REVISTA DO LÉO 92 - DEZEMBRO 2023

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REVISTA DO LÉO

REVISTA LAZEIRENTA LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ - EDITOR – Prefixo 917536

NÚMERO 92 – DEZEMBRO – 2023 MIGANVILLE – MARANHA-Y “águas revoltas que correm contra a corrente”


A presente obra está sendo publicada sob a forma de coletânea de textos fornecidos voluntariamente por seus autores, com as devidas revisões de forma e conteúdo. Estas colaborações são de exclusiva responsabilidade dos autores sem compensação financeira, mas mantendo seus direitos autorais, segundo a legislação em vigor. EXPEDIENTE REVISTA DO LÉO REVISTA LAZEIRENTA Revista eletrônica EDITOR Leopoldo Gil Dulcio Vaz Prefixo Editorial 917536 vazleopoldo@hotmail.com Rua Titânia, 88 – Recanto de Vinhais 65070-580 – São Luís – Maranhão (98) 3236-2076 98 9 8328 2575 CHANCELA

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

Nasceu em Curitiba-Pr. Licenciado em Educação Física (EEFDPR, 1975), Especialista em Metodologia do Ensino (Convênio UFPR/UFMA/FEI, 1978), Especialista em Lazer e Recreação (UFMA, 1986), Mestre em Ciência da Informação (UFMG, 1993). Professor de Educação Física do IF-MA (1979/2008, aposentado); Titular da FEI (1977/1979); Titular da FESM/UEMA (1979/89; Substituto 2012/13), Convidado, da UFMA (Curso de Turismo). Exerceu várias funções no IF-MA, desde coordenador de área até Pró-Reitor de Ensino; e Pró-Reitor de Pesquisa e Extensão; Pesquisador Associado do Atlas do Esporte no Brasil; Diretor da ONG CEV; tem 20 livros e capítulos de livros publicados, e mais de 430 artigos em revistas dedicadas (Brasil e exterior), e em jornais; Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Membro Fundador da Academia Ludovicense de Letras; Membro da Academia Poética Brasileira; Sócio correspondente da UBE-RJ; Premio “Antonio Lopes de Pesquisa Histórica”, do Concurso Cidade de São Luís (1995); a Comenda Gonçalves Dias, do IHGM (2012); Prêmio da International Writers e Artists Association (USA) pelo livro “Mil Poemas para Gonçalves Dias” (2015); Prêmio Zora Seljan pelo livro “Sobre Maria Firmina dos Reis” – Biografia, (2016), da União Brasileira de Escritores – RJ; Diploma de Honra ao Mérito, por serviços prestados à Educação Física e Esportes do Maranhão, concedido pelo CREF/21-MA (2020); Foi editor das seguintes revista: “Nova Atenas, de Educação Tecnológica”, do IF-MA, eletrônica; Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, edições 29 a 43, versão eletrônica; Editor da “ALL em Revista”, eletrônica, da Academia Ludovicense de Letras; Editor da Revista do Léo; Condutor da Tocha Olímpica – Olimpíada Rio 2016, na cidade de São Luis-Ma.


UM PAPO

Termina mais um ano. O esporte maranhense vive de saudades... Quantas glórias... O esporte maranhense atual vive de iniciativas privadas, de umas poucas escolas que insistem na prática de atividades esportivas, sem reconhecimento, sem ajuda, sem incentivo... O esporte maranhense vive de pires na mão... quantos pedidos de ajuda, de rifas, de listas de ouro, de inúmeros atletas e associações, mesmo de escolas, para participar de eventos interestaduais, regionais e mesmo nacionais... Dias melhores virão????


SUMÁRIO EXPEDIENTE EDITORIAL SUMÁRIO

JB PRIMO

O QUE HÁ PARA LER RECORTES DA IMPRENSA OS FALSOS PROFETAS DO FUTEBOL JOÃO BATISTA FREIRE, RAFAEL CASTELLANI FREI EPIFÂNIO DA BADIA: CONSTRUTOR DE OBRAS... E BOM DE BOLA EDMILSON SANCHES DESTAQUE NA ESPANHA, GOLEIRA BRASILEIRA DE FUTSAL MORRE AOS 26 ANOS MANÉ GARRINCHA COM A CAMISA DO BACABAL - MA ATLETA DE AÇAILANDIA É DESTAQUE EM TRÊS PARTIDAS E SAIU DO CAMPEONATO MARANHENSE COMO MELHOR PONTEIRA E ATLETA MAIS VALIOSA DA COMPETIÇÃO E É CONVOCADA PARA A SELEÇÃO MARANHENSE MAIS UMA ATLETA ACAILANDENSE CONVOCADA PARA A SELEÇÃO DE VOLEI UM PAÍS QUE TRATA MAL O DESPORTO! ANDREIA TEIXEIRA.


NAVEGANDO COM JORGE OLIMPIO BENTO "As armas e os barões assinalados / Que da ocidental praia Lusitana / Por mares nunca de antes navegados / Passaram ainda além da Taprobana / Em perigos e guerras esforçados / Mais do que prometia a força humana / E entre gente remota edificaram / Novo Reino, que tanto sublimaram".

A consagração do direito a uma vida digna, realizada no caminho de perseguição da felicidade, implica a presença acrescida do desporto, a renovação das suas múltiplas práticas e do seu sentido. Sendo a quantidade e qualidade do tempo dedicado ao cultivo do ócio criativo (do qual o desporto é parte) o padrão aferidor do estado de desenvolvimento da civilização e de uma sociedade, podemos afirmar, com base em dados objetivos, que nos encontramos numa era de acentuada regressão civilizacional. Este caminho, que leva ao abismo, tem que ser invertido urgentemente.


Imbecilidade paleolítica A decisão faz inteiro jus ao qualificativo de ‘imbecil’. Porquê? Os imbecis só conseguem andar apoiados no báculo da ignorância e necedade. Do que se trata? A edilidade carioca acaba de proibir a exposição em locais públicos da estátua do Padre António Vieira, sob a alegação de que o insigne pregador advogou a escravatura. A ‘douta’ câmara certamente não leu a bibliografia e os escritos do Padre Vieira; se leu, não entendeu patavina, por lhe faltar o intelecto necessário para perceber as palavras e as posições cristalinas do crisóstomo luso-brasileiro. Não leu o Sermão de Santo António aos Peixes, pregado em São Luís do Maranhão, porquanto compreender as alegorias da pregação implica um esforço gigantesco e inútil para sujeitos néscios. Os imbecis ignoram que o Padre Vieira lutou contra a escravização dos índios brasileiros e conseguiu que D. João IV emitisse um decreto nesse sentido. Sim, Vieira admitia, com o coração apertado, a escravidão dos negros. As razões não são resumíveis num texto curto. Na época, nomes progressistas da Igreja Católica socorreram-se do duplo critério. A problemática encontra-se claramente elucidada na obra ‘The Problem of Slavery in Western Culture’, de David Brion Davis, publicada em 1989; porém, o esclarecimento é inteligível para cérebros diminuídos e esmagados pelo peso da indigência cognitiva e do fanatismo identitário. Para proteger os índios e obstar à sua escravização, missionários como Alonzo de Zuazo, Bartolomeu de Las Casas, Manuel da Nóbrega e outros advogaram a alternativa do recurso a escravos africanos. Isto resultava de visões diferentes a respeito dos mundos e das práticas sociais de índios e africanos. Vigorava, na altura, a visão da América como uma versão do paraíso inicial, onde os nativos viviam numa inocência afim à de Adão e Eva. Logo, os cristãos não podiam escravizar esses povos alheios ao pecado original. Os negros eram vistos de maneira distinta, por serem muçulmanos ou ligados aos mouros. Ademais, provinham de reinos e regiões que já conheciam o comércio e a agricultura e praticavam a escravidão. Não repugnava, portanto, a sua escravização, mesmo que ela gerasse situações reconhecidas como dolorosas. A dualidade apreciativa foi defendida durante séculos pelos apologistas da escravatura; e tolerada por gente que, à falta de solução ideal, a consentia. É isso que deve ser tido em conta quando se avalia o pensamento e a ação de um vulto do século XVII como o Padre António Vieira. Porém esperar dos novos Torquemadas ideias bem alicerçadas e elaboradas é exigir demasiado. A sua incapacidade para ponderar e situar os factos e fenómenos no contexto histórico e civilizacional é grotesca. Se fôssemos pelo caminho das fátuas dos idiotas, iríamos ao início e às etapas da civilização e arrasaríamos as obras materiais e imateriais das diversas civilizações, seja na Mesopotâmia e na Babilónia, na Grécia e no Egito, nas paragens ameríndias e nas orientais e ocidentais; todas elas se erguem sobre trabalho escravo, sendo este um dado universal. Os profetas bíblicos, os filósofos gregos e os conhecidos pensadores do extremo oriente e do sudoeste asiático dedicaram-se ao ócio criativo, graças ao serviço prestado por criados e escravos. A imbecilidade e cobardia dos cruzados desta era não conhecem qualquer freio. Julgamse as criaturas mais iluminadas, éticas e morais que alguma vez pisaram a terra, muito superiores aos pobres humanos que as antecederam. Assim, avocam o direito de atacar e conspurcar o nome de pessoas, que viveram em dias assaz longínquos e, melhor ou pior, lançaram os caboucos da Civilização e moveram a roda do progresso. Se os ativistas ignaros, míopes, mesquinhos, raivosos e tacanhos tiverem a rédea solta para impor o seu modo de olhar e julgar, com bitolas e lentes do presente, a complexa e contraditória trajetória da Humanidade, então em todos os futuros o passado distante e recente será sentado no banco dos réus e condenado inexoravelmente. Para gáudio dos loucos e sandeus, as admiráveis, magnificentes, inspiradoras e sublimes edificações dos tempos anteriores, incluindo o Cristo do Corcovado, serão demolidas; e estaremos sempre a começar do zero. Ora, não se cria a partir do nada. Eis a opressão e a tragédia paridas pelo predomínio dos cretinos! PS. Reação inspirada no texto ‘Verdadeiramente imbecil’, de João Pedro Marques, in Observador, 01.12.2023.


