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CANCIONEIRO POPULAR BRAGANÇANO
TOMO X
174. Chamaste-me cereja, E eu cereja quero ser; inda que caia de madura Tu não me hás-de comer. 175. Chamaste-me cerejinha Diante de tanta gente; Agora me fica o nome: Cerejinha para sempre. 176. Chamaste-me doidinha E tu és o variado; Nunca falaste comigo Que não fosses enganado. 177. Chamaste-me pé de ginja, Eu não sou tão delicada; Quem pé de ginja me chama Pouco bem me quer ou nada. 178. Chamaste-me pé de ginja, Não sou tão delicada; Sou um corpinho bem feito Em ti mal empregada. 179. Chorando vou regando O pé a todas as flores; Chorando porque me deixas E tens outros amores. 180. Coitadinha da rabaça E de seu primo agrão, Sempre estão na frescura Nunca sabem quando é verão (1107). 181. Coitadinho de quem tem Amores em terra alheia; De dia gasta calçado, De noite fica sem ceia.
(1107) Variante de outra em MARTINS, Firmino – Folclore do concelho de Vinhais, p. 265, e da n.° 161 de SPOLETO – Cantares da minha terra.
MEMÓRIAS ARQUEOLÓGICO-HISTÓRICAS DO DISTRITO DE BRAGANÇA