Akademicos N.º 71

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Fotografia João Pedro Santos

Suplemento integrante da edição nº 4115 de 28 de janeiro de 2016 do semanário REGIÃO DE LEIRIA. Não pode ser vendido separadamente.

Cândida Pinto Jornalista

“Os jornalistas têm de ter menos medo” págs. 6 e 7

cidade

Querido centro histórico… págs. 4 e 5

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A ABRIR

moinhos da Cassaca e do Zé Cuco, o Algar das Gralhas, a Moita do Martinho, as grutas da Moeda, terminando na Pia do Urso. O custo por pessoa é de dez euros e as inscrições devem ser feitas na seguinte página online: http://greentrekker.pt/eventos/na-rota-da-pia-do-urso 02 de fevereiro · Porto de Mós

CURSO DE COSTURA

Texto Vânia Reis

30 de janeiro · 24:00 Infinnity Club, Leiria

ALLEN HALLOWEEN COM NOVO ÁLBUM

O Infinnity Club, em Leiria, acolhe dia 30 um concerto dos Allen Halloween, que irão apresentar o seu novo álbum “Híbrido”. Durante o concerto, está prevista a atuação de Buts MC, Lucy e Dj Nel\’Assassin, com a presença de Mind como convidado.

JOÃO PEDRO PAIS EM LEIRIA

07 de fevereiro · São Jorge, Porto de Mós

ENCONTRO DE SKETCHERS 31 de janeiro, 10:00 · Batalha

NA ROTA DA PIA DO URSO O Ecoparque sensorial da Pia do Urso, na Batalha, organiza um percurso a pé para quem pretende apreciar com outro olhar a Serra de Aire e Candeeiros. A caminhada de 13 quilómetros inclui passagem pelos

Diretor Francisco Rebelo dos Santos francisco.santos@regiaodeleiria.pt Coordenadores Pedagógicos Catarina Menezes cmenezes@ipleiria.pt Paulo Agostinho paulo.agostinho@ipleiria.pt Apoio à Edição Alexandre Soares asoares@ipleiria.pt

Maquetização e Projeto Gráfico Leonel Brites – Centro de Recursos Multimédia ESECS–IPL leonel.brites@ipleiria.pt Secretariado de Redação Guilherme Francisco e João Pedro Santos

O Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota, em São Jorge (Porto de Mós), recebe no dia 7 de fevereiro um encontro regional de entusiastas em desenho de observação, com ou sem experiência. Os participantes terão formação em observação e em desenho, numa iniciativa da associação Oeste Sketchers, em representação dos Urban Sketchers Portugal na zona oeste. A iniciativa é gratuita mas os interessados devem inscrever-se em oestesketchers@gmail.com.

Redação e colaboradores Adriana Lourenço, Ana Rita Correia, Ângela Capela, Carlos Paixão, Cristiana Alves, Diana Almeida, Diogo Correia, Joana Andrade, João Oliveira, João Pedro Santos, Ricardo Mendes, Rita Carvalho, Sandra Martinho, Sofia Santos, Tânia Filipe e Vânia Reis.

FUTURO EU

‘Futuro Eu’ é o novo espetáculo que David Fonseca, um dos mais carismáticos criadores nacionais, concebeu e apresentará no Centro Cultural e de Congressos de Caldas da Rainha no dia 13 de Fevereiro às 22:00. Com o título retirado da canção revelada recentemente através das redes sociais, ‘Futuro Eu’ expõe um lado inédito do autor: a escrita em português. Com uma forte componente performativa, David Fonseca regressa ao distrito onde nasceu. 13 de fevereiro, 22:00 · Teatro José Lúcio Silva, Leiria

Lisboa, por Guy MOLL

NÃO PERKAS

A GeoAcademia, em Porto de Mós, organiza no dia 2 de fevereiro um curso de formação para quem quer aprender a costurar. Os alunos são convidados a confecionar os seus próprios arranjos e a elaborar pequenas peças. O curso tem horário pós-laboral e uma duração de 50 horas.

13 de fevereiro, 22:00 · CCC, Caldas da Rainha

Presidente do Instituto Politécnico de Leiria Nuno Mangas presidencia@ipleiria.pt

João Pedro Pais apresenta no Teatro José Lúcio Silva, em Leiria, “Improviso”, um concerto intimista, integrado no Festival “Às Vezes o Amor”. Subirá ao palco com alguns dos músicos que o têm acompanhado nos últimos anos e com quem preparou especialmente este espectáculo: Rui Almeida, piano e teclas, e Sérgio Mendes, nas guitarras.

Os textos e opiniões publicados não vinculam quaisquer orgãos do IPL e/ou da ESECS e são da responsabilidade exclusiva da equipa do Akadémicos.

