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ANTONIO EDUARDO BRANCO PESQUISA - MEMÓRIA ORAL - OS PAULISTAS E A CONTRIBUIÇÃO PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA MARANHENSE

feira, as 20:00Hrs na praça da matriz com: uma roda de capoeira, apresentação dos convidados e maculelê. No dia 06 sábado, entre 09:00hrs e 11:30hrs, na quadra da escola Antonio Sales, haverá: uma oficina com o Mestre Wlisses do grupo Zumbi de capoeira, em seguida entrega de troca de graduação dos alunos. Inicia a tarde as 16:00 horas com o Maculelê. Oficina com Mestre Museu (fundador da FICÁGI) Entrega do título do Mestre Lourim. Formatura dos novos instrutores, professores e formandos da FICÁGI no Ceará. As 19:00 encerramento com uma Roda de capoeira. O evento contara com a presença de renomados Mestres da capoeira Cearense, instrutores professores e contramestres de várias cidades Cearenses e outros estados Brasileiros. Partipação especial Mestre Museu- presidente e Fundador da ficági .

ANTONIO EDUARDO BRANCO

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Dados biográficos: nome completo, local e data de nascimento, filiação, escolaridade Antonio Eduardo Branco Filiação: Sebastião de Oliveira Branco e Elzy de Abreu Branco Data de nascimento: 19 de fevereiro de 1954 em Maringá - Paraná Escolaridade: formação superior em Educação Física, FEFI Faculdade de Educação Física do Norte do Paraná - Hoje UNOPAR, especialização em Metodologias do Ensino Superior; duas técnicas esportivas (voleibol e handebol); mestrado em Educação; tem o brevê internacional de voleibol que dá o direito a atuar como técnico em qualquer país do mundo; professor universitário na UNOPAR, em Londrina, e na Universidade Federal do Maranhão.

Como começou com o esporte/educação física. Comecei com esporte muito cedo. Em Maringá pratiquei várias modalidades esportivas: tênis de mesa, atletismo (salto triplo, salto em altura e 100 metros rasos), e natação. Com o falecimento do meu pai e a mudança para Santos (SP), comecei a treinar voleibol no Colégio Canadá, local onde a Seleção Brasileira de Voleibol treinava e lá era um esporte era muito forte. Mas quem começou a me ensinar foi um leigo, colega levantador. Com seis meses treinamento passei a integrar a seleção de voleibol do colégio e com um ano fazia parte da seleção de Santos. Também fui convocado para a seleção paulista. Com 18 anos, fui jogar profissionalmente em Araçatuba (SP). De lá foi para Maringá (PR) para formar um time também profissional, que se sagrou campeão dos jogos abertos em 1979. No final de 1979, fui convidado por Marco Antonio Lafranti, proprietário, naquela época, da atual UNOPAR, para montar o primeiro time profissional de voleibol do Paraná, que se sagrou três vezes campeão do Estado e terceiro lugar no campeonato brasileiro de seleções. No adulto acredito ter sido o melhor resultado alcançado pelo voleibol paranaense. Fui técnico da seleção londrinense de voleibol por 10 anos. Fui aprovado, ao lado de mais 20 pessoas de toda a América Latina, no concurso da Confederação Brasileira de Voleibol. Durante o curso de três meses da CBV – nível 1, realizado em Minas Gerais, conheci o professor do Maranhão Zartu Giglio Cavalcanti e mostrei a ele todos os meus projetos desenvolvidos em Londrina. Zartu, ao chegar após o curso em São Luís do Maranhão, conversou com Dr. Olímpio, então assessor do secretário do esporte, Eli Gomes, destacando que havia um rapaz no Paraná que se encaixava nas pretensões do voleibol maranhense. Fui convidado para uma entrevista com o secretário e, em uma semana, mudava para o Maranhão, onde fiquei por 4 anos e meio. Contribui para o processo de sedimentação da Secretaria de Esportes e Lazer do Maranhão o mesmo aconteceu com a UFMA , onde lecionei por três anos. Fui técnico de todas as seleções masculinas de voleibol do infantil ao adulto, inclusive as seleções universitárias. Destaco que foi uma passagem maravilhosa pelo Maranhão.

