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REGINALDO GARCIA
OPINIÃO
REGINALDO GARCIA
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Empresário, diretor da Acieg e presidente eleito da Associação dos Lojistas do Flamboyant Shopping Center (Aslof)
OS DESAFIOS DO COMÉRCIO GOIANO
Asina do empresário é esperar. Esperamos em 2015, 2016, 2017, 2018, 2019, 2020 e 2021. Ano após ano esperamos uma resposta da economia. Estagnação, recessão, paralisação, pandemia, inflação e, agora, estagflação. Já vamos caminhando para uma década sem solução, sem um pico decente de crescimento. Empresários e trabalhadores vendo seus ganhos diluindo para pagar impostos ou juros.
Não somos de reclamar. Não acordamos cedo todos os dias, arriscamos nosso patrimônio, deixamos muitas vezes de conviver com a família, para ficar jogando pedras em quem quer seja. Nosso foco é trabalhar. E, aliás, quem aguentou aberto ou empregado até agora merece só elogios. São sete anos enxugando gelo, sendo criativos, buscando soluções às vezes onde nem existem para manter o negócio aberto.
Toda essa introdução é para dizer que 2021 não será diferente. Será um ano negativo – ou muito perto disso. Até outubro, último dado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o acumulado de doze meses estava no vermelho, negativo em 0,6%. Outubro, que era para ser um divisor de águas e havia boa expectativa por parte dos comerciantes, foi um tombo, segundo a pesquisa: tombo de 10,3% em comparação a outubro do ano passado – que havia mais restrições que atualmente.
Boa parte do agravamento da crise no comércio está no achatamento da renda do consumidor. A cada mês, a situação se complica mais no orçamento familiar. Com uma inflação sem controle, o poder de compra é corroído a cada mês. Um dado mostra isso claramente. No comércio goiano, a atividade de hipermercados e supermercados, um termômetro de vendas, cai pelo 15º mês seguido. É a fotografia exata do bolso do consumidor sendo corroído. Sem essa renda forte, sem consumidor, não teremos comércio. Logo, não teremos força industrial. Veja nossa indústria, já caiu também. Ou temos um plano de socorro dos governos, municipal, estadual e federal, para recuperar empregos e renda, ou vamos afundar a economia. O comércio tem sobrevivido de datas.
Mas, sabemos que não é assim. Precisamos de pensar de forma ampliada. Quando falamos em comércio, não estamos falando apenas dos setores mais vistos e comentados que envolvem segmentos de presentes e festas - que representam a maior força destas datas e também sofrem com o impacto destas quedas do comércio.
Mas ampliamos o radar, falamos também dos comerciantes de bairros, do interior, das pequenas lojas familiares e estão, no dia a dia, atrás do balcão, esperando o consumidor, que nem sempre vem ou quando vem traz apenas moedinhas para comprar picado ou fiado. Essa realidade incomoda muito pois ao mesmo tempo que chega esse consumidor pobre, chegam diariamente boletos e boletos, impostos e taxas. Essa realidade bate na porta de todos, é uma realidade triste do comércio, que está muito pressionado. Não podemos perder o otimismo nem a esperança. Temos como reverter, unir forças e repensar soluções. Vamos unir lideranças do setor privado e público, vamos repensar soluções e fazer um ano diferente. Esse é o desafio do comércio goiano para 2022.