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HUGO JOSÉ SARAIVA RIBEIRO RINALDI LASSALVIA LAULETTA MAYA, UM TÉCNICO NA VERDADEIRA CONCEPÇÃO DA PALAVRA
PARAIBANO NO TEMPO: OS PRIMEIROS CAMPOS DE FUTEBOL
LEO LASAN
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A primeira foto mostra a primeira caixa d'água da CAEMA em Paraibano. A época os anos 70. O local a Rua Coêlho Neto com Travessa Coelho Neto.
Claro que na época dos anos 70 onde hoje é a travessa Coêlho Neto era um terreno em que se encontravam os fundos dos quintais das Ruas São Francisco e Boa Vista, que por falta de calçamento e ainda com matas e árvores frutíferas eram conhecidas as citadas ruas como Rua da Poeira (São Francisco) e Rua do Pequi (Boa Vista) e no fundo desses quintais um terreno que chegava até a caixa d'água que era cercada de arames. Nesse local foi capinado e limpo o primeiro campinho de futebol de Paraibano, onde os primeiros times criados por Zé Carneiro e Onildo Brito disputavam os jogos. O espaço do campo devido a animais como cavalos, jumento, bois, cachorros que dormiam no local, foi apelidado de Rua do Chapéu Cagado, devido as fezes dos animais. Hoje se chama Travessa Coelho Neto. Sobre a caixa-d'água da Caema, no local tinha uma lavanderia, e a meninada depois dos jogos, esperava a caixa encher até derramar em uma cachoeira de água para deleite da galera, haja vista água nas casas ainda era escasso. E para assombrar os mais traquinos que usavam o espaço para outras coisas, inventaram a lenda das visagens (fantasmas) que afogava no poço quem ia a meia noite deixar as torneiras ligadas. Sobre a história do chapéu cagado essa não lembro bem, mas quem lembrar conta aqui. Há anos em Paraibano, o fantasma da CAEMA é a falta de água que assusta pela falta da mesma e não é lenda. E todos sabem que a CAEMA morreu, mas os governos teimam em não sepultá-la. Enquanto isso vamos seguindo o barco na Rua da Poeira para ver se ainda encontramos as frutas de espinhos na Rua do Pequi e encher o Chapéu Cagado de lembranças.
RINALDI LASSALVIA LAULETTA MAYA, UM TÉCNICO NA VERDADEIRA CONCEPÇÃO DA PALAVRA
HUGO JOSÉ SARAIVA RIBEIRO
Blogger: Perfil do usuário: Hugo Saraiva
Quando ministrava as aulas de Educação Física na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), onde ministrava as disciplinas de Basquete e Futebol, o professor Rinaldi Maia já demonstrava a sua marca que o tornaria conhecido dentro dos gramados, sobretudo por aqueles que tiveram a oportunidade de trabalhar com Rinaldi: seriedade, profissionalismo e pontualidade. Essas são as características do lendário treinador, uma verdadeira expressão do esporte maranhense, com passagens, além do Papão do Norte, por Sampaio Corrêa, Maranhão e Ferroviário. Muitos craques passaram pelas mãos dele. E todos o elogiam pela seriedade e disciplina com que trabalhava. Nascido a 05 de Fevereiro de 1924, Rinaldi conviveu com o esporte desde cedo e durante toda a sua juventude. Filho de Vicente de Deus Saraiva Maia e Júlia Lauletta Maia, o jovem Rinaldi iniciou a sua vida dentro do esporte pelo América, clube formado por garotos do 2º ano do Ginásio e que praticava o futebol ainda descalços. Em 1929, o jovem atleta já era jogador do Liceu Maranhense, chegando mesmo a alcançar o titulo de bi-campeão estudantil invicto, nos anos de 1941 e 1942. Após a sua passagem pelo profissional do Vera Cruz, na Primeira Divisão do nosso futebol, Rinaldi figurou pelo Sampaio Corrêa, atuando como meia-direita e sendo cognominado de ‘Menino de Ouro’ da Bolívia, dada a maneira como defendia as cores auri-rubro-verde. Em 1941, iniciou a sua carreira nas quadras, defendendo as cores do time de basquetebol do Vera Cruz. Em 1942, Rinaldi conquistou três grandes e importantes títulos: Campeão invicto de futebol pelo Sampaio Corrêa; Campeão invicto de futebol pelo Liceu Maranhense e campeão de basquetebol pelo Vera Cruz.

Moto Club campeão maranhense de 1966, em jogo de faixas contra o Clube do Remo (PA): em pé - Salomão Mattar, Alexandre Francis, Rinaldi Maia, Vila Nova, Campos, Paulo, Alvim da Guia, Alzimar, Laxinha, Corrêa, Baezinho, Ronaldo e Bacabal. Agachados - Baé, Zezico, Nabor, Hamilton, Jocemar, Chico, Pelezinho e Rubens.
No ano seguinte, o jovem foi cursar Educação Física na “Escola Nacional de Educação Física”, no Rio de Janeiro. Voltou dois anos depois, onde já havia abandonado em definitivo o futebol, passando a dedicar-se á sua segunda paixão, o basquete. Entre 1946 e 1948, passou a ser inspetor de Educação Física da Secretaria do Maranhão. Em 1949 partia para exercer a mesma função na Secretaria de Educação do Território de Roraima. Em 1960, de volta a São Luis, passou a trabalhar no Departamento de Educação
Física, Esporte e Recreação do Maranhão (DEFER), como treinador e preparador físico. Já em 1974, Rinaldi era professor da UFMA, onde ministrava futebol e basquete como práticas desportivas obrigatórias para os universitários de todos os cursos. Foi Rinaldi, inclusive, um dos responsáveis, ao lado dos professores Dimas e Cecília Moreira, pela implantação do curso superior de Educação Física naquela universidade, que recebeu os seus primeiros alunos desse novo curso em 1978. Era ele, no seu tempo o único treinador do futebol maranhense diplomado pela Escola Nacional de Educação Física e professor de Educação Física.

Professor Rinaldi Maia (primeiro em pé) com o Moto Club de 1966
Todos os ex-atletas que contribuíram em depoimento pessoal para este trabalho e que treinaram com Rinaldi comentaram sobre a sua postura séria e exigente. Rígido, honesto e extremamente pontual, cobrava de todos os atletas uma postura série e comprometedora. Era o primeiro a chegar aos treinos e o último a sair. Não admitia as famosas farras após os jogos. Quem ele encontrava bebendo recebia um sermão. Ensinava que álcool era inimigo da preparação física. E orientava para a importância do estudo, para que no futuro, quando o futebol passasse, ninguém ficasse sem uma profissão. Tanta determinação com os seus atletas lhe renderam alguns títulos: foi Campeão Maranhense pelo Sampaio Corrêa (1965 e 1975), pelo Moto Club (1966/67), pelo Maranhão Atlético Clube (1969) e pelo Ferroviário (1970). Rinaldi faleceu no dia 20 de Maio de 1984, aos 60 anos. Pai de três filhos, Rinaldi Maia deixou para o desporto maranhense um grande legado, que deve ser seguido por aqueles que almejam sucesso em sua carreira profissional: seriedade, profissionalismo e pontualidade.