Andreia Lima; Maria Teresa Moreira; Carla Sílvia Fernandes; Salomé Ferreira
8. Higiene e arranjo pessoal ........................................................................................................
Sandra Franco; Silvia Gonçalves Carneiro; Marina Silva; Paula Araújo
9. Vestir-se e despir-se após o AVC
Ana Ferreira-Camboa; Rute Silva Pereira; Maria Manuela Martins
10. Técnica de mobilização poliarticular e polissegmentar para gestão da espasticidade ............
Domingos Malta; Carla Gonçalves; Luís Fernandes; Mara Pinho; Mónica Ferreira
11. A alimentação .........................................................................................................................
Isabel Jesus Oliveira; Salomé Sobral Sousa; Madalena Miranda
12. Alterações do padrão de eliminação após o AVC
Andreia Chiado; Salomé Ferreira; Andreia Lima
13. Preparação para o levante
Salomé Sobral Sousa; Sara Rodrigues Barbeiro; Vanessa Taveira; Maria Manuela Martins
14. Estimulação da sensibilidade ..................................................................................................
Alexandre Soares; Patrícia Araújo; Olga Ribeiro
15. Transferência da pessoa com AVC..........................................................................................
Sónia Sousa; Diana Sousa; Catarina Coroado
16. Treino de marcha
Rui Pedro Silva; Glória Couto; Paulo Moreira
17. Dinâmica do equilíbrio corporal: um olhar sobre as especificidades
Patrícia Assunção; Olga Ribeiro; Bárbara Gomes; Paulo Almeida; Maria Manuela Martins
18. Treino cognitivo computorizado e reabilitação cognitiva após o AVC ..................................
Ana Sofia Teixeira; Ivo Araújo; Rita Costa; Odete Araújo; Lia Sousa
IV cuidados de enfermagem na fase p Ó s - aguda
19. A família e as mudanças nos processos familiares .................................................................
Maria Manuela Martins; Carla Sílvia Fernandes
20. AVC e sexualidade ..................................................................................................................
Ana Isabel Cobo-Cuenca; Juan Manuel Carmona-Torres; José Alberto Laredo-Aguilera; Estefania Canedo
21. Capacitação dos cuidadores, um desafio na atualidade
Ana Sofia Silva; Salomé Ferreira; Andreia Lima
22. A pessoa ativa após o AVC .....................................................................................................
Rita Lima; Liliana Leiras; Vítor Barbosa
23. Lazer e desporto para o bem viver da pessoa após o AVC .....................................................
Rute Silva Pereira; Maria Manuela Martins; Wiliam César Machado; Ana Pereira; Ana Ferreira-Camboa
24. Promoção de saúde mental após o AVC .................................................................................
Sónia Teixeira
V e s T raT égias inovadoras na reabili Tação
25. A acupuntura na reabilitação da pessoa com AVC .................................................................
Salomé Ferreira; Sara Moreira; João Pedro Couto; Andreia Lima
26. Terapias manipulativas na reabilitação da pessoa com AVC 308
Bruno Soares
27. Gamificação como estratégia de reabilitação.......................................................................... 317
Carla Sílvia Fernandes; Maria Teresa Moreira; Andreia Lima; Salomé Ferreira
28. Programa de intervenção no domicílio para o resto da vida ...................................................
Ana Faria; Maria Manuela Martins
29. A terapia de espelho: uma opção para a independência e autonomia .....................................
Ana Rita Martins; Isabel Barros; Carla Sílvia Fernandes; Maria Manuela Martins
Andreia Lima; Maria Manuela Martins; Salomé Ferreira
Autores
Coordenadoras/Autoras
Andreia Lima
Professora Adjunta na Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC); Investigadora Integrada na Unidadede Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E).
Maria Manuela Martins
Professora Coordenadora na Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP); Membro do Doutoramento em Ciências da Enfermagem no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) na Universidade do Porto.
Salomé Ferreira
Professora Coordenadora na Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC); Coordenadora de Mestrado em Enfermagem de Reabilitação; Investigadora Integrada na Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E).
Autores
Alexandre Soares
Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Reabilitação na Unidade de Cuidados a Comunidade do Castelo da Maia na Unidade Local de Saúde de São João, EPE; Enfermeiro Especialista em Medicina Tradicional Chinesa no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS); Membro da Comissão de Peritos em Enfermagem de Reabilitação da Secção Regional Norte da Ordem dos Enfermeiros desde 2020; Pós-graduado em Reabilitação no Desporto.
Ana Faria
Enfermeira Especialista em Enfermagem de Reabilitação na Equipa de Cuidados Continuados Integrados Famalicão Este na Unidade Local de Saúde do Médio Ave, EPE; Professora Adjunta na Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP); Mestre em Enfermagem de Reabilitação; Pós-graduada em Gestão dos Serviços de Enfermagem; Doutorada em Ciências de Enfermagem.
Ana Ferreira‑Camboa
Enfermeira de Reabilitação no serviço de Oncologia Cirúrgica do Instituto Português de Oncologia do Porto; Mestre em Enfermagem de Reabilitação; Pós-graduada em Enfermagem Avançada e em Cuidados Avançados em Feridas, Ostomias e Incontinência.
Ana Isabel Cobo‑Cuenca
Professora da Faculdade de Fisioterapia e Enfermagem de Toledo da Universidade de Castilla -La Mancha (UCLM).
Ana Pereira
Enfermeira de Reabilitação no serviço de Cuidados Paliativos do Instituto Português de Oncologia do Porto; Mestre em Cuidados Paliativos; Pós-graduada em Gestão de Serviços de Saúde.
Ana Rita Martins
Enfermeira Especialista em Enfermagem de Reabilitação no serviço de Internamento de Medicina Física e de Reabilitação na Unidade Local de Saúde de São João, EPE.
Ana Sofia Silva
Enfermeira no Hospital Senhora da Oliveira em Guimarães; Enfermeira Especialista e Mestre em Enfermagem de Reabilitação na Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (ESS-IPVC).
Ana Sofia Teixeira
Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica; Enfermeira no serviço de Medicina Interna na Unidade Local de Saúde de Braga, EPE; Mestre em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica.
Ana Vaz Ferreira
Médica do serviço de Neurocirurgia no Hospital de São João; Assistente Convidada na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).
Andreia Chiado
Enfermeira de Reabilitação na Unidade de AVC na Unidade Local de Saúde do Alto Minho, EPE; Mestre em Enfermagem de Reabilitação.
Andreia Magalhães
Enfermeira Especialista em Enfermagem de Reabilitação do serviço de Medicina Mulheres Nascente na Unidade Local de Saúde de São João, EPE; Mestre em Direção; Chefe de Serviços de Enfermagem.
António Vilarinho
Assistente no Hospital Graduado de Neurocirurgia; Responsável pela Cirurgia Vascular e Base do Crânio no serviço de Neurocirurgia no Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ).
Bárbara Gomes
Professora Coordenadora na Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP); Doutorada em Ciências de Enfermagem.
Bruno Soares
Enfermeiro Especialista em Reabilitação.
Carla Gonçalves
Enfermeira Especialista em Enfermagem de Reabilitação na Unidade de AVC/Neurologia B na Unidade Local de Saúde de Gaia e Espinho, EPE; Licenciada em Enfermagem; Pós-licenciada de Especialização em Enfermagem de Reabilitação; Pós-graduada em Gestão e Administração em Serviços de Saúde.
Carla Sílvia Fernandes
Professora na Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP); Investigadora no Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS) e na Rede de Investigação em Saúde (RISE); Presidente da Associação para o Desenvolvimento de Inovação Tecnológica e Games em Saúde (ADITGameS).
Caroline Porcelis Vargas
Enfermeira Técnica responsável das Doenças Crónicas Não Transmissíveis na Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Itajaí; Pós-graduada em Enfermagem na Universidade Federal de Santa Catarina; Doutorada e Pós-doutorada em Enfermagem.