Educação moribunda O vazio não existe; quando algo desaparece, outrem ocupa o lugar vago. Ora, há uma modalidade da educação que está a definhar e ceder a vez a outra assaz diferente. A mais longa e simbólica viagem da Humanidade e dos seus membros é a da descoberta de si mesmos e da sua identidade. Homero elucida-a, de modo clarividente, na Odisseia, ou seja, na árdua peregrinação de Ulisses entre a destruição de Troia e a chegada a casa. O herói enfrenta perigos, dúvidas e agruras descomunais, resiste a infindas ciladas e tentações, tem dificuldade em encontrar o rumo, familiariza-se com o desconhecido, recebe auxílio e hospitalidade do estrangeiro, e atinge o destino sonhado, após driblar os inúmeros e tormentosos cabos surgidos na caminhada para Ítaca. Odisseu é o sujeito versátil, de inteligência ampliada e experimentada, vocacionado para a ousadia e o sofrimento. Aventureiro e sensual, atormentado pela nostalgia e lavado em lágrimas, vagueia no mar e corta as ondas fundas e marulhantes. No fim da errância, possui muito para contar e encantar, pode dormir em paz, esquecido de quanto sofrera, e avançar na idade com leveza no coração. A educação, assente no livro, na estranheza, copresença e convivência, no contacto e diálogo de pessoas tão distintas, professores e alunos, inspira-se na ficção de Homero e subentende uma romagem semelhante à de Ulisses, visando ancorar em idêntico porto. Ao invés, o abuso da parafernália tecnológica e audiovisual adultera o sentido, processo e resultado da empreitada educativa. A perversão cresce com a imposição da ideologia da egolatria, do individualismo e do sucesso, ínsita na linguagem de socialização e nas métricas de avaliação em voga. Pouco a pouco, desponta a criatura conforme ao intuito dos criadores. As máquinas são prenhes de conhecimento e informação, porém áridas e desidratadas de sensibilidade, afeição e proximidade humanas; não possuem saber nem sabor. Parece-vos bem isto?! In memoriam Há dias lembrei-me dele. Tomei nota para não me esquecer de lhe telefonar no Natal. Não terei essa oportunidade. Hoje recebi a informação do seu falecimento no passado dia 12 de outubro. Partiu uma das duas pessoas que mais influenciaram a elaboração do meu pensamento pedagógico. O Professor Doutor Eckhard Meinberg criou, na DSH-Deutsche Sporthochschule Koeln, a área da Pedagogia do Desporto, fundada numa sólida visão humanista e iluminista, antropológica, filosófica, cultural e sociológica, e na noção de Formação (Bildung) de Humboldt, superando o simplismo e o unilateralismo do tradicional olhar da Educação Física. Autor de extensa obra consagrada a temas abrangentes, nomeadamente da ética, da estética e da moral, escrita num brilhante e culto estilo linguístico, fez jus ao estatuto de insigne pensador da Educação e do Desporto, além do reconhecimento que granjeou como ensaísta e poeta. O seu legado é imenso e fecundo. A Universidade do Porto, sob proposta da Faculdade de Desporto, distinguiu-o em 6 de março de 2006 com o título de Doutor Honoris Causa, homenageando assim o notável labor científico que desenvolveu e o contributo extraordinário que deu à estruturação da identidade da FADEUP e das Ciências do Desporto. Tive o privilégio de ser o orador convidado para proferir o discurso laudatório na cerimónia da sua jubilação, realizada na DSH em 27 de outubro de 2010. Nesta hora triste apraz-me recordar o quanto ele amava a vida, era apaixonado pelo futebol, apreciava Fernando Pessoa, o Porto, o mar português, a nossa culinária e os nossos vinhos.


Restauração da Independência Hoje é feriado, cortado pelos partidos da troika e reposto pela geringonça! Celebra-se a restauração da soberania nacional, tão importante como o dia da independência acordada no Tratado de Zamora (5 de outubro de 1143). Em 1580 Filipe II de Espanha subiu ao trono de Portugal, após comprar a maior parte dos nobres e boa parcela do clero. Sobre o país abateu-se uma noite de 60 anos, até que veio o 1 de dezembro de 1640. Nessa data o grupo de conjurados não faltou ao apelo da pátria sufocada. Quais seriam as consequências da continuidade do jugo espanhol? É fácil percebê-las. A língua portuguesa seria agora um dialeto clandestino e nos países, onde é falada, ecoaria o castelhano; o nome de Portugal não constaria no mapa mundi, e a gesta dos descobrimentos teria outra narrativa e ficaria na história não como feito lusitano, mas como obra de outrem. Para não falar na perda do modo de estar, conviver e relacionar, traduzido pela música, poesia, culinária e por tudo o que perfaz a nossa idiossincrasia. O passado exige ser aprendido: ele ensina que da Castela centrípeta não vem bom vento nem casamento; nunca virá. Viva Portugal e vivam todos os povos e nações!

Era uma vez... Jovem e ciosa de escolher o caminho, casou-se com um fenómeno antropológico, plural, polissémico e polimórfico; inscreveu-o na designação e tomou-o para objeto de ocupação. Firmou assim a identidade, granjeadora de apreço e atração, aquém e além-fronteiras, no espaço próximo e no distante. Adquiriu voz e passou a ser atentamente escutada e a receber chorudo provento dos frutos do casamento. Faz agora 48 anos. Desejo-lhe vida longa e feliz, que nunca se divorcie da missão herdada e que aprofunde a relação com a missão patente na sua fachada. Da ‘atividade física' Os conceitos são balizas orientadoras da ação. Se eles não forem elaborados com rigor e clareza, perdemo-nos no caminho.

As atividades humanas têm, na sua maioria, componentes mentais e físicas ou motoras. Nenhuma se designa segundo a forma ou meio de execução, mas conforme


à intenção que as preside e ao fim que perseguem e expressam. Por exemplo, desenhar, escrever, falar, pintar, esculpir, lavrar, sachar, jardinar, cantar, tocar piano, dançar, correr, nadar, saltar e tantas outras, embora se concretizem mediante atos corporais e motores que implicam a mecânica de ossos e articulações, contrações musculares e dispêndio energético, não se chamam ‘atividade física’. Quando vamos ao banheiro é para lavar as mãos, urinar ou defecar; não vamos lá praticar ‘atividade física’. O mesmo sucede na entrega ao sexo e amor. Será preciso ser mais explícito?! Não, não existe nenhuma ‘atividade física’. A introdução desta expressão no linguajar, na Leis de Bases do Desporto e no léxico académico consagra uma clamorosa aberração, desprovida da mínima sustentação epistemológica. Além de falácia concetual, enreda a área profissional num biologismo sem pés nem cabeça, porquanto ignora a riqueza da pluralidade, polimorfia e polissemia do desporto. Este é um fenómeno antropológico total; congrega, numa síntese inigualável, dimensões constituintes do humano: trabalho e ócio, jogo e movimento, corpo e intelecto, o ético e o estético, o axiológico, o artístico e o simbólico, a seriedade e o interlúdio, a observância e transgressão dos limites e das normas, a contenção e o desafio, o excesso e a criação de novos padrões, o individual e o relacional, criatividade, fruição e rendimento, esforço e prazer, tensão e relaxação, a oposição e cooperação, a afirmação pessoal e o cultivo da diferença e do trato do outro, a dor da dificuldade e o canto da superação, o júbilo e a exaltação na vitória e a tristeza na derrota, o aprender a ganhar, a falhar e a admirar o mérito alheio, sem perder a face e a determinação de insistir, de melhorar e progredir. Enfim, nele cuidamos do orgânico com a alma, a vontade e os olhos sempre fitos no metafísico e supra-orgânico que nos transcende e justifica. Bem o sei, a novilíngua, em cuja barriga veio a ‘atividade física’, é cega a tais valores; ela quer que também o sejamos.