Diretor da ESECS Rui Matos dir.esecs@ipleiria.pt Diretora do Curso de Comunicação e Media Catarina Menezes cmenezes@ipleiria.pt akademicos.esecs@ipleiria.pt


Projeto trouxe consciência social à integração dos caloiros na ESTG

Praxes solidárias ganham expressão em Leiria

ESTÁ –a– DAR A

recolha de brinquedos, alimentos, roupa e atividades de voluntariado são cada vez mais frequentes em ambientes de praxe. Este ano, Leiria foi Texto palco da primeira iniciativa de Ana Rita Correia, praxe solidária, uma tradição Diogo Correia e Joana Andrade que os alunos de Marketing da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) querem iniciar. “As praxes não são só atos humilhantes e o que se vê nos ‘media’. Também há praxes que podem ser realizadas com o objetivo de ajudar os outros”, diz João Simões, representante do Núcleo de Marketing. No início do ano, recolheram bens que depois entregaram ao Banco Português Contra a Fome e à Associação de Solidariedade Académico de Leiria. Após a recolha, os alunos – caloiros e “doutores” – foram ajudar na recolha de lixo nas ruas e jardins de Leiria. “Os caloiros gostaram da iniciativa e aderiram com grande facilidade. Esperam por novas oportunidades para realizar este tipo de atividades, pois sentiram um dever de “missão cumprida’”, explica Alexandra Rasteiro, uma das alunas envolvidas. Nesses momentos, mais do que a distinção entre os alunos mais velhos e os caloiros,

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3 o objetivo é promover a consciência social. “Faz com que os caloiros e trajados se unam em prol de uma causa. Ajudar quem precisa é de todo a melhor praxe que pode ser feita, porque além de sensibilizar os caloiros para o mundo que nos rodeia, sensibiliza também toda a comunidade escolar”, explica a aluna de Marketing. Esta solução permite também explicar a quem não é estudante que as “praxes não são momentos para inferiorizar, desrespeitar, nem humilhar ninguém”, mas sim ocasiões que que integram verdadeiramente os recém-chegados à academia. O grande desafio neste tipo de ações é a organização, admitem os promotores. É “difícil chegar a muita gente em pouco tempo” e é “muito importante a comunicação desta praxe para que dela se angarie uma boa quantidade de alimentos e roupas para ajudar os desfavorecidos”, explica Alexandra Rasteiro. Uma história que tem vindo a crescer A história das praxes solidárias nasceu na Universidade Católica Portuguesa (UCP), mas tem-se estendido um pouco por todo o país, embora a referência continue a ser aquela instituição. Em 2015, estudantes da UCP dirigiram-se à Golegã e apanharam quatro toneladas de batatas para o Banco Alimentar Contra a Fome que, caso não fossem apanhadas, seriam desperdiçadas. Mas este empenho social tem eco noutras instituições. Em outubro, alunos do Instituto Português de Administração e Marketing (IPAM) foram voluntários no Centro de Apoio ao Sem-Abrigo em Sete Rios. Na ocasião, os caloiros não só distribuíram recolheram alimentos e roupas mas também construíram armários para os utentes e distribuíram refeições. k

s boleias são uma solução para “No início foi difícil conseguirpoupar os custos das viagens. mos estabelecer parcerias, mas E são também o tema de uma à medida que íamos saindo nos aplicação informática, desenvolviMédia tudo isso se tornou mais da por dois alunos da Universidade fácil” explica o fundador, recode Aveiro, que está a revolucionar a nhecendo que tem sido difícil vida de muitos estudantes universiexplicar a originalidade do protários, que podem oferecer e pedir duto. O Thumbeo distingue-se da Texto Ângela Capela boleias em tempo real. concorrência nacional e inter“Antes viajava sempre sozinha nacional pelo facto de oferecer e resolvi experimentar o Thumbeo. boleias para o local exato para No início tive medo, não conhecia onde o utilizador se quer dirigir as pessoas que ia levar. A verdade e não apenas para a localidade é que já fiz amigos e agora já não em causa. saio de casa sem ver se alguém quer Criado com o objetivo de fazer vir comigo” explica Sara Dinis, 25 as pessoas pouparem dinheiro anos, utilizadora da aplicação. “Já nas deslocações, mas também me salvou muitas vezes. E até já fiz tendo em conta as preocupações amigos”, diz Ricardo Duarte, 19 anos, estudante e ambientais que se fazem sentir, o Thumbeo foi esutilizador do Thumbeo. É um instrumento informá- sencialmente desenhado para jovens que precitico “simples de utilizar e intuitivo”, sustenta Wil- sam de boleia e para pessoas que tenham lugares son Ferreira, 22 anos. A ideia nasceu em maio de vagos no carro. No entanto, tem vindo a fazer al2015 através de João Pedrosa e Eduardo Duarte, que gumas parcerias que o tornaram mais abrangenfrequentavam Computação Móvel e entraram num te. Agora, em 2016, os administradores do projeto concurso de incubação de ideias. querem apostar em força na promoção junto dos João Pedrosa, 23 anos, cofundador do Thumbeo, jovens. O objetivo final é serem “reconhecidos explica a origem da marca: “o símbolo universal como a principal aplicação de boleias para festide pedir boleia é esticar o polegar, então como vais”, mas também “estabelecer o máximo de parpolegar em inglês é ‘thumb’ surgiu daí o nome da cerias possíveis” de forma a conseguirem ter uma aplicação”. Hoje, o projeto conta com 500 utiliza- maior oferta para os seus utilizadores, explica dores e tem tido um crescimento exponencial. João Pedrosa. k

À boleia de uma oportunidade

28 janeiro 2016

Coconuts Comida goesa, com certeza!

