Constantino, o Rei dos Floristas

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A Constantino Rei dos Floristas Rival de Deus sobre a terra, Quem te nega adoração, Quando a França te saúda - Novo rei da criação?! Quando a Europa d’espantada Curva a fronte laureada Ante o teu génio imortal?! Quando colhes d’entre os louros O mais rico dos thesouros: - Um triumpho a Portugal?! Constantino! Como é grande O teu génio creador, Quando vertes o perfume No cálix da TUA flor! Quando imitas a beleza da rizonha natureza Com o teu mágico pincel… Quem ao ver tão bellas flores Não as crê próprios verdores Do mais ameno vergel? No tapete d’esmeraldas, Que alcatifa o TEU jardim, Brinca meiga a branda aragem Embalando alvo jasmim, Fascinada a mariposa Lá doudeja em torno à rosa, N’ella poisa, mas em vão; Na seiva o gôso procura, Não a encontra… e na tortura Morre, alli d’uma ilusão! Constantino! A ti me curvo, A ti só me curvarei, E’s um astro luminoso, E’s do mundo o genio-rei! Quando a Europa os seus primores, Variados de mil cores, Na Bretanha apresentou, Quiz a França disputar-nos Alta glória; - quis roubar-nos O teu nome que assombrou

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Mas tu d’altivo bradaste: «Sou filho de Portugal! Embora eu viva na França, E’ minha terra natal» Oh! Bem haja o homem nobre, Que ama ainda a pátria pobre Rica outr’ora tanta vez… Bem haja o filho valente N’esta acção de portuguez.

Excerto de Poema de António Pinheiro Caldas dedicado a Constantino, em 1851

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CONSTANTINO, REI DOS FLORISTAS

Constantino José Marques de Sampaio e Melo nasceu em Torre de Moncorvo a 18 de Agosto de 1802. Ficou

conhecido

como

Constantino, Rei dos Floristas sendo um artista premiado e célebre, um florista da alta moda parisiense e das casas reais da Europa. Filho de boas famílias, mas fruto

de

uma

relação

indesejada cedo foi entregue na Casa da Roda de Torre de Moncorvo, de onde partiu para um ama de leite no Larinho. Acabada a criação foi enviado para casa de um tendeiro, em Alfandega da Fé, onde permaneceu até se tornar criado em casas de famílias abastadas de Moncorvo, chegando mesmo a servir em casa dos seus avós onde se cruza com a sua mãe. Passou ainda pelo convento de S. Francisco de Moncorvo, de onde sai para assentar praça no Batalhão de Caçadores 5 de Viseu. Desde muito cedo se entretinha a tecer ramos de papoilas e violetas pelos campos, mas foi durante a sua estadia na Ilha Terceira, enquanto cabo de batalhão, que se dedicou a fazer flores, especialmente de penas. Foi para Paris em 1834, apresentando-se a Mr. Flamet, um dos industriais mais famosos daquela época. Fez então um ramo de flores de penas que ficou tão perfeito que a Guarda Nacional o comprou para oferecer à Rainha D. Amélia, mulher de Luís Filipe. Esta ficou tão satisfeita que lhe encomendou uma grinalda

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de flores de laranjeira para o casamento da sua filha, a princesa Clementina. Constantino teceu ainda grandes bouquets de flores para uma quermesse organizada pela mesma rainha, tendo sido na altura apelidado pela multidão de “Rei dos Floristas”. Passou então a ser um florista da moda, tendo encomendas das principais casas da Europa e América. Este célebre artista obteve a sua consagração em Paris, na Exposição de 1844. Em 1849, regressou a Portugal, demorando-se no País até fins de 1850. Esteve em Lisboa e foram-lhe consagradas festas particulares, devendo citar-se um jantar de honra que lhe foi oferecido, por iniciativa do grande escritor Visconde de Almeida Garrett, e por ele presidido, a que assistiram os nossos primeiros homens de letras e artistas daquela época. Foi recebido no Paço pela Rainha D. Maria II e pelo Rei D. Fernando II a quem ofereceu algumas das suas primorosas e belas flores e de quem ouviu os maiores elogios. Visita a sua terra natal, Torre de Moncorvo, onde é recebido em festa e mesmo sendo filho de pais incógnitos muitos foram os parentes que o quiseram receber. Em 1851, participa na Exposição Universal de Londres e em 1855 na Exposição de Paris, nas quais é mais uma vez premiado. Constantino veio a falecer em 1874 em França, não sendo concretizado um dos seus desejos que seria o regresso dos seus restos mortais à sua terra natal. O nome do grande Florista ficou registado em Lisboa na denominação dada a um Jardim Público, O Jardim Constantino, do novo Bairro da Estefânia e em Torre de Moncorvo na denominada Rua Constantino Rei dos Floristas. Ainda hoje podemos ver, na Igreja da Misericórdia, ramos e grinaldas de flores que ele tecera com grande perfeição quando, ainda em Moncorvo, trabalhava como criado de servir.

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MÊS DE CONSTANTINO, REI DOS FLORISTAS Durante o mês de Maio assinala-se em Torre de Moncorvo o mês das flores e de Constantino, Rei dos Floristas. As ruas do centro histórico da vila já estão engalanadas para homenagear este grande artista que imitava as flores naturais na perfeição. Além da decoração das ruas da vila com flores, do programa fazem parte várias atividades que decorrem nos dias 29, 30 e 31 de Maio, com a realização de um mercado de flores, apresentação de livros, visitas guiadas às flores de Constantino, ateliers de flores e animação musical e teatral. O Município de Torre de Moncorvo homenageia assim um dos primeiros emigrantes de sucesso de Moncorvo. A iniciativa conta com o apoio das diversas Instituições Particulares de Solidariedade Social, Agrupamento de Escolas de Torre de Moncorvo, Grupo Alma de Ferro Teatro, Agrupamento de Escuteiros, Junta de Freguesia de Carviçais, Associação de Bem-Fazer do Larinho e Associação Recreativa do Santo Cristo.