Catarina Coroado
Enfermeira Especialista em Reabilitação na Unidade de AVC no Hospital de Santa Luzia.
Diana Sousa
Enfermeira Especialista em Enfermagem de Reabilitação na Unidade de Cuidados Intensivos na Unidade Local de Saúde do Alto Minho, EPE.
Domingos Malta
Enfermeiro Gestor do serviço de Medicina Intensiva na Unidade Local de Saúde de Gaia e Espinho, EPE; Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Reabilitação.
Estefania Canedo
Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica; Professora na Universidade de Salamanca (USAL) na Faculdade de Enfermagem e Fisioterapia e na Universidade Pontifícia de Salamanca (UPSA) na Faculdade de Ciências da Saúde; Mestre em Direção e Chefia dos Serviços de Enfermagem na Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP).
Fernanda Bastos
Professora Coordenadora na Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP) e no Centro de Investigação e Desenvolvimento em Sistemas de Informação em Enfermagem (CIDESI).
Glória Couto
Enfermeira Gestora na área dos Cuidados de Saúde Primários na Unidade Local de Saúde de São João, EPE.
Inês Cruz
Professora Adjunta na Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP) e no Centro de Investigação e Desenvolvimento em Sistemas de Informação em Enfermagem (CIDESI).
Isabel Barros
Enfermeira Coordenadora na Unidade de Cuidados Continuados Integrados da Portugal Senior Health Care (PSHC) na 5 Sensi - Residências e Serviços Sénior.
Isabel Jesus Oliveira
Enfermeira Especialista em Enfermagem de Reabilitação; Professora Adjunta na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC); Investigadora Principal no Centro de Estudos e Investigação em Saúde na Universidade de Coimbra (CEISUC); Doutorada em Ciências de Enfermagem no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) na Universidade do Porto; Pós-doutorada em Psicometria na Universidade Fernando Pessoa (UFP).
Ivo Araújo
Enfermeiro no serviço de Medicina Interna na Unidade Local de Saúde de Braga, EPE; Mestre em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica.
João Pedro Couto
Médico em Medicina Tradicional Chinesa.
José Alberto Laredo‑Aguilera
Professor-Médico contratado na Faculdade de Fisioterapia e Enfermagem de Toledo na Universidade de Castilla-La Mancha (UCLM).
José Miguel Barroso
Fisioterapeuta Coordenador na Clínica da Paute.
Juan Manuel Carmona‑Torres
Professor na Faculdade de Fisioterapia e Enfermagem de Toledo na Universidade de Castilla-La Mancha (UCLM).
Lia Sousa
Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica; Professora Adjunta Principal no Instituto Politécnico de Saúde do Norte (ISPN/CESPU) na Escola Superior de Saúde do Vale do Ave (ESSVA); Investigadora no Centro de Investigação em Inteligência Artificial & Saúde (IA&Saúde) e no Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS@RISE); Coordenadora do Mestrado em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica no ISPN/CESPU na ESSVA; Mestre em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica; Doutorada em Ciências de Enfermagem; Pós-doutorada em Enfermagem; Vogal da direção da Sociedade Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental (ASPESM); Editora Associada na Revista Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental.
Liliana Leiras
Enfermeira Especialista em Enfermagem de Reabilitação; Enfermeira na Equipa de Cuidados Continuados Integrados de Ponte de Lima na Unidade de Cuidados na Comunidade Saúde Mais Perto na Unidade Local de Saúde do Alto Minho, EPE; Pós-graduada em Enfermagem de Estomaterapia.
Luís Fernandes
Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Reabilitação na Escola Superior de Enfermagem Dr. José Timóteo Montalvão Machado; Enfermeiro Especialista no serviço de Medicina Interna na Unidade de AVC na Unidade Local de Saúde Gaia e Espinho, EPE; Mestrando em Enfermagem de Reabilitação na Escola Superior de Enfermagem do Tâmega e Sousa do Instituto Politécnico de Saúde do Norte (CESPU); Pós-graduado em Administração e Gestão em Unidades de Saúde pela Escola Superior de Saúde Jean Piget; Participou em vários eventos científicos nacionais e internacionais com apresentação de trabalhos científicos na área da Enfermagem de Reabilitação.
Madalena Miranda
Enfermeira Especialista em Enfermagem de Reabilitação na Unidade de AVC na Unidade Local de Saúde de São João, EPE; Enfermeira Especialista em Enfermagem de Reabilitação.
Mara Pinho
Enfermeira Especialista em Enfermagem de Reabilitação; Licenciada em Enfermagem; Pós-graduada em Gestão e Administração de Serviços de Saúde.
Mara Rita Ferreira
Fisioterapeuta no serviço de Medicina Física e de Reabilitação no Hospital Narciso Ferreira; Docente Convidada na Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP) e na Escola Superior de Saúde do Vale do Ave (ESSVA).
Maria Joana Campos
Enfermeira Especialista em Enfermagem Comunitária; Enfermeira na Mesa do Colégio com especialidade em Enfermagem Comunitária da Ordem dos Enfermeiros; Professora Adjunta na Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP); Investigadora no Centro de Investigação e Desenvolvimento em Sistemas de Informação em Enfermagem (CIDESI), na Rede de Investigação em Saúde (RISE@Health) e na Associação para o Desenvolvimento de Inovação Tecnológica e Games em Saúde (ADIT@GameS); Doutorada em Enfermagem.
Lda.
Maria Teresa Moreira
Professora Coordenadora de Enfermagem na Escola Superior de Saúde Fernando Pessoa (ESS-FP); Coordenadora do ciclo de estudos de Enfermagem - Assessoria de Estágios, e de Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP) - Gerontologia e Intervenção Comunitária na Escola Superior de Saúde Fernando Pessoa (ESS-FP).
Marina Silva
Enfermeira Especialista em Enfermagem de Reabilitação na Unidade de AVC na Unidade Local de Saúde do Alto Minho, EPE.
Milena Zuchetto
Enfermeira Especialista em Neurologia Clínica e Intensiva pelo Programa de Pós-graduação do Hospital Israelita Albert Einstein; Líder da Unidade de Internação e Ambulatório no Hospital Bewiki Care; Mestre e Doutorada em Enfermagem na Universidade Federal de Santa Catarina; Participa no grupo de pesquisa Laboratório de Pesquisa, Ensino e Tecnologia em Saúde, Enfermagem e Reabilitação - ReHabilitar.
Mónica Ferreira
Enfermeira Especialista em Enfermagem de Reabilitação na Unidade Local de Saúde de Gaia e Espinho, EPE; Licenciada em Enfermagem; Pós-licenciada de Especialização em Enfermagem de Reabilitação; Pós-graduada em Gestão e Administração em Saúde; Executive Master em Sistemas da Qualidade e Auditoria em Saúde.
Odete Araújo
Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica; Professora Adjunta na Escola Superior de Enfermagem da Universidade do Minho (ESE UMinho); Diretora Adjunta no Centro de Investigação em Enfermagem (CIENF) na Universidade do Minho; Mestre em Gerontologia e em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica; Pós-doutorada e Doutorada em Enfermagem; Membro Integrado na Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E) no núcleo UMinho; Integra redes e projetos de investigação em Envelhecimento, Cuidado Informal e Saúde Mental.
Olga Ribeiro
Professora Adjunta na Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP); Investigadora Doutorada Integrada no grupo NurID: Inovação e Desenvolvimento em Enfermagem no Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS@RISE); Doutorada e Pós-doutorada em Ciências de Enfermagem; Presidente da Associação para a Promoção de Ambientes de Prática de Enfermagem Positivos (APAPEnf+).
Patrícia Araújo
Enfermeira Especialista em Enfermagem de Reabilitação; Enfermeira no serviço de Neurologia na Unidade Local de Saúde de São João, EPE; Mestre em Enfermagem de Reabilitação.
