50 Técnicas de Avaliação Formativa

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12/02/16

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O presente livro apresenta 50 técnicas de avaliação formativa, a fase do processo de ensino-aprendizagem em que devem ser utilizadas e os objetivos que permitem atingir. A sua descrição, o modo de funcionamento e as finalidades, entre outros aspetos, também são explorados. Uma vez postas em prática, podem ainda vir a descobrir-se outras finalidades da sua utilização para informar o ensino e a aprendizagem, incluindo formas de adaptá-las à utilização em todas as disciplinas.

Técnicas 50 de

Avaliacão Formativa

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José Lopes

Doutorou-se em 1998 na Especialização de Psicologia da Educação e é desde 2004 Professor Associado no Departamento de Educação e Psicologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, onde é responsável pela formação inicial, contínua e pós-graduada de professores e de psicólogos. É autor de vários livros nas áreas da Psicologia e da Educação, com destaque para os seguintes livros, já publicados pela Lidel: A Aprendizagem Cooperativa na Sala de Aula e O Professor Faz a Diferença. Helena Santos Silva

José Lopes / Helena Santos Silva

Doutorou-se em 2001 na área de Formação de Professores e é desde 2007 Professora Associada no Departamento de Educação e Psicologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, onde desenvolve a sua atividade profissional no âmbito da formação inicial, contínua e pós-graduada de professores. É coautora de dois livros já publicados pela Lidel: A Aprendizagem Cooperativa na Sala de Aula e O Professor Faz a Diferença.

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CM

50 Técnicas de Avaliação Formativa

Os efeitos da boa avaliação formativa sobre o rendimento escolar são poderosos e é, das estratégias utilizadas pelo professor, a que tem maior efeito no desempenho escolar dos alunos: pelo feedback que dá aos professores sobre a eficácia das aulas e das atividades desenvolvidas; pelo feedback que dá aos alunos sobre o grau em que a sua aprendizagem e o seu trabalho correspondem às expectativas e às metas; pelas revisões que inspira ao ensino e à aprendizagem.

ISBN 978-972-757-828-3

9 789727 578283

Técnicas 50 de

Avaliacão Formativa José Lopes / Helena Santos Silva


Índice

Introdução........................................................................................................ VII 1. Questões e respostas sobre a avaliação. .................................................

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2. Questões e respostas sobre a avaliação formativa ou avaliação para a aprendizagem................................................................................... 13

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edições técnicas

3. Introdução às técnicas de avaliação formativa (TAF).......................... 41 4. 50 técnicas de avaliação formativa......................................................... 1. Bilhetes à Entrada e Bilhetes à Saída ................................................. 2. Minitestes construtivos (formativos).................................................... 3. Cantos................................................................................................... 4. Galeria/Parede de Graffiti.................................................................... 5. Caça ao Intruso..................................................................................... 6. Cartões Coloridos (Post-its) ................................................................ 7. Boletins de Voto................................................................................... 8. Dedos para Cima.................................................................................. 9. Filas Ordenadas.................................................................................... 10. Organizadores Gráficos........................................................................ 11. Eu costumava pensar… Mas agora eu sei............................................ 12. Questionamento/Fazer perguntas na aula............................................. 13. Pensar – Formar Pares – Partilhar........................................................ 14. Em Poucas Palavras ou O Mais Resumidamente Possível.................. 15. Pingue-pongue ou Lançar a Bola......................................................... 16. Fazer Questões e Misturar Respostas................................................... 17. Tirar do Saco........................................................................................ 18. O Ponto Enlameado ou Pedra no Caminho.......................................... 19. Duas Estrelas e Um Desejo.................................................................. 20. Do Punho a Cinco Dedos..................................................................... 21. Diário de Bordo do Aluno.................................................................... V

49 49 53 55 57 59 62 64 66 67 69 70 72 75 78 79 81 83 84 86 90 91


50 Técnicas de Avaliação Formativa

22. Grelhas de Avaliação........................................................................... 23. Enunciados C & D............................................................................... 24. Desenhos Anotados do Aluno.............................................................. 25. Notas em Cadeia – O Acordeão/Harmónica........................................ 26. Dia da Limpeza – Lavandaria ou Barrela............................................ 27. Verificação Para-brisas......................................................................... 28. Cartões Semáforo................................................................................. 29. Copos Coloridos................................................................................... 30. Etiquetas Autocolantes Coloridas........................................................ 31. Círculo de Acordo/Desacordo.............................................................. 32. Pausa de Três Minutos......................................................................... 33. 3-2-1..................................................................................................... 34. Trocar Perguntas................................................................................... 35. O Ponto Mais Importante (PMI).......................................................... 36. Variações K-W-L................................................................................. 37. Polegar para Cima – Para o Lado – Para Baixo.................................. 38. Primeira Palavra – Última Palavra....................................................... 39. Questionamento Recíproco Guiado pelos Pares.................................. 40. Pensar em Voz Alta na Rodinha ou Painel de Discussão em Aquário.. 41. Correções Colaborativas com Sugestões (CCS).................................. 42. Cabeças Numeradas Juntas.................................................................. 43. Questionar o Facto............................................................................... 44. Preenchimento de Lacunas num Texto – Técnica Cloze..................... 45. O Portefólio de Aprendizagem............................................................. 46. Já Podem Mostrar................................................................................. 47. Observação Direta................................................................................ 48. A Reunião Individual........................................................................... 49. Olhar para Trás..................................................................................... 50. Venham Cinco......................................................................................

