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Deus estabelece uma aliança com a humanidade

Os dois amigos correram para a biblioteca, pediram para usar um computador disponível, pesquisaram a página da escola e lá encontraram o regulamento interno. Na parte referente às infrações disciplinares acharam o que queriam. - A coisa é séria - disse o Pedro -. Vamos falar com o André e a Vera, para ver como os podemos ajudar. O regulamento fala de infração grave, mas também refere atenuantes. Pode ser que nos lembremos de alguma coisa que os livre de um castigo severo, embora tenham agido mal. Um pouco mais tarde, os quatro amigos delineavam uma estratégia. Mas não havia consenso entre eles. O André d1z1a que o melhor era procurarem testemunhas falsas que negassem os factos. A Vera respondia que isso não era nada bom. Por um lado, era mentira, por outro, podiam ser descobertos e então não só eles senam castigados como também as suas testemunhas. O Pedro avançava a hipótese de acusarem o miúdo de lhes ter batido em primeiro lugar; deste modo, seria legítima defesa. Mas nem assim concordaram: uma mentira traz sempre inúmeros perigos; poderá ser mais um problema a somar ao problema anterior Continuaram a discussão até que, quando o André e a Vera já estavam quase desesperados, o Francisco propôs que fizessem uma lista de atenuantes; e começou a ditar: 1) Vocês foram insultados pelo miúdo, antes de lhe terem feito qualquer espécie de mal; 2) Os insultos atingiram a dignidade das vossas mães; 3) Nesse dia, estavam nervosos porque tinham feito uma ficha de avaliação e iam fazer outra logo a seguir (o pingue-pongue era uma forma de descontrair) ... Pouco depois, já tinham uma lista de atenuantes bastante completa e bem elaborada.

Muito organizados estes miúdos, até fazem listas de atenuantes!

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O André disse: - E se pedíssemos desculpa ao miúdo e mostrássemos arrependimento? - Boa ideia - disseram todos. Seria mais uma forma de diminuir o castigo. - Podemos até prometer não voltar a infringir o regulamento interno até ao final do ano - disse a Vera. Todos concordaram. Pouco depois, já estavam mais animados. Afinal, valia a pena discutir os assuntos em conjunto e chegar a consensos razoáveis. Muitas cabeças pensam sempre melhor do que uma só.

Quando eu e o Miguel resolvemo obtemos melhor resu/tad ' s os problemas juntos A d o. rn a bem que souberam trabalhar em co . n1unto! "-··-··-··-··-··-··-··-··-··-··-··-· - - - - - - -··-··-··-··-··J

Lê o texto Uma terrível sançã 1.Quem foram os alunos

as seguintes questões. 2. Qual o regulamento que define ou penalizações a aplicar aos o ·d. . rrertos, os deve!es e as sanções 1'' as suas regras? s no caso de nao cumprirem 3. Na conversa entre os amigo . , . '7-« do problema. Indica quais a: de resoluçao e quais as não aceitáveis onsr eras ace1tave1s que fizeram? Concordas?

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No Antigo Testamento encontramos muitas referências à Aliança entre Deus e o seu povo. Nos textos bíblicos que se seguem, podemos conhecer melhor a aliança que fez com Noé, Abraão e Moisés.

Noé

·Homem justo, bom, honesto e cumpridor. ·Deus pediu-lhe para construir uma "arca" de madeira para nela conseguir sobreviver a um dilúvio que estaria para acontecer. ·Deus pediu-lhe para abrigar na sua "arca" um casal de cada espécie de animais existentes.

