Lubes em foco edição 52

Dez/Jan 16 Ano VIII • nº 52 Publicação Bimestral

EM FOCO

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00052

A revista do negócio de lubrificantes

O Mercado Brasileiro de Lubrificantes

Uma análise sobre o desempenho do mercado brasileiro durante o ano de 2015 e as perspectivas para o futuro próximo.

Motos: padrão global de desempenho

Conhecendo a diferença entre as especificações JASO para óleos de motos, e por que ela e importante para os usuários.

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O Maior Evento de Lubrificantes da América do Sul 14 e 15 de junho de 2016 Aproveite esta oportunidade para compartilhar opiniões e dados do mercado com os mais renomados especialistas do setor.

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Editorial O mercado brasileiro de lubrificantes sofre, obviamente, uma influência direta dos movimentos da indústria automobilística, do PIB, e dos preços internacionais. Internamente, as dificuldades de se consolidarem números de produção e demanda não estão diretamente relacionados a esses fatores, e aumentam na proporção da complexidade que o mercado adquire, quando as regulamentações se tornam mais rígidas para todos os segmentos, e o cruzamento das informações esbarra em obstáculos comerciais e de compreensão de suas nuances particulares. Dessa forma, o manuseio dos números não pode ser efetuado de forma simplesmente matemática, e os cruzamentos precisam ser realizados considerando o perfil e a individualidade de cada empresa.

Afinal, o número de agentes a serem controlados permite que se possa entender as especificidades de cada um. A ANP tem se empenhado em produzir números para o mercado, e merece todo o nosso reconhecimento.

O projeto SIMP é uma esperança de que a consolidação dos parâmetros de produção, comercialização e coleta possa ser confiável, entretanto, é imprescindível interpretar os números e aplicar o conhecimento existente sobre cada agente, para uma verificação adequada. As ferramentas existem e o conhecimento também, portanto, é importante utilizá-los eficientemente.

A regulação de um mercado complexo é uma tarefa que exige um grande cuidado com a escuta atenta dos agentes envolvidos, com os impactos que novas regras podem provocar e os benefícios obtidos para o consumidor. A ANP tem mostrado, ao longo dos anos, uma disposição e uma atuação bastante louváveis nesse sentido, utilizando de forma coerente o bom relacionamento construído por servidores com extensa experiência e conhecimento. É muito importante que o quadro de funcionários concursados dos últimos anos entenda a necessidade do alinhamento do conhecimento técnico e da importância da letra da lei, com o bom senso e as particularidades de um mercado dinâmico e complexo, para que se possa fazer, de maneira eficaz, a integração dos processos principais de qualidade, abastecimento e fiscalização.

O mercado brasileiro experimentou queda significativa de volume, no ano passado, mas cresce em maturidade e consistência a cada ano. Esse é o caminho que acreditamos e com o qual também nos orgulhamos de colaborar.

Os Editores

Publicado por: EDITORA ONZE LTDA. Rua da Glória 366 - sala 1101 - parte CEP 20241-180 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil Tel.: (5521) 2224-0625 e-mail: comercial@lubes.com.br Conselho Editorial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Gustavo Eduardo Zamboni Pedro Nelson Abicalil Belmiro Diretor Comercial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Jornalista Responsável Angela Maria A. Belmiro - reg. 19.544-90-69

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Editor Chefe Pedro Nelson A. Belmiro Diretor de Arte Gustavo Eduardo Zamboni

Impressão Grafitto Gráfica e Editora Ltda.

Capa Gustavo Eduardo Zamboni

Publicidade e Assinaturas Antonio Carlos Moésia de Carvalho (5521) 2224-0625 R 22 assinaturas@lubes.com.br

Redação Tatiana Fontenelle

Tiragem 4.000 exemplares

Layout e Editoração Antônio Luiz Souza Machado da Cunha Revisão Angela Belmiro

E-mail dos leitores e site leitores@lubes.com.br www.lubes.com.br

Sumário 6

O Mercado Brasileiro de Lubrificantes

Como foi o desempenho do mercado em 2015, suas características e perspectivas para o futuro.

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A degradação do óleo lubrificante

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Transporte de óleos usado ou contaminado

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Medicamentos devem ser usados com cuidado

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Padrões globais para os óleos de motos

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Mercado em Foco

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Programação de Eventos

Especialista debate as principais causas da deterioração das propriedasdes dos óleos e diz o que fazer para impedí-las.

Os aspectos legais e normas de segurança para minimizar riscos de acidentes.

Dr. Newton Richa nos alerta para os perigos relativos ao uso indiscriminado de medicamentos.

Entendendo as especificações japonesas JASO para os óleos de motocicletas e suas diferenças.

Pesquisa da Editora Onze apresenta os números do mercado brasileiro de lubrificantes e sua evolução no ano.

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O Mercado

Brasileiro

de Lubrificantes Por: Pedro Nelson A. Belmiro

6

O

mercado brasileiro de lubrificantes foi impactado, no ano de 2015, por três importantes fatores que, quando associados, produziram efeitos de turbulência, por vezes contraditórios entre si, aumentando as dificuldades para uma determinação precisa dos volumes envolvidos. Crise, qualidade e controle de dados de produção merecem destaque em uma análise mais profunda sobre o desempenho do mercado. A crise político-econômica foi fundamental para o direcionamento negativo dos números de mercado, enquanto atuaram, de forma significativa, os aspectos regulatórios provenientes das diretrizes da ANP relativas aos níveis mínimos de qualidade dos óleos lubrificantes e ao monitoramento dos dados de produção e movimentação de produto, o SIMP. O resultado final foi uma queda no volume total de óleos lubrificantes da ordem de 7,2%, quando comparado ao ano anterior, com 1,375 milhão de metros cúbicos, voltando a níveis comparáveis aos do ano de 2011.

A crise econômica O ano de 2015 foi muito complexo para a economia brasileira, que teve o Produto Interno Bruto – PIB apresentando o seu pior resultado em 25 anos, com uma queda de 3,8 %, e a produção industrial amargando o maior recuo em 12 anos, caindo 8,3%.

10,0 8,0

O mercado de lubrificantes guarda uma relação íntima com a variação do PIB e a atividade industrial, pois quanto mais houver máquinas e equipamentos funcionando, maior é o consumo de óleos e graxas, e vice-versa.