93 102 104 108 111 113 114 116 117 119 121 123 125 127 129 131 132 135 137 140 142 145 147 149 151 156 158 159 161

Bibliografia....................................................................................................... 163 Índice Remissivo. ............................................................................................... 169

VI


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Cap.

Questões e respostas sobre a avaliação

Uma boa ideia deficientemente implementada é uma má ideia (solução). (Ainsworth e Veigut, 2006)

O que é avaliar? Avaliar é ajudar a tomar decisões. É um processo contínuo em que se identificam as informações relevantes, se recolhem, analisam e medem os dados e comunicam informações, isto é, factos a interpretar, que atendam a critérios de relevância para julgar as decisões possíveis de ensino, orientação dos alunos, etc. (Stufflebeam e Webster, 1980) Avaliar é realizar uma série de ações contínuas que os professores fazem diariamente na sala de aula para obterem informações sobre o nível de aprendizagem atingido pelos seus alunos. Não pode ser uma ação relacionada apenas com os resultados de testes, que são, em última instância, uma simplificação da avaliação. (Gómez, 2006)

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A avaliação é um indicador que permite determinar a eficácia e o grau de avanço do ensino-aprendizagem e a formação dos alunos, uma vez que permite ao professor julgar o seu próprio trabalho e refletir sobre ele para o redirecionar e corrigir, de forma a contribuir significativamente para melhorar o ensino e, assim, promover uma melhor aprendizagem. (Gómez, 2006) Como muitas outras, a palavra “avaliação” possui múltiplos significados que dependem das diferentes perspetivas e contextos a partir dos quais se aborda o termo. Atendendo a esta polissemia do termo, entre os significados mais comuns que lhe são atribuídos estão: verificar; interpretar; medir; entender; aprender; comparar; emitir juízos de valor; julgar; compreender; apreciar; etc. Os termos acima referidos permitem considerar ou distinguir duas perspetivas diferentes sobre o significado de avaliar. Uma “avaliação” inclui termos como medir, quantificar, emitir juízos de valor envolvendo o facto de medir com precisão. Nesse sentido, estes termos expressam uma quantidade precisa, atendendo a um 1


Questões e respostas sobre a avaliação

dizagem futura. Os alunos avançam na sua aprendizagem quando podem usar o conhecimento pessoal para construir significados, têm competências de automonitorização para perceber o que não entendem e têm formas de decidir o que fazer a seguir (Earl, 2003:25). A avaliação para a aprendizagem promove a confiança e a autoestima dos alunos através da melhoria da compreensão da forma como aprendem. O foco na reflexão do aluno sobre a sua aprendizagem é também poderoso na construção da metacognição e da competência para planificarem as suas metas futuras de aprendizagem. As atividades de avaliação para a aprendizagem e avaliação como aprendizagem têm caráter formativo: a sua finalidade/objetivo é que os alunos melhorem o seu rendimento escolar. Para isso, devem ser partes integrantes do processo de ensino-aprendizagem e fontes de feedback interativo, permitindo aos alunos repensar a sua aprendizagem, ajustá-la e reaprender (Figura 1.1). Figura 1.1 - Avaliação formativa

Avaliação formativa

… para que os professores:

… para que os alunos:

– conheçam melhor os alunos; – planifiquem o ensino, ajustando o ritmo, a apresentação e os desafios (objetivos) de aprendizagem às características dos alunos.

– c ompreendam a forma como aprendem melhor; – melhorem a aprendizagem; – se autoavaliem e compreendam como efetuaram a aprendizagem.

Para proporcionar aos alunos:

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– f eedback eficaz que os ajude a desenvolver o seu potencial de aprendizagem.

A avaliação da aprendizagem ocorre quando os professores utilizam elementos da aprendizagem dos alunos para fazer julgamentos sobre o seu desempenho em relação aos objetivos de aprendizagem. Descreve o grau em que o aluno atingiu os objetivos de aprendizagem e demonstra o que ele sabe e pode fazer, ocorrendo geralmente no final de uma unidade de ensino, de um programa, de um semestre 5


50 Técnicas de Avaliação Formativa ■■ Se

concentram em metas de aprendizagem; ■■ Fazem um balanço da diferença entre a aprendizagem atual e as metas de aprendizagem pretendidas; ■■ Tomam medidas para se aproximarem das metas pretendidas (Brookhart, 2010). Dito por outras palavras: a avaliação formativa envolve duas componentes fundamentais: a avaliação para a aprendizagem e a avaliação como aprendizagem (ver Capítulo 1), as quais possibilitam o apoio à aprendizagem de duas maneiras: ■■ Os

professores reúnem dados para adaptar o ensino com base em provas, da aprendizagem dos seus alunos. Desta forma, as alterações e melhorias que façam têm maior probabilidade de conduzir a benefícios imediatos na aprendizagem dos alunos; ■■ Os alunos utilizam os dados da sua aprendizagem para ativamente a monitorizarem e ajustarem em direção às metas pretendidas (Stiggins, Arter, Chappuis e Chappuis, 2006) (Figura 2.1). Figura 2.1 - Avaliação formativa

VISA a ajuda pedagógica imediata ao aluno.

