Serviço Social no Envelhecimento

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serviço social no envelhecimento Co o rd e na çã o:

Maria Irene de Carvalho

O envelhecimento e as pessoas idosas tiveram sempre um lugar de destaque no Serviço Social, pois ainda antes de o envelhecimento se constituir como um dos maiores desafios para a sociedade e para os Estados, já as pessoas idosas eram “objeto” de intervenção do Serviço Social. Os profissionais do Serviço Social que trabalham com a população idosa são desafiados, por um lado, a promover as liberdades individuais e, por outro, a usar a competência científica e técnica na intervenção com idosos em defesa da justiça social e da equidade. Tal trabalho requer aprofundamento teórico e intervenções contextualizadas no tempo e no espaço, enquadradas pelos princípios dos direitos humanos e da dignidade humana. Nesta obra pretende-se sobretudo demonstrar que o campo do envelhecimento é uma questão complexa e que só se consegue compreender em profundidade a partir de uma visão multi e interdisciplinar, que potencie uma ação estratégica proativa na intervenção com pessoas idosas.

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Esperamos que a diversidade e a atualidade dos temas possa contribuir para um melhor conhecimento e reflexão sobre os processos de promoção da melhoria da qualidade da intervenção e da vida das pessoas idosas.

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Com contributos de profissionais do Serviço Social, mas também de outras áreas, este livro conta ainda com a participação de dois dos mais destacados assistentes sociais mundiais: Lena Dominelli (Reino Unido) e Vicente de Paula Faleiros (Brasil).

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Livro sobre as tendências atuais do Serviço Social na área da Saúde:

Maria João Quintela Presidente da Associação Portuguesa de Psicogerontologia (APP) (…) Este livro constitui uma memória, um registo e uma orientação clara para uma nova construção social, alicerçada no respeito pela espécie humana.

ISBN 978-989-693-028-8

9 789896 930288

Coordenação:

José Carlos Batalha Diretor da Federação das Instituições da Terceira Idade (FITI) (…) é uma obra didática de inquestionável relevância que se posicionará (…) na linha da frente na investigação e na análise de intervenção social no que concerne à Pessoa Idosa.

Maria Irene de Carvalho

Cuidados primários, continuados, hospitalares e paliativos Planeamento da alta Envelhecimento Famílias e redes Saúde mental Promoção da saúde

Prefácios de:

www.pactor.pt

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serviço social no envelhecimento

wwwww. w.ppac ac to tor. r.pt pt

17,5mm

16,7cm x 24cm

16,7cm x 24cm

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serviço social no

envelhecimento Co o rd en a çã o:

Maria Irene de Carvalho

Participação e Empowerment Teleassistência e Snoezelen Deficiência e Envelhecimento Intervenção Social com Idosos Políticas, Cidadania e Imigração Urbanização do Envelhecimento Voluntariado e Cuidados Familiares

Coordenadora MARIA IRENE DE CARVALHO Assistente Social, licenciada e mestre pelo Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa. Doutora em Serviço Social pelo Instituto Universitário de Lisboa-ISCTE. Investigadora Integrada no CAPP ( ISCSP) da Universidade de Lisboa (UL). Autores AMÉLIA MARTINS Diretora Técnica do Lar Santa Beatriz da Silva I ANA PAULA GARCIA Professora da ULHT I ANA PAULA GIL Professora Auxiliar da FCSH-UNLI BLANCA CALLÉN (ESPANHA) Investigadora da Universidade de Lancaster I CARLA PINTO Professora Auxiliar do ISCSP-UL I CARLA RIBEIRINHO Professora da ULHT I HELENA MOURO Professora do Instituto Superior Miguel Torga I HÉLIA BRACONS Professora da ULHT I JORGE MALHEIROS Professor Associado do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da UL I JUAN ACEROS (ESPANHA) Investigador e Membro do GESCIT (Grupo de Estudos Sociais em Ciência e Tecnologia) da Universidade Autónoma de Barcelona (UAB) I LENA DOMINELLI (INGLATERRA) Professora da Universidade de Durham (Reino Unido) I MARIA DE LOURDES BAPTISTA QUARESMA Professora da ULHT e Presidente da Associação Portuguesa para o Serviço Social Internacional I MARÍA TEREZA CAVALCANTE (ESPANHA) Professora na Faculdade de Educação e Trabalho Social da Fundação Pere Tarrés de Barcelona I MARLENE RODRIGUES Professora da ULHT I MIQUEL DOMÈNECH (ESPANHA) Professor da UAB I PAULA CAMPOS PINTO Professora no ISCSP-UL I RITA ISABEL DIAS Assistente Social do CHLN,EPE I STELLA ANTÓNIO Professora do ISCSP-UL e Presidente do Núcleo de Investigação do Envelhecimento Ativo da RUTIS (Rede das Universidades da Terceira Idade) I SUSANA MARIA ALEXANDRE Assistente Social do HSM I VICENTE DE PAULA FALEIROS (BRASIL) Professor Emérito da Universidade de Brasília

Ver currículos completos no interior do livro


DISTRIBUIÇÃO

SEDE: R. D. Estefânia, 183, R/C Dto., 1049-057 LISBOA Internet: 21 354 14 18 – livraria@lidel.pt / Revenda: 21 351 14 43 – revenda@lidel.pt Formação/Marketing: 21 351 14 48 – formacao@lidel.pt / marketing@lidel.pt Ensino Línguas/Exportação: 21 351 14 42 – depinternacional@lidel.pt Fax: 21 352 26 84 LIVRARIA: Av. Praia da Vitória, 14 – 1000-247 LISBOA Tel.: 21 354 14 18 – e-mail: livraria@lidel.pt

Copyright © outubro de 2013 PACTOR – Edições de Ciências Sociais, Forenses e da Educação ®

Marca registada da FCA – Editora de Informática, Lda.

ISBN: 978-989-693-028-8 Capa: José Manuel Reis Imagem de capa: © Isabel Poulin Pré-impressão: Carlos Mendes Impressão e acabamento: Cafilesa – Soluções Gráficas, Lda. – Venda do Pinheiro Depósito Legal n.º 366037/13 Livro segundo o Novo Acordo Ortográfico

Todos os nossos livros passam por um rigoroso controlo de qualidade, no entanto, aconselhamos a consulta periódica do nosso site (www.pactor.pt) para fazer o download de eventuais correções. Os nomes comerciais referenciados neste livro têm patente registada.

Reservados todos os direitos. Esta publicação não pode ser reproduzida, nem transmitida, no todo ou em parte, por qualquer processo eletrónico, mecânico, fotocópia, digitalização, gravação, sistema de armazenamento e disponibilização de informação, sítio Web, blogue ou outros, sem prévia autorização escrita da Editora, exceto o permitido pelo CDADC, em termos de cópia privada pela AGECOP – Associação para a Gestão da Cópia Privada, através do pagamento das respetivas taxas.


Índice Os Autores. ..................................................................................................................

XI

Prefácios........................................................................................................................

