgãos públicos, ter até tem, mas é muito burocrático e quase sempre não tem todos os medicamentos que eles precisam disponíveis, são muito caros”, diz. Além deste atendimento, Sonia explica que tem também as ‘visitadoras’, voluntárias que vão aos bairros carentes da cidade, onde é, muitas vezes, que esse paciente vive. “Elas auxiliam com medicamentos, orientam sobre a receita médica, o que estão precisando. Ajudamos com cama, colchão, até toalha de banho, travesseiros, lençóis, entre outros, condições básicas de sobrevivência.” Muitas vezes, diante destas dificuldades, famílias desistem do tratamento. “Alguns, infelizmente, pedem até a morte. Eles não possuem estrutura para enfrentar essa doença, muitos estão sozinhos, e até mesmo, é o único que trabalha em casa, é muito complicado”, afirma. Outro ponto informado pela voluntária Antonieta Regina Penatti Vaz, é a base de orientação e informação para essas famílias. “As famílias carentes, muitas, não possuem educação para suportar isso. A situação social é muito complicada, as famílias são grandes. Uma cesta básica não é o suficiente para ajudá-las”, diz. O propósito da entidade é amenizar estas situações. “Eles precisam passar por isso, mas com dignidade. Não sentir dor, se sentir mais confortável com o tratamento, com essa fase que estão vivendo”, afirma Sonia.


Vaccip Auxílio ao combate do câncer infantil

Por: JÉSSICA SOUZA

Maria Helena Fuzato Bonin apresenta os trabalhos da Vaccip

A notícia de uma criança doente desestrutura uma família, ainda mais uma doença como o câncer. Os pais, muitas vezes, sentem-se inúteis diante deste problema. Para auxiliá-los, a Vaccip (Voluntários em Ação Contra o Câncer Infantil de Piracicaba) promove apoio emocional, moral, social e educativo às crianças e aos pais. De acordo com a presidente, Maria Helena Fuzato Bonin, e a vice-presidente, Giselda Ceita Cullen da instituição, a missão é melhorar a qualidade de vida da criança e humanizar o tratamento. “O olhar dos pais na hora que chegamos, e olhar depois que saímos, é o que nos motiva. Os pais ficam muito preocupados, pois são muitos remédios, transporte, e por mais que você ganhe um bom salário, é muito difícil manter esses tratamentos”, afirma Maria Helena. Ela explica também que são famílias de baixa renda, que muitas vezes não tem condições básicas para a sobrevivência. “E de repente chega uma doença dessa? Derruba os pais. Por meio do trabalho da Vaccip conseguimos oferecer auxílio para amenizar a situação. Eles devem saber que não estão sozinhos, que estão conosco, que liguem para nós a hora que for preciso”, diz. A entidade mantém-se por meio de doações, colaboradores e eventos. “É uma corrente do bem que criamos,

assim, sempre recebemos ajuda. Piracicaba é uma cidade solidária”, afirma Maria Helena. Além de atender as crianças com câncer, a presidente explica que a instituição também presta auxílio em casos de outras doenças. “Estamos muito contentes, por que temos condições de ajudar essas crianças. Muitas, que tem outros problemas bem graves, como desnutrição, neurológica, entre outros, também atendemos. Se está ao nosso alcance, dentro do que propomos, nós ajudamos.” Outro ponto importante, é o preparo para receber essas famílias. “Lógico que temos coisas tristes, mas quem está aqui, está preparado, pois o nosso papel é tentar aliviar o sofrimento das famílias. E isso é muito importante.” Atualmente a entidade atende 36 crianças. “Hoje, somos uma família e transformamos a vida delas, estão mais felizes e radiantes. Tudo que passamos supera. Recebemos bem mais do que eles, é uma energia incalculável, só quem vivencia esse trabalho para sentir, é muito forte”, afirma.