KO

Nascido em Goa, Cyrano Rodrigues começou cedo a cozinhar com a mãe, desenvolvendo a sua KONSUMO paixão pelos sabores da comida OBRIGATÓRIO goesa. Depois de ter emigrado para a Suíça, o proprietário do Texto restaurante Coconuts mudou-se João Pedro Santos para Lisboa onde viveu durante uns anos. Aí, Cyrano percebeu que não havia espaços que produzissem a verdadeira comida de Goa. Posteriormente, mudou-se para Leiria, onde tem família. E em 2013 abriu o primeiro espaço leiriense dedicado à cozinha goesa. O restaurante é pequeno, mas bastante acolhedor. Entre a decoração pitoresca e os odores intensos e exóticos, os clientes sentem-se logo reconfortados, sobretudo pela simpatia de Cyrano e da sua mulher Tina Rodrigues, o seu braço direito na cozinha. O proprietário recusa a aumentar o espaço do restaurante: “não quero perder o ambiente familiar que os clientes sentem logo que aqui entram. Se aumentasse a capacidade do restaurante, seria impossível manter a mesma qualidade e isso eu não quero”. “Qualidade” é a palavra-chave no Coconuts. O ‘chef’ e proprietário do restaurante rejeita qualquer produto que seja processado. “Todos os alimentos que entram na nossa cozinha são frescos e de qualidade”, diz, acrescentando: “o caril, que é a base dos pratos da comida goesa, é 100% natural e feito no restaurante. Apesar de ser um processo demorado, sei que o nosso caril é verdadeiramente goês tal como era o da minha mãe”. Entre os pratos mais pedidos na cozinha de Cyrano estão o caril de camarão, vindaloo de porco e ambotic de cação. As chamuças, como entrada, e o gelado de manga, como sobremesa, também fazem as delícias de quem ali entra. Cyrano explica que muitos dos clientes que entraram pela primeira vez no Coconuts nunca tinham provado um caril e, mesmo os que já tinham provado, não tem dúvidas sobre a qualidade dos pratos. As críticas têm sido bastante positivas, não só de portugueses, mas também de estrangeiros. “O meu restaurante já cá teve bocas de todo o mundo” conta, sorrindo, o proprietário. Cyrano Rodrigues afirma estar muito orgulhoso do projeto que construiu ao lado da sua mulher, mas lamenta o facto de a principal inspiradora do projeto – a mãe – nunca o ter visto em funcionamento. Atualmente o restaurante Coconuts ocupa o primeiro lugar dos restaurantes de Leiria no Trip Advisor e recentemente foi galardoado com o certificado “TopChoice”. Ao almoço o restaurante oferece menus a partir de 6 euros e ao jantar uma refeição completa pode ficar por menos de 10 euros. O restaurante encontra-se junto à praça Rodrigues Lobo, na rua Gago Coutinho nº2, e está aberto entre as 12h e as 15h, aos almoços, e das 19h às 23h, aos jantares. k


4 Entre gerações

Centro histórico: O retrato do coração de Leiria

KAPA

Há uma zona de Leiria em que os peões têm de subir às entradas dos prédios para que os carros passem. Uma zona com áreas sombrias, porque as ruas são estreitas e os prédios altos, com pouca luz. Uma zona calma durante o dia, quase parada, mas que se transfigura de noite, com animação de jovens. O centro histórico de Leiria é um retrato de vários tempos que passaram pela cidade. Texto Sofia Santos Fotografia João Pedro Santos