Essa relação se torna muito mais profunda, por questões óbvias, com a indústria específica de veículos automotores, que despencou dramaticamente, atingindo um total de 2,57 milhões de unidades negociadas, o que representa uma retração de 26,6% com relação às 3,50 milhões em 2014.

Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores – ANFAVEA, o cenário político de 2015 contribuiu para a redução da confiança dos consumidores e investidores, adiando as decisões de compra. Já a produção de veículos automotores terminou o ano com redução de 22,8%, na comparação das 2,43 milhões de unidades do ano passado com as 3,15 milhões de 2014.

O último trimestre de 2015 experimentou um aprofundamento da queda da produção industrial brasileira, marcando a baixa mais intensa desde 2009, com reflexos diretos no mercado de lubrificantes, que tradicionalmente recebe um pequeno fôlego nesse período. A inflação em alta, a disparada do dólar e os aumentos gerais dos custos de produção são mais alguns dos fatores econômicos que impactaram o mercado brasileiro de lubrificantes, mas não cabe aqui o aprofundamento de cada um deles, e, sim, uma rápida reflexão sobre suas consequências para os agentes econômicos envolvidos.

6,0

Os níveis mínimos de qualidade

%

4,0 2,0 0 -2,0 -4,0 -6,0 -8,0

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

Mercado Lubrificantes PIB Brasil Gráfico 1 : Comparativo das variações (%) do PIB e do mercado de lubrificantes no Brasil

Com a Resolução nº22/2014, publicada em 14 de abril de 2014, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP estabeleceu critérios para obtenção de registro de graxas e óleos lubrificantes, e também determinou os níveis mínimos de qualidade para o mercado brasileiro, da seguinte forma: API SJ ou ACEA (2012) para o ciclo Otto e API CG-4 ou ACEA (2012) para o 7

ciclo Diesel, em uma primeira etapa, e API SL e API CH-4 ou ACEA (2014) na segunda etapa. Os prazos estipulados para a entrada em vigor do novo regulamento foram os seguintes: 1ª ETAPA

2ª ETAPA

Produção e Importação

31/12/2014

01/01/2017

Distribuição

31/03/2015

31/03/2017

Comercialização ao consumidor final

30/06/2015

30/06/2017

Dessa forma, os níveis mais baixos e consequentemente mais baratos, API SF e CF foram banidos para o uso automotivo, e suas produções e importações proibidas a partir de janeiro de 2015.

O que observamos então foi um impacto maior nos pequenos produtores, que viram seus custos de formulação aumentar não proporcionalmente às suas margens obtidas na competição pelo mercado dos níveis mais altos de qualidade. Assim, a participação no mercado total das maiores empresas, que constituem o Sindicato Nacional dos Distribuidores de Combustíveis e Lubrificantes – SINDICOM, aumentou com relação ao ano de 2014, representando uma fatia correspondente a 84%.

Monitoramento de produção e movimentação de produto (SIMP) Criado com a finalidade de determinar números de mercado, o sistema SIMP tem por objetivo monitorar dados de produção e movimentação de produtos regulados pela ANP, na cadeia de midstream e downstream , abrangendo produtores, refinadores, distribuidoras, TRRs, revendedores e outros agentes.

De acordo com agentes do mercado, esse assunto gerou muitas dúvidas, e foram necessários vários encontros e debates para uma melhor orientação, tanto de produtores como dos próprios agentes da ANP. Também foi elaborado um programa-piloto com algumas empresas para avaliação e melhor implantação do sistema.

A ideia principal é que todas as informações da cadeia produtiva possam ser cruzadas, e assim chegar-se a números mais precisos para o merca8

do. Assim, números de produção, coleta de óleo usado e contaminado, envio ao rerrefino e produção de básicos rerrefinados deveriam ser coerentes entre si, observando as características de cada segmento. Ocorre que todo início de processo tem suas dificuldades e imprecisões a serem contornadas, e tornar todos esses segmentos coerentes não é uma tarefa fácil.

Quando nos referimos a início de processo, focamos a informatização e automatização do recebimento de dados, pois a Resolução nº17/2004 da ANP, publicada em novembro de 2004, já determinava que os agentes econômicos do mercado de lubrificantes ficam obrigados a enviar à ANP informações mensais sobre as suas atividades. Entretanto, até 2015 ainda não se podia ter uma boa precisão, ou pelo menos uma coerência razoável proporcionada pelo cruzamento de todas essas informações.

Com o SIMP em funcionamento, poderá ficar mais clara a interpretação dos números de mercado, porém alguns ajustes são necessários para contemplar situações que podem gerar duplicidade de informações, como, por exemplo, a terceirização da produção, a movimentação de óleos básicos de uma empresa para outra etc. Além disso, existem os números de produção que precisam estar relacionados ao volume de coleta de óleos usados e contaminados, de acordo com as determinações das percentagens estabelecidas pelo governo.

Enfim, são muitos os parâmetros que precisam ser levados em consideração e cruzados entre si para se chegar a números aceitáveis, e isso requer muita persistência do legislador e adaptação do mercado. Enquanto isso, os números vão sendo modificados durante o processo, para contemplar todos os agentes e segmentos envolvidos.

Os números do mercado brasileiro Diante da complexidade e das dificuldades de precisão para os números oficiais, a pesquisa realizada pela revista Lubes em Foco vem, ao longo dos anos, focando o contato direto com todos os segmentos de mercado e também executando uma exaustiva análise de coerência entre as informações obtidas.

Ao movimentar um montante aproximado de R$ 20,4 milhões e com volume final em torno de 1,375

X 1.000 metros cúbicos

de 6 e 6,5% respectivamente. A menor retração se deu na região 1.600 m³ Nordeste, mesmo assim com o 1.500 m³ número expressivo de 4,2%.