XV

Maria João Quintela e José Carlos Batalha

Apresentação................................................................................................................ Capítulo 1

XIX 1

Um Percurso Heurístico pelo Envelhecimento Maria Irene de Carvalho Introdução...................................................................................................................... Significações do envelhecimento, do envelhecer e da velhice...................................... Teorias relacionadas com o envelhecimento................................................................. Modelos para compreender o envelhecimento.............................................................. Modelo do envelhecimento saudável....................................................................... Modelo do envelhecimento bem-sucedido.............................................................. Modelo do envelhecimento produtivo...................................................................... Modelo do envelhecimento ativo............................................................................. Considerações finais...................................................................................................... Referências..................................................................................................................... Capítulo 2

1 3 5 8 8 9 9 9 10 12 17

Envelhecimento, Políticas de Intervenção e Serviço Social

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Helena Mouro Introdução...................................................................................................................... Envelhecer: Um problema social.................................................................................... Envelhecimento, reforma e desproteção.................................................................. Desconstrução do envelhecimento.......................................................................... Idade avançada e envelhecimento ativo.................................................................. A política institucionalizadora e a política residencial.............................................. Envelhecimento, políticas de intervenção social e Serviço Social................................. Intervenção protetora e providencial........................................................................ Intervenção com idosos e no envelhecimento......................................................... Considerações finais...................................................................................................... Referências.....................................................................................................................

17 17 18 19 22 23 24 25 29 32 33

III


Serviço Social no Envelhecimento

Capítulo 3

35

Autonomia Relacional e Cidadania Protegida: Paradigma para Envelhecer Bem Vicente de Paula Faleiros Introdução...................................................................................................................... O paradigma relacional multidimensional da autonomia da proteção e da funcionalidade................................................................................................................ Autonomia e funcionalidade..................................................................................... Proteção social......................................................................................................... Envelhecimento e autonomia na velhice.................................................................. Proteção e autonomia na família.................................................................................... Relações económicas: Trocas, proteção e autonomia.................................................. Autonomia e proteção na sociedade e política.............................................................. Considerações finais...................................................................................................... Referências..................................................................................................................... Capítulo 4

35 35 36 37 39 41 42 44 46 47 49

Uma Prática de Empowerment com Adultos Idosos Carla Pinto Introdução...................................................................................................................... Conceptualização do empowerment no Serviço Social................................................ Valores primaciais..................................................................................................... Principais componentes do empowerment.............................................................. Envelhecimento e poder................................................................................................. Idadismo e outros “ismos”....................................................................................... A síndrome de quebra social.................................................................................... Empowerment, participação e autonomia................................................................ Desafios do empowerment com adultos idosos............................................................ Idosos enquanto clientes de serviços sociais.......................................................... A corporalização da velhice como estratégia de empowerment............................. Novas tecnologias.................................................................................................... Sexualidade.............................................................................................................. Considerações finais...................................................................................................... Referências..................................................................................................................... Capítulo 5

49 51 51 52 54 54 56 58 59 60 61 62 63 63 64 67

Serviço Social com Idosos: Intervenção Orientada para o Mercado ou para Serviços Universais? Lena Dominelli Introdução...................................................................................................................... Idosos: Um grupo subvalorizado................................................................................... IV

67 67


Índice

Cuidados na comunidade: Desenvolvimento de programas de cuidados a idosos...... Capacitação do consumidor idoso................................................................................ Idosos: Abusos sofridos................................................................................................. Tendências contemporâneas nos cuidados com idosos............................................... Considerações finais...................................................................................................... Referências..................................................................................................................... Capítulo 6

69 73 74 77 78 79 81

Das Políticas Sociais da Velhice à Política Social de Envelhecimento Stella António Introdução...................................................................................................................... Envelhecimento, política social e políticas sociais de velhice....................................... Envelhecimento........................................................................................................ Velhice...................................................................................................................... Envelhecimento em Portugal.............................................................................. Determinantes do envelhecimento demográfico................................................ Política social............................................................................................................ Políticas sociais de velhice....................................................................................... Acontecimentos internacionais que marcaram as políticas sociais dirigidas à população idosa: De Viena (1982) a Madrid (2002)........................................................ I Assembleia Mundial de Viena sobre o Envelhecimento (1982).............................. Entre Viena (1982) e Madrid (2002), o que se passou?............................................ No âmbito das Nações Unidas........................................................................... No âmbito europeu............................................................................................. II Assembleia Mundial de Madrid sobre o Envelhecimento (2002)........................... Evolução das “políticas sociais”, medidas e programas dirigidos à população idosa em Portugal.................................................................................................................... 1.º Período: 1976 a 1985.......................................................................................... 2.º Período: 1985 a 1995.......................................................................................... 3.º Período: 1995 a 2002.......................................................................................... 4.º Período: 2002 até à atualidade........................................................................... Medidas de política dirigidas às pessoas idosas e em situação de dependência no âmbito da Segurança Social............................................................................... Evolução das respostas sociais dirigidas à população idosa em Portugal.............. Estratégias e medidas de políticas sociais para a população idosa........................ Considerações finais...................................................................................................... Referências..................................................................................................................... Capítulo 7

81 83 83 84 84 85 85 86 88 88 89 89 90 90 92 92 92 93 94 95 96 98 100 101 105

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Voluntariado ou Trabalho de Cuidados na Esfera Familiar?: Controvérsias em Torno do Envelhecimento Ativo Ana Paula Gil Introdução......................................................................................................................

105 V


Serviço Social no Envelhecimento

Controvérsias do conceito de envelhecimento ativo.....................................................

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Envelhecimento e políticas sociais................................................................................

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Envelhecimento e família..........................................................................................

107

Trajetória(s) de cuidados na esfera familiar: O caso da doença de Alzheimer e das doenças cerebrovasculares – um estudo empírico........................................................

109

O Acidente Vascular Cerebral (AVC).........................................................................

110

As demências...........................................................................................................

111

Cuidados familiares a doentes dependentes...........................................................

111

A chegada inesperada do AVC...........................................................................

112

A incerteza de um diagnóstico tardio: A memória perdida na doença de Alzheimer............................................................................................................

113

Considerações finais......................................................................................................

120

Referências.....................................................................................................................

121

Capítulo 8

123

O Envelhecimento das Pessoas com Deficiência: Problemáticas e Perspetivas na Ótica do Serviço Social Paula Campos Pinto Introdução......................................................................................................................

123

De que falamos quando falamos de deficiência?..........................................................

123

Aspetos demográficos...................................................................................................

126

Apoios sociais existentes...............................................................................................

127

Desafios do envelhecimento das pessoas com deficiência..........................................

131

Saúde e bem-estar...................................................................................................

131

Redes sociais de suporte.........................................................................................

133

Considerações finais......................................................................................................

134

Referências.....................................................................................................................

135

Capítulo 9

137

Pobreza e Violência Sobre os Idosos Maria Irene de Carvalho e Marlene Rodrigues

VI

Introdução......................................................................................................................

137

A violência sobre as pessoas idosas.............................................................................

138

As categorias da violência.............................................................................................

140

Indicadores de pobreza em idosos................................................................................

142

Indicadores de risco de violência...................................................................................

143

A situação em Portugal face à violência........................................................................

145

Considerações finais......................................................................................................

147

Referências.....................................................................................................................