À

semelhança do que aconteceu um pouco por provocou um desequilíbrio, com um excesso de vida outras cidades, o centro histórico sofreu com a noturna, que cria problemas aos moradores e dificulfuga da população e quem resiste são os mais ta a captação de novos habitantes”. idosos, sem grandes recursos financeiros e com uma Além disso, o “uso excessivo e indiscriminado do grande ligação afetiva ao sítio onde nasceram. automóvel em espaços sem condições, conflituan“Gosto muito de viver aqui”, diz Felismina Soares, do com os peões e reduzindo a acessibilidade dos 85 anos, que acrescenta que do centro histórico só sai moradores e a possibilidade destes estacionarem as “para o cemitério”. Até porque tem “uma vizinhança suas viaturas, também é um problema”. No entansagrada, uma família”. No entanto, o centro histórico to, a falta de estacionamento não é, em si, insolúvel. não é o paraíso na terra, devido aos problemas causa- “A pedonalização dos arruamentos com a possibilidados pela animação noturna. “Esta juventude não tem de de acesso de viaturas apenas para moradores, com respeito nenhum, vêm dos bares, fazem barulho e até horas específicas para cargas e descargas, possibilitacoisas impróprias”, diz, admitindo que os problemas já rá a criação de condições para o estacionamento das a levaram a tomar medidas mais drásticas. “Uma vez viaturas dos moradores”, explica. estavam ai a fazer barulho, mandei um balde de água Opinião semelhante tem António Fernandes, 68 pela janela, chamaram-me tudo menos santa”, recorda. anos, vice-presidente da Associação de Defesa do Centro Histórico, desde a sua fundação, em 2003. Para o 20 por cento dos edifícios precisam de obras dirigente associativo, todos os problemas da zona reHoje, a Câmara Municipal de Leiria esforça-se para sultam da falta de pessoas: “ vandalismo, a insuficiênrevitalizar o coração da cidade. Seja através da rea- cia de policiamento, a insegurança, a falta de higiene nimação do comércio, da restauração de edifícios, ou e a falta de iluminação”. Além disso, a estrutura urbade algo mais ambicioso, como a tentativa de atrair nística, uma malha urbana apertada sem garagens ou jovens que repovoem a zona histórica. No entanto, passeios, colide com “a ambição das pessoas quererem alguns problemas urbanísticos e sociais dificultam melhores condições e mais comodidades que o centro a tarefa, como a degradação e abandono de imóveis. histórico não oferece”, afirma. Por isso, a aposta deve Segundo Vitória Mendes, 61 anos, arquiteta no Depar- passar pela requalificação dos edifícios e pela construtamento de Planeamento e Gestão Urbanística da Câ- ção de parques de estacionamento de proximidade. mara Municipal de Leiria, a zona histórica conta com 488 edifícios dos quais 90 estão muito degradados, ne- “Não saía daqui nem que me calhasse cessitando de uma intervenção prioritária. Para além o Euromilhões” destes, existem outros que precisarão de obras de re- Apesar disso, o centro histórico está a mudar lentaqualificação, que não estão contabilizados. mente. Surgem novos negócios, muitos deles de gente Mas estes não são o único problema. Vitória Me- nova, ao lado de casas comerciais com várias gerações. des identifica outros: “Os espaços vazios, e por vezes Convivem nas mesmas ruas minimercados tradiciodegradados foram sendo ocupados por bares, o que nais, ervanárias, lavandarias, centros de tatuagem,


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Venom recupera prestígio dos Bullet For My Valentine

bares, restaurantes e hotéis. Na zona, assiste-se, diz e o local “oferece um atendimento mais personaAntónio Fernandes, a uma “simbiose entre os mais lizado” do que aquele que existe nas grandes sujovens e mais velhos”, numa convivência “bastante perfícies. Carla Francisco sublinha que aposta em saudável”. particular nos turistas, “que ficam chocados com o António Pedrosa,77 anos, vive e trabalha há mais estado de degradação do centro histórico”, já que, de 20 anos no centro histórico. O dono do Trindade na sua opinião os “leirienses não procuram a zona e Cardeiro, (uma loja de móveis e estantes) recorda histórica”. que escolheu a zona “porque aqui era um dos mePraticamente ao lado da mercearia, Luís Ferreilhores locais da cidade”. Mas a zona “foi morrendo”, ra, 47 anos é o dono do Espaço Eça há ano e meio. lamenta, embora recuse sair, porque há um fácil O estabelecimento é “um espaço, que se pretende “acesso a todos os serviços”, mas também porque que seja uma segunda casa onde as pessoas possam se criou uma relação afetiva. “Não saía daqui nem ler, relaxar e encontrarem-se com a cultura”. Na que me calhasse o Euromilhões”, diz. Dos aspetos sua opinião, o centro histórico permite “uma vivênnegativos do centro histórico, lamenta o abandono cia cultural e um espirito de vizinhança e entreados imóveis e os prédios devolutos. Quanto aos no- juda que nada tem a ver com as grandes cidades”. vos comerciantes, António Pedrosa recomenda cal- Quem vive no centro histórico “sabe o que é o sossema, porque “não se pode vir para aqui a pensar em go num dia ao fim da tarde”, exemplifica. Também grandes lucros”. por isso acredita que “os centros históricos serão o Por sua vez, Amadeu Camponês, 62 anos, não se futuro das cidades”. mostra otimista quanto ao futuro. É sapateiro, e Também aberto há ano e meio está o negócio de dono da “Solas e Cabedais” desde há dois anos, mas Daniel Caseiro, 30 anos, e dono do restaurante “O não acredita que a zona sobreviva enquanto cen- Tasco”, que serve cozinha tradicional portuguesa. tro comercial. “Não há nada que convide os jovens Escolheu a zona histórica porque ali trabalha há [a vir], isto aqui está a ficar cada vez mais pobre, o oito anos. Além disso, “nesta cidade ou noutra, os comércio aqui não é rentável”, diz, lamentando os centros histórico estão em voga”. Por outro lado, as problemas estruturais da zona: “não há estaciona- atividades culturais ali realizadas trazem um elevamentos, o acesso é difícil, só há uma entrada para do número de pessoas à zona, o que acaba por ser quem conhece”. No entanto, reconhece que a situ- bom para o negócio. ação “já melhorou um bocadinho. Já restauraram A aposta da Câmara parece estar a resultar do 3 ou 4 edifícios. Se restaurarem mais uns quantos, ponto de vista comercial. Mas ainda falta fazer talvez isto melhore mais”, conclui. muito de um caminho de requalificação que não pode esquecer a habitação. Segundo a autarquia, “Os centros históricos serão o futuro das cidades” existem 890 residentes na zona antiga da cidade, Em contraste com esta experiência, os mais novos um número que Antonio Fernandes considera “inacreditam no sucesso dos seus projetos comer- flacionado”. Para o dirigente da associação, o futuciais para o centro histórico. Carla Francisco, 31 ro “vai ser magnífico” apesar das contrariedades do anos, enfermeira de profissão, ajuda nas horas presente. “Ao crescerem, [as periferias] fazem-no vagas, o marido no seu negócio, “A Cooperativa”, de uma forma desorganizada e desumanizada, vão uma mercearia de produtos tradicionais e portu- deixar de ter as condições que as pessoas apreciam, gueses, aberta há apenas 5 meses. Abriu a loja no elas vão querer voltar para a cidade e para o cencentro histórico porque, tendo em conta o concei- tro histórico. Quanto tempo é que vai demorar? to do produto, “não fazia sentido ser noutro sítio” Não sei, talvez 30, 40 ou 50 anos” diz. k