Nossa Senhora da Conceição

O feriado de hoje evoca a coroação de Nossa Senhora da Conceição como Padroeira e Rainha de Portugal. O imaginário popular cuida que tal aconteceu em 8 de dezembro de 1640. Mas não é bem assim. A devoção a Santa Maria surgiu com o alvor da nacionalidade. D. Afonso Henriques e todos os reis da primeira dinastia cultuavam a Virgem, como preito de gratidão pela independência e manutenção do reino de Portugal. O culto espalha-se na nação, expresso pela profusão de capelas, ermidas, igrejas e romarias consagradas à Mãe imaculada de Jesus. A segunda dinastia segue a mesma prática. Nas batalhas dos Atoleiros (6 de abril de 1384), Aljubarrota (14 de agosto de 1385) e Valverde (14 de outubro de 1385), D. Nuno Álvares Pereira, Condestável do Reino, e D. João, Mestre de Avis, incitam o seu exército a combater os castelhanos, em nome de Deus e da Virgem Maria. Com a restauração da soberania em 1640, o tributo à Senhora da Conceição ganha um enorme impulso. No dia 8 de dezembro, Frei João de S. Bernardino termina o sermão, pregado na capela real de Lisboa perante D. João IV, com esta promessa: “Seja assi, Senhora, seja assi; e eu vos prometo, em nome de todo este Reyno, que elle agradecido levante um tropheo a Vossa Immaculada Conceição, que vencendo os seculos, seja eterno monumento da Restauração de Portugal”. Em 25 de março de 1646, D. João IV organiza uma cerimónia solene para agradecer a Nossa Senhora a reposição da independência. Na igreja de Nossa Senhora da Conceição


em Vila Viçosa, oferece-Lhe a coroa e proclama-A Padroeira e Rainha de Portugal. O ato alarga-se a todo o País, inclusive às parcelas ultramarinas, com celebrações e procissões populares nas ruas, inundadas de rezas e cânticos de júbilo. Nossa Senhora torna-se então Soberana de Portugal. Desde aquele dia, mais nenhum rei ou rainha usou a coroa na cabeça; esse direito ficou consignado apenas a Nossa Senhora. Nas sessões protocolares, a coroa passou a estar colocada em cima de uma almofada, ao lado do ocupante do trono. Para aumentar o significado da proclamação, D. João IV mandou cunhar, nesse mesmo ano de 1646, moedas de ouro e prata, tendo no reverso a imagem de Nossa Senhora da Conceição coroada de sete estrelas, aos lados o sol, um espelho, uma casa de ouro, a arca da aliança, um porto, uma fonte e a legenda ‘Tutelaris Regni’. Foi com duas dessas moedas em ouro que pagou o tributo anual, prometido ao Santuário de Nossa Senhora de Vila Viçosa. Os sucessores de D. João IV continuaram a homenagear Nossa Senhora. D. João V, em 1717, recomenda que todas as igrejas celebrem anualmente, com pompa e solenidade, a Festa da Imaculada Conceição. E D. João VI cria, em 6 de fevereiro de 1818, a Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa. Enfim, o preito a Nossa Senhora da Conceição é constituinte da matriz nacional. Eis a profunda justificação do feriado e festividade deste dia.

Do corpo: distintivo e pilar do humano O texto da autoria de José Gil (Com a IA “seremos mais simples e pequenos, pobres e felizes”), divulgado pelo jornal Público em 3 de dezembro, é de tanta acuidade e lucidez que nos ilumina e também assusta. O filósofo faz a radiografia dos argumentos tecidos a favor e em desfavor da inteligência artificial. Para ele é evidente que todas as tarefas agora executadas pelos humanos, se o seu desempenho for otimizado pelo emprego de tecnologias inteligentes, vão desaparecer. O mercado não abre mão desse ganho óbvio. Ora, isso acarreta o fim do antropocentrismo e do humanismo, do domínio do 'sujeito' humano sobre o 'objeto' composto pelos outros seres do mundo. E obriga a redefinir tais conceitos e a tirar as devidas ilações. Face a esta ameaça, os humanistas, que antes afirmavam o primado da racionalidade, tomam agora a afetividade como essência concessionária da


humanidade do indivíduo, ou seja, abjuram a definição clássica deste como ‘ser racional’, excludente dos aspetos inerentes à dimensão animal. Assim, os afetos, as emoções, os instintos e as paixões, de valia anteriormente apoucada ou suspeita, são hoje alçadas a bandeira contra a híper-racionalidade das máquinas e robôs. Portanto, o corpo e a animalidade nele ínsita vêem-se convocados para vir a terreiro e tentar salvar a visão que os tem depreciado em vários domínios, nomeadamente o da educação. José Gil aborda os argumentos dos apologistas da IA. Reconhece à máquina a capacidade de construir uma realidade paralela, quiçá mais perfeita, de produzir, replicar e superar os objetos e obras dos grandes autores conhecidos. Nenhum dos produtos do passado e do presente escaparia ao poder ‘criativo’ da IA. Só que este poder, por ser referenciado ao contexto dado e finito, conduz ao seu esgotamento, ao fecho da criação do novo e de singularidades; anula-se na repetição, isto é, na incapacidade de criar infinitamente, fora da determinação finita. As máquinas não potenciam e exponenciam a criação, ainda porque esta não assenta apenas na cognição, nem tampouco na unicidade. A arte apoia-se na singularidade e na aptidão do artista para combinar acasos e nexos, para se ligar a singularidades outras e, assim, dar vida ‘inorgânica’ à obra. E “é pelo corpo que a vida vem ao artista e que ele a recria na obra – o que a máquina inteligente não pode fazer”. Para as máquinas poderem ‘criar’, elaborar obras inovadoras dos caminhos andados e abrir vias inexistentes, imprevistas e revolucionárias da criação artística, não bastam as faculdades do entendimento ou razão, da sensibilidade, da imaginação e da simulação de emoções e expressões do rosto e de timbres da voz. A criatividade e a originalidade advêm da aptidão para exprimir singularidades. Para isso seria preciso que os algoritmos das máquinas tivessem um corpo como o dos humanos e não o têm. Afinal, o que diferencia o ente humano das máquinas superinteligentes não são a mente, a racionalidade e a inteligência; é o corpo e os seus heterónimos, dos quais sabemos tão pouco: o corpo biológico, filogenético, herdeiro e evolutivo da cadeia animal, o corpo de átomos, moléculas e partículas cósmicas, o corpo feito de plantas, o corpo colonizado e modelado pelas circunstâncias e colonizador e modelador delas, o corpo com espaço interior e exterior, o corpo propriocetivo, sensorial, intuitivo e plástico que se adapta, excede e transcende, modifica e revela nas atividades performativas, o corpo denso e extenso que transporta histórias, formas e memórias impossíveis de configurar no ADN do robô. Em suma, o que distingue e exalta a inteligência humana encontra-se adstrito à possibilidade do corpo se tornar outro, de estar em permanente devir animal, mineral, vegetal, morfológico, cultural, relacional. Este potencial subtrai-se à máquina; é único e pertença exclusiva do Ser Humano. O bailarino, o poeta, o músico, o pintor, o atleta etc. são diversidades e singularidades do corpo diverso, mutável e singular. Os gregos estavam devidamente avisados, quando nos definiram como seres ‘artísticos’, intimados a suplantar a inumanidade mediante a ‘artificialização’, no sentido dado por Fernando Pessoa ao termo: “É de meu natural ser artificial.” Esta conaturalização na arte é operada pelo corpo, pelos atos e gestos que executa, pelas palavras que profere, pelas expressões e reações que assume. Sim, ele é distintivo e pilar do humano. Urge elevar o exercício dessa função, para limitar o uso e obviar a vitória das máquinas sobre o poder inventivo dos humanos. Para impedir que elas estreitem o campo das experiências e vivências afetivas e cognitivas, das necessidades e desejos, ideias, inquietudes, pulsões e volições, nos reduzam ao teor das operações que concebem, e eliminem tudo quanto é predisponente à criação linguística e cultural. Sob pena de derivarmos para um modo de pensar, falar e sentir


igual ao delas, de nos desfazermos da complexidade e ficarmos “simples e pequenos, pobres e felizes”.


