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O DESENVOLVIMENTO E A INVASÃO

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3. O DESENVOLVIMENTO E A INVASÃO

A ocupação foi fortificada a partir de suas praias para a defesa das colinas em direção ao mar, porto e até seu interior onde se localizavam os engenhos de cana de açúcar. Olinda se promoveu a principal vila da colônia por sua fertilidade. Enriqueceu e se tornou um centro comercial através da monocultura da cana de açúcar e o extrativismo do pau brasil, e assim competia com aprópria corte portuguesa em luxo e ostentação. Seu tratado urbano foi construído a partir da chegada dos jesuítas, ainda no século XVl , e da construção de suas ocupações, igrejas e conventos. As vias formação uma ligação entre marcos e equipamentos urbanos. A nova Vila se aproximava muito dos modelos portugueses de cidade, como Lisboa, Porto ou Évora. Sua implantação em elevação composta por ruas sinuosas e estreitas.

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Mesmo protegidos por muros e paliçadas, a pequena cidade foi invadida por Holandeses em 16 de fevereiro de 1630, que assim conquistaram toda Pernambuco. Os materiais nobres que compunham as edificações foram levados para o porto de recife para a construção de novas casas holandesas, e Olinda foi incendiada. Apenas em janeiro de 1654 Olinda foi recuperada, após a expulsão dos invasores, e em seguida deu-se início ao seu plano de reconstrução. A conquista definitiva das terras também dependeu da chegada dessas primeiras ordens religiosas (carmelitas, em 1580, jesuítas, em 1583, franciscanos, em 1585, e beneditinos, em 1586) que cumpriram com a catequização e escravização dos índios do local. Vamos explicar um pouco das linhas e traços trazidos por estes religiosos através do Convento e Igreja de São Francisco, que se tornou um marco para a pequena cidade de Olinda por ser uma rica expressão do Barroco brasileiro.

3.1

CONVENTO E IGREJA DE SÃO FRANCISCO (1580)

Sua construçã o foi iniciada com projeto do frei Francisco dos Santos em 1585. Foi parcialmente destruí- do pelo incêndio causado pela invasão holandesa em 1631 em apenas em 1654, com a expulsão flamen- ga, é que foram iniciadas as obras de reconstruçã o da igreja que chegou ao fim no século XVIII.

O convento é composto por um conjunto que inclui: a Igreja de Nossa Senhora das Neves, a Capela de São Roque, o claustro (feitos de azulejos portugueses com diversas cenas) e sua sacristia. Na Igreja, na sacristia e na capela, existe um rico trabalho de talha na madeira do teto, com caixotões (uma divisão quadrada e ornamentada que ajuda a sustentar o peso da estrutura) contendo pinturas do século XVIII. Possui uma biblioteca com um grande acervo de obras raras, que se tornou a primeira biblioteca pública de Pernambuco e em frente ao convento existe um cruzeiro feito em pedras de arenito retiradas dos recifes da região

O convento de São Francisco de Olinda é feito por três pavimentos, setorizados em: área conventual e Ordem Terceira. Ao estudar a planta dos pavimentos, podemos notar algumas divisões relacionadas a política do ambiente religioso:

Primeira é a privativa religiosa com área de serviços e biblioteca; a área acessível ao público com o parla- tório 12, auditório, terraço descoberto, claustro, capela de Santa Ana, capela do Capitulo, sacristia.

A última área é a da ordem terceira (que são membros que estão associados às suas ordens religiosas particulares, mas não estão ligados a ela através de votos públicos) situada a norte do convento.

A área livre central do convento é considerada a principal parte do conjunto, apresentando uma inspira- çã o renascentista.

Nos pavimentos de cima estão situados o consistório e a presidência. Este pavimento é mais uma das áreas privativas dos religiosos

A fachada marca presença de elementos franciscanos, e foi projetada em três subdivisões: a primeira abrangendo colunas e arcos planos; a segunda sendo demarcada por janelas em verga reta e molduras em pedra; e a terceira com o frontão com volutas (ornato em forma de espiral) com seu nicho central encimado com uma cruz central.

O convento foi projetado em uma colina com relevo acidentado em direçã o ao litoral, por isso foram necessárias muitas mudanças no terreno para sua construçã o (aterros e muros de arrimo). Seu núcleo foi assentado sobre um plato para o nivelamento de seu piso e seu acesso se faz por uma ladeira. Sua implantação cobre apenas 11,87% do terreno, a área restante é ocupada por uma densa cobertura vegetal tropical.

A técnica construtiva do convento é de alvenaria estrutural de pedra e tijolo (característica luso-brasileira e auto-portante) e cobertura em madeira constituindo tesouras e terças com telhas cerâmicas tipo canal.

No primeiro pavimento podemos encontrar assoalho em tabuas sobre arroteamento, divisórias em taipa ou estuque e materiais de revestimento do piso variam entre tijoleiras artesanais de barro cozido e ladrilhos hidráulicos.

Atualmente o conjunto foi incluído no rol dos monumentos do Centro Histórico de Olinda, tombado pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade.

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