28 janeiro 2016

KAPAS Texto João Oliveira

Venom. Assim é chamado o novo álbum de estúdio da banda galesa Bullet For My Valentine, publicado pela editora RCA Records. Lançado a 14 de Agosto de 2015, o quinto álbum da banda de Metalcore foi bem recebido pelos fãs, depois das desastrosas críticas ao álbum que se antecedeu (Temper Temper), transformando-se numa autêntica viagem aos tempos áureos de grande popularidade dos BFMV. No processo de criação do álbum, a banda de Matt Tuck conseguiu combinar a agressividade e o estilo dos seus primeiros dois álbuns, The Poison e Scream Aim Fire. A aproximação aos primeiros trabalhos é evidente, embora os screams não sejam tão intensos e constantes (algo também notável em Temper Temper), e se verifique a existência de alguns solos de guitarra (existindo apenas em: “No Way Out”; “Army of Noise”; “Broken”; “Skin” e “Pariah”). O álbum apresenta ainda músicas calmas (“Worthless”; “You Want a Battle” e “Venom”) e muita melodia combinada com ritmos fortes e energéticos. “V” constitui a introdução do álbum, que gradualmente interliga a “No Way Out”, o primeiro single de promoção do disco. O som é bastante enérgico e potente do início ao fim e o refrão melódico puxa pelo público. “Army of Noise” é uma canção digna dos tempos de Scream Aim Fire, com bateria, riffs e vocais explosivos. “Worthless” prende o ouvinte logo no início, ao acentuar o ódio e a raiva presentes na letra. “You Want a Battle” foi o segundo single lançado e é considerada uma das canções mais cativantes, com um som pesado e dark. “Broken” é uma das canções de maior expectativa, com um pré-refrão bem conseguido e intenso, que nos deixa ansiosos por mais, tal como na bridge antes do solo. “Venom” é a música que dá nome ao álbum e faz relembrar a sonoridade dos tempos de The Poison. “The Harder the Heart (The Harder it Breaks)” considerada, também, uma das melhores canções do álbum, contém um refrão simplesmente fantástico. Em “Skin”, o riff inicial é poderoso, acompanhado por um solo de guitarra aliciante seguido, depois, pelo primeiro verso da letra. Contém ainda um excelente refrão. “Hell or High Water” é uma canção melódica, com um refrão extremamente contagiante, capaz de ficar preso na cabeça o dia inteiro. E por último, a introdução de “Pariah” relembra os tempos de Scream Aim Fire: batida agressiva, riffs rápidos e muitos “breakdowns”. Venom é um grande álbum com uma sonoridade e produção fantásticas. A banda galesa finalmente mostrou a sua capacidade em superar críticas e fazer o que lhes competia. k


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SENTADO NO MOCHO

KURTAS

Um filme Um livro Uma cidade Um jornalista Uma banda

Jovens jornalistas podem distinguir-se pela persistência Nascida em Torres Vedras há 51 anos, Cândida Pinto é hoje editora da secção internacional da SIC, mas o seu percurso profissional é marcado pelas reportagens em contexto de guerra, como enviada especial. Entrevista Ricardo Mendes e Vânia Reis