As nove empresas associa1.400 m³ das ao Sindicom responderam 1.300 m³ por 84%, tendo a BR Distribuidora como líder, com uma fatia de 1.200 m³ 25,4% de participação. Ipiranga 1.100 m³ e Cosan (Mobil) vêm depois, em disputa acirrada, com 14,2 e 1.000 m³ 14,1%, respectivamente, segui900 m³ das de Chevron (8,6%), Petronas 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 (8,4%) e Shell (7,9%). Castrol e Total seguem a lista com 1,9% cada uma e YPF fecha o grupo Gráfico 2: O mercado brasileiro de lubrificantes ao longo do anos com 1,6%. milhão de metros cúbicos, o mercado de lubrificanPara se ter uma ideia sobre tes, em 2015, dividiu-se na proporção aproximada a turbulência vivida pelo mercado brasileiro de lude 72% para o segmento automotivo e 28% para o brificantes em 2015, apresentamos, no gráfico 4, industrial, conforme metodologia de divisão adota- as variações volumétricas ao longo do ano, em que da pelas grandes empresas. A queda total de 7,2% são visíveis as tentativas de recuperação feitas em em relação ao ano anterior foi um reflexo das que- março e setembro, e a dramática queda no último das de volume em todas as regiões do país, sendo trimestre. A pesquisa que realizamos revelou que a região Sul a mais afetada, com perda de mais de o mês de dezembro de 2015, por exemplo, foi o 8% no período. A região Sudeste, que representa segundo pior mês dos últimos quatro anos para o quase a metade do volume nacional de lubrifican- mercado de lubrificantes no Brasil. tes, caiu em torno de 4,5%, enquanto as regiões Norte e Centro-Oeste tiveram redução em torno O mercado de óleos básicos

25,4%

16,0% 1,6% 1,9% 1,9% 7,9%

14,2% 8,4% 8,6%

14,1%

Gráfico 3: Pizza de participação de mercado

BR Ipiranga Cosan/Mobil Chevron Petronas Shell Castrol Total Lubrif.

YPF outros

Com um mercado local de 1,320 milhão de metros cúbicos, equivalentes à cerca de 1,188 milhão de toneladas, e uma exportação de cerca de 47 mil metros cúbicos, o Brasil ainda necessitou contar com a importação de aproximadamente 35,8% para suprir suas necessidades.

Em 2015, vieram do exterior mais de 490 mil m 3 de óleos básicos, para se somar aos 641 mil m 3 produzidos nas refinarias da Petrobrás, sendo o total complementado pela indústria do rerrefino, com uma contribuição de 236 mil m 3, equivalente a 17,3% do mercado.

9

metros cúbicos

140.000 130.000 120.000 110.000 100.000 90.000 80.000

jan fev mar abr mai jun

jul ago set

Gráfico 4: Evolução do mercado em 2015

Mais uma vez os Estados Unidos foram os grandes fornecedores de básicos para o Brasil, com cerca de 71,8% do volume, porém é necessário considerar que algumas empresas utilizam os escritórios naquele país para efetuar o processo de exportação para o mercado brasileiro. Seguiram-se Coreia do Sul com quase 7%, e Malásia, com pouco mais de 5%.

metros cúbicos

650.000

46,9

550.000

350.000

150.000

2009

2010

2011

2012

2013

Refinarias Importação Rerrefino Gráfico 5: A produção de óleos básicos no Brasil em 2015

Ao todo, o Brasil desembolsou em 2015 mais de US$ 333 milhões com importações de óleos básicos, tendo recebido US$ 27,5 milhões pelos 47 mil metros cúbicos exportados.

Somente três refinarias brasileiras produzem óleos lubrificantes básicos: a Reduc, no Rio de Janeiro, e a Rlam, na Bahia, com produtos de qua-

O que esperar para os lubrificantes no futuro?

O Brasil está enfrentando a complexidade de um momento político conturbado, com uma economia em recessão, que torna cada vez mais difícil, não só as previsões de comportamento de 17,3 mercado, como o planejamento das empresas em termos de investimentos e produção.

2014 2015 Cada vez mais se tornam necessárias a constante revisão dos cenários de curto e médio prazos e a consequente adequação das estratégias de mercado. A rapidez com que o mercado financeiro reage aos movimentos políticos não é a mesma possível para a recuperação de uma indústria combalida.

Mesmo que o país retome o caminho do crescimento, ou, pelo menos, estanque o sangramento do processo inflacionário, as respostas da indústria se produzem em um ritmo mais lento, com a reestruturação de sua força de trabalho e capacidade produtiva.

35,8

450.000

250.000

10

lidade correspondente à classificação API grupo I;e a Lubnor, no Ceará, produtora de básicos naftênicos (grupo V). Dessa forma, toda a necessidade de grupo II e III, à exceção do pequeno volume oferecido pela empresa de rerrefino Lwart, precisa ser importada.

Os baixos preços do petróout nov dez leo no mercado global impactaram consideravelmente o mercado de óleos básicos no Brasil.

Entretanto, a alta do dólar e a redução do consumo dificultaram as importações, causando um efeito de turbulência e volatilidade no mercado. Esses movimentos, associados a uma inflação elevada, trouxeram grandes dificuldades à indústria nacional, principalmente aos rerrefinadores, que viram seus custos de produção correndo em direção oposta aos preços que podiam praticar aos seus clientes para continuarem competitivos.

Alguns setores já consideram que uma estabilidade em 2016 já é um fator otimista, como a própria indústria automotiva, que vê um bom momento para exportações, devido a acordos assinados, em 2015, com Argentina, Colômbia, México e Uruguai. Também uma boa safra agrícola pode beneficiar o comércio de máquinas e equipamentos para essa atividade.

Além disso, há uma grande aposta de estabilidade no contexto macroeconômico, o que poderá ajudar o Brasil a buscar sua própria estabilidade.

O mercado brasileiro de lubrificantes continuará a sofrer as influências já citadas no início desta matéria e tentará buscar uma estabilidade ou até mesmo uma pequena recuperação, na esteira da indústria automotiva. O que se pode ter como certo é que os níveis de qualidade dos lubrificantes continuarão a exigir cada vez mais óleos básicos de grupos II e III, que terão seus preços balanceados na proporção entre custo do petróleo e grandes capacidades de produção global de básicos. Se a pressão sobre a valorização da moeda estrangeira diminuir, as importações poderão exercer sua própria pressão sobre os preços nacionais.

A ANP deverá continuar a exercer um papel de grande importância em dois aspectos: o ajuste do processamento do SIMP, que poderá trazer um balizamento mais confiável ao mercado quanto aos seus números de produção e coleta; e o retorno do Programa de Monitoramento da Qualidade, fundamental para a garantia de confiança do consumidor e dos produtores bem intencionados, principalmente considerando que o ano de 2016 será também preparatório para as empresas adotarem os níveis API SL e API CH-4 como mínimos, no início de 2017.

