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QUAL A DIFERENÇA ENTRE SOCCER E FOOTBALL?

DENILSO DE LIMA

Como estudante de inglês, você já deve saber que o nosso futebol é chamado de football no Inglês Britânico e soccer no Inglês Americano. Para embolar ainda mais o meio de campo, football nos Estados Unidos refere-se ao que nós aqui chamamos de futebol americano. Ao aprendermos isso as perguntas que naturalmente surgem são: Por que nos Estados Unidos o nosso futebol é chamado de soccer? Por que eles inventaram outra palavra? Por que dizem soccer e não football? De onde vem esse tal de soccer? Pois bem! Se você gosta de curiosidades linguísticas, continue lendo. Ao contrário do que muita gente acredita, a palavra soccer teve sua origem no Inglês Britânico. Isso mesmo! A primeira turma a se referir ao futebol como soccer foram justamente os ingleses, criadores do esporte. Mais especificamente a elite inglesa da segunda metade do século XIX (dezenove). O termo football naquela época era usado para se referir ao futebol como nós o conhecemos. Eis então, que em um belo dia em uma partida normal de futebol, um jovem de nome William Webb Ellis pegou a bola com as mãos e saiu correndo em direção ao gol. Essa partida ocorria no campo da Rugby School, na Inglaterra. O pessoal gostou da tentativa do jovem William e assim teve início o rugby football. Para diferenciar um football do outro, a turma usava o termo association football para falar sobre o futebol jogado com os pés (o nosso futebol) e rugby footbal para falar do outro tipo de futebol. O termo association football foi usado pois na época eles vinham tentando formalizar o jogo e definir regras para padronizá-lo. A garotada da época, assim como toda garotada, gostava de dar nomes diferentes às coisas. Logo, não demorou muito para que nas escolas da alta sociedade inglesa o rugby passasse a ser chamado de rugger e o association football de assoccer. Com tempo encurtaram a palavra assoccer para um simples soccer. Charles Wreford-Brown, de Oxford, Inglaterra, um dos principais defensores da organização do futebol naqueles tempos, foi um dia questionado se ele gostava de ir aos jogos de rugger. Por brincadeira (ou intencionalmente), ele respondeu dizendo algo como “I actually prefer going to a game of soccer”. Pronto! A partir daí, o nome soccer caiu nas graças da elite. O que antes era gíria da molecada na escola, acabou se tornando o nome do jogo entre todo mundo. Com tempo o esporte caiu nas graças do povão, que acharam melhor se referir ao esporte apenas como football. Os ingleses se espalhavam pelo mundo e assim levavam a ideia do football para tudo quanto era canto. As novas populações ao terem contato com o esporte, acabavam adotando o nome football. Aqui no Brasil queriam chamá-lo de ludopédio, mas, como sabemos, o nome não pegou! Nos Estados Unidos, o pessoal que por lá chegava continuava usando a palavra soccer para diferenciar do esporte que eles já chamavam apenas de football: rugby. O curioso é que originalmente as associações de futebol (jogado com os pés) nos EUA usavam o termo football em seus nomes. Mas, intrigas entre as duas maiores associações daquela época fizeram com que o esporte não progredisse e assim o termo football acabou sendo adotado pelas associações de futebol americano. O que fez com que o termo soccer fosse usado para diferenciar um do outro. Vale acrescentar aqui que em outros países o termo soccer também é usado para diferenciar do tipo de football local: Canada, Austrália, Nova Zelândia e África do Sul são exemplo. Só recentemente alguns desses países passaram a usar a palavra football no nome de suas associações para se alinharem à FIFA. Na

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Austrália, por exemplo, o nome mudou de Soccer Australia para Football Federation Australia apenas em 2006. No entanto, a seleção australiana ainda é carinhosamente chamada de socceroos. Acho que é isso! Agora você já não precisa mais dizer que americano é tão louco que resolveu criar uma palavra sem noção para o futebol. Na verdade, eles não têm culpa de nada. Para ser bem sincero, eles se mantêm fiéis à história. Uma curiosidade na língua inglesa: se referem às diversas modalidades de football como "codes", seja o Association, o Rugby Union, o Rugby League, o Gaélico, o Australian Rules. Cada um é um "football code". A diferença entre o Rugby Union (o mais popular) e o League (mais popular somente na Austrália) se deve ao número de jogadores (15 e 13) e algumas regras que dão a fluidez ao jogo. O Rugby foi separado em dois "codes" por questões de profissionalização há muito muito tempo. O Rugby Union só veio a se tornar profissional em 1995.