UTILIZA diversos INSTRUMEN­ TOS, como: – questionários; – grelhas de observação; – escalas de apreciação; – fichas de autoavaliação; – técnicas de avaliação formativa (TAF); – etc.

APLICA-SE A: – um aluno; – um grupo de alunos.

INFORMA o aluno e o professor sobre o grau de domínio das competências enunciadas pelos programas e sobre o processo de aprendizagem do aluno.

Avaliação formativa

FAZ-SE: – no início; – durante; – no fim de uma ou várias atividades de aprendizagem, isto é, enquanto o aluno está a aprender.

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PERMITE IDENTIFICAR onde e quem é o aluno que está a ter dificuldades para lhe sugerir ou ajudá-lo a descobrir formas de melhorar.

PERMITE fazer DIAGNÓSTI­ COS, se necessário. Inicialmente, pode assumir uma avaliação prévia das aprendizagens, como base para a planificação adequada às necessidades de aprendizagem.

AJUDA a tomar DECISÕES de natureza pedagógica. Modificação: – da planificação; – das estratégias; – das atitudes; – do ambiente. Acrescenta novas atividades.


Questões e respostas sobre a avaliação formativa ou avaliação para a aprendizagem

O poder da avaliação formativa é duplo: feedback que dá aos professores sobre a eficácia das aulas e das atividades desenvolvidas; pelo feedback que dá aos alunos sobre o grau em que a sua aprendizagem e o seu trabalho correspondem às expectativas e às metas de aprendizagem e objetivos pretendidos; ■■ Pelas revisões que inspira ao ensino e à aprendizagem. ■■ Pelo

Quais são as três questões que guiam a avaliação formativa? O processo de avaliação formativa monitoriza o que acontece no dia a dia da sala de aula, com base em três questões principais: ■■ Para

onde vou? ■■ Onde estou agora? ■■ Qual a estratégia ou estratégias que me podem ajudar a chegar até onde preciso (como posso colmatar a lacuna)? Estas questões orientam tudo o que faz o professor, tudo o que faz o aluno e tudo o que os professores e os seus alunos fazem juntos. São, contudo, três questões enganosamente simples. Conseguir dar-lhes resposta implica um processo contínuo que contempla também três aspetos que, por sua vez, constituem a essência de uma avaliação formativa de qualidade: ■■ A

definição de metas de aprendizagem a atingir na próxima etapa de aprendizagem; os níveis atuais de compreensão dos alunos relativamente às mesmas; ■■ Trabalhar estrategicamente para reduzir a distância diagnosticada. ■■ Avaliar

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Sempre que as metas pretendidas são atingidas, novas metas são definidas e o processo reinicia-se. As três questões principais do processo de avaliação formativa são um ótimo ponto de partida, a ser considerado pelos dirigentes das escolas que pretendem ajudar os professores a reconhecer a importância da avaliação formativa e utilizá-la na sala de aula.

Qual o papel do professor na avaliação formativa? Para que as três questões que guiam a avaliação formativa possam cumprir a sua função de orientar os professores sobre como planificar as suas aulas, controlar o seu ensino e possibilitar que os alunos se tornem aprendizes autorregulados, há necessi15


50 Técnicas de Avaliação Formativa

dade de atender ao Princípio da “Cachos dourados e os três ursos”: nem tão longe que seja demasiado frio, nem tão perto que não se aguente o calor. Este princípio defende que para gerar motivação para aprender, o nível de desafio das tarefas e o nível de apoio prestados no seu desenvolvimento devem ser na medida ideal. Isso significa que todas as decisões tomadas na sala de aula, pelo professor e pelos alunos, devem ser continuamente informadas pela recolha de evidências da aprendizagem. Os professores têm de ajudar os seus alunos na aprendizagem deste processo. Para isso, devem afixar na sala de aula as questões-chave que guiam a avaliação formativa ou pedir-lhes que as mantenham acessíveis e relembrar-lhes a necessidade de pensar sobre elas antes, durante e depois de cada experiência de aprendizagem. Quanto melhor os professores conseguem gerir estas três questões-chave, melhores serão as práticas de avaliação formativa e os seus benefícios pedagógicos poderão perdurar. Para cada uma das questões há um conjunto de procedimentos que devem ser atendidos pelo professor.

ara onde vou? (Quais são os objetivos que se pretende que eu P atinja?) Procedimentos ■■ Dar

aos alunos a lista dos objetivos de aprendizagem e os critérios de sucesso que têm de atingir, escritos em linguagem inteligível; ■■ Fornecer-lhes trabalhos, realizados por outros alunos (retirando o nome dos seus autores), que se constituam como bons e maus exemplos do que se espera que consigam em termos de produto ou desempenho, para elaborarem um guia com os critérios de classificação que utilizam para determinar qual o melhor trabalho e porquê.