148


Índice

Capítulo 10

149

Urbanização do Envelhecimento e Intervenção Social: Territórios da Gerontologia Social Maria de Lourdes Baptista Quaresma Introdução...................................................................................................................... O caso português........................................................................................................... Urbanização do envelhecimento: Como adaptar a cidade à problemática do envelhecimento?............................................................................................................ Podemos falar de gerações idosas urbanas?.......................................................... Quem são os seniores urbanos?.............................................................................. A cidade e o envelhecimento................................................................................... Envelhecimento com dignidade: A importância do habitat........................................... Habitat e direitos – Carta Social Europeia: Artigo 23.º (Revisão de 1996)............... União Europeia: Conferência de Helsínquia (1999)............................................ Comissão das Comunidades Europeias (1999).................................................. Nações Unidas: Habitat II................................................................................... Adaptar a cidade ao envelhecimento............................................................................. A cidade é incapacitante para os que avançam em idade?.................................... Questões de planeamento e intervenção................................................................. Programa “Cidades Amigas das Pessoas Idosas”................................................... Plano gerontológico.................................................................................................. Considerações finais...................................................................................................... Referências..................................................................................................................... Capítulo 11

149 149 151 151 152 153 154 154 155 155 156 156 156 156 158 158 161 161 163

Imigração e Envelhecimento: Estratégias Sociais no Trabalho com Idosos Imigrantes Hélia Bracons e Jorge Malheiros Introdução...................................................................................................................... Imigração e envelhecimento: Algumas notas para discussão....................................... Envelhecimento dos imigrantes em Portugal: Ponto da situação................................. Estratégias sociais no trabalho com idosos imigrantes: Conhecimentos e competências necessárias na intervenção social junto de idosos imigrantes.............. Considerações finais...................................................................................................... Referências..................................................................................................................... Capítulo 12

163 164 167 169 174 175 177

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Serviço Social Gerontológico: Contextos e Práticas Profissionais Carla Ribeirinho Introdução...................................................................................................................... Princípios e valores........................................................................................................

177 179 VII


Serviço Social no Envelhecimento

Contextos de trabalho.................................................................................................... O requisito da interdisciplinaridade................................................................................ Objetivos da intervenção do Serviço Social Gerontológico........................................... Intervenção direta e indireta........................................................................................... Fases do processo de intervenção.......................................................................... Avaliação Geriátrica Integral..................................................................................... A relação enquanto espaço mediador da intervenção............................................. Intervenção indireta.................................................................................................. Contextos específicos de intervenção do Serviço Social Gerontológico...................... Serviço Social em instituições e serviços de cariz residencial................................. Objetivos............................................................................................................. Funções.............................................................................................................. A nível individual............................................................................................ A nível familiar............................................................................................... A nível grupal................................................................................................. Atuações do assistente social perante o mau-trato institucional............................. A nível administrativo.......................................................................................... Em relação aos utentes...................................................................................... Em relação ao pessoal........................................................................................ Serviço Social em instituições e serviços de cariz domiciliário............................... A entrevista no domicílio..................................................................................... A avaliação diagnóstica...................................................................................... A coordenação e otimização de recursos.......................................................... Direção, gestão e coordenação de respostas gerontológicas....................................... Funções do Serviço Social em relação às equipas prestadoras de cuidados......... Considerações finais...................................................................................................... Referências..................................................................................................................... Capítulo 13

181 181 182 183 184 186 188 189 189 190 190 191 191 192 193 193 193 193 194 194 195 196 196 197 197 198 199 201

Envelhecimento e Intervenção do Serviço Social com Doentes Idosos em Meio Hospitalar Susana Maria Alexandre e Rita Isabel Dias Introdução...................................................................................................................... Envelhecimento demográfico: Abordagem internacional e nacional............................. Intervenção do Serviço Social na saúde........................................................................ O Serviço Social no Hospital de Santa Maria – Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE..... O assistente social na equipa terapêutica................................................................ Caracterização da população hospitalar.................................................................. Metodologia utilizada na intervenção............................................................................ Acolhimento.............................................................................................................. Informação/orientação............................................................................................. Articulação com a comunidade................................................................................ Acompanhamento psicossocial............................................................................... Gestão da doença.................................................................................................... Advocacia social....................................................................................................... VIII

201 202 207 208 209 210 213 214 214 214 215 216 216


Índice

Empowerment.......................................................................................................... Mediação.................................................................................................................. Considerações finais...................................................................................................... Referências..................................................................................................................... Capítulo 14

216 217 217 218 221

A Sida e a Sexualidade em Idosos: Perspetivas do Serviço Social Sobre a Prevenção dos Comportamentos de Risco Ana Paula Garcia Introdução...................................................................................................................... VIH/SIDA........................................................................................................................ Sexualidade.................................................................................................................... Sexualidade e risco........................................................................................................ Serviço Social: Da prevenção à promoção da saúde.................................................... Estudo de casos............................................................................................................. Objetivos e metodologia........................................................................................... Resultados................................................................................................................ A. A sexualidade dos idosos............................................................................... Perceção das assistentes sociais face às manifestações e vivências da sexualidade dos idosos nas instituições....................................................... B. Os comportamentos sexuais de risco nos idosos......................................... Perceção das assistentes sociais face aos comportamentos de risco da população idosa e nível de conhecimento sobre o problema...................... C. O VIH/SIDA nos idosos: Perceção e conhecimento...................................... O conhecimento das assistentes sociais relativamente à SIDA na população idosa em geral e a sua atitude face a situações concretas........ D. A intervenção e prevenção............................................................................. Discussão dos resultados........................................................................................ Considerações finais...................................................................................................... Referências..................................................................................................................... Capítulo 15

221 222 224 225 226 228 228 229 229 229 230 230 231 231 232 233 235 235 237

Snoezelen Vitae – Envelhecimento, Espiritualidade e Estimulação Sensorial: Desafios para o Serviço Social

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Amélia Martins Introdução...................................................................................................................... O snoezelen vitae........................................................................................................... Snoezelen e Integração Sensorial.................................................................................. O caso do Lar Santa Beatriz da Silva....................................................................... Envelhecimento e espiritualidade................................................................................... A consciência da finitude: O sentido da vida................................................................. Considerações finais...................................................................................................... Referências.....................................................................................................................

237 237 241 245 250 256 262 263 IX


Serviço Social no Envelhecimento

Capítulo 16

265

Participação e Idosos: A Construção de um Quadro Ético para a Teleassistência em Espanha Juan Aceros, Blanca Callén, María Tereza Cavalcante e Miquel Domènech

X

Introdução...................................................................................................................... Envelhecimento ativo na sociedade de informação...................................................... Desenvolvimento de painéis de cidadãos...................................................................... Primeiro painel de cidadãos..................................................................................... Segundo painel de cidadãos.................................................................................... Principais resultados dos painéis................................................................................... Considerações finais...................................................................................................... Referências.....................................................................................................................

265 266 270 270 272 273 276 278

Índice Remissivo...........................................................................................................

281


Prefácios Maria João Quintela Presidente da Associação Portuguesa de Psicogerontologia (APP) Responder ao desafio da Professora Doutora Maria Irene de Carvalho para fazer um dos Prefácios desta Obra, não foi tarefa fácil, mas foi uma provocação que aceitei com muito gosto. Primeiro, porque ela é uma lutadora pela verdade da História do Serviço Social, pela memória do tempo e dos factos, no respeito pela construção social e pelo desenvolvimento. Por outro lado, porque com este livro, fica claro e assumido um trabalho multidisciplinar, com intervenções de destacadas e destacados estudiosos do envelhecimento e da obra social, que representam um forte conjunto de novos professores e cientistas nesta área, que lutam por um futuro mais conhecedor e de maior qualidade para a vida humana. Sinto-me, pois, confortável para dizer que este conjunto de trabalhos e reflexões é um batalhão de esperança no futuro, de que me apraz acompanhar muitos deles, de longa data, em diversas e profícuas trocas de saberes. A apresentação do livro e dos autores está profundamente bem feita e cabe-me apenas prefaciar, certa de que esperariam de mim, sempre o inconformismo e a irreverência, em particular nesta ambígua época que vivemos das relações intergeracionais, agravada pela iliteracia ainda existente sobre o envelhecimento humano e a longevidade conquistada, e a manutenção de estigmas de exclusão, de idadismo, de exploração e de mau-trato de que são vítimas as pessoas mais velhas, de várias gerações.