Recebemos bem mais do que eles, é uma energia incalculável, só quem vivencia esse trabalho para sentir, é muito forte

Foto: Jéssica Souza

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Funjape Tratando da vulnerabilidade das famílias Por: JÉSSICA SOUZA

Já tratamos nos textos anteriores, sobre os auxílios básicos, como alimentação e medicamentos, que algumas instituições da cidade fornecem as pessoas em tratamento do câncer. Além destes recursos, essenciais para a continuidade do tratamento, existe o fortalecimento da base familiar. Para essas famílias conseguirem passar este momento, de forma mais preparadas e informadas, a Funjape (Fundação Jaime Pereira) de Piracicaba prioriza o atendimento de assistência social. Segundo a gestora social da instituição, Ariana Avanzi, a Funjape se enquadra ao serviço de proteção social básica, com o fortalecimento de vínculo de indivíduos em situação de vulnerabilidade social. “Engloba essa assistência o acompanhamento destas famílias, como por exemplo, se o paciente está fazendo o tratamento, se não está deixando de se alimentar corretamente, e saber o que está acontecendo”, afirma. Após o trabalho efetivo de busca, o paciente ou a família é encaminhado aos trabalhos em grupos da ins-

Funjape promove apoio social

tituição, que tem como objetivo a terapia. “Temos grupos de artesanato, nutricionista, o projeto Cuidar para Crescer na Era Digital, no qual as crianças e adolescentes participam de um bate-papo com a psicóloga, entre outros trabalhos”, explica. Além disto, outras doenças que deixarem as famílias em estado de vulnerabilidade, também serão atendidas. “Auxiliamos no apoio ao tratamento, tanto social quanto psicossocial. O apoio material é quando há necessidade, porém, todos em caso de emergência”, diz. A entidade mantém-se atualmente por meio de doações e eventos, além de recursos captados através de projetos aprovados pelo Fumdeca (Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente), como Cuidar para Crescer na Era Digital.


Associação Viva a Vida Apoio às mulheres mastectomizadas Por: JÉSSICA SOUZA

Voluntária Ligia e a presidente Vera

Fundada em 1988, pela professora Wilma Godoy de Almeida, que morreu em julho deste ano, a Associação Viva a Vida de Piracicaba nasceu da vontade dela de dividir com outras mulheres a experiência da recuperação, a qual enfrentou o câncer de mama aos 35 anos, passando pela mastectomia (cirurgia de retirada total ou parcial da mama). Hoje, a entidade é mantida por trabalhos voluntários, por uma equipe de 40 pessoas, além da arrecadação de recursos financeiros por meio de bazares e doações. Para manter este trabalho, a professora aposentada Vera Cruz Figueiredo Santos, atual presidente da associação, abraçou as causas da Viva a Vida, que conheceu também quando estava em tratamento do câncer de mama, em 2001. “Fui acolhida aqui, não esqueço do rosto das meninas que me atenderam. Todo o trabalho daqui fez uma diferença no meu tratamento, e hoje proporcionar isso as pessoas, é gratificante”, afirma. Vera explica que antes da fundação, Wilma já fazia este trabalho, só que na casa dela. “Se ela ficasse sabendo de alguém que estava doente, ela ia visitar, começou assim. Se não fosse isso aqui, não sei o que seria dessas mulheres. Nós fazemos de tudo para agilizar o processo de exames e atendimento”, informa. Muitas das voluntárias da associação passaram pela mastectomia. Hoje elas mostram às mulheres que são atendidas pela entidade que não é o fim. “Elas chegam sem vontade de sair de casa, e nós mostramos que tem muito para fazer, não precisam ficar presas a isso. Já costuramos a prótese no sutiã, colocamos as perucas e os lenços, e elas saem radiantes”, afirma Vera.