Pedro Nelson Belmiro é Engenheiro Químico, Consultor Técnico em lubrificantes, Co-autor do livro Lubrificantes e Lubrificação Industrial e coordenador da Comissão de Lubrificantes e Lubrificação do IBP.

11

Degradação: quais as causas mais frequentes?

O que fazer?

S

ão variadas as causas que podem levar à degradação dos óleos lubrificantes. As mais comuns são: oxidação, colapso térmico (craqueamento), micro-dieseling, depleção de aditivação e contaminação externa e interna.

Oxidação Oxidação é a reação das moléculas de óleo lubrificante com as moléculas de oxigênio do ar atmosférico, processo que pode levar a aumento da viscosidade e formação de borras, vernizes e sedimentos. A oxidação pode, ainda, provocar a depleção de aditivos, colapso do óleo básico, ferrugem e corrosão, podendo ser monitorada por meio do aumento do Número Ácido (AN).

Foto 1 e 2: Borra e verniz

12

Por: Marcos Tadeu Giacomini Lobo

Colapso térmico (craqueamento) A temperatura do óleo lubrificante deve ser objeto de preocupação primária, visto que o óleo lubrificante, além de separar as partes móveis dos equipamentos mecânicos, deve dissipar também calor. Isto significa que o óleo Foto 3: Borra e verniz lubrificante, em geral, trabalhará acima da temperatura ambiente. A Lei de Arrhenius dita que, a cada 10ºC de aumento na temperatura de operação do óleo lubrificante, a temperatura da reação química de oxidação dobra. Em outras palavras, a cada 10ºC de aumento na temperatura de operação do óleo lubrificante, a sua vida útil será reduzida à metade. Em face do exposto, manter o óleo lubrificante à menor temperatura de operação possível levará à extensão

da sua vida útil e evitará a possibilidade do seu colapso térmico (craqueamento).

como também provê pistas sobre o que pode estar levando a uma depleção acelerada dos aditivos do óleo lubrificante.

Contaminação

Fotos 4 e 5: Colapso térmico (craqueamento) de óleo lubrificante

Micro-dieseling Também conhecido como colapso térmico (craqueamento) induzido por pressão, o micro-dieseling é um processo em que bolhas de ar passam de regiões de baixa pressão em um sistema para zonas de alta pressão, sendo esse, fenômeno muito comum em sistemas hidráulicos. Micro-dieseling é resultante de compressão adiabática de bolhas de ar presentes no óleo lubrificante que coqueifica as moléculas de óleo lubrificante próximas, provocando a oxidação instantânea dessas moléculas.

Sujidades (material insolúvel), água, ar etc. podem influenciar grandemente a taxa de degradação do óleo lubrificante. Sujidades contendo finas partículas de metal podem ser os catalisadores que darão início e acelerarão o processo de degradação do óleo lubrificante. Ar e água provêm a fonte de oxigênio que reage com o óleo lubrificante e leva à sua oxidação. A análise do óleo lubrificante em uso, como já foi mencionado, será muito útil em monitorar os níveis de contaminação do óleo lubrificante.

Fotos 10 e 11: Sujidade (material insolúvel), borra oriunda de emulsão com água e aeração em óleo lubrificante

Fotos 6 e 7: Bolha de ar passando de região de baixa pressão para área de alta pressão (micro-dieseling)

Depleção de aditivos A maioria dos pacotes de aditivos dos óleos lubrificantes acabados são destinados a ser sacrificados e utilizados durante a vida útil da carga de óleo lubrificante. Monitorar os níveis de aditivos através da análise de óleo lubrificante em uso não apenas assegura a saúde do óleo lubrificante

Entender os motivos da degradação dos óleos lubrificantes é de fundamental importância, com vistas a se prolongar não apenas a vida útil dos 12: Sujidade (material insolúvel), óleos lubrificantes, borra oriunda de emulsão com água e aeração em óleo lubrificante como também a dos equipmentos móveis e industriais. Investimentos realizados com vistas a retardar os processos anteriormente citados serão muito rentáveis no sentido de manter a disponibilidade do maquinário.

Marcos Thadeu Giacomini Lobo é Engenheiro Foto 8 e 9: borra em óleo lubrificante de motor de combustão interna causada por excessivo período de uso (depleção de aditivação)

Mecânico e Consultor Técnico em Lubrificação da Petrobras Distribuidora S.A.

13

Aspectos legais envolvidos no transporte e manuseio de รณleo lubrificante usado e contaminado Por: Manoel Browne

14

N

o ano de 2015, foi consumido no Brasil um total de 1,388 bi de litros de óleo lubrificante para mover máquinas e motores. Levar esse produto em todo território aos consumidores demanda grande habilidade logística, e trazê-lo de volta pelo sistema de logística reversa é um desafio maior ainda. À medida que é utilizado, o lubrificante perde suas propriedades iniciais e se contamina no processo de lubrificação, tornando-se um resíduo perigoso, sendo assim classificado pela ABNT-NBR 10.004: É considerado produto perigoso todo aquele que represente risco à saúde das pessoas, ao meio ambiente ou à segurança pública, seja ele encontrado na natureza ou produzido por qualquer processo. Portanto, é fundamental realizar o manuseio e o transporte com boa técnica, segurança e em conformidade com as normas vigentes. São diversas licenças, autorizações e controles regulatórios que envolvem a coleta e o transporte do óleo lubrificante usado, denominado por OLUC. Um importante agente presente no sistema de logística reversa e que tem contribuído para executar a coleta e efetivar

a destinação ambiental adequada é o coletor. A Resolução Nº 362/05 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, denomina coletor a pessoa jurídica devidamente autorizada pelo órgão regulador da indústria do petróleo e licenciada pelo órgão ambiental para realizar a atividade de coleta de óleo lubrificante usado ou contaminado, e estabelece que o rerrefino é a destinação correta e legal para o OLUC. O transporte rodoviário é um modal representativo no âmbito nacional e sua regulamentação baseia-se nas recomendações do Comitê de Peritos em Transporte de Produtos Perigosos das Nações Unidas, que são publicadas no Regulamento Modelo conhecido como “Orange Book”, o qual o Brasil integra como representante oficial, além de constarem também no Acordo Europeu para o Transporte Rodoviário.