Cândida Pinto Jornalista

Como nasceu o seu gosto pelo jornalismo? Nasceu ainda no liceu, no 10.º ano. Na altura havia uma cadeira de iniciação ao jornalismo e quem dava essa cadeira era uma professora licenciada em germânicas que não gosta de jornalismo e que fez um esforço tal, que conseguiu cativar-me rapidamente. Fizemos várias visitas de estudo a agências de notícias e eu percebi que era aquilo que queria fazer. Como consegue conciliar a sua profissão com a vida pessoal? Mal. A parte pessoal é muito sacrificada. É um trabalho exigente e portanto requer alguma compreensão por partes das pessoas que estão à nossa volta. Não é um trabalho do qual se consiga desligar a partir das 17 horas. Depende tudo de como se leva o trabalho. Mas acho que isto ou se leva a sério ou não faz sentido. As coisas não se conquistam facilmente, dão muito trabalho, exigem muita responsabilidade. Mas depois também dão frutos. Também tenho boas compensações.

O Informador Guerra Sem fim, Dexter Filkins Lisboa Christina Lamb Beirute

Como é que os futuros jornalistas se podem distinguir numa área tão competitiva? Podem distinguir-se através de uma persistência grande. É preciso ter cultura geral, depois definir uma área, criar bagagem e ver o que está a ser feito nessa área. Procurar muito aquilo que se faz nos sites, nos jornais, na imprensa internacional sobre o assunto. Chegar hoje a uma empresa e ter emprego é muito difícil. É preciso pensar noutras formas de trabalhar, e há muita gente a trabalhar de uma forma menos convencional e que consegue sucesso. Portanto, as coisas não surgem de um momento para o outro, demora. É preciso ser persistente. Esse tempo em que estamos a fazer as coisas e achamos que “não é isto que eu quero fazer’ é importante para apurar as técnicas. O tempo que a pessoa acha que está a perder, não está de facto. A vida profissional faz-se por camadas e para se chegar aqui é preciso que tudo isto seja sólido. Errar muitas vezes e ter alguém que nos diga ‘isso não presta!’ e que nos explique porque é que isso não presta e diga qual é o caminho para fazer coisas que interessam. Como se prepara psicologicamente antes da partida para um cenário de guerra? Não há nenhuma preparação específica para isso. Há determinadas caraterísticas de personalidade que podem ser trabalhadas se a pessoa quiser. Quando se parte para um sítio destes é preciso ter a consciência de que nos pode acontecer tudo até ao limite. Pode não se voltar. Psicologicamente é preciso ter otimismo e determinação, pensar ‘eu vou porque que considero que é importante ir e porque


7 Já sentiu que a estavam a tentar manipular para passar determinada mensagem? Tentativa de manipulação existe sempre. Depende muito das circunstâncias e das histórias que se procura fazer. Fugir à manipulação é possível e é nosso dever. A questão da manipulação tem a ver com isso, sobretudo quando são conflitos muito definidos. Quando precisas de credenciais para entrar em determinadas zonas, aí estás a ser teleguiado. Mas tanto podes estar a ser teleguiado pelo Gaddafi como pela NATO. Ou seja, quando um comandante da NATO dá uma conferência de imprensa é para dizer bem dos ataques da NATO. Tudo isto é informação. Agora é preciso ter inteligência para trabalhar esta informação. Mandar propaganda para o lado, perceber o que é que é de facto importante. Tentar ir por aquilo que se aproxima da realidade, dar o retrato da situação. Ter consciência de que a vontade de manipular e os instrumentos da manipulação normalmente em zonas de conflito estão sempre presentes.

quero ir’. Eu não me posso envolver excessivamente numa situação, tenho de ter a capacidade para entrar na situação, perceber o que se está a passar, mas manter ao mesmo tempo uma zona de fuga. É preciso ter capacidade psicológica para ver cenas altamente dramáticas e lidar com elas. Não se passa por isto tranquilamente. Obviamente que são situações fortes, que nos deixam marcas, que nos fazem dormir mal.

O jornalismo português precisa de mais investigação. Quais as primeiras barreiras que os jornalistas encontram quando chegam a um local de conflito? Depende muitos dos sítios. Por exemplo, quando se chega ao Afeganistão ou ao Iraque que está em conflito, que é um sitio que tem uma cultura e história completamente distintas da nossa, a primeira barreira é a língua. Temos de arranjar um intérprete. Pode ser através de eventuais colegas que já lá estejam e que conheçam alguém. É preciso ter em conta que vamos entregar a nossa vida a uma pessoa que acabámos de conhecer, e depois há questões que têm que ver com a segurança que essa pessoa nos oferece. Temos de conversar com ele e, progressivamente, perceber como é a pessoa. Nós vivemos muito com rótulos. Colocamos o rótulo de ‘terrorista’, de Marrocos até à Indonés: isso é horrível. Esquecemo-nos muitas vezes que as primeiras vítimas dos conflitos são as pessoas que vivem nesses países e que querem levar uma vida normal. É importante estar num sítio onde se está em minoria para perceber o que é ser minoria e o que é sofrer o estigma da minoria. Portanto é preciso manter o espírito aberto, curiosidade, vontade de perceber os comportamentos, porque há muitas questões culturais que podem chocar. A língua é uma barreira; o intérprete é vital.

