L10N e Medjournal - Case Study

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MĂŠdicos em Portugal, medicina em portuguĂŞs


A missão da Medjournal é “Disponibilizar a melhor informação à classe médica, privilegiando a qualidade dos conteúdos de revistas de referência de uma das principais editoras mundiais, a BMJ”. Os conteúdos das revistas são selecionados e revistos pelos diretores médicos para garantir a máxima relevância para a classe médica, antes de ser feita a versão em português. Inglês é a língua franca da medicina, sendo também o idioma de eleição para conferências e outros eventos internacionais do ramo. Por consequência, a maioria da terminologia médica é concebida em inglês e posteriormente são feitas adaptações dos termos para outras línguas. É aqui a L10N contribui para a missão da Medjournal.


Qual é o nosso desafio? A L10N tem o papel de garantir que as traduções das revistas científicas da Medjournal são feitas com o rigor a que a área médica obriga, adaptando totalmente o texto ao público-alvo específico de cada revista. Traduzir e adaptar conteúdos relacionados com saúde humana e animal é a especialidade da L10N. A experiência é um fator crucial, dado que um termo errado pode retirar toda a exatidão do artigo ou até mesmo a relevância da revista. Qualquer pormenor, por mais pequeno que seja, faz toda a diferença. Por isso, para que o processo de tradução corra a 100%, a equipa é composta por tradutores especializados que se dedicam exclusivamente à área médica. Pois a regra de ouro da tradução é que não é possível traduzir o que não se percebe. O segundo pilar é seguir sempre as melhores práticas recomendadas na execução de cada projeto, tornando os textos traduzidos exatos, relevantes e eficazes para ajudarem os médicos a tomar decisões clínicas fundamentadas. Foi na L10N que a Medjournal encontrou o rigor, a qualidade e a consistência necessários para que as suas revistas tivessem sucesso. Cumprir a missão da Medjournal é também uma missão para a L10N.


Journal of Neurology Neurosurgery and Psichiatry com artigos do Practical Neurology. A ambição da edição portuguesa é publicar, bimestralmente, o conteúdo mais relevante em toda a área das neurociências, dirigida aos médicos neurologistas e psiquiatras portugueses.

Thorax com artigos do Archives Diseases of Childhood. Publicação bimestral. A ambição da edição portuguesa é publicar bimestralmente o conteúdo mais relevante das doenças respiratórias Aborda temas de diversas patologias respiratórias, dirigida aos médicos Pneumologistas, Imunoalergologistas, Pneumologistas Pediatras e Médicos de Medicina Geral e Familiar.

Vet Record com artigos da In Practice Publicação bimestral. Aborda temas de diversas áreas da Medicina Veterinária: animais de companhia, animais de produção e animais exóticos, dirigida aos médicos veterinários portugueses.



António Gonçalves GENERAL MANAGER DA MEDJOURNAL Quisemos falar com o general manager da Medjournal, António Gonçalves, para saber porquê a Medjournal escolheu a L10N e como as nossas traduções têm ajudado na concretização da missão da empresa de manter a classe médica a par das últimas novidades.

traduzir este tipo de conteúdos? - Qual é a sua influência na deci- Os artigos que são publicados têm são dos conteúdos a ser publica- uma leitura diferente e mais comdos? plexa do que uma simples notícia Nenhuma. Os conteúdos são selede jornal. É necessário outro tipo de cionados, antes de serem traduzirigor, quer na linguagem, quer na dos, a partir das revistas originais utilização de termos técnicos adeda BMJ pelos diretores médicos de quados. A tradução é, sem dúvida, cada publicação: são eles que sele- uma mais-valia. Pois permite uma cionam os artigos. Temos orgulho leitura mais intuitiva e menos fatide ter em cada publicação, médicos gante do conteúdo. de enorme renome na sua especialidade quer a nível nacional como a - O quão importante é o rigor e a nível mundial. precisão da tradução? Extremamente importante. Um ter- Que tipo de conteúdos são dismo errado pode retirar toda a veratribuídos e qual o público-alvo? cidade do artigo ou até mesmo do A BMJ (British Medical Journal) é próprio jornal. Qualquer pormenor, uma editora extremamente conhepor mais pequeno que seja faz toda cida e com grande nome em todo o a diferença. Por isso é que após a mundo e por conseguinte em Portradução, os conteúdos são todos tugal. Diria que, todos os médicos verificados pelos diretores médicos conhecem. Isso traz um grande antes de seguirem para publicação. valor e credibilidade aos conteúdos Se um médico ler a revista e enconpublicados. trar algum erro, por mais pequeno que ele seja, é provável que não - Qual foi o interesse principal em torne a querer ler outras edições.