NOTAS DO EDITOR Primórdios

Não é certa nem incerta de polémica a atribuição a uma cultura ou país da invenção do futebol. Sabe-se entretanto que as primeiras manifestações do chamado football (do inglês foot, pé; e ball, bola) surgiram entre 3.000 e 2.500 a.C, na China, desde que se considere jogos com chutes em objetos esféricos ou similares, sem seguir as regras oficiais do jogo, que surgiriam apenas no século XIX. TSU-CHU - Cuju (em chinês: 蹴 鞠 , em pinyin: cùjú, pronuncia-se tsudji, significa literalmente "chutar a bola", às vezes chamado de ts'uh Kúh, é um antigo jogo de futebol com semelhanças ao futebol atual. De fato, ele é reconhecido pela FIFA como um dos principais precursores do futebol moderno. Originou-se na China, mas também era praticado na Coreia, Japão e no Indochina. Atualmente, o cuju não é um esporte institucionalizado, porém alguns países orientais ainda o praticam com as regras tradicionais a fim de preservar seu valor histórico e cultural. Cuju – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

História

Imperador Song Taizu joga cuju com o primeiro-ministro Zhao Pu; pintado por Qian Xuan (1235-1305).

Damas chinesas jogam cuju.

O Cuju foi mencionado pela primeira vez no Zhan Guo Ce e mais tarde no Registros do Historiador escrito por Sima Qian, escrito durante a Dinastia Han. Há fontes que afirmam que o Imperador Amarelo inventou o jogo para fins de treinamento militar, enquanto outras posicionam sua origem durante o Período dos Reinos Combatentes. De qualquer forma, certamente existiu durante este período. Nos primeiros tempos, o esporte era usado de forma competitiva como treinamento físico para cavaleiros militares, enquanto que em outros lugares, principalmente em cidades ricas como Linzi, era praticado como forma de divertimento.

Imperador Yongle da Dinastia Ming observa eunucos jogando cuju. O esporte era amplamente jogado nas cortes imperiais.

Durante a Dinastia Han (206 aC-220 d.C.), a popularidade do cuju se propagou do exército para as cortes reais e as altas classes. Diz-se que o Imperador Han Wu Di gostava do esporte. Ao mesmo tempo, os jogos de cuju foram padronizados e as regras começavam a ser estabelecidas. Partidas de futebol eram frequentemente praticadas no interior do palácio imperial. Uma espécie de tribunal com seis postes de forma crescente em cada extremidade, chamado Chang ju, havia sido especialmente construído para os jogos de cuju.

Pintura do artista chinês Su Hanchen, Dinastia Song, século XII.

O cuju se aperfeiçoou com a Dinastia Tang (618-907). Nessa época, acredita-se que a bola feita com penas em seu interior foi substituída por uma bola cheia de ar com um casco de duas camadas. Além disso, dois tipos diferentes de gols/balizas surgiram: o primeiro, tinha postes com uma rede entre eles, que os dividia, e o segundo composto de apenas um poste no meio do campo. Changan, capital da Dinastia Tang, abrigava vários campos para a prática do cuju, em quintais das grandes mansões da cidade, e alguns eram até estabelecidos nos fundamentos dos palácios. Alguns soldados que pertenciam à Guarda do Pássaro de Ouro, que era o exército imperial, muitas vezes formavam equipes de cuju para o deleite do imperador e de sua corte. O nível das equipes femininas de cuju também melhorou; registros indicam que uma vez, uma menina de 17 anos venceu um time de soldados do exército. O futebol cuju tornou-se popular até mesmo entre os eruditos e intelectuais, e se faltassem habilidades a um cortesão, ele poderia perdoar a si mesmo agindo como marcador das pontuações.

Devido ao seu desenvolvimento econômico e social, a Dinastia Song (960-1279) testemunhou um certo florescimento do cuju, estendendo a sua popularidade a cada classe social. Neste período, os jogadores profissionais de cuju começaram a gozar de popularidade e idolatria, e a partir disso o esporte começou a ter uma vantagem comercial. Os jogadores profissionais eram divididos em dois grupos: um treinados para jogos apresentados à corte real (como mostram certos vasos de pincel que retratam também o uso de música durante os jogos) e outro composto de civis que ganhavam a vida como jogadores de cuju. Na Dinastia Song, apenas um poste de gol foi criado no centro do campo. As organizações de cuju eram criadas em grandes cidades chamadas Qi Yun She ou Yuan She —agora reconhecidos como os mais antigos e quiçá primeiros clubes profissionais de cuju—cujos membros participantes eram geralmente artistas profissionais apaixonados por esse esporte. Os amadores que desejavam se aventurar numa carreira profissional precisavam pagar uma taxa antes de se tornarem membros dos clubes e deveriam se designar formalmente a um profissional que seria seu tutor e professor. Esse processo organizado propiciou e garantiu uma renda para os atletas do esporte, ao contrário do cuju praticado na Dinastia Tang. Seu declínio começou durante fins da Dinastia Ming (1368-1644) ou na metade da Dinastia Qing (16441911), de onde foi desaparecendo de vez e perdendo popularidade por outras práticas e esportes. E, hoje em dia, o cuju não é um esporte institucionalizado, porém alguns países orientais ainda o praticam com as regras tradicionais a fim de preservar sua história, valor e cultura. Durante a dinastia do imperador Huang-ti, era costume chutar os crânios ou cabeças dos inimigos derrotados. Os crânios, que mais tarde viriam a ser substituídos por bolas de couro, tinham que ser chutados pelos soldados chineses por entre duas estacas cravadas no chão, no primeiro indício de traves. O esporte era chamado de tsu-chu, que em chinês, significa (tsu) uma "bola recheada feita de couro" (chu). O esporte foi criado para fins de treinamento militar, por Yang-Tsé, integrante da guarda do Imperador, na dinastia Xia, em 2197 a.C.

