IV IPCE 2015

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Investigação, Práticas e Contextos em Educação 2015

ças perceber, de forma mais clara, algumas das características dos materiais e dos trabalhos realizados pelas mesmas (Thornton & Brunton, 2005). Os pontos de luz artificial permitem “criar verdadeiros jogos de transparências e reflexos, o que permite o desenvolvimento de experiências educacionais de luz e sombra, experiências acerca das propriedades dos materiais (transparentes, translúcidos, opacos, etc.) e, simultaneamente, criar um ambiente calmo, relaxante, de bem-estar emocional” (Lino, 2013: 122). Com a caixa de luz numa sala escurecida “will draw children in to look closely at natural and transparent objects placed on it. They can investigate pattern and colour and explore what things are made of and how they behave” (Thornton & Brunton, 2007: 45). Desta forma, os materiais podem tornar-se veículos para a expressão e comunicação, fazendo parte do leque de experiências e processos de aprendizagem das crianças, pois estas quando se relacionam com os materiais acabam por interagir de forma natural com os mesmos e desenvolver relações de exploração e comunicação (Gandini, Hill, Cadwell & Schwall, 2005). O desenvolvimento de experiências educacionais de luz e sombra permitem o “envolvimento em jogos de fantasia, imaginação e criatividade” (Lino, 2013: 122). As mesmas experiências possibilitam às crianças não só conhecer as diversas características dos materiais, como também, que aprendam que a luz viaja através de certos materiais, mas não de todos. Estas experiências e oportunidades também permitem às crianças realizar um trabalho interdisciplinar (Howe, Davies, McMahon, Towler, Collier & Scott, 2009), para além, de despertarem interesses que levem as crianças à realização de conversas, discussões e oportunidades de jogar de forma cooperativa (Thornton & Brunton, 2007). Desta forma, as atividades relacionadas com a luz podem proporcionar às crianças, professores e famílias tempo para a experimentação e pesquisa, imersas em espaços e ambientes onde a luz, nas suas variadas formas, pode ser investigada através dos sentidos, emoções e racionalidade, com a esperança de provocar maravilha, exploração, curiosidade, pesquisa mais aprofundada, novas aprendizagens, criatividade e novos paradigmas nos diversos intervenientes. A estas experiências denominam-se de experiências estéticas, visto que resultam da perceção, sensibilidade, liberdade e participação (Bisi, Cagliari, Piazza, Tedeschi & Vecchi., 2012). Assim sendo, através da exploração e descoberta, a criança torna-se mais criativa e, consequentemente, criatividade, representação e imaginação possibilitam às crianças a partilha dos seus sentimentos, identidades e entendimentos com os outros intervenientes, através de desenhos, brincadeiras criativas, palavras, entre outras ações (Thornton & Brunton, 2007). 2.2.1. A luz e as suas propriedades A luz pode ser usada para jogos de mosaico, de paisagem, de cor e de construção mas a luz também é vital para a vida (Thornton & Brunton, 2005). Esta acaba por ser um elemento altamente deslumbrante que as crianças acabam por encontrar na sua experiência quotidiana, desde uma idade muito precoce. As crianças “encounter light - and natural phenomena in general - with strategies which are at once relacional-affective and rational-cognitive. The first triggering elements are wonder and curiosity, i.e. the activation of a questioning intelligence” (Bisi, et al., 2012: 122). A luz e os fenómenos luminoso podem ser o início da descoberta e conhecimento do mundo (Bisi, et al., 2012). Diariamente, desde o momento em que abrimos os olhos, fazemos uso da luz para ver e observar o que nos rodeia (Howe, et al., 2009). Atualmente, a teoria da luz mais aceite é a teoria dual onda-corpúsculo (Arte Hogar Europa, 2001). Nesta teoria, a luz apresenta propriedades relativas ao seu comportamento como partícula e como onda. No que diz respeito às partículas, a luz é constituída por fotões onde a mesma é absorvida e emitida. Relativamente às ondas, a luz é apresentada sob a forma de onda eletromagnética. A natureza dual da luz é reforçada pelo facto de a mesma se propagar em forma de onda, mas também por se manifestar através de um comportamento corpuscular nos momentos em que ocorrem os processos de emissão e absorção (Martins, et al., 2007; Hecht, 2002).

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A luz “propaga-se em linha recta no vácuo ou através de meios transparentes homogéneos” (Rodrigues, 2000: 130) com a velocidade de 300 000 km/s no vácuo e, aproximadamente,


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