Ter confiança no conteúdo que é apresentado é essencial. - Qual foi o processo que utilizou para encontrar a empresa de tradução ideal? A tradução, digamos, geral, não resulta em artigos médicos, principalmente porque a linguagem tem de se adaptar ao ramo da medicina. Um artigo de neurologia não pode ter a mesma linguagem que um artigo de veterinária. Tal como um artigo do Diário de Notícias não tem a mesma linguagem que um artigo das revistas da Medjournal. Enviámos uma prova a várias empresas na altura e os pontos onde focámos para tomar uma decisão foram o rigor, a qualidade da tradução e a consistência nos termos, o pormenor e o cumprimento de prazos. Cumprir estas exigências é a grande qualidade da L10N, nunca tive problema com cumprimento de prazos .


Sandra Patinha TRADUTORA PRINCIPAL DAS REVISTAS - Teve alguma inspiração? O que é que a fez querer ser tradutora? Eu, por acaso, já não me lembro muito bem como é que me surgiu a ideia. Eu sempre gostei muito de inglês e sempre fui boa a inglês. Mas quando pensava no inglês era mais para ensinar. Entretanto tive um professor de inglês que era excecional e penso que foi ele que me falou nisso. No 11.º ano, havia uma disciplina que acho que era Técnicas de tradução e penso que foi esse professor que me falou isso. E nunca me arrependi, porque gosto muito e trabalho há muitos anos a partir de casa, o que nem é toda a gente que consegue.

faço tanta vez e os documentos são mais ou menos todos iguais, têm regras a cumprir, as coisas já saem muito fluídas e nem preciso de fazer assim tanta pesquisa.

- Tem algum ritual antes de começar a traduzir? Tento colocar ao pé de mim todas as coisas que normalmente irei precisar, por exemplo, o dicionário - Agora, com tantos anos de exmédico da Climepsi, abro uma séperiência, já não precisa de fazer rie de sites, vou muitas vezes ao tanta pesquisa como antes? site do Infarmed, o Ciberdúvidas Continuo a ter de fazer. E em certas da Língua Portuguesa, o Linguee… áreas tenho de fazer muita pesqui- Uma série de coisas que tenho ali sa mesmo. Porque a área médica e sempre à mão e que vou utilizando. farmacêutica tem muito ramos, até Também uso glossários. Quando há coisas que eu se calhar nunca traduzo para vocês, dá-me muito fiz. Uma das áreas que eu faço mui- jeito o glossário de estatística. to é a documentação para os ensaios clínicos e os RCM’s, os folhe- O que é mais simples e qual é o tos informativos de medicamentos, maior desafio? sinopses, protocolos, as brochuras Mais simples… mais simples acho dos investigadores, os formulários que não há nada. Só é mais simde consentimento. Depois há outras ples se forem documentos que faço coisas que não faço tanto. Se for quase diariamente. De resto, nada desta área, como é uma coisa que é mais simples.


O maior desafio é ter de fazer muita, muita pesquisa, porque às vezes com uma palavrinha ou com uma expressão perco uma hora. Ou porque não consigo encontrar em lado nenhum ou nem consigo encontrar em português. Tenho de tentar perceber o que aquilo é em artigos ingleses e o Google é uma ferramenta extraordinária para isso. Depois de tentar perceber o que é, vou tentar procurar documentos na Sociedade Portuguesa de Neurologia ou de Pneumologia, por exemplo, e tento encontrar documentos em português dentro daquele contexto para tentar chegar à tradução. E, às vezes, são coisas muito recentes. A medicina está sempre a evoluir, graças a Deus! - Em situações em que não encontra tradução para português qual é o processo que utiliza? Primeiro, procuro em todos aqueles sites que lhe disse, se não encontro em lado nenhum e se é uma coisa muito recente, prefiro deixar a palavra em inglês, em itálico, e depois dar uma explicação entre parenteses. De certeza absoluta que o médico, o cientista ou o especialista vai perceber aquilo em inglês. Se eu me meter a inventar, ele não vai perceber do que é que eu estou a falar, portanto mais vale deixar a palavra em inglês. Às vezes, até há termos que não são traduzíveis para português e toda a gente os conhece em inglês.