Patrícia Assunção
Enfermeira Especialista em Enfermagem de Reabilitação na Unidade Local de Saúde Gaia e Espinho, EPE; Investigadora no Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS@RISE); Doutorada em Ciências de Enfermagem no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) na Universidade do Porto.
Paula Araújo
Enfermeira Especialista em Enfermagem de Reabilitação; Enfermeira Gestora na Unidade de Medicina; Enfermeira Chefe do departamento de Medicina na Unidade Local de Saúde do Alto Minho, EPE; Mestre em Psicologia da Saúde.
Paulo Almeida
Técnico superior (SGC – Comunicação e Imagem) na Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP).
Paulo Moreira
Stroke Advanced Clinical Practitioner no St George’s University Hospitals NHS Foundation Trust.
Rita Costa
Enfermeira Especialista em Saúde Mental e Psiquiátrica; Enfermeira na Unidade de Cuidados na Comunidade Senhora da Hora na Unidade Local de Saúde de Matosinhos, EPE.
Rita Lima
Enfermeira Especialista em Enfermagem de Reabilitação na Unidade de AVC no Hospital Conde de Bertiandos na Unidade Local de Saúde do Alto Minho, EPE.
Rui Pedro Silva
Coordenador da UCC Vallis Longus na Unidade Local de Saúde de São João, EPE; Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação Portuguesa dos Enfermeiros de Reabilitação (APER).
Rute Silva Pereira
Enfermeira de Reabilitação no serviço de Medicina Intensiva Polivalente na Unidade Local de Saúde de Gaia e Espinho, EPE; Assistente Convidada na Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP); Mestre em Enfermagem de Reabilitação; Doutorada em Ciências de Enfermagem no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) na Universidade do Porto.
Salomé Sobral Sousa
Enfermeira de Reabilitação no serviço de Neurocirurgia no Centro Hospitalar Universitário de Santo António (CHUdSA); Doutorada em Ciências de Enfermagem no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) na Universidade do Porto.
Sandra Franco
Enfermeira Especialista em Enfermagem de Reabilitação na Unidade de AVC no Hospital Conde de Bertiandos em Ponte de Lima na Unidade Local de Saúde do Alto Minho, EPE.
Sara Moreira
Docente Convidada na Escola Superior de Saúde no Instituto Politécnico de Viana do Castelo (ESS- IPVC).
Sara Rodrigues Barbeiro
Enfermeira Especialista em Enfermagem de Reabilitação no serviço de Neurocirurgia no Centro Hospitalar Universitário de Santo António (CHUdSA).
Sílvia Gonçalves Carneiro
Enfermeira Especialista em Enfermagem de Reabilitação; Mestre em Ciências de Enfermagem; Pós-graduada em Enfermagem Avançada.
Sónia Sousa
Enfermeira Especialista em Enfermagem de Reabilitação e Ortopedia na Unidade Local de Saúde do Alto Minho, EPE.
Sónia Teixeira
Professora Adjunta na Escola Superior de Saúde Fernando Pessoa (UFP).
Soraia Dornelles Schoeller
Professora Associada IV na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) no departamento de Enfermagem; Pós-graduada em Enfermagem; Líder do grupo ReHabilitar.
Vanessa Taveira
Enfermeira Especialista em Enfermagem de Reabilitação no serviço de Neurocirurgia no Centro Hospitalar Universitário de Santo António (CHUdSA).
Vasco Carvalho
Assistente Hospitalar no serviço de Neurocirurgia na Unidade Local de Saúde de São João, EPE; Assistente Convidado na Faculdade de Medicina na Universidade do Porto (FMUP).
Virgínia Pereira
Enfermeira Especialista em Enfermagem de Reabilitação; Enfermeira Gestora do serviço de Medicina e Unidade de AVC na Unidade Local de Saúde de São João, EPE; Mestre em Enfermagem de Reabilitação.
Vítor Barbosa
Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Reabilitação; Enfermeiro na Equipa de Cuidados Continuados Integrados de Ponte de Lima na Unidade de Cuidados na Comunidade Saúde Mais Perto na Unidade Local de Saúde do Alto Minho, EPE.
Wiliam César Machado
Professor Benemérito no departamento de Enfermagem Fundamental – Def. Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP); Pós-graduado em Enfermagem e Biociências na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).
Prefácio
Este é um livro necessário para que as pessoas, após um acidente vascular cerebral (AVC), não passem a viver o mundo pela metade, mas que lhes seja possibilitado viver com qualidade, integradas na comunidade, concretizando os seus projetos de vida e alcançando o sucesso nesta transição saúde-doença.
As doenças cerebrovasculares, não só pela sua elevada incidência e prevalência, mas, acima de tudo, pelo impacto negativo que têm na funcionalidade, contribuem para a limitação da atividade, aumento da dependência, perda de anos potenciais de vida, aumento das comorbilidades secundárias às limitações decorrentes da doença e da síndrome de imobilidade, recorrência aos serviços de urgência e restrição da participação social —, constituem-se como um potencial risco de epidemia e de consumo de recursos de saúde.
É consensual que os programas de reabilitação iniciados precocemente, intensivos e continuados, são uma medida custo-efetiva, com impacto positivo na capacidade de autocuidado, aumento de independência na execução das atividades de vida, diárias e instrumentais, e qualidade de vida. A intervenção do enfermeiro especialista em Enfermagem de Reabilitação (EEER), assente numa prática de enfermagem avançada, sustentada na evidência e orientada para as necessidades destas pessoas e dos seus cuidadores, possibilita melhores indicadores de saúde, redução dos custos hospitalares e gestão dos cuidados, a fim de garantir a continuidade do programa de reabilitação individualizado, independentemente do ambiente de prática clínica onde ocorre a intervenção.
O repto a programas iniciados precocemente, centrados na pessoa e no cuidador, continuados no tempo e no espaço, é o reconhecimento da complexidade das transições que estas pessoas experienciam e da necessidade da individualização das medidas terapêuticas à realidade específica de cada um, prevenindo a desfragmentação dos cuidados, o retardamento da reabilitação e da recuperação funcional, com um risco aumentado de complicações inerentes ao agravamento da situação clínica e social, por só lhes ser possibilitado viver pela metade.
Este é um desafio a uma prática clínica baseada no conhecimento, suportada pela tomada de decisão que tenha em conta não só a evidência, como também os recursos, as preferências e a participação da pessoa e da sua família, o que implica que o conhecimento seja transferido, de forma célere e segura, para os contextos clínicos e que os profissionais com competências acrescidas, pela diferenciação dos saberes, atitudes e competências, se empenhem e invistam na liderança das equipas e de programas de reabilitação interdisciplinares centrados na pessoa.
Este prefácio deixa implícito um apelo aos EEER para que, mais uma vez, façam a diferença na sua práxis; e permite um agradecimento aos coordenadores da obra e aos autores dos diferentes capítulos por trazerem o mais recente conhecimento para uma transformação dos modos de fazer e pensar os cuidados de Enfermagem de Reabilitação para que a vida seja vivida pelo todo e não somente pela metade.
Cristina Lavareda Baixinho Professora Doutora na Escola Superior de Enfermagem de Lisboa
Introdução
Todos os cérebros são únicos e todos os acidentes vasculares cerebrais (AVC) resultam em circunstâncias vividas e sentidas de forma particular por cada pessoa que passe por esse episódio. A degradação da capacidade de processar informação do cérebro que sofreu um AVC vai depender de vários fatores existentes na altura do acidente, mas também de vários fatores e oportunidades existentes após o acidente, sendo um deles a intervenção do enfermeiro especialista em Enfermagem de Reabilitação (EEER).