Lamentos do vento que passa O vento desta hora não traz o espírito e imaginário do Natal. Ao invés, transporta nuvens carregadas de dores e mágoas agudas e profundas, e de fétido cheiro a morte. O rugido da ventania é facilmente audível; porém não ecoa nos ouvidos empedernidos, o que nos obriga a nomear as agruras que nele vêm. Quanto mais frágeis são as criaturas, menor é o grau de dignidade que o olhar oficial e público lhes agrega; não são vistas como seres humanos dotados de importância. Ficam condenadas a esvair-se nas garras da indiferença. Os media estão cheios de imagens pungentes. Pessoas dilaceradas pela angústia e pela dúvida pedem que alguém lhes dê notícia de um ente querido; não sabem se está ferido ou preso algures. Outras tomam nos braços os cadáveres dos filhos, apertam-nos contra o peito e soltam gritos lancinantes. Ponhamo-nos no lugar delas. Na guerra não há vidas boas e más; todas contam ou deviam contar na nossa consciência dorida. É este mínimo que a vinda do Messias exige de nós, sob pena de nos tornarmos criaturas satânicas. Da gordura e da formosura Ao longo dos séculos, a gordura assumiu conotações positivas, associadas à fertilidade, prosperidade, criatividade, bonomia e santidade. Para rapazes gananciosos e incautos, em tempos de carestia, de míngua e fome, uma moça com formas avantajadas indiciava pertencer a família com posses materiais, além de ser tida como apta para a função da procriação. Equivalia a formosura e era merecedora de cotejamento! No Renascimento foram pintadas muitas Madonnas com traços de adiposidade. E no Budismo a figura do Mestre surge sempre rechonchuda. A desvalorização da gordura é, pois, pouco frequente no passado. A regra é o inverso, com duas exceções históricas: 1. No período gótico: por influência do cristianismo e na linha de continuidade das prescrições do estoicismo, o corpo (e o jogo!) é agente de atos pecaminosos. Por isso são promovidos jejuns e enaltecidos eremitas pálidos e mulheres emaciadas. 2. No romantismo: afirma-se uma conceção etérea da humanidade e propaga-se o gosto por criaturas esquálidas e poetas adoentados. A mudança de padrão tem início em 1907, quando Picasso pinta as esguias Demoiselles d’Avignon. O quadro inaugura a vinda da ‘estética do magro’, isto é, da beleza adstrita à magreza. O paradigma impõe-se pouco a pouco e recebe, na segunda metade do século XX, um forte impulso do racionalismo científico-tecnológico, apostado em transformar a natureza, tanto a extrínseca como a intrínseca. É desta fonte que brotam o ativismo e o intervencionismo no corpo, a vontade e a esquizofrenia de o modelar ao sabor das aspirações e exigências da moda. Hoje a sociedade da aparência e imagem consagra a mulher magricela como a Afrodite atual. A figura magra usufrui do estatuto de ícone e de peso ideal, em muitos casos irreal. Sobre a obesidade recai o veredicto de doença sinistra, com implicações para além do plano biológico; não espanta que seja perseguida pelo cultivo da saúde em conluio com as indústrias da dieta, da medicina plástica e outros interesses comerciais. Enfim, a depreciação da gordura e o enaltecimento da magreza são culturais, mutáveis e excecionais no trajeto civilizacional. Como será no futuro? Continuarão a ser modelos os morfotipos escanzelados e famélicos?! Da memória Sem ela não há consciência e inquietude de espécie alguma, muito menos política. As três estão em diálogo permanente. Lembro-me bem dos dias de bufarra e geada, de carambelo e sincelo e da falta de roupa e calçado, escassos de Natal e pão na mesa. Ninguém me contou; vi e vivi essa realidade. Ora, a escravatura, a humilhação, a injustiça, a opressão e a violência da míngua não se


evaporaram. Andam agora por aí meritocratas, filhos de famílias com brasão, herdeiros de fortunas, deslumbrados e viciados em ‘sucessoína’ que querem reeditá-las, não nas formas de outrora, mas numa versão mais subtil e não menos inumana. Será preciso nomear os vampiros?!

Sentido do Natal Por mais indignação que a realidade nos cause, as versões anteriores do mundo foram piores do que a atual. Ele está sempre em estado de nascimento e reforma; o que de bom e mau revela hoje é o resultado da vontade e ação, das contradições e opções dos nossos antecessores. Seremos traidores desse percurso e progresso, se renunciarmos à melhoria da situação que encontramos. O comprometimento com a causa de um mundo melhor não é utopia de alguns; é uma obrigação indeclinável para todos. Sinais dos tempos Adão e Eva viviam no paraíso e num jogo de sedução permanente. Conforme o preceito divino, a prole multiplicava-se risonhamente. Mas um dia o cenário alterou-se radicalmente. A culpa não foi da maçã; foi da serpente, que atraiu Adão com uma bola. A partir daquele momento, ele deixou de correr atrás da Eva. E esta, despeitada, acabou por inventar a ideologia do género. Paulatinamente outras evoluções afins viram a luz do nascimento. O auge do progresso aconteceu neste ano de 2023: um marmanjo, ou coisa parecida, venceu o concurso de Miss Portugal; e, perante o espanto geral, uma moça da Nicarágua ganhou o título de Miss Universo, havendo rapazes deveras lindos inscritos no certame! O que mais virá em 2024? Quem viver verá!

Autodestruição O cristianismo é a religião oficial ou oficiosa do Ocidente. Porém este, no ano que agora finda, não se cansou de afrontar os axiomas daquele. Pode contrapor-se que os demais quadrantes culturais, religiosos e políticos não agem melhor. Isso não abranda a minha inquietude: revejo-me no credo cristão e tomo por sérios os seus princípios. As evidências testemunham que o Ocidente venera dois deuses opostos: a um invocao publicamente, quando lhe dá jeito; ao outro segue-o em tudo que lhe traz proveito. Ora isto não se afigura decente, nem leva a bom fim: ao negar o Deus invocado e constituinte da sua matriz, o Ocidente destrói-se a si mesmo.


COLUNA DO PRIMO

Por Prof. Ozinil Martins de Souza

Escola Superior de Cerveja e Malte e Faculdade Épica Brusque, Santa Catarina, Brasil Profissional de experiências diferentes e com vivência profunda nas áreas de Gestão de Pessoas e Educação. Movido a desafios e resultados tenho trabalhado em empresas que me ofereceram as condições para que a motivação me levasse a superar limites. Durante período de 7 anos trabalhei como consultor de empresas onde adquiri vivência em ramos diferentes de negócio, do comércio ao industrial. Em 2003 comecei a trabalhar como professor universitário vindo a exercer cargos de gestão como diretor de faculdade, próreitor de ensino presencial e reitor do Grupo Uniasselvi. Atualmente o desafio está no cargo que ocupo como Secretário de Educação de Indaial. Também executei trabalho em Cuba, onde atuei na implantação da área de Gestão de Pessoas na fábrica Brascuba Cigarrillos, subsidiária da Souza Cruz.