Onde estou agora? (Estou a fazer progressos em direção aos objetivos?) Procedimentos ■■ Administrar

um teste não classificado durante a aprendizagem, para ajudar o professor e o aluno a identificarem as aprendizagens que é necessário melhorar ou realizar; ■■ Num guia com critérios de classificação, destacar frases que reflitam os pontos fortes e as áreas específicas para melhoria e considerá-los para o trabalho de correção a realizar pelo aluno; 16


50 Técnicas de Avaliação Formativa

Na prática autoavaliação e a heteroavaliação na correção dos testes podem ser úteis, e A são-no particularmente se os alunos elaborarem primeiro uma grelha de correção. Este exercício centra a atenção dos alunos sobre os critérios de qualidade relevantes para a realização do seu trabalho, o que é muito útil para que compreendam como podem melhorá-lo. Se os itens dos testes de avaliação são explicitamente compatíveis com as metas de aprendizagem pretendidas, os professores podem orientar os alunos na análise das suas respostas corretas e erradas, dando resposta às seguintes perguntas: ■■ O

que é que eu já consegui melhorar? são os meus pontos fracos? ■■ Como posso melhorar os aspetos em que revelei mais dificuldades? ■■ O que significam esses resultados para os próximos passos da minha aprendizagem? ■■ Quais

epois da autocorreção e da correção pelos pares, os professores devem reserD var tempo para a discussão das questões em que a generalidade dos alunos teve dificuldades. A tutoria entre pares pode ser usada para resolver os problemas enfrentados apenas por uma minoria de alunos. Os alunos podem aprofundar o seu conhecimento do processo de avaliação e dos critérios de classificação, formulando questões e classificando as respostas. A revisão dos testes deve destacar as lacunas no conhecimento do aluno. Assim, estas podem ser especificamente trabalhadas.

A reter evem ser dados aos alunos meios e oportunidades para trabalharem as dificulD dades que os testes sumativos destacam. Apenas um teste no final de um bloco de ensino é inútil, para fins formativos, porque será tarde demais para trabalhar com os resultados obtidos e melhorá-los. Para que os alunos aproveitem ao máximo as perguntas anteriores para orientar um estudo mais aprofundado, os professores devem planificar e dar tempo para que estes aprendam os conhecimentos e as competências, que revelaram não ter aprendido na avaliação sumativa, assim como para refazer a avaliação. A falta de tempo para esta aprendizagem é um dos maiores obstáculos ao uso formativo, em sala de aula, dos resultados das avaliações sumativas. 28


Questões e respostas sobre a avaliação formativa ou avaliação para a aprendizagem

s testes de avaliação sumativa devem tornar-se uma parte positiva do processo O de aprendizagem. Através da participação ativa no processo de correção dos testes sumativos, os alunos podem perceber que em vez de serem “vítimas” da avaliação sumativa, podem beneficiar com ela, pois pode ajudá-los a melhorar a sua aprendizagem.

Envolver os alunos na autoavaliação e na avaliação pelos pares (coavaliação)4 Se os alunos estão a trabalhar para concluir uma tarefa com êxito, é essencial que estejam conscientes quer dos objetivos do seu trabalho quer do que significa completá-lo com sucesso (critérios de sucesso), e que a isso sejam incentivados, bem como a avaliar o seu progresso para atingir os objetivos estabelecidos. Tudo isto implica o envolvimento ativo dos alunos na sua própria aprendizagem e na avaliação da mesma. Os alunos são geralmente honestos e confiáveis quando se avaliam a si e uns aos outros. É mais provável que sejam duros consigo mesmos em vez de muito generosos. Apesar disso, é essencial que os professores reconheçam a necessidade de os alunos aprenderem a avaliar o trabalho realizado, com recurso à autoavaliação e à coavaliação. A autoavaliação e a coavaliação destinam-se a permitir que os alunos assumam mais responsabilidade pelo seu processo de aprendizagem através da reflexão e pela reação dos colegas. A autoavaliação e a coavaliação fazem-se em relação a objetivos ou critérios de apreciação precisos, determinados antes do início das atividades, e podem ser realizadas de várias formas: portefólio, diário, reunião individual ou questionário (ver Capítulo 3). O que distingue a autoavaliação da coavaliação é que, no primeiro caso, o aluno aprende sobre a aprendizagem, refletindo sobre o seu próprio trabalho ou sobre as suas próprias atividades; no segundo caso, o aluno aprende refletindo sobre as atividades e os resultados de aprendizagem dos outros alunos.

Na prática

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s alunos devem participar na definição e desenvolvimento de critérios e greO lhas de avaliação para avaliar os seus trabalhos e o seu desempenho escolar. Os alunos, individualmente ou em grupo, fazem as primeiras sugestões. Estas, se necessário, são modificadas em colaboração com o professor. Os alunos identificam estratégias para melhorar o seu próprio trabalho (autoavaliação) ou trabalhos similares dos seus colegas (coavaliação). Coavaliação consiste na avaliação mútua, contemplando conjuntamente a auto e a heteroavaliação (por exemplo, num trabalho de grupo os alunos avaliam-se a si próprios e aos seus pares).