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As políticas que foram sugerindo e facilitando aos mais velhos a saída precoce e muitas vezes não desejada, do mercado de trabalho, contrastam com o estigma de inativos, improdutivos e de peso social, difícil de aceitar numa sociedade cujo trabalho de uma vida é herança do futuro, e cujas parcas economias dos mais velhos sustentam as gerações mais novas. Como ratos apanhados na ratoeira, os mais velhos de hoje estão à mercê de um futuro incerto, provavelmente muito mais pobre do que alguma vez imaginaram, e desqualificados em geral pela exclusão da possibilidade de trabalhar. É, pois, nesta ambígua qualidade de cidadão, no despercebido Ano Europeu dos Cidadãos, que os mais velhos de hoje se sentem tratados apenas como devedores e quase como envergonhados de estar vivos. Grande parte irá ficar sozinho, ou partirá na meia idade para sofrer novos fenómenos de exclusão e de mau-trato, numa emigração sem planeamento estratégico nacional, que ao contrário dos navegadores e descobridores portugueses, se faz agora individualmente ou em famílias inteiras, à procura da legítima forma de sobrevivência e de futuro para os seus filhos, por terras, as mais variadas, do ocidente ao oriente, provavelmente sem retorno, e com envelhecimentos extranacionais que não sabemos ainda com que apoios e que qualidades de vida terão. É, pois, num contexto de total incerteza, por vezes ou muitas vezes dolorosa, que este conjunto de saberes, num livro que trata o contexto e a diversidade evolutiva social, XV


Serviço Social no Envelhecimento

com seriedade e de forma científica, que me apraz prefaciar um instrumento que considero imprescindível a quem queira debruçar-se sobre a causa humana, numa perspetiva séria e construtiva, em que as políticas sociais podem ter uma referência para um pensamento estruturado e estruturante. Sabemos de há muito que a Gerontologia é uma ciência multidisciplinar e interdisciplinar. Que o fenómeno do envelhecimento demográfico só é um problema pela ausência de políticas de crescimento demográfico, apoio à natalidade e às famílias e falta de coragem para romper com modelos obsoletos de respostas. Resta-nos congratularmo-nos com a importante vitória sobre a mortalidade infantil de que Portugal é exemplo. Todas as crianças nos fazem falta. A Neuropsicologia, a Epidemiologia, as relações Intergeracionais, a Sociologia, o Empowerment, a Família e os Sistemas Sociais, a Solidariedade, a Interculturalidade, as questões ligadas à Imigração e à Emigração, a Ciência e as novas Tecnologias, a Vulnerabilidade, a Fragilidade e a Resiliência, a Deficiência e os Direitos Humanos, a Psicologia, a Inovação, a Violência, a Neurocirurgia, a preocupação com os Utentes, o Envelhecimento Ativo e o Planeamento, são todas áreas de intervenção da Gerontologia Social e do Serviço Social, com raízes e reflexos na Democracia, na longevidade, no bem-estar das pessoas e na harmonia da sociedade. Este livro constitui uma memória, um registo e uma orientação clara para uma nova construção social, alicerçada no respeito pela espécie humana. Em 2013, com o tema “ O Futuro que queremos – O que dizem as pessoas mais velhas”, assinala-se o 23.º Aniversário do Dia Internacional das Pessoas Idosas, que se festeja anualmente a 1 de outubro, criado pela Resolução (45/106) de 14 de dezembro de 1990, da Assembleia Geral das Nações Unidas. Esta Resolução já tinha a preocupação de manter em lugar de destaque nas agendas políticas as questões ligadas ao envelhecimento, com especial preocupação com o abuso, a violência e a discriminação, e também com o reconhecimento do contributo das pessoas mais idosas para as sociedades e as famílias, e a necessidade do seu empowerment. Com o aumento da sobrevida dos mais idosos, os mais velhos e mais dependentes, paradoxalmente, têm vindo a ficar mais invisíveis, solitários e muitas vezes abandonados. A 2 anos de 2015, e longe da época dos asilos, as Nações Unidas lançaram uma pesquisa global que pretende suscitar a participação dos cidadãos a nível mundial, na escolha das prioridades para um mundo melhor. Os resultados serão compartilhados com líderes mundiais na definição da próxima agenda de desenvolvimento global (http://www.myworld2015.org). Este livro pode constituir uma ótima aprendizagem para que a nossa participação na pesquisa das Nações Unidas nos permita contribuir com as melhores escolhas para um melhor futuro ao longo de todas as idades e fases da vida.

XVI


Apresentação Este livro com o título Serviço Social no Envelhecimento surge na sequência de outra obra publicada pela Pactor, marca do Grupo Lidel, sobre o Serviço Social na saúde. A saúde, o envelhecimento e os idosos são áreas que se cruzam com o conhecimento, a profissão e o ensino do Serviço Social. Nesta obra, debruçamo-nos essencialmente sobre o envelhecimento e a intervenção com idosos, adotando uma perspetiva multidisciplinar. O envelhecimento da população constitui um dos maiores desafios na atualidade.1 Independentemente do desenvolvimento dos países, o envelhecimento da população é uma questão mundial. O grupo de pessoas mais velhas, com 60 e mais anos, continuará a aumentar exponencialmente nos anos vindouros. A União Europeia (UE) não é exceção. Em 2009, a média de idades da população era de 40,6 anos e em 2060 a média de idades será de 47,9 anos.2 No contexto europeu, Portugal é representado como um dos países mais envelhecidos. Em 40 anos, Portugal passou de um país onde os jovens representavam cerca de 29% da população para cerca de 15% na atualidade. Já os idosos representavam 8% da população e atualmente representam 19% (Censo de 2011).3 Este processo irreversível terá mais impacto quando a geração do “baby boom” chegar à idade da velhice. Nos próximos anos seremos uma sociedade onde os adultos e os adultos idosos predominam. O envelhecimento da população ocorre num contexto de globalização, mundialização racionalização/individualização. Segundo Lipovetsky,4 nestes últimos 20 anos a individualização transformou-se em personalização, produzindo uma inflexão notável na dinâmica do individualismo, por exemplo, no acesso à autonomia real – em termos de direitos –, a qual favorece a comunicação, em desfavor das normas jurídicas, sendo disto exemplo nestes últimos anos o surgimento de novas formas de gerir os comportamentos: não pela tirania, mas pelo constrangimento.5 O processo de personalização está aliado, por um lado, a um maior número de escolhas – ao máximo desejo e compreensão –, e, por outro lado, ao mínimo de austeridade e mínimo de coerção. Contudo, em tempo de crise económica global e financeira esta situação está a ser alterada. Os processos de maior austeridade estão associados à maior coerção, e o menor número de escolhas a desejos dissolvidos. Quando falamos de envelhecimento, esta questão torna-se mais problemática e revela um dos grandes paradoxos da pós-modernidade – a ativação dos sujeitos, através da promoção da autonomia versus o aumento crescente da dependência dos idosos. Assim, como compatibilizar autonomia com maior dependência? 1

Cf. Maria João Valente Rosa (2012). O Envelhecimento da Sociedade Portuguesa. Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos; European Union (2010), “Estratégia 2020.EU”. UE (2010), p. 2. 3  Rosa (2012), p. 27. 4  Cf. Giles Lipovetsky (2011). Os tempos hipermodernos. Lisboa: Edições 70, p. 22. 5  Um dos exemplos que o autor refere é que, no que diz respeito ao tabagismo, já não se proíbe de fumar por decreto, antes se faz com que as pessoas tomem consciência das consequências desastrosas da nicotina na saúde e na esperança de vida.