O Brasil está preparado para o envelhecimento de sua população? Os questionamentos são inúmeros e o que vemos é uma profunda inércia do governo Quem exerce cargos eletivos em um país, em qualquer de seus níveis, tem a obrigação, independente da área em que é formado, de preocupar-se com o planejamento deste país. Administrar o dia-a-dia e projetar o futuro! Ao mesmo tempo em que se organiza e gerencia o presente, há que se preocupar com o futuro distante. Isto vale para políticos e para pessoas comuns. Claro que, quanto mais preparadas e educadas as pessoas, mais fácil fica este trabalho. Só como exemplo, atualíssimo, de descaso com o planejamento público, é o que está acontecendo em Maceió e a mina de sal gema da Braskem; bairros inteiros desocupados, moradores desalojados e risco de colapso iminente da mina com prejuízos incalculáveis para toda uma cidade e a mina está autorizada a funcionar desde 1976 e, sempre, debaixo de controvérsias. Onde estava o Estado em todo este tempo? Vale recordar os desastres ambientais de Mariana e Brumadinho que ainda estão vivos na memória do povo brasileiro e mostram, insistentemente, o descaso com que é tratado o planejamento no Brasil. Daí a pergunta que intitula esta coluna: O Brasil está preparado para o envelhecimento de sua população? Os dados que começam a ser divulgados resultantes do censo demográfico realizado em 2022 mostram que a população brasileira envelhece em ritmo acelerado com todas as consequências que podemos imaginar. A idade média da população que em 2010 era de 29 anos passou para 35 anos em 2022; isto nos faz pensar que o decantado país do futuro já chegou ao presente e projeta um futuro amargo para os brasileiros. Em 2050 o IBGE projeta um percentual de 29% da população na faixa de idosos com a perspectiva de vida em 2030 atingindo 78 anos. Este quadro exige, no momento atual, uma série de medidas que venham a garantir a qualidade de vida dos brasileiros no futuro. Aproveitar o bônus demográfico para fazer a poupança que garantirá o futuro parece utopia aos que gerem o Estado. Como se comportará o sistema de aposentadorias? E a saúde pública terá condições de atender as necessidades da população? Como será o treinamento das pessoas idosas para permanecerem por mais tempo no mercado de trabalho? Como funcionará o sistema para atender as necessidades de adequação à Inteligência Artificial? Enfim, os questionamentos são inúmeros e o que vemos é uma profunda inércia do governo que se limita a apagar incêndios e não dedica atenção ao planejamento estratégico que deveria ser uma de suas prioridades. Se dermos a este imenso problema o mesmo tratamento que o país dá à Educação, estaremos caminhando para o caos. O recente resultado do Exame de Piza em que, “orgulhosamente”, nos colocamos entre os 20 piores países do mundo em um elenco de 81 países, em que 7 de cada 10 crianças não sabem fazer as operações básicas de matemática e, que a maioria teve dificuldades para interpretar textos mostra que a classe política está criando um imenso país periférico e condenado à pobreza apesar de suas imensas riquezas materiais.


Hora de sair do discurso e agir para transformar o país em influente “player” no conjunto das nações que governam o mundo.

Pisa não é só um exame; é uma denúncia! Q u a i s s ã o o s r e fl e x o s d a f a l t a d e f o r m a ç ã o b á s i c a d e q u a l i d a d e ? Divulgados os resultados do Exame de Pisa, ano base 2022, a surpresa foi à queda do nível de ensino em países ocidentais; a tendência de domínio dos países asiáticos se mantem e acentua. Se, é nesta hora que se semeia o futuro, a colheita do ocidente parece não prognosticar nada de bom. No dia 06.12.2023 começou o novo regime de identificação de pessoas no Brasil. A carteira de identidade passou a ser universal, isto é, uma única carteira para todos os Estados e, tendo como base o número do CPF. Imaginem quanto tempo foi necessário para que o governo federal tomasse a decisão de unificar o documento diminuindo, consideravelmente, a possibilidade de fraudes e tirando o doce das mãos dos estelionatários. Em recente entrevista do Sr. Sidney Oliveira, leia-se rede de farmácias Ultra Farma recebi surpreso, a informação de que receitas médicas só tem validade em seu Estado de origem. Outra informação fornecida foi de que começou a trabalhar com 9 anos como lavador de utensílios em uma farmácia de manipulação de onde vem sua opção por seguir neste segmento da economia e, a afirmação de que o “brasileiro toma impostos” tal a carga tributária dos Estados sobre os remédios. Mas, qual a correlação entre estas informações e o Exame de Pisa? Vamos aos dados de Pisa; Em matemática o Brasil atingiu 379 pontos, isto é, 93 pontos abaixo da média dos países da OCDE; em leitura a pontuação foi de 410 pontos ficando 66 pontos abaixo da média e em ciências foram obtidos 403 pontos sendo 82 pontos abaixo da média. Os países que puxaram esta pontuação foram, por ordem de classificação, Singapura, Japão, Coreia do Sul, Estônia e Suíça, para ficar nos cinco primeiros, o que mostra a tendência de mudança do eixo econômico para o continente asiático. O Brasil, entre 81 países ocupou a “honrosa” 64ª posição. Entre 2010 e 2013 os índices de desistência do ensino superior indicavam uma perda de 52,26% dos estudantes no ensino superior presencial e 66,6% no ensino superior à distância. Interessante são os cursos que apresentavam as maiores desistências: Engenharia Mecânica e Sistemas de Informações. Isto significa dizer quando maior a necessidade da presença da formação básica a deficiência fica mais escancarada. Em dados computados no período de 2017 a 2021 o Instituto SEMESP aponta para um índice de desistência ao redor de 55% dos estudantes que não completam o curso superior. Isto significa dizer um desperdício de dinheiro, tempo, material com o consequente comprometimento do futuro.


A conclusão que se chega, sem grandes aprofundamentos, é a de que: os reflexos da falta de formação básica de qualidade, refletirá em todos os indicadores sociais do país, desde o aumento da violência até os problemas crônicos da saúde. Continuaremos a ser um país em que os problemas simples, como a carteira de identidade e o receituário médico, se ombrearão com o problema complexo do crime organizado por omissão ou interesse dos poderes constituídos e, fundamentalmente, pela pouca ou nenhuma perspectiva de futuro para os jovens.

A produção em série de analfabetos funcionais! “A centopeia vivia bem feliz com suas cento e tantas pernas. Até o dia em que o sapo, de brincadeira, perguntou-lhe que perna ela movia primeiro quando começava a andar. Desde então ela está parada no mesmo lugar, tentando descobrir a resposta.” Autor desconhecido. A frase acima é uma provocação ao modelo de ensino que é praticado no país. Ultrapassado, baseado na memorização, repetitivo, não exige a busca pela criatividade, com professores parados no tempo e sem entender a evolução pela qual passa o mundo e, mais especificamente, o mercado de trabalho. Enquanto os resultados da Educação, comparados a outros países, só piora, as consequências serão sentidas com o tempo e prenuncia um futuro complicado. Se hoje, muita gente depende de Bolsa Família, este número tenderá a crescer pela inaptidão dos futuros trabalhadores às necessidades que se prenunciam. A Educação tem como papel primordial o de ensinar os jovens a pensar. Necessário que os governantes entendam que estamos preparando os jovens para viver em uma sociedade totalmente diferente da industrial. Nova realidade, novo jeito de agir; problemas, que nem sequer imaginamos, terão que ser solucionados pelos jovens que estão sendo educados agora por modelos educacionais, totalmente, ultrapassados, que cortam asas e não impulsionam o voo. As novas modalidades de trabalho irão exigir habilidades e competências que as escolas não ensinam. A Educação deveria estar preparada para ensinar as pessoas a analisar problemas, tomar decisões, conviver com os diferentes, trabalhar em equipe, desenvolver suas próprias habilidades e pensar de forma crítica. Também é importante preparar as pessoas para trabalhar em projetos temporários, em atividades sazonais, em atividades parciais, enfim, tudo que a lei trabalhista brasileira impede por entender que assim protege os trabalhadores quando, na realidade, os impede de conseguir o seu sustento e transforma-os em dependentes das benesses do Estado. Lembro-me de um semestre em que trabalhei com os universitários as quinze grandes mudanças que ocorrerão no século XXI, baseado no livro “Revolucionando o


Aprendizado” de Gordon Dreyder e Jeanette Vos e, o ponto mais polêmico, foi quando se abordou a capacidade decrescente do poder de gerar empregos da indústria e da não capacidade de absorção do contingente de pessoas disponíveis por não estarem habilitadas para as necessidades exigidas. Os autores inclusive abordam o surgimento de uma sub-raça, fruto do baixo nível de escolaridade, gravidez precoce e perda de identidade familiar. Parece ser o quadro que estamos vivenciando atualmente no Brasil e em outros países que ao procurar legislar em proteção dos trabalhadores, acabam por penalizá-los mantendo-os sem as competências e habilidades que o mercado exige. O mundo carece de pessoas que façam a diferença e, pela precariedade da Educação praticada no país, é possível antever o desperdício de talentos que poderiam fazer a diferença, mas que acabam em filas das bolsas de auxílio. Infelizmente esta é a realidade que o país está construindo!

O QUE HÁ PARA LER






RECORTES DA IMPRENSA MARANHENSE






























MANÉ GARRINCHA COM A CAMISA DO BACABAL - MA ************************************************* Foto da passagem do ponta bicampeão mundial com a seleção brasileira, Mané Garrincha, atuando pelo Bacabal Esporte Clube, no Estádio Merecão. A data da foto é de Novembro de 1969, quando Garrincha, já no final da carreira, atuava por algumas equipes Brasil afora, a nível de exibição. Sobre a passagem do craque pelo BEC, que veio por intermédio do falecido desportista Antônio Bento (ex-presidente do Sampaio Corrêa), uma curiosidade: antes da partida, contra a seleção bacabalense, os organizadores do evento foram buscar Garrincha no hotel, mas, para espanto, o craque havia sumido. O encontraram algumas horas depois. Garrincha pegou uma gaiola e se meteu no mato, atrás de passarinho, uma das suas maiores diversões quando ainda era garoto, no Rio de Janeiro. Créditos:Kalako Dário Miguel










ACONTECEU


Paralimpíadas Escolares. Maranhão conquista mais 4 medalhas na quarta-feira no atletismo 2 ouros e 2 bronzes.