·Filho de escravos hebreus no Egito. ·Salvo das águas do Nilo pela filha do faraó, cresceu na corte como egípcio. ·Quando descobre que é filho de hebreus, sente-se revoltado pelo trabalho e maus-tratos a que o seu povo está sujeito. ·Depois de ter cometido um crime (matou um egípcio que estava a bater num escravo hebreu) fugiu para o deserto. ·No deserto torna-se pastor, na tribo de Jetro. ·Moisés encontra pela primeira vez o poder e a presença de Deus quando, um dia, ao guardar as ovelhas, encontra uma sarça ardente que não se consumia pelo fogo. Deus fala-lhe e pede-lhe para ir buscar o povo hebreu ao Egito. ·Moisés vai ao Egito e pede ao faraó para libertar o seu povo, mas este não autoriza. ·Quando o faraó negou o pedido de Moisés, Deus atingiu o povo egípcio com pragas, e a última delas, que matou os filhos primogénitos, fez com que o faraó desistisse da sua ideia de manter ali os hebreus. ·Moisés conduziu então o povo para fora do Egito e atravessou milagrosamente com ele o Mar Vermelho, depois de o faraó ter mandado o exército atrás dos hebreus. ·Os deuses do Egito foram vencidos pelo Deus de Israel. ·No terceiro mês após a partida do Egito, os hebreus chegaram ao Monte Sinai e aqui Deus chama Moisés ao cimo da montanha para lhe entregar 1 O mandamentos escritos em tábuas de pedra, que Moisés guardou numa arca: a "Arca da Aliança" ...

Moisés

i O DILÚVIO E A ARCA DE NOÉ 1

A Bíblia conta, no Livro do Génesis, a seguinte história: há milhares de anos, tendo Deus verificado que todos os seres humanos se tinham afastado do caminho do bem, fez cair uma chuva muito intensa e prolongada que inundou toda a superfície da Terra - o Dilúvio Universal. Apenas se salvaram, dentro de uma "arca" , Noé e a sua família, assim como um casal de animais de cada espécie. Noé era um homem bom e honesto, por isso Deus poupou-o à terrível catástrofe. Esta história simbólica pretende dizer-nos que a ua teve um efeito urificador e ue a humanidade ôde então renasce • - • . • • • de acordo com a vontade de Deus. A arca também simboliza a proteção de Deus contra toda a destruição; é uma espécie de paraíso onde convivem todos os animais

cm 9. s-13 I A '"' seguir O ar , eus disse iança convosco a N oé e a seus filh º ._. EE/ .inseres vivos , com a Vossa de «Vou estab animais se/vQue vos rodeiam: as av scendencia futura 'ºe celecer a minha arca "E . agens Que estão co es, os animais dome' t?m os demais nvosco t s 1cos t • Odos aquel • odos os stabeleço conv ext . osco e t . erminada Pelas á s a aliança: não m . . es Que saíram d a Para destruir a Ti guas do dilúvio e - ais criatura algum Que ta erra.,, •2E De nao haverá . . a será as convosco, com todouss acrescentou: outro dilúvio Que Seia is geraç . oes futuras· •3 os ser es · vivos Que v o sina/ d a . aliança ' o sinal da ar . coloque; o m os rodeiam e iança entre m. eu arco nas n com im e a Terra. ,, uvens, Para

Gtt15.18

1ªNaquele dia, o SENHOR concluiu uma aliança com Abrão, dizendolhe: «Dou esta terra à tua descendência, desde o rio do Egito até ao grande rio, o Eufrates.»

Moises a partir as Tábuas da Lei, Rembrandt, 1659

Imagina-te há mais de 3000 anos, escravo, sem dinheiro, sem autonomia, sem poderes dispor do teu tempo como entendesses, sem nenhuma certeza quanto ao futuro ... mas com uma vontade imensa de ser livre, de construir a vida, de poder louvar, de poder amar, de acreditar nas pessoas que te rodeiam, de ser feliz, deterfé! É uma história com todos estes ingredientes que vamos conhecer agora. Há muitos séculos atrás, um pequeno povo, o povo hebreu, conseguiu sair do Egito onde era maltratado. Homens, mulheres e crianças caminhavam pelo deserto em direção à sua terra, conduzidos pelo seu chefe, Moisés. Um dia, Deus falou a Moisés no cimo do monte Sinai (também conhecido por monte Horeb). Deu-lhe um conjunto de regras, de mandamentos, para que todas as pessoas daquele povo pudessem viver em paz umas com as outras.