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Serviço Social no Envelhecimento

Os Estados e a sociedade procuram soluções para o financiamento dos sistemas de segurança social e dos sistemas de saúde, numa altura em que o paradigma do envelhecimento ativo se instalou. Este conceito é multidimensional e complexo. No âmbito deste debate, consideramos que o envelhecimento, assente em três pilares – proteção, saúde e participação –, é orientado, teoricamente, pela convergência de abordagens. A operacionalização do conceito, ainda que seja abrangente, foi efetuada na Declaração de Madrid de 2002. A mesma considera que os Estados e a sociedade têm a responsabilidade de desenvolver recursos adequados às pessoas idosas, de modo a que estas se possam constituir como agentes de desenvolvimento. No registo da personalização, a declaração procura responsabilizar os atores sociais para a promoção de uma vida saudável e ativa. A Pessoa Idosa tem de ser responsável pela prevenção da saúde, vigilância e medicalização, mas também pela adoção de comportamentos saudáveis: alimentar-se, efetuar ginástica e participar em atividades de lazer, num clara correlação entre o imediato e o futuro. Neste contexto societal paradoxal, a utilização do tempo requer arbitragens, retificações, previsões e informações (Lipovetsky, 2011: 81). É a partir destes argumentos que os profissionais que trabalham com a população idosa são desafiados, por um lado, a promover as liberdades individuais (direitos naturais) e, por outro lado, a colocar a competência científica e técnica, na intervenção com idosos (direitos sociais) e na defesa da justiça social e da equidade. A grande questão é: como compatibilizar a individualização, a personalização e a responsabilidade social, quando falamos de pessoas idosas? Este processo requer análises diagnósticas integradas, acompanhamento, avaliações e projeções, trabalho em rede, intervenções contextualizadas no tempo e no espaço, enquadradas pelos princípios dos direitos humanos e da dignidade humana (direitos sociais e de cidadania ativa – a chamada responsabilidade social). Sabemos que, o grupo das pessoas idosas, apesar de muito heterogéneo nas suas experiências e trajetórias de vida, se apresenta como um dos mais vulneráveis à participação e, consequentemente, à exclusão. A saída do mercado de trabalho, e a integração dos mais idosos na categoria de “reformado”, promove a discriminação pela idade (“diminuição das interações” – disengagement) e aumenta a probabilidade de processos de exclusão associados à solidão e ao isolamento (“abandono – deprise”). Porque, quando falamos em participação de grupos, que revelam índices de vulnerabilidade, a participação requer outros mecanismos de ação. É necessário induzir processos de ação, onde a participação dos idosos seja efetiva, implicando uma tensão criativa, isto é, uma distribuição do poder, fundada numa metacomunicação reflexiva e argumentativa. Neste enquadramento, Walker6 identifica alguns mecanismos e processos para que esse princípio se efetive, sendo necessário intervir a vários níveis: alertar os governos para a necessidade de capacitar as suas políticas e de escutar os mais velhos; promover uma cultura de participação e construir políticas participadas; desafiar as formas tradicionais de reivindicar direitos, sendo que os tradicionais sindicatos também devem incluir os direitos das pessoas idosas em situação de reforma; desenvolver capacidades de participação em todas as idades; dar voz às pessoas idosas que se encontram excluídas 6

Cf. Alan Walker (2012). “Envejecimiento e Ciudadania”. In Atas do III Congresso Internacional, Personas Mayores, Cuidadanía y Empoderamiento: De la Investigación a la Acción. Santiago do Chile: REIACTIS, pp. 77-83.

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Apresentação

e encontrar formas de defender os direitos das que se encontram incapacitadas para o fazer, como o caso das dementes; ter o feedback constante das ações para ser possível agir de forma diferente; e adotar uma perspetiva crítica sobre a participação e empoderamento das pessoas mais velhas, reposicionando o poder das mesmas na sociedade. São estas orientações que interessam ao Serviço Social quando falamos do envelhecimento e do grupo dos mais velhos. O envelhecimento e as pessoas idosas tiveram sempre um lugar de destaque no Serviço Social. Ainda antes do envelhecimento se constituir como um desafio para a sociedade e para os Estados, as pessoas idosas, já eram “objeto” de intervenção do Serviço Social. O que interessava aos profissionais eram os idosos em situação de pobreza, doença e dependências várias –, no fundo, a desigualdade. Com o aumento do número de idosos na estrutura da população e com a configuração do Estado-Providência e das políticas sociais de velhice – pensões, complementos, serviços e isenção de taxas e projetos específicos –, o envelhecimento passou de uma realidade escondida, orientada para uma intervenção assistencialista e caritativa, para uma questão de direitos e de dignidade humana. Esta transformação social reconfigurou o modo de funcionamento da sociedade, do Estado e das políticas, assim como a intervenção do Serviço Social, adquirindo este a responsabilidade de proteção não só através da prestação de cuidados e de gestão dos recursos, mas também através do acesso a diversos mecanismos de proteção social e da promoção do acesso aos mesmos. O conhecimento e a profissão do Serviço Social são influenciados pelo modo como os Estados e as políticas se direcionam para dar resposta aos problemas do mundo da vida e do mundo dos sistemas. O Serviço Social tem uma relação implícita com as polícias sociais e de velhice, sobretudo na promoção, organização, gestão e prestação de serviços de cuidados a idosos, fomentando os direitos e a dignidade humana. Como sabemos, o Serviço Social remete para um saber “globalizado”, mas é orientado para grupos com “rosto”.7 O que interessa ao Serviço Social são os grupos em situação de vulnerabilidade, ao nível da participação, da proteção e da saúde (dependência física cognitiva e pobreza). Promover a justiça social e a equidade são aspetos determinantes na intervenção antidiscriminatória e antiopressiva. Os profissionais desenvolvem atividades de promoção social ao nível da intervenção direta – com os indivíduos e grupos – e ao nível da intervenção indireta – na rede de organizações.