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50 Técnicas de Avaliação Formativa

Os alunos classificam o seu trabalho antes de o entregar. s alunos trocam os seus trabalhos, classificam-nos e colaboram para produzir O a melhor resposta. Os alunos têm de explicar uns aos outros como chegaram a uma conclusão ou a uma resposta. Os alunos usam a técnica “Cartões Semáforo” (ver Capítulo 3) na avaliação do seu trabalho antes de o entregar. Os alunos têm “Cartões Semáforo” na sua carteira para indicar o seu nível atual de compreensão. Os alunos classificam uma parte de um trabalho, descrevem o que constitui um bom trabalho e seguidamente elaboram a sua própria parte do trabalho. Em grupos ordenam um conjunto de respostas. Justificam as suas decisões e, em seguida, aperfeiçoam os seus próprios trabalhos ou produzem um trabalho do grupo. Aplicar a técnica “Duas Estrelas e Um Desejo” (ver Capítulo 3).

A reter professor antes de pedir aos alunos que se autoavaliem ou avaliem os colegas O tem de ensinar como se faz. Para que os alunos se comprometam a fazer uma autoavaliação regular, é importante que esta seja simples, concisa e fácil de usar. Simultaneamente, deve incentivar os alunos a fazerem julgamentos objetivos e construtivos sobre o seu trabalho e a definirem objetivos claros e específicos. Embora a autoavaliação seja orientada pelo professor, deve deixar espaço para a reflexão e verbalização do aluno. A utilização pelos alunos da avaliação formativa varia de acordo com os seus níveis de desenvolvimento. A investigação sugere que as crianças mais novas podem concentrar-se apenas na limpeza (asseio) e outras características superficiais do trabalho quando fazem a sua primeira autoavaliação. Com ensino e prática, aprendem a concentrar-se nos objetivos de aprendizagem e critérios de sucesso. Os alunos só podem autoavaliar-se quando têm uma imagem clara do que é suposto atingir. Pode ser útil explicar-lhes, em linguagem que entendam, a melhor forma de conseguir melhorar o trabalho atual tendo em conta os objetivos a alcançar e os critérios de sucesso estabelecidos para o mesmo. Os alunos terão de ter oportunidades de aprender a classificar o seu próprio trabalho e o dos seus colegas. É essencial que o professor não perca de vista que este envolvimento dos alunos no processo de avaliação deve contribuir para que alterem as suas conceções 30


Questões e respostas sobre a avaliação formativa ou avaliação para a aprendizagem

relativamente à avaliação. Ou seja, conseguir os efeitos desejados com o envolvimento dos alunos na auto e coavaliação implica ajudá-los a ver a avaliação como um processo de autoaperfeiçoamento e não de como um mecanismo de repressão e de classificação. Usada de maneira inteligente, com maior ênfase no desenvolvimento e no autoconhecimento do que na nota final, a autoavaliação e heteroavaliação podem ajudar a capacitar os alunos a estruturar a sua própria aprendizagem.

Exemplo

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A situação seguinte constitui um exemplo de como as práticas de autoavaliação e heteroavaliação podem ser utilizadas para ajudar os alunos na preparação para os testes. Numa atividade de aprendizagem cujo objetivo era que os alunos revissem o seu trabalho para que o melhorassem antes da realização de um novo teste de avaliação sumativa, o professor observou que não estavam a utilizar nenhuma das estratégias de revisão que tinham sido discutidas na aula. Quando questionados ficou claro para o professor que muitos tinham passado o tempo a usar as técnicas de revisão muito passivamente. Essencialmente tinham relido os trabalhos fazendo muito pouca revisão ativa. Não estavam a transferir as estratégias ativas de revisão para esta situação de aprendizagem. Como pode o professor resolver esta dificuldade? O professor pode sugerir aos seus alunos para utilizarem a técnica de avaliação formativa “Cartões Semáforos” (ver Capítulo 3) com uma lista de palavras-chave ou temas sobre os quais o teste irá incidir. O objetivo deste exercício é estimulá-los a refletir sobre onde consideram que a sua aprendizagem é segura – aspetos que devem assinalar a verde; aspetos onde precisam de concentrar os seus esforços – que devem assinalar a amarelo e a vermelho. Estes “semáforos” constituem a base de um plano de revisão. Os alunos podem também rever questões de testes anteriores em que identifiquem as áreas a vermelho. Em seguida, podem trabalhar com manuais e em grupos de pares para garantir que conseguem responder com sucesso a essas perguntas.