KEMARI (em japonês: 蹴 鞠) é uma variante do futebol, muito popular no Japão durante o Período Heian. Kemari foi revivido nos tempos modernos. A primeira evidência do kemari é de 644 d.C. Fontes indicam que o Kemari foi influenciado pelo esporte chinês Cuju. Significando pontapear a bola (ke = chutar, mari = bola) é uma variação do tsu-chu com origem no Japão. Ao contrário do desporto chinês, as mulheres não podiam participar do kemari. E difundido pelos imperadores Engi e Tenrei, e era proibido qualquer contacto corporal. O campo (kakari) era quadrado e em cada lado havia uma árvore: cerejeira (sakura), salgueiro (yana-gi), bordo (kaede) e pinheiro (matsu). Os jogadores (mariashi, de mari = bola e ashi = pé) eram oito. Esse jogo era mais um ritual religioso do que propriamente um esporte, antes de se iniciar era realizada uma celebração para abençoar a "bola" que simbolizava o Sol e era criada artesanalmente com bambu.

Japoneses jogam kemari, 2006. Embora não seja institucionalizado, o kemari ainda é praticado no Japão com o intuito de preservar seu valor histórico.

O EPÍSQUIRO

A primeira referência ao epísquiro vem do livro Esferomaquia (Sphairomachia), de Homero, um livro grego só sobre esportes com bolas. Nele é citado o epísquiro, um esporte disputado com os pés, num campo retangular, por duas equipes de onze jogadores. O número desses, porém, podia mudar de acordo com as dimensões do campo. Podia-se ter até 17 jogadores de cada lado, como acontecia no século I a.C. em Esparta. A bola era feita de bexiga de boi e recheada com ar e areia, que deveria ser arremessada para as balizas, no fundo de cada lado do campo.

OS SACRIFÍCIOS MAIAS

Entre os anos de 900 e 200 a.C., na Península de Iucatã, atual México, os maias praticavam um jogo (pok ta pok) com os pés e as mãos. O objetivo do jogo era arremessar a bola num furo circular no meio de seis placas quadradas de pedras. Na linha de fundo havia dois templos, onde o atirador-mestre (o equivalente ao capitão da equipe) do grupo perdedor era sacrificado.

HARPASTO

Descendente do epísquiro, o harpasto foi um esporte praticado por volta de 200 a.C. no Império Romano. O harpasto era disputado num campo retangular, divido por uma linha e com duas linhas como meta. A bola, feita de bexiga de boi, era chamada de fole (follis). O harpasto era um exercício militar, o que fazia uma partida poder durar horas. Com as conquistas romanas, ele foi difundido por outras regiões da Europa, da Ásia Menor e do Norte da África.

O SOULE

Durante a Idade Média, na região onde atualmente fica a França, foi criado o soule, uma versão do harpasto, introduzido pelos romanos entre os anos de 58 e 51 a.C.. As regras do soule variavam de região à região. Seu nome também, onde era chamado de choule na Picardia. O soule foi um esporte da realeza, praticado pela aristocracia. O rei Henrique II da França, proibiu o jogo, pois o mesmo era violentíssimo e barulhento. Sendo assim, criou a lei que decretava a proibição desse esporte, e aqueles que o praticassem poderiam ir até para a prisão.

O CALCIO FIORENTINO

Não é por acaso que os italianos chamam hoje o futebol de calcio. O desporto foi criado em Florença, e por isso, chamado de calcio fiorentino. As regras só foram estabelecidas em 1580, por Giovanni di Bardi. O jogo passou a ser arbitrado por dez juízes, e a bola podia ser impulsada com os pés ou as mãos, e precisava ser introduzida numa barraca armada no fundo de cada campo. Não havia limite de jogadores (levando-se em conta o tamanho do campo, claro), por isso a necessidade de tantos juízes. O desporto se espalhou rapidamente por todo país, e hoje é uma festa anual em várias cidades da Itália. Calcio Storico desporto tradicional italiano Calcio fiorentino, também conhecido como calcio storico ("futebol histórico"), é uma forma antiga de futebol e rúgbi que se originou na Itália no século XVI.