De acordo com a classificação de produtos perigosos estabelecida pela ONU e a necessidade de complementar a regulamentação brasileira do transporte terrestre, a Agência Nacional de Transporte Terrestre – ANTT instituiu, no ano de 2004, a Resolução n° 420, com o propósito de fornecer as informações necessárias para o

15

transporte de produtos perigosos, nos quais se inclui o OLUC. No Brasil, a legislação específica para essa modalidade de transporte é regulamentada pelo Decreto n°. 96.044, de 18 de maio de 1988, que estabelece as diretrizes e normas gerais para o correto procedimento das cargas perigosas, visando à preservação da saúde humana e do meio ambiente.

futuras, o que somente é possível com a implementação de políticas avançadas e comprometidas com a prevenção do risco.

O manuseio do OLUC deve seguir a instrução normativa ABNT NBR 9735, que classifica os equipamentos de proteção individual necessários para a proteção e salvaguarda dos condutores, tais como: trajar calça comprida, camisa de manga curta ou comprida e calçado fechado. Para carga e descarga do material ou em caso de emergência, é necessário o uso do capacete, luvas de borracha, botas especiais e óculos de segurança, além de ter recebido treinamento específico para atendimento a emergências.

Outro ponto importante para o gerenciamento do risco no transporte e manuseio de OLUC são as qualificações, documentações e equipamentos para o condutor e veículo transportador realizarem essas atividades com segurança. Por exemplo, os itens obrigatórios são:

• C o n d u t o r : Certificado de aprovação no curso de Movimentação Operacional de Produtos Perigosos (MOPP), via original da Carteira Nacional de Figura 1: Rótulo de Risco das Classes (Fonte: Cartilha Transporte e Produtos Perigosos no Habilitação (CNH) com a inMercosul, ANTT, 2011) dicação de habilitado para Há uma ampla regulamentação aplicável transporte de produtos perigosos, e os equipaao transporte de resíduos perigosos, visto que mentos de Proteção Individual (EPIs); cada detalhe no transporte é importante para • Veículo transportador: Certificado de evitar acidentes. O transporte de OLUC deman- Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV), da o acolhimento de padrões de segurança que Certificado de Inspeção para o Transporte de precisam abranger não apenas o transporte em Produtos Perigosos a Granel (CIPP) e Certificado si, mas estarem aptos e capazes de atender a de Inspeção Veicular (CIV) para transporte de eventuais emergências e prevenir ou mitigar da- produtos perigosos a granel; nos ambientais. Dessa forma, faz-se necessário • Identificação do veículo transportador: compatibilizar o transporte de materiais perigo- Painéis de segurança e rótulos de risco especísos e a preservação do interesse das gerações ficos, conjunto de equipamentos para emergên16

cia, e identificação do número da autorização de coletor de óleo lubrificante usado e contaminado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP); • Documentação para transporte de OLUC: Ficha de emergência e envelope para o transporte terrestre de produtos perigosos, Certificado de Coleta de Óleo (CCO), autorização de coletor da ANP, autorização ambiental para o transporte interestadual de produtos perigosos do IBAMA – modal rodoviário e as licenças ambientais para transporte de produtos/resíduos perigosos nas unidades de federação que as exigem.

Os veículos coletores do resíduo são facilmente identificáveis por uma série de características visuais exigidas por lei. Neles, devem constar inscrições de “óleo lubrificante usado” e “coletor autorizado ANP”, seguido do respectivo número de registro, rótulos de risco e painéis de segurança, além de faixas refletivas e a inscrição auxiliar de identificação, todos de acordo com as disposições legais vigentes.

Atualmente, o setor de coleta e rerrefino tem ido além das obrigações legais, com ampla apli-

cação de sistemas de rastreamentos nos veículos de coleta. Isso permite a rastreabilidade do resíduo desde a fonte geradora até o rerrefino, seu destino final, o que imprime maior segurança e confiabilidade do gerador de OLUC na destinação legal do resíduo.

Outros mecanismos, como o Plano de Atendimento à Emergência – PAE e coberturas de seguro ambiental, dão garantias de segurança mais ampla aos envolvidos no processo de coleta do óleo lubrificante usado. Tais mecanismos buscam garantir equipes treinadas para o atendimento em caso de sinistro envolvendo resíduos perigosos, com o objetivo de evitar ou mitigar o impacto ambiental e a integridade do condutor.

Em caso de acidente, a estrutura, o planejamento e o tempo de resposta da empresa, aliados ao alto grau de capacitação do motorista coletor para o pronto atendimento dos procedimentos de segurança no momento do sinistro, é que fazem a diferença, sendo ele o primeiro a chegar ao local, recebendo treinamento e orientação de como agir.

A manutenção da regulamentação atualizada e a divulgação junto ao setor são essenciais

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para uma maior profissionalização do mercado, para, dessa forma, garantir a proteção de todos os envolvidos no processo, devendo primar pela entrega do resíduo perigoso somente para agentes qualificados, sob pena de assumir solidariamente os riscos de um acidente.

Em tese, apesar de todo o aparato legal em vigor, há ainda muito desconhecimento no transporte com segurança. Há uma gama de “ditos” coletores ilegais sem autorização dos órgãos competentes e diversos outros agentes “falsos legais” coletando óleo lubrificante usado com autorizações que não lhes conferem direito de exercer tal atividade de coleta. Há que se inclinar os olhos para esse risco em potencial.

Boa notícia está a caminho com a oportunidade da participação social no aprimoramento da minuta de resolução sobre instruções complementares ao regulamento do transporte terrestre de produtos perigosos. A nova norma revogará a Resolução nº 420/2004. O período para envio das contribuições será até o dia 15/4/2016. As

Nós protegemos os

recursos naturais.

E você?

sugestões deverão ser encaminhadas à ANTT. As inúmeras normas e procedimentos que redundam em obrigações ao transporte do OLUC não são demasiadas para a segurança. As implicações da coleta e do transporte em condições inseguras e inadequadas expõem toda a sociedade a riscos à saúde e sustentabilidade do meio ambiente.