Dar feedback O feedback dos professores, seja escrito ou oral, deve inicialmente concentrar-se no que o aluno tenha feito bem, antes de destacar as áreas que carecem de melhorias. O feedback deve incluir orientações sobre como o aluno pode fazer as melhorias necessárias. 31


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0. Pensar em voz alta na rodinha ou Painel de discussão 4 em aquário

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Induzir e identificar conceções alternativas e/ou conhecimentos prévios

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49. Olhar para trás

50. Venham cinco

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48. A reunião individual

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Verificar a compreensão +

Autoavaliação e avaliação de pares

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Fazer revisões

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46. Já podem mostrar

47. Observação direta

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45. O portefólio de aprendizagem

44. Preenchimento de lacunas num texto – Técnica Cloze

43. Questionar o facto

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Dar feedback

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42. Cabeças numeradas juntas

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Envolver e motivar os alunos Ativar o pensamento e promover a metacognição Proporcionar estímulos para uma investigação científica Iniciar um inquérito científico e a exploração de ideias Desenvolvimento e transferência de conceitos formais Melhorar o questionamento e as respostas

41. Correções colaborativas com sugestões (CCS)

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39. Questionamento recíproco guiado pelos pares

38. Primeira palavra – Última palavra

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37. Polegar para cima – Para o lado – Para baixo

36. Variações K-W-L

Técnicas de avaliação formativa para usar na sala de aula

Momento de utilização

Antes da aula/lição Durante a aula/lição No final da aula/lição

(continuação)

Reflexão +

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50 Técnicas de avaliação formativa

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CANTOS

Descrição Cantos é um método cooperativo que pode ser usado na aprendizagem de conteúdos diversos, desde que possibilitem que os alunos optem por diferentes aspetos ou por diferentes perspetivas de um mesmo assunto, e que simultaneamente pode ser utilizada como TAF. Possibilita feedback imediato sobre a aprendizagem dos alunos antes, durante e após uma aula ou sequência de aprendizagem A cada canto o professor faz corresponder uma opção/perspetiva diferente, a qual deve ser facilmente identificada pelos alunos. Uma forma simples de o fazer é colocar um cartaz com a indicação da opção a que corresponde, em cada um dos cantos da sala. Se o tema em estudo não possibilita utilizar quatro cantos, pode-se funcionar com três ou podem arranjar-se muitos mais cantos. Para a utilização dos Cantos pode recorrer-se a dimensões muito variadas, desde as ligadas a aspetos de carácter cognitivo, às ligadas a gostos e preferências dos alunos ou a problemas controversos e suas soluções. Por exemplo: quem gosta de ser desportista vai para um dos cantos e para os outros cantos vai quem prefere ser artista, quem optar por uma profissão ligada à solidariedade social ou quem se inclinar para uma profissão ligada a negócios.

Como funciona

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O professor deve considerar os seguintes passos na implementação do método: 1. Indicar aos alunos o que vai estar em escolha/discussão. 2. Explicar o que significa a posição atribuída a cada um dos cantos, numerá-los e colocar em cada um uma identificação visual. 3. Dar tempo aos alunos para pensarem individualmente (sugere-se que os alunos escrevam, em alternativa a anunciarem a sua escolha, o número do canto pelo qual vão optar, para evitar seleções apressadas ou escolha por amizades). 4. Permitir que cada aluno se desloque para o canto escolhido, para que em cada um dos cantos se juntem os alunos que selecionaram a mesma opção. 5. Formam-se pares em cada um dos cantos. Os alunos de cada par explicam ao colega as razões da sua escolha. 6. Nos diferentes cantos, cada aluno parafraseia as razões que o seu par lhe revelou. 7. O professor pede a um aluno de um dos cantos para explicar aos alunos que optaram pelos outros cantos a razão ou as razões que motivaram a escolha do seu grupo. 55


50 Técnicas de Avaliação Formativa

8. Nos outros cantos, em pares, os alunos parafraseiam a(s) razão(ões) apresentadas pelo aluno indicado pelo professor. Repetem-se os pontos 7.º e 8.º para os restantes cantos. 9. Os alunos de cada canto devem ser capazes de mencionar as razões que suportam cada uma das escolhas dos colegas dos restantes cantos. Isto é, as razões pelas quais os colegas optaram pelas diferentes alternativas.

Finalidades Os Cantos destinam-se a que os alunos aprendam a apresentar justificações para as suas escolhas e que, simultaneamente, desenvolvam a capacidade de ouvir os outros com atenção. Possibilitam o desenvolvimento do espírito crítico e da criatividade, do pensamento divergente, a partilha de informação ou opiniões, a introdução de um conteúdo, a escolha de temas de investigação, facilita a formação de equipas, favorece o trabalho por campos de interesse, etc.

Como informa o ensino Proporcionam ao professor feedback sobre o domínio, pelos alunos, dos conteúdos e de várias competências (ver o tópico Finalidades), antes e durante a aprendizagem. Quando utilizados antes da aprendizagem de um determinado conteúdo, os diálogos que os alunos estabelecem nos diferentes cantos permitem ao professor aceder aos seus conhecimentos prévios. Utilizados durante a aprendizagem, permitem verificar a compreensão dos conteúdos e o desenvolvimento de várias competências e decidir sobre as próximas atividades de aprendizagem.

Como informa a aprendizagem Facilitam a reflexão e a autoavaliação. O contacto dos alunos com as perspetivas e os conhecimentos dos colegas que escolheram o mesmo canto e a partilha com os colegas dos restantes cantos, facilita a aprendizagem e possibilita a consolidação e/ou a restruturação de conhecimentos menos bem adquiridos.