Joaquim Haickel Tenho lido algumas postagens condenando o presidente do Sampaio Correa, Sergio Frota, pelo rebaixamento do time para a Série C do Campeonato Brasileiro de Futebol, mas sei que ninguém, mais do que ele, lutou e trabalhou pelo sucesso de nosso clube. Erros são cometidos, e isso acontece com todos, mas não podemos nos esquecer dos acertos e das vitórias que o Sampaio conquistou nos últimos anos sob o comando de Sergio! Se alguém está achando ruim com ele agora, posso garantir que sem ele, estaríamos muito pior. Eu apoio Sergio Frota. Sei de seu temperamento difícil, mas disso todos sabem, e é nesse temperamento que devemos nos respaldar para voltarmos a série B e continuarmos em busca de alcançarmos a série A.


Festival de Ginástica e Dança em Hortolândia (SP) Parabéns a todos….em especial a profa Lilian Sante Maria


OS FALSOS PROFETAS DO FUTEBOL 

JOÃO BATISTA FREIRE, RAFAEL CASTELLANI Entre para nossa lista e receba conteúdos exclusivos e com prioridade Grande parte dos debates sobre o futebol, estejam eles nos bares, nos lares ou nos programas esportivos, pautam-se pelos palpites sobre os resultados de jogos e campeonatos. É justamente o prazer em discutir esse assunto e tentar prever os resultados das partidas ou desempenho dos jogadores que faz com que “games” como o Cartola ou o “mundo das apostas” conquistem tantos adeptos! Somos, o tempo todo, instigados a prever aquilo que há de mais imprevisível no futebol: o próprio jogo! E isso, de fato, nos fascina. Nesse contexto, surgem, além de milhares de apostadores ou “cartoleiros”, incontáveis “profetas”, sobretudo na mídia esportiva, que se aproveitam da visibilidade e audiência que esse debate gera, para opinar sobre quem será o vencedor de uma partida ou campeão de uma competição. No entanto, o maior erro dos falsos profetas é basearem-se na previsibilidade e não na imprevisibilidade. O Botafogo será campeão, sem dúvida!, todos apontavam. E agora, com o time carioca minguando, vendo perder toda a diferença de pontos que possuía rodadas atrás em relação aos adversários, o que dizer para desdizer? Ainda que não possam ser considerados “falsos profetas”, os estatísticos também se aventuram, mesmo que fundamentados no conhecimento científico produzido pelas ciências exatas, a prever quem serão os campeões das competições esportivas. Há 5 semanas atrás, dia 03 de setembro, especificamente, o jornal O Globo, publicou reportagem[1] com a seguinte manchete: “Bola de Cristal: Botafogo cai pra 86% de chance de ser campeão, e Vasco tem quase 70% de probabilidade de cair; veja números”. Mas aí está o “calcanhar de aquiles” destas previsões: as ciências exatas, sozinhas, não dão conta de prever os resultados do jogo de futebol, porque ele é, acima de tudo, jogo. E como jogo, é imprevisível! Se as ciências exatas não dão conta de prever os resultados dos jogos, o que dirá pessoas que sequer do conhecimento científico se apropriam para emitir suas opiniões, certo? O que há de mais imprevisível que o jogo lúdico? Ainda mais quando se joga no território das paixões, caso do futebol. A saída de um técnico pode desandar a maionese, assim como uma contusão, uma expulsão, uma rusga no vestiário, uma desavença com o técnico, uma vaia da torcida, uma precipitação dos dirigentes, ou a falta de preparo emocional. Treze pontos no meio de um campeonato nada garantem e recomendam cautela antes de trombetear o eleito. Faltam seis rodadas e o Botafogo pode ser campeão sim, assim como o Grêmio pode passar-lhe a frente, ou o Flamengo, ou o Palmeiras, ou, quem sabe, o Bragantino. Quase tudo pode ser. Podemos profetizar, por exemplo, que o América não será campeão, mas aí é covardia, pois se trata de uma possibilidade inexistente. A cada rodada há um desfile de profecias sobre resultados. Os que acertam falam grosso do alto de sua sapiência. Os que erram fazem de conta que nada disseram. Certos estão os que consideram tratar-se o futebol de um jogo onde reina o imprevisível e não as previsões claras. Tudo, ou quase tudo, é possível e essa é a graça do jogo. Se soubéssemos, antecipadamente, os resultados ou quem seria o próximo campeão, que graça teria o jogo de futebol? No fim, parte da graça acaba sendo mesmo os palpites tortos dos falsos profetas. https://oglobo.globo.com/esportes/noticia/2023/09/03/bola-de-cristal-botafogo-cai-pra-86percent-dechance-de-ser-campeao-e-vasco-tem-quase-70percent-de-probabilidade-de-cair-veja-numeros.ghtml [1]


PARALIMPÍADAS ESCOLARES 2023 RESULTADO DOS JOGOS POR MODALIDADE:

•Atletismo: 1- Maria Luiza Magalhaes Pires OURO- lançamento do disco OURO- lançamento do Dardo OURO - Arremesso do Peso 2 - Gyovanna Loranny Araujo OURO- 75 metros OURO- 250 metros BRONZE- Salto em Distância 3- Carolaine Oliveira Nogueira OURO- 100 metros OURO- Salto em Distância 4- Marlon Silva B. Lustosa PRATA- Arremesso de peso 6- Antônio Carlos Moraes Carvalho BRONZE- 100 metros 7- Daniel de Oliveira BRONZE- 75 metros •TÊNIS DE MESA 8- João Vitor Carvalho Martins OURO- Individual BRONZE- Dupla PARABADMINTON 1- Melissa Vitória Silva Lopes OURO- Individual BRONZE- Mista BOCHA BRONZE- Gabriel Santos Amorim BRONZE- Maira Vitória Santos Lemos BRONZE- Pamela Rakelly Ribeiro da Silva Total de medalhas: OURO: 09 PRATA: 01 BRONZE: 08 TOTAL: 18




FREI EPIFÂNIO DA BADIA: CONSTRUTOR DE OBRAS... E BOM DE BOLA EDMILSON SANCHES


Fotos: Frei Epifânio, de batina, jogador do Nacional Futebol Clube, de Imperatriz, em 1960. E com a seleção de futebol de Montes Altos e a equipe do Formiga Futebol Clube. ----- “Quero ficar em Imperatriz” Com essas quatro palavras Frei Epifânio Taioli, o Frei Epifânio da Badia, respondeu a uma oferta para ir para uma cidade que pudesse oferecer melhor assistência médica, inclusive cirúrgica, em meados de 1983. Mas, como quem prefere não se afastar da cidade amada, Frei Epifânio deu seu último suspiro em Imperatriz há 40 anos, às 18h30 de 8 de fevereiro de 1983. Como testemunhou por escrito o Frei Elias Baldelli, Frei Epifânio, no começo daquele mês, foi acometido “por incômodo intestinal persistente” e “foi cuidadosamente atendido e internado no vizinho Hospital Santa Maria” (situado a poucos metros da Igreja São Francisco, a menos de um quarteirão de onde eu morava). A certidão de óbito registrou: “a) parada cardíaca pós-operatória; b) apendicite supurada, com peritonite; c) aterosclerose coronária”. Tinha 66 anos. Os registros dizem que, com o anúncio da morte de Frei Epifânio, “Imperatriz parou”. O Poder Executivo decretou luto oficial e feriado em 9 de fevereiro, dia em que se faria o sepultamento, no Cemitério Campo da Saudade. Para o velório e enterro vieram pessoas de diversas cidades, pessoas que se juntaram à população imperatrizense no adeus ao Frei realizador do novo, como a prática apaixonada e tecnicamente talentosa de futebol e a construção de igrejas, capelas e outras obras até hoje existentes em Imperatriz. O “Atleta de Cristo”, se era pequeno na estatura física, era enorme como realizador da obra de Deus e construtor de obras dos homens. O FILHO DE BADIA