Monte Sinai - Arábia Saudita, uma cadeia de montes conhecido como Horeb

Dt 5.1-4.6-7.11-12.15-21.28-29. 32-3 3

O Decálogo -

1Moisés convocou todo o Israel e disse: «Escuta, Israel, as leis e os preceitos que eu hoje proclamo aos vossos ouvidos; aprendei-os e ponde-os em prática. 20 SENHOR, nosso Deus, concluiu uma aliança connosco no Horeb. 3Não foi com os nossos pais que o SENHOR concluiu esta aliança, mas connosco que, estamos aqui todos vivos hoje. •o SENHOR falou-nos face a face sobre a montanha, do meio do fogo. Ele disse: 6 'Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te fez sair da terra do Egito, da casa da escravidão. 1Não terás nenhum outro deus além de mim. 11Não invocarás em vão o nome do SENHOR, teu Deus, porque o SENHOR não deixará impune aquele que tiver invocado o seu nome em vão. 12Guarda o dia de sábado para o santificar, como te ordenou o SENHOR, teu Deus. 15Lembra-te que foste escravo na terra do Egito, donde o SENHOR, teu Deus, te fez sair com mão forte e braço estendido. Por isso te ordenou o SENHOR, teu Deus, que guardasses o dia de sábado. 16Honra o teu pai e a tua mãe, como te ordenou o SENHOR, teu Deus, a fim de prolongares os teus dias e viveres feliz na terra que o SENHOR, teu Deus, te há de dar. 11Não matarás. 1ªNão cometerás adultério. 19Não roubarás. 20Não prestarás falso testemunho contra o teu próximo. 21 Não cobiçarás a mulher do teu próximo e não desejarás a sua casa, nem o seu campo, nem o seu escravo, nem a sua escrava, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem nada que lhe pertença.'280 SENHOR ouviu a súplica das vossas palavras quando me faláveis, e disse-me: 'Ouvi a súplica das palavras que esse povo te dirigiu; tudo o que eles disseram está bem. 29Quem dera que tivessem sempre a peito temer-me e cumprir todos os meus mandamentos, para serem eternamente felizes, eles e os seus filhos. 32Tomai cuidado em cumprir o que vos ordenou o SENHOR, vosso Deus; não vos afasteis para a direita nem para a esquerda. 33Segui o caminho que o SENHOR, vosso Deus, vos ordenou, para viverdes e serdes felizes. Assim prolongareis a vida na terra de que ides tomar posse."

Os mandamentos vieram ajudar as pessoas daquele povo a viverem melhor, respeitando Deus, respeitando-se umas às outras, bem como tudo aquilo que pertence aos outros. Estas leis foram gravadas em pedra, que ficaram conhecidas pelo nome de Tábuas da Lei e ao conjunto destas leis costuma chamar-se Decálogo ou Dez Mandamentos. Se leres com atenção o texto, podes verificar que é possível dividi-lo em duas partes. Os primeiros quatro mandamentos dizem respeito às obrigações das pessoas para com Deus. Os últimos seis mandamentos referem-se às obrigações das pessoas umas para com as outras. Ou seja, os primeiros mandamentos revelam a fé do povo de Israel em Deus, o Libertador, aquele que os retirou da escravidão do Egito. Os últimos revelam a consciência de que não é possível viver em comunidade sem regras que orientem os comportamentos individuais. O povo de Israel sabia bem que as pessoas tendem a ser egoístas, a olhar só para os seus interesses e desejos particulares e a esquecer os outros, os seus interesses e necessidades. Por isso, era necessário estabelecer regras claras que guiassem o seu comportamento, no respeito pelos direitos e a dignidade uns dos outros. O decálogo foi, pois, uma dádiva de Deus para a construção da paz entre os hebreus.

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