Outras sugestões de utilização Esta TAF pode também ser usada para formar equipas de aprendizagem estruturadas, colocando um aluno em cada canto para formar uma equipa heterogénea de quatro pessoas ou colocando quatro alunos no mesmo canto para formar uma equipa homogénea. Estas novas equipas podem ter, então, conversas mais profun56


50 Técnicas de avaliação formativa

o que lhes possibilita realizar compreensões mais profundas pela organização ou reorganização do seu conhecimento individual.

Finalidades ■■ Envolver

os alunos na elaboração de questões; ■■ Desenvolver competências de comunicação; ■■ Estimular o pensamento reflexivo. Envolver os alunos no questionamento estimula-os a refletir sobre a sua aprendizagem, atividade metacognitiva com amplos benefícios na melhoria do seu rendimento escolar.

Como informa o ensino As respostas que os alunos dão às questões do professor fornecem-lhe feedback sobre a aprendizagem, e ajudam-no a avaliar a eficácia das atividades de aprendizagem em que estiveram envolvidos, assim como na planificação de atividades futuras. Contudo, talvez de maior importância do que o questionamento do professor é analisar as perguntas que os alunos fazem. As questões dos alunos podem revelar não só as ideias, as conceções (alternativas ou não) e os esquemas mentais que trazem para a sala de aula, mas também as suas dificuldades na aprendizagem de novos conceitos. Importante: o professor faz a pergunta para toda a turma, espera cerca de 3 segundos no caso de perguntas de respostas sim, não ou factuais, e cerca de 10 segundos no caso das que exigem uma resposta mais elaborada, e só depois indica quem deve responder10.

13 Pensar – Formar pares – Partilhar

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Descrição Pensar – Formar Pares – Partilhar é um método cooperativo desenvolvido por Frank Lyman e colegas (1981) para encorajar a participação dos alunos na sala de Tempo de espera: A investigação sugere que, se o professor espera cerca de 3 ou 10 segundos, dependendo da complexidade da resposta (antes de um aluno responder a uma pergunta, assim como depois deste dar a resposta), há benefícios significativos na sala de aula. É provável que: n incentive respostas mais longas; n encoraje um maior número e variedade de respostas; n encoraje a uma maior confiança e à vontade de “assumir riscos”; n encoraje os alunos a fazer perguntas relacionadas com as que foram feitas pelo professor.

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aula. Pelo feedback sobre a aprendizagem que possibilita ao professor e aos próprios alunos, constitui-se como uma importante TAF. É uma boa alternativa ao uso do método tradicional de verificação de conhecimentos em que o professor coloca uma questão e um aluno dá a resposta, porque possibilita a elaboração de respostas de nível superior pelos alunos e ajuda a mantê-los envolvidos na tarefa. Permite ainda que os alunos tenham tempo para pensar nas suas próprias respostas às questões, e que as partilhem com outro colega antes que sejam respondidas em toda a turma e a discussão avance. A possibilidade que os alunos têm de pensar em voz alta sobre as repostas a dar, com, pelo menos, um outro colega, antes de as comunicar publicamente a toda a turma, aumenta a possibilidade de participação, principalmente dos mais tímidos, e o seu envolvimento na aprendizagem. Há mais alunos dispostos a responder perante o grande grupo depois de terem a oportunidade de partilhar as suas respostas com os pares, e assim a qualidade das respostas também melhora. Esta é uma TAF fácil de usar, mesmo em turmas numerosas.

Como funciona 1. Constituir equipas de quatro elementos e numerá-los de 1 a 4. 2. Enunciar um assunto para discutir ou um problema para resolver (por exemplo, “Como poupar água?”). 3. Dar aos alunos “tempo para pensar” na resposta (pelo menos 10 segundos). 4. Usar os números atribuídos aos alunos para anunciar a constituição dos pares. Por exemplo, o Aluno 1 e o Aluno 2 vão formar um par; o Aluno 3 e o Aluno 4 formam outro par. 5. Pedir aos alunos para discutirem o assunto ou resolverem o problema com os colegas. 6. Finalmente, o professor chama ao acaso alguns alunos para partilharem as suas ideias com a turma.

Finalidades Pensar – Formar Pares – Partilhar permite a partilha de informação, a escuta ativa, a discussão de ideias, o reforço e o aprofundamento da aprendizagem, o desenvolvimento da criatividade, o pensamento crítico e a autoestima. Contribui para o desenvolvimento dos alunos nas áreas da aceitação e do apoio pelos colegas, do rendimento escolar, da autoestima e do interesse pelos colegas e pela escola.

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Aspetos a reter Quando iniciar a utilização desta TAF, assegure-se de que os alunos vêm preparados para o “dia da limpeza” com o conhecimento do produto de limpeza que têm necessidade de escolher para preparar determinada unidade de ensino, para que comecem de imediato a trabalhar de acordo com as responsabilidades estabelecidas para o produto. Quando o “dia da limpeza” é uma prática estabelecida nas aulas, os alunos assumem esta responsabilidade. Nenhum dos trabalhos produzidos pelos alunos durante o período de realização destas atividades conta para nota e, assim, os alunos aceitam prontamente a oportunidade de aumentar as suas possibilidades de sucesso no teste.