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PROGRAMAÇÃO MÊS CONSTANTINO, REI DOS FLORISTAS Dia 29 Maio – Sexta-feira Das 10.00H às 22.00H - Mercado de Flores Largo do Sagrado Coração de Jesus Todo o dia - Visitas Guiadas à Igreja da Misericórdia (Flores de Constantino Rei dos Floristas) 10.00H - Atelier de Flores (Jardins de Infância do Centro Escolar de Torre de Moncorvo – Agrupamento de Escolas de Torre de Moncorvo) - Largo do Sagrado Coração de Jesus 15.00H - Atelier de Flores - Largo do Sagrado Coração de Jesus (crianças – Centro paroquial e Social de Torre de Moncorvo) 21.00H - Prática de Conjunto – Escola Municipal Sabor Artes - Largo do Sagrado Coração de Jesus

Dia 30 Maio – Sábado Das 10.00H às 22.00H - Mercado de Flores Largo do Sagrado Coração de Jesus Todo o dia - Visitas Guiadas à Igreja da Misericórdia (Flores de Constantino Rei dos Floristas) 10.30H - Atelier de Flores - Largo do Sagrado Coração de Jesus (Santa Casa da Misericórdia de Torre de Moncorvo) 14.00H - Atelier de Flores - Largo do Sagrado Coração de Jesus (Agrupamento de Escuteiros) 16.00H - Apresentação dos livros “Homenagem aos Poetas” de Amílcar Joaquim Queijo,

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“Gentes do Passado e o Presente" de José Manuel Remondes e “ Entre Vales e Montes” de Maria Carmelina Fernandes- Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo 21.00H – Grupo de Cavaquinhos – Escola Municipal Sabor Artes - Largo do Sagrado Coração de Jesus

Dia 31 Maio – Domingo Das 10.00H às 19.00H - Mercado de Flores Largo do Sagrado Coração de Jesus Todo o dia - Visitas Guiadas à Igreja da Misericórdia (Flores de Constantino Rei dos Floristas) 15.00H Atelier de Flores - Largo do Sagrado Coração de Jesus (Fundação Francisco António Meireles) 16.00H - Recriação Histórica da vida de Constantino Rei dos Floristas - Grupo Alma de Ferro Teatro - Largo do Sagrado Coração de Jesus 19.00H – Encerramento do Mercado de Flores

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APRESENTAÇÃO DE LIVROS DE POESIA POPULAR “HOMENAGEM AOS POETAS” DE AMÍLCAR JOAQUIM QUEIJO Biografia Amílcar Joaquim Queijo Nasceu na Lousa a 20 de Junho de 1943, tem 71 anos.

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Realizou o exame da 4ªclasse em Torre de Moncorvo onde andou pela primeira vez de Comboio. De 1966 a 1968 Amílcar Joaquim Queijo esteve na guerra do Ultramar destacado em Moçambique. Regressou ao seu país e foi viver para a Cidade de Vila Nova de Gaia onde trabalhou nos S.T.C.P. durante aproximadamente 10 anos. Amílcar Joaquim Queijo regressou às suas origens, aldeia da Lousa e dedicouse à agricultura. Gosta de ler autores portugueses, destacando António Lobo Antunes. Gosta de viajar, conhecendo alguns países, tais como, Brasil, Itália e Espanha. Ainda ambiciona visitar Israel. Desde muito novo que tem a paixão pela escrita e pela música. “GENTES DO PASSADO E DO PRESENTE” DE JOSÉ MANUEL REMONDES Biografia José Manuel Remondes Nasceu em 15 de Junho de 1948 no Hospital D. Amélia em Torre de Moncorvo. Tem como Habilitações Literárias a 4ª Classe

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Emigrante na Holanda e França deixou o seu país com 26 anos para trabalhar numa fábrica. Regressou a Portugal em 1981. Casado com Maria Constança Remondes, pai de duas filhas, Karina e Helena. Tem dois netos. No ano de 2005 no dia 25 de Abril, apresentou o seu 1º livro de poesia intitulado ”Versos da Minha Terra”. Fez parte da Banda Filarmónica de Torre de Moncorvo e do Rancho Folclórico da Dança das Fitas. “ENTRE VALES E MONTES” DE MARIA CARMELINA FERNANDES Biografia Maria Carmelina Fernandes Nasceu em Torre de Moncorvo em 1936 numa época difícil. Seus pais eram de raízes humildes. Trabalhou arduamente com o seu marido para criar os filhos. Maria Carmelina Fernandes teve 6 filhos (um deles já faleceu), tem 11 netos e 5 bisnetos. Sempre gostou de fazer versos e responder espontaneamente às pessoas com quem conversa. Em 2001 apresentou “Lágrimas e Sorrisos” seu primeiro livro de poesia.

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CONTATOS

C芒mara Municipal de Torre de Moncorvo Luciana Raimundo Telefone: 279 200 220 Telem贸vel: 924 489 953 E-mail: luciana.raimundo@torredemoncorvo.pt

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