Com base na premissa de que o EEER muito pode fazer pelo doente que sofreu um AVC, este é o momento em que avalia a funcionalidade, faz o diagnóstico das alterações que determinam limitações da atividade e incapacidades até à identificação de necessidades, concede planos de intervenção, implementação e avalia a eficácia dos mesmos. A atuação do EEER pode atravessar várias vertentes, nomeadamente a transferência do conhecimento, a ação direta sobre o doente e sobre a sua família, a intervenção na comunidade e o contributo para a tomada de decisões políticas, dando-lhe assim o privilégio de muito contribuir para ajudar a tornar mais fácil a vida daquele que sofreu um AVC.
Da união de várias vontades de ajudar a compreender o que mudou após o acontecimento traumático e da tomada de consciência de todas as dificuldades que podem surgir na sequência desse acontecimento, surge este livro, Cuidados de Enfermagem na Pessoa com AVC — Viver o Mundo pela Metade, que pretende reforçar a capacidade e a resiliência do cérebro humano decorrente da sua aptidão inata para se adaptar continuamente e recuperar as suas funções. Este livro pretende, assim, ajudar enfermeiros, doentes e famílias de doentes que vivenciam ou lidam com o AVC, tornando as suas realidades de sofrimento mais fáceis de suportar, e deixar informação para que as pessoas e famílias envolvidas nesta situação tão marcante tenham oportunidade de tornar mais fácil a continuidade das suas vidas.
A Coordenação
Teorias de suporte aos cuidados de enfermagem
Andreia Lima; Salomé Ferreira; Maria Manuela Martins
Iniciar uma obra por um capítulo teórico pode ser um desafio, pelo que se torna significativo explicar as razões para esta inclusão num livro centrado na prática específica de enfermagem no doente com AVC e, particularmente, trazer para o debate os contributos dos enfermeiros de reabilitação para o sucesso da vida das pessoas.
Quando falamos de teorias de suporte, queremos dizer o recurso a fundamentos ou princípios que fornecem a base conceitual e explicativa dos cuidados de enfermagem para a reabilitação das pessoas com AVC. As teorias referidas nos capítulos que se seguem têm sido desenvolvidas e aprimoradas ao longo do tempo por meio de investigações, observações, experiências e análises críticas, pelo que esperamos que a sua referência traga incentivos acrescidos ao leitor, particularmente aos enfermeiros. Recordemos que a teoria geralmente inclui um conjunto de leis, princípios e hipóteses interconectados que descrevem e explicam fenómenos observáveis dentro de uma determinada área científica, desejando que a sua abordagem forneça estruturas conceituais e modelos que ajudem os enfermeiros e outros leitores a entender, prever e controlar o mundo natural do cuidado à pessoa com AVC para que esta continue a ter um bem viver.
Incluímos nesta parte três temáticas, uma centrada no conhecimento da enfermagem, para justificar os cuidados da Enfermagem de Reabilitação desde o momento da ocorrência do AVC até ao resto da vida das pessoas, que intitulámos “A pessoa após o AVC: pensar a enfermagem”. Damos seguimento com um capítulo sobre as correntes teóricas mais centradas na visão utilitária dos cuidados e, concomitantemente, muito próxima do modelo biomédico, que intitulámos “Correntes na recuperação e reabilitação da pessoa com AVC”, em que se pretende apelar ao conhecimento sobre as técnicas em uso como fundamento para a qualidade assistencial. Por último, apelamos a novos olhares teóricos para a centralidade da assistência na pessoa como cidadão, numa parte intitulada “Cuidados de enfermagem à pessoa com AVC para o bem viver”.
Acreditamos que esta secção do livro é o despertar de novos olhares, pois as teorias são fundamentais para o avanço científico, porque fornecem um arcabouço conceitual que orienta a prática, a investigação e o desenvolvimento de novos conhecimentos dentro de uma área específica de Enfermagem de Reabilitação. As teorias também ajudam a estabelecer padrões e critérios para avaliar as práticas sustentadas na melhor evidência. A leitura desta parte deixa em aberto outro conhecimento, que cada um pode pesquisar e co-construir num novo desafio.
IsquemIa generalIzada
A hipoperfusão cerebral global pode ocorrer devido a paragem cardíaca, choque severo, aumento da pressão intracraniana (PIC), por exemplo, devido a uma neoplasia ou um traumatismo cranioencefálico (TCE) grave, provocando uma lesão isquémica generalizada e não focal. Se ainda existir algum grau de perfusão, o cérebro vai apresentar sinais de hipoxia; no entanto, se não existir nenhuma perfusão, o cérebro rapidamente entrará em anoxia. A recuperação neuronal vai depender do tempo de hipoperfusão, sendo que, quanto maior for o tempo de hipoxia ou anoxia, maior o número de células afetadas. No caso de hipoperfusão cerebral, as regiões inicialmente mais afetadas são as mais distais, portanto mais corticais.
L E sõ E s h E morrág ICA s
As lesões hemorrágicas do sistema nervoso central (SNC) podem existir por doença de pequenos vasos, como os AVC hemorrágicos idiopáticos, geralmente associadas a HTA (na maior parte dos casos) ou a angiopatia amiloide (típica do idoso); ou por AVC hemorrágicos por lesão de patologia vascular identificável, tais como aneurismas, malformações vasculares (MAV) cerebrais, fístulas durais, angiomas cavernosos ou mesmo teleangiectasias. Estas hemorragias com causa subjacente identificável podem não ter associação com a HTA e estão mais vezes associadas a hemorragia em idades jovens, implicando um estudo etiológico aprofundado.
Por este motivo, doentes sem história de HTA e com hemorragia de localização atípica devem ser submetidos a investigação imagiológica tendo em mente outras hipóteses etiológicas, como presença de lesões vasculares ou mesmo tumores vascularizados, que são causas frequentes de AVC hemorrágicos. Nos casos de rotura de uma malformação vascular cerebral, a hemorragia será predominantemente intraparenquimatosa ou intraventricular e menos provavelmente uma HSA. Nestes casos, a gravidade do quadro clínico está associada quer às características da malformação vascular cerebral, tais como o alto fluxo ou a existência de aneurismas associados (tanto de fluxo como venosos), quer à localização da mesma e ao volume da hemorragia. A clínica de apresentação são, geralmente, cefaleias e défices neurológicos associados ao local da hemorragia. Dependendo do volume da hemorragia e do seu efeito de massa, surgem também, frequentemente, alterações do estado de consciência, desde desorientação até ao coma. As hemorragias provocadas pelos angiomas cavernosos são, geralmente, limitadas pela própria natureza da lesão (rotura de capilares sinusoidais e não rotura de artérias ou veias), o que provoca sintomas, geralmente, menos intensos. Em determinadas localizações, tais como o tronco cerebral, os défices neurológicos podem ser severos e apresentam um risco aumentado de ressangramento relativamente aos angiomas cavernosos noutras localizações. Cefaleias são também um sintoma frequente associado a estas hemorragias.
aVC hemorrágICo IdIopátICo
Também conhecido como hemorragia intracerebral espontânea (HICE), este tipo de AVC corresponde a cerca de 10 a 15% das lesões cerebrais vasculares primárias.
Estes casos caracterizam-se pelo extravasamento do sangue para o espaço intraparenquimatoso por rotura de pequenos vasos, como artérias perfurantes, correspondendo a hematomas de localização mais profunda (geralmente núcleos da base e da cápsula interna), típicos da HTA mal ou não controlada, ou pela rotura de pequenos vasos corticais periféricos, que corresponderão, na sua maioria, a hemorragias corticais mais superficiais, características da angiopatia amiloide, uma patologia típica dos idosos.
Outras causas do AVC hemorrágico estão associadas a alterações da coagulação, tais como hemofilia ou alteração da função plaquetária (trombocitopenia ou doenças associadas a alteração da função plaquetária).