Ao lado de Zartu (técnico das seleções femininas) conseguimos elevar as seleções de terceira divisão para primeira e segunda divisão. Lá deixei grandes amigos e me tornei um maranhense. Só voltei para o Paraná porque precisei encontrar um centro maior para o tratamento de saúde de minha esposa.

Como veio para o Maranhão? Data, circunstâncias, a convite de quem, plano de trabalho. Fui para o Maranhão a convite de Zartu Giglio Cavalcanti, do governador do Estado e do secretário de Esportes, Eli Gomes. Foi um processo muito rápido. Trabalhei na Secretaria de Esporte e Lazer na chefia do Departamento de eventos especiais.

Sua carreira no Maranhão? Fui professor do Colégio Meng, professor da Universidade Federal do Maranhão, vicepresidente da Federação Maranhense de Voleibol, durante algum tempo, e técnico de todas as seleções maranhenses de voleibol, formando o primeiro quadro de arbitragem da Federação, na época, com a ajuda de muitos amigos, inclusive o atual presidente da Federação Maranhense de Tênis, (Clineu Filho).

Qual a importância da vinda desses 'estrangeiros', naquele período, e dadas as circunstâncias, para o desenvolvimento do esporte, da educação física, e do lazer no/do Maranhão? Não gosto do termo “estrangeiros”. As pessoas do Sul que chegavam ao Maranhão, naquele período, eram tratadas como “os estrangeiros”. Eu nunca recebi esta pecha e ela nunca me coube. Chegando ao Maranhão me tornei um maranhense. Sempre fui muito bem tratado por todos. Rapidamente me comuniquei com todos. E guardo grandes amigos até hoje. E visito todos quando vou ao Estado. Foi muito importante a ida desse pessoal para o Maranhão. Muitos auxiliaram nas universidades outros deram grande impulso ao desenvolvimento do voleibol e aos esportes em geral.. Acredito que, numa época em que o Maranhão carecia de pessoas que conheciam a Educação Física, ele foi bem servido daquelas pessoas que chegaram de fora. A partir do momento que pisei lá era maranhense. Só deixei de ser quando voltei ao Paraná. Mas meu coração continua lá.

O que ficou desse legado? Para mim, só felicidade, alegria, realização e um grande conhecimento. A gente quando vai para um lugar que, pretensamente, entende como um lugar menos desenvolvido que o seu, você tem a falsa impressão de que vai ensinar algo. Eu saí de lá com a impressão que eu aprendi junto com eles. Nós crescemos juntos. Houve um crescimento tanto dos colegas de trabalho e dos atletas e como o meu profissionalmente, mas isso foi uma ação conjunta. Isso é o que me mais dá orgulho desse processo enquanto estive lá. Eu cresci enquanto ser humano e cresci enquanto profissional. Acredito que tenha deixado vários ex-atletas que se tornaram grandes técnicos de voleibol e que jogaram em vários estados brasileiros. O legado que deixei foi bastante interessante no sentido de aproximação das duas pontas do país num crescimento mútuo.

Alguma coisa sobre o Laércio? Sidney? Lino? Dimas? e mais alguém que queira se referir Dimas – foi quem me recebeu no Maranhão, extremamente gentil, já era um profissional e professor de Educação Física formado no Rio de Janeiro. Dimas é uma pessoa maravilhosa. Pai da Denise, presidente do CREF21/MA. Dimas é uma pessoa calma, acolhedora e sempre nos recebeu com muito carinho. Por esse carinho que tenho ao Maranhão, lutamos por mais de 20 anos para a efetivação do CREF21 no Maranhão. Eles merecem. É um povo pujante, trabalhador, que eu guardo no meu coração o folclore e as comidas típicas até hoje. Nestes últimos dois anos, estive lá por três vezes. E assim me aposentar quero ir para lá e passar uns seis meses para pode ver todo mundo. Laércio – cabeça pensante, muito à frente do nosso tempo, uma pessoa se sujeitou a largar tudo em São Paulo para vender cachorro-quente para ter uma experiência na Alemanha nas Olimpíadas de Munique, e voltar de lá com grandes inovações. Sidney – meu contato foi muito pouco com ele. Uma pessoa assim bastante fechada. Lino – homem de tremenda cabeça, mas nós tivemos alguns desencontros numa edição dos jogos universitários. Não tive muita relação com ele, que era presidente da Federação Universitária. Mas sei que ele tem uma carreira brilhante como agente político, advogado e sociólogo.