Prevenir é sempre melhor e mais inteligente que remediar. Portanto, contrate sempre um coletor autorizado pela Agência Nacional de Petróleo e que cumpra todas as demais normas de segurança para transporte de resíduos perigosos.

Manoel Browne é gerente de Relações Institucionais e Regulatório da Lwart Lubrificantes, líder em coleta e rerrefino de óleo lubrificante usado na América Latina

O óleo lubrificante usado só tem um destino legal e ecologicamente correto:

a coleta e o

rerrefino

Ao realizar a coleta e o rerrefino do óleo lubrificante usado* dos veículos e indústrias em todo país, transformando o óleo usado em óleo novo, a Lwart Lubrificantes assume sua responsabilidade na preservação do planeta, impedindo a emissão de www.avanticomunicacao.com

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Sandra Santos

Romildo Lopes

Eduardo Fajardo

dufajardo@avanticom.com.br

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Baltazar Rodrigues, 2-64, Jd. Planalto, Bauru, SP, CEP: 17012.621

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comunicação integrada

gases de efeito estufa e a contaminação do solo e dos mananciais.

Solicite a Coleta 18

Cuidar do Planeta é responsabilidade de todos.

pelo site: www.coletalwart.com.br ou Disque Coleta: 0800 701 0088

Conte com a nossa parceria!

*Todo óleo lubrificante usado ou contaminado deve ter o rerrefino como destinação final segundo resolução Conama 362/2005.

S.M.S.

Uma Integração Estratégica

S.M.S.

S.M.S.

SAÚDE - MEIO AMBIENTE - SEGURANÇA

Os medicamentos devem ser usados com cuidado Por: Newton Richa

Em seu livro “Saúde – Uma Estratégia de Mudança”, o médico sanitarista Mário Chaves alerta que “a sociedade moderna é uma sociedade medicalizada”, que acredita cegamente na ciência e na tecnologia. Os melhores tratamentos são os que envolvem os medicamentos mais novos e caros. A tolerância cada vez menor das pessoas, a qualquer tipo de mal-estar ou dor, leva a um consumo crescente de medicamentos.

As pessoas precisam estar conscientes de que os medicamentos, em geral, não tratam as causas básicas das doenças, mas os seus efeitos. Além disso, todo medicamento, em consequência do consumo prolongado, pode provocar efeitos colaterais indesejados, eventualmente muito graves. Outra possibilidade são as interações, quando vários medicamentos são usados simultaneamente.

Em seu artigo “Quando os remédios são venenos”, publicado

no Jornal do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, em abril de 2015, Anthony Wong, Diretor Médico do Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas da FMUSP de São Paulo, alerta para as alarmantes estatísticas nacionais e internacionais da exposição a substâncias químicas.

O Toxicologista cita dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX), do Ministério da Saúde, que totalizaram 99.035 relatos de intoxicação humana, em 2012, no Brasil. Desse total, calcula-se que 45,3% resultaram do uso de medicamentos, com pelo menos 20 mortes por erro de medicação e automedicação.

Acrescenta Anthony Wong que as estatísticas norte-americanas, mais confiáveis que as brasileiras, indicam que eventos adversos e erros decorrentes do uso de remédios resultaram em mais de 106 mil óbitos, sendo a quarta ou quinta maior

19

27

causa de morte nos Estados Unidos. Além disso, causam um prejuízo de mais de US$ 117 bilhões ao sistema de saúde daquele país, anualmente. A situação no Brasil não deve ser melhor, e mostra-se urgente a necessidade de iniciativas para que a população consuma menos medicamentos.

Para prevenir os danos causados por medicamentos, Wong recomenda que as pessoas tenham em mente que o mais importante na consulta médica é transmitir sua história ao médico e ser corretamente examinado por ele; que, muitas vezes, o que os pacientes precisam é de uma palavra de conforto, um pouco de atenção ou uma orientação, e não de medicamentos; que os melhores médicos prescrevem menos remédios; e que os medicamentos e os venenos se diferenciam apenas pela dose e, por isso, devem evitar estoques de medicamentos em casa e não devem se automedicar, nem prescrever medicamentos para amigos e vizinhos.

Aos colegas médicos, Wong recomenda que respeitem sempre um dos mandamentos fundamentais da profissão, primum non nocere, ou seja, antes de tudo não causar dano; lembrem-se sempre de fazer a prescrição de medicamentos com cautela; conheçam os efeitos adversos do uso prolongado e as interações dos medicamentos que prescrevem.

O jornalista Cesar Baima, em seu artigo “Medicamentos de Risco”, publicado em O Globo de 19/02/2016, aborda estudo publicado na véspera, no American Journal of Public Health, que identificou uma explosão no número de vítimas de overdose de benzodiazepínicos, entre 1996 e 2013, tendo o número de mortes ultrapassado, em muito, o crescimento do consumo dessas substâncias, no mesmo período.

Conhecidos como ansiolíticos ou “drogas da paz”, os benzodiazepínicos são receitados para tratar ansiedade, insônia, estresse, tristeza, fobias e outros transtornos comuns na sociedade moderna. Em consequência, tornaram-se os medicamentos psicotrópicos (que agem no Sistema Nervoso Central) mais consumidos no mundo.

Embora mais seguros que outros psicotrópicos usados anteriormente, como os barbitúricos, “seu consumo indiscriminado, principalmente quando aliado ao uso de outras drogas lícitas e ilícitas, em

20

especial álcool e analgésicos opióides, pode ser extremamente perigoso”.

O estudo evidenciou que os benzodiazepínicos foram responsáveis por 31% das quase 23.000 mortes relacionadas a medicamentos controlados nos EUA em 2013, que correspondem a uma taxa de 3,14 mortes por 100.000 adultos naquele ano, muito superior à taxa de 0,58 mortes por 100.000 adultos observada em 1996, representando um sério problema de Saúde Pública para os norte-americanos.

Os pesquisadores alertam que, como no caso de outros psicotrópicos, o uso continuado dos benzodiazepínicos leva a um estado de tolerância, ou seja, é preciso tomar uma dose maior para obter o mesmo efeito. Dessa forma, o consumo de benzodiazepínicos mais que triplicou no período de 1996 a 2013.