5
Conceção de cuidados à pessoa e à família após o AVC
Maria Joana Campos; Fernanda Bastos; Inês Cruz
NoTA INT rodu Tór IA
A forma de conceber cuidados de enfermagem é influenciada pelos modelos com que cada enfermeiro, na sua forma de pensar enfermagem, se identifica. Duas intenções evidenciam -se como predominantes na prática clínica: a conceção centrada nos processos corporais e na gestão de sinais e sintomas; e a conceção focada nas respostas humanas às transições, aos processos de vida, saúde e doença (Silva, 2011). Embora seja esta última que melhor traduz a especificidade da enfermagem, ambas são válidas perante situações e momentos diferentes. Durante a fase mais aguda do AVC há uma predominância de vigilância e controlo dos processos corporais, mas dependendo da gravidade da situação e da possibilidade da pessoa se aperceber do que se está a passar consigo, a intervenção do enfermeiro visa a ajuda na vivência do processo de transição, já que pode ser essa a preocupação dominante da pessoa.
De uma forma geral, há sete grandes domínios onde se concentram as áreas de atenção dos enfermeiros, a considerar no pós-AVC: o processo neuromuscular, o processo cardiorrespiratório, o processo do sistema regulador, o processo do sistema gastrointestinal, o processo mental, autocuidado, transição; e o processo familiar. Devendo o enfermeiro acrescentar mais um assim que possível, ou seja, deve debruçar-se com atenção sobre o processo familiar de integração de uma pessoa dependente da família para o autocuidado, tomando a família como unidade de cuidados, ou seja, a família coletivamente como cliente. Neste capítulo, baseamo-nos no modelo semântico da NursingOntos/Ontologia de Enfermagem (Bastos et al., 2021; 2022) para explicar a forma de conceber cuidados com que nos identificamos. Considerando a tipologia e a localização do AVC, o enfermeiro, na sua avaliação da pessoa, recolhe dados centrados na possibilidade de compromisso dos processos corporais e mentais, nomeadamente da consciência, memória, ventilação, pressão sanguínea, força muscular, deglutição, glicemia e, posteriormente, tónus muscular, sensibilidade, equilíbrio corporal, entre outros. Também recolhe dados acerca do impacto da sua nova condição de saúde na capacidade para o autocuidado e nos processos adaptativos.
o Im PACTo do AVC
As doenças crónicas têm um custo elevado. Quase um em cada cinco clientes da Medicare que receberam alta hospitalar foram readmitidos em 30 dias, sendo o custo destas readmissões calculado em mais de 26 mil milhões de dólares (Wilson, 2019). Muitos desses clientes têm doenças crónicas, como hipertensão arterial (HTA), diabetes, AVC e neoplasias.
A elevada prevalência de doenças crónicas e a dificuldade de controlo das mesmas são os determinantes diretos do AVC. A HTA, a dislipidemia, a obesidade, a diabetes e um estilo de vida sedentário são alguns dos fatores de risco (Lourenço et al., 2021). A autogestão da doença crónica, os riscos associados aos estilos de vida e determinantes sociais da saúde modificáveis requerem, por isso, uma atenção especial. De acordo com o Intercollegiate Stroke Working Party (2023), no Reino Unido, um em cada dez doentes com AVC agudo que deu entrada num hospital tem pelo menos três comorbilidades.
O AVC é a segunda principal causa de morte e um dos principais contribuintes para a incapacidade em todo o mundo (World Health Organization, [WHO], 2020), apesar dos evidentes progressos na compreensão da sua fisiopatologia e tratamento. A prevalência do AVC é maior nos países em desenvolvimento, sendo o AVC isquémico o tipo mais comum. A terapia do AVC concentra-se principalmente em restaurar o fluxo sanguíneo cerebral e tratar os danos neurológicos induzidos por essa alteração (Kuriakose & Xiao, 2020).
Consciência
Avaliar evolução de sinais de aumento da PIC
Reflexo pupilar
Anisocoria
Resposta verbal
Abertura dos olhos
Avaliar
Resposta motora
FIgura 5.1 – Conjunto de dados a considerar para avaliar a consciência e o estado neurológico. PIC: pressão intracraniana.
No doente com AVC, nomeadamente se existe compromisso da consciência, releva facilitar o fluxo sanguíneo cerebral através do posicionamento (manter cabeceira da cama elevada a 30º), evitar atividades que aumentem a PIC, nomeadamente aquelas que aumentam a pressão intra-abdominal ou intratorácica.
ConFusão
Uma sequela comum após o AVC é a confusão. A pessoa pode ter dificuldades de memória, de atenção, de seguir instruções, entre outras. Cerca de 25% dos doentes com AVC apresentam confusão (Hénon et al., 1999). Nos primeiros três meses após o AVC, algumas pessoas têm uma recuperação rápida e readquirem essas capacidades. Outras podem sofrer de confusão durante anos após o AVC. A confusão relativa ao tempo é um indicador de instabilidade após o AVC e pode estender-se ao período de reabilitação. O risco de os doentes, que ao início da recuperação estavam desorientados e que, entretanto, tiveram períodos de orientação, voltarem a ficar confusos é 78% superior, comparativamente aos que estavam orientados desde o início (Alverzo, 2005).
Releva avaliar a confusão, conforme Figura 5.2, e prevenir acidentes associados.
Avaliar evolução da orientação
Orientação no tempo
Orientação no espaço
Orientação relativamente às pessoas
Hiperatividade Hipoatividade
FIgura 5.2 – Dados a ter em consideração para avaliar a confusão.
Edições Técnicas, Lda.
ComunICação
A linguagem é a mais preeminente das muitas formas de comunicação humana. A capacidade de comunicar guarda relação com as funções cognitivas, pressupondo integridade dos mecanismos cerebrais responsáveis pela linguagem. Os distúrbios da linguagem são uma das sequelas pós-AVC. A afasia, como
Confusão
Avaliar
e sistematizada o envolvimento da pessoa no seu programa de reabilitação e formular diagnósticos de enfermagem cuja atenção seja no potencial de reconstrução da autonomia da pessoa, assim como na sua capacidade para melhorar (Petronilho et al., 2021) nas várias vertentes do cuidar da higiene pessoal (Tabela 8.1). Os dados da avaliação e a formulação dos diagnósticos de enfermagem mencionados devem ser extensíveis ao cuidador/familiar/cuidador informal como garante da continuidade de cuidados e “na medida em que a sua colaboração no domicílio constituirá um fator facilitador da recuperação” (Araújo et al., 2021, p. 174). Da mesma forma, o ensino e o treino de estratégias adaptativas/utilização de produtos de apoio neste domínio do autocuidado à pessoa com AVC/familiar/cuidador informal potenciam a aquisição da máxima funcionalidade e qualidade de vida (Santos et al., 2021), contribuindo para o regresso a casa e à comunidade.
tabela 8.1 – dados relevantes no processo diagnóstico dos cuidados de Enfermagem de reabilitação da pessoa com AVC no domínio do autocuidado “cuidar da higiene pessoal”.
Avaliação da pessoa com AVC no cuidar da higiene pessoal
Capacidade para tomar banho, arranjar‑se e usar o sani tário, tendo em consideração os défices sensoriomotores e/ou propriocetivos instalados
Consciencialização sobre compromisso no cuidar da higiene pessoal
Conhecimento sobre técnica de adaptação para cuidar da higiene pessoal
Capacidade para usar técnica de adaptação para cui dar da higiene pessoal
Consciencialização da relação entre uso de dispositivo de apoio e autonomia para arranjar‑se, tomar banho e usar o sanitário
Conhecimento sobre dispositivos de apoio
Capacidade para usar dispositivos de apoio
Conhecimento sobre necessidades de adaptação do do micílio para cuidar da higiene pessoal
Significado atribuído ao uso de dispositivos para cuidar da higiene pessoal
Acesso a dispositivos face ao compromisso no cuidar da higiene pessoal
Adaptado de Araújo et al. (2021) e OE (2021).
