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TRANSAÇÕES DE M&A BATERAM RECORDES EM SETEMBRO E TOTAL, ATÉ AGORA EM 2021, JÁ SUPEROU TRANSAÇÕES DE 2020
Por Gustavo Paiva
Oano de 2020 foi da sobrevivência. Mas este ano, das oportunidades. O que não faltou foram negócios entre empresas. O ano de 2021 chega ao fim com recorde no número de fusões e aquisições (M&A na sigla em inglês). Dados divulgados em dezembro pela consultoria KPMG mostram que nos três primeiros trimestres do ano foram realizadas 1.361 operações, 21,8% a mais que em todo ano passado. Os valores são os maiores da série histórica iniciada em 2003.
O empresário Marcelo Catunda, sócio da empresa Agrega, focada na gestão e preparo de empresas para o mercado de M&A, descreve que, apesar de 2020 ter sido mais calmo, ele afirma que “2021 está sendo fantástico, com recorde atrás de recorde em transações nos diversos segmentos”.
Marcelo Catunda vê o Centro-Oeste como uma jazida de joias, repleto de empresas que estão se desenvolvendo muito, principalmente nos setores de indústria, saúde privada e prestação de serviços. Ele conta que Goiás tem se tornado um atrativo para fusões e aquisições. Contudo, esse mercado não é simples.
“A venda da companhia é o último capítulo da novela”, entende o empresário. “Normalmente as empresas, que são verdadeiras joias, são muito boas de negócio, tem um core business bastante interessante, mas normalmente estão não estão estruturadas para a venda. Elas não geram informações, não estão com um nível adequado de governança, o que uma boa transação requer”, disse.
Para o consultor, o maior erro dos empresários é querer vender a empresa no momento errado e não saber quantificar o preço exato da companhia – seja para mais ou para menos.
Esse é o papel para uma empresa especializada, destaca Catunda, que aponta que o preço não pode surgir sem estudos aprofundados. “A Agrega, por exemplo, se especializou em trabalhar e melhorar as informações das empresas, elevando o nível da governança, ajudando-as a fazer o dever de casa. Dessa forma as companhias terão uma gestão econômica mais organizada e melhorará sua performance, além de se conhecerem melhor.”
“Se você não sabe aquilo que você é, como é que vai mostrar pra quem quer te comprar”, indaga Marcelo Catunda. “Tem muita empre-
EQUIPE AGREGA:
Os sócios Raul Marcílio, Marcelo Catunda e Felipe Catunda
sa grande que ainda se administra pelo caixa e pelo estoque. Não sabe para onde vai o dinheiro, o que aconteceu, o que gerou de resultado. E ela cresceu assim. É cultural, mas não se aplica em mercado de aquisição de empresas. E, até por isso, essas empresas não conseguem mostrar no mercado o seu valor real”, explica.
Para ele, a empresa precisa estar ligada no movimento de mercado e ter dados reais e atualizados, entre eles, o valor de venda, para conseguir uma boa negociação. Catunda diz que essa organização do negócio tem de ser feita com boa antecedência do início das negociações. “Por exemplo, se uma empresa quer entrar no mercado do Centro-Oeste, às vezes ela irá pagar mais por uma empresa que já tem um mercado sob controle, já tem carteira consolidada. Eu costumo dizer que máquina e equipamento o dinheiro compra, mas o mercado você não compra.”
Marcelo Catunda ensina ainda que a governança é o que mais agrega valor a um negócio. Ter boas demonstrações financeiras, profissionalizar a empresa, ter bons parceiros, ter um plano de sustentabilidade é essencial para valorizar a companhia. “A marca, o branding, é a alma do negócio, é o que dá sustentação. Então, você tem de ter uma boa gestão por trás disso, para que grandes negócios não acabem da noite para o dia”, afirma.
Além disso, o consultor aponta que o empresariado goiano é muito rápido nas respostas e não fica atrás dos empresários dos grandes centros brasileiros. “Encontramos aqui em Goiás verdadeiras maravilhas em termos de empresas, de gestão e de governança. O empresariado goiano não fica atrás de nenhum outro. Ele está atualizado em informações e está sempre buscando melhorar, estruturar, mostrar dados e controle das informações.”