27 Verificação para-brisas Descrição Verificação Para-brisas é uma TAF extremamente simples, usada para pôr os alunos a verificar a sua própria compreensão de um conceito ensinado apenas numa aula.

Como funciona Usando a analogia de um para-brisas, os alunos decidem qual das seguintes frases melhor descreve o que sabem sobre um conceito que acabaram de aprender: ■■ Limpo

= Eu sei! Eu compreendi completamente o conceito; salpicos = Eu entendo a maior parte, mas algumas coisas ainda não estão claras; ■■ Enlameado/Sujo = Eu não entendi nada. ■■ Com

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edições técnicas

Os alunos possuem pequenos cartões com as três frases. Quando o professor os questiona sobre a compreensão de um determinado conceito, cada aluno escolhe o cartão com a frase que melhor se adequa à sua situação e, em seguida, levanta-o para que o professor possa rapidamente verificar.

Finalidades Verificar a compreensão de conceitos. Responsabilizar os alunos pela sua aprendizagem. 113


50 Técnicas de Avaliação Formativa

Como informa o ensino A utilização da TAF Verificação Para-brisas fornece feedback de uma forma rápida e imediata ao professor sobre as dificuldades que os alunos estão a sentir. Permite-lhe esclarecer qualquer dúvida de imediato, evitando que os alunos acumulem dificuldades que podem originar falhas mais profundas na compreensão e comprometer aprendizagens subsequentes.

Como informa a aprendizagem Ao identificarem as dificuldades sentidas na compreensão de conceitos, os alunos recebem de imediato ajuda do professor.

28 Cartões semáforo Descrição Cartões Semáforo são uma variação da TAF “Semáforos”, criada em 2003 por Black e colegas. As cores dos sinais dos semáforos: vermelho, amarelo e verde são utilizadas para representar os níveis de compreensão do aluno. Os alunos recebem três cartões de cores diferentes e é-lhes pedido para autoavaliarem o seu entendimento sobre um conceito ou competência que estão a aprender. As cores indicam se os alunos têm a compreensão plena, parcial ou mínima. Os alunos levantam, para isso, o cartão que melhor se adequa à sua compreensão: ■■ Verde:

“Eu compreendo isso muito bem”; “Eu compreendo a maior parte, mas gostaria de receber alguma

■■ Amarelo:

ajuda”;

■■ Vermelho:

“Eu não entendo. Preciso muito de ajuda”.

Como funciona Fazer cartões de cartolina de cor verde, amarela e vermelha. Dar a cada aluno um conjunto de cartões que este colocará na carteira, dentro do caderno diário. Quando o professor pretende que os Cartões Semáforo sejam usados na aula, informa os alunos para os colocarem na carteira. Quando o professor decide o momento certo para obter feedback sobre a compreensão dos alunos, indica-lhes que levantem o cartão que se identifica com a forma como pensam estar a entender o que estão a fazer ou a aprender até àquele momento. A apresentação de um “semáforo” colo114


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O presente livro apresenta 50 técnicas de avaliação formativa, a fase do processo de ensino-aprendizagem em que devem ser utilizadas e os objetivos que permitem atingir. A sua descrição, o modo de funcionamento e as finalidades, entre outros aspetos, também são explorados. Uma vez postas em prática, podem ainda vir a descobrir-se outras finalidades da sua utilização para informar o ensino e a aprendizagem, incluindo formas de adaptá-las à utilização em todas as disciplinas.

Técnicas 50 de

Avaliacão Formativa

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José Lopes

Doutorou-se em 1998 na Especialização de Psicologia da Educação e é desde 2004 Professor Associado no Departamento de Educação e Psicologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, onde é responsável pela formação inicial, contínua e pós-graduada de professores e de psicólogos. É autor de vários livros nas áreas da Psicologia e da Educação, com destaque para os seguintes livros, já publicados pela Lidel: A Aprendizagem Cooperativa na Sala de Aula e O Professor Faz a Diferença. Helena Santos Silva

José Lopes / Helena Santos Silva

Doutorou-se em 2001 na área de Formação de Professores e é desde 2007 Professora Associada no Departamento de Educação e Psicologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, onde desenvolve a sua atividade profissional no âmbito da formação inicial, contínua e pós-graduada de professores. É coautora de dois livros já publicados pela Lidel: A Aprendizagem Cooperativa na Sala de Aula e O Professor Faz a Diferença.

www.lidel.pt

CM

50 Técnicas de Avaliação Formativa

Os efeitos da boa avaliação formativa sobre o rendimento escolar são poderosos e é, das estratégias utilizadas pelo professor, a que tem maior efeito no desempenho escolar dos alunos: pelo feedback que dá aos professores sobre a eficácia das aulas e das atividades desenvolvidas; pelo feedback que dá aos alunos sobre o grau em que a sua aprendizagem e o seu trabalho correspondem às expectativas e às metas; pelas revisões que inspira ao ensino e à aprendizagem.

ISBN 978-972-757-828-3

9 789727 578283

Técnicas 50 de

Avaliacão Formativa José Lopes / Helena Santos Silva


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