Entidade ajuda com confecção de próteses mamárias

A presidente relata que o trabalho é humanizado, e consiste na reabilitação estética, física e emocional desta mulher, com atendimento psicológico, auxílio jurídico, fisioterapia, terapia ocupacional, por meio do artesanato, costura, e medicamentos. “Nós acolhemos com abraço, choramos juntas, é muito humanizado. Não é todo mundo que sabe que existe o nosso trabalho”, informa. A instituição trabalha também com confecção de próteses mamárias, adaptação de sutiãs e perucas. “Tudo é feito por voluntários. Chego em casa e penso, como passa tão rápido um dia aqui, não custa nada ser voluntária, faz muito bem para nós. É uma benção, as pessoas sempre nos ajudam”, diz. HISTÓRIA

A fundadora, Wilma Godoy de Almeida, morreu aos 84 anos de idade. Descobriu o primeiro câncer de mama aos 35 anos. Em 2005, foi descoberto o câncer em outra mama, porém, conseguiu vencer, as duas vezes, a doença. Após o tratamento do primeiro câncer, o marido de Wilma sugeriu que ela dividisse a experiência com outras mulheres. Em 1985 começou a se reunir com as mulheres em sua casa. A cada encontro, mais mulheres apareciam, então em 1988 foi fundada a Associação Viva a Vida. Já passaram pela instituição mais de 40 mil pacientes.

Foto: Jéssica Souza

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crédito: divulgação

Uniap

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Auxílio aos direitos previdenciários dos pacientes Por: JÉSSICA SOUZA

Instituição promove com pacientes apoio social e jurídico

Dentro do processo de tratamento de pacientes com câncer, há também recursos públicos e direitos, especificamente da área previdenciária, que esses pacientes possuem, porém, não têm informações sobre como e quem pode obtê-los. Diante destas dúvidas, a Uniap (Unidade de Apoio aos Portadores de Câncer) auxilia os pacientes em relação a esses direitos, para que assim, o processo de tratamento seja menos desgastante, além de promover o apoio social, psicológico, terapêutico, nutricional e jurídico, de forma personalizada e especializada. Eles atendem as cidades de Piracicaba, Limeira e Americana. Segundo à advogada da instituição, da unidade de Americana, Regiane Aparecida Tempesta Padoveze, ela tem acompanhado a difícil luta dos pacientes, com isto, utiliza o seu trabalho oferecendo orientações aos pacientes em relação aos seus direitos. “Existem muitos direitos as pessoas portadoras de câncer, alguns vêm de encontro com a necessidade do paciente de forma mais rápida, outros porém, exigem esforço, inclusive com a contratação do profissional para garantia destes direitos”, relata. Regiane explica que dentre os direitos junto aos INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), está o auxílio-doença. Outro ponto é a aposentadoria ser concedida por invalidez, caso haja o agravamento da doença e o paciente possua incapacidade laborativa, de forma total e definitiva para exercer qualquer função. Para pacientes desempregados, há mais de 12 meses sem contribuir para o INSS, não haverá amparo deste órgão, mas ele tem direito a ter seus medicamentos fornecidos pelo SUS e deve ser amparado pelo poder público no transporte, alimentação e hospedagem, inclusive ao seu acompanhante. Empregados podem-se ainda, sacar o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo Serviço), e de forma geral ter isenções no IR (Imposto de Renda).


Associação Limeirense de Combate ao Câncer – ALICC A associação busca oferecer para os pacientes um ambiente de fortalecimento no enfrentamento à doença. Por: JOANISE SOUZA

Alicc nasceu com objetivo de oferecer assistência a pacientes com menor poder aquisitivo

Todos os dias milhares de pessoas no Brasil recebem o difícil diagnóstico do câncer. Quem já passou por esse momento delicado ou está em tratamento sabe que todo apoio é importante. E é com esse objetivo, o de oferecer assistência a essas pessoas, em especial, as com menor poder aquisitivo, que surgiu a Associação Limeirense de Combate ao Câncer – ALICC, há 20 anos. A associação busca oferecer para os pacientes um ambiente de fortalecimento no enfrentamento à doença. Conta com atendimento de 2ª a 6ª feira - das 7h30 às 17 horas. Sua diretoria é composta por pessoas voluntárias, sem remuneração, e por um quadro de voluntários que dedicam à entidade parte de seu tempo e de suas vidas.