Quando nasceu para o mundo, sua família deu-lhe o nome de TAIOLI GIUSEPPE GINO. Quando renasceu para Deus, ele escolheu o nome FREI EPIFÂNIO TAIOLI, abreviado como nome religioso para FREI EPIFÂNIO, ao qual foi incorporado, como tradição, o primeiro nome da cidade italiana em que nasceu -Badia Calavena, da província de Verona. Assim ficou conhecido o religioso bom de obras, bom de Bíblia, bom de bola: FREI EPIFÂNIO DA BADIA, nome oficial do Estádio Municipal de Imperatriz, conforme eleito pelos torcedores e de acordo com a lei cujo projeto foi de autoria do jornalista Edmilson Sanches, quando vereador, em maio de 2010. Ao ato na Câmara Municipal compareceram religiosos da Ordem franciscana. Frei Epifânio nasceu no dia 15 de dezembro de 1916, quando o mundo estava no meio da 1ª Guerra Mundial. Seus pais eram Dª Maria Consolaro e o Sr. Taioli Giuseppe. Com 25 anos, em 25 de julho de 1942, foi ordenado sacerdote. Escolheu “Epifânio” como nome religioso em homenagem a Santo Epifânio, que nasceu na Palestina em cerca de 310 e faleceu no ano 403, em naufrágio perto de Salamina, à época cidade-estado grega onde era bispo, na ilha de Chipre. “Epifânio” é nome formado dos termos gregos “epí”, que significa “a mais” ou “somado a”, e “phaíno”, que significa “brilhar”, “tornar visível”, “mostrar”, “revelar”. Daí vem a palavra “epifania”, que é, na Igreja Católica, a manifestação da potência de Deus, a aparição de Jesus Cristo. Desde o princípio, Frei Epifânio queria ser missionário, atividade associada ao sacerdócio, pois, como ele próprio declarou, queria ter à sua disposição “todos os meios possíveis para a salvação das almas”. Chegou ao Brasil em 27 de novembro de 1947, prestes a completar 31 anos. A intensa participação de Frei Epifânio nas comunidades não conflitava com os rígidos princípios que ele mantinha. Após chegar ao Brasil foi para o estado do Ceará, onde permaneceu pouco tempo. A partir daí, deu início à sua odisseia religiosa, comunitária e construtiva em solo maranhense. Começou no município de Barra do Corda, na Missão de Alto Alegre. Após alguns anos, foi para a prelazia de Grajaú. A seguir, em 1953, nomeado pároco de Porto Franco e Imperatriz. Três anos depois, em 18 de novembro de 1956, é nomeado pároco exclusivamente de Imperatriz -- e, como diz a expressão popular, daqui não saiu nem morto. “Fiat voluntas tua”. Foi feita a vontade dele. OBRAS – Além de edificar um grande número de pessoas para a Fé, Frei Epifânio foi quem construiu ou deu início à construção do maior número de igrejas e capelas em Imperatriz, bem como idealizou e construiu o Centro de Treinamento Anajás, no bairro Bom Jesus. Entre outras obras suas, registrem-se: o ginásio e a Igreja de São Francisco (centro de Imperatriz), a Igreja de Nossa Senhora de Fátima (centro), a Igreja do Menino Jesus de Praga (bairro Vila Nova) e a capela Nossa Senhora Aparecida (no Cemitério Campo da Saudade, bairro Santa Inês) e a Igreja Nossa Senhora Aparecida (Entroncamento). NA ACADEMIA – Após uma vida de serviços à causa de deus e dos homens em Imperatriz e região, Frei Epifânio da Badia chegou aos bancos acadêmicos -- não como professor, que ele poderia ser, mas como objeto de estudo, de pesquisa e reflexão. Tema de trabalho universitário no Curso de Teologia da Faculdade de Educação Santa Teresinha (FEST). E chegou pelas mãos e mente de alguém que aprendeu a gostar de Frei Epifânio a partir das arquibancadas, vendo o notável religioso jogar -- jogar bem... e bem-vestido (de batina). Era o menino Jackson Pereira Silveira, que, encantado com o frei e o futebol, anos depois tornou-se o melhor árbitro desse esporte em Imperatriz e redondezas, com destaque também jogos de competições nacionais. O trabalho de conclusão de curso intitula-se “O FUTEBOL COMO INSTRUMENTO DE EVANGELIZAÇÃO: O EXEMPLO DE FREI EPIFÂNIO EM IMPERATRIZ” e é o primeiro a reunir um vasto número de documentos e informações inéditas, muitas delas utilizadas neste texto. Jackson da Silveira, de grande ativismo religioso na Igreja Católica imperatrizense, está sendo “cobrado” e incentivado por amigos seus e admiradores de Frei Epifânio para publicar seu trabalho em forma de livro o mais breve possível. Será uma apreciada contribuição à vida do frei, à causa da Igreja e às “coisas” do Esporte. ETERNO - Frei Epifânio está eternamente na cidade, como eterna serão suas obras ou, pelo menos, a lembrança delas e, sobretudo, a lembrança dele. Mais sobre Frei Epifânio no texto a seguir. (EDMILSON SANCHES)


ESTÁDIO TEM NOME OFICIAL DE FREI EPIFÂNIO DA BADIA Abaixo, a íntegra do projeto de lei que oficializou o nome da principal praça de esportes do município maranhense de Imperatriz. A seguir, a “justificativa” do projeto, onde o autor, Edmilson Sanches, mostra as razões para o ato oficial. PROJETO DE LEI -----------------DISPÕE SOBRE O NOME OFICIAL DE PRAÇA ESPORTIVA E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. Art. 1º - Fica denominado oficialmente “ESTÁDIO MUNICIPAL FREI EPIFÂNIO DA BADIA” o campo de futebol, com suas instalações, arquibancadas e demais obras de construção civil, situado no Centro de Imperatriz, no quarteirão formado pelas ruas Coriolano Milhomem, “Y”, Rui Barbosa e Gonçalves Dias. Parágrafo único - Para efeitos históricos, ficam registradas as antonomásias de origem popular “Gigante da Mané Garrincha” e “Colosso do Frei” como denominações sinônimas, qualificativas e laudatórias. Art. 2º - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. SALA DAS SESSÕES DO PALÁCIO DORGIVAL PINHEIRO DE SOUSA, EM IMPERATRIZ, ESTADO DO MARANHÃO, AOS 06 DIAS DO MÊS DE MAIO DE 2010. (EDMILSON SANCHES – Vereador) JUSTIFICATIVA O nome do campo de futebol municipal, com suas instalações, arquibancadas e outras obras civis, não foi oficializado até hoje. Pesquisa feita pela Secretaria Executiva da Câmara Municipal de Imperatriz, a pedido do vereador signatário, confirma que desde a década de 1960, a partir da qual existem em arquivo as leis municipais, não se registra nenhuma lei que trate da matéria. Ressalte-se que o projeto de lei que agora se apresenta não mudará o nome da pessoa homenageada (diga-se e reforce-se: homenageada com justiça, pelo pioneirismo de Frei Epifânio e por seu amor ao futebol como esporte como técnica, como tática, como arte, como prática). A presente proposição apenas oficializará qual das designações será adotada em Lei: “Estádio Municipal Frei Epifânio da Badia” ou “Estádio Municipal Frei Epifânio”. Pela lei, quem oficializa nome em ruas, praças e prédios públicos é o Poder Legislativo, a Câmara. E como a Câmara, em tese, representa o Povo, nada como perguntar à população sobre algo que se relaciona com o esporte de mais paixão do povo brasileiro – o futebol. Para sugestão do nome oficial, foi feita votação entre torcedores, jornalistas desportivos, atletas e dirigentes de clubes, além de populares nas ruas de Imperatriz. Foram visitados programas de rádio sobre esporte e assuntos comunitários, com participação ao vivo de torcedores, populares, jornalistas e dirigentes esportivos. Destes, inclusive, a recomendação ou reforço para que fossem consultados, no Estádio, os torcedores, o que foi feito na tarde-noite do dia 1º de maio de 2010, quando pela primeira vez, após a inauguração das novas instalações, jogaram os clubes profissionais do município JV Lideral e Imperatriz. Assessores da Câmara, colaboradores e o vereador signatário, todos pagantes dos ingressos, distribuíram folheto explicativo sobre a pesquisa e recolheram a sugestão daqueles que se dispuseram a participar. O resultado foi apurado na manhã de quinta-feira, dia 06/05/2010, na Câmara Municipal, em contagem aberta e transparente. O homenageado, Frei Epifânio da Badia, nasceu em 15 de dezembro de 1916 em uma pequena cidade italiana de menos de 2.500 habitantes. Essa cidade se chama Badia Calavena. É daqui que veio o nome religioso do frade desportista: Frei Epifânio da Badia (não é “Abadia” nem “da Abadia” nem “d’Abadia”). E qual o porquê do nome? Desde antigamente, as pessoas que se devotam ao mundo religioso escolhem ou têm seu próprio nome religioso. É como se “morressem” para o mundo material, secular, e “renascessem” para um novo mundo, o espiritual, com novo nome. Geralmente esse nome faz referência ao nome da cidade