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Neste âmbito, como refere Philipson8, o Serviço Social é desafiado a promover o envelhecimento ativo, nomeadamente a: sensibilizar a sociedade para o impacto do idadismo, combatendo a discriminação pela idade; providenciar e gerir diferentes tipos de respostas e serviços para os idosos, pois estes são essenciais para que os idosos possam usufruir de uma vida com qualidade; potenciar as capacidades das pessoas idosas e desafiar os direitos negativos; e defender os direitos positivos, sobretudo no que diz respeito à criação de legislação específica de proteção das pessoas idosas. 7

Cf. Berta Granja (2007). Assistente Social, identidade e saber. Tese de Doutoramento apresentada para obtenção do grau de Doutor em Ciências do Serviço Social na Universidade do Porto. 8  Philipson, Chris (2008). The Frailty of old age. In Martin Davis, Companion to Social Work. Oxford: Brackwell Publishing. XXI


Serviço Social no Envelhecimento

Em Portugal, a ação do Serviço Social com idosos exerce-se na administração central (ministérios e institutos públicos) e administração local (autarquias, câmaras municipais e juntas de freguesias), e em organizações não lucrativas e algumas lucrativas (como as empresas). Na administração central, essa ação insere-se nas políticas setoriais, em vários ministérios, mas é no Ministério da Segurança Social que se destaca na concretização de suportes económicos e sociais, como a pensão social e o complemento solidário para idosos, e na gestão e avaliação de equipamentos, como lares, residências e serviços domiciliários.9 No âmbito da ação social destaca-se a intervenção em instituições de solidariedade social, onde os profissionais de Serviço Social são responsáveis pela gestão da rede de equipamentos e serviços existentes. Destacam-se também na rede de prevenção da violência em idosos e nas redes de cuidados continuados integrados o planeamento de altas e os programas de promoção da saúde. Estes programas, apesar de não se destinarem exclusivamente a idosos, têm estes como os seus principais beneficiários. Também no âmbito local, na intervenção social em rede, na qual os planos gerontológicos ganham destaque, assim como outros projetos, como por exemplo a rede de cidades amigas dos idosos e a rede de cidades saudáveis. Nestes últimos anos, o Serviço Social seguiu a lógica do mercado e integra-se em empresas privadas que desenvolvem residências seniores e serviços de apoio domiciliário. A crise económica e financeira põe em causa as políticas públicas ativas na área do envelhecimento, desenvolvidas nestes últimos anos em Portugal, e influencia negativamente a ação do Serviço Social nesta área. Este é remetido para uma posição de seleção das dificuldades e de acesso a serviços escassos num contexto de necessidades crescentes. A perspetiva teórica adotada nesta obra privilegia a multidisciplinariedade e a convergência de abordagens para a compreensão da complexidade dos problemas e o modo de atuar sobre eles desenvolvendo e possibilitando processos de intervenção, relações de ajuda compreensivas e integradas de forma integrada e estratégica. Porque o saber se faz em rede de instituições e de profissionais, esta obra inclui contributos de profissionais do Serviço Social, assistentes sociais, mas também de outras áreas profissionais, como sociólogos, psicólogos, filósofos, enfermeiros, juristas, geó­ grafos, demógrafos e educadores, que escreveram em conjunto com os assistentes sociais. Isto vem demonstrar que o campo do envelhecimento e do envelhecimento no grupo dos mais velhos é uma questão complexa e que só se consegue compreender em profundidade a partir de uma visão multi e interdisciplinar. É esta visão transdisciplinar que potencia uma ação estratégica proativa na intervenção com pessoas idosas. Assim, o primeiro capítulo situa o envelhecimento como uma questão do presente e do futuro. É um tema que tem ganho uma relevância social e científica e que tem sido analisado sob os mais variados pontos de vista. O mesmo questiona, reflete e procura esclarecer as diferentes abordagens teóricas quando se fala de envelhecimento. Para concretizar esta ideia, efetua-se uma revisão bibliográfica e constrói-se uma matriz de análise que inclui as áreas disciplinares e as perspetivas teóricas nas quais tem sido abordado o envelhecimento. Esta problematização permite definir alguns padrões de 9

Cf. Maria Irene de Carvalho (2012). “Envelhecimento e Serviços de apoio domiciliário”. In Instituições de solidariedade social. Lisboa: Coisas de Ler.

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Apresentação

pensamento quando se aborda o tema do envelhecimento, a saber: o envelhecimento saudável, o envelhecimento bem-sucedido, o envelhecimento produtivo e o envelhecimento ativo. No capítulo seguinte, Helena Mouro, dá-nos a conhecer os seus argumentos em torno de uma questão da maior atualidade: o envelhecimento, as políticas de intervenção e o Serviço Social. Considera que, para que se possa desenvolver uma abordagem reflexiva sobre a intervenção do Serviço Social na área dos idosos, torna-se não só necessário conhecer o processo de construção e legitimação do envelhecimento enquanto problema social, mas também os mecanismos criados para agir no sentido de não permitir que se altere a densidade e a textura deste mesmo problema social constituído após a Revolução Industrial. Depois de abordada a sua constituição enquanto problema social e sem mitigar o processo de banalização a que foi sujeito, é conduzido um olhar para as políticas de intervenção, dada a importância assumida pelos mecanismos criados para assegurar as garantias sociais, imprescindíveis ao funcionamento do sistema de compensação social da falência da rede de suporte tradicional dos idosos. É igualmente abordada a ancoragem das instituições cuidadoras de idosos no contexto da sociedade contemporânea, particularizando a sua relação com o mercado de trabalho dos assistentes sociais e a forma como estes profissionais desempenham a sua atividade num cenário em que as instituições para idosos podem deixar de ser um paradigma de intervenção social face à reconstrução cultural do envelhecimento na sociedade do risco.

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Vicente de Paula Faleiros, no Capítulo 3, analisa a autonomia e a cidadania pela ótica do eixo relacional – o paradigma da autonomia relacional para envelhecer bem. Situa a questão do envelhecimento e da autonomia, como consciência de si, na sua relação com o mundo, mas interdependente do contexto sociopolítico e cultural – sujeito social e político. E situa também este pensamento no modelo de proteção social onde as políticas sociais têm a função de promover o bem-estar, pois são estas que têm legitimado os direitos dos cidadãos. Os direitos são mais do que normas constitucionais, na sua opinião. A efetivação dos mesmos necessita de redes articuladas de concretização dos mesmos. No caso das famílias de idosos esta questão é problemática, pois como se sabe a geração atual dos idosos apresenta menor escolaridade, subsiste com pensões de sobrevivência e a rede de proteção neste grupo é limitada. Desta forma, estes idosos veem os seus direitos postos em causa. Para estes, é necessário que a sociedade e o Estado desenvolvam processos de autonomia e proteção articulados e substantivos de acordo com o paradigma da autonomia relacional. Com vista a promover a reflexão dos assistentes sociais sobre a sua prática e sobre as realidades organizacionais e sociopolíticas, Carla Pinto reflete no quarto capítulo sobre alguns aspetos importantes relativamente à prática de empowerment do Serviço Social com idosos. Num contexto de envelhecimento demográfico, os idosos são o “futuro” e a própria velhice transforma-se numa nova realidade de anos e décadas de vida conquistada à morte. É preciso repensar o envelhecimento e, para tal, consideramos que uma prática de empowerment é essencial, em que sistemas-interventores e sistemas-cliente trabalham em conjunto para mudar atitudes e comportamentos, pessoas e sociedades no sentido de se poder atingir mais níveis mais elevados de bem-estar e justiça para todas as gerações. Na linha do capítulo anterior, Lena Dominelli traz-nos, no quinto capítulo, uma visão crítica do envelhecimento e das políticas sociais. E apesar de abordar a situação do XXIII


