Infanto Infinito

INFANTO INFINITO

Henrique Pit Lisley Nogueira

Henrique Pit Lisley Nogueira

Nota da Ilustradora

A série “As Gêmeas”, tem um significado muito especial para mim. Sao duas pessoas que transitam sempre juntas explorando espaços, paisagens e cores.

Através de pequenas imagens aquareladas, as gêmeas representam a amizade, companheirismo, afeto, e nos levam por esse passeio-abrigo na poesia de Henrique Pit. De modo singelo e singular, os poemas nos acolhem como um abraço, e nos permitem contemplar a profundidade do que está diante dos olhos.

Os elementos naturais, o encantamento, a simplicidade e a verdade, fizeram com que eu unisse a maestria do poeta à essa caminhada das gêmeas, de modo que através do traço simples, suave e rudimentar, eu traduzisse a minha percepção da leitura de INFANTO INFINITO, resgatando também pelas cores de formas simples algumas das nossas melhores lembranças afetivas.

O mar, o sol, nuvens, lua, silêncios, são apenas alguns dos cenários poéticos de Henrique, e poder andar de mãos dadas com essa leveza através das Gêmeas, é um presente e ao mesmo tempo um convite, para descobrirmos juntos até onde esse horizonte mágico pode nos levar.

Boa leitura, Lisley Nogueira.

Todos os direitos reservados.

A distribuição das cópias eletrônicas do livro, sendo todo ou parte, é permitida.

Porém a utilização dos poemas e ilustrações, de modo diferente do formato apresentado, precisará de autorização prévia dos autores.

Copyright © 2021

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Capa Lisley Nogueira

Ilustrações © by Lisley Nogueira

Diagramação © by Lisley Nogueira | Henrique Pitt

INFANTO INFINITO Poemas escolhidos/ Henrique Pitt.

Luz veloz Entre os pés de aipim

Algum vaga-legume Piscou pra mim

Pisando provérbios Tão sábios Como sujos e belos, Meus velhos chinelos.

Além do chão Além da China Os nossos elos

Nuvem no rio Navio, no céu

Quem subiu, Quem desceu?

Pedidos aos gênios Das lâmpadas econômicas Realizem O consumo mais ingênuo Dos desejos perdidos Na aventura mais cômica

Herói Vilão Cada qual Com seu erro.

Pelo

sim

Pelo

não

Eu

não Tocar violão

sei

Palavras erradas Em linhas certas, Assim escrevia.

Desendireitava O destino, nos cadernos De caligrafia

Poemas ao léu Remar remar remar Barcos de papel Rimar rimar rimar

Ferramentas robóticas Fermento biológico

Abraços biônicos São fatos Mas não são lógicos

Teses, trilhas Latas de conserva Tesouros da ilha.

Mapas nas estrelas Universos Em ervilhas

De vez em quando Minha cabeça Desce da lua Voando Como de es cada quic ando Orelha es querda Olho direito Uma vez descendo Bateu direto Na tua

Meus cadês ardentes Estalam desejos: um rastro

De estrela cadente

Batatinha Quando palha Mostarda Mas não falha

Rindo como sábios, Eu e

um sapo

Eu no cais, Ele no riacho

Ele acha que caio, Eu acho que coaxo

Palavra amassada Silêncio alheio

Papel, ruído que desemb_rulho

Linha linda Onde jaz O infinito

. fenda Poema tinta

Linda lenda Assim se faz Assim se finda

Nuvens vans Eu sei Nuvens cheias Vazias,

vão.

Só não sei Se

algo dão

Saber interno, Palavra na ponta Da pena

Pro meu caderno Tudo é poema

Normas, mania Sem tempo Pra brincadeira.

Vento. Bananeiras Abanam à sua maneira

Repare: Sempre te segue Um sinal de pare

O risco de um cometa

Que papel pode ter Um poeta sem caneta?

Uma Festa Só Resta O sol Pela fresta

- Sem mais perguntas

As respostas

Permanecem juntas

Sigo cego Digo e pego Ligo as partes Do meu l ego

Nos jardins Das infâncias Se encontram Todos os cantos

Que outrora s-o-l-e-t-r-a-v-a E n’aurora o s-o-l e-n-t-r-a-v-a

Aqui, eu, além esse mosquito.

Quem é mais qu’isto?