- Acha que um médico que saiba inglês e português consegue traduzir documentos científicos? Se for um médico, por exemplo, veterinário, conhece a área, se for muito bom a inglês e for muito bom a escrever em português, sim, é possível que consiga traduzir. Agora, não é assim tão fácil. Estas coisas aprendem-se com o tempo, não é só agarrar num dicionário e traduzir. O ideal seria que o tradutor tivesse sempre acesso aos profissionais da área, para confirmar os termos e as expressões. - Se tivesse de escolher 3 palavras para descrever o que é ser tradutor médico, quais escolhia? Corajoso, persistente por causa da pesquisa e curioso talvez. - Se eu agora precisasse de uma tradução da área médica, que conselhos me dava? Tinha de se dirigir a uma agência ou a um tradutor especializado. A experiência é um fator crucial para a decisão. Se alguém quer uma tradução médica e vai ter com um tradutor que não é da área é quase certo e sabido que o tradutor não vai empregar os termos mais corretos. Oiça a entrevista completa aqui: https://soundcloud.com/user68260551


Beatriz Fernandes FINALISTA DO MESTRADO EM MEDICINA VETERINÁRIA - O que considera ser um bom artigo científico do ramo da medicina veterinária? Isso é uma boa pergunta! Acho que um bom artigo de medicina veterinária é objetivo, sem andar ali com rodeios, tem uma informação a transmitir e transmite-a de forma clara. E uma coisa que, às vezes, acho que falta é um pouco de esforço no sentido de fazer uma escrita que cative, que seja mais interessante. Mas como são artigos científicos é uma coisa que fica em segundo plano. Acho que ser claro, conciso e objetivo já é meio caminho andado para ser um bom artigo. - Quando se depara com terminologia específica em inglês, que não conhece, como faz o processo de tradução? Normalmente, pego no termo em inglês e depois meto “tradução” e procuro sites que não seja o Google Tradutor. Vejo em livros. Tento procurar nesse tipo de fontes mais seguras. - Tem dificuldade para encontrar os termos específicos em português? Não acho muito difícil de encontrar. É talvez um pouco, mas também,

como os professores leem muita literatura em inglês e a maior parte dos termos acaba por ser… Como vêm todos do latim, acabam por ser um pouco parecidos. Mas é sempre fácil tirar qualquer dúvida com os professores. Eu diria que, se calhar, em 10-15 palavras que eu procuro, há sempre uma que não tenho bem a certeza, mas depois confirmo com os professores. - Qual foi a sua reação ao saber que a revista VetRecord tem uma versão em português? Senti alegria! Porque normalmente estamos tão habituados a ler coisas em inglês que foi uma novidade ver assim algo em português e trouxe um sentimento de conforto, de aconchego. Acho que a estudar facilita um pouco, principalmente quando estamos com a cabeça mais cansada, porque não exige tanto esforço como estar a traduzir de um artigo em inglês. E acho que conseguimos também captar melhor, porque há certas palavras que


não ter acesso a conteúdos na sua língua? Aperceber que existe, acho que acaba por perceber em conversas com outros colegas que eventualmente saibam. Mas, entretanto, - Quais são as vantagens de exis- se calhar, já lhe passaram não sei tirem conteúdos na língua mater- quantos casos pela mão que ele enna dos médicos? quanto não falou com os colegas e A vantagem principal, eu acho… enquanto essa conversa não ocorÉ a tal questão, uma pessoa que reu passaram… e não atualizou a anda com mais stress, com a caabordagem à própria doença. beça mais ocupada com outras coisas, se calhar, ler em português - Estando a iniciar uma carreira não consome tanto tempo nem neste ramo da medicina, acha tanta energia como ler em inglês. que seria capaz de traduzir um Precisamente por ser a língua madocumento científico da área? terna, ser mais intuitivo. É bom que Enquanto praticantes desta profisrealmente haja essa atualização, são temos sempre algum à vontade porque na profissão, sempre e cada com o inglês e acho que conseguivez mais depressa, surgem coisas mos traduzir as coisas relativamennovas e se até acho que dentro da te bem, senão não nos conseguíárea haveria mais profissionais a amos manter a par das situações, fazer essa atualização se esta fosmas acho que a tradução seria de se mais fácil. Como, por exemplo, maior qualidade se fosse feita em estando em português. À partida, conjunto com uma pessoa mesmo todos os profissionais saberão indessa área do que só exclusivaglês e têm de se habituar a estumente pelo médico. Precisamente dar pelos artigos em inglês e de se porque nós somos médicos veteriatualizar, mas acredito que muitos, nários há de haver sempre alguma por alguma preguiça ou por não se coisa da língua que nos escape ou sentirem tão à vontade com a línque havia uma maneira melhor de gua, não se atualizem tanto como traduzir e da frase ficar melhor. Ou deveriam. E, se houvesse artigos então mesmo certas coisas que nós em português, essa atualização não traduzimos 100% bem, que não aconteceria mais frequentemente. seja muito longe da realidade, pode também não ser a coisa específica - Na sua opinião, é possível que certa. Acho que a parceria aí, entre um médico deixe passar alguma dois profissionais dessas áreas, daforma nova de tratamento por ria uma tradução mais fidedigna. nós sabemos mais ou menos o que significa, mas não sabemos bem e depois não temos tempo de ir procurar. Em português fica tudo 100% claro.


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