Diagnósticos de enfermagem
Potencial para melhorar a capacidade para tomar banho, arranjar‑se e usar o sanitário
Potencial para melhorar a consciencialização sobre compromisso no cuidar da higiene pessoal
Potencial para melhorar o conhecimento sobre técnica de adaptação para cuidar da higiene pessoal
Potencial para melhorar a capacidade de usar técnica de adaptação para cuidar da higiene pessoal
Potencial para melhorar a consciencialização da rela ção entre uso de dispositivo de apoio e autonomia para arranjar‑se, tomar banho e usar o sanitário
Potencial para melhorar o conhecimento sobre dispo sitivos de apoio para arranjar‑se, tomar banho e usar o sanitário
Potencial para melhorar a capacidade para usar dispo sitivos de apoio para arranjar‑se, tomar banho e usar o sanitário
Potencial para melhorar o conhecimento sobre adaptação do domicílio para cuidar da higiene pessoal
Potencial para melhorar o significado atribuído ao uso de dispositivos para cuidar da higiene pessoal
Potencial para melhorar o acesso aos dispositivos aconselhados
No contexto do reabilitar para reaprender a cuidar da higiene pessoal optamos por analisar os focos de enfermagem relativos à capacidade para tomar banho, capacidade para arranjar-se e capacidade para usar o sanitário, dada a relevância que assumem na assistência do EEER à pessoa com AVC e com compromisso neste domínio do autocuidado. Em cada foco serão apresentadas as intervenções de enfermagem e as atividades que lhe são intrínsecas, consoante a fase de instalação, recuperação ou manutenção dos compromissos decorrentes do AVC, assim como o respetivo enquadramento no programa de
FIgura 8.9 – A pessoa transfere a perna afetada para dentro da banheira.
A pessoa com AVC “deve ser incentivada e reeducada a realizar as AVD usando padrões de movimen to próximos da normalidade o mais precocemente possível, realizados sem esforço associado e, sempre que exequível, com condução do movimento, para evitar o aumento do tónus muscular” (Araújo et al., 2021, p. 165). Esta premissa, sendo transversal ao programa de reabilitação da pessoa com AVC, desde o banho na cama até ao polibã/banheira, tem enquadramento no âmbito do perfil de competências do EEER na preparação da pessoa/familiar/cuidador informal para o regresso seguro a casa (Figuras 8.10 a 8.12).
FIgura 8.10 – O EEER orienta a pessoa/familiar/cuidador informal para a possibilidade de utilização de esponja ou luva de banho adaptada na mão afetada. Também a manápula atoalhada pode ser usada para a lavagem e secagem corporal.
FIgura 8.11 – O EEER orienta a pessoa/familiar/cuidador informal para a importância do apoio do cotovelo e da mão afetados na condução do movimento para lavagem e secagem do membro superior sadio.
Para a avaliação das atividades instrumentais de vida diária (AIVD), que se direcionam para outros aspetos relacionados com a alimentação, o instrumento mais utilizado é a escala de Lawton & Brody (Lawton & Brody, 1969), cuja versão em português foi validada por Araújo et al. (2008). Na sua versão original, este instrumento avalia oito domínios, sendo um deles a capacidade para preparar refeições e outro a capacidade para fazer compras, por resposta dicotómica (dependente ou independente), sendo que pontuações mais elevadas determinam maior grau de independência. A pontuação varia entre 0 e 8, em que 8 corresponde à independência na realização dessas atividades. Outras versões têm vindo a ser utilizadas, com diferentes pontuações, fruto da introdução de categorias intermédias na avaliação. A título de exemplo, na versão desenvolvida por Sequeira (2007), são introduzidas mais duas categorias intermédias, passando a pontuação máxima de cada item a ser 4.
Não estando diretamente desenhados para a avaliação da capacidade para o autocuidado, os resultados obtidos a partir da National Institutes of Health Stroke Scale (NIHSS) (Brott et al., 1989), que avalia a severidade dos défices neurológicos, e do Mini -Mental State Examination (Folstein et al., 1975), que é utilizado para avaliar o défice cognitivo, juntamente com as pontuações obtidas a partir dos instrumentos de avaliação das AVD, contribuem para enformar o processo de tomada de decisão na avaliação, definição dos diagnósticos e determinação das intervenções de enfermagem relevantes para a obtenção de resultados.
A deglutição
A avaliação da capacidade para deglutir inicia-se pelo rastreio, logo que clinicamente possível e antes da ingestão de qualquer líquido, alimento ou medicação (Oliveira et al., 2021c). Os instrumentos de rastreio disponíveis validados para a população portuguesa para esta população clínica específica são o Gugging Swallowing Screen (GUSS) (Oliveira et al., 2021b) e o Barnes-Jewish Hospital-Stroke Dysphagia Screen (BJH-SDS) (Oliveira et al., 2021a). O GUSS é um instrumento composto por duas partes sequenciais: na primeira é realizada a avaliação indireta da deglutição (estado de consciência, tosse, deglutição da saliva, sialorreia e alterações vocais); e a segunda parte avalia, sequencialmente, a capacidade para deglutir, tosse, sialorreia e alterações vocais com diferentes consistências (semissólidos, líquidos e sólidos). A pontuação varia entre 0 e 20, sendo que 20 representa sem ou baixo risco de disfagia e sem ou baixo risco de aspiração. No caso do BJH-SDS, é realizada a avaliação de quatro itens não-deglutórios (pontuação da Escala de Coma de Glasgow, assimetria/fraqueza facial, da língua e do palato) o que, se bem-sucedidos, é realizado o teste direto da deglutição com 90 ml de água. Este instrumento não tem um sistema de pontuação, uma vez que o insucesso em qualquer um dos itens determina a interrupção imediata do teste e encaminhamento para profissional habilitado a realizar a avaliação clínica. O GUSS apresenta uma vantagem relativamente ao BJH-SDS, que consiste na apresentação de recomendações para a introdução da alimentação em função da pontuação obtida. As instruções para o uso do GUSS podem ser encontradas em http:// rimas.uc.pt/instrumentos/126/.
Sendo estes instrumentos de rastreio, todas as pessoas cujo mesmo seja positivo, ou que apresentem outros fatores de risco para a disfagia, devem ser submetidas a avaliação clínica por profissionais devidamente treinados (Oliveira et al., 2021c). Importa ressalvar que, apesar de o GUSS permitir determinar o risco de aspiração, o diagnóstico apenas é possível com avaliação instrumental por videofluoroscopia ou fibroendoscopia da deglutição (Garon et al., 2009).
Para a população portuguesa existe um conjunto de recomendações, validadas por um painel de peritos em 2021, que identifica um total de 21 enunciados para a abordagem terapêutica à pessoa com disfagia após o AVC. Estas recomendações abrangem a avaliação, diagnóstico, intervenção terapêutica, introdução da alimentação, higiene oral e reabilitação (Oliveira et al., 2021c), devendo constituir-se como instrumento para orientação dos profissionais na definição dos planos terapêuticos para estes doentes. Salientam-se duas das recomendações relativamente à higiene oral e à intervenção terapêutica, dada a relevância na fase aguda. No que concerne à higiene oral, as orientações clínicas recomendam que sejam
quadro 11.1 – Produtos de apoio.
Talher com cabo engrossado e texturado, que facilita a pega a quem tem limitações na preensão. O peso pode ser aumentado para um maior controlo motor em doentes com ataxia. O talher é dobrável, tanto para a direita, como para a esquerda, de forma que au xilie pessoas com dificuldade em realizar o desvio radial do punho a levar os alimentos à boca. Existe colher, garfo e faca. A faca não é dobrável. A colher com rebordo impede os alimentos de cair quando há instabilidade ou descoordenação.
Tira com velcro que se ajusta ao tamanho da mão, dotada de bolsa para talheres. Pode ser utilizada na mão direita ou esquerda em pessoas com défice na preensão palmar, possibilitando a utilização de talheres convencionais.
Faca de Nelson ou faca/garfo. A dupla função de cortar e picar possibilita que pessoas com défice de membro superior se possam alimentar autonomamente com o membro contralateral.