PONTO ESTRATÉGICO
O empresário goiano tem uma vantagem muito forte para auxiliar na valorização do seu negócio. Seu posicionamento geográfico. Segundo Marcelo Catunda, hoje, o maior custo das empresas é com logística. “E o Brasil, que é um País gigantesco, tem Goiás no centro”, aponta. Apesar de estar ao lado de Brasília, ele acredita que a capital não é um potencial rival nessa esfera. “Brasília ainda é a corte, ainda é uma sede administrativa. Em termos de logística, acho que Goiás, agora com os investimentos em ferrovia, tendo Anápolis como um forte Porto Seco, isso tudo ajuda demais”, explica. SETOR DE SAÚDE EM ASCENSÃO
Para Marcelo Catunda, a janela da saúde se abriu em Goiás e vai continuar por um bom tempo. “Eu costumo dizer que em M&A existem janelas. Você vê recentemente, aqui em Goiás, a aquisição do Anima pelo grupo Santa, em Anápolis. O Hospital Órion pelo grupo paulista Albert Einstein. O Cebrom e CTR, que a gente assessorou, pela Oncoclínicas e, recentemente, o anúncio de uma negociação do Instituto Neurológico com o Grupo Kora”, aponta.
“O mercado brasileiro de saúde, principalmente dos hospitais, é focado em médio e pequenos hospitais. É por isso que existe no mercado algumas empresas que são consolidadoras de negócios. Você pega a Oncoclínicas, ela já adquiriu mais de 70 empresas no setor de oncologia e quimioterapia no Brasil”, descreve o empresário. Marcelo ressalta, ainda, que o Grupo Kora e a Oncoclínicas também realizaram seus IPO’s (sigla em inglês para Oferta Pública Inicial) no mês de agosto. “Então é um mercado muito nervoso, que as coisas estão acontecendo com uma velocidade muito grande”, afirma.
Para ajudar as empresas em sua organização e na visualização de resultados, a Agrega desenvolveu a ferramenta Cleverview. “A gente sentiu a necessidade de desenvolver uma ferramenta de gestão que fosse mais prática, para despertar no empresário o poder de análise e do diagnóstico, com maior controle dos números. Que é o grande segredo do negócio”, conta Raul Marcílio, sócio da Agrega. O Cleverview tem o objetivo de preparar essa base de informações da empresa, que começa através de uma contabilidade bem feita, auxiliando nas tomadas de decisão dos empresários. Para isso, ela se utiliza de recursos gráficos, análises verticais, conciliações Caixa x Ebitda (lucro da empresa, sem contar investimentos financeiros, empréstimos e impostos), sempre comparando as performances passada, planejada e real.
O aplicativo conta ainda com outra ferramenta, o Gestor de tarefas, que permite o fácil controle de planos de ação, para que as metas traçadas sejam atingidas de forma mais rápida, com transparência e eficiência.
“A Agrega tem sido muito procurada para preparar empresas nos diversos segmentos para a busca de um sócio investidor ou para uma venda estratégia. O segredo está em preparar a empresa para apresentar demonstrações financeiras confiáveis, reduzir custos e despesas e focar na melhoria de resultados e geração de caixa”, explica Raul.
A HEGEMONIA DO TI E O MUNDO DAS STARTUPS
As empresas de Tecnologia da Informação têm movimentado quase metade das transações de M&A no Brasil e, segundo Marcelo Catunda, essa é uma janela que não tem previsão para fechar. No período de janeiro a agosto, o mercado de TI realizou 547 transações, um aumento de 243 transações, em relação ao mesmo período em 2020.
Outro ponto importante é o mercado de startups. De acordo com Marcelo, hoje existem empresas que monitoram mais de 50 mil startups no Brasil. “Todo problema já possui uma solução mais ou menos desenhada e desenvolvida”, explica, e por isso, quando você tem um problema, às vezes vale mais a pena ir no mercado ver se alguém já trabalhou a solução. “Então você vai no mercado e procura nas prateleiras uma solução já desenvolvida, que são as startups. Aí você consegue fazer esse negócio crescer”, conta.
Marcelo acredita que ano que vem o crescimento do mercado de M&A será ainda maior. “Acho que o momento está muito oportuno. O mercado está muito líquido, tem muito dinheiro no mundo. A taxa de juros no Brasil nunca esteve tão baixa, e isso faz com o que o dinheiro saia para trabalhar."