Diariamente, quem procura a Alicc conta com serviços gratuitos que vão desde a triagem, passando pelo encaminhamento, doação, acompanhamento especializado até orientação. A Alicc também tem como um dos pilares da luta contra o câncer a prevenção, cujas ações incluem a realização de palestras em escolas, empresas, igrejas, na comunidade como um todo e por meio de campanhas específicas. DUAS DÉCADAS DE AMOR AO PRÓXIMO

A ALICC existe, como ideal, desde 1966. Surgiu da determinação de Emília Menconi Varga e Marilene da Cunha Bagnato que abraçaram a causa do combate ao

Fotos: Divulgação

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câncer. Juntas resolveram desenvolver um projeto sobre prevenção, na rede escolar do município de Limeira e região. Para isso, buscaram treinamento e conhecimentos junto ao Hospital Antônio Cândido de Camargo da Fundação Dr. Antônio Prudente em São Paulo. Tornaram-se voluntárias da Rede Feminina de Combate ao Câncer, presidida pela precursora Carmen Anes Dias Prudente. Em virtude da grande incidência de casos de câncer que ocorriam em Limeira e região e, após a ade-

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são de outros voluntários, foi fundada a ALICC em 9 de abril de 1996. Duas décadas depois, a semente que foi plantada, rendeu frutos e hoje a Associação Limeirense de Combate ao Câncer é reconhecida como Utilidade Pública Municipal, Estadual e Federal, encontra-se cadastrada no Conselho Nacional de Assistência Social e certificada pelo ISO 9001:2015.

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INSTITUIÇÕES DE PIRACICABA E REGIÃO Guia com informações básicas, agência e conta das instituições: ALICC - ASSOCIAÇÃO LIMEIRENSE DE COMBATE AO CÂNCER

R. Maj. Antônio Machado Campos 74 - Jardim Piratininga Limeira, SP // Telefone: (19) 3404-3232 ASSOCIAÇÃO REDE FEMININA DE COMBATE AO CÂNCER DE PIRACICABA

R. São João 987 - Centro Piracicaba, SP // Telefone: (19) 3432-4782 ASSOCIAÇÃO ILUMINA

Av. Independência 171 - Centro Piracicaba, SP // Telefone: (19) 3375-0140 CENTRO INFANTIL BOLDRINI

Rua Dr. Gabriel Porto, 1270, Cidade Universitária Campinas, SP // Telefone: (19) 3787-5000 FUNJAPE - FUNDAÇÃO JAIME PEREIRA DE PIRACICABA

Av. Dr. Paulo de Moraes 312 - Paulista Piracicaba, SP // Telefone: (19) 3787-5000 HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS

Rua Antenor Duarte Villela 1331 - Dr. Paulo Prata Barretos, SP // Telefone: (17) 3321-6600 UNIAP - UNIDADE DE APOIO AOS PORTADORES DE CÂNCER

Rua Moraes Barros 264 - Centro Piracicaba, SP // Telefone: (19) 3402-7029 VACCIP - VOLUNTÁRIOS EM AÇÃO CONTRA O CÂNCER INFANTIL DE PIRACICABA

Rua Capitão Humberto Aldrovanti 876 - Vila Rezende Piracicaba, SP // Telefone: (19) 3371-6344 VIVA A VIDA

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Foto: Joanise Souza

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Cuidado com as pernas no Verão Vasinhos e varizes causam incômodos às mulheres Por JÉSSICA SOUZA

