Dono do habib's aprendeu sua estratégia mais valiosa numa padaria de bairro empresas

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04/10/2007 12:47

Dono do Habib's aprendeu sua estratégia mais valiosa numa padaria de bairro Enquanto trabalhava no comércio que herdou do pai, Alberto Saraiva descobriu as vantagens de vender "extremamente barato"

Duas das maiores lições que o português Alberto Saraiva, dono da rede de comida árabe Habib';s, diz ter aprendido vieram da época em que passou a administrar uma velha padaria de bairro que ele herdou do pai. A primeira foi persistir sempre. Já a segunda representa até hoje a principal estratégia de seu negócio: não basta vender a preços justos, eles têm que ser "extremamente baratos". Conheça um pouco mais dessa história, na entrevista concedida ao repórter Gustavo Poloni, da Revista EXAME. - De onde é a sua família? Nasci em Veloza, uma aldeia no norte de Portugal. Fica na Serra da Estrela, famosa por aquele queijo de ovelha que é uma delícia. Nós portugueses falamos que é o melhor do mundo, para o desgosto dos franceses. - Quantos habitantes tem a aldeia? Na época, tinha umas 200 pessoas. Recentemente conheci o lugar e ele deve ter umas 100, 150 pessoas. As casas são bem simples, construídas de pedra. Hoje só moram pessoas de idade. É uma coisa bem rudimentar. Meus pais se conheceram nessa aldeia e se casaram. Eles eram camponeses, viviam de plantação de uva, faziam vinho. Eles viviam do que plantavam. Meu pai sempre queria alguma coisa a mais, sempre sonhava - como a maioria dos imigrantes. Quem imigra sai do país porque a situação não está boa, porque está procurando alguma coisa melhor. Então, eles decidiram vir para o Brasil. - Vieram para cá por quê? Porque queriam uma vida melhor. Lá a vida era muito difícil. Eles não passavam fome, não eram miseráveis. Mas viviam numa casa sem geladeira, com fogão à lenha, montada pedra sobre pedra. Eles viam que ali não tinha futuro e queriam uma coisa melhor. Naquela época, um dos irmãos do meu pai já tinha vindo para o Brasil e chamou o meu pai. A minha mãe estava grávida e quando foi embarcar o pessoal não deixou porque a viagem de navio era longa e tinha algum risco. Ela ficou e eu nasci lá. Seis meses depois, quando eu já poderia viajar, ela veio e se encontrou com o meu pai. - Vieram para onde? Para São Paulo. Sem emprego garantido, com uma mão na frente outra atrás, sem dinheiro. Vieram sonhando com um futuro melhor. Vieram na raça e na coragem, na crença. Meu pai trabalhou muitos anos aqui como empregado. Um dos primos dele era sócio de uma padaria. Então meu pai conseguiu um animal com uma charrete e passou a entregar os pães da padaria na casa das pessoas. - Onde era isso?

20/06/2012 11:27


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