onde a pessoa nasceu. Cite-se, por exemplo, São Francisco de Assis, da cidade de Assis, Itália, cujo nome verdadeiro, oficial, era Giovanni di Pietro di Bernardone. Assim também é com Cristo, chamado “Jesus de Nazaré”, pois o Filho de Deus procedia da cidade de Nazaré, em Israel. Maria Madalena, filha da cidade de Magdala (Israel). Paulo de Tarso, o apóstolo, era filho de Tarso, na Turquia. Santa Teresa d’Ávila, padroeira de Imperatriz, era filha de Ávila, cidade da Espanha. E mais uma: Madalena de Canossa, que dá nome a uma escola de Imperatriz, era uma rica princesa italiana, da cidade de Canossa, que abandonou tudo para se dedicar aos pobres. Com 22 anos Frei Epifânio foi ordenado sacerdote. Veio para o Brasil cinco anos depois, em 1947. Veio para Imperatriz em 10 de outubro de 1952. Aqui morreu trinta anos depois, em 1982. Frei Epifânio gostava de futebol e o praticava. Era conhecedor de técnicas e táticas. Jogou de batina até conseguir autorização da Igreja para jogar de calção. Foi um frei que prestou muitos serviços para o município de Imperatriz: foi responsável por duas grandes paróquias (São Francisco e Fátima), dirigiu e construiu igrejas, organizou clubes de futebol e, entre outras atividades e realizações, dirigiu o Ginásio Bernardo Sayão. (EDMILSON SANCHES – Vereador)



Destaque na Espanha, goleira brasileira de futsal morre aos 26 anos

Imagem da notícia© Lance! Media Group A goleira de futsal Jhennifer Oliveira Camargo morreu, na última sexta-feira (15), aos 26 anos de idade, devido a um tumor no cérebro. A brasileira atuava no Rodiles, da Espanha. Em 2018, ela foi indicada ao prêmio de melhor do mundo na sua posição, terminando como a quarta mais votada. Nasida no Paraná, Jhenni despontou para o cenário do futsal brasileiro em 2016, quando chegou à equipe sub-17 do São José. Em 2019, subiu para o elenco principal e foi campeã A brasileira foi contratada pelo Rodiles em 2020. Recentemente, ela teve o contrato renovado pelo clube, mesmo já ciente do diagnóstico de câncer. O time espanhol suspendeu os jogos deste final de semana em luto pelo falecimento da goleira. - Hoje é um dia triste para a família Rodiles e para o futsal. Infelizmente, temos que informar que, após um ano de luta, Jhennifer Oliveira faleceu. Nossa jogadora, goleira, companheira, amiga, família e agora nossa luz. Chegou ao nosso clube em 2020, com um futuro promissor. Trabalhadora, lutadora, companheira e de uma felicidade contagiante. Nós te amamos e sentiremos muito sua falta. Sua memória estará sempre viva entre nós. Todas as partidas que o clube iria disputar neste fim de semana estão suspensas. Descanse em paz, Jhenni - escreveu o perfil do clube nas redes sociais.

ATLETA DE AÇAIL NDIA É DESTAQUE EM TRÊS PARTIDAS E SAIU DO CAMPEONATO MARANHENSE COMO MELHOR PONTEIRA E


ATLETA MAIS VALIOSA DA COMPETIÇÃO E É CONVOCADA PARA A SELEÇÃO MARANHENSE Publicado em 20/12/2023 às 19:17 Por: Isisnaldo Lopes

Ana Clara é da cidade de Açailândia e com apenas 13 anos foi destaque no Campeonato Maranhense que foi realizado na capital São Luís do dia 13 a 17 deste mês. O colégio Upaon-açu recebeu atletas de várias cidades do estado e disponibilizou duas quadras para a prática esportiva. A jogadora de corpo franzino foi o grande destaque da competição, pois estava jogando em duas categorias: Sub 15 e sub 17 e nas duas saiu das partidas como destaque pela sua desenvoltura finalizando a jogada com ponto para a equipe HB Sports. Com menos de dois anos praticando vôlei, Ana Clara iniciou jogando na escola municipal Jurgleide Sampaio. A técnica Elizangela observando a sua desenvoltura, a convidou para receber uma bolsa de estudos na Escola Cristã Ebenézer, e defender a escola nas competições. A família aceitou e hoje tendo como técnico o Professor Márcio Coelho ela vem sendo admirada por todos que a vêem jogar.

A garota prodígio saiu da capital maranhense recebendo elogios de técnicos, pais, amigas, colegas e admiradores, pois em todos as partidas que ela participava deixava a sua marca. Em um único dia, jogando nas duas categorias, sua equipe saiu com 4 vitórias, feito que rendeu a ela até o final de I campeonato maranhense os seguintes títulos: Jogadora destaque por 3 vezes, melhor ponteira do sub15, melhor ponteira do sub 17 e MVP - Jogadora Mais Valiosa da Competição. E para fechar com chave de ouro, Ana Clara, que é filha do casal de publicitários Ronaldo Silva e Marly Alves, foi convocada na manhã desta terça-feira para fazer parte da Seleção Maranhense de Vôlei para defender o estado nas competições pelo Brasil. Vale ressaltar que Ana Clara é convocada pela segunda vez, pois já compôs a equipe em jogos realizados no início do ano em Saquarema - RJ, no centro de treinamento da Seleção Brasileira de Vôlei.


A açailandense que atualmente joga pelo time da Escola Cristã Ebenézer, foi convocada para Seleção Maranhense de Vôlei. A adolescente, está sendo convocada pela segunda vez, pois, esteve na seleção jogos realizados no início do ano em Saquarema – RJ, no centro de treinamento da Seleção Brasileira de Vôlei. Com 1.79 de altura e apenas 13 anos de idade, Jayline Farias Ramalho é filha de Mercia Ramalho e Jaílson Farias. Jayline, foi destaque como melhor central, ficando em primeiro lugar no Campeonato Maranhense, realizado na capital São Luís, nos dias 13 a 17/12. Em conversa com a mãe da jovem, ela disse que a filha, já batalhou e treinou muito para isso se tornar realidade. A família, amigos, como também o seu técnico, Márcio Coelho, está muito feliz por essa convocação para a seleção porque significa que todo o esforço e dedicação em cada treino estão valendo a pena e com certeza ela vai continuar se dedicando muito para quem sabe, um dia representar o Brasil na Seleção Brasileira de Vôlei.


História do Sampaio Corrêa em cordel

Para homenagear as recentes campanhas vitoriosas do Sampaio Corrêa e resgatar a história do clube, fundado em 25 de março de 1923, publiquei o Bolívia Querida, a história do Sampaio Corrêa em versos de cordel. Agradeço a colaboração do amigo Ronald, ilustrador de primeira que produziu o desenho do mascote especialmente para a capa desta publicação, e ao parceiro Filipe Aquino, que de bom grado fez diversas sugestões, inclusive fornecendo o título do livro.


UM PAÍS QUE TRATA MAL O DESPORTO! TESTEMUNHO DE ANDREIA TEIXEIRA. "São 6:15 de um sábado e o Rafael tal como muitos Rafaeis deste país vai sair para mais um treino. O Rafael tal como muitos Rafaeis deste país é atleta federado, treina 8 vezes por semana, 3 desses treinos ocorrem a horas que grande parte do nosso país ainda dorme. O Rafael este ano mudou de escola, o Rafael não tem nenhum estatuto especial de atleta, atribuído apenas a atletas de alto rendimento ou aos que representam a Selecção Nacional. Na escola para onde o Rafael mudou foi entregue uma declaração do clube onde treina muito antes de os horários sairem ou se quer estarem feitos. Não foi pedido nada, apenas sensibilidade e bom senso e caso existisse um horário adequado à sua prática desportiva federada que tivessem o cuidado de o colocar nesse horário. O Rafael foi colocado num horário que impossibilita que consiga treinar sem risco de colocar a saúde dele em causa, e se podia ter sido colocado noutro? Podia porque ele existe, mas não foi...a nova diretora não quis. O Rafael ontem saiu de uma aula de educação física e 10 minutos depois entrou em água para 2h30 de treino e quebrou...os músculos estavam fatigados, a energia esgotada pois não houve tempo de a repor e quebrou... É este o país que gosta de aplaudir medalhas, de cantar o hino quando a bandeira é hasteada num qualquer campeonato, mas que não quer saber do sacrifício, da dedicação, da entrega, das dores, da disciplina, do rigor para chegar até ali. A todos os Rafaeis deste país continuem e por mais que vos tentem derrubar...vocês são mais fortes que todos eles! " Testemunho de Andreia Teixeira.


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