Prato inquebrável com rebordo alto e curva inversa para ajudar a colocar a comida no talher, sem que esta caia do prato, permitindo usar apenas um dos membros superiores. A base com ventosa impede deslizamentos. O prato pode ser tripartido para que os alimentos não se misturem. Existem rebordos que podem ser adaptados aos pratos convencionais e bases antiderrapantes simples para qualquer tipo de louça.
Copo com duas pegas ergonómicas, destinadas a facilitar a utilização quando a pre ensão palmar é ineficiente. A tampa em bico evita o derrame de líquidos. Pode estar acoplada válvula para controlo do fluxo.
Copo recortado com espaço para o nariz. Evita realizar hiperextensão da cabeça para beber. Indicado em casos de disfagia em que é necessária a flexão da cabeça como medida de segurança para diminuir o risco de aspiração.
Abre garrafas ergonómico, em material antiderrapante, permite, com facilidade, desen roscar tampas de garrafas. Indicado para pessoas com motricidade fina comprometida.
Tendo em vista a igualdade de condições e de direitos, a integração, a plena participação social e a autonomia da pessoa com deficiência, o Estado português assume a competência do fornecimento de meios de compensação adequados, também no que se refere à questão da alimentação (Produtos de Apoio Para Pessoas Com Deficiência [Ajudas Técnicas], 2012). O Guia Prático — Sistema de Atribuição de Produtos de Apoio pode ser consultado para uma informação mais precisa e pormenorizada (Instituto Nacional para a Reabilitação, 2021). A Tabela 11.1 apresenta a classificação ISO de produtos passíveis de ser subsidiados, desde que cumpram critérios de prescrição específicos. É possível encontrar produtos de apoio para preparação de alimentos e bebidas, para a atividade “comer e beber” e também para pessoas com gastrostomia percutânea endoscópica (PEG, do inglês percutaneous endoscopic gastrostomy), nos produtos de apoio para as ostomias.
Diagnóstico de AVC
Concordância em participar no estudo
Alterações cognitivas
Ausência de alterações sensoriais
N.º de artigos
FIgura 18.3 – Critérios de inclusão.
À semelhança dos critérios de inclusão, também os critérios de exclusão não foram mencionados em todos os estudos selecionados (de Luca et al., 2018; Fava-Felix et al., 2022). Assim, foram incluídos para análise deste ponto seis estudos. Os quatro critérios de exclusão mais prevalentes são apresentados na Figura 18.4.
Alterações graves na comunicação
Patologia neurológica e/ou distúrbio mental
Alteração sensorial/percetiva
Comprometimento motor N.º de artigos
FIgura 18.4 – Critérios de exclusão.
Um outro dado a extrair da revisão realizada é a caracterização do programa em estudo. A duração do programa, frequência das sessões e duração das mesmas, varia consoante o estudo, tal como demonstrado na Tabela 18.2. O programa mais extenso conta com 60 sessões (Bermudo-Gallaguet et al., 2022) e o mais
FamílIas e os seus papéIs
As famílias mantêm-se família enquanto os seus membros partilharem objetivos e desenvolverem estratégias para manter a saúde da mesma, entendendo-se esta como os comportamentos que a família realiza para aumentar o seu bem-estar ou a sua qualidade de vida, ou seja, as atividades realizadas para fortalecê-la (Pender, 2006). Salienta-se que uma família saudável tem: manifestações de empenho na unidade familiar, desenvolvendo sentimentos de confiança e responsabilidade partilhada; tempo passado em conjunto para partilha de rituais, tradições e momentos de lazer; flexibilidade e capacidade para lidar com o stress, no sentido de ver as crises como desafios, abertura para a mudança, bem -estar espiritual, comunicação positiva e apreciação dos afetos (Hanson, 2005). Estes aspetos levam-nos a questionar sobre que intervenções os enfermeiros devem desenvolver para manter a saúde familiar, particularmente durante o internamento.
Os processos de desenvolvimento das famílias estão intimamente ligados à estrutura familiar, às suas funções como sistema e como função social, o que determina uma organização própria, assente em atividades e papéis mais ou menos distribuídos por todos os membros, e que os enfermeiros necessitem de tomar conhecimento desta organização para poderem cumprir o seu papel social.
Os papéis desenvolvidos pelos elementos das famílias na situação da pessoa com AVC orientam-nos para a necessidade de análise do desenvolvimento do papel da pessoa acometida para o todo da família, dos vários elementos para a pessoa doente e para a subsistência da família como um todo. Vários papéis podem ser afetados pelas condições da pessoa com AVC, tais como: o papel de provedor, o papel de socialização, o papel sexual, o papel terapêutico, o papel recreativo, o papel de parente, o papel de cuidar da casa, das crianças e dos dependentes (Hanson, 2005).
Recordemos que, dependendo da lesão e sua manifestação, as pessoas com AVC podem ficar impedidas de realizar os seus papéis ou partes deles, o que nos obriga a repensar em dois sentidos o primeiro se há alternativas para meter o papel ou se o papel terá de ser delegado noutro membro da família. Isto implica tempo para a apropriação do papel e tensão, situação que leva a dificuldades no processo de interação no meio familiar, salientando -se a incapacidade para definir a situação, a falta de conhecimentos para o papel, a falta de consenso para a aceitação do mesmo por todos os membros da família. Depois da apropriação, pode ocorrer conflitos no desenvolvimento do papel o que vai concorrendo para a saturação do papel de cuidador (Hanson, 2005). Sugere -se aqui, como exemplo, o pai provedor da família que fica afásico, mas que mantém as funções intelectuais preservadas: o que fazer? Procurar alternativas à comunicação ou passar o papel para outro membro? Cada papel deve ser analisado no sentido de preservar a cultura da família e manter os direitos da pessoa doente.
As práticas clínicas e a investigação têm vindo a valorizar o impacto do cuidar e a sua sobrecarga. Trindade et al. (2017) concluiu que a maioria dos cuidadores apresenta sobrecarga, contudo verificou que não se estabelece relação estatisticamente significativa entre o grau de sobrecarga do cuidador e o nível de dependência (p=0,053), o que leva o autor a recomendar que os enfermeiros incluam nos planos realizados a avaliação sistemática da sobrecarga do cuidador e a mobilização dos recursos adequados para o bem viver dos cuidadores.
Os enfermeiros podem dar grandes contributos para as famílias se se manterem saudáveis e funcionais, se compreenderem a individualidade de cada família e criarem as condições para que a mesma faça os seus processos. Contudo, muitas vezes, contribuem para o desmembramento da família ou dificultam o seu natural percurso; exemplo disso é quando inibem os seus membros de se aproximarem durante o internamento.
dilatadores, medicamentos gastrointestinais, opioides, anticolinérgicos, etc. Os doentes com AVC são medicados com numerosos fármacos que também têm impacto na função sexual. Os medicamentos utilizados no tratamento da hipertensão, como os betabloqueadores, os inibidores dos canais de cálcio e os diuréticos, podem reduzir o desejo sexual e provocar disfunção erétil. Os medicamentos antidepressivos, devido ao seu efeito na recaptação da serotonina, e os antipsicóticos, que afetam a prolactina, podem causar disfunção erétil e diminuição da libido (Park et al., 2015).
I NTE r VEN çõ E s E m s EX uALI dA d E AP ós o AVC
Dada a complexidade da sexualidade após o AVC, é importante que esta seja tratada por uma equipa multidisciplinar, médicos de reabilitação, sexólogos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, terapeutas da fala, entre outros profissionais. O plano de tratamento deve basear-se no exame físico da pessoa, na sua história sexual e nas suas preocupações pessoais, devendo ser efetuado em colaboração com a pessoa que sofre de AVC e com o seu parceiro, se assim o desejarem. A mensagem principal deve ser a de que a sexualidade é uma componente vital e positiva da vida e que pode ser gratificante e satisfatória após a lesão. A linguagem utilizada deve ser simples e clara, para que tanto a pessoa com AVC como o seu parceiro compreendam as explicações, evitando ao máximo o uso excessivo de jargão médico. É importante rever os tratamentos prescritos para a doença, bem como os seus possíveis efeitos secundários, uma vez que muitos deles podem contribuir para a disfunção sexual (Grenier-Genest & Courtois, 2021).