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envelhecimento e dos serviços que são prestados aos idosos no Reino Unido, a visão da autora é uma mais-valia para compreender as políticas nesta área. Considera que as pessoas idosas são um grupo discriminado ao nível dos serviços a que têm acesso. Estes são modestos comparativamente com outro tipo de respostas, no que diz respeito aos serviços que usufruem, à escassez e desqualificação dos profissionais. Nestes últimos anos, as políticas nesta área tentaram qualificar-se. Contudo, esta qualificação e evolução das políticas orientam-se para a responsabilidade privada e individual em vez de potenciar o direito universal a ser cuidado. Desta forma, a autora problematiza e critica a relação desigual entre o público e o privado nesta área e os impactos na intervenção, enunciando alguns casos que revelam dilemas éticos substantivos, avançando com argumentos a favor de uma intervenção que potencie os direitos universais dos idosos. Stella António, no Capítulo 6, pretende, após um breve contexto da situação demográfica portuguesa e da análise em torno do conceito de política social e das políticas sociais de velhice, dar resposta à questão: existe em Portugal uma Política Social de Envelhecimento? Responder-se-á à questão do ponto de vista crítico e far-se-á, também, alusão aos acontecimentos internacionais e nacionais que marcaram as políticas sociais dirigidas à população idosa. As expressões “velho”, “idoso”, e “população idosa”, serão utilizadas como sinónimos, para designar o grupo de indivíduos com 65 e mais anos de idade. Ana Paula Gil – Capítulo 7 – apresenta o resultado de um estudo efetuado a famílias que cuidam de idosos dependentes com sequelas de acidentes vasculares cerebrais ou com demências, nomeadamente com doença de Alzheimer. Com este estudo, a autora pretende dar visibilidade ao trabalho de cuidar, realizado sobretudo por mulheres no espaço doméstico e evidenciar a necessidade de políticas de suporte à família nesta área. A Paula Campos Pinto aborda uma questão da maior relevância mundial que é o envelhecimento das pessoas com deficiência, no oitavo capítulo. Tal como a população em geral, as pessoas com deficiências congénitas ou adquiridas de longa duração, têm vindo a conquistar um aumento gradual da esperança de vida, o que faz do envelhecimento um fenómeno relativamente recente entre esta população. Este capítulo lança um olhar sobre esta nova realidade, começando por rever a evolução do conceito de deficiência, para seguidamente analisar a dimensão do fenómeno na sociedade portuguesa. Depois de abordar as respostas existentes para esta população em Portugal, debatem-se criticamente alguns dos desafios que o envelhecimento da população com deficiência coloca ao Serviço Social. Maria Irene de Carvalho e Marlene Rodrigues, no Capítulo 9, abordam a violência contra os idosos considerando-a como uma questão de direitos humanos. O texto desmistifica o contexto da violência associado à questão da pobreza. A realidade demonstra que a violência é comum a todos os estratos sociais, mas a que acontece no contexto de pobreza é, por vezes, escondida, e por isso se questiona o modo como as políticas podem modificar os processos de pobreza e violência através da proteção e promoção da autonomia deste grupo na sociedade. Maria de Lourdes Baptista Quaresma apresenta-nos, no décimo capítulo, uma reflexão sobre um tema da maior pertinência no que diz respeito ao envelhecimento: a urbanização e o envelhecimento. Questiona o modo como as cidades se podem adaptar à problemática do envelhecimento, situa o habitat como um direito fundamental e avança XXIV


Apresentação

com algumas boas práticas, algumas inovadoras, de integração dos idosos na cidade. Para tal, dá exemplos de como os planos gerontológicos podem ser uma das formas de modificar as condições do habitat e de inclusão dos idosos na dinâmica da cidade e vice-versa, isto é, a cidade reconfigurar-se em função dos cidadãos idosos que a habitam. No texto é assumido que o desenvolvimento, urbanização e envelhecimento da população são fenómenos indissociáveis. A autora desenvolve uma análise sobre a evolução verificada na sociedade portuguesa, dando enfoque às mudanças sociais, económicas e culturais que acompanham este processo, especificamente em contexto urbano. Considerando a necessidade de adaptação das cidades ao envelhecimento dos seus cidadãos, a análise desenvolvida dá especial relevo ao “Programa Cidades Amigas das Pessoas Idosas” da OMS, em especial à elaboração do Plano Gerontológico Municipal da Cidade de Lisboa. Num contexto de urbanização e de envelhecimento e da intervenção, a imigração tem ganho destaque. Neste registo, Hélia Bracons e Jorge Malheiros refletem, no Capítulo 11, sobre a intervenção social com idosos, particularmente com idosos imigrantes. Assumem que qualquer intervenção implica conhecer e reconhecer a pessoa idosa como um membro efetivo e pleno de direitos e de cidadania, integrado na sociedade em que vive, e que contribui para o desenvolvimento da mesma, na medida em que participa nesta, tendo presente as suas especificidades sociais e culturais. Este texto parte de uma breve caracterização das tendências de envelhecimento e das características sociográficas dos idosos imigrantes presentes em Portugal e pretende fazer uma análise reflexiva acerca das estratégias sociais a ter presente na intervenção junto desta população, considerando as suas potencialidades, necessidades e também especificidades culturais. No fundo, para que se possa realizar uma intervenção mais eficaz e eficiente que vá ao encontro do “outro”, é necessário dotar os profissionais de conhecimentos e competências básicas necessárias, designadamente no domínio da interculturalidade, para atender de uma forma adequada às pessoas idosas imigrantes.

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No capítulo seguinte, ou seja, no décimo segundo capítulo, Carla Ribeirinho efetua uma sistematização das competências e funções dos assistentes sociais na área da Gerontologia. Estes profissionais inseridos nos mais diversos setores, na promoção de um envelhecimento mais digno e com qualidade de vida, dando respostas concretas aos problemas e situações reais do quotidiano de pessoas idosas, em articulação com outros profissionais. Esta reflexão e todas as propostas apresentadas neste capítulo partiram da premissa fundamental de que a intervenção gerontológica tem um caráter integral e multidisciplinar, que contempla as dimensões biopsicossociais e espirituais do envelhecimento. Desta forma, se apresentam um conjunto de propostas que possam servir de apoio e reflexão para quem desenvolve o seu trabalho nesta área. A equipa de assistentes sociais – Susana Alexandre e Rita Isabel Dias – do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN, EPE) – Hospital de Santa Maria, no Capítulo 13, cruza a especificidade do Serviço Social na saúde com a intervenção destinada a idosos. Atualmente, o grupo de pessoas idosas destaca-se na intervenção do Serviço Social em contexto hospitalar por ser o grupo mais vulnerável às doenças crónicas e à necessidade de continuidade de cuidados. O texto reflete sobre estas questões consolidando o referencial teórico da intervenção e evidenciando-o com a análise de dados estatísticos retirados do programa de gestão de dados do Serviço Social e que melhor espelham a atividade assistencial neste contexto. XXV