Conhecidas como “vasinhos”, as telangiectasias são pequenos vasos sanguíneos dilatados. Atingindo a maioria mulheres, no verão se torna um fator de incômodo para quem quer ficar com as pernas à mostra. Outro fator de preocupação são as varizes, além do incômodo estético, podem causar dor e desconforto. Para explicar os principais cuidados com as pernas, o cirurgião vascular, Luiz Baldini, apresenta dicas e o uso da cirurgia menos invasiva para as varizes. O cirurgião explica que no caso das aparências das pernas, por conta do constrangimento, as pessoas tomam decisões que podem acarretar outros problemas. Ele informa os seguintes cuidados: • Não tomar sol com a intenção de disfarçar os vasinhos, pois isto pode causar irritação local; • Usar protetor solar de acordo com o tipo de pele; • Não usar bases ou cremes para esconder os vasinhos; • Procurar um médico vascular para avaliar as opções de tratamento estético. De acordo com Baldini, o tratamento estético destes vasinhos é realizado, na maioria das vezes, por aplicações de um líquido que queima o vaso (geralmente glicose). “Este procedimento é chamado escleroterapia química. Pode-se também utilizar o laser, porém deve-se ter critério para sua indicação, não sendo adequado para todos os casos”, afirma. Em algumas situações, além dos vasinhos, existem pequenas veias esverdeadas nas proximidades que funcionam como veias nutridoras. O cirurgião explica que, é como se fosse uma árvore: com raiz, tronco, ga-

Luiz Baldini é médico cirurgião vascular formado pela Unicamp

lhos e folhas. “Para eliminar os vasinhos (folhas), seria mais correto primeiro tratar as raízes (veias nutridoras) que alimentam estes vasinhos. É por esta razão que muitas vezes não adianta fazer aplicação nos vasinhos, portanto, a consulta com o médico vascular é fundamental para identificar estes casos”, explica. VARIZES

No caso das varizes, os sintomas tendem a ser mais intensos no verão ocorrendo mais edema (inchaço), queimação e sensação de peso ao final do dia. Isto ocorre porque o calor provoca a dilatação dos vasos das pernas e consequentemente, sentimos maior desconforto. Como avanço da tecnologia, Baldini trouxe a cidade a técnica cirúrgica minimamente invasiva, a ‘termo-ablação’, que consiste na colocação de um cateter dentro da veia safena, através de uma única incisão. “Este cateter libera uma energia capaz de queimar a veia com segurança fazendo com que a mesma não mais prejudique a circulação do membro inferior”, informa. Entre os benefícios deste método, Baldini destaca a recuperação rápida, menor tempo de cirurgia, retorno precoce de atividades (físicas e trabalho) e menor ocorrências de inchaços, hematomas e dores.


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ABC DO CÂNCER ABLAÇÃO

CÂNCER

Retirada de uma parte do corpo ou tecido, seja por excisão ou por amputação, devido a um tumor.

É o nome genérico para um grupo de mais de 200 doenças. Embora existam muitos tipos de câncer, todos começam devido ao crescimento anormal e fora de controle das células. É também conhecido como neoplasia.

ACONSELHAMENTO GENÉTICO

O histórico familiar e pessoas podem ser discutidos, e se necessários testes genéticos podem ser realizados. ANTIBIÓTICO

Medicamento utilizado no tratamento de infecções causadas por bactérias e outros microrganismos.

CÂNCER DE MAMA

Consiste em um crescimento descontrolado de células da mama que adquiriram características anormais (células dos lóbulos, produtoras do leite ou dos ductos, por onde é drenado o leite).

BIÓPSIA

CIRURGIA CONSERVADORA DA MAMA

Cirurgia para retirar o câncer de mama, mas não a própria mama. CUIDADOS PALIATIVOS

Cuidados para melhorar a qualidade de vida de pacientes que sofrem de uma doença grave ou com risco de morte. DOENÇA RESIDUAL

Células cancerígenas que permanecem após tentativas para remover o câncer. DOENÇA TERMINAL

Retirada de células ou tecidos para análise por um patologista, que analisa a amostra sob um microscópio para diagnóstico.

Termo usado para descrever o câncer que está no início de seu crescimento.

BRAQUITERAPIA

CÂNCER METASTÁTICO

É um tipo de radioterapia que pode ser usada como tratamento exclusivo ou complementar à radioterapia externa em vários tipos de câncer.

Câncer que se disseminou para outros órgãos.