Deve ser feita uma avaliação inicial exaustiva das capacidades físicas da pessoa, das atividades sexuais anteriores ao AVC, bem como do estado da função sexual atual, da disponibilidade do parceiro e do seu nível de satisfação sexual, da orientação sexual do parceiro e do repertório de comportamentos sexuais. A história sexual abre um diálogo em que os problemas sexuais podem ser discutidos de forma concreta e objetiva. Em muitos casos, é o primeiro passo para a educação sexual, uma vez que introduz o tema e estabelece uma relação entre a pessoa com AVC e o profissional de saúde (Grenier-Genest & Courtois, 2021; Stratton et al., 2020).
A abordagem da sexualidade em pessoas com AVC deve abranger diferentes âmbitos, devido às alterações fisiológicas que ocorrem após um AVC, bem como ao impacto psicológico e social que têm. Deve ter-se em conta que a vivência da sexualidade pode ser afetada por alterações na imagem corporal, na autoestima, etc.
A pessoa com AVC deve estar consciente das alterações que ocorrem na resposta sexual (desejo, excitação, ereção, orgasmo, etc.), assim como do facto de que a atividade sexual pode ser afetada por problemas secundários.
A educação sexual desempenha um papel importante nos programas de intervenção em matéria de sexualidade. Para qualquer intervenção, é necessário obter autorização para discutir a sexualidade, dar informação generalizada, explicar o impacto específico do AVC na sexualidade, recolher informação, fazer o acompanhamento com sugestões específicas e administrar terapias (Grenier-Genest et al., 2017; Na et al., 2020; Stratton et al., 2020).
Sugestões e recomendações sobre questões que precisam de ser abordadas para apoiar a função sexual em pessoas com AVC (Stratton et al., 2020):
1) Informação geral sobre sexualidade:
z Os enfermeiros devem dispor de informação adequada e exaustiva sobre a função sexual humana;
z Manter um diálogo aberto e facilitar o acesso à educação sexual, tanto em contextos formais como informais, ao longo de todo o processo de tratamento;
z Introduzir o tema da sexualidade de forma simples e sem juízos de valor. Fazer perguntas abertas que estimulem o diálogo contínuo sempre que possível;
z Assegurar que a expressão sexual é tratada com privacidade, respeito e dignidade;
Satisfação pessoal
Atitude pró-social
Habilidades de relação interpessoal
Resolução de problemas e autoatualização
FIgura 24.4 – Diagrama dos fatores que configuram o Programa de Saúde Mental Positiva.
O principal objetivo deste programa é promover a SMP em adultos em variados contextos, designadamente no pós-AVC. A realização de uma revisão sistemática (Teixeira et al., 2019), mostrou não existir um programa de promoção de SMP sistematizado e que pudesse ser aplicado de forma idêntica por diversos profissionais de saúde, apesar da evidência em ganhos de saúde em quem participa, daí a criação do Mentis Plus+ (Figura 24.4). Posteriormente, em 2018, realizou-se a validação conceptual e estrutural através de focus groups (Teixeira et al., 2021).
Este programa poderá ser aplicado por profissionais de saúde com formação na área da SMP, sobretudo enfermeiros especialistas em enfermagem de saúde mental e psiquiátrica. O programa está organizado por fatores, sendo atribuída uma cor a cada um (Figura 24.5).
z Estabelecer o primeiro contacto com os participantes
z Adquirir conceitos básicos de SMP
z Identificar quais são os fatores que podem interferir na SMP (F1 a F6)
z Definir quais os fatores a intervir (F1 a F6)
Sessão inicial (em grupo ou individual)
1ª sessão (individual)
z Assinar consentimento informado
z Implementar questionário sociodemográfico
z Avaliar a SMP
F5 – Resolução de problemas e autoatualização F6 – Habilidades de relação interpessoal
Sessão F5 – C Sessão F6 – C F2 – Atitude pró-social F3 –Autocontrolo F4 –Autonomia
Sessão F3 – C
Sessão F4 – C
Sessão final (individual) 3-6 meses
Follow-up (individual)
z Avaliar a SMP
z Avaliar o feedback sobre o programa Mentis Plus+
z Encerrar o programa Mentis Plus+
z Avaliar a SMP
FIgura 24.5 – Esquema do Programa (modular) de SMP – Mentis Plus+.
Adaptada de Teixeira et al. (2020).
Sessões
Estão cartografados e disponíveis para uso terapêutico vários pontos de acupuntura distribuídos nos meridianos e extrameridianos (Figura 25.1).
Os pontos que fazem parte dos meridianos, a que se dá o nome de “pontos de acupuntura do meridiano”, estão distribuídos por 12 meridianos principais (Tabela 25.2) e dois meridianos extraordinários. Os meridianos principais apresentam trajetos definidos marcados por pontos cutâneos sensíveis, sendo condutores de energia (Qi) e estão associados a um órgão de polaridade Yin ou a uma víscera de polaridade Yang. A conexão dos órgãos às vísceras (Zang Fu) apresenta-se da seguinte forma (Figura 25.2):
z Pulmão (P) – Grosso intestino (GI);
z Fígado (F) – Vesícula biliar (VB);
z Rim (Rn) – Bexiga (B);
z Coração (C) – Intestino delgado (IG);
z Baço/Pâncreas (Rt) – Estômago (E);
z Pericárdio (PC) – Triplo aquecedor (TA).
tabela 25.2 – meridianos principais e sua polaridade.
Meridiano Sigla Polaridade Total de pontos Nome chinês
Pulmão P Yin 11 Fei (肺經)
Grosso intestino GI Yang 20 Da Chang (大腸經)
Baço/Pâncreas Rt Yin 21 Pi (脾經)
Estômago E Yang 45 Wei (胃經)
Coração C Yin 9 Xin (心經)
Intestino delgado IG Yang 19
Rins Rn Yin 27
Xiao Chang (小腸經)
Shen (腎經)
Bexiga B Yang 67 Pang Guan (膀胱經)
Fígado F Yin 14
Vesícula biliar VB Yang 44
Pericárdio PC Yin 9
Triplo aquecedor TA Yang 23
Gan (肝經)
Dan (膽經)
Xin Bao (心包經)
San Jiao (三焦經)
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
NA PESSOA COM AVC
Este livro oferece uma visão abrangente da Enfermagem como disciplina cientí ca, enriquecida pelos contributos de áreas transversais ao cuidado humano, proporcionando uma abordagem completa e inovadora ao cuidado da pessoa com AVC.
Com capítulos cuidadosamente organizados, são tratados temas fundamentais como:
Teorias de suporte aos cuidados de enfermagem junto ao doente com AVC; O acontecimento inesperado, com re exões importantes e sistematização do conhecimento atual sobre o tema, resultado de investigações realizadas em várias áreas;
Técnicas que fundamentam a intervenção do doente com AVC;
Cuidados de enfermagem na fase pós-aguda, incluindo lazer e desporto, implicações e mudanças na dinâmica familiar, interação com o ambiente, e promoção da saúde mental;
Estratégias inovadoras na reabilitação, como terapias complementares e gami cação, que oferecem opções promissoras para a recuperação do paciente.
Destinado a enfermeiros comprometidos com a excelência no cuidado, bem como a estudantes de graduação e pós-graduação em Enfermagem, esta obra é um recurso essencial para quem procura conhecimento profundo e práticas e cazes no acompanhamento de pessoas com AVC.