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brandtrends journal · abril 2013
ral estão engajados e unidos em processos de observação coerentes, possibilitando a coordenação dos conhecimentos e da ação das administrações e instituições culturais, das indústrias culturais, das organizações de criadores e de profissionais culturais, então, produz-se uma cultura coletiva da informação estruturada capaz de interferir nas orientações das políticas públicas (grifo meu), alimentar o debate cidadão, influenciar os outros tomadores de decisões e construir os argumentos que responderão às necessidades do desenvolvimento cultural (2007, p. 107). Abre-se, portanto, a possibilidade de revisão na condução das Leis de Fomento, o que poderá incluir ações do Ministério da Cultura-MINC, possibilidades na revisão da legislação para as IES privadas, o que inclui o MEC. É importante salientar que a aproximação da cultura e ensino exige que se repense as matrizes curriculares dos cursos de graduação em função de neles se introduzir mais ações culturais e legitimá-las enquanto atividades acadêmico-culturais, passíveis de receberem incentivos em forma de leis de fomento ou outro instrumento de estímulo. Neste caso, cabe ao MEC e ao MinC e seus órgãos de avaliação de políticas públicas para o ensino superior e de ações e projetos culturais, respectivamente, repensarem a importância estratégica dessa ações e disponibilizá-las às IES em forma de legislação. Ainda, segundo Tolila, dois elementos: competição dos modelos culturais, debates internos e competição exterior, contribuiram intensamente para o aumento do valor simbólico das práticas e do desenvolvimento culturais e do valor das lutas pela “defesa e ilustração” das diferentes culturas nacionais”19 O terceiro elemento, “provém da transformação das economias modernas cuja competitividade atualmente em grande parte é fundada na inovação (2007, p.72). Para este autor, a cultura e suas atividades é um dos fatores essenciais da formação de forças produtivas adaptadas à economia atual e promove ainda 19 TOLILA, Paul. Cultura e Economia: problemas, hipóteses, pistas. São Paulo:Iluminuras/Itaú Cultural, 2007.
mais seu caráter de desafio e seu valor simbólico. E, ainda, afirma que “a economia moderna, com efeito, caracteriza-se ao mesmo tempo pela importância adquirida pela informação como recurso fundamental e pela renovação das próprias problemáticas econômicas ( 2007, p.72). Trata-se, então, de avaliar modelos de negócio no âmbito da cultura e sua aproximação com o ambiente educacional. Portanto, da relação, cada vez mais próxima da condução da educação como negócio, pois como afirma Tolila (2007), a economia está cada vez competitiva, o setor da educação se transformou em um grande nicho de mercado, um novo modelo de negócio se anuncia. 20 Para Dória, Modelos de negócio são formas que os empreendimentos assumem ao arranjarem de modo singular, os elementos componentes de uma ou mais cadeias produtivas responsáveis pelo ciclo de um tipo de produto. Eles vinculam produção, distribuição e consumo e “balanceiam” os interesses dos consumidores e dos vários integrantes do próprio negócio num jogo de “ganha-ganha”, isto é, de equilíbrio momentâneo que permite a reprodução dos seus pressupostos, incluindo o marketing, o modelo de distribuição, a captação e recuperação de recursos,etc.(. . .) em teoria, nada impede que existam modelos de negócios diferentes suprindo as mesmas necessidades, mas a tendência é que um deles seja dominante, impondo a “reformatação” dos demais e, assim, tem-se uma dinâmica de transformação dos modelos de negócio que não se explica apenas por decisões microeconômicas (. . .) A grande vantagem de análise de modelo de negócios é que ele permite substituir o “estadocentrismo” e a conseqüente demanda “bruta” por recursos públicos, pela exigência de formulação de políticas mais eficazes, voltadas para o processo civilizatório de conteúdo democrático, baseado no consumo massivo de bens culturais. (2007, p.74)
20 Grandes grupos investidores no setor movimentam o setor da educação privada e entram no mercado de ações (vide caso do Grupo Anhanguera Educacional , Kroton e Apollo) e outros já estão vindo, portanto, torna-se cada vez, uma questão empresarial.