Sharon kendrick acordo ultrajante (px 466)

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se da raiva em seu rosto e da súbita transformação quando a raiva dera lugar à paixão, o que a fez gemer em seus braços. Mas os homens podiam sentir paixão no auge do momento e depois descartá-la, uma vez o apetite saciado. Ela não entendia muito de sexo, mas já tinham lhe dito isso, e precisava reconhecer que era vulnerável no que dizia respeito a Alek. Eles podiam ter agido como iguais naquele dia, mas, na verdade, não eram iguais. Em breve, ela poderia usar uma aliança de casamento, mas isso era apenas um símbolo. Não tinha nenhum significado real. Definitivamente não significava nada que uma aliança de casamento deveria significar. Precisava guardar distância emocional. Tinha de guardar, se quisesse se proteger e não ser magoada. – Quero deixar bem claro que falei sério quando disse que queria ter um quarto. Então, se está pensando em tentar me persuadir do contrário, sinto muito, mas está perdendo seu tempo – disse, fitando os olhos azuis. Ele abriu um sorriso amargo. – Pensando melhor, concordo com você. Estou começando a achar que dividir o mesmo quarto com você só complicaria uma situação já complicada por si só. Ellie sentiu uma onda de algo muito feminino e decepcionante a envolvendo enquanto deixavam a imensa sala de estar. Ele não podia ao menos ter fingido desapontamento, em vez de demonstrar algo semelhante a alívio? Com dificuldade, desviou o olhar das costas largas e obrigou-se a olhar tudo o que ele lhe mostrava. A sala de cinema com sua imensa tela. As bancadas de mármore preto na cozinha indiscutivelmente masculina. A sala de jantar moderna, que dava a impressão de não ser muito usada, com compridos candelabros de prata na mesa impecável. Na parede de seu escritório, diferentes relógios marcavam a hora em todas as mais importantes cidades do mundo e, sobre a mesa, uma quantidade razoável de documentos. Ele explicou que havia uma piscina no térreo do prédio, bem como uma academia de ginástica totalmente equipada. O quarto onde ficaria hospedada não era feminino nem delicado – e por que seria? – , porém, ao menos, era confortável. A cama era grande e a vista, espetacular. O banheiro da suíte tinha toalhas brancas como neve e vidros caros de óleos para banho. Impressionante como tudo parecia perfeito. E ali estava ela. Usando jeans e camiseta, sentia-se como uma teia de aranha que tivesse se instalado em algum lugar imaculado. – Você gosta? – perguntou. – Não posso imaginar que exista alguém que não goste. É lindo. – Passou o dedo pelo delicado vidro colorido retorcido cujo único propósito era capturar a luz e refleti-la em raios de arco-íris. – Só não consigo imaginar como um bebê vai viver aqui. O olhar seguiu a linha traçada por seus dedos. – Nem eu. Mas eu não planejava ter uma criança quando comprei este apartamento. – Você nunca pensou que um dia podia querer ter uma família? Quero dizer, não nessas circunstâncias, é óbvio. – É óbvio – interrompeu irritado. – E a resposta é não. Nem todos os homens sentem necessidade de serem aprisionados à vida em família, especialmente quando tão poucas famílias são felizes. – Alek, que ponto de vista mais cético. – Você acha? Por quê? Sua infância foi feliz? – Cravou o olhar no seu. – Vamos ver se acerto. Um vilarejo inglês acolhedor onde todo mundo se conhece. Um chalé com rosas crescendo em


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