Paulomiguez

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Segundo Costa (1995, p.13)"O enfrentamento a essa situação ia além do atendimento às demandas elementares e óbvias. O Carnaval estava a reclamar uma radical mudança no posicionamento institucional, técnico e operativo. Este trabalho não poderia prescindir da liderança firme do poder municipal, da mesma forma que não poderia obter êxito se realizado sem uma postura transparente, participativa e moralizadora, sem uma negociação consistente com a comunidade carnavalesca em prol da requalificação geral da festa".

É importante ressaltar, entretanto, que é a esfera privada envolvida com a realização da festa que vai, de forma precursora, produzir os primeiros movimentos de ajuste institucional demandados pelas transformações em curso no Carnaval. Com efeito, as práticas excludentes e clientelistas que caracterizavam a atuação da Federação dos Clubes Carnavalescos da Bahia - FCCBA - criada em 1959, e desde então dirigida pela mesma pessoa -, na sua relação com as entidades carnavalescas e com o poder público (Félix e Nery, 1994), vai levar a que, a partir da metade dos anos 80 começem a surgir associações congregando entidades carnavalescas alinhadas por categoria, como a Associação de Blocos de Salvador - ABS, a Associação de Blocos de Trio - ABT, a Associação Baiana de Trios Independentes, e, mais recentemente, já no início dos anos 90, as associações de blocos afro, de blocos de percussão e de blocos alternativos.


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