História - Uma vez amplamente jogado, considera-se que o esporte tenha começado na Piazza Santa Croce, em Florença. Lá ficou conhecido como o giuoco del calcio fiorentino ("jogo de chute florentino") ou simplesmente calcio. O jogo pode ter começado como um renascimento do esporte romano harpasto.

O interesse pelo Calcio diminuiu no início do século XVII. No entanto, em 1930, foi reorganizado como um jogo no Reino da Itália, sob Benito Mussolini. Foi amplamente praticado por amadores em ruas e praças usando bolas artesanais de pano ou pele de animal. Hoje, três partidas são disputadas todos os anos na Piazza Santa Croce, em Florença, na terceira semana de junho. Uma equipe de cada quarteirão da cidade é representada:  Santa Croce / Azzurri (azuis)  Santa Maria Novella / Rossi (vermelhos)  Santo Spirito / Bianchi (brancos)  San Giovanni / Verdi (verdes)

Depois de se enfrentarem em dois jogos de abertura, os dois vencedores chegam à final anual em 24 de junho, mais conhecida como San Giovanni ( São João ), o padroeiro de Florença. Durante décadas, este combate violento resultou em ferimentos graves, incluindo a morte. Durante as primeiras décadas, a fim de encorajar as apostas e conseguir um vencedor que pudesse ser apostado, havia momentos em que os touros seriam introduzidos no ringue na esperança de adicionar confusão e incitar a vitória. A versão moderna do calcio não mudou muito de suas raízes históricas, o que permite táticas como dar cabeçadas, socos, cotoveladas e asfixia. No entanto, devido a lesões muitas vezes fatais, socos e pontapés na cabeça são atualmente proibidos. Também é proibido para mais de um jogador atacar um adversário. Qualquer violação leva a ser expulso do jogo. O Calcio era reservado a ricos aristocratas que jogavam todas as noites entre a Epifania e a Quaresma. Mesmo papas, como Clemente VII , Leão XI e Urbano VIII, jogaram o esporte na Cidade do Vaticano. Os jogos podem ficar violentos quando as equipes competem para marcar gols. Uma variação de Calcio Fiorentino provavelmente foi jogada no século XV, assim como uma partida foi organizada no rio Arno em 1490, notável como um dia tão frio que as águas estavam completamente congeladas. Em outra ocasião famosa, a cidade de Florença realizou uma partida em 17 de fevereiro de 1530, desafiando as tropas imperiais enviadas por Carlos V, enquanto a cidade estava sitiada. Em 1574, Henrique III da França participou de um jogo de "combate em ponte" - em sua homenagem durante uma visita a Veneza. O rei está registrado dizendo: "Muito pequeno para ser uma guerra real e cruel demais para ser um jogo". Regras - Os jogos duram 50 minutos e são jogados em um campo de areia, aproximadamente 80 x 40 metros. Uma linha branca divide o campo em dois quadrados idênticos e uma rede de meta na largura das duas extremidades opostas uma a outra.

Cada equipe tem 27 jogadores e nenhuma substituição é permitida para jogadores lesionados ou expulsos. As equipas são compostas por quatro Datori indietro (guarda-redes), 3 Datori innanzi (zagueiros), 5 Sconciatori (zagueiros), e 15 Innanzi ou Corridori (atacantes). A tenda do capitão com o estandarte sentase no centro da rede do gol. Eles não participam ativamente do jogo, mas podem organizar suas equipes e ocasionalmente atuar como árbitros, principalmente para acalmar seus jogadores ou parar as lutas. O árbitro e os seis bandeirinhas oficializam o jogo em colaboração com o juiz-comissário, que permanece fora de campo. O árbitro, acima de todos os outros, é o Mestre do Campo, e é responsável por garantir que o jogo corra bem, entrando em campo apenas para manter a disciplina e restabelecer a ordem quando ocorrem as lutas. Um pequeno tiro de canhão anuncia o início do evento. O jogo começa quando o Pallaio[9] (árbitro) arremessa e chuta a bola em direção à linha central, em seguida, ao primeiro apito, quando a bola repousa

no campo, 15 atacantes ou corredores começam a lutar, socando, chutando, dando rasteiras, atacando e combatendo uns aos outros em um esforço destinado a cansar as defesas dos adversários, mas que muitas vezes acaba em uma briga total. Eles tentam fixar e forçar a submissão do maior número possível de jogadores. Uma vez que há jogadores incapacitados o suficiente, os outros companheiros de equipe vêm com a bola e seguem para o gol.