No Brasil, não há estatísticas detalhadas sobre mortes causadas por medicamentos, mas o consumo de benzodiazepínicos indica que o problema aqui pode ser igual ou maior que nos EUA. O artigo alerta para os riscos do consumo de Rivotril (Clonazepan), que foi o sétimo remédio mais vendido no Brasil em 2012, prescrito principalmente por clínicos gerais, eventualmente sem experiência em quadros psiquiátricos que podem ser agravados por esse medicamento.

Nesse contexto rico em perigos, é importante que os pacientes assumam sua parcela de responsabilidade no cuidado da própria saúde, adotando as sugestões descritas acima, lendo e compreendendo as bulas dos medicamentos que estão tomando e esclarecendo suas dúvidas com o médico que os prescreveu, para identificar e comunicar a ele possíveis efeitos colaterais o mais precocemente possível.

Newton Richa é Mestre em Sistemas de Gestão (UFF 2009), Professor dos Cursos de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho e em Engenharia de Manutenção da UFRJ

Motos: padrões globais para os óleos Como entender o JASO MA e MB: Desempenho específico para as aplicações certas

Por: Equipe técnica da Lubrizol

O

JASO T903, o padrão global para lubrificantes de motocicletas, especifica uma divisão importante que define atributos essenciais de desempenho necessários para motocicletas que exigem lubrificantes de baixa ou de alta fricção. Leia o texto abaixo para conhecer a diferença entre o JASO MA e o JASO MB e por que ela é importante para os seus negócios e os seus clientes.

As motocicletas e os scooters são um modo conveniente, gerenciável e barato de ir de um lugar para o outro - por isso, não é de se espantar que a sua popularidade esteja aumentando.

As motocicletas e

os scooters são um meio de transporte diário cujo uso está crescendo, particularmente na Ásia-Pacífico e na América do Sul. A atual tecnologia dos lubrificantes evoluiu, oferecendo benefícios específicos de desempenho em muitas aplicações exclusivas. Mas motocicletas e scooters têm considerações especiais com relação aos lubrificantes - e é fundamental que os interessados em todo o mundo estejam conscientes disso.

JASO T903: Garantindo desempenho Um fator fundamental para compreender os requisitos únicos dos lubrificantes para motocicletas e scooters é o JASO T903, o padrão globalmente reco-

O JASO T903 estabelece duas categorias de desempenho: MA, para motocicletas equipadas com embreagem úmida, e MB, para motocicletas com transmissão automática (scooters).

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nhecido para os lubrificantes de motocicletas de 4 tempos. O JASO T903 foi apresentado em 1998, em resposta ao aumento do uso da tecnologia de modificadores de fricção, que melhoram a economia de combustível em fórmulas de lubrificantes para carros de passageiros. A maioria dos modificadores de fricção é incompatível com os sistemas de embreagem úmida comuns nas motocicletas, e eram necessários novos padrões para que os lubrificantes de motocicletas fornecessem um desempenho adequado para a embreagem.

As motocicletas alojam diversos componentes em uma única unidade compacta - o motor, uma embreagem úmida e uma caixa de câmbio. Essa configuração depende de um só óleo para fornecer lubrificação para todo o sistema. Portanto, é necessário um nível ideal de desempenho de fricção para evitar que a embreagem patine, um problema que pode levar a uma baixa dirigibilidade e a uma perda de potência durante a operação - um cenário potencialmente indesejável para os usuários.

Em contrapartida, os scooters geralmente utilizam transmissões continuamente variáveis (CVT) alojadas separadas do motor. Os óleos para scooters não precisam das características de alta fricção necessárias para a embreagem úmida, mas ainda exigem um desempenho especializado.

Tanto as motocicletas quanto os scooters funcionam sob condições intensas, inclusive com temperaturas mais altas, velocidades mais aceleradas do motor e maior densidade de potência (potência por deslocamento de unidade) do que os carros de passageiros, o que submete o lubrificante a um significativo estresse operacional.

Desse modo, o JASO T903 estabelece duas categorias de desempenho: MA, para motocicletas equipadas com embreagem úmida, e MB, para motocicletas equipadas com transmissão automática (cooters).

JASO MA: Oferece o desempenho de fricção desejado de que as motocicletas precisam para evitar a patinada da embreagem úmida.

JASO MB: Oferece desempenho de fricção aos scooters por meio de modificadores de fricção, possibilitando economias de combustível.

Teste de Fricção da Embreagem SAE Nº 2 Um lubrificante é classificado como MA ou MB com base no Teste de Fricção da Embreagem SAE Nº 2 incluído no JASO T903. O teste avalia a performance em três áreas de desempenho de fricção, assegurando a adequação para aplicações em embreagens úmidas:

Há muitas funções às quais os lubrificantes para motocicletas e scooters devem dar suporte, e um desempenho de fricção adequado é fundamental em um lubrificante.

Mike Marcella, Gerente de Projeto Global 22

Selecionar a química de aditivos correta para os lubrificantes JASO MA e MB garante o desempenho necessário em aplicações específicas.

• Fricção dinâmica: Sensação da embreagem e transferência de potência durante o engate da embreagem; • Fricção estática: Capacidade de manejo de torque e resistência à patinagem sob condições de desengate; • Tempo de parada: Com que velocidade a embreagem engata.

MA X MB e a necessidade de lubrificantes específicos Em termos mais simples, a diferença entre o JASO MA e o JASO MB é se um lubrificante é adequado ou não para embreagens úmidas.

Em 2006, para fazer uma diferenciação entre os lubrificantes JASO MA, eles foram divididos mais

uma vez entre MA1 e MA2, sendo que os lubrificantes MA2 fornecem o desempenho de fricção mais alto, permitindo que os comerciantes de óleos tirem vantagem da tecnologia em constante evolução dos lubrificantes e aditivos para responder a atributos específicos de desempenho. Os lubrificantes MB podem ser formulados com modificadores de fricção para contribuir com uma maior economia de combustível em aplicações para transmissão automática ( scooters ).

Para os comerciantes de óleos, selecionar a química correta de aditivos para cada classificação é essencial para garantir o desempenho necessário em aplicações específicas. Comunicar estes benefícios e considerações para os usuários finais também é importante. Se, por um lado, os lubrificantes JASO MA são, de fato, adequados para todas as aplicações, por outro, os lubrificantes MB podem induzir a patinadas da embreagem em motocicletas e só devem ser usados em scooters.