CÂNCER EM ESTÁGIO INICIAL

Doença que não pode ser curada e irá causar a morte. EFEITOS COLATERAIS

São ações indesejáveis causadas pela medicação ou tratamento corrente. EFEITOS TARDIOS

CÂNCER DE PRÓSTATA

Câncer que se forma nos tecidos da próstata.

BRCA1

Gene no cromossomo 17, que normalmente ajuda a suprimir o crescimento celular.

Aquele que não responde ao tratamento

BRCA2

CARCINOMA

Gene no cromossomo 13, que normalmente ajuda a suprimir o crescimento celular.

Câncer que se inicia na pele ou nos tecidos que revestem os órgãos internos.

Efeitos colaterais do tratamento do câncer que aparecem meses ou anos após o término do tratamento.

CÂNCER RESISTENTE EXCISÃO

Cirurgia por meio da qual são extraídas partes de um órgão. GENÉRICO

Medicamentos sem marcas.


HIPERPLASIA

METÁSTASE

RADIOTERAPIA

Aumento anormal no número de células em um órgão ou tecido.

É um segundo tumor originado do tumor primário.

HORMÔNIO

NÃO INVASIVO

O tratamento radioterápico utiliza radiações ionizantes para destruir ou inibir o crescimento das células anormais que formam um tumor.

Uma das muitas substâncias químicas produzidas pelas glândulas do corpo.

Doença que não se disseminou para fora do tecido no qual se iniciou.

HORMONIOTERAPIA

NEOPLASMA

Tratamento que adiciona, bloqueia ou remove hormônios.

Uma massa de tecido anormal que ocorre quando as células se dividem mais do que deveriam ou não morrem quando deveriam. Os neoplasmas podem ser benignos ou malignos.

IMUNODEFICIÊNCIA

A diminuição da capacidade do corpo de combater infecções e outras doenças.

Os tumores malignos podem invadir e destruir os tecidos próximos e se disseminar para outros órgãos. MAMOGRAFIA

É o estudo radiológico das mamas realizado com baixa dose de raios X. MASTECTOMIA

Cirurgia para retirada da mama com pele e complexo aureolo-papilar. Osgânglios linfáticos mais próximos também são removidos. MASTECTOMIA RADICAL

É a retirada da mama e dos músculos peitorais mais linfadenectomia axilar. MASTECTOMIA RADICAL

Processo que utiliza a cirurgia para remover parte ou totalidade de um tecido ou de um órgão. SISTEMA IMUNOLÓGICO

O grupo complexo de órgãos e células que defendem o organismo contra infecções e outras doenças. TERAPÊUTICA

ONCOLOGISTA MALIGNO

RESSECÇÃO

Médico especializado no tratamento do câncer. PATOLOGISTA

Médico especializado no exame anatomopatológico de células, tecidos e órgãos para diagnosticar a doença. PROFILÁTICO

Em medicina, o que atua como medida preventiva. PRÓSTATA

Glândula do sistema reprodutor masculino, situada em torno da porção inicial da uretra, que, junto com as vesículas seminais, produz o líquido seminal.

Tratamento da doença. TRANSPLANTE

Substituição de tecido por tecido do próprio corpo do indivíduo ou de outra pessoa. TUMOR

Uma massa de tecido anormal que ocorre quando as células se dividem mais do que deveriam ou não morrem quando deveriam. Os tumores podem ser benignos ou malignos. ULTRASSOM

Ultrassonografia é uma técnica que não emprega radiação ionizante para a formação da imagem.

PROSTATECTOMIA

TUMORES BENIGNOS

Cirurgia para remover parte ou a totalidade da próstata.

Os tumores que não são cancerosos são denominados benignos.

MODIFICADA

É a retirada da mama com preservação de um ou dois músculos peitorais mais linfadenectomia axilar.

QUIMIOTERAPIA

ORQUIECTOMIA

Tratamento com medicamentos para destruir as células cancerígenas.

É a remoção cirúrgica dos testículos, que produzem a maioria de testosterona do corpo.



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