Qual o acontecimento que mais marcou a sua vida profissional? Há várias situações curiosas. Adoro tentar perceber pessoas que se comportam de maneira diferente. Uma coisa que também me atrai imenso são os momentos da mudança de regime. Por exemplo, a queda do Gaddafi, na Líbia. Essa mudança de regime muito forte cria um período de anarquia total em que as pessoas rejubilam com o libertar-se da operação. Acabamos por lidar com muitas situações que nos fazem relativizar muitos problemas, que nos dão outra amplitude para a tolerância.

28 janeiro 2016

dos vídeos está ao nível das melhores empresas de comunicação do mundo. A composição gráfica é muito importante, sendo que tem muitas leituras. A decapitação dos jornalistas James Foley e Steven Sotloff, segundo o Wall Street Journal, que fez uma pesquisa no ano passado, foi o vídeo mais visto nos últimos 5 anos. Não tenho dúvidas que o poder da propaganda é superior à força no terreno.

É importante estar num sítio onde se está em minoria para perceber o que é ser minoria e o que é sofrer o estigma da minoria

Considera um risco ou uma oportunidade a entrada de refugiados na Europa? Eventualmente há terroristas que vêm com os refugiados, mas se houver um ataque em Munique ou em Dresden, quem diz que não pode ser do Estado Islâmico. Se vier a acontecer um grande atentado em Munique, Viena de Áustria ou nos países que estão a receber os refugiados feito por outra entidade, quem diz que não ocorrerá o oportunismo da extrema-direita, que está de unhas de fora em toda a Europa, onde os que vêm são todos “feios, porcos e maus”? Se ocorrer um ataque em maior escala, a questão é muito deliUm dos seus trabalhos de reportagem mais elo- cada, pode acontecer por oportunismo. Por que não giados foi o da Líbia em 2011, como se sentiu pe- se monta uma operação na saída da Turquia ou enrante toda aquela situação conflituosa e ter ainda trada da Grécia, para se perceber quem, de facto, são ter de estar a relatar em direto? os refugiados que estão a sair de situações de conflito, Foi uma coisa completamente inesperada, a cidade de quem são os refugiados económicos, e saber onde é manhã estava calma, mas tinham a mania de dispa- que eles vão antes de entrarem na Europa? rar para o ar de alegria. Chegámos ao hotel descontraídos e de repente, estamos em direto e ocorre aquilo. Há países mais civilizados do que outros ou é Só queria que aquilo parasse, podia ter apanhado um tudo uma questão de diferenças culturais? tiro. Foi perigoso. Do ponto de vista civilizacional há países mais parecidos com o nosso mas também diferentes. Somos Como é a vida de um repórter que chega muito autocentrados e pensamos que a nossa zona de à redação e é informado que tem de partir conforto é que é boa. Temos parâmetros de qualidade de imediato? de vida interessantes. Há culturas muito diferentes da A experiência ajuda imenso a resolver alguns proble- nossa que são válidas para esses países como para nós. mas, mas tem de haver disponibilidade física e mental. É preciso avaliar a estabilidade física e mental para Face à recente instabilidade governativa, aceitar um desafio desses. Os cenários mudam poli- na sua opinião, Portugal está preparado para ticamente, os tempos mudam, a maneira de se traba- enfrentar os compromissos assumidos com lhar um conflito mudou totalmente. a União Europeia? Penso que sim. Sou muito otimista. As pessoas fazem Alguma vez sentiu discriminação por ser mulher? muitas tempestades. A União Europeia fez-se com Já aconteceu estar a fazer uma entrevista e o entrevista- políticas mais liberais ou sociais-democráticas, com do responder para o meu intérprete. Tem de se equacio- maior empenhamento do Estado. Não temos poderes nar se vale a pena ou não, para o meu objetivo final que comunistas na União Europeia. Acho perigoso existir é recolher a informação sobre determinado assunto. um pensamento único baseado nos mercados. Temos de ser maiores em termos intelectuais e saber onde Como pode o ocidente lidar com o estão as pessoas honestas para dirigir o país, com defundamentalismo do Estado Islâmico? sapego ao dinheiro, profissionalmente capazes, briPreocupa-me o modo como esta organização tem cres- lhantes intelectualmente. É-me indiferente o partido. cido nos últimos anos. Não há forma de lidar com esta organização, o modo como opera e se apresenta não é Quais considera serem os principais desafios do passível de qualquer tipo de tolerância. Conhecemos jornalismo de hoje? muito pouco desta organização. Esta é a primeira or- O jornalismo português precisa de mais investigação ganização terrorista que manipula de forma sublime e de ser mais acutilante, os jornalistas têm de ter meos meios eletrónicos e a internet. O requinte e detalhe nos medo, mais temas e histórias. k