Equipe técnica da Lubrizol

Por trás de seu sucesso existe um mundo de testes Lubrizol com sua inigualável rede de testes contribui para isto.

Através de investimento e comprometimento em realizar testes de campo em todo o mundo, como parte do desenvolvimento e validação de nossas tecnologias, serve como garantia de desempenho de seu fluido, quando e onde você precisar.

23

© 2016 The Lubrizol Corporation.

All rights reserved. 16-18756

O mercado em foco LUBES EM FOCO apresenta os números do mercado brasileiro de lubrificantes referentes ao ano de 2015, fruto de pesquisa realizada pela Editora Onze junto aos principais agentes do mercado e órgãos legisladores. As dificuldades para uma precisão continuam a existir, uma vez que ainda não há uma consolidação dos números de todos os produtores.

O mercado brasileiro de lubrificantes no ano de 2015 Mercado Local Óleos Lubrificantes:

1.374.300 m3

Produção Local: Automotivos: Industriais:

1.375.000 m3 985.000 m3 390.000 m3 38.000 m3 38.700 m3

Importação de óleos acabados: Exportação de óleos acabados: Mercado Total Graxas:

1.320.000 m3

Óleos Básicos: Mercado Local:

48.200 t

Produção Local: Refinarias: Rerrefino:

877.000 m3 641.000 m3 236.000 m3

Importação: Exportação:

490.000 m3 47.000 m3

Fonte: ANP, Aliceweb, Sindicom, Petrobras e Pesquisa Lubes em Foco

Obs: Os óleos de transmissão, de engrenagens e os óleos básicos vendidos à indústria estão incluídos no grupo dos industriais

* Não considerados óleos brancos, isolantes e a classificação “outros”.

Mercado SINDICOM1 •Comparativo 2015/2014 por região (período jan-dez) Mil m3

Análise comparativa por produtos

640

2014 2015

900 800

Total de lubrificantes por região

Mil m3

623.912

560

872.885

2014 2015

596.389

815.283

700

480

600

400

500

320

400

240

200 100

230.179

339.917

INDUSTRIAIS

AUTOMOTIVOS

346.961

42.453

0

GRAXAS (t)

300

211.215 185.198

160

129.137

80 38.702

0

93.873

SUL

SUDESTE

120.915

88.161

NORTE

NORDESTE

CENTRO OESTE

Lubrificantes industriais por região

Mil m3

Lubrificantes automotivos por região

Mil m3

420

2014 2015

387.040

360

2014 2015

200

361.276

185.682

175 300

180

125 100 174.796

162.086 137.238

120

75

128.471 98.814

74.997

60 0

186.538

150

240

SUL

SUDESTE

92.236

71.215

NORTE

50 46.913

25 NORDESTE

CENTRO OESTE

0

42.207

41.498

43.331 24.510

16.198 SUL

SUDESTE

23.407

14.532

NORTE

1. O SINDICOM é composto pelas seguintes empresas: Ale, BR, Castrol , Chevron, Cosan, Ipiranga, Petronas, Shell, Total e YPF.

24

177.222

NORDESTE

CENTRO OESTE

Participação de Mercado de óleos Ano de 2015

10,0%

25,4%

16,0% 1,6% 1,9% 1,9% 7,9%

14,2% 8,4% 8,6%

Participação de Mercado de Graxas Ano de 2015

14,1%

BR Ipiranga Cosan/Mobil Chevron Petronas Shell Castrol Total Lubrif.

YPF outros

19,0%

7,4% 7,6% 15,9% 11,0%

14,4%

14,6%

BR Chevron Ipiranga Petronas Ingrax Shell Cosan/Mobil Outros

NOTA: Os dados de mercado correspondentes a anos anteriores podem ainda ser encontrados no site da revista, no endereço www.lubes.com.br, no item do menu SERVIÇOS / MERCADO.

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Programação de Eventos Internacionais Data

Evento

2016 Fevereiro, 17 a 19

20th.ICIS World Base Oil & Lubricants Conference - Londres, Inglaterra : http://www.icisworldbaseoils.com

Março, 8 a 11

Fuels and Lubes Week 2016 - Cingapura: www.fuelsandlubes.com/flweek/

Abril, 16 a 19

28th. ELGI Annual General Meeting - Veneza - Itália: www.elgi.org

Maio, 15 a 19

71st.STLE Annual Meeting & Exhibition - Las Vegas, EUA: www.stle.org

Outubro, 17 a 20

ILMA Annual Meeting 2015 - Boca Raton, Flórida, EUA - www.ilma.org/events

Nacionais Data

Evento

2016 Abril, 25 a 29

23º Agrishow 2016- Ribeirão Preto. São Paulo: www.congresso-fenabrave.com.br

Maio, 17 e 18

6º Seminário de Laboratório - Rio de Janeiro: www.ibp.org.br

Junho, 14 e 15

6º Encontro com o Mercado - América do Sul - Rio de Janeiro - RJ; www.lubes.com.br

Cursos Data

Evento

2016 A ser definido

Lubrificantes e Lubrificação - Rio de Janeiro: www.ibp.org.br/cursos

Abril, 4

Análise de Falhas e Soluções de Problemas de Equipamentos Mecânicos - Rio de Janeiro: www.ibp.org.br/cursos

Se você tem algum evento relevante na área de lubrificantes para registrar neste espaço, favor enviar detalhes para comercial@lubes.com.br, e, dentro do possível, ele será veiculado na próxima edição.

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Em tempos difíceis, é preciso encontrar o caminho certo!

Guia de Negócios da Indústria Brasileira de Lubrificantes Para estimular negócios e demandas, o guia divulga os principais agentes da cadeia produtiva, por meio de uma composição de empresas, segmentadas por área de atuação, divididas em seções específicas. O guia oferece informações precisas, com qualidade e constante aperfeiçoamento Sua empresa vai estar acessível e será facilmente encontrada por: • • • •

•milhares de indústrias consumidoras de lubrificantes; formuladores e produtores de óleos e graxas; frotistas e transportadores; outros interessados no setor de lubrificantes e graxas.

Acesse já nossa página na internet em www.gnlubes.com.br ou faça contato por comercial@gnlubes.com.br e pelo tel:(21) 2224-0625

Empresas da cadeia produtiva da indústria de lubrificantes e graxas

2016