Serviço Social no Envelhecimento

A sexualidade e a sida em idosos é outro tema que se destaca na atualidade, pois os estudos e as intervenções nesta área são escassos. A Ana Paula Garcia, no Capítulo 14, desafia-nos para a compreensão destas questões a partir da apresentação de um estudo que teve como principal objetivo compreender o papel do Serviço Social na prevenção do VIH/SIDA e dos comportamentos sexuais de risco nos idosos frequentadores de centros de convívio e academias seniores. Esse estudo situou-se numa abordagem qualitativa e os dados foram recolhidos através de entrevistas semiestruturadas, aplicadas a 8 assistentes sociais que exerciam a sua atividade em instituições dessa natureza. Pela análise e interpretação dos discursos das entrevistadas, verificou-se que, a maioria, tinha conhecimentos acerca da sexualidade dos idosos, no geral, e nas respetivas instituições. Percecionam a sexualidade dos idosos como um facto identificado, pois não era um assunto abordado nas suas ações quotidianas. Numa residência de idosos é desenvolvido um processo terapêutico denominado snoezelen. Amélia Martins, no décimo quinto capítulo, apresenta-nos os benefícios do snoezelen para a integração sensorial das pessoas idosas. O texto ousa associar a dimensão espiritual ao snoezelen através das conversas informais ocorridas durante as sessões, em que a referida dimensão é muitas vezes mencionada e/ou abordada. Dá a conhecer alguns dados recolhidos nos registos das sessões de snoezelen e em observação sistemática dos utentes durante as sessões. Os dados recolhidos afirmam benefícios do snoezelen em pessoas de idade avançada, verificando-se que a maioria dos utentes apresenta uma melhor qualidade de vida do que se não forem estimuladas as várias dimensões do seu “ser” (nomeadamente, a da espiritualidade). O texto de Juan Aceros, Blanca Callén, María Tereza Cavalcante e Miquel Domènech – Capítulo 16 – resulta de uma pesquisa realizada com idosos que usufruem da teleassistência na Catalunha. O estudo pretende aferir de que modo o acesso e o usufruto dessa tecnologia de informação e de comunicação promove a participação dos idosos. A participação dos idosos é um direito humano fundamental, sendo determinante para a promoção da dignidade humana. As tecnologias assumem-se como instrumentos essenciais de integração dos idosos na sociedade, disso é exemplo a teleassistência. Este projeto e medida de política adotada por muitos países, hoje em dia, é uma ferramenta essencial para a promoção da participação dos idosos, sobretudo os que se encontram afetados na sua funcionalidade ao nível físico e cognitivo. Esperamos que a diversidade dos temas tratados possa contribuir para o conhecimento e reflexão sobre os melhores processos de promoção da melhoria da qualidade de intervenção no envelhecimento e com pessoas idosas. Maria Irene de Carvalho

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Onde quer que esteja – no escritório, em casa, em território nacional ou no estrangeiro – a qualquer hora do dia ou da noite, as nossas obras estão sempre a um clique de distância…


9cm

serviço social no envelhecimento Co o rd e na çã o:

Maria Irene de Carvalho

O envelhecimento e as pessoas idosas tiveram sempre um lugar de destaque no Serviço Social, pois ainda antes de o envelhecimento se constituir como um dos maiores desafios para a sociedade e para os Estados, já as pessoas idosas eram “objeto” de intervenção do Serviço Social. Os profissionais do Serviço Social que trabalham com a população idosa são desafiados, por um lado, a promover as liberdades individuais e, por outro, a usar a competência científica e técnica na intervenção com idosos em defesa da justiça social e da equidade. Tal trabalho requer aprofundamento teórico e intervenções contextualizadas no tempo e no espaço, enquadradas pelos princípios dos direitos humanos e da dignidade humana. Nesta obra pretende-se sobretudo demonstrar que o campo do envelhecimento é uma questão complexa e que só se consegue compreender em profundidade a partir de uma visão multi e interdisciplinar, que potencie uma ação estratégica proativa na intervenção com pessoas idosas.

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Esperamos que a diversidade e a atualidade dos temas possa contribuir para um melhor conhecimento e reflexão sobre os processos de promoção da melhoria da qualidade da intervenção e da vida das pessoas idosas.

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Com contributos de profissionais do Serviço Social, mas também de outras áreas, este livro conta ainda com a participação de dois dos mais destacados assistentes sociais mundiais: Lena Dominelli (Reino Unido) e Vicente de Paula Faleiros (Brasil).

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Livro sobre as tendências atuais do Serviço Social na área da Saúde:

Maria João Quintela Presidente da Associação Portuguesa de Psicogerontologia (APP) (…) Este livro constitui uma memória, um registo e uma orientação clara para uma nova construção social, alicerçada no respeito pela espécie humana.

ISBN 978-989-693-028-8

9 789896 930288

Coordenação:

José Carlos Batalha Diretor da Federação das Instituições da Terceira Idade (FITI) (…) é uma obra didática de inquestionável relevância que se posicionará (…) na linha da frente na investigação e na análise de intervenção social no que concerne à Pessoa Idosa.

Maria Irene de Carvalho

Cuidados primários, continuados, hospitalares e paliativos Planeamento da alta Envelhecimento Famílias e redes Saúde mental Promoção da saúde

Prefácios de:

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serviço social no envelhecimento

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17,5mm

16,7cm x 24cm

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envelhecimento Co o rd en a çã o:

Maria Irene de Carvalho

Participação e Empowerment Teleassistência e Snoezelen Deficiência e Envelhecimento Intervenção Social com Idosos Políticas, Cidadania e Imigração Urbanização do Envelhecimento Voluntariado e Cuidados Familiares

Coordenadora MARIA IRENE DE CARVALHO Assistente Social, licenciada e mestre pelo Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa. Doutora em Serviço Social pelo Instituto Universitário de Lisboa-ISCTE. Investigadora Integrada no CAPP ( ISCSP) da Universidade de Lisboa (UL). Autores AMÉLIA MARTINS Diretora Técnica do Lar Santa Beatriz da Silva I ANA PAULA GARCIA Professora da ULHT I ANA PAULA GIL Professora Auxiliar da FCSH-UNLI BLANCA CALLÉN (ESPANHA) Investigadora da Universidade de Lancaster I CARLA PINTO Professora Auxiliar do ISCSP-UL I CARLA RIBEIRINHO Professora da ULHT I HELENA MOURO Professora do Instituto Superior Miguel Torga I HÉLIA BRACONS Professora da ULHT I JORGE MALHEIROS Professor Associado do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da UL I JUAN ACEROS (ESPANHA) Investigador e Membro do GESCIT (Grupo de Estudos Sociais em Ciência e Tecnologia) da Universidade Autónoma de Barcelona (UAB) I LENA DOMINELLI (INGLATERRA) Professora da Universidade de Durham (Reino Unido) I MARIA DE LOURDES BAPTISTA QUARESMA Professora da ULHT e Presidente da Associação Portuguesa para o Serviço Social Internacional I MARÍA TEREZA CAVALCANTE (ESPANHA) Professora na Faculdade de Educação e Trabalho Social da Fundação Pere Tarrés de Barcelona I MARLENE RODRIGUES Professora da ULHT I MIQUEL DOMÈNECH (ESPANHA) Professor da UAB I PAULA CAMPOS PINTO Professora no ISCSP-UL I RITA ISABEL DIAS Assistente Social do CHLN,EPE I STELLA ANTÓNIO Professora do ISCSP-UL e Presidente do Núcleo de Investigação do Envelhecimento Ativo da RUTIS (Rede das Universidades da Terceira Idade) I SUSANA MARIA ALEXANDRE Assistente Social do HSM I VICENTE DE PAULA FALEIROS (BRASIL) Professor Emérito da Universidade de Brasília

Ver currículos completos no interior do livro


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