8 Concurso

Inscrições abertas para Prémio Internacional Books & Movies 2016

Texto

Sandra Martinho e Tânia Filipe

“LEIRIARTES” ANIMA A CIDADE O 4º encontro de Artes Plásticas e Literatura de Leiria decorre entre 12 e 13 de março e aposta na promoção de novos criadores. Este evento tem como objetivo mostrar aos leirienses e ao país a necessidade de apoio e reconhecimento da arte e daqueles que vivem dela. As obras expostas no “Leriartes” podem ser compradas pelos visitantes, tendo em conta que 10% do valor da obra vendida reverte para a associação Friendly Talents. Este evento tem lugar no Mercado Santana, é possível visitá-lo sábado das 14h às 22h e domingo das 10h às 19h. CANDIDATURAS AO ERASMUS+ TERMINAM DIA 1 Os alunos do Instituto Politécnico de Leiria (IPL) que queiram inscrever-se no Programa Erasmus+ para este ano letivo têm de apresentar a sua candidatura até dia 1 de fevereiro. Os estudantes que pretendem frequentar a mobilidade devem preencher, em articulação com o coordenador de curso, o Learning Agreement. O Erasmus+ dá oportunidade a mais de quatro milhões de europeus de estudar, treinar, ganhar experiência laboral e realizar voluntariado no estrangeiro. Para mais informações, basta consultar o site do IPL. CONFERÊNCIA SOBRE EDUCAÇÃO EM MAIO A Escola Superior de Educação e Ciências Sociais de Leiria acolhe entre 5 e 7 de maio a Conferência Internacional de Investigação, Práticas e Contextos em Educação. Segundo a organização, a iniciativa tem por objetivo “proporcionar uma oportunidade para que profissionais de diversas áreas ligadas à educação e com interesses multidisciplinares interajam e partilhem experiências e conhecimentos”. A apresentação de propostas de artigos, relatos e posters decorre até dia 1 de fevereiro.

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Diana Almeida e Rita Carvalho

© Jose Sena Goulão/Lusa

ÚLTIMAS

A FECHAR

Câmara de Alcobaça organiza, pela terceira vez consecutiva, o Prémio Internacional Books & Movies com o propósito de partilhar e premiar a criatividade no âmbito da literatura e do cinema. O concurso terá como tema “Alcobaça – Dê lugar ao Amor” e, nesta edição serão analisados vídeos, curta-metragens e também os textos escritos sobre roteiros de viagem. A condição é ter Alcobaça como um dos lugares de paragem. A data limite de entrega dos trabalhos está definida para o dia 31 de março e as candidaturas podem ser entregues pessoalmente na Câmara Municipal ou enviadas por correio. O vencedor do prémio, no valor de cinco mil euros, será anunciado na Gala Books & Movies, a 16 de outubro de 2016, que decorrerá no Cine-Teatro de Alcobaça João D’Oliva Monteiro. k

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Palco Principal

Política divide jovens Texto Carlos Paixão e Cristiana Alves

As eleições presidenciais de domingo indicaram que a maioria dos portugueses não quis votar. Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito Presidente da República, numas eleições que dividiram também os jovens, porque nem todos se empenham na escolha política. “Isto deve-se principalmente a uma certa relativização da política”, diz Miguel Santos, 18 anos, que cita a expressão “falam, falam, mas não fazem nada” para justificar o desinteresse das novas gerações. Filipa, 18 anos, concorda e alega que não se sente capaz de decidir porque o que conhecia dos candidatos era “insuficiente para tomar uma decisão de tão grande responsabilidade”. Por seu turno, Jônatas Gomes, 24 anos, aponta o dedo às famílias que não ajudam a formar os mais novos sobre posições ideológicas ou políticas. “A acomodação

pelas questões políticas muitas vezes vem de casa, onde são educados a não gostar de política”, diz Jônatas Gomes. Apesar de não gostarem de partidos, muitos jovens dizem-se empenhados politicamente. “Se tivesse de apontar uma razão para o meu interesse, diria que a política é algo importante e sério na vida de todos os cidadãos. Todos nós dependemos das decisões políticas”, explica Pedro Matos, 18 anos. Dos mais de nove milhões de portugueses que foram convocados para votar, apenas 48,84% dos eleitores exerceu o seu direito de voto. Mas apesar disso, muitos querem ter uma palavra na decisão do futuro de Portugal. “Acho bastante importante os portugueses estarem a par das variadas situações, a nível político, que se passam à nossa volta”, justifica Cristiana Silva, 18 anos. k

Uma blogger que cresceu para um portal de moda e de compras online. Nesta página é possível apreciar as últimas tendências, com o carimbo pessoal da autora.

Obvious

ON LINE Texto

Adriana Mais do que um Lourenço agregador de conteúdos de moda, esta página permite aos jovens criadores entrarem num circuito de promoção internacional. Com um design arejado, a página permite promover novas ideias de moda mas também novas interações artísticas. www.ultranoir.com


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